24 de março de 2015

Do Fundo do Baú - Superman segundo Alan Moore


Em 1985 a DC estava prestes a colocar em prática o primeiro dos vários reboots pela qual a editora tentaria submeter sua cronologia nos anos seguintes, e estava se desenhando pelas mãos de Marv Wolfman e George Pérez a primeira CRISE NAS INFINITAS TERRAS. Era certo que depois desse reboot toda a linha editorial da DC passaria por modificações (algumas bem profundas) e todos os personagens seriam reformulados com o fim do conceito de terras paralelas, inclusive o Superman.

Com a certeza de que aquela cronologia da ERA DE PRATA seria descontinuada, ficou à cargo de ninguém menos que Alan Moore e o desenhista veterano Curt Swan criarem aquela que seria conhecida como a última história do Superman pré-crise, nascendo assim “O que aconteceu ao Homem de Aço?”.



Com um roteiro linear e de fácil entendimento, Alan Moore presta diversas homenagens não só ao próprio Homem de Aço e seu universo, como também para os artistas que passaram pelo título todos aqueles anos, desde 1938. Já na primeira história George Pérez trabalha como arte-finalista de Curt Swan, que desenhava o personagem desde a década de 50, e que foi convidado a participar desse projeto justamente por sua longeva carreira à frente de um dos principais títulos da editora. O traço característico de Swan marcou seu lugar na história do Superman, e ao lado de John Byrne, Jerry Ordway, o próprio George Pérez e mais tarde Dan Jurgens, remonta como um dos mais lembrados pelos fãs do Azulão.



No enredo, Alan Moore define de forma bem clara o destino de todos os personagens envolvidos na mitologia do Superman, e diferente do que estamos acostumados nas HQs, cria um embate final entre ele e todos seus principais adversários, incluindo aí o Metallo, o Bizarro, Lex Luthor, Brainiac e até o temível (só que não!) Mxyzptlk.



Por se tratar de um capítulo final da saga do herói, O que aconteceu ao Homem de Aço? por vezes soa melancólico e até triste, e vários personagens que aprendemos a gostar e até admirar com o passar do tempo perecem numa batalha final (que o Superman simplesmente não consegue evitar) entre ele e um Lex Luthor cuja mente está sendo controlada por Brainiac. 



Como não podia deixar de ser, a luta decisiva entre o Homem de Aço e seus maiores inimigos ocorre na porta da Fortaleza da Solidão, aumentando o tom dramático da história e lhe conferindo um caráter sombrio, bem a cara do escritor inglês.


Lana Lang e Jimmy Olsen vão pra vala...

Apesar de seu clímax ser mesmo o desenrolar surpreendente da trama (Mxyzptlk, quem diria, hein???), em que o Superman se sacrifica em nome daquilo que sempre acreditou, O que aconteceu ao Homem de Aço?  é lenta e cansativa, proporcionando mais bocejos ao longo da leitura do que reflexões sobre esse sacrifício. 


Tá... Mas matar o Krypto é SACANAGEM!!

É estranho notar também a inabilidade do Homem de Aço em lidar com a invasão à Fortaleza da Solidão, enquanto seus amigos Jimmy Olsen e Lana Lang, que adquirem superpoderes, precisam fazer as vezes de heróis para tentar salvar a própria pele.



Embora o clima lento da história seja uma característica bem forte ao longo das páginas (e também uma marca da época em que a história foi publicada originalmente), a homenagem prestada aos anos de publicação do Superman são ainda a força motriz por traz de O que aconteceu ao Homem de Aço?, e somente por isso, somado a arte de Curt Swan é que a HQ vale a pena, dando inclusive o título do encadernado que a Panini publicou há algum tempo.



Uma coisa a gente pode ter certeza: Alan Moore sabe escrever uma história comovente, porque não é fácil segurar as lágrimas quando o Krypto morre ou quando o Superman se sacrifica!!


Alan Moore é provavelmente um dos únicos escritores que conseguiu criar algo de relevante com o Monstro do Pântano, personagem criado em 1971 por Len Wein (que criou também o Wolverine da Marvel) e Berni Wrightson.

Me lembro de ter visto a propaganda desse encontro entre o Homem de Aço e o Monstro do Pântano no miolo de uma das minhas antigas HQs do Capitão América da Editora Abril e sempre me perguntar o que teria acontecido ao herói para ele ter ficado com aquela cara de zumbi. A resposta só vim a saber muitos e muitos anos depois.



