20 de abril de 2012

Vingadores no Facebook


Como vocês bem devem se lembrar (ou não, muito pelo contrário) eu sou das antigas, e não pego em um joystick para jogar algo novo desde o Playstation 1. Um dos únicos posts que falam de jogos aqui do Blog, eu dediquei aos títulos que faziam sucesso nos anos 90 e que eu, como o adolescente que era na época, jogava ávidamente.
Quem diria que em pleno século XXI eu fosse me interessar (MUITO) por algum jogo novamente?
Não vou dizer que não tenho vontade de jogar alguns títulos como God of War e Star Wars Force Unleashed do qual ouço tanto falar, mas o que me falta mesmo é tempo e ferramentas adequadas para jogar, como um bom console ou mesmo um computador com uma placa de vídeo mais potente e que aguente um jogo desse estilo por muitas horas (pois se é pra jogar, que seja por horas seguidas!).


Eu já tinha ouvido falar de Marvel: Avengers Alliance em fóruns de bate-papo, mas tenho, além da falta de tempo já citada, uma baita de uma má vontade com jogos de qualquer tipo, mesmo que envolvam personagens que me interessam.
Decidi dar uma chance a esse, e aproveitando um ócio raro e a falta total do que fazer no Facebook, aproveitei para instalar o jogo e... Não é que eu gostei pra caramba do negócio?
O jogo dos Vingadores possui gráficos bem simples e cenários estáticos muito bem desenvolvidos, do tipo que não te deixam incomodado. Os personagens Marvel estão belíssimamente caracterizados, os desenhos de apresentação são caprichados, com cores vivas e efeitos de iluminação e sombras muito bem inseridos, sem falar que a maioria deles apresenta seu visual atualizado, aquele que vemos nas HQs mais recentes.


Sua missão no jogo é coletar SHIELD Points bem como outras bonificações ao longo das pelejas para galgar novos níveis, e para conseguir isso, é necessário dar muita porrada nos vilões, como em qualquer quest que se preze. Os SHIELD Points, Command Points os Silver cents, Golds e pontos (convertidos em XP, que é a experiência do herói) dão direito a comprar armamentos e todo tipo de bugiganga para seu personagem (no jogo você é um Agente da SHIELD em treinamento), além de poder recrutar outros Vingadores (e amigos) para sua equipe.
De início seu único parceiro e mentor é o Homem de Ferro (o que é bom, porque ele é um dos personagens mais fortes), mas em pouco tempo a Viúva Negra e o Gavião Arqueiro já estão em algumas missões com seu personagem, sem falar nas ajudas esporádicas do Capitão América (que não é um personagem fixo) e do Thor, que salvam a pátria contra a Hidra e o Destruidor (aquele da Gangue da Demolição).
Conforme seu personagem adquire experiência nas batalhas, é possível se comprar armamentos para ele, além de destravar algumas funções dos heróis, como mísseis para o Homem de Ferro ou flechas triplas lançadas pelo Gavião Arqueiro.
Acho que o mais divertido de jogar Avengers Alliance é essa ansiedade que ele causa em querermos entrar em mais batalhas ou em conseguir mais itens para que seus heróis sejam cada vez mais poderosos.


Depois de vencidos os chefes Madame Hidra (e seus agentes da Hidra), Chicote Negro, Barão Zemo e MODOK, com seus agentes da IMA (Ideias Mecânicas Avançadas) é a vez de encarar o deus da trapaça Loki... E daí pra frente é só acabar com os inimigos e enfrentar outros jogadores online em desafios pra lá de animados.
Avengers Alliance é um passatempo delicioso por duas razões principais: Por ser um jogo muito bem construído e instigante e acima de tudo por conter os maiores heróis da Terra (mais aliados como alguns mutantes dos X-Men) todos ali juntos para seu bel divertimento.


Recomendo pra qualquer um que disponha de pelo menos meia hora por dia pra jogar, porque é mais ou menos esse tempo que duram as tarefas diárias, já que muita coisa fica bloqueada enquanto nos falta energia de jogo ou novos poderes para continuar avançando as etapas.

Me procurem lá no Facebook (Rod Rodman) e entrem no jogo também. Juntos podemos vencer as forças do mal.
AVANTE VINGADORES!
NAMASTE!

5 de abril de 2012

Review: Fúria de Titãs 2

Este post pode conter possíveis SPOILERS!

Dificilmente eu saio de casa para ir ao cinema assistir algum filme que não estou com vontade de ver ou pelo qual tenho pouco interesse, mas fui por livre e espontânea pressão imbuído de assistir Fúria de Titãs 2 como atividade complementar (!) da faculdade, então resolvi fazer um review do filme para o Blog.

Sigam-me os bons.

