4 de janeiro de 2015

Review: The Flash - Mid-Season Primeira Temporada


Criado por Greg Berlanti e Andrew Kreisberg, os mesmos de Arrow, a série The Flash tem conquistado dois públicos muito distintos com seus episódios regados a ação e ciência: Os fãs de quadrinhos, que costumam ser bem xiitas com relação a adaptações, e o público “civil”, aquele pessoal que mesmo sem saber quase nada sobre o personagem, acaba curtindo os episódios de forma descompromissada.


Eu mesmo questionei por várias vezes o quão difícil seria desenvolver uma série com o Corredor Escarlate devido à enormidade de efeitos visuais que seriam necessários para se contar uma história minimamente coerente ao que vemos nas HQs, porém, o que vimos nos 9 episódios iniciais de The Flash foi o mesmo que já havíamos percebido na série Arrow, onde Barry Allen (Grant Gustin)  e os conceitos do Flash foram introduzidos, lá na segunda temporada: Fidelidade ao personagem, preocupação com os conceitos básicos do herói e em especial efeitos especiais até bem competentes para uma série de TV semanal.


Barry Allen é um jovem detetive forense que cresceu com o trauma de ter visto na infância a própria mãe ser assassinada por uma misteriosa figura trajando amarelo que parecia possuir super-velocidade. Como resultado, o pai de Barry, Henry Allen (vivido por John Wesley Shipp, o Flash da série dos anos 90), um médico que tentava salvar a esposa quando a Polícia chega a casa, acaba sendo incriminado injustamente, o que o faz amargar anos de prisão, enquanto seu filho procura inocentá-lo. Mas como encontrar um fantasma que ninguém, exceto Barry, acredita existir, e leva-lo a justiça?


Criado por Geoff Johns para os quadrinhos, essa nova origem do Flash é até bem interessante, embora crie algumas confusões temporais e paradoxais, já que coloca como principal responsável pela morte de Nora Allen o maior inimigo do herói, o Flash Reverso, que volta no tempo para mudar o curso da história do próprio Flash, matando sua mãe e incriminando seu pai. Enquanto nas HQs a identidade mais conhecida do Flash Reverso é o professor Eobard Thawne que ganha seus poderes no futuro após estudos dos poderes do Flash do século XX (na época), na série de TV aparentemente haverá uma fusão de conceitos das HQs, já que a identidade secreta do personagem misterioso ainda é uma incógnita, embora tenhamos indícios grandes de que o vilão é na verdade o Doutor Harrison Wells (Tom Cavanagh), que de alguma forma aprendeu a viajar no tempo.


Mas estou me antecipando. Vamos contar um pouco sobre o que aconteceu na série até aqui.

Barry Allen trabalha no departamento de Polícia de Central City ao lado do padrasto, Joe West (Jesse L. Martin), o homem que ficou responsável pela educação do menino depois do crime que vitimou sua mãe. Apaixonado pela filha do detetive West, Iris (Candice Patton) desde criança, e tendo crescido com ela em sua casa como uma irmã, Barry jamais cria coragem para se declarar, e a vê envolvida com o detetive da unidade onde trabalha, Eddie Thawne (Rick Cosnett) logo que ele acorda do coma que o botou fora de ação por alguns meses. 


O mesmo acidente que o deixou em coma, também concedeu a Barry poderes excepcionais, o que faz com que ele se aproxime do Dr. Wells, e seus dois assistentes, Caitlin (Danielle Panabaker) e Cisco (Carlos Valdes) em busca de conhecimento sobre o que realmente aconteceu a ele.


Como brevemente vislumbrado nos episódios 8 e 9 da segunda temporada de Arrow  (que resenhei aqui) e depois melhor explicado na própria série The Flash, o Dr. Wells decidiu experimentar seu Acelerador de Partículas, numa noite chuvosa, acreditando que nada poderia ter dado errado, no que ele estava completamente equivocado. Enquanto o Laboratório STAR se transforma numa incandescente redoma de radioatividade espalhando uma energia destrutiva por quilômetros de distância do epicentro, devido um defeito no acelerador e um erro grotesco de cálculo do Dr. Wells (aliado a seu excesso de confiança), várias pessoas são atingidas pela tal energia negra emanada do dispositivo além de Barry Allen, o que transforma esse acidente no criador de super-seres de The Flash, assim como a kryptonita o era em Smallville e o acidente que transformou Virgil Hawkings (assim como todos os seus inimigos) no desenho do Super Choque. Com esse plot “criativo”, o céu é o limite, e uma porrada de personagens superpoderosos podem surgir a partir desse evento. Vale ressaltar também aqui, que o Dr. Wells, cujo caráter é sempre dúbio em TODOS os episódios, pode ter causado o acidente do Acelerador de partículas propositalmente, e os indícios são vários:
  • Após o acidente que deixou Barry Allen em coma, o Dr. Wells fingiu ter ficado paraplégico, e usa uma cadeira de rodas motorizada para se locomover em seu laboratório. O engodo, no entanto, é desfeito, quando o vemos andar naturalmente dentro de uma sala futurista secreta dentro do STAR, onde ele aciona um supercomputador chamado Gideon;
  • Na mesma sala secreta, Wells nos mostra que havia instalado uma câmera dentro do laboratório de Barry, e que filmou o momento em que o raio atinge a prateleira de produtos químicos e consequentemente Barry. Tudo leva a crer que o “acidente” foi premeditado;
  • Através de Gideon, Wells consulta um jornal futurista que fala sobre o sumiço do Flash e que isso causa uma "Crise" (menção a Crise nas Infinitas Terras?). Detalhe que isso ocorre logo no primeiro episódio da série, quando Barry acabou de se tornar o herói velocista;