No enredo, após entrar em contato com um meteorito que continha uma espécie de fungo alienígena em sua superfície, enquanto fazia uma reportagem como Clark Kent, o Homem de Aço percebe que começa a perder o controle sobre seus poderes, que por vezes são até anulados enquanto seu corpo adoece gradativamente. É interessante notar que quanto mais “humano” ele vai se tornando em decorrência da ação dessa bactéria com a qual ele foi contaminado, mais ele vai aprendendo sobre reações comuns, como ter o dedo cortado por uma folha de papel, por exemplo, o que nunca antes havia lhe acontecido, já que ele era invulnerável devido a ação do sol amarelo da Terra em seu corpo.



Com medo do que pode acontecer caso a infecção que o abate avance, Clark resolve se afastar o mais longe que puder de Metrópolis, começando uma peregrinação de carro, já que seus poderes agora instáveis não permitem que ele voe. No meio do caminho um forte delírio febril o toma, e o Homem de Aço sofre um acidente de carro, que o faz cruzar o caminho do estranho Monstro do Pântano, que o reconhece quando vê seu uniforme sob as roupas rasgadas.



Quando desperta, tomado por delírios causados pela bactéria alien, o Superman entra em conflito com o Monstro, que logo detecta que há algo de errado com o herói. 



Não antes de arrancar pedaços do Monstro e atear fogo em metade da floresta onde reside a criatura verde (foda-se a natureza!), o Superman acaba voltando a si com a ajuda essencial do Monstro, que o vê partir sem nem dizer um “obrigado”. Que belo filho da puta esse Superman, hein! Só faltou ele quebrar o pescoço do Monstro do Pântano!



A Linha da Selva é desenhada por Rick Veitch (que eu nunca ouvi falar!), cujos desenhos irregulares meio que dão sono, e a capa da edição também é dele, embora com uma pintura mais realista e um traço mais dinâmico. 


Vale apenas para ver como o Superman reage quando é apenas um ser humano lidando com suas fraquezas e limitações, de resto, bem aquém do nome de Alan Moore.


Eu já tinha visto o episódio de Liga da Justiça (a animação) que adaptava essa história, e sempre tive muita curiosidade em ler o material original, até porque sempre ouvira falar muito bem dele.



Lançada em Janeiro de 1985 após os eventos de Crise nas Infinitas Terras, Para o Homem que tem tudo... conta um enredo curioso em que a Mulher Maravilha e a Dupla Dinâmica Batman e Robin decidem ir até a Fortaleza da Solidão para presentearem o Homem de Aço por seu aniversário. No maior clima Superamigos, cheios de piadinhas e insinuações do Robin (Jason Todd recém “contratado” na época) com relação a voluptuosidade da Mulher maravilha, os três acabam encontrando um Superman catatônico com uma estranha planta de aspecto alienígena presa ao peito.


O Robin empolgadinho com a Mulher Maravilha

O mistério sobre o que é aquela planta e quem a enviou ao Homem de Aço logo é solucionado quando o remetente do “mimo” aparece em pessoa na Fortaleza, alegando que o Superman está muito além da ajuda dos três, e que aquela planta realiza o maior sonho daquele que a toca, fazendo com que essa pessoa NÃO QUEIRA sair daquela fantasia. Assim, querendo que o gigante Mongul traga a consciência de seu amigo de volta, a Mulher maravilha decide enfrentar a criatura amarela na porrada, enquanto a dupla dinâmica procura livrar o Superman da “planta do sonho” chamada de Clemência Negra.



Esta história é GENIAL em sua simplicidade, pois coloca o Homem de Aço em uma situação (até então) inusitada. Preso ao mundo que ele foi obrigado a deixar para trás quando era bebê, ele se vê feliz, casado e com um filho que desesperadamente precisa salvar, enquanto Krypton ameaça explodir. Nessa realidade seu pai Jor-El está vivo e o herói entra em conflito ao ter que decidir em continuar eternamente aquele sonho ou voltar para a realidade, onde Diana, Bruce e Jason lutam para trazê-lo de volta.



Para o Homem que tem tudo... é desenhada por Dave Gibbons, o parceiro de Alan Moore em Watchmen. Embora Gibbons seja excelente para retratar figuras humanas comuns, ele comete alguns erros de anatomia bem grotescos como no quadril da Mulher maravilha, que as vezes parece mais aquelas tias gordas, e na proporção de tamanho de Mongul com relação aos demais personagens. 



