17 de janeiro de 2012

Reviews de Quadrinhos: Vingadores Secretos

Terminei de ler recentemente os dois primeiros arcos escritos por Ed Brubaker para os Vingadores Secretos, publicados no Brasil pela Panini na revista Capitão América e os Vingadores Secretos, e devo comentar que vale muito a pena à leitura.

O ponto de fuga é imediatamente após os eventos de O Cerco (comentado aqui), que definiu um novo status quo para os heróis da Marvel. Com o fim do Reinado Sombrio de Norman Osborn, Steve Rogers, o recém-ressuscitado Capitão América é nomeado pelo Barack como o novo pica das galáxias comandante das forças especiais (tanto a SHIELD quanto os Vingadores) americanas e o cara decide aceitar o cargo sem pestanejar, abandonando o pijama bandeiroso (que ficou mesmo com o Bucky) e se tornando um agente secreto.

Eu gostei muito dessa ideia de transformar Steve Rogers em uma espécie de Jack Bauer com superpoderes, e diferente do que sempre acontece após a morte/ressurreição de um personagem, achei muito interessante a forma como o herói foi reinserido em seu universo, deixando-o fora dos holofotes principais e fazendo-o trabalhar nas sombras.




Os Vingadores Secretos agem como uma equipe que lida com perigos secretos antes que eles se tornem ameaças em nível mundial, e essas informações são conseguidas pelo intermédio de pessoas que trabalham como espiões dentro de grandes multinacionais em troca de segurança. Mais ou menos como acontece no serviço de proteção a testemunha. Desta forma não temos nada de “Avante Vingadores” no meio da rua ou grandes aparições públicas. A equipe age nas sombras, como se não existisse, e trabalha de forma cirúrgica (nem sempre dentro dos rigores da lei), resolvendo o caso e se mandando em seguida sem deixar pistas.

Na primeira edição já vemos a Viúva Negra e a Valquíria (aquela de Asgard que andava sumida) trabalhando disfarçadas de acompanhantes de um poderoso magnata da Roxxon, empresa que na Marvel está sempre metida em alguma maracutaia de grande escala. A ideia por trás do disfarce é encontrar o que eles achavam ser a verdadeira Coroa da Serpente, artefato místico que já andou nas mãos de muita gente perigosa ao longo dos anos. Com a intervenção do próprio Rogers e com o resgate de Sharon Carter, a Agente 13 da SHIELD, a Viúva e a Valquíria obtém êxito e os Vingadores levam a Coroa para o QG. Uma vez sob a análise de Hank McCoy, o Fera, que agora também faz um bico de vingador (se o Wolverine pode por que ele também não poderia?), eles descobrem que aquela não é A Coroa da Serpente e sim UMA Coroa da Serpente, que parece estar ligada à original.

Com a ajuda do Fera e do Máquina de Combate, após o trabalho de infiltração do Cavaleiro da Lua e do novo Homem Formiga ao banco de dados da empresa, Rogers descobre que a Roxxon adquiriu os direitos de exploração mineral em Marte (como o Ajax deixou uma porra dessas, Batman?!) e que vários funcionários simplesmente sumiram da folha de pagamento da empresa de uma hora para outra. Se mostrando um estrategista muito acima da média, o ex-Capitão América pede que seu agente mais poderoso mostre serviço, e então ele envia o Nova para uma inspeção em Marte.

Enquanto um grupo conhecido como Conselho das Sombras parece espreitar os Vingadores em busca da Coroa da Serpente roubada da Roxxon, Rogers percebe que o tiro saiu pela culatra, e eles são obrigados a resgatar o Nova, cujo sinal foi perdido há algum tempo em Marte.

Uma vez no planeta vermelho, os heróis descobrem que há mais do que a simples exploração mineral em jogo, e através de uma criatura chamada Arconte, que se diz uma espécie de guardião da verdadeira Coroa da Serpente (que estava em Marte dentro de um templo), os Vingadores descobrem que o Nova foi dominado pelo poder da Coroa, e que está trabalhando agora com o Conselho das Sombras na tentativa de abrir uma espécie de portal que irá liberar uma criatura maligna capaz de aniquilar o mundo.

O arco é contado em quatro partes, dá uma caída vertiginosa de qualidade na terceira parte, mas consegue se recuperar na quarta, mostrando que Steve Rogers é mais fodão do que todos já supunham. Ele não só adquire os poderes do Nova com a ajuda da Mente Global (uma espécie de consciência cósmica no interior do capacete do herói), como também derrota o próprio Nova, livrando-o da influência da Coroa da Serpente.

Ao destruir os planos do Conselho das Sombras em Marte e deixar a Coroa sob os cuidados do Arconte, os Vingadores retornam para a Terra, onde descobrem que Sharon Carter fora atacada na nave da equipe e que a outra Coroa da Serpente fora roubada dela. 
 Seu atacante? Ninguém menos do que Nick Fury!

Impressionante como essa Sharon Carter só sabe fazer cagada!

Como apresentação do novo status da equipe e para mostrar seus personagens e sua interação entre si, eu acho que esse arco valeu a pena, mas na minha opinião, Brubaker deu uma ligeira viajada durante a história, provavelmente na tentativa de inserir um personagem como o Nova no grupo. O cara é uma espécie de Lanterna Verde da Marvel, como ele se encaixaria em uma equipe que é tida como secreta e cujo trabalho é o de espionagem acima de tudo? O papo de ir pra Marte e de conceder temporariamente os poderes de Nova a Steve Rogers, algo dito como quase impossível para um humano sem treinamento e em tão pouco tempo, foi um tanto forçado, mas de resto eu curti.