  • No episódio 7, Barry é atingido por um meta-humano (denominação dos super-seres da DC) que controla a energia elétrica (Blecaute, Farooq Gibran), o que o faz perder os poderes. Esse fato desencadeia uma mudança no jornal do futuro, fazendo com que o Flash desapareça daquela linha temporal. O Dr. Wells faz de tudo para que Barry recupere os poderes;
  • Wells fala para seu assistente Cisco que o Flash é sua maior invenção;
  • Uma figura trajando amarelo é o responsável pelo assassinato de Nora Allen, a mãe de Barry quando ele tinha oito anos. Essa mesma figura amarela ressurge na época atual e ameaça retaliar, caso o Detetive West não pare de investigar a morte de Nora. Detalhe: West havia sondado com Wells sobre sua coincidente mudança para Central City bem na época do crime, e o homem de amarelo surge pouco depois;
  • No final do episódio 9, após o confronto do Flash e o assim denominado Flash Reverso, em que ele rouba um equipamento do principal laboratório concorrente do STAR, não antes de aplicar uma surra no Dr. Wells, vemos o próprio Wells entrar em sua sala secreta e TCHARAAAAM encarar o traje amarelo do Flash Reverso, bem como guardar o equipamento de táquions roubado do laboratório concorrente do STAR. Ao que tudo indica, Wells É o Flash Reverso;
Não, pera... Calmaê, Rodman! Se o Wells é o Flash Reverso, como ele pode ter aplicado uma surra NELE MESMO?

A resposta é óbvia: Viagem no tempo, caro padawan!

Apesar de ser leitor de quadrinhos das antigas (e apesar de ser mais marvete do que dcnauta), confesso que tive que dar uma pesquisada com relação ao nome “Gideon” e o que ele significa para o universo DC. A única referência que consegui foi a de um déspota chamado Gideon (Gideão, em português) que é um Novo Deus, conceito criado por Jack Kirby, e de onde sai também o personagem Metron, que é um viajante do tempo que costuma observar e coletar informações pelas diversas linhas temporais pela qual passeia. Sobre um super-computador do futuro correlacionado a algum personagem chamado Harrison Wells não há nada que minimamente nos ajude a elucidar afinal o que Diabos esse cara quer com o Flash e qual a importância que ele vê em não só criar o Flash como também mantê-lo vivo (apesar de azucrinar sua vida, matando sua mãe, fazendo com que seu pai seja preso e ainda lhe aplicando uma surra só pra provar que é melhor que ele). 


Se Wells é mesmo o Flash Reverso e quais são seus reais planos, são informações que vamos aguardar para obter com muita ansiedade na próxima metade da série, agora que ela conseguiu prender a atenção da nerdaiada.  

Um dos problemas que eu via em se adaptar o Flash seja para os cinemas ou para a TV (e isso eu discuti aqui nesse post e um pouco aqui também) era a sua galeria de vilões pra lá de mequetrefe. Tirando o Flash Reverso, eu considerava a grande maioria de antagonistas do herói um bando inacreditável de buchas , o que a série acabou por amenizar meu preconceito. Enquanto as adaptações de Mestre dos Espelhos, Flautista e Onda Térmica (que já ameaçou aparecer) não dão as caras na série, já tivemos uma adaptação bem bacana do Mago do Tempo (Clyde Mardon, vivido por Chad Rook), que foi o primeiro vilão da série e um dos primeiros meta-humanos, também criados pela explosão do acelerador de partículas, a rivalizar com o Flash. Mardon é um criminoso comum que é apanhado pela radiação do acelerador quando está em fuga, e capaz de controlar o clima, ele é o primeiro desafio que Barry tem em manter Central City segura.


Multiplex, mais conhecido como Danton Black (Michael Christopher Smith) é um vilão do qual eu nunca tinha ouvido falar, mas já no episódio 2 da série com sua capacidade de criar réplicas de si mesmo dá bastante trabalho para o Flash, em especial quando lhe aplica uma surra daquelas criando diversos clones seus para espancar o herói escarlate. O “Capitão Clone” nos quadrinhos é adversário do Nuclear, mas na série tem um passado triste como um cientista que trabalhava com regeneração de células-tronco na tentativa de criar um coração saudável para a esposa. Demitido da empresa onde trabalhava, ele não consegue tal intento à tempo, e ela morre, o que o faz odiar seu ex-patrão Simon Stagg pelo que aconteceu.


Outro que me era desconhecido era o Névoa, Kyle Nimbus, vivido pelo ator Anthony Carrigan, que também já participou da série Gotham (cujos primeiros episódios resenhei aqui) como o vilão Victor Zsasz


Em The Flash, Nimbus tem a capacidade de se tornar uma nuvem tóxica, capaz de matar as vítimas por asfixia ou por envenenamento. Outra vítima da explosão do Acelerador de Partículas, Nimbus na verdade foi salvo da morte por injeção letal no momento em que estava cumprindo sua pena de morte, e resolveu dar cabo de todos que o condenaram.


Além de Plastique (Kelly Frye), de Tony Woodward (O Girder dos quadrinhos, vivido por Greg Finley), o Blecaute Farroq Gibran (já mencionado acima, vivido por Michael Reventar) e o Rei Relógio William Tockman (Robert Knepper), poucos adversários do Flash tiveram tanto destaque em um episódio quanto Leonard Snart, o Capitão Frio. Além do Rei Relógio, Snart é um dos únicos inimigos do Corredor Escarlate que não possuem poderes especiais, mas ele de longe foi um dos maiores desafios que Barry já teve que enfrentar.


Incomodado pela presença de um homem capaz de antecipar seus crimes e impedi-los, Snart encontra um vendedor que lhe apresenta a chave para parar o homem mais rápido do mundo: Uma arma de gelo. Roubada do laboratório STAR, a arma desenvolvida por Cisco em segredo justamente como um meio de parar Barry caso fosse necessário, é capaz de disparar um raio congelante que resfria o ar a seu redor de forma rápida e precisa. Quando coloca suas mãos nela, Snart percebe que tem a chance que necessita de se livrar de seu inimigo e não hesita quando tem a chance, acertando o Flash e o desacelerando o suficiente para que ele não consiga evitar a morte de um guarda que protege o Museu de Central City.


