13 de julho de 2012

O Diabo é o pai do Rock?



"Então é everybody rock
O diabo é o pai do rock
Enquanto Freud explica
o diabo dá os toques"

Pensei numa forma atrativa e instigante de começar esse texto, e procurei encontrar algo que representasse a essência do estilo musical a ser abordado, então pensei “por que não usar uma pergunta polêmica e os versos de um dos maiores representantes brasileiros desse gênero tão querido (e maldito) chamado Raul Seixas”? Voilá! Eis o início perfeito de um post em homenagem ao Rock n’ Roll.
Sim, meninos e meninas. Tirem as camisetas pretas do armário, coloquem suas munhequeiras de espinhos metálicos, usem seus coturnos, espetem seus moicanos atochem a calça de couro, porque hoje nós vamos falar de Rock n’ Roll.


Pra quem viveu em Marte nos últimos cinquenta anos, cabe lembrar que o Rock nasceu da mistura de outros gêneros musicais muito difundidos da cultura negra norte-americana, o Blues, o Jazz e o Country. Naquela época, música de branco era música de branco e música de negro era música de negro, e nenhum dos dois procurava uma união ou mesmo algo em comum que pudessem compartilhar. O mundo vivia o pós Guerra, a sombra nazista de Hitler havia imposto o caos e a desconfiança em cada recôndito mais escuro do mundo, e as pessoas precisavam de referências, de algo com o qual pudessem se apegar para esquecer do terror da ameaça nuclear e da separação de etnias e classes. O Rock n’ Roll serviu como uma luva a esse propósito. 

É necessário ressaltar que o Rock que conhecemos hoje não existiria se não tivesse sido criado pelos negros com todo seu ritmo e ginga naturais. Usado a princípio como uma forma de protesto contra o mundo que desde sempre os escravizava, o Rock surgiu da mescla das letras melancólicas do Blues, o som das guitarras elétricas e da voz poderosa dos negros, ganhando suas mais reconhecidas características ainda na década de cinquenta.
A fórmula perfeita para sacudir as estruturas do mundo estava criada, agora só faltava um meio que a divulgasse.


Curiosamente (ou ironicamente) foi o rosto de um homem branco que ficou mais conhecido por representar o poder do Rock, e muitos anos mais tarde, após a criação desse “ritmo quente”, Elvis Presley, o garoto caipira de Mississipi, serviu como o veículo que levou ao conhecimento massivo do público aquilo que chamavam de Rock n’ Roll. O próprio Elvis dizia que não estava fazendo nada diferente do que caras como Chuck Berry, Little Richard, Buddy Holly ou Jerry Lee Lewis já não o tinham feito, e o assim mais tarde conhecido como “Rei do Rock”, reconhecia as origens daquilo que ele ajudara a popularizar, dando total valor aqueles que o haviam precedido.
Elvis podia não ser o mais talentoso de todos os artistas da época (em início de carreira ele não passava de um caipira carismático!), podia não ser o mais importante do gênero, mas foi o cara que fez com que o mundo conhecesse o Rock em toda sua glória, por isso merece todas as honrarias e festejos em sua homenagem.
 
Desde sua origem nos guetos dos Estados Unidos, o Rock soava como algo transgressor cujo caráter “moderninho” incomodava e causava arrepios por onde era executado. Mesmo depois de cair nas graças dos brancos, que viram na figura de Elvis um motivo para requebrar seus quadris ao som das guitarras elétricas, o Rock continuou a soar como algo marginal, que ia contra a moral e os bons costumes. Enquanto os jovens vibravam em bailes e em shows, seus pais e avós maldiziam aquela “música do Capeta” que instigava o mau comportamento e a rebeldia de seus filhos, o que desde sempre impôs uma sombra de maldição sobre o ritmo, sombra essa enxergada até mesmo por artistas já célebres da época como o cantor Frank Sinatra, que chegou a declarar: Rock n’ Roll é a coisa mais brutal, feia e degenerada que eu já tive o desprazer de ouvir.
Se você queria transgredir leis, regras e mandamentos, você deveria tocar Rock.
Com o passar das décadas, com a morte dos principais representantes negros da música e a vertiginosa queda do Rei para o mundo das drogas, o Rock parecia ter encontrado seu derradeiro fim, quando então novos nomes e símbolos decidiram assumir o bastão da contraversão, surgindo também em outros lugares do mundo. Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, The Doors, Janis Joplin e tantos outros assumiram a batuta, e mantiveram o legado, criando e influenciando a perpetuação de novos segmentos dentro do próprio Rock.
Sim, meus amigos. O Rock havia encontrado uma forma de se tornar imortal, diferente de seus representantes.