O segundo arco chamado Olhos do Dragão, igualmente desenhado por Mike Deodato me agradou bem mais do que o primeiro em matéria de ação e de estratégia de equipe. O roteiro também é muito melhor elaborado, e envolve o Mestre do Kung Fu Shang Chi e o renascimento de seu malévolo pai, agora chamado Zheng Zu.

Pra quem é das antigas, como eu, deve se lembrar de um arco antigo de histórias publicadas nas revistas do Capitão América ainda pela Editora Abril em que o pai do Shang Chi aparecia na tentativa de envolver o filho em um ritual satânico. O herói chinês é obrigado a destruir seu pai para manter-se vivo, e nesse confronto o grupo de ninjas liderados por ele também é extinto, ficando desaparecido por muito tempo.

Logo no começo do novo arco escrito por Brubaker (que assim como Brian Bendis também adora resgatar elementos antigos da cronologia Marvel) vemos Shang Chi ser atacado por uma horda de ninjas (a ordem celestial de Hai-Dai), os mesmos que antigamente eram liderados por seu pai, o que o leva a crer que o velho retornou do mundo dos mortos.

Em suas investigações jackbauerianas, Steve Rogers descobre uma ligação entre o suposto Nick Fury que roubou a Coroa da Serpente da Sharon Carter (que na verdade é um modelo de vida artificial que acha que é Nick Fury), o Conselho das Sombras e o pai de Shang Chi, e ele decide com sua equipe ir em busca do herói chinês de modo a protegê-lo.

Na dança das cadeiras, entra em cena John Steele, personagem que num retcon criado recentemente foi colocado como um antigo parceiro de guerra do Capitão América e que como o próprio, possui dons especiais que o enquadram na categoria de supersoldado (mais um!!). Segundo a nova cronologia, Steele é um combatente desde os tempos da Guerra Civil americana, e seus dons físicos (super-força, resistência e vigor) foram usados como base posterior para a criação do soro do supersoldado e também para os experimentos que permitiram tornar a pele de Luke Cage invulnerável.

Steele, assim como o falso Nick Fury trabalham para Thorndrake, o líder do Conselho das Sombras, e juntos ambicionam tornar o mundo melhor, remodelando-o à sua maneira. Com o intuito de pegar uma fatia considerável no crescente mercado Oriental, Thorndrake decide ressuscitar o perigoso Zheng Zu e dar-lhe plenos poderes num ritual que envolve o sacrifício necessário de seu filho de sangue: Shang Chi.

Brubaker recria um momento marcante da história do personagem Shang Chi que é sua rixa com o próprio pai, e dá um tom muito extasiante ao arco envolvendo os Vingadores Secretos bem como o ressurgimento do tal John Steele. Para incorporar a receita, Brubaker também insere outro personagem que teria alguma relação com Rogers e Steele no passado, o fantasmagórico Príncipe dos Órfãos, que ajuda o mestre do Kung Fu, a pedido de Rogers, a se safar da ordem Hai-dai (os ninjas de Zheng Zu). Achei o personagem e sua inserção na história um tanto quanto gratuitas, pessoalmente acho que caberia ali um envolvimento maior do próprio Cavaleiro da Lua no enredo, que acabou ficando meio avulso na história, exceto por uma infiltração que ele faz como um soldado do Conselho das Sombras. O Príncipe dos Órfãos é um personagem relativamente novo que já teve algumas aparições nas histórias do Punho de Ferro.

Os desenhos do brazuca Mike Deodato estão impressionantes (ainda mais no segundo arco). O estilo cheio de sombras e com uma pegada mais realista que ele adotou combina bastante com o clima de espionagem inserido na história por Brubaker, e estou gostando bastante dessa mescla entre um de meus autores preferidos de HQ com um dos melhores desenhistas brasileiros da atualidade.

A pegada de espionagem, ameaças secretas e modus operandi furtivo é envolvente, e nos faz mergulhar no roteiro de forma muito pungente. Apesar de ser uma trama basicamente de espiões, rola muita porradaria, e dá gosto de ver a equipe de Rogers em ação. A violência aliás, está nos picos, e lendo esses dois arcos de história cheguei à conclusão de que o bom e velho Steve Rogers agora é adepto de uma forma mais peculiar de abordar os adversários, não lhes dando grandes chances de defesa e usando métodos que antes ele condenava. Não que ele esteja matando geral como seu “gêmeo” do universo Ultimate, mas é que agora ele não parece mais se importar tanto com a vida dos inimigos, deixando inclusive seus parceiros matarem à vontade, em prol daquilo que eles acham certo.

Ao lado de Rogers tem pelo menos três personagens que não hesitam em tirar a vida dos adversários, como a Viúva Negra, o Cavaleiro da Lua e a Valquíria (a arma da mulher é uma espada! O que pode se esperar disso?), além do Máquina de Combate (e seus trabucos), que como ele mesmo se define após as partidas de Marvel X Capcom Não, eu não sou o Homem de Ferro”, fazendo uma alusão de que ele não é tão bonzinho quanto seu chefe.

Fica pro Homem Formiga (um ex-agente da SHIELD que tomou pra si o equipamento do falecido Scott Lang) o cargo de o “engraçadinho” do grupo, servindo nas missões como o alívio cômico da história, enquanto o Fera e sua equipe de super-nerds agem nos bastidores dando suporte técnico e científico.


Quando Sharon Carter é capturada (êêêê, Sharon Carter!) por John Steele, os Vingadores são obrigados a entregar Shang Chi para o Conselho das Sombras em troca da moça, e na hora da troca o Capitão decide medir forças com o supersoldado, levando uma surra homérica.

