17 de fevereiro de 2012
Carnaval: Samba, Pão e Circo!
O Espetacular Homem Aranha: Reboot? Prequel? Sequência?
Segundo Mark Webb, o diretor da bagaça, podemos entender o Espetacular Homem Aranha como um recomeço para o herói aracnídeo nos cinemas, e que a ideia por traz disso é
E aí? Essa iniciativa de reiniciar a franquia do personagem no cinema com elenco e diretor novos me agradou?
Nem um pouco.
"Esse deve ser o dia mais incrível da minha vida. Eu sempre quis vir na Comic-Con, no Hall H, como Homem-Aranha. Esse sempre foi meu sonho. Então muito obrigado por me receberem. Vocês não tem idéia do que isso significa pra mim. Eu sempre quis vir aqui como um fã, e essa é a minha primeira vez, então aqui estou, como um fã. Eu só queria falar algumas coisas. Eu vou apresentar esse painel, de o Espetacular Homem-Aranha. Stan Lee disse que o motivo pelo qual o Aranha é tão popular é porque todo mundo consegue se identificar com ele, e eu concordo. Eu precisava do Aranha na minha vida quando eu era criança, e ele me deu esperança. Em cada quadrinho que eu lia, ele estava vivendo a minha fantasia e de todo moleque magrelo de ser forte, livre do corpo em que nasceu, e ter aquela sensação de praticamente voar. E ao receber o seu poder, ao invés de se corromper, ele o usou para o bem. E eu acho que todos nós queremos ter a coragem de nos defendermos, defender as pessoas que amamos, ou um estranho que está sendo maltratado, e Peter Parker me ensinou a ser mais forte. Ele me fez, Andrew, mais corajoso. Ele me fez acreditar que fazer a coisa certa vale a pena. Vale o esforço, a dor, até as lágrimas, machucados e o sangue.E , e, e eu não poderia estar aqui na frente de vocês hoje sem a sensação de que o Homem-Aranha está aqui, com a mão no meu ombro, me assegurando que eu não caia e me machuque. Ele inspirou inúmeras pessoas: garotos, garotas, homens, mulheres, todos nós e ele salvou vidas. Ele salvou a minha vida. E eu devo isso ao Cabeça de Teia, e ao Stan The Man...".
"Esse merda não tem nada de Peter Parker".
Eu discordo, até porque as primeiras versões que conheci do Aranha nos quadrinhos eram mais troncudas, desenhadas por John Romita Sr e depois imitadas por seu filho Romitinha. Claro que se pensarmos nos desenhos de Steve Ditko e mais tarde nos de Ron Frenz, realmente o Aranha devia ser um magricela mesmo, mas a meu ver, o físico de Maguire não o destoava tanto assim do personagem.
15 de fevereiro de 2012
Galeria do Rodman #6
Em 2014 já serão vinte anos da morte do ídolo das pistas, e será que até lá surgirá algum piloto brasileiro com a mesma garra e determinação que Senna tinha e com o qual ele conquistou três campeonatos?
Seu sobrinho Bruno Senna já segue seus passos, agora na equipe em que o tio faleceu, a Willians, quem sabe seja ele o responsável por honrar, enfim, o nome e o símbolo de Ayrton nos autódromos pelo mundo, e fazer tremular a bandeira do Brasil mais uma vez após as vitórias?
Ayrton! Ayrton! Ayrton Senna do Brasil!!
8 de fevereiro de 2012
SOPA, PIPA, ACTA e a WWW (World War Web)
Pense naquela série que você assiste direto de seu computador, sentado confortavelmente em sua cadeira enquanto bebe sua Smirnoff Ice e come um Fandangos. Num belo dia você acordaria, ligaria seu PC e entraria naquele site onde você costuma baixar sua série favorita, e o que ia ver na tela, em vez daquela barrinha verde carregando seu arquivo gratuitamente para seu HD, seria uma imagem do FBI, alegando que o que você está tentando fazer infringe a lei de direitos autorais da indústria cinematográfica, televisiva ou o raio que o parta.