O poder autodestrutivo que os astros do Rock acabaram assumindo para suas personas começou a se tornar algo comum a todos eles, e após a melancólica morte de Elvis Presley (que fora encontrado em sua mansão no dia de sua morte com diversos tipos de drogas circulando em seu corpo), várias outras mortes trágicas acabaram marcando o mundo do Rock, como a de Jimi Hendrix, Janis Joplin e o polêmico líder do The Doors Jim Morrison, todos com 27 anos e por efeito das drogas. Por ora odiado ao ensinar trejeitos sexuais aos jovens com o requebrar dos quadris de Elvis, outras vezes adorado por dar ao gênero um visual “engomadinho” com os meninos de Liverpool em começo de carreira, o Rock sofreu altos e baixos em sua popularidade desde sempre, o que de maneira alguma permitiu que ele fosse exaltado ou considerado um ritmo “do bem” durante um período muito longo. 


Nem os próprios Beatles conseguiram sustentar por muito tempo a cara “limpinha” que eles trouxeram ao estilo, e quando na década de 70, por influência de drogas alucinógenas misturada a uma visão mais pacifista eles deixaram os cabelos e as barbas crescerem, assumindo seu lado “riponga”, os ingleses, embora reverenciados por sua música, também caíram no espectro negativo do Rock, e se juntaram a todos os demais “filhos do Capeta”. Impossível negar as inúmeras referências ocultistas que os quatro roqueiros começaram a inserir em suas canções, nas capas de seus álbuns e em suas próprias vidas pessoais a partir de então.

Foi na mesma década com Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple que o Rock ganhou de vez o rótulo de maldito, e para desespero das carolas, beatas e defensores da moral e bons costumes o ritmo passou a defender a liberação do Sexo e das drogas, aliada ao próprio estilo musical. Com essa trinca sendo difundida mundo afora, a preocupação dos pais com seus filhos e o temor que eles começassem a não só adorar aqueles “cabeludos”, mas que também seguissem seus “ensinamentos” era crescente, e o cenário se virou completamente contra a música que nascera como uma forma de protesto contra a opressão. 


A atitude Rock n’ Roll, o consumo excessivo de drogas pesadas como LSD e Ácido, as bebedeiras homéricas e a lascívia dos bastidores dos shows contribuíram e muito para sua má fama, e atualmente não há quem consiga botar a mão no fogo por qualquer um dos integrantes da sua banda favorita. “Os meus ídolos não se drogavam”. “O meu cantor favorito jamais faria isso!”. Não se engane, jovem padawan. Ninguém entra na chuva para não se molhar, e usar pelo menos cinco tipos de drogas diferentes é pré-requisito básico para se tornar um astro do rock.

Além da perversão, o mau costume do uso desenfreado de alucinógenos e das quebradeiras costumeiras em hotéis onde as bandas se hospedavam antes e depois das turnês, outro estigma que marca até hoje as bandas de Rock é o do satanismo. O Rock nasceu como um grito de independência sobre dogmas e religiões, mas isso foi muitas vezes confundido com adoração ao lado negro da Força, o que não deixa de ser um exagero. Nem todo mundo que não possui uma religião definida é adorador do demo.


