8 de janeiro de 2017

COMBO BREAKER #003 - Doutor Estranho, Animais Fantásticos e Rogue One



Alô!

Oi!

Ainda tem alguém por aí?

Há quanto tempo não apareço por aqui, hein!

Foi uma longa temporada de muito trabalho e QUASE NENHUM momento de lazer, e por isso, jovem padawan, acabei me ausentando do meu velho e combalido Blog. Não fiz nem sequer UM post por mês, e acabei 2016 como o ano em que menos escrevi para vocês.

Aos que ainda estão por aí, hoje farei um RESUMÃO dos três principais filmes do final do ano e o que eu achei de cada um deles. Sigam-me os bons!


DOUTOR ESTRANHO

Esse é décimo quarto filme da Marvel Studios e o que mais se diferenciou dos demais por abordar um tema que até então não tinha sido muito aprofundado em um mundo onde deuses (alienígenas?), homens em armadura e homens modificados pela ciência eram maioria. Estou falando, claro, da magia!

À princípio eu achava que Benedict Cumberbatch não tinha ABSOLUTAMENTE NADA A VER com o doutor Stephen Strange e seu extravagante bigodão, mas depois de assistir o filme (e em paralelo a série Sherlock também protagonizada por ele) percebi que me tornei uma Cumberbitch Cumberbatch pode interpretar o papel que ele quiser, porque o cara é um dos melhores atores de sua geração. Além de versátil, Benedict se entregou ao papel de uma forma que eu só tinha visto Robert Downey Jr. até agora fazer com seu Homem de Ferro no universo Marvel, o que coloca os filmes de super-heróis DE UMA VEZ na rota de atores importantes. E pensar que o gênero até pouco tempo era visto com desconfiança e desdém!


A origem do personagem do filme é até bem semelhante ao do Doutor Estranho criado por Stan Lee e desenhado por Steve Ditko na década de 60, e para os dois ou três fãs do cara no mundo todo, isso deve ter somado alguns pontos. Para nós que estamos mais acostumados a ver o Doutor como coadjuvante em histórias como Desafio Infinito, Guerra Infinita ou até mesmo alguma aventura genérica do Homem Aranha ou dos Vingadores, a modernização nos conceitos de magia, plano astral e apetrechos místicos até que foi bem vinda. Até o upgrade do Wong (vivido por Benedict Wong) que no filme é um mago do alto escalão em vez de apenas um Alfred oriental, foi bem aceita.


O roteiro do filme escrito por Jon Spaihts, Thomas Dean Donnelly e Joshua Oppenheimer é bem linear e se assemelha MUITO ao primeiro filme do Homem de Ferro. Homem arrogante e cheio de si sofre um acidente quase fatal que o deixa debilitado. Em busca de recuperação, ele procura uma forma nada ortodoxa de reabilitação, o que o faz se tornar um herói.

Eu esperava um filme muito mais pirado e de difícil assimilação do que o que Scott Derrickson nos apresentou, e mesmo o confuso multiverso não nos parece lá muito confuso pela forma como tudo é mostrado ao longo da história. Os efeitos visuais são DO CARALHO para não dizer menos, e quem sugeriu que o filme devia pelo menos ser indicado ao Oscar nesse quesito não exagerou nem um pouco. Por um defeito no equipamento do IMAX eu acabei vendo uma cópia 2D após pagar o salgado preço do IMAX, o que fez com que minha imersão no universo da magia do filme não fosse 100%, infelizmente, mas pra quem viu, deve ter sido uma experiência incrível.