Seria algo como o fim do mundo, não?
Pois é. Foi mais ou menos isso que quase aconteceu.
O primeiro golpe foi dado contra o site (que acabou se tornando um verdadeiro conglomerado) Megaupload (chamado de “Mega Conspiração” por seus detratores), de propriedade do alemão Kim Schmitz, preso na Nova Zelândia em sua própria casa por “crimes” de concessão de direitos autorais de terceiros. Segundo a divulgação do FBI, Schmitz possuía uma verdadeira fortaleza, onde ele guardava além de automóveis milionários, obras de arte e até armas, tudo isso graças a seu site e seus derivados.
Com a queda do Megaupload e outros sites de compartilhamento de conteúdo, vieram os protestos daqueles que começaram a se sentir lesados, e o grupo Anonymous, famoso na rede por intervir contra o cerceamento da liberdade na web, acabou derrubando na noite do dia 18 de Janeiro o site do FBI, de empresas fonográficas como a Sony e de cartões de crédito como a VISA, através de acessos múltiplos conhecidos como DDoS (Distributed Denial-of-Service), algo como um ataque de negação de serviço que faz com que o servidor onde o site está hospedado ceda após vários acessos seguidos e saia do ar por algum tempo.
Na Internet, os caras do Anonymous aparecem em seus vídeos “institucionais” com a máscara do Guy Fawkes (a mesma usada em V de Vingança, a HQ de Alan Moore), que originalmente foi um revolucionário inglês que pretendia derrubar o rei protestante Jaime I explodindo o Parlamento do Reino Unido. Trocando em miúdos, quem usa essa máscara, assim como o personagem de Moore, está querendo “tocar o terror” em alguma organização grande, e quer causar anarquia em prol daquilo que acha que é certo. Quer causar revolução.
Na madrugada do dia 18, o grupo Anonymous postou várias mensagens no Twitter dizendo que aquela seria "uma noite divertida e engraçada", se referindo aos ataques aos sites do FBI, Sony e VISA, em retaliação à derrubada do Megaupload.
Peraí, Rodman. Então quer dizer que o Alan Moore é quem incitou os caras do Anonymous a atacarem o FBI e declarar guerra ao sistema totalitário e a autoritário estado-unidense? É isso?? Malditos Yankees!!
Não, sua mula! O escritor barbudo não tem nada a ver com esses ataques, e é importante separar ficção de realidade.
Mas Rodman, todo esse auê é só porque alguns usuários não vão mais poder baixar seus episódios de Fringe, Alcatraz ou Supernatural?
Na verdade, a ação do SOPA, do PIPA, do Europeu ACTA (Anti-Conterfeiting Trade Agreement) e da brasileira Lei Azeredo, começaria de mansinho, o que muitos acreditam que se tornaria um imenso e irreversível autoritarismo da web, que não ia nos permitir divulgar ou compartilhar nada que não fosse de nossa própria autoria em blogs, redes sociais ou sites de terceiros. Até mesmo aquele compartilhamento de piadinhas e memes pelo Facebook que tanto a molecada gosta de fazer, ou a indicação de links pelo Twitter, seria taxado como infração a um sem número de leis, o que tornaria inúteis as redes sociais.
Dá pra ir além. Se você quisesse compartilhar uma foto sua, tirada por sua câmera em seu quarto ou na cozinha, em frente ao espelho, e ao fundo aparecer alguma marca de televisão, de computador ou de, sei lá, geladeira, você não poderia postar essa foto. Dá pra acreditar?
Pois é.
Esses projetos de lei iam acabar engessando toda e qualquer ação que costumeiramente o usuário comum executa na web, como fazer uploads de arquivos, downloads de filmes, séries, músicas, programas utilitários e revistas. Seria impossível pegar qualquer conteúdo na Internet da forma como fazemos livremente hoje em dia, e se caso houvesse algum site que disponibilizasse esse tipo de arquivo digital, não seria gratuito, claro.