Quem nunca ouviu falar do pacto demoníaco feito por Gene Simmons e sua trupe do KISS para alcançar o sucesso ou os rituais satanistas que a banda teoricamente executava no palco em pleno show?
Quem nunca experimentou girar o LP (os velhos bolachões) ao contrário para ouvir as mensagens subliminares deixadas pelos integrantes do Led Zeppelin nas faixas de suas músicas?
Quem aí não se arrepiou com o lanchinho da tarde que o velho Ozzy Osbourne fez no palco com a cabeça de um morcego?
E a história de que os caras do Slipknot (banda contemporânea e um dos últimos resquícios de Rock moderno) usam máscaras por causa de um pacto que eles fizeram para conseguir sucesso e fama? 


Histórias de rituais, pactos e ofertas de almas ao Coisa Ruim feitas por astros do Rock povoam o imaginário do público há décadas, e muito de fantasia acabou se criando ao redor desses diversos relatos. Mas afinal, o que é verdade e o que é mito nesse papo de Rock do Diabo?
Tenho uma história de infância com o clássico do Led Zeppelin "Stairway to Heaven", música cujos versos falam de uma dama misteriosa que quer encontrar sua escada para o céu. Interpretações para o que a música realmente quer dizer também existem aos montes (ocultismo e uso de drogas são algumas delas), mas é fato notório que a banda de Robert Plant e Jimmy Page sempre esteve no topo das mais relacionadas a satanismo e outros tipos de bruxarias. Os fatos macabros que ocorreram com integrantes do grupo ao longo de sua carreira como o acidente que deixou Plant longe dos palcos por um bom período além da morte estúpida do baterista John Bonham, são só algumas das passagens bizarras envolvendo a banda, mas o que fica mais evidente são mesmo as mensagens subliminares deixadas pelas letras de suas canções. 


Page chegou a comprar a mansão e alguns pertences de Aleister Crowley (o “Mr. Crowley” da canção do Ozzy e o criador da frase “Faz o que tu queres, há de ser tudo da lei” da música “Sociedade Alternativa” do Raul Seixas), um reconhecido bruxo e filósofo inglês do século XIX. Stairway to Heaven, uma de minhas músicas favoritas, segundo pesquisadores, possui diversas reverências ao Você-sabe-quem, e embora saibamos que religiosos acabam forçando a barra de vez em quando para que essas mensagens subliminares apareçam (quem vai ficar procurando mensagens virando um disco de trás pra frente durante horas??), alguns trechos são intrigantes.
No trecho da música em que Robert Plant canta "Your stairway lies on the whispering wind" a mensagem que dizem se conseguir ouvir ao inverso é: "I will sing because I live with Satan" (Eu vou cantar porque vivo com Satan. Aqui o arquivo em MP3 do trecho para baixar).
Só mesmo um cara possuído pra ter essa capacidade de criar uma frase que tenha um significado falada normalmente e outro completamente diferente falado de trás pra frente! Criatividade do capeta, literalmente!


Se destrinchado, esse papo sobre mensagens subliminares vai longe, portanto vou me ater apenas ao que foi falado até aqui, deixando para falar mais sobre isso num post vindouro.
O fato é que, assim como tudo no mundo, o Rock n’ Roll também possui seu lado negativo, e o negócio é se preocupar apenas com a parte boa. O Rock é acima de tudo um ritmo contagiante, feito também para entreter, e é isso que atrai tantas pessoas há cinco gerações. Para mim, o Rock é uma forma de abstrair do mundo quando este me parece demasiadamente injusto, e tem dia que não há nada melhor do que colocar um fone de ouvido e descarregar toda a tensão enquanto um riff furioso ou melódico atinge o tímpano, te fazendo sacudir a cabeça e embalar o corpo num balanço que te faz bem. Rock é bem estar. Rock é um alimento para alma.
Com certeza existe Rock do Diabo e feito para o Diabo, mas duvido muito que o mesmo tenha sido criado pelo dito cujo. Ele não teria a capacidade de criar algo tão empolgante. 


Viva o Rock n’ Roll, e que Deus abençoe todos os roqueiros! Amém!


Feliz Dia Mundial do Rock!


NAMASTE!

