17 de fevereiro de 2012

Carnaval: Samba, Pão e Circo!



Alôôô, minha bateria!! Alôôô, minha comunidade! Chora cavaco! É carnaval, meu povo!

Está na hora da maior festa popular desse meu país varonil, e como todo mundo sabe, é o momento de vestir sua fantasia preferida, colocar o bloco na rua ou vestir seu abadá de chicleteiro e encher ainda mais o Bell de dinheiro sair pulando atrás do trio elétrico. Na TV é aquele desfile de gente pelada e purpurinada e o samba não pode parar! Alôôô, minha bateriiiiiaaa!
Já faz algum tempo que Carnaval virou sinônimo de putaria lascívia e luxúria, e em especial no Brasil, terra do “jeitinho”, onde tudo acaba em festa (ou em pizza), o negócio ferve nos três dias e três noites de Carnaval, fazendo a galera perder a linha.
Pra se ter uma ideia, nem bem inicia o ano, o governo já começa a veicular propagandas de incentivo ao uso do preservativo (como se só nessa época fosse importante!), e acaba funcionando quase como aquela campanha da bebida alcóolica: “Se for dirigir não beba e se beber não dirija”. Em tempos de Carnaval funciona mais aquela: “Cu de bêbado não tem dono, mas use camisinha”!


Em campanha de combate a doenças sexualmente transmissíveis para esse ano, a Secretaria de Saúde do Ceará, por exemplo, distribuirá cerca de 2,5 milhões de preservativos, visando em especial o público gay de 15 a 24 anos. Segundo dados divulgados, de 1998 a 2010, o percentual de casos da doença na população heterossexual nessa faixa etária caiu 20,1%. Já entre os gays da mesma faixa etária houve aumento de 10,1%, sinal de que a galera solta a franga literalmente nessa época (mas tem gente que solta o ano todo!).
Em São Paulo, mais precisamente na cidade de Itapetininga, serão distribuídos cerca de 20 mil preservativos durante as noites de Carnaval (sem distinção de orientação sexual), o que denota a preocupação da Secretaria da Saúde local com o crescimento do número de infectados com a AIDS e outras DSTs nos últimos três anos (cerca de 120 casos de HIV registrados).

Mas de onde vem toda essa vontade de chutar o pau da barraca e sair cometendo excessos, típica em época de carnaval? Onde começou essa festa “carnal” e quando foi que ela deixou de ser uma festa popular, onde o povo desfilava por seus bairros cantando marchinhas pra se tornar a nova Sodoma e Gomorra dos tempos modernos?
É hora do nosso momento Wikipedia!
(Leia o trecho a seguir com a voz do Cid Moreira):


Assim como tudo que existe, o Carnaval também se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C.. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Adotada mais tarde pela Igreja Católica em 590 d.C., a festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. O período do carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou do latim "carne vale" dando origem ao termo "carnaval".

O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas.


O Mardi Gras (que quer dizer Terça-Feira gorda do francês), por exemplo, habitual festa da cidade norte-americana de Nova Orleans, conhecida por deixar nativos e turistas em polvorosa com a troca de colares e seus favores exibicionistas (“Show me your boobs! Show me your boobs!”), é um exemplo de Carnaval comemorado pelas bandas de lá, o que prova que não é só o brasileiro que enfia o pé na jaca nessa época.


Quer dizer então que Carnaval sempre foi sinônimo de celebrações carnais e avacalhações, Rodman?
Desde os primórdios, caro padawan. Na Grécia era um culto em homenagem aos deuses pelas graças alcançadas, mais tarde se tornou um culto aos prazeres da carne, data onde era permitido todo e qualquer desprendimento social, isso até a Igreja Católica assumir o comando da bagaça e colocar, digamos assim, as coisas nos eixos, retirando a sacanagem e proibindo a parte “pecaminosa” da festa. Podia meter, mas só a cabecinha.