Assim como todo filme Marvel, Doutor Estranho é recheado de gags engraçaralhas e tiradinhas de humor, e apesar de ser o filme mais diferentão do estúdio devido o tema ter sido pouco explorado, ao final da sessão temos aquela sensação de desgaste no ar. Mais uns dois ou três filmes Marvel nesse mesmo estilo e nós nerds velhos e reclamões já estaremos saturados da fórmula. Não tem como dizer que Doutor Estranho é um filme ruim, mas a caminho de casa eu já tinha o esquecido quase que completamente, o que é um mau sinal para um produto de entretenimento. Tanto Cumberbatch, Tilda Swinton (Ancião versão escandinava), Mads Mikkelsen (Kaecilius), Chiwetel Ejiofor (Mordo) quanto Rachel McAdams estão muito bem em cena, mas passamos o tempo todo com aquele gosto estranho (Hãn! Hãn!) na boca de que algo errado não está certo. Mais uma vez os vilões não engrenam, e tanto Kaecilius quanto o todo poderoso Dormammu (cuja voz e captura de movimentos são do próprio Cumberbatch) não convencem com seus planos medíocres e pouco objetivos. Aliás... A versão cinematográfica do Dormammu ficou bem mais ou menos, hein! Uma mistura vergonhosa do Parallax feito de bosta do Lanterna Verde com o Galactus gasoso de Quarteto Fantástico!


Bota aí uma nota 8 que está bom demais.


ANIMAIS FANTÁSTICOS E ONDE HABITAM

Dirigido por David Yates (que dirigiu todos os últimos filmes de Harry Potter, desde a Ordem da Fênix) e escrito pela própria J.K. Rowling, Animais Fantásticos e Onde Habitam traz de volta o fantástico universo criado pela autora inglesa, mas dessa vez de um ponto de vista diferente e quase quarenta anos ANTES do primeiro Harry Potter.

O protagonista da aventura dessa vez é um adulto chamado Newt Scamander (Eddie Redmayne), um excêntrico magizoologista, ex-aluno de Hogwarts e que vem para Nova York a fim de libertar uma criatura mágica que traz consigo dentro de sua nada peculiar maleta. Enquanto procura se adaptar ao mais exigente mundo bruxo americano, Scamander é obrigado a embarcar numa louca aventura, aprontando várias confusões com uma turma do barulho, enquanto tenta recuperar os animais fantásticos que escapam de sua maleta.


Ao lado da ex-auror Tina Goldstein (Katherine Waterston) e do nomagi  (os trouxas americanos!) Jacob Kowalski (Dan Fogler), Scamander acaba se metendo em uma intrincada trama envolvendo um senador (Henry Shawn, vivido por Jon Voight) e uma ameaça muito acima de suas capacidades, o temível bruxo das trevas Gerardo Grindelwald, o grande inimigo de Alvo Dumbledore.


Para quem estava com saudades do universo de magia criado nos sete livros e nos oito filmes de Harry Potter Animais Fantásticos é um deleite para todos os sentidos. Diferente dos primeiros filmes da série que pendiam mais para o lado infantil da coisa, Animais Fantásticos é extremamente adulto, e respeita muito os fãs de Harry Potter que cresceram com o personagem. Apesar da citação de alguns personagens comuns dos filmes anteriores, a nova criação de J.K. Rowling funciona muito bem à parte de Harry Potter, e empolga até os fãs mais novos, já que apresenta com muita cautela seus novos personagens, nos fazendo nos importar com eles e suas motivações. É certo que Newt Scamander não tem nem DE LONGE a empatia que Harry Potter nos desperta por ser um personagem muito introspectivo e pouco preocupado com outras coisas além de seus animais fantásticos, mas por sorte, seus companheiros de cena são muito interessantes, inclusive o engraçadíssimo Kowalski, que rouba para si o filme no quesito humor.


Os novos conceitos apresentados, como as criaturas mágicas escondidas dentro da maleta são muito bem pensadas, assim como as novas ameaças representadas por Percival Graves (Colin Farell) e seu pupilo Credence (Ezra Miller), que no clímax do filme nos faz temer pela segurança dos personagens principais. Mais sombrio que todos os Harry Potter, Animais Fantásticos e Onde Habitam é definitivamente um passo além do universo de J.K. Rowling, e essa expansão trará um novo vigor ao cinema, que ficou órfão desse tipo de filme após a conclusão da saga mais famosa da autora britânica. 