Top 10 - Maiores Pauleiras do Rock


Nunca fui uma pessoa muita eclética com relação a gosto musical, por isso logo que conheci o Rock N' Roll no final dos anos 90 me identifiquei muito com esse tipo de som e com as bandas que até hoje uso como minhas referências do estilo. A fase musical atual em especial no cenário do Rock está péssimo, não se faz mais música como antigamente e poucas (ou quase nenhuma) das bandas boas ainda sobrevive, o que me faz andar com muita "velharia" salva no MP3.

Chega de papo e bora conferir as minhas porradas prediletas do cenário Rock!!


Rock N' Roll na véia!!

 

Gravada pela primeira vez pela banda britânica Iron Maiden em 1983, a porrada "The Trooper" foi escrita pelo baixista Steve Harris, inspirada em um poema de Lord Tennyson. O poema conta a história da Batalha de Balaclava (ocorrida em 1854), e tanto a música quanto o poema tratam da narrativa de um único soldado britânico (daí o título da canção "Trooper") que sem esperanças, porém munido de muita coragem, avança sobre o as linhas de defesa russas.
Durante a execução da música, o vocalista Bruce Dickinson costumeiramente ergue uma bandeira inglesa e a faz tremular pelo palco, enquanto a plateia em delírio, canta o refrão e os versos de uma das mais poderosas músicas gravadas pelo Iron Maiden.

"Você tomará a minha vida mas eu tomarei a sua também
Você irá disparar seu mosquete mas eu irei trespassá-lo
Então quando você estiver esperando pelo próximo ataque
Melhor ficar firme, não existe maneira de voltar"
 




Formada em 2001 após a junção de membros do finado Rage Against to Machine e do Soundgarden, o Audioslave emplacou logo de cara uma sequencia de pauladas musicais como "Like a Stone" e "I am the Highway". Muitas de suas pancadas embalaram minhas viagens de trem de volta para casa do curso técnico que fazia em meados de 2002 e 2003 e a banda se tornou logo uma das minhas preferidas. Infelizmente sua vida foi curta e ela se desfez em 2006 com apenas três álbuns lançados.

A música "Cochise" é uma das mais emblemáticas da sua curta discografia, e uma das mais pesadas unindo a voz poderosa de Chris Cornell com todo o talento do Rage Against the Machine em fazer barulho.

"Eu não sou um mártir
eu não sou um profeta
e eu não vou fazer sermões para você
mas aqui está perigoso
melhor você entender
que eu não quero segurar sua mão
mas se precisar de ajuda para melhorar
então eu não quero parar"

"Cochise" foi um dos mais afamados líderes Apache, que resistiu às intrusões em suas terras, feitas por mexicanos e estadunidenses durante o século XIX.




Considerada por muito tempo uma das representantes do movimento grunge iniciada na década de 90, a banda Pearl Jam de Seattle (de onde veio também o Nirvana) passou muitos anos gravando músicas desse gênero, até que no álbum "Yield e Live on Two Legs" (1998) ela se livrou do estigma (não que isso fosse ruim) grunge e passou a tocar o Rock n' roll puro. "Do the Evolution" não só possui um dos mais críticos e criativos videoclipes da história (produzido por Todd McFarlane, o criador do Spawn) como também é um dos mais poderosos hits do playlist da banda. Sobe o som!


 

"Enter Sandman" é uma canção da banda norte-americana de heavy metal Metallica, lançada no seu álbum homônimo de 1991 "Metallica". Foi escrita pelos guitarristas Kirk Hammett e James Hetfield, juntamente com o baterista Lars Ulrich. A letra, elaborada por Hetfield, fala sobre pesadelos, e é uma das melhores músicas do Metallica no quesito paulada, cujo playlist também tem obras de arte do metal como "One", "King Nothing" e "Master of Puppets". Das bandas de tiozões, é uma das únicas (ao lado do Iron) que se mantem em plena forma, embora nesse quesito a banda inglesa tenha tido muito mais regularidade musical que o Metallica, que lançou várias bombas durante os anos 90.