De imediato já posso informar que não tenho qualquer conhecimento sobre a história do primeiro Fúria de Titãs, portanto, vou me ater ao que acontece em sua sequência simplesmente.
Em primeiro lugar o filme é bem curto. Dura em torno de uma hora e meia e a narrativa utilizada faz com que a história que ele pretende contar seja bem linear e sucinta. Aliás, beeeeem sucinta.
O roteiro escrito por Dan Mazeau e David Johnson começa dez anos depois do primeiro longa, e mostra Perseu (Sam Worthington), filho de Zeus (Liam Neeson) levando uma vida pacata sem grandes aventuras em uma vila de pescadores ao lado do filho Hélio, tentando mantê-lo longe de conflitos.

Quando seu pai Zeus vem a seu encontro, ele informa que o tempo dos deuses na Terra está acabando e que tanto o Olimpo quanto o Tártaro (o submundo da mitologia grega) estão ruindo, o que significa que todo o mal em breve estará livre. Sem querer tomar partido daquela situação em prol da segurança de seu filho, Perseu decide não ajudar seu pai, até que é obrigado a assumir uma posição quando Zeus, traído por seu outro filho Ares (Édgar Ramirez), é capturado por seu irmão Hades (Ralph Fiennes), o senhor do Tártaro. Começa então a odisseia de Perseu, que precisa salvar Zeus, cujos poderes estão sendo drenados, antes que Cronos, o pai de todos os deuses e mestre do caos, desperte.

Para resgatar Zeus do Tártaro, Perseu recorre a Andrômeda (Rosamund Pike), por indicação de Poseidon (Danny Huston), e juntos eles acabam chegando a Agenor (Toby Kebbell), filho do deus dos mares, uma das únicas pessoas vivas que conhecem a localização do deus caído Hefesto (Billy Nighy), criador das armas de Zeus (o raio), Poseidon (tridente) e de Hades (o garfo). Unidas, as armas formam a lança de Triam, a única ferramenta capaz de destruir Cronos.


[Narrador da Sessão da Tarde MODE ON] Junta, essa turminha vive grandes aventuras e se mete em altas confusões para salvar um deus muito louco de outro mundo! [Narrador da Sessão da Tarde MODE OFF]

E é isso. A história não vai muito além desse plot.
Exceto alguns pontos específicos como a morte da esposa de Perseu ou o banimento de Hades para o Tártaro, achei desnecessário ter visto o primeiro filme para entender o enredo. Fúria de Titãs 2 possui uma linha narrativa muito simplista, o que permite que qualquer pessoa, mesmo que esta não tenha nenhum conhecimento em mitologia, possa entendê-la.
Nesse quesito eu me senti bem confortável.

Os efeitos visuais do filme são outros pontos fortes da produção.
Todo a computação gráfica e a interação desta com os atores está satisfatória. O filme é quase todo dependente de CG e gostei muito da maioria das criaturas desenvolvidas com esse recurso. Quase todo o “elenco” mitológico está lá.

Temos ciclopes gigantes, Quimeras e Makhais, estes, inovadores no quesito forma. Achei muito interessante os guerreiros bárbaros de dois troncos e duas cabeças lutando agilmente contra os soldados gregos, e o modo como eles se utilizam dessa aparente vantagem física para se sobrepor aos inimigos também é fantástica.

A criatividade na construção do labirinto do Minotauro também me surpreendeu. A princípio o esconderijo da criatura metade homem e metade touro se assemelha a um dos castelos do Super Mario, se deslocando e se encaixando em peças maiores, mas observando melhor, vemos que é ainda pior se perder em um labirinto que é móvel, e que além disso pode nos esmagar, do que um que seja estático.

Nunca tinha visto essa abordagem.
O Minotauro retratado em Fúria de Titãs 2 já é visualmente melhor que aquele mostrado em Imortais (que eu resenhei aqui), por exemplo, filme que conta uma história semelhante, que também usa elementos da mitologia grega (de uma forma mais carnavalesca, claro), mas que tem o herói Teseu como foco.
O monstro possui uma aparência grotesca, porém humanoide, e representa um adversário de respeito no quesito força, embora eu tenha sentido que ele não foi um desafio muito grande ao herói do filme.
Aliás, esse é um dos problemas do filme. Quase nada é um desafio suficientemente grande ao personagem principal.

Em primeiro lugar eu não me empolguei com os combates, diferente do que aconteceu com Imortais, por exemplo, comparando os dois títulos. Todos os embates físicos são rápidos demais e o estilo de filmagem parece não querer chocar o espectador com violência, escondendo os golpes com cortes de câmera ou com objetos de cena, como paredes ou rochas. Nenhuma das lutas causa qualquer frenesi, aquele que te faz torcer pelo herói (ou às vezes pelo vilão) e que te deixa inquieto na poltrona do cinema. Perseu até se esforça em alguns combates, mas ele vence tão facilmente ou com medidas tão simplistas, que acabamos com aquele ar de “nhé”, dando pouca credibilidade a suas vitórias.
Quase nada empolga em Fúria de Titãs, exceto talvez algumas cenas convertidas em 3D, que nos dão a sensação de profundidade de cenários ou que jogam alguma coisa em nossa cara, como fagulhas de fogo ou rochas depois de alguma explosão.