Aguardemos ansiosos os próximos capítulos!

NOTA: 8,5


ROGUE ONE – UMA HISTÓRIA STAR WARS

Ok.

Eu posso viver em um mundo que me dá um filme de Star Wars por ano!

Rogue One é o primeiro spin-off de Star Wars (que vale) agora que a franquia está nas mãos da Disney, e por que não começar logo contando como foi que os rebeldes roubaram os planos da Estrela da Morte, possibilitando assim, pela primeira vez, uma chance da aliança contra o terrível Império galáctico?


Quem assistiu Star Wars – Uma Nova Esperança deve se lembrar que o letreiro inicial falava de um grupo de rebeldes que havia se sacrificado para roubar os planos da Estrela da Morte, mas nós nunca tínhamos visto como isso acontece. Rogue One conta a história de Jyn Erso (Felicity Jones), uma jovem que é obrigada a se afastar do pai Galen Erso (Mads Mikkelsen) ainda na infância, que vê a mãe sendo assassinada pelo comandante do império Orson Krennic (Ben Mendelsohn) e que nunca mais ouve falar do próprio pai. Sendo criada por um tempo por Saw Gerrera (Forest Whitaker), amigo de seu pai e um guerrilheiro separatista, Jyn acaba crescendo como uma nômade, ocultando seu verdadeiro nome, até que é resgatada de uma prisão pelos rebeldes que dizem saber quem ela é, e onde está seu pai. Jyn descobre que seu pai fora recrutado pelo império para ajudar a criar uma arma definitiva de destruição em massa chamada Estrela da Morte, e que somente ela, aliada a um grupo de rebeldes, é capaz de frustrar os planos do Império e destruir a tal arma.  


Auxiliada pelo Capitão Cassian Andor (Diego Luna) e seu androide K-2 (Alan Tudyk), e os mercenários Baze (Jiang Wen) e Chirrut (Donnie Yen), um cego devoto dos conhecimentos da Força (o único personagem NÃO-JEDI da série Star Wars a usar o conceito de Força), Jyn arrisca a própria vida em busca dos planos da estação destrutiva, que segundo informações dadas por seu próprio pai, num reencontro emocionante, possui uma falha proposital, a ser explorada pela Aliança Rebelde em Uma Nova Esperança.

Rogue One é espetacular pela forma como leva a sério o cânone de Star Wars, e por não desconsiderar completamente o filme de 1977 dirigido e criado por George Lucas. Como spin-off ele cumpre seu papel, e faz até mesmo com que o clássico se torne ainda mais importante depois de tudo que vimos. Apesar dos personagens pouco interessantes, em especial o casal de protagonistas Jyn e Cassian, Rogue One faz com que nós nos sintamos DE NOVO dentro do Universo Star Wars, nos importando com cada detalhe, e apreciando os diversos fan-services a que somos submetidos. Existe uma ligação com o personagem de Donnie Wen (pra mim, a morte mais sentida do filme todo!) e seu respeito pelo conceito, na época, quase obsoleto da Força. 


O carisma do robô rabugento K-2 é um dos pontos fortes do filme, e ele acaba sendo mais interessante que seu dono, a versão americana do ator Domingos Montagner


Sério... É a cara!

Não devia ser surpresa que TODOS ELES MORRERIAM ao final do filme, afinal, nunca ouvimos falar de nenhum deles nos filmes subsequentes, mas mesmo assim teve quem ficou boquiaberto com a forma que a Disney chacinou TODOS os seus protagonistas no ato final de Rogue One, um ato corajoso, mas significativo, já que era necessário um sacrifício para que Leia Organa (Carrie Fisher) conseguisse enviar os planos da Estrela da Morte para Obi Wan Kenobi (Alec Guiness) através do androide R2-D2.