Gosto dos desenhos de Gibbons, mas essas deslizadas meio que tiraram o brilho da história. 


A Mulher Maravilha cadeiruda do Gibbons

O encadernado Superman - O que aconteceu ao Homem de Aço reúne as edições originais Action Comics 583, DC Comics Presents 85, Superman 423 e Superman Annual 11. 




Formato 17 x 26 cm
Capa Dura
Lombada Quadrada
Papel Couché, 132 Páginas
R$ 19,90

Ainda pode ser encontrado no site da Panini e na maioria das livrarias do Brasil. Vale a pena pra você, que como eu, nunca tinha lido o material na época de seu lançamento, e também para os fãs de longa data que nunca colocaram a mão nesse material nesse formato de luxo com um acabamento caprichado. 

NOTA: 8

Pra quem ficou interessado e não leu a HQ e nem viu o episódio de Liga da Justiça sem Limites de Para o Homem que tem tudo..., abaixo, um resumão:



NAMASTE!

18 de março de 2015

Galeria do Rodman #08 - O Homem sem Medo


Esse é o mês do Demolidor no Blog do Rodman, e para homenagear o herói cego da Cozinha do Inferno, eu decidi ressuscitar uma série das antigas do Blog, a Galeria do Rodman, onde este que vos fala, publica (sem nenhuma pretensão) seus rabiscos artísticos.

Uma das primeiras HQs do Demolidor que botei a mão, foi a hoje clássica, Superaventuras Marvel nº 100 (que também comentei aqui no post sobre O Homem sem Medo do Frank Miller). A edição comemorativa publicada pela Editora Abril é inteirinha dedicada ao personagem, e mostra seis histórias de épocas diferentes para mostrar a evolução do Demônio ao longo das décadas, e como ele era retratado por seus diversos autores e desenhistas. Nessa edição tem desenhos do Gene Colan, Wally Wood, o mestre Gil Kane, Frank Miller, David Mazzucchelli e o cara que resolvi homenagear e com a qual tudo começou: Bill Everett!


Bill Everett, o pai da criança!
Bill Everett foi o primeiro cara a desenhar o Demolidor, e isso aconteceu lá na década de 60, enquanto Stan "The Man" Lee assinava os roteiros, como era de praxe. Everett (que também é o criador do Namor!) desenvolveu o primeiro visual do Demônio Audacioso, aquele amarelo e vermelho (que muita gente hoje acha tosco), e foi justamente uma arte dessa primeira edição que me inspirou a voltar a desenhar, depois de tantos anos sem pegar num lápis. A capa da primeira edição Daredevil do qual se origina essa arte, foi representada com falhas graves de colorização na época do lançamento da Superaventuras Marvel nº100 (1990). Logo depois da sinopse das seis histórias, a Editora Abril fez a abertura do "encadernado" com a tal arte em cores invertidas (eeeeee, Dona Abril!!), o que me fez achar POR ANOS que o uniforme original do Demolidor era verde e amarelo (BRASILL-ILL-ILLL!). 


A clássica Superaventuras Marvel e as cores invertidas

O traço de Everett, ao melhor estilo Jack Kirby, embora menos rebuscado que o mesmo, apresenta linhas simples e uma perspectiva bem demarcada, tornando a anatomia do jovem Demolidor muito interessante. Nunca antes havia tido coragem de copiar aqueles traços, e dessa vez resolvi fazê-lo, aceitando o desafio de emular o estilo de um dos mais respeitados artistas que já passaram pela Marvel

O desenho original foi todo feito à lápis (HB), e primeiramente rascunhei o posicionamento do personagem na folha A4, algo muito importante de se fazer, até para não acabar cortando nenhum pé, mão ou mesmo a cabeça. Depois do rascunho, reforcei o lápis já dando a forma do personagem, seu uniforme e o bastão. 



Ao terminar essa etapa, defini o traço usando grafite 0,5, que permite um detalhamento, que por mais que o lápis esteja apontado, ele nunca alcança. Nessa hora eu costumo já fazer algumas hachuras que vão especificar o volume dos músculos e divisórias do traje.