O ritmo do filme é acelerado e efêmero, criamos vínculos mais com os personagens cômicos como Agenor e Hefesto do que com o herói Perseu, e até mesmo a heroína Andrômeda tem pouca serventia na história.
Dos vilões, apenas Ares apresenta uma “fodacidade” digna de um antagonista, mas a luta dele contra Perseu é tão broxante e tão fracamente coreografada que toda aquela “fodacidade” se esvai em poucos segundos.

O que dizer então de Cronos, o gigante bobalhão?
A facilidade com que ele é derrotado é tão grande que o espectador até esquece que aquele cara é O PAI DE TODOS OS DEUSES. Cronos deveria comer deuses no café da manhã e me presta um papel daqueles?
Tirando toda a parte de CG, que o diretor Jonathan Liebesman soube utilizar muito bem em prol da história, os efeitos de maquiagem como no envelhecimento do personagem de Liam Neeson quando Zeus está tendo seus poderes roubados e a boa conversão para o 3D, não resta muita coisa que se salve em Fúria de Titãs 2. As atuações, excetuando talvez os trabalhos de Liam Neeson, Ralph Fiennes e do excelente Billy Nighy, que interpreta um engraçadíssimo Hefesto, estão de medianas para ruins. Sam Worthington até se esforça, mas é difícil você torcer pelo herói que ele encena. Ele não nos faz criar afeição por seu personagem, e nem quando ele está apanhando de Ares chegamos a sequer esboçar alguma reação de apoio a seu Perseu. Uma das novidades do filme é mesmo Tobby Kebbel que rouba a maior parte das cenas cômicas, e que é usado justamente como o alívio para as cenas de tensão... Que nem existem com tanta profundidade assim no filme.

Fúria de Titãs 2 é sim um bom divertimento durante uma hora e meia, mas entra para o hall daqueles clássicos esquecíveis em algumas horas. Confesso que na metade do caminho pra casa eu já nem me lembrava mais que tinha ido ao cinema, tão rasa foi a profundida das cenas do filme.

NOTA: 6... E com muita boa vontade.

NAMASTE!

2 de abril de 2012

The Walking Dead - A 2ª Temporada

ATENÇÃO: O post a seguir pode conter possíveis SPOILERS!


Há algum tempo eu compartilhei aqui minhas impressões sobre a primeira temporada de The Walking Dead e de como a série não conseguiu me cativar completamente como já aconteceu com outros enlatados.

Faltou aquele “mojo”, na minha opinião.

Mas será que algo mudou agora ao término do segundo ano?
Desta vez a máxima que diz que em time que está ganhando não se mexe não funcionou para a série dos errantes, e Frank Darabont, o principal diretor dos seis episódios anteriores, saiu do posto assumindo só a produção executiva, e cada um dos treze novos episódios foi escrito e dirigido por uma pessoa diferente. Darabont assinou apenas o primeiro episódio da temporada, dando continuidade aos fatos que levaram os sobreviventes do Z-Day a buscar por proteção e a manter suas vidas a salvo.

O que a princípio podia parecer que ia virar uma incrível colcha de retalho, deu muito certo, uma vez que não é perceptível a mudança de direção ou de roteiro ao longo dos episódios. Claro que, assim como aconteceu na primeira temporada, alguns episódios são mais arrastados do que outros, mas isso é a própria narrativa que exige, já que o foco da história de The Walking Dead é nos personagens em meio ao caos de zumbis, e não nos próprios errantes desmiolados. Ao tratar personalidades e sentimentos, é comum que sejam necessários capítulos mais lentos, e esse é um recurso que acaba funcionando para a trama, porque sempre ao final de cada episódio acaba acontecendo algo impactante que nos deixa com aquele “agora fodeu” entalado na garganta.


Quem ainda espera fidelidade ao material original (a HQ criada por Robert Kirkman, que também produz a série) pode tirar o cavalinho da chuva de vez. O rumo tomado pela série é bem diferente da HQ, o que não desabona em nada a narrativa muito bem trabalhada pelos diretores e escritores. As duas mídias possuem semelhanças, mas o mais óbvio é a disparidade que faz com que cada uma possua uma qualidade que completa a outra.

The Walking Dead deve ser a primeira adaptação em muito tempo que agrada tanto a gregos (fãs da série) quanto a troianos (fãs das HQs), e só mesmo os mais chiliquentos devem ter alguma objeção quanto à série seguir um caminho diferente do material de origem.