Eu acompanho as histórias de Steve Rogers há um bom tempo e devo confessar que não constam em meus arquivos muitas histórias em que ele apanha feio. Já o vi ser derrotado ao enfrentar caras mais fortes e tals, mas do jeito que ele apanha pra John Steele é inédito. Além de vencê-lo em força, o supersoldado torce o joelho de Rogers, deixando-o incapacitado para detê-lo, além de impedir o Conselho das Sombras de escapar com Shang Chi.

Mais tarde os Vingadores conseguem deter os planos malignos que envolvem a restauração da forma decadente de Mumm-Rá Zheng Zu graças à dica do Cavaleiro da Lua que está disfarçado de soldado do Conselho, e os heróis chegam causando estardalhaço no meio da cerimônia. Além de impedir o ritual de sangue do mestre do mal com seu filho Shang Chi, a Valquíria consegue derrotar John Steele empalando-o com sua espada justiceira asgardiana, mas na confusão o falso Nick Fury e o diretor do Conselho Thorndrake acabam escapando.

Eu me diverti bastante lendo esses dois primeiros arcos dos Vingadores Secretos, e o que ficou dessa nova abordagem criada por Ed Brubaker é que os tempos são outros e que nossos heróis já não podem mais tratar os adversários com polidez. Agora chamado de Comandante por seus subordinados, Rogers assumiu de vez sua personalidade de liderança, e mesmo em campo de batalha ele mostra porque é conhecido como o Sentinela da Liberdade, e porque seus adversários devem temê-lo. Como diria o Capitão Fábio de Tropa de Elite, ele é o novo "Pica das Galáxias" da parada.
Gostei dessa equipe escolhida por Steve Rogers, mas acho que faltou maior espaço para o Cavaleiro da Lua, o que talvez possa acontecer nas próximas aventuras.

Espero também que Mike Deodato continue à frente dos desenhos e que Brubaker continue afiado em seus roteiros cinematográficos, se assim o for, ainda teremos uma ótima leitura pela frente.

NAMASTE!

12 de janeiro de 2012

A primeira música da sua vida

Dia desses, vagabundeando pelo Facebook descobri um site muito interessante postado por um amigo, em que é possível descobrir qual era a música mais tocada nas rádios no dia em que você nasceu.
A Billboard, revista especializada em criar listas e rankings das músicas mais executadas no mundo e em especial nas paradas norte-americanas, mantém desde 1950 arquivos em que constam esse tipo de informação, portanto, é possível saber o que estava tocando na época em que viemos ao mundo e quem era o artista que estava "bombando" no mesmo período.
A brincadeira é entrar no site, definir o mês, o ano e em especial o dia de nascimento, ver a música que estava melhor posicionada no ranking na data, e compartilhar o link do Youtube no Facebook. O meu resultado foi melhor do que o esperado.
Sabe quem estava arrebentando tudo nas paradas de sucesso quando este que vos fala deu as caras no mundo pela primeira vez?


Ele mesmo! O Rei do Pop, Michael Jackson!
Eu praticamente cheguei ao mundo ao som desta música:





Não dá pra ter "estreado" em melhor estilo, hein!

Beat it ocupava o topo mais alto do ranking da Billboard naquele ano.

Pra quem ficou curioso como funciona a brincadeira aí, o site é o seguinte http://www.joshhosler.biz/ . Ele está em inglês, mas mesmo quem não tem um conhecimento muito aprofundado do idioma consegue intuitivamente chegar ao resultado desejado.

A primeira coisa é escolher o mês em que você nasceu, depois você é direcionado para a tela onde se define o dia de nascimento e logo já dá pra saber qual era a parada de sucesso no período de toda a década.


Feliz ou não com o resultado (já pensou se sai tipo, YMCA do Village People ou Purple Rain do Prince??) basta você clicar no link do Youtube, do Rhapsody ou do Itunes e compartilhar com a galera.



Estão disponíveis no Youtube vídeos à partir da década de 80, então é bem difícil que você não encontre a sua música.
Agora entendo porque Michael Jackson foi e ainda é tão importante no decorrer de minha vida. O cara estava lá desde o começo de tudo!

Just Beat it!

9 de janeiro de 2012

Eu vi: Imortais

Tem dia que você sai de saco cheio de ficar em casa e decide escolher o filme na porta do cinema. Foi assim que fiz na sessão de Imortais e devo Lembrar que as opções não eram lá muito animadoras: Alvin e os Esquilos 3 (não vi nem o 1 e nem 2), Cavalo de Guerra (what??), As Aventuras de Agamenon, o repórter (filme do Casseta e Planeta? Passo!) e Missão Impossível (que eu já tinha visto).
O que eu já tinha ouvido falar do filme ou visto na Internet e no trailer não havia me empolgado a ponto de querer vê-lo no cinema (talvez esperar passar na Tela Quente??), mas acabei surpreendido por alguns fatores, o que foi bom. Devido o que eles nos vendem no trailer, cenas de batalha em slow motion, homens com pouca roupa saindo na porrada e cenários deslumbrantes com aquela tonalização meio azulada, eu não esperava nada além do que um 300 requentado, daí minha falta de interesse pelo filme.
Mas, Rodman, você não gostou de 300?
Sim, eu gostei, caro padawan, o problema é que de lá pra cá esses efeitos de slow motion tão bem utilizados (quase até a exaustão) pelo “visionário” Zack Snyder (ele usou isso até em Watchmen!) meio que se tornaram cansativos na tela grande, e ver um filme apenas por seu visual impactante não é bem o que eu ando esperando em um filme hoje em dia. É a idade.
É cansativo ver o sangue jorrando enquanto espadas, lanças e punhais atravessam o adversário? Não, até que é bacana, mas desde que o filme tenha uma história bem contada e personagens interessantes.
Pipoca e Coca Cola em mãos passei a acompanhar o filme, e não me vi incomodado em nenhum momento à princípio. Somos situados em que ponto da história estamos, é nos contada também qual a motivação do vilão (embora não saibamos de onde ele vem nem o porquê de sua maldade) e somos pautados por uma frase de Sócrates (o filósofo, não o Doutor) que diz: “As almas de todos os homens são imortais, mas as almas dos justos são imortais e divinas”, marcando bem a diferença entre o herói e o vilão, bem como a motivação de ambos.
As atuações também são bem agradáveis, a fotografia do filme não é nada de excepcional, porém bem executada e a direção do filme, que ficou a cargo de Tarsem Singh (desconhecido do grande meio) é decente, a ponto de sentirmos que estamos sendo bem conduzidos pela história escrita pela dupla Charley Parlapanides e Vlas Parlapanides, irmãos americanos com descendência grega (como bem podemos notar em seus sobrenomes!), embora a ação do filme nos distraia desses elementos mais qualitativos.