O episódio 4 traz várias surpresas, como a participação de Felicity Smoak (Emily Bett Rickards), a oráculo de Arrow, que como vimos na segunda temporada do herói encapuzado, sentiu-se atraída pelo detetive forense quando este visitou Starling City, a interação dela com a equipe de nerds do laboratório STAR (o que rende várias cenas engraçadas) e a tensão sexual causada entre ela, Barry e Iris, que os convida para um encontro de casais, levando Eddie para participar de um Quiz na lanchonete em que ela trabalha como garçonete. A sacada do MC Hammer com a fórmula de Einstein (E=MC²) e o vestido preto que Felicity usa para impressionar Barry são aqueles pequenos momentos que deixam os fãs, tanto de Arrow quanto de The Flash, empolgados...


Por falar em empolgados...


Ah, Felicity!!!

A pergunta que não quer calar: Porque Diabos nem Barry nem Oliver aceitam ficar com essa coisa mais fofa de linda e inteligente que é a Felicity??? E aquele jeitinho atrapalhado dela??? Oh, God!


Eu quero uma Felicity pra mim!

Voltando ao episódio do Capitão Frio, a resolução dele foi o que mais me incomodou, quando Snart derrota Barry (após causar um acidente de trem fenomenal) e Cisco, Caitlin e Felicity salvam o dia, ameaçando o vilão com uma espécie de aspirador de pó cheio de leds. Convencido de que aquele equipamento apontado pra ele por Cisco é mesmo uma versão mais poderosa de sua arma congelante, Snart decide ir embora, simplesmente virando as costas e não matando ninguém


Como assim? Que tipo de vilão é esse? 

Mesmo que ele acreditasse que a “arma” de Cisco era mesmo letal, ele nem sequer se preocupa em dar as costas para o nerd quando simplesmente vai embora. Tudo bem que o cara se chama “Capitão Frio”, mas a interpretação do ator Wentworth Miller, de Prision Break, é pra lá de gelada. Ele é intimidador, mas a falta de expressão do ator meio que deixou o personagem “frio” demais, com o perdão do trocadilho.


O crossover que uniu as séries The Flash e Arrow, na parte que cabe ao Corredor Escarlate, foi possível graças ao vilão Prisma (Paul Anthony), cujos olhos são capazes de causar a fúria de quem os encara. Quando Oliver Queen (Stephen Amell) e sua equipe Diggle (David Ramsey) e Felicity desembarcam em Central City, seguindo pistas de um sujeito que utiliza bumerangues como arma e que matou um agente da ARGUS em Starling City, Barry os recepciona e oferece ajuda ao Arqueiro, ao qual Oliver só muda de ideia em aceitar quando Felicity intervém.


Enquanto aceita a ajuda, Oliver tenta passar um pouco de sua experiência a Barry, analisando as técnicas de combate inexistentes do colega e aplicando-lhe um sermão sobre seu descuido quando entra em ação. Enquanto o Dr. Wells, que com a ajuda do Detetive West, se opõe a presença do Arqueiro em Central City, as equipes se juntam quando por outro descuido em agir sem pensar, Barry acaba se tornando vítima do vilão Prisma, que começa a causar uma onda de ódio pela cidade. Dominado pelos poderes de Roy Bivolo, Barry torna-se agressivo, discute com Joe West, aplica uma surra em Eddie na frente de Iris e principalmente entra em conflito ideológico com Oliver, causando um atrito entre ambos. Quando o Flash se torna descontrolado, tanto o Dr. Wells quanto Joe West entendem que o único capaz de frear Barry é o Arqueiro, e o herói de Starling entra em ação tentando parar o homem mais rápido do mundo. A desvantagem de Oliver fica clara em combate, mas sua perícia e sua experiência acabam falando mais alto quando ele precisa deter Barry o suficiente para que o Dr. Wells entre com a forma de deter a hipnose do Corredor Escarlate.


O episódio do crossover não é tão bom quanto poderia ter sido, mas possui momentos muito relevantes e engraçados como a torcida pró-Oliver liderada por Diggle e a pró-Barry liderada por Cisco quando os dois heróis medem forças, e a forma como Barry elimina o tranquilizante de cavalo que Oliver injeta nele com flechas através de vibração. Apesar de fraco, o capítulo vale como um aperitivo para o segundo episódio do crossover que acontece na série Arrow (epi. 8).


The Flash foi a grande surpresa do ano com relação a séries. Quando fiz a enquete no Blog procurando saber dos leitores qual seria a grande estreia da temporada, apostava mais em Gotham (32%) ou em Constantine (5%), mas o Flash acabou ganhando com 48% dos votos como a melhor estreia da temporada. A série realmente é muito boa, e trata o lado fantástico da DC de forma bem competente, introduzindo vários personagens pequenos da editora e tratando-os como grandes. O mais interessante é que os efeitos especiais, embora bastante modestos às vezes, não atrapalham as cenas em que a super-velocidade do Flash precisa ser mostrada, e aquilo que podia ser o grande fiasco para a produção acabou sendo um ponto positivo, já que mostra todos os poderes do herói (vibração, corrida sobre a água, faíscas de energia cinética) com bastante fidelidade a dos quadrinhos.


A introdução de outros heróis na série como o Nuclear Ronnie Raymond (Robbie Amell, primo de Stephen Amell e já acostumado a “ter” superpoderes na série cancelada Tomorrow People) que eu jamais esperava ver em live action (e que mais parece o Tocha Humana da Marvel do que o Firestorm das HQs!!), abre um leque gigante de possibilidades para que outros também possam surgir oriundos da radiação do Acelerador de Partículas. 


Vale lembrar que os nomes de Ralph Dibny (o Homem Elástico) de Bea Da Costa (a brasileira Fogo) e de Al Rothstein (o Esmaga-Átomo) foram citados como os “mortos” do laboratório STAR na noite em que o Acelerador explodiu, e como Ronnie, o noivo de Caitlin sobreviveu, é bem possível que todos os demais também resolvam dar as caras na série, senão na segunda metade da Primeira Temporada, quem sabe nas próximas.