Depois desse período, a festa voltou a significar o que seu próprio nome já diz “carnis valles” (prazeres da carne) e no Brasil marca aquele período onde muitos costumam alegar que o país só começa mesmo a funcionar depois dele. Na Bahia então, que é Carnaval o ano inteiro, o ano não começa nunca!


Mas Rodman, você não cai na folia em Fevereiro? Não vai a nenhum baile? Não gosta de samba? É doente do pé?
Carnaval significa uma coisa pra mim: Descanso. Três dias de muito sossego onde posso colocar as ideias em dia e assistir muita série e muito filme, assim como qualquer outro feriado.
Em São Paulo tenho um carinho especial pela escola de samba Rosas de Ouro, mais por ela ser original do bairro onde nasci (Freguesia do Ó) e por ter a Ellen Roche como madrinha da bateria, aquela gostosa do que qualquer outra coisa.
Pra mim é mais como torcer por um time mesmo, mas é raro atualmente eu me dar ao trabalho de ver o desfile na TV. Se é pra dormir em frente à TV, que seja vendo algum filme iraniano!


Admiro o trabalho de design e de engenharia que é levado à avenida, e a cada ano, os artistas parecem que se superam, abrilhantando (essa palavra significa, hein, Ronnie Von!) o desfile das escolas de samba com verdadeiras obras de arte feitas de isopor e outros materiais recicláveis.
Pra isso sim eu dou nota 10.

A festa em si, essa que é regada a sexo sem compromisso, muita pegação e troca intensa de DSTs eu não sou muito fã. Eu sei que beijo na boca é coisa do passado e que a moda agora é namorar pelado, mas eu ainda sou das antigas, e não há nada como conquistar uma garota aos poucos, com palavras até porque se ela espera dinheiro ela está fodida e o bom e velho romantismo. Deve ser por isso que estou na merda!

O Brasil, pra variar, usa essa festa para jogar falcatruas para debaixo do tapete e acobertar tudo que há de errado, dando publicidade exacerbada na TV, jornais e Internet ao carnaval, não nos permitindo pensar em nada além do bundalelê. Nessas horas (res)surgem as subcelebridades carnavalescas, os gringos desembarcam para ver as “bundas” mais de perto (e depois sair espalhando que o Brasil é um país de sexo fácil, e onde as mulheres são vadias, imagem que o país REALMENTE PASSA) e o povo aproveita pra cair na gandaia, como se não houvesse amanhã.


O bom Pão e Circo, que é satisfeito com Futebol, Big Brother e Fazenda nos demais 362 dias do ano, cumpre bem o seu papel, mas Fevereiro é mês de Carnaval, e é hora de jogar a folia na cara do povo e fazê-los esquecer que o país continua chafurdando em corrupção, falta de segurança, falta de um cuidado maior com a saúde pública (e não estou falando só em distribuir camisinhas por aí) e com a falta de educação (do povo mal educado e das crianças que entram e saem das escolas sem aprender nada). Afinal, quem se importa com isso não é mesmo?
Somos um país carente de festas e seu povo tão sofrido merece continuar sendo enganado por seus governantes enquanto eles enfiam o SEU dinheiro na cueca deles e agradecem pelo voto que você, otário, deu a eles três dias de folia para esquecer de seus problemas.
Bora colocar o bloco na rua e correr atrás do trio do Jammil, afinal, sou praieiro, sou guerreiro, estou solteiro, quero mais o quê?


*Se você acha realmente que o Brasil está livre de problemas e que esse negócio de política é pra velho, NÃO CLIQUE nos links citados nas palavras Corrupção, Falta de Segurança, Saúde Pública e Falta de Educação. Vá pular seu Carnaval despreocupado!
Abaixo o melhor samba enredo de todos os tempos:



NAMASTE!

O Espetacular Homem Aranha: Reboot? Prequel? Sequência?