Há um grande atrativo em Imortais: Mitologia grega. Sempre fui fã dos seres mitológicos e dos deuses gregos, e foi divertido tentar adivinhar quem eram os deuses presentes no filme mesmo antes que seus nomes fossem citados, apenas pelos apetrechos e armas que usavam enquanto eles olhavam os mortais do alto do Monte Olimpo. Aliás, os trajes usados por Zeus e seus filhos causam estranheza de início por sua aparência um tanto quanto carnavalesca. Olha o Monte Olimpo aí geeente, chora cavaco! Alô minha bateria!


A história?
Em um belo dia o rei Hipérion (Mickey Rourke, muito bem em cena) decide eliminar os deuses e o resto da humanidade protegida por eles, e para isso ele sai em busca do Arco do Hank da Caverna do Dragão de Épiro, arma com a qual ele pode libertar os Titãs, criaturas capazes de rivalizarem com os deuses em poder.
Vendo que a humanidade não tem muitas chances de enfrentar Hipérion e a banda Slipknot seus comandados, Zeus (então na pele de Luke Evans) confia ao mortal Teseu (Henry Cavill, o novo Superman) a missão de liderar os gregos (que falam inglês) contra o poder da tropa helênica de Hipérion, e o rapaz decide aceitar o desafio ao ver a própria mãe ser executada pelo rei do mal.

Com a ajuda da bela oráculo Phaera (Freida Pinto) e de Iolaus Stavros (Stephen Dorff) um ladrão que se torna escravo de Hipérion, Teseu sai em busca do Arco de Épiro, sabendo da importância da arma para o desfecho da guerra imposta pelo rei helênico. Contando até então com as visões da sacerdotisa que decide ajudar Teseu por conta própria ao se ver em perigo, o trio acaba encontrando a poderosa arma quando o herói decide enterrar a mãe, mas o rei Hipérion está à espreita e manda seu mais cruel soldado para se apossar do arco. Apesar das semelhanças óbvias, não é citado em nenhum momento que aquele é o Minotauro (o ser mitológico, não o lutador de UFC!), mas tudo nos leva a crer que sim, uma vez que segundo a própria mitologia, Teseu realmente enfrentou e venceu o Minotauro.
A casa cai pro lado do mocinho, Hipérion se apossa do arco, Ares e Athena (vivida por Isabel Lucas de Transformers 2) se veem obrigados (não sei por quem!) a intervir para que Teseu sobreviva, o rei helênico libera os Titãs (os mitológicos, não a banda!) e começa uma batalha de vida e morte entre a humanidade liderada por Teseu e os titãs, e os comandados de Hipérion e os deuses... Um samba do grego louco!

O que ficou bem claro no filme é que tanto Hipérion quanto Teseu têm razões claras para não acreditarem nos deuses (deuses porque os gregos não eram monoteístas): Um teve a família (esposa e filhos) massacrada e o outro teve a mãe morta, o que leva ambos a duvidarem que exista algum tipo de ser superior que seja justo o suficiente para não permitir que tais atrocidades aconteçam na Terra. Um deles pende para o lado da barbárie, e decide juntar um exército capaz de fazer até mesmo com que deuses sangrem. Já o outro, influenciado desde pequeno por um desses deuses (o próprio Zeus representado em cena então pelo ator John Hurt) decide optar pelo lado do bem, querendo levar à justiça o assassino de sua mãe e ainda salvar a humanidade da extinção no processo.

Duas pessoas com passados semelhantes que são levadas para lados opostos devido suas próprias decisões. A pergunta é: Não teria Teseu trilhado pelo mesmíssimo caminho de Hipérion, o da vingança cega e descomedida, se Zeus não tivesse intervindo na vida do rapaz desde a infância?
A história, embora rasa e de fácil compreensão, nos leva a alguns questionamentos, mas não sei bem dizer se isso é o filme que desperta ou se nossa própria experiência com esse tipo de mídia é que acaba nos conduzindo a tais indagações.
Independentemente da parte filosófica que a própria frase de Sócrates nos permite ter em alguns momentos do filme, a ação e as cenas de combate são um deleite visual. É impossível despregar os olhos da tela na sequência final em que simplesmente três combates diferentes são mostrados intercaladamente, o dos deuses liderados por Zeus contra os Titãs, o dos comandados de Teseu contra o Slipknot grupo de Hipérion e a luta do próprio Teseu contra Hipérion. Todas num alto grau de sangue no zóio e violência sem freios de encher as vistas dos espectadores.