Até os pontos que mais me incomodavam em The Flash, como o fato de Joe agir como um paizão coruja demais com Barry, impedindo-o de alcançar seu potencial ou o ar sempre exageradamente engraçaralho (e as vezes apenas bobão) de Cisco, hoje já não me incomodam mais. O fato da falta de química entre Barry e Iris meio que não nos fazer se importar com o (não) relacionamento amoroso dos dois, após o episódio mid-season em que finalmente ele se declara para ela, hoje já nos é mais simpático. É fato também que a atriz Candice Patton, apesar de bonitinha, não ajuda muito com sua interpretação sempre burocrática, mas esse amor não correspondido entre Barry e Iris deve ser mesmo o plot para o restante da série. 


Assim como a Mary Jane biscateira dos filmes do Sam Raimi que só se interessa pelo Peter Parker quando descobre que ele é o Aranha, é bem provável que o mesmo aconteça quando Iris descobrir a identidade secreta do Flash. Ver o Flash sempre também tão dependente da sua equipe nerd é algo que ainda incomoda, mas não a ponto de a série me desagradar. Continuarei acompanhando em especial por essa história de viagem no tempo e do Flash Reverso, e como isso tudo vai se desenrolar.

Nota 8, por ora.

PS.: Se aparecer um gorila humanoide falante em The Flash, juro que desisto de assistir essa porra!


NAMASTE!                                                                                                                                           

31 de dezembro de 2014

Review - Arrow - Mid-Season Terceira Temporada


Os primeiros 9 episódios da Terceira temporada de Arrow serviram para nos mostrar que a série perdeu um pouco do fôlego quando tirou de foco Slade Wilson, o grande inimigo de Oliver Queen (Stephen Amell) da segunda temporada. Todo aquele lance de “eu sei sua identidade secreta e vou transformar sua vida num inferno” funcionou muito bem para manter a tensão ao longo dos 23 episódios da temporada anterior, o que infelizmente não tem acontecido na terceira.

Em primeiro lugar, tirar Oliver da ilha nos flashbacks foi uma decisão acertada, já que ninguém acreditaria que ele aprendeu todas suas técnicas de combate, de investigação e de espionagem preso durante cinco anos em uma ilha deserta, mas nada disso explica porque resolveram deixar essas passagens da vida do herdeiro da família Queen tão chatas! Os momentos de Oliver em Hong Kong servindo de agente secreto para a ARGUS da Amanda Waller  (Cynthia Addai-Robinson) ao lado de um agente japonês (!!) chamado Maseo Tamashiro (Karl Yune) já figuram no ranking dos mais sacais de toda a série, e isso porque nem mencionei o fato dele querer ser um agente infiltrado na China! 

Não, sério! Um cara loiro de olhos claros quer passar incólume no meio de um bando de chineses?? Sério isso?


Tudo bem que esse flashback quer nos mostrar que Oliver teve outro tipo de treinamento além do arco e flecha que aprendeu com a Shado e seu pai na ilha, mas a interação dele com seus anfitriões japoneses não empolga, muito menos suas missões para Waller, que sem razão nenhuma resolve “contratar” Oliver como agente devido seus “talentos especiais”.

Mas Rodman, a Amanda só quer usar o Oliver como um de seus “dispensáveis”, já que tecnicamente ele está morto para o mundo. Não seja burro!

Ok, mas nada disso deixa essas cenas de flashbacks mais emocionantes!

Se você ainda não viu a Terceira Temporada e pretende se livrar de SPOILERS desagradáveis, por favor, clique no X no canto superior direito da sua tela à partir de agora.


COMO ASSIM MATARAM A SARA LANCE LOGO NO PRIMEIRO EPISÓDIO???

Quem já acompanhou meus posts anteriores sobre Arrow (aqui sobre a primeira temporada e aqui sobre a segunda) deve saber que Sara Lance (Caity Lotz) é a musa máxima da série, mesmo disputando ombro a ombro com a Caçadora, que é outra tetéia, e por isso, fica aqui o meu protesto escrito pelo que aconteceu a ela na série. A personagem é eliminada misteriosamente ao final do primeiro episódio da Terceira Temporada, caindo morta aos pés de sua irmã Laurel (ou LaurelZzzzzzz, para alguns!) após ser flechada no peito. Os episódios seguintes são dedicados a Oliver e sua equipe investigarem quem Diabos conseguiu assassinar uma agente treinada pela própria Liga dos Assassinos (ou das Sombras, eu nunca lembro) do próprio Ra’s Al Ghul, e claro, rola muita emoção e lágrimas na despedida da personagem que protagonizava algumas das melhores cenas de ação da série toda (a atriz Caity Lotz era MESMO treinada em artes marciais).


O sumiço de Sara logo chama a atenção de Nyssa Al Ghul (Katrina Law), a filha do Cabeça de Demônio, uma vez que a missão de Sara para a Liga em Starling City era investigar o súbito reaparecimento dos mortos de Malcolm Merlyn (John Barrowman), que vimos vivinho da Silva salvando sua filha Thea (Willa Holland) das garras de soldados mirakuru de Slade Wilson no final da segunda temporada. Em busca da sua amada (sim, elas se pegavam!) Nyssa vai parar no esconderijo do Arrow, e descobre que Sara foi morta por uma arqueiro misterioso. O plot da terceira temporada todo se desenvolve à partir da morte da Sara e de sua relação com Oliver e com a Liga de Ra’s Al Ghul.


Por falar no inimigo do Batman...

Que decepção quando ele deu as caras e NÃO ERA o Liam Neeson!


Faria muito sentido usarem Neeson como Ra’s, uma vez que Arrow tem MUITA influência do universo dark desenvolvido para o cinema por Christopher Nolan para o Batman. Discorda de mim?

É só comparar o Arqueiro Verde de Smallville com o de Arrow. São dois personagens completamente diferentes. Um que figura bem no universo colorido do Superman e outro que combina mais com a sujeira e escuridão do Batman.

Mas enfim. Talvez o cachê do velhinho porradeiro tivesse alto demais para uma série de TV sustentar, mas o fato é que não fui muito com os cornos desse Ra’s Al Ghul vivido pelo ator australiano Matthew Nable, embora ele tenha ajudado a criar um momento épico da série até aqui no episódio 9! PAM PAM PAAAAAM! (Já, já falo sobre isso).