"Agora eu me deito para dormir
Peço ao senhor para guardar minha alma
Se eu morrer antes de acordar
Peço ao senhor que leve minha alma"





 

"Fear of the Dark" é uma canção escrita por Steve Harris (ele de novo!), baixista e compositor principal da banda, fazendo parte do álbum homônimo de 1992 "Fear of the Dark". Do playlist da banda, é com certeza uma das minhas preferidas e a que mais embalou meus momentos de "fúria adolescente" sem razão.
Curiosamente a versão de estúdio da música não me agrada tanto quanto a versão ao vivo. Uma das melhores versões live da canção aconteceu no Brasil, no Rock in Rio de 2001.
Outro fato curioso (ou não) pelo qual tenho uma afeição pela música é que num dia de prova na ETEC, numa avaliação de lógica de programação eu não tinha a menor ideia no que colocar em resposta a um algoritmo quando então no pátio da escola começou a tocar Fear of the Dark. Inspirado pela música, de repente eu consegui responder as duas questões de lógica e me dei bem na nota. Eu prefiro acreditar que o Iron Maiden conseguiu me ajudar daquele apuro. Valeu Iron!




A banda armeno-americana System of a Down tornou-se uma especialista em criar hits extremamente furiosos na década de 2000, e no quesito pauleira eu poderia citar pelo menos umas 5 canções dos cinco álbuns de estúdio que eles lançaram. Quando lembro de fúria musical e de revolta, me vem logo na cabeça "Shop Suey" e "Toxicity" e a energia que esses dois hits trazem. É pra ouvir no último volume e pirar! 
"Ei, o que você quer com o mundo?
O que você possui é desordem, desordem,
Agora, em algum lugar entre o silêncio sagrado
Silêncio sagrado e sono
Em algum lugar, entre o silêncio sagrado e sono
Desordem, desordem, desordem"




"Shoot to Thrill" é a segunda música do álbum "Back in Black", da banda australiana de rock AC/DC, e pra quem ainda não ligou "o nome" à "pessoa" é aquela pauleira que embala uma das primeiras cenas do filme Homem de Ferro 2, pouco antes da chegada de Tony Stark ao palco da sua própria feira de tecnologia. 

"Eu sou como o mal, eu controlo sua pele

Exatamente como uma bomba pronta para explodir
Porque eu sou ilegal, eu tenho tudo
Isso que todas vocês mulheres talvez precisam saber"

Sabe-se lá Deus se essa música fala de drogas ou de um cara que toda mulher quer ter ao lado por ser "ilegal", mas ninguém pode negar, é um som pra lá de contagiante! Essa é uma das bandas que consta na minha lista que preciso ver antes de morrer (ou deles morrerem de velhice).




O Gun N' Roses é sem dúvida uma das melhores bandas que já surgiram no cenário do Rock e o fim dos anos 80 foi presenteado com uma porção de porradas (e não só musicais) que a banda formada por Axl Rose (Vocais), Izzy Stradlin (guitarra rítmica), Slash (Guitarra solo), Duff McKagan (baixo) e Steven Adler (bateria) tocou na época. Há quem torça o nariz para os caras, mas se hoje a banda não passa de uma sombra esquálida do que já foi num passado mais ou menos distante, houve uma época que eles detonavam tudo.
"Paradise City" é uma canção que foi um dos singles de "Appetite for Destruction", primeiro álbum de estúdio da banda, lançado em 1987.

Diz a lenda que a letra de Paradise City é sobre Los Angeles e toda a sua corrupção da época. Já outros, presumem que Axl Rose e Izzy Stradlin falavam sobre a cidade de Lafayette (Indiana) na música. Axl Rose, em entrevista para a revista Hit Parader, declarou que os versos são mais sobre estar na selva, e o coro sobre estar voltando para Midwest, ou qualquer outro lugar.
Não importa, para mim é uma das melhores pauleiras de todos os tempos do Guns e não dá pra ficar no lugar ouvindo isso! "Take me down to the Paradise City".