OK. Acho que o público médio, esse que consome realmente produtos como DVD, Blu-Ray, revistas e programas originais de computador podem sobreviver não podendo mais baixar nada de forma gratuita na Internet. Como colecionador, eu adoro comprar DVDs de meus filmes preferidos e ainda abarroto caixas de HQs, mas teria que abrir mão daquele filme de qualidade duvidosa que eu não compraria o DVD e nem tampouco veria na TV, uma vez que não poderia mais baixa-lo. Posso viver sem isso? Posso. Mas e quanto à privacidade na rede?
Ah, mas Rodman, no meu e-mail ninguém mexe. Ninguém sabe sobre aqueles e-mails com fotos da Playboy que meus colegas me mandam!!
Ledo engano, caro padawan.
Sabemos que hoje em dia os e-mails pessoais e nossos HDs são nossa única forma de privacidade no que se refere a conteúdo digital, já que todo o resto as pessoas costumam sair espalhando por aí pelo Facebook e pelo Orkut. Mas o que aconteceria se, esses mesmos caras que tentaram sancionar essas leis, tivessem total liberdade para invadir seu e-mail, hackear seu IP, controlar o tráfego de pacotes do que circula em seu computador e bloquear tudo o que fosse considerado “ilegal”, como acontece em países como a China, por exemplo?
Claro, não sou ingênuo de imaginar que isso já não possa acontecer hoje em dia, nesse momento, mas gosto da sensação de que tenho algo de particular guardado comigo como vídeos e fotos de família, e que ninguém tem o direito de invadir esse meu mundinho. OK. Eu sou um sonhador!
Com SOPA, PIPA, ACTA e a Lei Azeredo sancionadas e ativas, nada na Internet seria território seguro, e você estaria em um enorme Big Brother (não o programa da Globo, seu boçal), vigiado a cada passo que desse na “super rodovia da informação”, e censurado a cada tentativa de escapulir do regime ditatorial imposto por aqueles que não querem mais perder dinheiro com nossos downloads gratuitos.
É absurdo, mas seria assim.
Mas quem apoiou esses projetos de lei?
Grandes corporações como a Disney (e aí podemos englobar os canais de TV por assinatura, os estúdios, a PIXAR e até a MARVEL!), Universal Music, Time Warner e CBS se mostraram a favor da criação de leis que limitassem o que se pode “consumir” na Internet. Algumas das empresas citadas até colaboraram com senadores e deputados americanos que desenvolveram esses projetos e o motivo é só um: Perda de grana.
Quando baixamos um filme ou mesmo uma música em MP3, em geral não pensamos muito em como aquele ato pode estar prejudicando os responsáveis por criarem o material. Claro que as indústrias do entretenimento são bilionárias e você chega a pensar “Ah, o que um ‘downloadezinho’ vai fazer?”, mas agora pense em larga escala. Você, o seu vizinho, os vizinhos do vizinho, os vizinhos das cidades vizinhas, dos estados vizinhos e dos países vizinhos também estão fazendo a mesma coisa, e o que é pior (ou melhor, no nosso caso!), sem pagar nada por isso!
“Ah, mas eu pago a minha Internet!”
Sim, mas quanto do que você paga pra ter Internet em casa você acha que é direcionado para a Disney, quando você baixou Enrolados ou pra Sony quando você fez o download de um CD inteiro da Beyoncé?
As empresas estão erradas em reivindicar os direitos de propriedade sobre o produto que eles lançam e que nós pegamos “de grátis” graças a caras como Kim Schmitz?
Não, não estão.
Kim Schmitz é o deus do download e nós devemos organizar uma força-tarefa para livrá-lo das garras malévolas do governo norte-americano e exaltá-lo em praça pública?
Não. O cara não é nenhum Messias da Informação e ninguém fica milionário dessa forma sem sujar um pouco das mãos.
Nós somos culpados, piratas sujos que nos apropriamos de bens alheios e que não queremos pagar por nada que consumimos?