Dia 3 de Julho de 2012 estreia o Espetacular Homem Aranha, filme que até agora não foi declarado como uma sequência da trilogia de Sam Raimi (com Tobey Maguire no papel título) e nem se assumiu como um reboot.
Mas afinal, o que vai ser esse novo longa?
Segundo Mark Webb, o diretor da bagaça, podemos entender o Espetacular Homem Aranha como um recomeço para o herói aracnídeo nos cinemas, e que a ideia por traz disso é não permitir que os direitos do personagem voltem para a Marvel e fazer mais dinheiro com uma nova franquia aproximar mais o personagem de seus jovens fãs, aqueles mesmo que Joe Quesada, o manda-chuva da editora, pensou quando aprovou o Pacto com o Mephisto.
E aí? Essa iniciativa de reiniciar a franquia do personagem no cinema com elenco e diretor novos me agradou?
Nem um pouco.

Eu sou um fã declarado dos dois primeiros filmes da trilogia iniciada em 2002 pelo diretor Sam Raimi, um cara que como eu, era um apaixonado pelo personagem desde criança e que também havia conhecido o personagem por um gibi de seu irmão.
Fui assistir ao primeiro filme no cinema e fora indescritível a sensação de estar vendo pela primeira vez meu herói de infância na telona, saltando pelos prédios, escalando paredes e soltando sua teia.

À princípio tudo era mágico. Vibrei junto com Peter Parker ao vê-lo subir pelas paredes pela primeira vez ao descobrir seus poderes, quando ele soltou sua teia e quando ele se deslocou pela cidade de Nova York em busca do assassino do Tio Ben.
Era como a realização de um sonho ver o Homem Aranha, enfim, no cinema em live action e essa forma de ver o primeiro filme é que acabou fazendo com que eu criasse um vínculo afetivo com ele, e o que me faz resistir à ideia de que tudo vai ter um novo começo e que vão mudar a história de novo.

O fato é que, a forma como o terceiro filme de Raimi fora conduzido (embora tenha sido o que mais faturou dos três), todos os problemas que ocorreram na produção, divergências de ideias entre o diretor e a produtora e a má recepção do público, impossibilitaram que houvesse um Homem Aranha 4, e a Sony (detentora dos direitos do personagem para o cinema) achou melhor demitir Raimi, Maguire e Kirsten Dunst e começar tudo de novo, do zero.
Por outro lado, na Warner/DC, ocorreu a mesma coisa com o Batman, que chegou ao fundo do poço qualitativamente falando com o sofrível Batman & Robin de Joel Schumacher mas que conseguiu renascer das cinzas com Christopher Nolan e seu Batman Begins, anos mais tarde.

Conseguirá Webb triunfar onde Raimi fracassou tal qual Nolan com relação a Schumacher?
Ainda é cedo pra dizer, mas a meu ver, O Espetacular Homem Aranha está tão subestimado por mim quanto estava Batman Begins na época de sua estreia.
As pressões do estúdio fizeram com que Raimi enxertasse vários elementos que ele, publicamente, já havia declarado que não gostava (Venom, por exemplo) e na busca obsessiva em fazer muitos milhões, a Sony não deixou que Homem Aranha 3 fosse como o diretor queria à princípio (pelo menos é nisso que todo mundo quer acreditar). O resultado?
Uma vergonha alheia de dar dó disfarçada de filme do Homem Aranha.
Em O Espetacular Homem Aranha, estrelado dessa vez por Andrew Garfield, ator de 28 anos, alguns conceitos serão reformulados, como a inserção dos velhos disparadores de teia (com Raimi a teia do Aranha era orgânica) e, aparentemente, uma participação mais palatável dos pais de Peter Parker na história.

Nos quadrinhos, Richard e Mary Parker eram espiões americanos que morreram em um acidente de avião, deixando o pequeno Peter para ser criado pelo irmão de Richard, Ben e sua esposa May.
Alguns anos mais tarde, chegou-se a utilizar o plot "espionagem" em retcons que fizeram com que os pais de Peter trabalhassem no passado até com Logan, antes dele se tornar Wolverine, em uma história desenhada pelo Romitão.
Pouco antes da Saga do Clone, Richard e Mary retornaram, alegando que a história de sua morte era um engano, porém, tudo não passava de um plano "muito bem" engendrado pelo Camaleão, a mando de Harry Osborn.