O contorno do lápis e a separação entre luz e sombra começou à seguir, com minha caneta nanquim. É necessário um pouco mais de paciência e maior firmeza nas mãos para conseguir o detalhamento necessário, já pensando na digitalização e em como isso vai ficar em bitmap. Nas áreas onde o preto se espalha mais, usei nanquim com pincel e bico de pena e pouco depois apliquei as hachuras para tentar criar os volumes.



Após digitalizar o trabalho já inteiramente arte-finalizado, comecei os trabalhos de colorização, que desde que eu pintava com lápis de cor seco, era a minha parte favorita. Desta vez, diferente das artes que já apresentei aqui, não usei nada de lápis, e toda a cor foi aplicada com o auxílio do Photoshop (Aqui eu usei a versão CS6). 



Após transformar a imagem de plano de fundo em camada, eu criei uma nova camada e comecei a aplicar as cores chapadas do desenho, sem qualquer efeito de sombra ou brilho. 



Para não me atrapalhar durante o processo, criei uma layer para cada parte colorizada, e renomeei uma por uma para que depois soubesse o que era cada coisa. 



Ainda dupliquei as camadas separadas para, enfim, aplicar os efeitos de sombreamento no uniforme do Demolidor, em especial na área vermelha, e por último realcei os brilhos dando volume ao desenho. 



Criei um cenário urbano ao fundo (clássico nas capas do Demolidor) com uma cidade vetorizada, desfoquei a imagem e posicionei elipses à frente do personagem, como a representação de seu sentido de radar. Com a cidade desfocada ao fundo, é como se o herói estive captando os sons da cidade. 



Só depois que terminei tudo é que reparei que as hachuras que tinha aplicado nas pernas do personagem e nos braços não tinham ficado legais, e resolvi eliminar o erro. 



Como o desenho original já digitalizado possuía as tais hachuras, fui obrigado a vetorizar o desenho com a ajuda do Illustrator, e aproveitei para resolver as distorções de pixel que estavam me incomodando bastante, deixando o trabalho bem mais amador. As linhas vetoriais resolveram alguns problemas de imprecisão em meu traço original, e depois de feita essa etapa, exportei a imagem para o PSD e recolori tudo, agora já tendo removido as hachuras e as sombras excessivas na máscara do Demolidor. 




Para três dias de trabalho, até que o resultado ficou satisfatório, mas pra mim, um desenho vai ser sempre como um filho que sou obrigado a deixar ir, mesmo que ele não esteja totalmente formado. Espero que Bill Everett não se sinta ofendido com essa homenagem, lá onde quer que ele esteja*! Hehehe!




*Bill Everett faleceu em 1973

NAMASTE!

14 de março de 2015

O que esperar do Demolidor da Netflix?


Depois do fracassado filme de 2003 estrelado por Benagora sou o BatmanAffleck e dirigido pelo fraquinho Mark Steven Johnson (que também esteve à frente da bomba Motoqueiro Fantasma, com nosso querido Nicholas Cage!), o Demolidor, o Homem sem Medo, precisava URGENTEMENTE de uma adaptação que nos fizesse esquecer de Elektras voadoras, Mercenários cheirados e lutas coreografadas pelos Backstreet Boys. De lá pra cá, muitos rumores envolveram o nome do Demônio Audacioso com relação ao cinema, mas nada que nos fizesse acreditar que ele REALMENTE voltaria à tela.


As coisas mudaram quando os direitos do personagem, que haviam sido cedidos à FOX na época de vacas magras da Marvel, retornaram à Casa das Ideias, e isso não podia ter acontecido em melhor hora, já que a Marvel Studios começava a colher ótimos frutos após sua ousada empreitada em lançar filmes com os “heróis buchas” que haviam lhe sobrado. Enquanto as minas de ouro X-Men, Homem Aranha, Quarteto Fantástico e tantos outros não podiam ser usados, devido contratos com a FOX e a Sony, a empresa procurou se virar com o que tinha em mãos. Calhou dos “buchas” Homem de Ferro, Thor, Capitão América e Vingadores darem MUITO CERTO nos cinemas, e era hora de dar vida a um novo Demolidor, agora que ele também fazia parte do universo regular onde esses heróis e a SHIELD já existiam.  


Muitos atores foram boatados como “certos” ao papel de Matt Murdock/Demolidor, incluindo aí Michael C. Hall, o Dexter, mas quando a Marvel entrou em acordo com a Netflix, a hoje poderosa empresa de serviço em streaming, e decidiu realizar uma série exclusiva mais ou menos aos moldes de Agents of SHIELD, o papel do advogado cego de Hell’s Kitchen acabou caindo no colo de Charlie Cox.