Os deuses, equiparados em força pelos Titãs (que no filme são mostrados como bestas-feras meio que irracionais), lutam como se não houvesse amanhã (e na verdade não haveria mesmo se eles perdessem) se igualando em ferocidade. Aliás, fiquei fã de Poseidon! Não sabia que o cara mandava tão bem assim em lutas corporais! Ele é um dos últimos a perecer (sim, padawan, todos vão pra vala!), mas consegue levar metade do exército titânico com ele. As lutas entre deuses e Titãs repetem um pouco daquela já batida coreografia (em slow motion) do levanta do chão com uma pancada e finaliza com outra, além de rolar arame-fu à rodo (e vocês sabem o que penso de arame-fu). O mais engraçado é que nenhum dos deuses pensa em usar seus poderes especiais para deter os titãs em vez de caírem na grosseria pura e simplesmente. Vai entender.

A batalha entre os homens de Hipérion contra o exército de Teseu não tem nada de muito inovador, deixando o grande desfecho mesmo para a luta corporal entre Henry Cavill e Mickey Rourke. Aliás, que luta!! Da poltrona quase que conseguimos sentir cada golpe desferido, e a briga é de uma violência sem parâmetros, o que deixa o espectador boquiaberto. Tem de tudo. É praticamente um MMA com direito a dar facadas no oponente e chute no saco. Essa cena provou também para quem ainda tinha dúvidas se Cavill daria certo como Superman. Apanhar que nem o Azulão pelo menos ele já sabe!
Como todo bom apreciador de HQs e com aquele pé meio atrás com relação à nova adaptação do Superman para as telonas que vem por aí (em 2013, se o mundo não acabar), fiquei de olho na interpretação de Cavill e o que vi me agradou. Seu personagem nem de longe tem o carisma que, por exemplo, o Rei Leônidas de Gerard Butler exala em 300, em algumas cenas ele meio que luta desengonçadamente (como no corredor onde ele encontra uma parede de soldados inimigos), porém sua desenvoltura em cenas de ação é aceitável, bem como seu talento interpretativo razoavelmente testado em algumas cenas mais dramáticas como a morte da mãe e a defesa da donzela em perigo. Não dá pra dizer com toda certeza que ele será um ótimo Superman, mas tem tudo para ser, incluindo a aparência. Queixo quadrado, uma leve semelhança com Tom Welling (o Clark Kent de Smallville) e pinta de que se ficar puto é bom sair da frente. Com uma barba e aquela mesma roupa de herói grego, eu bem que poderia dizer que ele ficaria semelhante ao Superman gladiador da época em que ele foi exilado da Terra e acabou parando no Planeta Arena.

O resto do elenco é aquela coisa: Não cheira e nem fede. Freida Pinto, a atriz indiana de 27 anos, não compromete no papel da mocinha em perigo, e quando tem que se mostrar a gostosa do filme, faz menos feio ainda.

O que dizer daquele close de seu derrière! Jesus!

O problema é que sua personagem perde completamente a função (que já não era lá grande coisa) quando entrega a virgindade ao herói, fazendo assim com que seus poderes precognitivos desapareçam (óraculos possuem o poder de prever o futuro apenas enquanto mantêm-se puras) , tornando-se um peso-morto para ele e Stavros. Longe de mim, no entanto, reclamar da beleza da morena na tela! O deleite visual que ela nos proporciona é, digamos, incomparável.
Luke Evans não passa toda a imponência que eu sempre imaginei em Zeus, muito menos o porte físico, mas no quesito interpretação não falha. Nenhum dos deuses se destaca para que possamos dizer “Nossa! Que interpretação!”, todos parecem modelos vestidos a caráter para o Gala Gay, mas entendemos que eles, afinal, são deuses gregos, e que por isso não poderia ser diferente.
John Hurt, como o Zeus velhinho que indica o caminho das pedras para Teseu desde sua infância aparece pouco, mas faz bem seu papel.O tão criticado pela mídia (e que eu desconheço o porquê) Stephen Dorff faz um personagem que qualquer um faria igual, portanto nem merece nota ou maiores detalhes.
Mickey Rourke mostra com seu Hipérion que ficaria foda interpretando o Lobo para o cinema, e ele faz em Imortais aquilo que ele melhor sabe fazer em filmes de ação: Causar medo e morrer no final. Alguém se esqueceu aí do seu Marv em Sin City?
Eu nem sabia que ele integrava o elenco de tão desinteressado que estava com esse filme, mas vê-lo atuar foi gratificante.

Em suma Imortais não é um filme ruim. Ele vem na onda do próprio 300 e de Fúria de Titãs, filmes com a mesma temática que da mesma forma que ascenderam esse aspecto visual único, o fizeram desmoronar e torná-lo mais do mesmo. É um filme “assistível”, e como eu sempre falo por aqui, faz aquilo a que se propõe: Diverte.
Não espere atuações shakespearianas, efeitos nunca antes vistos na história do cinema ou uma direção digna de Oscar. Espere uma história fácil de digerir e uma pancadaria que vale a pena ser acompanhada.

NOTA: 6,75







NAMASTE!

3 de janeiro de 2012

American Horror Story - Primeira Temporada


Em primeiro lugar é importante alertar aos desavisados que ainda não terminaram de ver a série, que esse post contém MUITOS SPOILERS, portanto, se você não quer saber detalhes que estragarão as surpresas dos últimos episódios, vá ler um livro.

Você que já viu todos os episódios, seja bem vindo!