Mas, afinal, a série te agrada mais agora, Rodman?


ÉÉÉÉÉÉééé... Digamos que sim.


Ainda acho que o formato mais compacto (de seis episódios) combinava mais com a série, mas como a temporada foi dividida ao meio mostrando primeiro sete episódios e depois de uma pausa os outros seis, deu para dar uma respirada entre uma metade e outra, o que não a tornou cansativa.
Pois bem.

A primeira temporada terminou com aquela tentativa, a meu ver pífia, de querer explicar a praga zumbi e com a explosão daquele que parecia ser, depois de muito tempo, um porto seguro para os sobreviventes, o laboratório onde tudo começou.

De volta à estrada, Rick Grimes (Andrew Lincoln), sua esposa Lori (Sarah Wayne Callies), o filho Carl (Chandler Riggs), o “amigo” Shane (Jon Bernthal), T-Dog (Irone Singleton), Andrea (Laurie Holden), Daryl (Norman Reedus), Glenn (Steven Yeun), Dale (Jeffrey DeMunn), Carol (Melissa McBride) e sua filha Sophia (Madison Lintz) precisam achar um local seguro para ficar, e se deparam com uma estrada bloqueada por um engarrafamento de carros abandonados. Logo o grupo é surpreendido por uma multidão de errantes e eles precisam se esconder imediatamente antes que as criaturas os localizem e os peguem desarmados e em menor número.


A situação piora quando um dos errantes localiza a menina Sophia embaixo de um dos carros do engarrafamento e começa a persegui-la, obrigando-a a fugir em desespero para uma floresta próxima a estrada. Os homens do grupo imediatamente se prontificam a afastar os errantes do local, enquanto Rick corre em disparada para salvar Sophia.
Procurando evitar atirar com sua arma para que outros errantes não sejam atraídos pelos estampidos, Rick enfrenta os zumbis no mano a mano e coloca Sophia em segurança próximo a uma caverna. Porém, quando ele se afasta dali tentando atrair os zumbis para longe da menina e retorna, ela já não está mais lá.

O clímax do episódio de início acontece quando um tiro atinge Carl, o filho de Rick quando eles encontram um cervo na floresta. Na sequência, um morador de uma fazenda localizada nos arredores surge se dizendo o autor do tiro acidental (destinado ao cervo) que deixa o menino em estado grave e necessitando de cuidados médicos urgentes.

Surge então o plot principal da temporada, que é o deslocamento dos sobreviventes para a fazenda de Hershel Greene (Scott Wilson), um médico aposentado que mora com a família e que prefere se manter distante do restante do mundo, procurando lidar da maneira como pode com a infestação zumbi. Otis (Pruitt Taylor Vince), o homem que atirou sem querer em Carl, os conduz até a fazenda para que Hershel possa cuidar do garoto, e os próximos episódios se estendem na busca por Sophia, que desapareceu na floresta, e em salvar a vida de Carl.


Nesse intervalo que se estende até o sétimo episódio, onde a série sofre uma pausa, devo admitir que fiquei meio cansado com a falta de ação. Nesse período, os personagens começam a ser melhor desenvolvidos, Shane, o amigo fura-olho de Rick que esteve se divertindo com sua esposa enquanto todos pensavam que o Xerife estava morto (acontecimento narrados na primeira temporada) começa a se mostrar um cara cada vez mais irracional, e ele passa a se incomodar com a presença de Rick ali, questionando sempre que pode sua liderança e sua forma pouco ativa de comandar o grupo, que agora está instalado na fazenda dos Greene. O cara se indispõe com praticamente todo mundo, desde o apaziguador e pacífico Dale, um dos primeiros a notar as atitudes violentas e pouco ortodoxas do sujeito, até Daryl e Andrea, que mais tarde passa a ter uma queda sexual por ele.


O ápice da piração é atingido quando numa missão em uma escola com o caçador Otis, Shane é encarregado de pegar os suprimentos necessários para a operação de Carl e os dois se veem cercados por errantes. Se vendo com pouca munição, ferido e com poucas chances de escapar dali, Shane atira contra Otis e o deixa para trás como chamariz para os errantes, que atacam o homem sem piedade, enquanto Shane escapa da escola com todo o material médico necessário. A partir daí, o personagem de Jon Bernthal se torna cada vez mais psicótico, ele raspa a cabeça e começa a agir de forma ainda mais assustadora com todos na fazenda, causando-lhes desconfiança sobre a história de que Otis foi ferido acidentalmente e morrido em ação para salvá-lo.

Como aprendemos em Zumbilândia, quando a praga Zumbi se instaurou, os primeiros a morrerem foram os gordinhos e Otis se enquadra nessa característica!