 


Por muito tempo, no fim da década de 2000 o Foo Fighters foi uma das únicas bandas de Rock Alternativo que ainda sobreviviam à onda EMO que começava a se estender por todo o mundo em especial do cenário Rock. Em particular, é minha 2ª banda preferida depois do Aerosmith e a que contém mais hits salvos no meu HD (me processem?). Conheço poucas músicas dos caras que me agradam menos e qualquer uma delas, exceto as baladinhas (por motivos óbvios) poderiam entrar no meu Top 10. Minha escolhida, no entanto, é "The Pretender", canção composta pela própria banda e produzida pelo produtor musical Gil Norton. Lançada como primeiro single do álbum "Echoes, Silence, Patience & Grace" em 21 de agosto de 2007, é uma das mais bem sucedidas canções da banda; apenas "Learn to Fly" e "Best of You" alcançou uma melhor posição na parada de sucessos Billboard Hot 100. O motivo?? O clipe da música fala por si só. Aumenta o volume!





Goste ou não, o Nirvana consta em qualquer lista ou ranking como uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. O álbum "Nevermind" vendeu em torno de 26 milhões de cópias e consagrou a banda no cenário musical em especial pela destrutiva faixa "Smells Like Teen spirit", escrita por Kurt Cobain e produzida por Butch Vig. "A canção usa o formato verso-refrão, e o riff principal é usado durante a introdução e refrão para criar uma dinâmica de alternância entre as secções de maior e menor violência sonora" (segundo o Wikipedia) e não é preciso da enciclopédia livre para se entender o fenômeno que foi a música no início da década de 90 e que é até hoje. Poucas músicas causam um furor tão grande quanto essa, e ouvi-la com o volume baixo é quase um sacrilégio. Se o sonho de Cobain era se manter no cenário underground (ou underworld) ele não devia nunca ter criado Smells like. Por sorte ele o fez, e criou uma das músicas mais fodas (com o perdão do palavrão) de todas.



ORAÇÃO DO ROCK

Rock nosso que estais na veia
Muito escutado seja
vosso solo
Venha a nós o riff inteiro
Seja feito barulho a vontade
Assim em casa como nos shows
Musica boa de cada dia nos daí hoje
Perdoai nossas loucuras
Assim como perdoamos os pagodeiros e sertanejos
Com aquelas músicas horríveis
Não nos deixeis cair em funk carioca
E livrai-nos do axé

NAMASTE!

5 de julho de 2012

Um bando de loucos em festa



Eu preferia começar esse post com uma piadinha infame ou com a risadinha do Nelson, como costumeiramente faço, mas, como disseram alguns amigos corintianos, o dia 4 de Julho foi reescrito (alguém lembra da Independência Norte-Americana?) no Estádio do Pacaembu, e o Corinthians sagrou-se nessa data campeão pela primeira vez da Taça Libertadores, calando adversários e silenciando para sempre qualquer tipo de piada sobre a falta do maior título das Américas.
A vitória em campo foi incontestável, apesar das dúvidas e desconfianças que sempre rolam quando vemos a mídia exaltando exaustivamente uma equipe de futebol (A Globo era praticamente o "Canal Corinthians" durante as últimas semanas!), mas o time do técnico Tite mostrou a força da raça, e superou o Boca Juniors até mesmo naquilo que eles mais utilizam como arma: A provocação.
O time argentino começou bem o jogo, administrando os primeiros vinte minutos da partida de forma a deixar tensa a torcida corintiana. A partir de então, no entanto, os erros de passes dos Hermanos começaram a ditar o andamento da peleja, e o Corinthians começou a reagir, embora até o fim do primeiro tempo nenhuma das duas equipes tenha levado real perigo a meta adversária. Pra quem estava de fora, apenas assistindo a partida de forma neutra, foi um dos 50 minutos (por causa dos acréscimos) mais entediantes do campeonato. 


As piadinhas no Twitter e no Facebook tiveram seu último suspiro durante o intervalo. 