American Horror Story é uma série norte-americana de Terror/Drama criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk (os mesmos criadores da série Glee) que te pega pelos colhões e arrasta para dentro da tela da TV sem querer te largar até o último episódio. A série causa momentos de tensão e medo quase que o tempo todo, e a sensação de estar vendo um longo filme de terror é satisfatória para quem, assim como eu, gosta de ser assustado ficcionalmente.
Inspirada em filmes de horror como O Iluminado e O Bebê de Rosemary, a ideia, segundo o próprio Falchuk, que também é o produtor da série, é "que as pessoas fiquem um pouco fora de equilíbrio depois de assistir a um episódio", e se todo esse clima obscuro atingiu as demais pessoas que viram a série assim como eu, creio que a missão dos criadores foi cumprida. Ao final de alguns episódios me peguei extremamente assustado, olhando para os lados dentro do quarto escuro esperando que alguma alma penada estivesse ali me fazendo companhia, mas felizmente não aconteceu. Sorte a minha!

O enredo conta a história da família Harmon, que se muda para Los Angeles em busca da tranquilidade que os membros não encontravam no antigo endereço. Atraído pela extravagância da casa que fora totalmente redecorada por um casal gay que morava nela anteriormente e em especial pelo preço relativamente baixo pelo qual ela é oferecida, Ben Harmon (Dylan McDermott) decide que ali é um bom lugar para reconstruir sua vida ao lado de Vivien (Connie Britton) e da filha Violet (Taissa Farmiga), o que mais tarde se mostra um terrível erro.
Meses antes Vivien sofreu um aborto espontâneo ao flagrar Ben na cama com uma de suas alunas, Hayden MacLaine (Kate Mara) e desde então o casamento de ambos começa a naufragar em desconfiança. Para piorar, a carreira do psicanalista também está em crise, bem como a de Vivien que é instrumentista, o que faz com que ambos decidam se dar uma segunda chance.
Na nova casa, o casal e a filha adolescente começam a perceber que a vizinhança não é das mais comuns, e logo conhecem Constance (Jessica Lange) ao terem um dos cômodos invadidos por Adelaide (Jamie Brewer), filha excepcional da mulher que surge repentinamente e alerta Vivien de que ela irá morrer.
Mais tarde Vivien recebe em seu portão a visita de Moira O'Hara (Frances Conroy) que alega ser a antiga governanta da casa e que se oferece para continuar trabalhando ali. Com certo trato, Moira consegue convencer Vivien de que ela necessita realmente de seus préstimos, e embora Ben tenha uma visão completamente diferente da mulher, vendo-a mais jovem e com um ar perigosamente sexy toda vez que a olha e que isso indique problemas, sua esposa decide contratá-la, e Moira passa a fazer parte do círculo de convivência.


Quando seus instintos mais primitivos passam a ser aflorados com a presença de Moira (vista por Ben na pele da atriz Alexandra Breckenridge) e ele começa a pensar que pode trair Vivien novamente, surge então Larry Harvey (Denis O'Hare), um homem com o rosto desfigurado que o alerta de que a casa é amaldiçoada e que coisas terríveis já aconteceram ali. Para impressionar Ben, Larry conta que assassinou a própria família (mulher e duas filhas) no interior da casa, porém a reação do atual dono da residência é contrária ao que ele espera, pedindo para que ele se afaste e não retorne para próximo dele e de sua família.
Aproveitando-se do fato de que a casa possui um amplo escritório, Ben começa a atender seus clientes de psicanálise em seu interior, e um desses clientes é o jovem Tate Langdon (Evan Peters), um rapaz com sérios desvios comportamentais que se mostra um psicopata em potencial que tenciona, muitas vezes, assassinar os próprios colegas de escola. Em uma de suas consultas ele conhece Violet, ao vê-la tentando cortar os pulsos após ser agredida por algumas meninas no colégio, e ambos começam a se relacionar, vendo o quanto têm em comum, desde gosto musical às tendências suicidas.
Mergulhada em seus conflitos internos (a traição de Ben, a frustração de Vivien e a solidão de Vivien) a família à princípio ignora a realidade daquela estranha casa que já fora palco para diversos casos de assassinatos e tragédias (ver linha do tempo mais abaixo), e enquantos eles vão sendo envolvidos por acontecimentos sem explicação tudo a sua volta parece conspirar para que sua vida seja arruinada, até ser tarde demais para todos eles.Após uma briga feroz entre Vivien e Ben sobre a traição dele, os dois parecem enfim conseguir se acertar e após um longo tempo em abstinência eles transam na sala da casa. Mais tarde, à noite, Vivien vê alguém entrar em seu quarto vestido com a roupa de borracha preta sadomasoquista que eles encontram por acaso no sótão e que pertencia aos antigos moradores da casa, o casal gay Chade (Zachary Quinto) e Patrick (Teddy Sears). Pensando ser Ben fazendo-lhe uma surpresa sexual, Vivien se entrega ao homem e eles transam. Naquele momento, no entanto, Ben está em transe próximo à lareira pronto a tocar fogo no próprio corpo, num estranho ataque de sonambulismo, e isso se mostra mais tarde, mais um dos efeitos que a casa exerce sobre seus moradores. O resultado posterior disso é que Vivien engravida num caso raro de gêmeos de pais diferentes.É o relacionamento de Violet e Tate, todavia, que começa a jogar uma luz sobre o passado obscuro da "casa dos horrores", e investigando por conta própria as mortes ocorridas e também com a ajuda da médium espiritual Billie Jean Howard (Sarah Paulson), a menina descobre que a casa é assombrada pelos espíritos de todas as pessoas que já foram mortas ali, e que por algum motivo não conseguem se desprender do lugar, procurando incessantemente acertar as contas com sua própria história em vão, enquanto a casa mantém suas almas aprisionadas.É importante notar que a série não nos entrega quem está vivo e quem está morto de bandeja. Tudo é explicado aos poucos, e o mais divertido de acompanhar American Horror Story foi se surpreender todas as vezes que descobríamos que um ou outro personagem já estava morto desde o começo da história. Vivien, Ben e Violet recebem a visita de diversas pessoas ao longo dos 12 episódios da série, e no começo de cada um dos capítulos nos é contado um dos vários assassinatos que já ocorreram na casa em ordem aleatória, não seguindo uma cronologia. Saber quem está vivo e quem é um espírito obsessor acaba sendo uma de nossas tarefas ao assistir a série, e muitos detalhes acabam passando despercebidos em um primeiro momento dado o número muito grande de fatos e acontecimentos que nos são jogados.