Uma das grandes novidades de Arrow Season 3 foi mesmo a aquisição de Brandon Routh para o elenco, esse talentosíssimo ator que já prestou seu grandioso talento para viver o Superman em Superman Returns e...

BWAHAHAH-HAHAHHA!

Desculpe, gente, nem eu aguentei escrever essa mentira.

Routh ficou marcado e estigmatizado por ter vivido o péssimo Superman dirigido por Bryan Synger, e embora hoje ele tente provar que é um ator melhor e mais versátil, é difícil se livrar completamente da sua imagem de boneco de cera. Na pele de Ray Palmer, que nas HQs além do cientista é também o super-herói Eléktron (ATOM em inglês), Routh até tem se esforçado para deixar seu personagem carismático, em especial nas cenas em que divide espaço com Emilly Bett Rickards, a Felicity, mas não adianta. O Cigano Igor que há nele não cede espaço tão facilmente. Quando ele quer passar credibilidade, ele arregala os olhos, como se tivesse chapado, e em casa assistindo a gente não sabe se ele está se esforçando para lembrar do texto ou se essa é sua expressão de “eu sei o que estou fazendo”!


Independente do talento (ou a falta de) do ator, Palmer entra em cena para adquirir as Consolidações Queen de Oliver, que após os fatos desenrolados na segunda temporada, entra em crise e à venda. Deixando Oliver falido e com apenas seu esconderijo como patrimônio, Palmer assume a empresa, contrata Felicity por seus talentos incomparáveis em tecnologia, e com sua ajuda começa a expandir seus negócios para a área de ciências avançadas. Só faltou aparecer o Lucius Fox!


Em uma ocasião, Palmer mostra a holografia para o que vai ser o exoesqueleto do Eléktron, e pelo visto, da segunda metade do seriado para frente, o personagem deve mesmo assumir seu caráter heroico e fazer parte da ação, uma vez que ele já confessou para Felicity que já se sentiu indefeso durante a invasão de Slade Wilson a Starling, e que gostaria de poder fazer mais para defender a cidade. Aguardemos!


Nos 9 episódios iniciais da terceira temporada com certeza os encontros com o Flash/Barry Allen (Grant Gustin) foi o que mais movimentou a série, embora pra mim, isso não tenha acrescentado nada ao personagem Arrow. Em primeiro lugar, a disparidade entre as habilidades entre os dois se torna gritante quando medidas, vemos o Arqueiro como o grande badass motherfucker em sua série, mas quando o Flash entra em ação, ele se torna “apenas um cara segurando um arco”, perdendo totalmente seu valor como herói. Como acontece nos quadrinhos em encontros entre o Superman e o Batman, por exemplo, o roteirista tem sempre que dar uma forçada para que o personagem mais fraco no mínimo consiga rivalizar com o mais poderoso, e essas forçadas às vezes são vergonhosas. 


Assim como o Batman dar uma porrada no Superman sem quebrar todos os ossos da mão, vemos o Arqueiro querendo sair na porrada com o Flash, que apesar de ainda não possuir a velocidade da luz (na série ele só atinge a velocidade próxima do som) ele é o homem mais rápido do mundo. Não dá pra sair no braço com um cara que pode antecipar qualquer movimento seu, quanto mais querer acertar uma flecha nele, ou um dardo, ou duas flechas nas costas!

Os princípios de Oliver e sua experiência no combate ao crime acabam sendo o foco do crossover entre as duas séries, uma vez que fica claro que apesar de ser muito mais poderoso, Barry Allen não passa de um garoto tentando combater o crime, sem técnica ou qualquer habilidade física além da supervelocidade. Pra quem estava torcendo para o Oliver no confronto entre os dois, fica pelo menos esse alento.


Vale ressaltar algumas participações que o começo da terceira temporada teve além das de Amanda Waller, Ra’s Al Ghul e do Flash. No segundo episódio quem deu as caras, confundido com o assassino de Sara Lance foi o vilão Komodo (Simon Lacroix, vivido pelo ator Matt Ward). Nos quadrinhos, em especial em sua versão Novos 52, o Komodo trabalhava para o pai de Oliver, e pra variar, é um especialista em... Arco e flecha.
Outra que também usa arco e flecha (o que nos faz pensar que Starling City deve ser a cidade com o maior número de praticantes dessa modalidade por habitante do UNIVERSO!) foi a Cupido, uma ex-policial pirada que se torna obcecada por Oliver depois que é salva por ele durante a invasão dos soldados mirakuru a cidade. 


Interpretada pela linda atriz Amy Gumenick, a Cupido dá trabalho para Oliver quando decide infernizar a vida do cara em busca de um amor não correspondido. No final do episódio, Carrie Cutter acaba sendo jogada no Esquadrão Suicida de Amanda Waller, através do ARGUS. Outra que deu as caras foi a atriz Rila Fukushima, que interpreta Tatsu Yamashiro (a Katana das HQs), esposa de Maseo, o agente da ARGUS que auxilia Oliver em Hong Kong. Como disse anteriormente, as participações do casal interagindo com Oliver são muito chatas, e a única coisa interessante é o que acontece no último episódio, quando a China White (Kelly Hu) entra em conflito com Tatsu numa briga louca de aranhas espadas com um resultado surpreendente. Sabem o que isso significa?


Como não??

Lady Letal (X-Men 2) e Yukio (Wolverine Imortal), ambas personagens próximas a Wolverine saindo na porrada!!!

Tá, ok. Isso não quer dizer nada.


As participações de pequenos personagens dos quadrinhos não param por aí. No episódio 3, enquanto Oliver viaja para Corto Maltese atrás da irmã Thea (que foi embora com seu “pai” Malcolm Merlyn), John Diggle (David Ramsey), à serviço do ARGUS e da esposa, tenta localizar um agente chamado Mark Shaw (David Cubitt). Nos quadrinhos, Shaw era a identidade por trás do Caçador, personagem muito popular nas histórias do Xeque Mate e do Esquadrão Suicida nos anos 80. 