Cox é um ator inglês de 32 anos cujo primeiro papel de destaque, após fazer uma série de filmes de menor expressão, foi Stardust (2007), onde interpretou o personagem Tristan Thorne, contracenando com Robert De Niro, Claire Danes e Michelle Pfeiffer. Recentemente, ele apareceu no filme que concorreu ao Oscar, A Teoria de Tudo, como Jonathan (falei um pouco sobre os filmes do Oscar 2015 aqui). Além do material promocional e fotos de bastidores, pouco se sabe na verdade sobre a preparação que o ator precisou passar para viver um deficiente visual que samba na cara da sociedade pulando de prédios, fazendo acrobacias e quebrando a cara da bandidagem. Os dois trailers lançados mostram um clima bem sombrio (exatamente o que esperamos de algo relacionado ao Demolidor), tensão, e claro, muitas cenas de ação, por isso seria interessante saber que tipo de treinamento físico Cox teve para viver o personagem.


Nos quadrinhos o Demolidor não é somente um “artista” marcial de talento ou um manjador dos paranauês de parkour. Ele é principalmente um acrobata de respeito, característica essa que acabou passando batida no filme de 2003. Por ser um herói urbano, o Demolidor não precisa da muleta (sem trocadilhos pelo cara ser cego!!) dos efeitos digitais para parecer incrível na tela. Hoje, praticantes de parkour na vida real conseguem nos impressionar bem mais do que um boneco digital idiota saltando entre prédios, e a meu ver, os diretores da série podiam explorar bastante essa característica. Quanto às artes marciais, o que Matt Murdock aprendeu com seu sensei Stick nas HQs é um misto de karatê com ninjitsu, e é óbvio que queremos vê-lo utilizando essas habilidades na série da Netflix, além de seus sentidos superaguçados.


Criando especulações através do que os dois trailers já exibiram, dá pra dizer que Marvel’s Daredevil vai beber bastante do roteiro de Demolidor – O Homem sem Medo, de Frank Miller. Em primeiro lugar, vemos Matt usando um traje todo preto e um capuz que esconde seu rosto, ao estilo do que o personagem usou na minissérie em quadrinhos citada para resgatar uma garotinha que cai nas garras dos capangas do Rei. Claro que os véios também devem se lembrar do filme do Hulk dos anos 70 (O Julgamento do incrível Hulk) em que o herói cego dá as caras, e cujo traje também se assemelha muito ao que foi mostrado até aqui. Alguém se lembra do “Audacioso”?


Mas que bagulho ridículo e...


Bem...

Outro indício de que Marvel’s Daredevil vai usar algumas referências do roteiro de Frank Miller, é o clima meio que sombrio mostrado nos trailers, coisa que o velhinho sempre gostou de usar em suas histórias com o Demônio nas HQs. O Demolidor é um cara que vive num dos piores bairros de Nova York, e que aprendeu desde a infância a conviver com o que havia de mais sórdido na vizinhança. 


É complicado querer dar um tom mais colorido e feliz a essa realidade de merda em que o personagem é inserido (embora Mark Waid consiga fazer isso com maestria nas histórias atuais dele), e fugir muito disso é acabar negando a gênese do herói, que já na infância teve que aprender a lidar com a morte do pai pelas mãos de um gângster e com as injustiças que faziam com que caras maus andassem à solta, rindo das leis. Pense um pouquinho: E se você fosse um garoto maltratado desde sempre, que via seu pai dando duro para te sustentar e que ganhasse os poderes necessários para vingar sua morte e curar as injustiças do seu bairro, você não o faria?


Stan Lee, Frank Miller, Kevin Smith e Brian Michael Bendis criaram o background fundamental nos quadrinhos para que a série seja inspirada, agora basta saber se esses conceitos serão respeitados nos 13 episódios que estarão disponíveis na Netflix a partir do dia 10 de Abril ou não. A Marvel tem acertado no cinema e aos pouquinhos também tem se endireitado no campo das séries de TV, como podemos ver em AOS e em Agente Carter, é óbvio que torcemos para que o mesmo aconteça com o Demônio Audacioso.