Como isso será retratado no novo filme, ainda é um mistério, mas vemos um vislumbre disso no trailer veiculado recentemente.
O vilão da vez é o Lagarto, cuja aparência ainda era um segredo, até que algumas imagens de bonecos (ou action figures) acabaram entregando o visual do personagem, que mais está parecendo o Crocodilo, vilão do Batman.

Curiosamente, a Sony e os roteiristas decidiram usar o vilão que era o mais óbvio da trilogia de Sam Raimi, já que o Doutor Connors (vivido pelo ator Dylan Baker) estava na história desde o primeiro filme e nunca fora usado como antagonista do Aranha. Dessa vez, Curt Connors será vivido por Rhys Ifans e cabe agora aos fãs aguardarem como será o desenvolvimento do personagem no filme.
Confesso que estava de má vontade com esse filme e nem estava muito preocupado em vê-lo nos cinemas (talvez esperasse ver em DVD), mas duas coisas me fizeram pensar melhor e resolvi dar uma chance.
A primeira, foi a participação de Andrew Garfield na Comic-Con de 2011, em que o ator surgiu no palco vestido com uma fantasia tosca de Homem Aranha e que se mostrou nervoso e emocionado em estar ali como mais um fã.


Muito do que ele disse diante do pessoal que o assistia fez com que eu me identificasse, e sua paixão pelo personagem ficou bem clara em suas palavras:
"Esse deve ser o dia mais incrível da minha vida. Eu sempre quis vir na Comic-Con, no Hall H, como Homem-Aranha. Esse sempre foi meu sonho. Então muito obrigado por me receberem. Vocês não tem idéia do que isso significa pra mim. Eu sempre quis vir aqui como um fã, e essa é a minha primeira vez, então aqui estou, como um fã. Eu só queria falar algumas coisas. Eu vou apresentar esse painel, de o Espetacular Homem-Aranha. Stan Lee disse que o motivo pelo qual o Aranha é tão popular é porque todo mundo consegue se identificar com ele, e eu concordo. Eu precisava do Aranha na minha vida quando eu era criança, e ele me deu esperança. Em cada quadrinho que eu lia, ele estava vivendo a minha fantasia e de todo moleque magrelo de ser forte, livre do corpo em que nasceu, e ter aquela sensação de praticamente voar. E ao receber o seu poder, ao invés de se corromper, ele o usou para o bem. E eu acho que todos nós queremos ter a coragem de nos defendermos, defender as pessoas que amamos, ou um estranho que está sendo maltratado, e Peter Parker me ensinou a ser mais forte. Ele me fez, Andrew, mais corajoso. Ele me fez acreditar que fazer a coisa certa vale a pena. Vale o esforço, a dor, até as lágrimas, machucados e o sangue.E , e, e eu não poderia estar aqui na frente de vocês hoje sem a sensação de que o Homem-Aranha está aqui, com a mão no meu ombro, me assegurando que eu não caia e me machuque. Ele inspirou inúmeras pessoas: garotos, garotas, homens, mulheres, todos nós e ele salvou vidas. Ele salvou a minha vida. E eu devo isso ao Cabeça de Teia, e ao Stan The Man...".


O cara citou Stan Lee, disse que espelhava sua vida na de Peter Parker e que o Aranha era o símbolo do que ele queria ser, e há muito de mim mesmo nessas palavras. Embora eu visse o Superman como o herói máximo, o símbolo da destreza e da força, era com o Aranha que eu me identificava mais na infância, por ser igualmente magrelo, tímido, fracassado nos esportes e desprovido de sorte. Nesse momento, Garfield ganhou muitos pontos comigo, embora suas primeiras fotos divulgadas como o personagem, com aqueles trajes meio de mendigo, corte de cabelo do PC Siqueira e skate tenham me criado uma visão negativa acerca do ator à primeira vista.