Muito se falou das inserções digitais de dois personagens importantes para a saga clássica e como ambas “ficaram fakes” no decorrer do filme, mas tanto o CGI usado para recriar o ator Peter Cushing (falecido em 1994) quanto o da Princesa Leia (Carrie Fischer, atriz que ainda estava viva quando o filme foi rodado) foram satisfatórios, ainda mais em telas de alta resolução como as dos cinemas em IMAX. É claro que sacamos que os personagens “não são reais” enquanto eles “interagem” com atores de verdade, mas no cinema moderno em que vemos muitas vezes personagens digitais em meio a cenas reais, isso não chega a incomodar. Ainda não alcançamos a perfeição que vai fazer com que num futuro não muito distante os diretores de cinema nem precisem mais contratar atores de carne e osso para rodar suas histórias, mas com o General Tarkin e a Princesa Leia de Rogue One, descobrimos que isso está muito mais próximo do que pensamos.


E o Darth Vader, Rodman? Você não vai falar nada?

Sim, vou, claro.


A meu ver a aparição de Darth Vader em Rogue One foi A MELHOR APARIÇÃO DE TODOS OS TEMPOS QUE O PERSONAGEM JÁ FEZ!

Vamos ser sinceros... Na trilogia clássica nós tínhamos um Darth vader lento e velhinho tocando o terror nos corredores da Estrela da Morte, mais ameaçando do que matando de verdade, mas dessa vez nós sentimos medo do personagem, numa cena de terror real protagonizada por ele. Um corredor escuro, um sabre de luz vermelho, uma respiração sinistra e dezenas de corpos começando a se empilhar enquanto soldados rebeldes procuram desesperadamente fugir e passar para frente os planos da Estrela da Morte. PORRA! Sensacional! A direção de Gareth Edwards nessa cena fez com que sentíssemos medo do Darth Vader, e que ele como um monstro implacável fosse invencível, avançando pelo corredor e passando seu sabre de luz sem dó a fim de alcançar seu objetivo. 

Se o filme todo tivesse sido uma merda incrível, somente essa cena teria valido o ingresso.

Obviamente Rogue One não terá continuação, mas a ansiedade só aumenta para o Episódio VIII, filme que será lançado em Dezembro de 2017. Já que Jyn e Cassian não chegaram aos pés do carisma de Rey e Finn (O Despertar da Força), mal podemos esperar para acompanhar o destino dos dois personagens, além de Luke Skywalker, Chewbacca e claro da General Leia, o que nos trará imensa tristeza, já que Carrie Fisher veio a falecer depois de um enfarte nos últimos dias de 2016, ironicamente após ter sido reconstruída digitalmente para Rogue One.

Nota: 9


Que a Força Esteja Com Você!

7 de setembro de 2016

ESQUADRÃO SUICIDA PODIA SER MELHOR!


Há alguns meses eu postei aqui sobre minhas impressões do segundo trailer de ESQUADRÃO SUICIDA e o quanto ele fazia parecer que esse ia ser o MELHOR FILME DE SUPER-HERÓIS DA FACE DA TERRA. Mais uns dois ou três trailers foram lançados logo depois, e essa impressão continuou a elevar a expectativa do público que correspondeu bem nas bilheterias, fazendo o filme faturar (até aqui) US$ 600 Milhões só nos EUA. Vale lembrar que o filme dirigido por David Ayer custou cerca de US$ 175 Milhões aos cofres da Warner, e o faturamento certamente garante uma continuação, se é que isso está nos planos da DC.


Como sempre, as críticas ao filme se dividiram. De um lado, os nerds gordos e sebosos reclamando que o Esquadrão Suicida do filme não tem nada a ver com a sua versão dos quadrinhos, que alguns personagens estão mal caracterizados e que o roteiro é uma bosta. Do outro, os novos fãs, conquistados pelos Novos 52 que dizem que “tá certo, o Coringa é assim mesmo, a Arlequina é foda, o Pistoleiro é foda, o filme é foda, a Warner é foda e Chupa Marvel!”