Nada que aconteceu durante os sete episódios iniciais, no entanto, superou o impacto que foi a descoberta que ocorre no sétimo. Foi uma das maiores surpresas que já tive em séries em toda minha vida!

Os sobreviventes, em especial Daryl, que se compadece do sofrimento de Carol pelo desaparecimento de sua filha, passam a fazer buscas incessantes pela menina mata à dentro, mas a procura por Sophia se mostra cada vez mais infrutífera.

Na fazenda, Glenn começa a se envolver amorosamente com uma das filhas de Hershel, a intrépida Maggie (Lauren Cohan). Após transarem em um armazém onde eles se dirigem para buscar suprimentos de higiene para os moradores da fazenda, o coreano marca um encontro romântico com a moça no celeiro da fazenda à noite. Sem que ele saiba, no entanto, o local está repleto de zumbis que são alimentados como num cativeiro por Hershel e sua família. Todos os errantes são conhecidos do velho médico e ele os mantém ali na esperança de que haja uma cura para o mal que assolou seus parentes. Ledo engano.



Incapaz de manter aquilo em segredo, Glenn compartilha com Dale a informação do cativeiro de errantes, o que causa um conflito entre os moradores da fazenda e o grupo de Rick, que se sente ameaçado por estar próximo a galpão cheio de mortos vivos que podem escapar a qualquer momento.

Nesse momento entra uma questão bem curiosa: O que você faria se um ente querido seu se transformasse em um zumbi devorador de carne humana? Você manteria as esperanças de uma cura ou terminaria de uma vez com seu sofrimento?


Shane é totalmente contra o cativeiro de zumbis, e num ato impulsivo ele quebra as correntes que mantêm o galpão trancado e permite que os zumbis saiam, iniciando um massacre. Quando os errantes começam a sair aos montes, T-Dog, Glenn e Andrea se juntam a ele, praticando tiro ao alvo com a cabeça dos mortos-vivos. Quando todos parecem ter sido dizimados, sob o olhar do desolado Hershel e de sua família, eis que surge por último de dentro do galpão uma menina-zumbi e todos percebem que é Sophia...




(Minuto de silêncio)

Sério.

Foi a coisa mais chocante que eu já vi em uma série.
A cena foi tão bem feita que eu me vi em desespero exatamente como os personagens naquele momento. Toda a composição ficou perfeita. Interpretações, trilha musical, fotografia. Tudo funcionou pra criar aquele clima de choque.
A menina que eles tiveram procurando todo aquele tempo e do qual não tinham nenhuma pista do paradeiro havia sido encontrada por Otis antes de sua morte, e colocada no celeiro, assim como os demais zumbis cativos.

Em nenhum momento os criadores da série dão qualquer dica de que a menina pudesse estar ali, e quando ela surge de dentro do galpão rastejante, transformada em zumbi, é uma das maiores surpresas da história da TV.

Acho que nem descobrir que Nina Meyers havia matado a esposa de Jack Bauer foi tão surpreendente!

Nem descobrir que o Locke já estava morto desde o começo da quinta temporada de LOST causou tanto impacto!
Depois disso a série sofre uma pausa pra galera recuperar o fôlego e volta com um desfecho inesperado, que se desenvolve dos episódios 8 ao 13.

Se a temporada tivesse terminado por aí, já teria valido a pena toda aquela enrolação pela busca da menina e o lenga-lenga das crises de inveja de Shane quanto a Rick e Lori, que descobre que está grávida, mas que não tem certeza qual dos dois é o pai!


Muita água ainda rola por debaixo da ponte até o último episódio. Tem o interesse de Carol por Daryl, tem o envolvimento sexual entre Andrea e Shane, tem a conversa de Lori com Rick, onde ela conta o que houve entre ela e Shane durante sua ausência e tem a recaída de Hershel ao alcoolismo, onde por causa de uma de suas fugas ao antigo bar onde antes ele costumava ter suas bebedeiras, Rick e Glenn acabam tendo que levar com eles de volta para a fazenda Randall, um rapaz membro de um grupo de mercenários que ataca o trio dentro do bar.


Por ser um estranho no ninho, Randall, que está ferido na perna, acaba criando todo o desconforto entre os sobreviventes e a família Greene, que não sabem o que fazer com ele. Quando todos optam por sacrificá-lo para que ele não entregue a posição da fazenda para seus comparsas, Dale se coloca rigidamente contra a decisão e saí para caçar durante a noite, onde é atacado por um errante que abre seu abdômen, matando-o. Naquele mesmo dia, horas antes, Carl havia saído para passear próximo a um rio e lá ele encontra um errante atolado numa poça de lama. Empunhando uma arma roubada de Daryl, o garoto ameaça matar o zumbi, mas acaba se assustando quando este avança sobre ele, e foge dali. Curiosamente, aquele errante é o mesmo que acabou matando o seu tio Ben Dale mais tarde...