Se ainda restava alguma esperança no time argentino por parte de sua torcida (e do resto do Brasil!!), ela se esvaiu no segundo tempo, e os erros de passe do Boca sacramentaram o resultado do jogo, quando então a equipe paulista fez o primeiro gol com Emerson, jogador recusado por equipes cariocas e que acabou brilhando no último jogo do campeonato, marcando duas vezes (o primeiro aos 8 min e o segundo aos 27 min). O que faltou em futebol na partida, sobrou em catimba e em faltas. Como era de se esperar, os argentinos vieram para o Pacaembu na tentativa de desestabilizar psicologicamente o time de Tite (já que talento com a bola estava em falta), porém o feitiço virou contra o feiticeiro, e o Corinthians soube usar bastante de catimba para irritar os jogadores Hermanos. O que dizer das provocações do jogador Emerson para cima de seu marcador argentino e vice-versa?
Ah, tudo bem, o Cleber Machado aprovou, então está tudo certo. 


Está mais do que claro que não há nada que movimente mais as opiniões e exalte mais os ânimos no Brasil do que futebol, e foi impressionante a comemoração prévia da torcida corintiana ao longo do dia 4 de Julho. Em vinte e tantos anos de vida, só tinha visto uma movimentação de torcida assim tão grande em época de Copa do Mundo, e até mesmo a comemoração pela vitória se assemelhou a noite de Réveillon (fogos, provavelmente acumulados desde a Libertadores passada!! Hehehehe! Desculpem, piada inevitável!).
Pra quem é de fora, a alcunha "um bando de loucos" cabe aos torcedores corinthianos como uma luva, afinal, poucas torcidas têm um amor tão grande e tão alucinado por seu time do coração como o Corinthians. Só quem torce para o time pode entender realmente a paixão (ou amor xiita) que controla cada um desses aficionados, e é difícil tentar explicar ou entender essa energia avassaladora que emana dessa torcida tão fiel. Não é a toa que seus maiores seguidores se denominam "Gaviões da Fiel", e também não é a toa que igualmente há tanta torcida contra o Corinthians. Ninguém é lá muito favorável a pessoas fanáticas como alguns desses torcedores acabam se tornando. 


Ok. Corinthians campeão. Comemoração garantida até Novembro, quando então o Timão enfrentará o Chelsea no tão sonhado Mundial (se passar pelos times intermediários), povo feliz, a lona do Circo bem hasteada, jogadores milionários (agora vendidos para o exterior) com a vitória, você cada vez mais na merda pra seguir seu time aonde quer que ele vá (porque afinal, ele é sua vida) e todo mundo sorrindo com os dentes que lhe restam. Salve o pão e circo!

Parabéns Corinthians! Bem vindo ao grupo seleto dos campeões da Libertadores da América. Valeu o esforço de toda a campanha de 2012 e em especial seu resultado final.

Ps.: A vitória do Corinthians na Libertadores é o primeiro indício claro de que o fim dos tempos irá mesmo acontecer em 2012!

NAMASTE!

26 de junho de 2012

Homenagem do Rodman - Michael Jackson está vivo!



Passou muito rápido. Já fazem três anos que Michael Jackson faleceu, deixando uma legião de fãs verdadeiros (e um punhado de modistas que o descobriram depois de sua morte) sem sua presença radiante. O maior ícone pop e o maior artista musical de todos os tempos foi embora no dia 25 de Junho de 2009, mas é engraçado perceber como isso, até hoje, tanto tempo depois depois, ainda não foi digerido e nem tampouco compreendido completamente. É como se o cara fosse retornar do nada lançando um novo álbum ou um novo show, porque durante muito tempo, desde Invincible, foi exatamente o que os fãs esperavam, seu retorno triunfal, e agora, é como se essa espera continuasse, embora saibamos muito bem que ela vai durar para sempre. 