"Esse merda não tem nada de Peter Parker".
Na época do lançamento do primeiro filme eu achava Tobey Maguire a cara do personagem. Ele tinha feição de idiota, agia como idiota, mas passava firmeza quando seu Peter Parker precisava demonstrar uma atitude mais heróica (a cena do trem no 2º filme ainda é imbatível).
Hoje alguns acusam que Tobey Maguire estava "bombado" demais para ser o Aranha e que a versão mais filé de borboleta de Andrew Garfield faz mais jus ao personagem.


Eu discordo, até porque as primeiras versões que conheci do Aranha nos quadrinhos eram mais troncudas, desenhadas por John Romita Sr e depois imitadas por seu filho Romitinha. Claro que se pensarmos nos desenhos de Steve Ditko e mais tarde nos de Ron Frenz, realmente o Aranha devia ser um magricela mesmo, mas a meu ver, o físico de Maguire não o destoava tanto assim do personagem.
A segunda coisa que me fez pensar melhor sobre o novo filme, foi seu segundo trailer, que conseguiu me convencer a ver a bagaça na semana de estreia:

O trailer é bem movimentado, e a montagem deu aquele ar de aventura, que era tão característico nos filmes de Raimi, o que me despertou uma vontade, que até então não existia, em ver o filme.
Em Julho estarei lá para conferir a empreitada de Mark Webb, e voltarei aqui para resenhar o filme seja ele bom ou uma bomba a nível Elektra ou Motoqueiro Fantasma.
Além de Garfield e Rhys Ifans, também estão no elenco Martin Sheen como Tio Ben, Sally Field como Tia May e Emma Stone como Gwen Stacy.
E que Stan Lee nos proteja de mais uma vergonha alheia com o Aranha. O personagem já sofreu demais em mãos inescrupulosas, tomara que ele escape de mais uma!

NAMASTE!

15 de fevereiro de 2012

Galeria do Rodman #6

Na época em que eu desenhava com mais frequência, raramente eu fugia do filão personagens de quadrinhos, mas quando ousava, gostava de desenhar rostos de pessoas para praticar os detalhes como sombreamento, marcas de expressão (porque não dizer rugas também) e em especial os olhos. Eu sempre gostei de desenhar e pintar olhos.
Folheando uma edição velha de carros do meu irmão, certa vez, me deparei com uma foto de página inteira do campeão de Fórmula 1 Ayrton Senna e uma matéria sobre o acidente que o tirou das pistas para sempre no fatídico dia 1º de Maio de 1994. Na ocasião já se faziam dez anos de sua morte, e pensei porque não podia fazer uma homenagem àquele que foi o ídolo do esporte, assim como Pelé, para muitas pessoas, e cara que representava toda a determinação e garra que sempre fora necessário nesse tipo de profissão onde sua própria vida é arriscada a cada corrida. Realmente valia a pena fazer uma singela homenagem, e então comecei a desenhar.

Esse desenho, assim como os demais da Galeria, foi feito todo a mão, com lápis HB e 2B, sem hachuras ou qualquer outro acabamento. Gostava de fazer o detalhamento ainda com o lápis de cor preto, com o qual contornava algumas partes do rosto como os olhos e as sobrancelhas, e terminava primeiro os cabelos para só então começar a texturizar a pele.
Sombreamento pronto, eu passava uma camada bem leve de lápis de cor marrom e já trabalhava o volume do nariz, bochechas e pálpebras, forçando um pouco a ponta. Sempre detestei aquela cor de burro quando foge meio bege da caixa de lápis que o pessoal na escola costumava usar para pintar pele, então optava por aquele rosa salmão mais claro, misturando-o com o próprio marrom. Mais tarde só usava o rosa para aumentar o brilho das partes volumosas do rosto, e trabalhava o desenho quase todo com os tons de marrom da caixa de 36 cores.