A participação mais significativa da série, no entanto, fica a cargo de Ted Grant, o lutador de boxe veterano que nas HQs, autodenominado “Pantera” fica responsável pelo treinamento da segunda Canário Negro. Vivido por J. R. Ramirez, o Pantera já é figura recorrente na série, uma vez que assim como nos quadrinhos, ele decide treinar Laurel Lance (Katie Cassidy) quando esta fica devastada pela morte impune de sua irmã. Tudo bem que Laurel não convence ninguém de que é capaz de assumir a máscara da Canário, mas é o que vai acontecer a partir da segunda metade da série.


Apesar das participações especiais e da ação que envolve mais o personagem Roy Harper, (Colton Haynes) apelidado agora de Arsenal (ainda bem que não foi “Ricardito”!!), da citação ao Irmão-Olho, que na série é um cyberativista e ex-namorado de Felicity enquanto nas HQs esse nome é dado ao supercomputador criado pelo Batman, e do combate entre Arsenal, Arqueiro e o Capitão Bumerangue (Digger Harkness, vivido pelo ator Nick Tarabay), clássico inimigo do Flash, a primeira parte da terceira temporada meio que cambaleou até o fim, e apresentou um mid-season finale muito foda, desses de deixar qualquer fã de quadrinhos estupefato. 


Após o combate de honra entre Oliver e Ra’s Al Ghul, e a MORTE de Oliver, muitas especulações já surgiram nos fóruns de bate-papo, e os mais óbvios citam, claro, o Poço de Lázaro, que o Cabeça de Demônio utiliza para manter sua imortalidade, bem como sua forma saudável. As perguntas são: Quem irá ressuscitar Oliver e Por que? Como ele retornará para Starling, como ele mesmo ou com a mente controlada por alguém? E como Starling vai se virar SEM seu maior vigilante?


Confesso que fiquei bem ansioso para continuar acompanhando a série, que a meu ver, apesar das estreias de The Flash e Gotham, continua sendo minha série da atualidade preferida.

Por enquanto, nota 8!

PS.: O quase romance entre Felicity e Oliver no começo da temporada deixou os espectadores mais românticos em estado de graça.

PS. 2: Mas o affair dela com o Ray jogou um balde de água fria em nossas cabeças!

PS. 3: O que dizer então do affair rápido dela com Barry Allen???

PS. 4: Eu quero uma Felicity pra mim! 



NAMASTE! 

24 de dezembro de 2014

Review - A Batalha dos Cinco Exércitos


A trilogia O Senhor dos Anéis é hoje um clássico que muitos consideram intocável, num nível O Poderoso Chefão, Táxi Driver e a Trilogia De Volta para o Futuro. As comparações de O Hobbit com os três primeiros filmes que visitaram a Terra Média, criação de J.R.R Tolkien lá na longínqua década de 30, hoje também são inevitáveis, e de comparações para chiliques de fãs e haters é um pulo. Como já disse aqui algumas vezes, eu comecei a assistir os filmes de o Senhor dos Anéis por puro acaso (um acaso chamado Liv Tyler), por isso nunca os vi na tela grande do cinema, erro que resolvi corrigir quando soube que o diretor Peter Jackson tinha planos para levar o diminuto livro O Hobbit para as telas, e pasmem, dividido em três filmes

Peter Jackson e o elenco de O Hobbit

Seja pelos efeitos visuais modernizados (garantidos pela distância de quase 10 anos entre o fim de O Retorno do Rei e Uma Jornada Inesperada), pelo carisma do personagem Bilbo interpretado agora por Martin Freeman, seja pelo clima levemente mais aventureiro ou pela pura e simples nostalgia, eu gostei muito da trilogia O Hobbit, e não enxergo todos esses problemas com que os críticos resolveram atacar os filmes. Mas já é hora de visitar a Terra Média pela última vez e ver, afinal, se essa nova aventura valeu ou não a pena! Vamos ao review


A Batalha dos Cinco Exércitos começa exatamente do ponto onde A Desolação de Smaug terminou, com o dragão voando emputecido da Montanha de Erebor, lar dos anões, para desgraçar a vida da Cidade dos Lagos. Expulso do local que ele dominou por eras, Smaug (com voz cavernosa do novo Doutor Estranho Benedict Cumberbatch)  decide se vingar dos anões liderados por Thorin, Escudo de Carvalho (Richard Armitage), acabando com os homens, que indefesos, nada podem fazer para deter a fúria do monstro. Do alto da montanha, Thorin e seus amigos apenas observam o voo da criatura e a cidade começar a arder em chamas, mas para o anão, nada mais importa, o que ele tanto almejava no começo de sua jornada foi conquistado: O castelo e toda a riqueza nele guardada. 


Na cidade, enquanto os anões Kili (Aidan Turner) e Fili (Dean O'Gorman), junto com a elfa Tauriel (Evangeline Lilly), acompanhada de perto por Legolas (Orlando Bloom), nada mais podem fazer a não ser fugir dali e conduzir o máximo de pessoas com eles, cabe a Bard (Luke Evans) escapar de sua prisão e correr em auxílio de sua família, que em meio aos ataques de Smaug estão prestes a morrer diante da fúria do dragão. Mesmo pra quem nunca leu uma página sequer de O Hobbit (incluindo aí eu mesmo!) o que vem a seguir é tão previsível que nem nos damos ao trabalho de ficarmos apreensivos, já que sendo Bard um arqueiro, é óbvio que ele vai atingir Smaug exatamente em sua área vulnerável, aquela que não é protegida por sua carapaça, e matar a criatura

Bard, o bravo

Com a derrota de Smaug, a notícia de que um Castelo no alto da Montanha recheado de riquezas está desguarnecido atrai mais gente do que as contas da Petrobrás, e é aí que o subtítulo do filme começa a fazer sentido: A batalha vai começar. 