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Da construção da casa pelo cirurgião Charles Montgomery em 1922, passando por sua morte pelas mãos da própria esposa Nora em 1926 até o brutal assassinato do casal Chade e Patrick em 2010, muitas tragédias acabam ficando marcadas nas paredes do lugar, bem como nas pessoas envolvidas, e quem acaba pagando por erros passados é a família Harmon.Acompanhar as mortes, relacionar os fatos que de um modo ou de outro conduzem a narrativa da maioria dos episódios, e perceber o fio que conecta tudo isso na imensa rede que é American Horror Story é interessante, mas juro que fui surpreendido negativamente no episódio nº 10 ao descobrir que Violet já estava morta desde o episódio 6. Juro que fiquei puto depois que a comoção passou. "Como assim mataram uma das protagonistas?? E agora?"Ao descobrir que Tate foi o autor de uma série de assassinatos em uma biblioteca em Westfield, e que por essa mesma série de crimes ele acabou sendo executado em legítima defesa pela Polícia, a adolescente começou a ter a já tênue sanidade abalada. Dias antes ela e o rapaz haviam sido abordados por adolescentes que queriam que Tate pagasse por algo que não estava claro à princípio. Deformados, ensaguentados e maltrapilhos, os jovens insistiam em atacar o rapaz, enquanto Violet sem nada entender procurava defendê-lo.Ao pesquisar sobre o assunto mencionado por um dos jovens, Violet descobriu que os estudantes haviam sido vítimas de um massacre em Westfield organizado por Tate, um garoto-problema que crescera sem pai e que nunca tivera o apoio necessário da mãe Constance, uma atriz frustrada que sempre colocara a culpa de seu próprio fracasso nos outros. Irmão de Adelaide, a menina com Síndrome de Down e de Beauregard, uma criança com má formação que crescera para se tornar mais um problema para Constance, Tate acabou se tornando o jovem mentalmente instável que Ben procurava tratar em suas sessões de terapia, sem saber que o garoto já estava morto há mais de 16 anos.
Assim como Tate, Chade, Patrick, o Dr. Montgomery e sua esposa Nora que passava seus dias a lamentar a perda do filho ainda bebê, uma dupla de enfermeiras mortas em 1968 por um maníaco, a atriz decadente Elizabeth Short (Mena Suvari), o garoto deformado Beau, dois garotos gêmeos mortos no porão onde Montgomery fazia seus experimentos e a própria Moira jamais conseguem se livrar da casa, passando a vagar insistentemente por seus corredores e cômodos em busca de uma redenção que não virá.
A essas almas penadas juntam-se mais tarde Hayden, a amante de Ben que é morta com um golpe de pá por Larry e que é enterrada na mesma cova onde o corpo de Moira fora jogado, e o jovem amante de Constance Travis (Michael Graziadei), morto por Hayden posteriormente.
Indiferente se os personagens estão vivos ou mortos, a série nos faz acreditar que tudo permanece perfeitamente igual para os recém-desencarnados, inclusive sua capacidade de continuar interferindo na vida dos vivos, daí a dificuldade em perceber quem já passou dessa para uma melhor (ou pior) e quem ainda está por aqui. Em nenhum momento vemos uma névoa esbranquiçada ao redor dos personagens ou seres se desvanecendo do nada. Tudo é muito real, e ajuda a nos fazer crer que a morte, afinal, não é o fim de tudo. Dessa forma vemos o Dr. Montgomery esquartejar a bela Elizabeth Short, continuando assim suas experiências bizarras mesmo depois de morto, vemos Nora e Chade confabularem para raptar os bebês gêmeos que Vivien espera, e vemos também Hayden fazer aparições sinistras para Ben e Vivien dentro da casa (mesmo enterrada sob um gazebo no jardim) e fazendo com que todos pensem que a matriarca da família Harmon está enlouquecida.
Com Violet morta após se suicidar com uma alta dosagem de medicamentos sem que seus pais desconfiem (Tate some com o corpo da menina embora seu espírito continue na história) e Vivien enlouquecida pelas aparições assustadoras dos antigos moradores da casa, cabe a Ben tentar consertar as coisas, mesmo sem saber que já é tarde demais.