Carl aprendeu da pior maneira que com grandes poderes vêm grandes responsabilidades!

É ou não é essa passagem muito parecida com a origem do Homem Aranha?

Depois da morte de Dale, Rick decide honrar sua vontade antes de morrer, e comunica que dará uma chance a Randall e que irá soltá-lo na estrada longe da fazenda, sem eliminá-lo a sangue frio.

Cansado das ordens de Rick, Shane resolve armar um plano para liquidar o “amigo”, e começa libertando Randall, simulando uma fuga. O maluco arma uma emboscada para o Xerife, atraindo-o para um local ermo onde pretende matá-lo. Porém no último instante ele amolece e permite que Rick se aproxime o suficiente para apunhalá-lo no estômago. Carl chega ao local minutos depois, e vê o pai ajoelhado próximo ao corpo de Shane.



O garoto aponta a arma em direção ao pai, mas no momento exato ele desvia e atira em Shane que está atrás de Rick transformado em zumbi, matando-o de vez.



O episódio final começa imediatamente após a morte de Shane, e quando notam, Rick e Carl estão cercados por uma horda de errantes que se aproximou atraída pelo tiro disparado pelo garoto contra Shane. Sem outra opção, os dois fogem e ao chegarem à fazenda, percebem que o local está infestado de mortos-vivos, que chegaram ali atraídos pelo som de um helicóptero durante o dia.

Em menor número, com pouca munição, os sobreviventes e a família Greene são obrigados a abandonar aquela que fora sua morada durante todo aquele tempo. Incansáveis e vorazes, os zumbis atacam tudo que veem pela frente, e Patricia (Jane McNeill) e Jimmy (James McCune), filhos de Hershel são brutalmente devorados. Rick, Hershel e Carl conseguem escapar em um dos carros, Daryl salva Carol no último instante, enquanto T-Dog consegue levar Lori e Beth (Emily Kinney), outra das filhas de Hershel. Glenn e Maggie também conseguem se safar, mas Andrea acaba ficando para trás e é encurralada por zumbis, o que a obriga a fugir pela floresta.


Esse episódio final é um dos mais apavorantes das duas temporadas. Aquela sensação de desespero vivida pelos personagens enquanto eles começam a ver os mortos vivos surgirem de todos os lados é passada para o espectador de forma muito intensa. Ao mesmo tempo que você quer ver o que acontece em seguida, fica aquela torcida para que todos consigam escapar com vida.

Quando Andrea fica para trás confesso que torci com toda minha força para que ela não morresse até o momento que ela é ajudada na floresta por uma misteriosa figura de capuz e lâmina que elimina o zumbi que fatalmente a mataria.


O desfecho da história com Rick mostrando ao grupo quem é que manda naquela porra também é bem interessante.
Sinceramente, o personagem Rick, apesar de toda aquela odisseia que ele passa na primeira temporada, sozinho, andando por uma Atlanta tomada por zumbis e tentando encontrar desesperadamente a esposa e o filho, depois que ele se junta ao grupo de sobreviventes se torna meio maçante. Cada uma de suas decisões parece mais equivocada que a anterior, e junto à visão que o próprio Shane tem dele, nós acabamos duvidando de sua capacidade de liderança também. Confesso que preferia o Shane em alguns episódios, e aquela imagem de bundão que Rick acaba passando cansa os espectadores. E olhe que não costumo torcer pra nenhum bad boy! Quem leu um dos meus primeiros artigos do blog A vez dos cascas-grossas, sabe o que penso sobre o assunto.


Para que Shane pudesse ser eliminado ao fim da temporada (na HQ ele morre bem antes) transformaram-no num tremendo filho da puta, o que acabou justificando seu fim. Sem isso, duvido que alguém concordasse com sua morte, até porque, nos parecia que Rick realmente estava fazendo uma merda atrás de outra.



No final da temporada, após eliminar Shane, Rick enfim consegue se impor a seu grupo, e numa atitude autoritária, porém necessária, já que ele pretende manter todos ali em segurança, ele decide que todos vão obedecê-lo quer queiram ou não. “A partir de agora isso não é mais uma democracia!”.

Agora sim senti firmeza, senhor Rick Grimes.

Acho que agora enfim The Walking Dead me cativou e a terceira temporada promete manter esse clima meio que claustrofóbico de viver em um mundo onde praticamente todos estão infectados pelo vírus zumbi, inclusive eles mesmos! E mais uma vez eu estarei lá.

NAMASTE!