Apesar de serem filmes divertidos e bem aventureiros, não dá pra dizer que os dois primeiros O Hobbit sejam ricos em grandiosas cenas de batalha, ou mesmo que tenham cenas de ação memoráveis, exceto talvez, a famosa cena das corredeiras em A Desolação de Smaug, mas A Batalha dos Cinco Exércitos compensa esse desequilíbrio muito bem, em uma sequência de quase quarenta minutos de pura pancadaria, ao melhor estilo Peter Jackson. Quando Orcs comandados pelo maléfico Azog e seu filho Bolg se dirigem para os pés de Erebor, a fim de completar sua missão de destruir os anões, eles encontram um grupo de homens liderados por Bard, que estão ali desesperados por um pouco de ouro, agora que sua cidade está destruída, e também o exército de elfos, sob o comando de Thranduil (Lee Pace).   

Thranduil, a Diva!

O motivo da batalha parece fútil... Quer dizer... Parece não, o motivo é fútil pra caralho! É tipo um roteiro de uma brincadeira de criança que junta um monte de bonequinhos sobre a cama e tem que arrumar algum motivo para que todos caiam na porrada. Eu fazia muito isso quando brincava com meus "hominhos", e olhe que na maioria das vezes eu bolava roteiros bem melhores para que meus heróis saíssem no braço com meus vilões!

Azog organizou a roconha e fez todo mundo dançar!

Seja como for, visualmente a pancadaria é bem interessante. Embora muita gente acuse o filme de infantilóide há bastante cenas violentas de decapitações, empalamento (incluindo aí TRÊS anões) e esmagamento, e tudo é mostrado de forma bem didática, sem esguichar uma gota de sangue sequer na sua cara dentro da imersão 3D. Praticamente todo personagem principal tem uma cena de ação que se destaca dentro dos tais quarenta minutos de treta, e embora pareça um tempo muito extenso de luta, Jackson consegue equilibrar bem os momentos de tensão com os de emoção. As batalhas entre Bolg e Kili, Bolg e Tauriel e depois Legolas e Bolg são de tirar o fôlego, e diferente do que estamos acostumados, não há qualquer espaço para gentilezas, honrarias ou mesmo clemência. A bela Tauriel toma porrada na cara enquanto tenta salvar seu amor anão (tá... isso continua soando ridículo!) e não falta emoção quando esse embate chega ao fim, cabendo ao valente (e super mega hiper foda) Legolas salvar o dia e vencer Bolg. 

Legolas, o Foda!

Aliás, cabe aqui ressaltar o quanto o personagem de Orlando Bloom foi maximizado nesse filme, já que ele nem aparece na história original do livro! Jackson faz praticamente uma declaração de amor ao personagem, o colocando como o elfo mais badass motafucker de Valfenda, em cenas de ação muito bem realizadas e com saídas espetaculares, como matar um Troll para que ele desse uma cabeçada numa torre para que ela derrubasse Bolg, salvando assim Tauriel. Sacada de mestre!


Você achou a sequência final emocionante, Rodman?


Devo confessar que meus dutos lacrimais foram estimulados perto da conclusão da batalha, e a trilha sonora, que pela primeira vez nesses três filmes serviu para conduzir a cena, fizeram um belíssimo serviço para que a emoção tomasse conta desse ser. Como sempre, estava bem acompanhado no cinema, e minha namorada também se viu com lágrimas a escorrer dos olhos por trás dos óculos 3D quando enfim, chegamos a conclusão que aquela era possivelmente nossa última visita à Terra Média, e que estávamos nos despedindo, mais uma vez, de nossos personagens preferidos daquela saga incrível.


O filme tem erros? Claro que tem. Ele é longo demais, a punhetação sobre a avareza de Thorin quando ele se dá conta de que toda a riqueza dos anões agora é sua, incomoda bastante (sim! temos vontade de dar três tapas na cara desse babaca e fazê-lo acordar pra vida!), a cena do ataque do "jovem" Sauron a Gandalf (Sir Ian McKellen) é desnecessária, embora sirva para demonstrar toda a magnitude dos poderes de Galadriel (Cate Blanchett), que manda Sauron pro limbo (de onde ele retorna logo no começo de A Sociedade do Anel) praticamente sozinha, enquanto Elrond (Hugo Weaving) a ajuda com os demais nazguls que atacam Gandalf e Saruman (Christopher Lee). A cena é grandiosa, mas desnecessária, já que nada disso acontece no livro O Hobbit


Mas quem liga? Ficamos mijados de medo da Galadriel, e isso que importa!


É fato que um livro de pouco mais de trezentas páginas jamais conseguiria render material para três filmes, por isso, Peter Jackson e seus roteiristas tiveram que absorver bastante coisas dos contos inacabados de Tolkien, assim como do livro Silmarillion para fazer seus filmes da nova trilogia. Para muitos fãs xiitas, essa mistura pode ser considerada uma heresia com a obra de Tolkien, mas duvido que importe pra grande maioria do público leigo ou mesmo para aqueles que sabem diferenciar a obra original de ADAPTAÇÕES. Pelo mesmo sentido da palavra, já dá pra entender que as vezes certas mudanças são necessárias para atender um público diferente e mais amplo, e esse tipo de coisa acontece o tempo todo quando livros se tornam filmes, jogos se tornam séries, quadrinhos se tornam livros e assim por diante. O importante é agradar o maior número de pessoas, o que imagino eu, o filme que bate a marca de US$ 355 Milhões de arrecadação após duas semanas de exibição tenha feito.


Despedidas costumam ser melancólicas (lembro até hoje de minhas lágrimas quando aquele barco partiu levando um idoso Bilbo para a eternidade ao final de O Retorno do Rei), e embora saibamos que tirar leite de pedra virou especialidade de Peter Jackson e que a qualquer momento ele possa nos presentear com uma nova trilogia de Silmarillion ou dos Contos Inacabados, A Batalha dos Cinco Exércitos teve um gostinho de ponto final, fechando bem uma controversa trilogia que a meu ver funcionou quase como um complemento luxuoso de O Senhor dos Anéis, embora sem o mesmo brilho, garbo e elegância que a obra original. A meu ver, valeu cada centavo do ingresso, e não me importaria de ter o box com os três filmes guardados em minha estante.