Aprendi a gostar de Michael Jackson desde muito cedo influenciado por irmãos mais velhos, mas não foi algo imposto. Gostar de Michael Jackson era sim, quase uma tradição na minha família, mas não foi por isso que me tornei fã. Eu gostava de seu estilo de cantar, das suas roupas um tanto quanto extravagantes (quase roupas sociais em se comparando com Lady Gaga!) e acima de tudo eu gostava da dança. Não, não sou um pé de valsa nem um entendido do assunto, mas algo naqueles gestos e movimentos rápidos me cativava, algo que apenas mais tarde aprendi que era puramente mágica. Michael Jackson não era apenas um bailarino excepcional, era mágico. O que ele fazia nos palcos e nos videoclipes, gênero que ele ajudou a difundir, era pura magia, e chega a ser algo até mesmo difícil de exprimir em palavras puras.
A cada novo álbum que me chegava em forma de vinil, com aquelas capas muito bem elaboradas (Dangerous é de um esplendor absurdo) nos memoráveis anos 90, com aqueles encartes gigantes dentro e a cada novo clipe lançado para nós, pobres mortais no Fantástico, era uma festa. Um momento de parar para olhar, admirar, curtir, voltar a olhar e depois olhar, olhar...


Não havia nenhum artista que nos movesse em casa como ele. Perdi as contas de quantas vezes eu e meus irmãos ficávamos a imitar as coreografias das músicas de Dangerous em casa, e quanto aquele bolachão tocou em nosso aparelho de som. Inúmeras vezes. Uma mais contagiante que a anterior. Tempos bons.
O álbum Dangerous, o quarto solo da carreira de Michael (sem contar os singles), foi um dos mais importantes para mim porque foi o mais exaustivamente ouvido pela família. Logo depois tivemos acesso aquele que foi considerado o melhor álbum não só pelo que vendeu, mas também pelo que revolucionou o cenário musical Thriller, e para nós Michael já era o melhor, nem precisávamos ouvir sua maior obra. Em seguida veio HIStory que além de uma coletânea reunindo os maiores sucessos da carreira, era também um álbum de inéditas e tinha nada mais nada menos que 4 LPs, sem falar no encarte sensacional com fotos e textos de Michael e pessoas que o homenageavam. Nessa época, o grande artista já tentava se recuperar dos primeiros escândalos de pedofilia dos quais havia sido acusado e voltava aos palcos com a reputação abalada, além dos problemas familiares e seus relacionamentos estarem cada vez mais expostos na mídia. Era o começo do fim.
Nunca acreditei que os escândalos envolvendo a vida pessoal de Michael fossem verdadeiros, e tampouco me importava com a aparência cada vez mais mutante que ele começava a assumir toda vez que seu nome vinha a foco. Tudo isso era, para mim, secundário, já que o que mais importava era seu enorme talento. Víamos desde sempre a criança assustada que Michael era mesmo na fase adulta, e tínhamos (eu e minha família) a certeza que aqueles boatos não passavam de uma trama muito bem criada para afetar o ídolo. Nada foi comprovado, nenhuma “vítima” veio à mídia expor o que acontecia de verdade dentro de Neverland, o refúgio encantado do menino que não queria crescer, mas perante a mídia (e não dos fãs) Michael já não era mais o Rei do Pop. Sua pessoa havia sido maculada.
Até hoje, quando mencionam Michael, se preocupam mais em expor suas plásticas, sua mudança de aparência e seus hábitos extravagantes, mas criou-se um respeito maior pelo ídolo, visto que seu vasto repertório de evidente qualidade foi deixado como legado. É inegável o quanto a obra de Michael foi e ainda é importante para a música mundial, e isso é o que mantém sua estrela sempre brilhante. É uma pena que tantas pessoas só começaram a conhecer Michael após sua morte, depois que a mídia destruiu o que ele representava, mas é muito bom saber que seu público, mesmo em decorrência de seu fim acabou se renovando. É comum vermos crianças falando e reconhecendo Jackson, imitando seus gestos característicos e cantando suas músicas, e isso ainda dá alguma esperança que o que ele criou ainda vai perdurar. Para os fãs, Michael Jackson está vivo em sua música, em sua dança e em seus clipes, e para a nova geração que começou a conhecê-lo agora ele ainda não morreu e continuará sendo o melhor de todos entre os maiores. Viva Michael. You are not alone!




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NAMASTE!

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