Embora já tenhamos visto abordagens parecidas nos próprios filmes citados como O Iluminado e o Bebê de Rosemary e também no caso dos Os Outros, que aliás foi o primeiro a me vir na mente, American Horror Story acerta em nos manter no suspense até o fim, quando é então inevitável que tenhamos algumas respostas. Com toda a família Harmon morta, no entanto (TAM, TAM, TAAAAMM!), me parece não haver um grande plot para uma segunda temporada, visto que o propósito de estarmos acompanhando a série é ver como os três irão se sair da investida maligna dos espíritos que rondam a casa. Confesso que, apesar da ótima execução de como os fatos se deram até a morte de Ben e Vivien, eu meio que perdi o tesão em acompanhar uma série que me parece querer se tornar uma espécie de Os Fantasmas se Divertem (filme de Tim Burton), porque foi o que me pareceu no último episódio. Segundo rumores a segunda temporada me parece que irá contar a história de outra família que se muda para o lugar, mas a meu ver não terá tanta graça, uma vez que já estamos afeiçoados aos personagens que estivemos acompanhando até aqui (sim, me apaixonei pela Violet, aquela gracinha!) e que instalar um outro grupo de personagens na casa e fazê-los passar por tudo de novo vai tornar a série um tanto quanto repetitiva.

Apesar do final meio decepcionante com a morte dos Harmon, posso dizer que foi divertido acompanhar American Horror Story até aqui, só espero que os produtores saibam o que estão fazendo e que aproveitem o plot criado no último instante com o filho de Vivien se mostrando ser o anticristo (segundo a profecia do Vaticano que fala sobre o filho de um espírito com uma humana) ao matar a sua babá e arrepiar a todos com a tão conhecida trilha The Whistle, o assovio de Elle Driver em Kill Bill.
Atuações

American Horror Story conta com um seleto time de atores pouco conhecidos do grande público, excetuando, claro, Jessica Lange, atriz de sucesso que inclusive já atuou em filmes de suspense como Cabo do Medo de Martin Scorsese.
Connie Britton antes de interpretar Vivien já havia participado de filmes como A Hora do Pesadelo (refilmagem de 2010) e Colapso no Ártico, filme de terror que estrelou ao lado de Ron Pearlman (o Hellboy), além de participar de alguns episódios da série 24 Horas. Seu talento para o drama e para cenas de terror parecem ter chamado a atenção dos produtores, uma vez que em sua carreira constam bastante filmes e séries de terror ou suspense.
Outro que é pouco conhecido fora da tela da TV é Dylan McDermott, que participou apenas de filmes poucos expressivos e com papeis pequenos como em Edison - Poder e Corrupção de 2005 e em O Júri de 2003, filme estrelado por John Cusack e Rachel Weisz. Em séries para TV Dylan é mais recorrente e chegou a protagonizar Big Shots e Dark Blue antes de encarnar Ben Harmon.


A lindinha Taissa Farmiga é praticamente uma estreante, e Violet é seu segundo papel importante, tendo feito apenas um filme em toda a carreira, o desconhecido no Brasil Higher Ground, dirigido por sua irmã mais velha Vera Farmiga. Vera, pra quem não lembra, é a moça que se reveza entre o Matt Damon e o Leonardo di Caprio em Os Infiltrados e também é a mãe zelosa do filme de terror A Orfã.
Mostrando que tem talento próprio (apesar do nepotismo em começo de carreira) Taissa consegue boas atuações passando da adolescente rebelde para a menina assustada pelos espíritos em AHS e nos convence na maioria das cenas.
Pra finalizar, o garoto
Evan Peters é um dos grandes destaques da série, aparecendo muito bem em cena todas as vezes que seu personagem Tate sofre algum surto e ele precisa se transformar em um psicopata, indiferente de seu amor por Violet. Seus berros alucinados e sua cara de psicótico parecem bem reais, o que coloca o garoto como uma das grandes surpresas do elenco, após fazer participações pequenas em filmes como Kick Ass (lembra dele?) e em várias séries como House, Ghost Whisperer e O Mentalista.
Vale também a menção ao excelente Denis O'Hare (o Russel Edgington da terceira temporada de True Blood) que interpreta sem medo de ser feliz o assustador e atormentado Larry, que em nome do amor que diz sentir por Constance (Jessica Lange) comete os mais terríveis crimes, e até se deixa prender por um crime que ele (pasmém) não cometeu. Diferente da lascividade homossexual de seu personagem na série dos vampiros, O'Hare consegue nos fazer sentir até mesmo pena de Larry, que embora seja um assassino, nos convence que todas as burradas que ele fez na vida (inclusive abandonar a esposa e as filhas) foram pelo amor de Constance.
Outra que assusta em seu papel de tão bem interpretado é Frances Conroy, a Moira mais velha. Em momentos de tensão e até comoção, Conroy nos transmite todo o sofrimento que a antiga criada dos Langdon passa desde que foi morta por Constance após ser assediada pelo marido da mulher. Por vezes ameaçadora, Moira nos faz torcer para que ela encontre logo o caminho de casa (do inferno, sei lá) e pare de perturbar o pobre Ben Harmon que a vê em toda sua gostosura na pele da deliciosa Alexandra Breckenridge.
Quem também executa um bom trabalho na série é o já conhecido Zachary Quinto, que todos devem se lembrar como o Sylar de Heroes e o Spock da nova série de filmes de Jornada nas Estrelas conduzida por J.J. Abrams. Depois de morto seu personagem Chade, ganhou um humor negro característico, e suas tiradas cheias de malícia e más intenções criaram um contraponto com o mau humor da personagem de Jessica Lange. Um dos melhores diálogos entre os dois acontece quando ambos se encontram com o mesmo objetivo, que é se apossar dos bebês de Vivien, e entre uma alfinetada ou outra sobre a orientação sexual dele, os dois travam uma divertida discussão sobre quem é mais apto a cuidar das crianças: Ele por ser gay ou ela que acabou criando um filho psicopata dentro de casa.

As expectativas caíram para a segunda temporada, mas estarei lá quando mais uma vez a série for televisionada pelo canal FX, só pela curiosidade mórbida.

NAMASTE!

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