NOTA: 9

Ps.: A sessão em que assisti o filme teve altos barracos por conta de uma espectadora que curiosamente sentou-se na mesma fileira que eu e que, digamos assim, se empolgou um pouco durante todo o filme, soltando uns UHUUUUU!, É ISSO AÍ!! em meio as cenas mais intensas. Confesso que já me empolguei vendo filmes, Vingadores, por exemplo, mas nunca a ponto de incomodar os demais espectadores da sala. Nunca esqueça seu vidro de SIMANCOL antes de sair de casa para uma sessão de cinema, galera. O cinema é público e todo mundo tem o direito de assistir o filme em paz. 

Essa situação me lembrou essa cena, HEHEHEHE:



NAMASTE!    
  

1 de dezembro de 2014

Homenagem do Rodman - Adeus, Chaves!

“Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez.” 

(WILLIAM SHAKESPEARE)

Eu me lembro que desde criança a morte sempre me impressionou. O ano de 1994, por exemplo, foi muito forte nesse sentido. No cinema, eu vi de perto a morte do Mufasa, em O Rei Leão, nos quadrinhos foi a vez da Morte do Superman e na vida real o Brasil ficou de luto pela morte trágica de Ayrton Senna, piloto que de tão talentoso, até hoje (20 anos depois!) ainda não apareceu ninguém com 10% de sua raça nas pistas.

Devido problemas pessoais, finais de relacionamento e fracassos profissionais eu já pensei em abraçar a morte por algumas vezes, já pensei em encerrar esse ciclo de tragédias e erros de uma forma abrupta, mas admito que não entendo a morte, nem tampouco a aceito. Como poderia então abraçá-la?


Em Novembro de 2014 mais um grande ídolo da TV nos deixou, elevando aquele pensamento estranho que nos arrebata todas as vezes que alguém muito importante se vai: Por que tinha que ser assim?

Roberto Bolaños, também conhecido como Chespirito no México, seu país de origem, e o eterno Chaves para os brasileiros, faleceu no dia 28 de Novembro em decorrência de problemas respiratórios agravados pelo uso constante do cigarro ao longo da vida. Com a saúde já bem frágil há algum tempo devido a idade avançada, não eram raros os boatos pela Internet de que ele havia morrido mesmo quando isso não acontecia, e a frase “o Chaves morreu” meio que se tornou uma constante nos últimos anos, embora ela não nos tenha preparado de fato para a notícia verdadeira.


Como toda criança brasileira, imagino eu, esse quem vos escreve também foi um fã do seriado Chaves, e aprendeu a amar o personagem ao longo de tantos anos de reprises ininterruptas do canal SBT, do Seu Silvio Santos. Assim como você que está lendo essas mal traçadas linhas, eu também chorei quando o pessoal da Vila acusou o Chaves de ladrão, também me assustei ao invadir a casa da Bruxa do 71 e descobrir que ela, enfim, não era uma bruxa de verdade e eu também aproveitei as férias em Acapulco. Tantos episódios inesquecíveis, tantas frases marcantes que falo até hoje (quem nunca soltou o “Já chegou o Disco Voador” quando o chefe adentrou o ambiente?) e tantos personagens engraçados que fazem e farão parte de nossas vidas para sempre, tudo magistralmente criado por uma pessoa que tinha uma visão específica do lado humano: A de que a felicidade está nas coisas simples. Como não idolatrar esse pequeno gênio mexicano que com um talento inigualável fez com pessoas do outro lado do mundo o reverenciassem por causa de um humor ingênuo e extremamente inteligente contido nos textos de Chaves e Chapolin?


O título “Chespirito” atribuído a Bolaños é justíssimo, uma vez que significa “Shakespearito”, ou pequeno Shakespeare, criando uma alusão a criatividade inventiva desse engenheiro mexicano que jamais exerceu a profissão onde se formou para se dedicar totalmente à televisão e consequentemente ao humor. Se hoje, crescidos, alguns de nós achamos os episódios de Chaves bobos e ingênuos demais em comparação ao novo humor mais apelativo, agressivo e recheado de palavrões que permeia a mídia em geral, temos que aplaudir de pé o talento de Bolaños em criar personagens e histórias tão cativantes que criaram elos entre gerações. 


Se sua mãe, seu pai, sua tia e seus filhos e sobrinhos gostam igualmente do menino pobre do nº 8 que adora sanduíche de presunto, isso não é por acaso. Não é qualquer personagem que se torna capaz de encantar tanto públicos diferentes ao mesmo tempo como os que ele criou, e isso denota sim traços de genialidade. Eu sei que todo mundo já viu episódios de Chaves e Chapolin o suficiente para uma vida toda, mas pare agora para assistir 5 minutos que seja de qualquer um deles e resista ao teste de não dar sequer um sorriso com o canto da boca.

Vai lá. EU TE DESAFIO!


Chaves, Quico, Chiquinha, Seu Madruga, Dona Florinda, Professor Girafales, Senhor Barriga, Nhonho, Dona Clotilde e tantos outros já se tornaram imortais. Enquanto seus intérpretes envelhecem e morrem, graças a essa lei irrevogável da natureza que nos leva a todos para esse caminho irrefreável, seus personagens são eternos e viverão em nossas mentes para sempre, assim como uma boa música, um bom filme e um bom livro. A arte é imortal, e enquanto choramos a perda desse ídolo de nossa infância, mais um que se vai, deixando-nos esse peso e esse corte em nossos corações, temos o acalanto de saber que, a hora que quisermos, o Chaves estará lá para nos fazer rir, gargalhar, chorar e nos emocionar, e isso com certeza, não vai ser sem querer querendo.


Enquanto você descansa em paz, Chespirito, talvez nós consigamos responder a pergunta que não quer calar: E agora, quem poderá nos defender?

NAMASTE ;’(


PS.: Esse quem vos escreve termina esse texto em lágrimas... PI PI PI PI PI PI!


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