Ao lado dessa meia dúzia de fãs conquistados pelos Novos 52 da DC (aquele Reboot de 2012 que já foi desfeito parcialmente pelo novo Reboot, o Rebirth) está o público civil, que foi ao cinema mesmo não fazendo a mais puta ideia de quem seja Capitão Bumerangue, Crocodilo ou Amarra, mas que se divertiu muito com a história do filme e com os personagens.


Eu achei o filme mediano. Não posso considerar que sou um ávido conhecedor de Esquadrão Suicida (não tenho NENHUMA HQ do grupo em minha coleção), mas tenho algum conhecimento dos personagens individualmente (tá... exceto o Amarra. Nunca ouvi falar de Amarra!), o que me garante alguma base de comparação.


 Independente das descaracterizações de alguns personagens, o roteiro (escrito também por David Ayer) simplesmente não funciona para o grupo, já que os coloca em UMA única missão já para enfrentar uma deusa mística do caralho a quatro e seu irmão fodão que possuem juntos poder suficiente para dobrar o mundo ao meio.


E o que o Esquadrão tem para enfrentá-los?

Pistolas. Katanas. Bastões de baseball. Dentes. Bumerangues. E piadinhas.


Vendo a animação Batman: Assalto ao Arkham eu fiquei pensando com os meus botões: Afinal, porque Diabos não guardaram o roteiro desse desenho para o filme? 


A animação e o filme têm basicamente os MESMOS personagens com uma alteraçãozinha aqui e acolá. Adaptar esse roteiro para o cinema não seria NENHUMA missão impossível, visto que até mesmo parte da ação é bem parecida. Tem o Esquadrão, tem a Amanda Waller, ela os obriga a trabalhar sob suas ordens para realizar uma missão suja que nem ela e nem o governo podem realizar. Tem a Arlequina e a relação doentia dela com o Coringa.  E tem o Batman tentando melar os planos dos vilões no meio de tudo.


Porra! Esse filme poderia ser sensacional!


No filme, os vilões descartáveis são recrutados por Amanda Waller (Viola Davis) e são colocados sob o comando de Rick Flagg (Joel Kinnaman) para cumprirem uma misteriosa missão, que até chegarem ao campo de batalha, eles não fazem ideia do que seja. Com um explosivo implantado em seus pescoços, os vilões são obrigados a cumprir a tal missão, e se sobreviverem ganham como prêmio a redução de suas penas criminais. Floyd Lawton (Will Smith), Harleen Quinzel (Margot Robbie), Capitão Bumerangue (Jai Courtney), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agjabe), El Diablo (Jay Hernandez) e o Amarra (Adam Beach) são escolhidos por Waller devido suas habilidades especiais (no filme nem é citado que eles são “descartáveis”) e eles são logo colocados em ação sem qualquer treinamento em equipe. 


A missão a qual eles são designados não fica muito clara (nem mesmo para o público), e do nada percebemos que uma até então aliada de Amanda Waller, a Dra. June Moone (Cara Delevingne) se voltou contra ela e o namorado Rick Flagg, tomada pela entidade conhecida como Magia, que se torna a grande vilã da história. Disposta a voltar a ser o centro das atenções do planeta (como ela o era milênios atrás) Magia traz seu irmão (outra entidade milenar mística) de volta ao mundo, e os dois juntos começam a tocar o terror.


Analisemos...

Magia... Destruição mundial... Entidades místicas milenares...

Precisava tudo isso mesmo num primeiro filme do Esquadrão? E já na PRIMEIRA missão dos lazarentos?


Isso está no nível da Liga da Justiça, pô!

Na animação Assalto ao Arkham o Esquadrão (com uma formação levemente diferente) é designado por Waller a invadir o Asilo Arkham para roubar o cetro de Edward Nygma, um dos cativos do lugar. Segundo a mulher, dentro do cetro se esconde um dispositivo com os arquivos de identidade de todos que já participaram do programa Força Tarefa X, e a missão dos desajustados formados por Pistoleiro, Arlequina, Capitão Bumerangue, Nevasca, Aranha Negra, KGBesta e o Tubarão-Rei é se infiltrar no Arkham, resgatar o cetro e eliminar os dados.