Todo o trabalho de pintura costumava levar de dois a quatro dias para ser terminado. Desenhistas, mesmo os aspirantes e pretensos, costumam ficar aperfeiçoando sua arte, sempre mexendo em um retoque aqui ou ali, por isso, dá a impressão que a merda do desenho nunca fica pronto. Na verdade nós não teminamos NENHUM desenho, nós nos livramos dele quando achamos que se mexer mais vai acabar ficando pior do que já está.

Nessa época eu ainda não trabalhava com nanquim, portanto fazia alguns detalhes, como fios de cabelo, com caneta esferográfica mesmo.
No Photoshop só retoquei mesmo as sombras e alguns aspectos de brilho que me incomodavam, mas basicamente mantive como o original.

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Em 2014 já serão vinte anos da morte do ídolo das pistas, e será que até lá surgirá algum piloto brasileiro com a mesma garra e determinação que Senna tinha e com o qual ele conquistou três campeonatos?
Seu sobrinho Bruno Senna já segue seus passos, agora na equipe em que o tio faleceu, a Willians, quem sabe seja ele o responsável por honrar, enfim, o nome e o símbolo de Ayrton nos autódromos pelo mundo, e fazer tremular a bandeira do Brasil mais uma vez após as vitórias?
Fica a Torcida.

Toca o Tema da Vitória aí!!




Ayrton! Ayrton! Ayrton Senna do Brasil!!

NAMASTE!

8 de fevereiro de 2012

SOPA, PIPA, ACTA e a WWW (World War Web)

Quem diria que sobreviveríamos para presenciar em nossos browsers, diante de nossas telas de LCD aquilo que quase se tornou a primeira WWW (World War Web)!
Por muito pouco, dois projetos de lei criados nos Estados Unidos, o SOPA (Stop Online Piracy Act) e o PIPA (Protect IP Act) quase colocaram abaixo a Rede Mundial de Computadores durante as primeiras semanas de 2012, movimentando nerds e usuários regulares de Internet em todo o mundo a protestarem pelo direito de utilização livre da web. Se os projetos fossem aprovados, seria uma questão de tempo até que sites que disponibilizam conteúdo, digamos, não autorizado, estivessem fora do ar (incluindo este em que você está lendo isto!), impossibilitando milhões de usuários de fazer aquele download nosso de cada dia.

Pense naquela série que você assiste direto de seu computador, sentado confortavelmente em sua cadeira enquanto bebe sua Smirnoff Ice e come um Fandangos. Num belo dia você acordaria, ligaria seu PC e entraria naquele site onde você costuma baixar sua série favorita, e o que ia ver na tela, em vez daquela barrinha verde carregando seu arquivo gratuitamente para seu HD, seria uma imagem do FBI, alegando que o que você está tentando fazer infringe a lei de direitos autorais da indústria cinematográfica, televisiva ou o raio que o parta.

Seria algo como o fim do mundo, não?
Pois é. Foi mais ou menos isso que quase aconteceu.

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O primeiro golpe foi dado contra o site (que acabou se tornando um verdadeiro conglomerado) Megaupload (chamado de “Mega Conspiração” por seus detratores), de propriedade do alemão Kim Schmitz, preso na Nova Zelândia em sua própria casa por “crimes” de concessão de direitos autorais de terceiros. Segundo a divulgação do FBI, Schmitz possuía uma verdadeira fortaleza, onde ele guardava além de automóveis milionários, obras de arte e até armas, tudo isso graças a seu site e seus derivados.

Com a queda do Megaupload e outros sites de compartilhamento de conteúdo, vieram os protestos daqueles que começaram a se sentir lesados, e o grupo Anonymous, famoso na rede por intervir contra o cerceamento da liberdade na web, acabou derrubando na noite do dia 18 de Janeiro o site do FBI, de empresas fonográficas como a Sony e de cartões de crédito como a VISA, através de acessos múltiplos conhecidos como DDoS (Distributed Denial-of-Service), algo como um ataque de negação de serviço que faz com que o servidor onde o site está hospedado ceda após vários acessos seguidos e saia do ar por algum tempo.