Não exatamente. Há aqueles que mesmo depois de baixar um arquivo ainda fazem questão de ter o original por questão de coleção. Eu fiz isso com a sexta temporada de LOST. Baixei os episódios logo que eles eram colocados no ar, e quando a série acabou eu ainda comprei o box com todos os episódios na loja e tenho em minha coleção. Qual o problema?
Mas então quem está certo? Nós ou as grandes corporações?
Difícil dizer.
Devemos combater essas leis que ameaçam proibir tudo que fazemos livremente na Internet e não somente reclamar porque sua coleção de download daqueles filmes que você nem quer assistir vai ficar desfalcada. O buraco é muito mais embaixo, e ameaça até mesmo aquela privacidade que você acha que tem em sua casa e com o que você tem guardado em seu HD. Se SOPA, PIPA e ACTA passarem (lembrando que elas não foram extintas, só estão, segundo Lamar Smith, um dos idealistas do projeto, “suspensas até que haja um amplo acordo sobre uma solução”) nada mais será como antes, estaremos sob o controle das corporações que (acham que) mandam no mundo livre da Internet e uma vez aprovadas essas leis, não vai adiantar chorar pelo leite derramado ou rezar para que o Santo Anonymous nos livre desse mal.
* Se esses projetos de lei já tivessem sido aprovados, eu estaria sendo preso agora pela quantidade de imagens, referências e citações a obras e a imagem de terceiros que inseri nesse post.
NAMASTE!
6 de fevereiro de 2012
A Arte do Insulto dos Politicamente Incorretos
Desde Setembro de 2011 fora do ar por causa de uma piada infeliz sobre a cantora Wanessa Camargo e seu, na ocasião, vindouro filho, o comediante (humorista, “estandaper”) Rafinha Bastos, que na época aparecia duas vezes por semana na Band, na bancada do CQC e em uma pegada mais jornalística às terças-feiras no comando de A Liga, parece ainda estar vivendo seu inferno astral; Alvo de vários processos e ainda tendo seu DVD A Arte do Insulto, proibido de ser vendido em lojas em decorrência de uma piada (outra vez infeliz) sobre seu pênis e a APAE.
Sempre achei de mau gosto piadas ou brincadeirinhas sobre pessoas que apresentam algum tipo de doença genética ou deformidades físicas e/ou mentais, e acho que devo isso ao tipo de educação que tive na infância, ou o medo que me botavam quando ameaçava sacanear alguém visto como excepcional. “Não fala assim de quem tem Síndrome de Down. Deus castiga!” ou então a célebre “Um dia você vai ter filho. Vai que ele nasce assim também!”. Seja como for, isso se tornou uma verdade para mim, e desde então eu não faço brincadeiras com pessoas especiais e nem tampouco me sinto à vontade ouvindo alguém contar alguma piada sobre. E sim, eu me senti desconfortável com a piada do Rafinha quando assisti seu DVD, mas quem disse que só por isso eu posso me sentir no direito de processar o cara? Ninguém me obrigou a ver o vídeo!
Entre comer a mãe e seu bebê e usar camisinhas retardantes, está novamente o politicamente correto, um fantasma que, disfarçado de “defensor da moral e dos bons costumes” vem assombrando a maioria dos humoristas, engessando-os e fazendo com eles tomem mais cuidado com o que falam na TV, nas redes sociais e até mesmo em seus shows fechados, temerosos de tomar um processo nas costas. Processos, aliás, que devem estar deixando a comunidade de advogados em polvorosa, vendo a fonte mais do que rentável que podem ter em mãos.
No caso de Wanessa, seu bebê, Rafinha e seu afastamento da TV, o que rolou foi mais uma sucessão de interesses envolvendo patrocinadores do programa CQC, o Sr. Ronaldo Nazário e o marido da cantora, o empresário Marcus Buaiz, amigo pessoal de Ronaldo e parceiro de negócios. Claro (e aqui o trocadilho da palavra não foi proposital!) que a corda acabou arrebentando para o lado do mais fraco. Rafinha saiu do CQC e meu interesse (e o de muitos fãs por aí) pelo programa também diminuiu, não somente por sua saída, mas pela prova de que afinal, os interesses financeiros acabaram vindo em primeiro lugar, em vez do humor livre.