Perceberam a diferença? Embora a tal missão se mostre mais pra frente um engodo, escondendo as reais intenções de Waller, invadir o Arkham não é nada que exige muito além das capacidades dos vilões, e a situação em si torna a história empolgante e ao mesmo tempo cheia de ação.


O filme do Esquadrão também é empolgante e cheio de ação, mas o roteiro não faz o menor sentido para os personagens envolvidos. Na animação, os personagens continuam com sua essência maligna, e eles não se tornam “heróis” só porque estão em foco. Na primeira oportunidade que têm de fugir, eles o fazem, e se voltam uns contra os outros no melhor estilo “cada um por si”. No filme, eles não só se tornam amiguinhos, como chegam a citar que são uma família (aff!), cuidando uns dos outros e se tornando “boas pessoas” só para cativar melhor o público. O vilão do filme na verdade é o Batman...

Se bem que esse Batman do Ben Affleck mata mais que o Coringa. Pararam para contar quantas vítimas cada um fez em suas respectivas aparições recentes?


E o Coringa, hein?

Vou dizer logo. Achei o Coringa do Jared Leto uma merda!

Aiinn, Rodman! Você é um merda! Esse Coringa é o melhor, melhor do mundo. Ele é tatuado, ele é louco, ele é sarado, ele é foda e chupa Heath Ledger!

Tenho certeza que você discorda de mim, caro padawan, e por mais que esse Coringa se assemelhe ao personagem que foi apresentado nos quadrinhos nos últimos anos, que é um gangster piradaço e que chega a ARRANCAR O PRÓPRIO ROSTO pra provar que é perigoso, ele NÃO É o Coringa que está no inconsciente popular, e mais do que isso, não age de acordo com o palhaço que conhecemos.


A relação entre o Coringa e a Arlequina, que começou láááá nos cândidos anos 90, na animação do Batman de Bruce Timm sempre foi mais doentia do que amorosa. Em primeiro lugar, o Coringa não é um cara capaz de amar alguém... Não tem como um cara como ele de repente cair de quatro por alguém e viver um romance. Pelo lado da Arlequina, existe a obsessão louca que ela tem pelo seu pudinzinho desde os dias em que ela tratava dele no Arkham como psiquiatra. Ele costumava usar essa obsessão dela por ele, mas nunca nos pareceu que ele morria de amores pela maluca.


Como vimos no filme, ele trata SIM ela como uma propriedade sua, e fica putaço quando alguém ousa tirá-la de seu convívio, mas quando eles estão juntos em cena nos flashbacks, ele está CLARAMENTE apaixonadinho por ela, o que convenhamos, é tosco.


Na animação Assalto ao Akham, o Coringa já começa preso no Arkham e é a Arlequina quem está PUTAÇA com ele pelos anos de tortura mental pelo qual ela sofreu. Ou pelo menos é o que o enredo nos faz acreditar até certo momento. 


Como poderia ter acontecido no filme, o Coringa parece apenas ser um coadjuvante na história, já que a missão do Esquadrão é resgatar o cetro do Charada e mais nada. É o Batman quem está preocupado com o Coringa e uma bomba atômica que ele mantém escondida em algum lugar de Gotham, mas como o foco é nos comandados de Amanda Waller, a gente não liga muito para o morcego. É aí que numa reviravolta SENSACIONAL, o Coringa se torna o CENTRO das atenções, e a gente descobre que a Arlequina na verdade NUNCA esteve ao lado do Esquadrão Suicida. Sua missão ali era somente uma: Libertar o seu pudinzinho. 


Apesar da sabotagem de Arlequina que permite que ele fuja, o Coringa fica realmente possesso ao perceber que ela estava toda saidinha para o lado do Pistoleiro (rola inclusive uma cena de sexo entre os dois no meio da animação), e os dois caem numa porradaria violenta por conta disso. 