29 de março de 2012

Índia! A exposição

Ao chegar ao prédio do Centro Cultural Banco do Brasil somos recepcionados logo na entrada, por uma imensa escultura de Ganesha, o deus hindu do intelecto e da sabedoria. Lá está ele com sua pele amarelada, cabeça de elefante num corpo de homem de quatro braços sentado sobre um rato, exatamente como ele sempre é representado. Nossos ouvidos são agraciados com um som característico de música indiana e o subsolo do espaço do Banco do Brasil, bem como os demais andares superiores estão prontos para nos transportar ao mundo da Índia, atualmente um dos países mais populosos da Terra e cuja cultura rica e em certos termos ainda desconhecida no Ocidente, espera para nos ser apresentada.
A exposição Índia! reúne arte antiga, popular e contemporânea, em diversos suportes espalhados desde o subsolo do prédio até o 3º andar do mesmo. O conjunto é abrangente também no aspecto temporal, uma vez que estão presentes peças com mais de dois mil anos (e ficar frente a frente com esse tipo de arte antiga é fascinante) e outras realizadas especialmente para a exposição no Brasil. O passeio oferece uma visão rica sobre a diversidade cultural do país, que em terras brasilis ficou popularizada através da novela de Glória Perez Caminho das Índias, cujos trechos são exibidos na exposição no térreo do prédio.
Admito que conheço pouco da cultura indiana, exceto por suas divindades (Ganesha, Krishna, Shiva) que me foram apresentadas ainda no Ensino Fundamental, e que foram melhor exploradas no Ensino Médio, mas a exposição nos ajuda a entender um pouco mais a riqueza cultural da Índia, uma vez que certos aspectos ainda nos soam estranhos como o machismo que impera por aquelas bandas, e pela forma como as mulheres são tratadas por seus maridos.
Senti falta de guias que explicassem o que representavam cada uma das peças e acessórios que podemos visualizar, mas o CCBB disponibiliza em horários mais adequados visitas guiadas. Pena que não pude acompanhar nenhuma delas.
Informação, no entanto, não falta, já que cada setor da exposição possui placas informativas em português e em inglês sobre os períodos históricos e detalhes característicos das peças. O acesso aos estandes e salões também é bem amplo com elevadores e escadas (pros adeptos de esportes) à disposição para circulação entre os andares. Em alguns locais não é permitido filmagens ou fotografias com flash, portanto, pra quem quer guardar alguma recordação da exposição, aproveite os espaços externos e o térreo. Faça uma pose ao lado de Ganesha, jogue sua moedinha na bacia dos pedidos e bom divertimento.
A exposição Índia! é gratuita e pode ser vista até 29 de Abril de Terça a Domingo.
Ela ocupa o subsolo, térreo, mezanino, 1º, 2º e 3º andares do CCBB.
O CCBB fica localizado na Rua Álvares Penteado, 112, Centro de São Paulo, próximo da estação São Bento do Metrô.
NAMASTE!

25 de março de 2012

Homenagem do Rodman: Chico Anysio


Poucos artistas contemporâneos, sejam eles de teatro, cinema ou TV, podem ser reconhecidos ou reverenciados como mestres, e Francisco Anysio de Oliveira Paula com certeza é um deles.
No dia 23 de Março de 2012 a luz de Chico Anysio se apagou, depois de uma longa luta contra as complicações pulmonares causadas pelo tabagismo. Nessa data com certeza o riso se enfraqueceu, e o mundo tornou-se menos engraçado, pois é isso que acontece quando pessoas tão talentosas partem. Elas não só deixam saudades pra quem fica, mas também levam consigo parte da magia que fazia com que elas fossem especiais, tornando o que resta mais pobre. Sim, nesse dia, o Brasil se tornou mais pobre e sem graça.
Chico dedicou mais de seis décadas a sua carreira de ator/humorista/compositor/cronista/ e escritor, criou mais de 200 personagens e os encarnou ao longo dos anos tão perfeitamente, que quando criança, vendo seus programas na Globo, eu nem imaginava que se tratava da mesma pessoa que os interpretava. Assim como os Trapalhões, A Praça é Nossa e até mesmo o próprio Jô Soares, Chico era minha referência de humor na infância, e foi com ele que cresci sabendo o que era dar boas risadas. Chico não precisava apelar para grosserias, não precisava ofender ninguém e muito menos se render a escatologia. Seu humor era simples e direto. Ríamos porque era engraçado e era engraçado porque era feito com inteligência.