Personagens

O Demolidor nunca foi conhecido por seus grandes inimigos nas HQs, e pra quem conhece o personagem apenas pelo filme do Ben Affleck (e eu tenho pena dessa pessoa!) os dois grandes rivais do cara já apareceram lá. Não que alguém se importe com o Metalóide, o Homem Púrpura ou o Coruja, mas todo mundo está careca de saber (inclusive ele mesmo!) que Wilson Fisk é o grande antagonista do herói cego.


O ator Vincent D’Onofrio, de 56 anos, foi agraciado pela oportunidade de dar vida ao inimigo mais casca-grossa do Demolidor, e pelas fotos e pelo segundo trailer, assim como costuma fazer com todos os personagens que interpreta, D’Onofrio parece ter incorporado mesmo o gigantesco Rei do Crime.

Aiiiee, Rodman! Nada a ver! O Rei do Crime é negro! Por que colocaram um branco pra interpretar ele! Aff! Essa Marvel só faz merda!   

Como eu disse anteriormente, eu tenho pena de você que só conhece o Demolidor pelo filme do Ben Affleck! Que o Demônio tenha piedade da sua alma!


Michael Clarke Duncan nos transmitiu aquele sentimento de “misericórdia, avemaria, pelamordedeus não me mata!” que o personagem Rei do Crime inspira nas HQs. Ele era muito grande. Ele era enorme. Ele era uma massa gigantesca de músculos, e nem se o Ben Affleck fosse o melhor artista marcial do mundo ele conseguiria vencer aquele cara no filme de 2003, por isso respeitamos muito a caracterização que ele deu ao mafioso. D’Onofrio, no entanto, tem o desafio de dar vida não só ao cara GIGANTE que causa um cagaço por onde passa, mas principalmente pela mente maquiavélica que o fez ser um dos principais chefes do crime organizado da Marvel durante décadas, rivalizando inclusive com caras como Caveira Vermelha e o Dr. Destino. Wilson Fisk não é só o cara que espancou Matt Murdock quase até a morte, mas também o homem que destruiu sua vida inteira em A Queda de Murdock de tal maneira, que o herói não viu outra alternativa além de encará-lo no mano-a-mano, algo do qual ele deve se arrepender até hoje!


Esperamos que o Rei do Crime de Vincent D’Onofrio seja, claro, um importante adversário físico do Demolidor, mas que ele seja principalmente um adversário psicológico e inatingível, como por muito tempo ele foi nas HQs. Será que o ator dá conta?


Além de Charlie Cox e Vincent D’Onofrio, a série conta no elenco com a delicinha da Deborah Ann Woll (a Jessica, a vampira mais desejada de True Blood, que eu já resenhei aqui) como Karen Page (a secretária e atriz que VENDEU  identidade secreta do Demolidor pro Rei), Ayelet Zurer (que viveu a Lara, mãe do Superman em Man of Steel e que na série será Vanessa Fisk, a esposa do Rei), Elden Henson (Foggy Nelson, o braço direito de Murdock na firma de advocacia) e Rosario Dawson como Claire Temple, que nas HQs é uma enfermeira que já teve um flerte com o Luke Cage e que já foi casada com o Golias Negro (Bill Foster, aquele que foi trucidado pelo clone maluco do Thor em Guerra Civil). 


Estou muito curioso para saber como vai ser o desenvolvimento de todos esses personagens e como eles irão se relacionar com Murdock e sua dupla identidade, e mal posso esperar para que essa série comece logo. E vocês?

O que? Ainda não se convenceu a assistir a série? 

Que tal agora?


Ainda não?


Ok, você é mesmo uma pessoa exigente!

Quem sabe com o trailer você se convença a assistir Marvel's Daredevil da Netflix?



Ps.: Se eles colocarem uma atriz gostosíssima para viver a Elektra (se é que ela vai aparecer na série!), os cuecas de plantão não reclamariam!


Ps. 2: O ator Scott Glenn (que é as fuças do personagem!!) foi escolhido para viver o Stick, que nas HQs é o cara que treina o jovem Matt nos paranauês das artes marciais.


 Mas a gente não reclamaria se chamassem o Rutger Hauer para interpretar o personagem, até porque ele já meio que viveu o papel em Fúria Cega!! Hehehehe!


Ps. 3: Queremos um Mercenário mais habilidoso e menos crackeiro que o de Colin Farrell!

Ps. 4: Será que o Demolidor não vai usar o traje vermelho? Porra! Pelo menos o bacanudo amarelo, vermelho e preto poderia rolar! Hehehe!


NAMASTE!

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