Na Internet, os caras do Anonymous aparecem em seus vídeos “institucionais” com a máscara do Guy Fawkes (a mesma usada em V de Vingança, a HQ de Alan Moore), que originalmente foi um revolucionário inglês que pretendia derrubar o rei protestante Jaime I explodindo o Parlamento do Reino Unido. Trocando em miúdos, quem usa essa máscara, assim como o personagem de Moore, está querendo “tocar o terror” em alguma organização grande, e quer causar anarquia em prol daquilo que acha que é certo. Quer causar revolução.


Na madrugada do dia 18, o grupo Anonymous postou várias mensagens no Twitter dizendo que aquela seria "uma noite divertida e engraçada", se referindo aos ataques aos sites do FBI, Sony e VISA, em retaliação à derrubada do Megaupload.

Peraí, Rodman. Então quer dizer que o Alan Moore é quem incitou os caras do Anonymous a atacarem o FBI e declarar guerra ao sistema totalitário e a autoritário estado-unidense? É isso?? Malditos Yankees!!

Não, sua mula! O escritor barbudo não tem nada a ver com esses ataques, e é importante separar ficção de realidade.

Mas Rodman, todo esse auê é só porque alguns usuários não vão mais poder baixar seus episódios de Fringe, Alcatraz ou Supernatural?

Na verdade, a ação do SOPA, do PIPA, do Europeu ACTA (Anti-Conterfeiting Trade Agreement) e da brasileira Lei Azeredo, começaria de mansinho, o que muitos acreditam que se tornaria um imenso e irreversível autoritarismo da web, que não ia nos permitir divulgar ou compartilhar nada que não fosse de nossa própria autoria em blogs, redes sociais ou sites de terceiros. Até mesmo aquele compartilhamento de piadinhas e memes pelo Facebook que tanto a molecada gosta de fazer, ou a indicação de links pelo Twitter, seria taxado como infração a um sem número de leis, o que tornaria inúteis as redes sociais.

Dá pra ir além. Se você quisesse compartilhar uma foto sua, tirada por sua câmera em seu quarto ou na cozinha, em frente ao espelho, e ao fundo aparecer alguma marca de televisão, de computador ou de, sei lá, geladeira, você não poderia postar essa foto. Dá pra acreditar?

Pois é.

Esses projetos de lei iam acabar engessando toda e qualquer ação que costumeiramente o usuário comum executa na web, como fazer uploads de arquivos, downloads de filmes, séries, músicas, programas utilitários e revistas. Seria impossível pegar qualquer conteúdo na Internet da forma como fazemos livremente hoje em dia, e se caso houvesse algum site que disponibilizasse esse tipo de arquivo digital, não seria gratuito, claro.

OK. Acho que o público médio, esse que consome realmente produtos como DVD, Blu-Ray, revistas e programas originais de computador podem sobreviver não podendo mais baixar nada de forma gratuita na Internet. Como colecionador, eu adoro comprar DVDs de meus filmes preferidos e ainda abarroto caixas de HQs, mas teria que abrir mão daquele filme de qualidade duvidosa que eu não compraria o DVD e nem tampouco veria na TV, uma vez que não poderia mais baixa-lo. Posso viver sem isso? Posso. Mas e quanto à privacidade na rede?

Ah, mas Rodman, no meu e-mail ninguém mexe. Ninguém sabe sobre aqueles e-mails com fotos da Playboy que meus colegas me mandam!!
Ledo engano, caro padawan.

Sabemos que hoje em dia os e-mails pessoais e nossos HDs são nossa única forma de privacidade no que se refere a conteúdo digital, já que todo o resto as pessoas costumam sair espalhando por aí pelo Facebook e pelo Orkut. Mas o que aconteceria se, esses mesmos caras que tentaram sancionar essas leis, tivessem total liberdade para invadir seu e-mail, hackear seu IP, controlar o tráfego de pacotes do que circula em seu computador e bloquear tudo o que fosse considerado “ilegal”, como acontece em países como a China, por exemplo?