Como ele mesmo disse em uma de suas últimas entrevistas, “Só existe dois tipos de humor, o humor engraçado e o sem graça”.
Presente na Globo desde tempos imemoráveis, trazido para o canal pelo amigo Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o ex-todo poderoso da TV platinada), Chico fez parte não só da programação padrão do canal por vários anos como também fez parte da vida do público em geral. Tendo criado vários programas na TV ao longo das décadas, dois dos que mais me recordo são da Escolinha do Professor Raimundo e Chico Total, programa de humor ao estilo Zorra Total que passava em meados de 1997 no mesmo horário que o programa atual, aos sábados à noite. Nele, Chico desfilava seus diversos tipos toda semana, em sketchs que sempre traziam como convidados algum outro artista da Globo. Dentre vários os personagens que Chico interpretava estavam Bento Carneiro, o vampiro brasileiro, Painho, Aroldo (aquele que era mais fingia que não), Bozó (que era uma clara alusão ao amigo Boni), Qualhada (o jogador perna de pau), Justo Veríssimo (o que quer mais que pobre se exploda), Nazareno (que adorava a empregada gostosa, mas que era casado com um tribufú) e o astro e símbolo "sesqual" e que é o "másquimo" Alberto Roberto. 



Com certeza devido a maior exposição e também por ter tido um programa próprio nas tardes da Globo, o Professor Raimundo é o personagem mais conhecido do público brasileiro e também aquele pelo qual todo mundo aprendeu a ter mais carinho.
O Professor Raimundo não era exclusivamente o dono do bordão que todo assalariado costuma usar quando se maldiz de suas mazelas financeiras. Com ele, Chico Anysio serviu de escada para diversos outros atores e humoristas, e lançou também ao estrelato dezenas deles, artistas que hoje em dia são conhecidos e adorados graças a uma carteira que Chico lhes deu em sua Escolinha. Caras como Pedro Bismarck, o Nerso da Capitinga e Tom Cavalcante tiveram sua primeira chance no humorístico liderado por Chico, e atualmente dá pra matar as saudades do tempo em que as piadas não precisavam ofender ninguém para serem funcionais, pelo canal VIVA, onde a Escolinha é exibida nos domingos à noite.
Além das revelações de talentos, pela atração também passaram grandes mestres do humor como Costinha e Grande Otelo, e quem não se lembra dos personagens Seu Ptolomeu (interpretado pelo filho do Chico e dublador Nizzo Neto), Paulo Cintura, Castrinho, Baltazar da Rocha (Walter D'Ávila), Dona Cacilda (Cláudia Gimenez também lançada na Escolinha), Dona Maria da Glória (Tássia Camargo em sua fase de gostosa), Samuel Blaustein, o judeu avarento ou o Seu Boneco, “ligadão nas quebradas, chefia. Que hora que é a merenda?”, vivido por Lug de Paula, outro dos filhos do Chico? Quem viveu nessa época deve lembrar e com carinho desse tempo bom.


Depois do fim da Escolinha e também do fim de Chico Total, que mais tarde deu lugar a Zorra Total, Chico ainda voltou a interpretar seus personagens clássicos no programa que reunia os maiores nomes do humor do canal platinado como Nair Bello, Rogério Cardoso(da Escolinha também e da Grande Família), Nerso da Capitinga e Tom Cavalcante, antes de sua ida para a Record. Devido uma entrevista sincera para a revista IstoÉ, Chico acabou se indispondo com a diretora da Globo na época (Marluce Dias) e acabou enfrentando uma geladeira que durou quase dez anos. Chateado por estar fora do ar por tanto tempo e impossibilitado de deixar o canal onde ele se consagrara por medidas contratuais, Chico começou a dar entrevistas cada vez mais polêmicas para a imprensa o que ajudou a piorar o relacionamento dele com a grande “chefona” da Globo. Nada disso, porém, jamais impediu que o artista continuasse sendo um dos grandes ícones da TV brasileira de todos os tempos ou manchasse sua carreira gloriosa.
Depois da geladeira forçada, Chico retornou à TV, com a saúde já bem fragilizada e atuou em novelas como Sinhá Moça (o remake de 2006), Pé na Jaca (Novela de Carlos Lombardi de 2007) e em Caminho das Índias (de 2009). Também atuou como o pai do noivo na continuação de sucesso Se eu Fosse Você 2, filme que se manteve por muito tempo como uma das maiores bilheterias brasileiras do cinema. Falando em cinema, pra quem curte animação e em especial a dublagem brasileira, deve se lembrar que Chico deu voz ao velhinho rabugento Karl de UP – Altas aventuras, e esse foi provavelmente um de seus últimos trabalhos. Depois disso, o velho mestre começou a frequentar cada vez mais os hospitais do Rio de Janeiro apesar de viver em São Paulo, devido problemas de saúde, e jamais voltou à cena, para infortúnio de todos os seus fãs.



Chico se vai depois de 80 anos bem sucedidos de vida, deixando para trás um legado impressionante que poucos podem ter a honra de ostentar. Para o humor brasileiro fica uma lacuna irreparável e para o público em geral sobram as lembranças daquilo que ele mais sabia fazer: Graça.
Vai em paz, grande Mestre!


NAMASTE!

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