Por causa da piada e das críticas de racismo (da outra vez ele foi citado como antissemita), Danilo redigiu um texto (que não faz muito tempo, circulou pelo Facebook) sobre o assunto e alegou que o racismo, na verdade, está na cabeça de quem leu a piada. Segue um trecho escrito pelo humorista:
"Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?
Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeça de vocês é que têm preconceito."
Mostrando um desprendimento grande além de um jogo de cintura incrível, apesar de às vezes fazer uma ou outra piada de cunho “politicamente incorreto”, o humorista deu uma aula sobre racismo e como a sociedade realmente enxerga (errôneamente) esse problema:
"Se você me disser que é da raça negra, preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra, pois, se todas as raças são iguais, então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?
Quem propagou a ideia que ‘negro’ é uma raça foram os escravagistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: ‘Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra’.
Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho de ser da raça negra, eu juro que nem me passa pela cabeça chamá-lo de macaco, MAS SIM DE BURRO.
Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de v***** e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.
Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:
- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.
Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo ‘preto’ pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: ‘Branco, Amarelo, Vermelho, Negro’?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho, não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas, é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes”.
No ar com seu programa Agora é Tarde, uma espécie de Talk Show com participações especiais de outros humoristas de Stand-Up como Marcelo Mansfield, Gentili tem provado que seu senso crítico (Aquele mesmo que o faz ser visto como arruaceiro, bocudo ou politicamente incorreto) é a principal característica de seu humor, e é exatamente isso que incomoda os facilmente melindráveis.
Os engravatados do Planalto foram os principais alvos do humorista quando ele esteve à frente do quadro Controle de Qualidade do CQC, onde os repórteres de preto cobravam os políticos abertamente sobre falcatruas, esqueletos de seus armários ou colocavam no ar alguma declaração comprometedora de nossos excelentíssimos representantes. Programas como esse, que deixam nossos políticos em saia justa, logo eles que estão acostumados a acharem que seus eleitores é que são palhaços, não são costumeiros em nosso país, e por gostar tanto do programa é que eu me senti ofendido com o afastamento de Rafinha Bastos por uma questão que eles mesmos defendiam: A liberdade de expressão. No final das contas o dinheiro falou mais alto, e só o público perdeu com isso. Que me desculpem Felipe Andreoli e Mônica Iozzi, dois dos integrantes do programa que igualmente admiro, mas o CQC não é o mesmo sem o Rafinha e o Danilo. Quadros como o Proteste Já (onde Danilo levou muita porrada), por exemplo, nunca mais tiveram a mesma credibilidade sem eles no comando.
Seja como for, esse avanço gradativo do cerceamento ao humor livre é preocupante, e não é de hoje que falo sobre esse assunto, vendo o quão chato tem se tornado o Brasil e seu povo (em especial uma ou outra organização) altamente suscetível a piadas, sejam de mau gosto ou não. Um país onde as leis costumam ser mais rígidas com quem faz piada, obrigando-os a pagarem indenizações gordas, do que com quem comete crimes mais graves, não deve ser levado a sério. O Brasil por si só é uma enorme piada, e de muito mau gosto. Se a questão é fazer com que nos paguem em dinheiro aqueles que não têm respeito por nós e nos transformam em piada, e aí? Quem vai nos indenizar pelo nariz de palhaço que colocam em nossos rostos desde sempre nesse país de bunda-moles?
Não gostar de uma piada de mau gosto é direito de qualquer cidadão, mas proibir que piadas, sejam sobre qualquer assunto, sequer venham à público faz parte de um autoritarismo, que se não me engano, foi banido junto com a Ditadura Militar. Enquanto a hipocrisia de quem se revolta com piadas for maior do que a indignação com os reais problemas do Brasil, esse país continuará conhecido como aquele que leva piada à sério e que trata como piada os assuntos sérios.
NAMASTE!