Claro, não sou ingênuo de imaginar que isso já não possa acontecer hoje em dia, nesse momento, mas gosto da sensação de que tenho algo de particular guardado comigo como vídeos e fotos de família, e que ninguém tem o direito de invadir esse meu mundinho. OK. Eu sou um sonhador!
Com SOPA, PIPA, ACTA e a Lei Azeredo sancionadas e ativas, nada na Internet seria território seguro, e você estaria em um enorme Big Brother (não o programa da Globo, seu boçal), vigiado a cada passo que desse na “super rodovia da informação”, e censurado a cada tentativa de escapulir do regime ditatorial imposto por aqueles que não querem mais perder dinheiro com nossos downloads gratuitos.
É absurdo, mas seria assim.
Mas quem apoiou esses projetos de lei?

Grandes corporações como a Disney (e aí podemos englobar os canais de TV por assinatura, os estúdios, a PIXAR e até a MARVEL!), Universal Music, Time Warner e CBS se mostraram a favor da criação de leis que limitassem o que se pode “consumir” na Internet. Algumas das empresas citadas até colaboraram com senadores e deputados americanos que desenvolveram esses projetos e o motivo é só um: Perda de grana.

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Quando baixamos um filme ou mesmo uma música em MP3, em geral não pensamos muito em como aquele ato pode estar prejudicando os responsáveis por criarem o material. Claro que as indústrias do entretenimento são bilionárias e você chega a pensar “Ah, o que um ‘downloadezinho’ vai fazer?”, mas agora pense em larga escala. Você, o seu vizinho, os vizinhos do vizinho, os vizinhos das cidades vizinhas, dos estados vizinhos e dos países vizinhos também estão fazendo a mesma coisa, e o que é pior (ou melhor, no nosso caso!), sem pagar nada por isso!
Ah, mas eu pago a minha Internet!”
Sim, mas quanto do que você paga pra ter Internet em casa você acha que é direcionado para a Disney, quando você baixou Enrolados ou pra Sony quando você fez o download de um CD inteiro da Beyoncé?

As empresas estão erradas em reivindicar os direitos de propriedade sobre o produto que eles lançam e que nós pegamos “de grátis” graças a caras como Kim Schmitz?
Não, não estão.
Kim Schmitz é o deus do download e nós devemos organizar uma força-tarefa para livrá-lo das garras malévolas do governo norte-americano e exaltá-lo em praça pública?
Não. O cara não é nenhum Messias da Informação e ninguém fica milionário dessa forma sem sujar um pouco das mãos.
Nós somos culpados, piratas sujos que nos apropriamos de bens alheios e que não queremos pagar por nada que consumimos?
Não exatamente. Há aqueles que mesmo depois de baixar um arquivo ainda fazem questão de ter o original por questão de coleção. Eu fiz isso com a sexta temporada de LOST. Baixei os episódios logo que eles eram colocados no ar, e quando a série acabou eu ainda comprei o box com todos os episódios na loja e tenho em minha coleção. Qual o problema?
Mas então quem está certo? Nós ou as grandes corporações?
Difícil dizer.

Devemos combater essas leis que ameaçam proibir tudo que fazemos livremente na Internet e não somente reclamar porque sua coleção de download daqueles filmes que você nem quer assistir vai ficar desfalcada. O buraco é muito mais embaixo, e ameaça até mesmo aquela privacidade que você acha que tem em sua casa e com o que você tem guardado em seu HD. Se SOPA, PIPA e ACTA passarem (lembrando que elas não foram extintas, só estão, segundo Lamar Smith, um dos idealistas do projeto, “suspensas até que haja um amplo acordo sobre uma solução”) nada mais será como antes, estaremos sob o controle das corporações que (acham que) mandam no mundo livre da Internet e uma vez aprovadas essas leis, não vai adiantar chorar pelo leite derramado ou rezar para que o Santo Anonymous nos livre desse mal.

* Se esses projetos de lei já tivessem sido aprovados, eu estaria sendo preso agora pela quantidade de imagens, referências e citações a obras e a imagem de terceiros que inseri nesse post.

NAMASTE!

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