Claro que é surreal imaginar que o Coringa duraria três minutos saindo na mão com o Pistoleiro, mas na animação Floyd Lawton TOMA UMA SURRA do vilão. Imaginem se essa briga fosse o ápice do filme. Imaginem ver Will Smith saindo na porrada contra Jared Leto por causa da Margot Robbie? Isso seria INFINITAMENTE mais interessante de ver do que ela batalha ridícula lotada de CGI dos desajustados contra a Magia, que finalizou a ação do filme de David Ayer.


Se o enredo colocasse o Coringa como o centro da ação do grupo, realmente não importaria a aparência bizarra do palhaço com todas aquelas tatuagens, os dentes metálicos e a atitude de gangsta nigga, mas a presença dele no filme é totalmente gratuita. Sério... O Jared Leto estava parecendo um gângster qualquer e até sua risada não parecia assustadora. Ele não parece caótico, ele não parece louco e nem tampouco imprevisível como o Coringa deve ser. Ele só era assustador por causa da aparência e não pelas atitudes. Eu me cagaria todo na frente desse Coringa, mas somente por causa daquela aparência andrógena gangsta rapper maluca. Foi mal, Leto. Fica para a próxima. 


Independente se o filme foi mutilado editado pelos produtores ou não, e que isso o deixou bem diferente do que Ayer (segundo o próprio diretor) havia planejado, eu não consigo imaginar nada que pudesse salvar o roteiro fraco do filme. Jared Leto também lamentou que sua participação foi muito reduzida na versão do cinema, e que ele filmou muito mais cenas do que as que foram para o ar. Segundo o ator, que durante o trabalho de divulgação do filme fez questão de mostrar o quanto ele havia se dedicado ao papel (considerado por muitos como “amaldiçoado” depois da morte de Heath Ledger), a Warner não soube respeitar seu trabalho, e de acordo com suas próprias palavras, ele mandaria seus chefes se foderem, se ele não tivesse um contrato com o estúdio. E quem nunca!


Os personagens do filme Esquadrão Suicida são realmente muito bons e carismáticos. Até mesmo os que aparecem pouco em cena têm uma presença fantástica, o que faz com que nos importemos com eles (tá... Menos com o Amarra. Quem se importa com o Amarra!!). Claro que o foco fica mesmo com o Pistoleiro, Rick Flagg e Arlequina, mas até o Crocodilo e a Katana (Karen Fukuhara) têm lá seu charme. Embora de forma forçada, o roteiro faz com que nos importemos com o El Diablo com todo aquele lance da família dele e sua autocontenção em usar suas habilidades infernais, e bem que podia ter sido ele o responsável direto pela derrota do irmão da Magia, né? Seria melhor do que subestimar nossa inteligência e dizer que uma bomba matou o cara!


Apesar do nome, ninguém se suicida no filme (exceto o El Diablo e o Amarra), e a animação é bem mais corajosa quanto a isso. Eles fazem com que o espectador se apegue a alguns personagens e os eliminam, e isso funcionaria muito bem no filme se tivesse sido feito de forma mais competente. Seja como for, o filme é “assistível” e demonstra que a Warner/DC está amadurecendo seus filmes. A tendência é que sob o controle de Geoff Johns, que se tornou o pica das galáxias no estúdio, as coisas FINALMENTE se ajeitem, e que já à partir do filme da Mulher Maravilha nós tenhamos uma DC mais forte nos cinemas.

PS.: Destaque para a DUBLAGEM brasileira de Assalto ao Arkham que marca a volta de Márcio Seixas fazendo a voz do Batman (ele dava voz ao personagem na animação dos anos 90 e também na Liga da Justiça) e de Márcio Simões... Que está matando a pau interpretando o Coringa! Vale lembrar que ele dublou Heath Ledger também em Batman O Cavaleiro das Trevas.

Esquadrão Suicida: NOTA 7.

BATMAN: ASSALTO AO ARKHAM: NOTA 9

NAMASTE!

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