7 de março de 2017

EU VI: LOGAN

Esse post possui SPOILERS!!


Se esse fosse meu último post aqui para o Blog do Rodman, o conteúdo desse texto faria TODO O SENTIDO já que estou me propondo a escrever sobre uma história de redenção que começou lá no agora longínquo ano de 2009. Assim como muitos de vocês (devo imaginar), eu fui um dos fãs de X-Men que se decepcionou imensamente com o primeiro filme solo do Wolverine. Por razões que já escrevi num dos primeiros posts aqui do Blog (e por isso eu falo que faria todo o sentido que esse fosse o ÚLTIMO texto do site) e que não vou repetir, X-Men Origens: Wolverine é um filme terrível, e é impossível assisti-lo sem sentir um ódio retumbante ou pelo menos um que de vergonha alheia. Já no texto sobre The Wolverine, o segundo filme solo do carcaju canadense, eu já havia mencionado que um possível “Wolverine 3” seria o último de Hugh Jackman interpretando o herói, e de forma bem prepotente eu vou me auto-referenciar:

“Quem sabe eles não acertem no terceiro filme (se houver um), o que promete ser o último de Hugh Jackman na pele do Wolverine, agora que o ator já anuncia sua provável aposentadoria do herói.”

Eu assisti Logan e posso afirmar com toda certeza que sim... Eles acertaram!


Muito do sucesso de Logan se deve ao raro carisma do ator australiano Hugh Jackman, o cara que personificou o Wolverine nos cinemas desde que a gente se conhece por gente. Porra! Faz as contas aí, meu chapa! O primeiro filme dos X-Men estreou em Julho de 2000, naquela época a gente ainda comprava quadrinhos em formatinho pela Editora Abril e muitos de nós ainda frequentávamos a escola. Eu cheguei a escrever um roteiro para o primeiro filme, antes dele ser lançado, para um concurso da Editora Abril. Esse roteiro jamais foi enviado e o filme estreou com um sucesso estrondoso, dando início a nova era dos filmes de super-heróis no cinema, que continuou com Homem Aranha e toda a bagaceira que veio depois.


Hugh Jackman viveu o mesmo personagem por 8 FILMES antes de Logan, protagonizou cenas icônicas como a invasão de William Stryker a Mansão X em X-Men 2, a morte da Fênix em X-Men 3 e até mesmo a homenagem a HQ Arma X em X-Men: Apocalypse, mas os erros da Fox, estúdio que mantem os direitos sobre toda a franquia X no cinema, acabaram fazendo com que a importância do ator frente ao personagem fosse minimizada, por melhores que fossem suas intenções. Em 17 anos, todos que acompanharam suas entrevistas puderam perceber o amor que o ator tinha pelo personagem, e como ele se esforçava para interpretá-lo da maneira mais fiel possível, de forma que agradasse a gregos e troianos. Graças a intromissões executivas e um mal gosto ABSURDO, Jackman acabou sendo submetido a roteiros que beiravam o ridículo (eu escreveria um script infinitamente melhor que X-Men Origens!!) e por muito tempo nós mesmos duvidamos que AINDA poderia sair algo de bom referente a Wolverine nos cinemas.


É difícil acreditar que o mesmo James Mangold que dirigiu The Wolverine estava à frente de Logan, mas seja por um rompante criativo próprio ou pela força do roteiro colaborativo escrito com Michael Green (que pasmem! É um dos roteiristas de Lanterna Verde!!) e Scott Frank (que também escreveu The Wolverine), o filme, que de início foi alardeado como uma adaptação de Old Man Logan, HQ escrita por Mark Millar, tem uma história MUITO BOA, que não só faz uma homenagem ao que deu certo na franquia X dos cinemas, como também a fonte de inspiração dos filmes, no caso as HQs, que são citadas o tempo todo na história.


O filme se passa no longínquo ano de 2029 e nos mostra um Logan mais velho e debilitado que procura viver tranquilamente como um simples motorista de limousine, enquanto é assombrado pelo seu passado sanguinário. Gastando o que ganha com os fortes remédios que mantem os poderes psíquicos de seu antigo mentor Charles Xavier (Patrick Stewart) estáveis, depois de uma crise que ajudou a exterminar seus companheiros X-Men, Logan recebe a ajuda do mutante farejador Caliban (Stephen Merchant) para cuidar de Xavier, o mantendo oculto do mundo dentro de um local à prova de rajadas mentais.


A vida tranquila de Logan tem fim quando ele é interceptado por uma mulher mexicana de nome Gabriela (Elizabeth Rodriguez) que diz precisar da ajuda do Wolverine. Atendo-se a seu trabalho, ele procura esquecer aquele contato, mas um homem chamado Donald Pearce (Boyd Holbrook) o aborda falando sobre aquela mulher e sobre uma criança que ela tem sob sua guarda, o que deixa Logan intrigado. 


Para piorar a situação, o debilitado Xavier começa a falar sobre uma nova mutante que está para surgir (o que não acontece, segundo a história, há muitos anos) e que o velho Logan terá grande parte nisso.


Quando menos espera, Logan se vê totalmente envolvido entre Gabriela, Laura (Dafne Keen), a menina de 11 anos que parece ocultar um terrível segredo, e os homens de Donald Pearce. Quando a mulher é eliminada pelos auto-intitulados Carniceiros, Laura acaba fugindo para o esconderijo de Logan, onde ela conhece Xavier e Caliban. Quando Pearce encontra seu rastro, um combate é inevitável e a menina demonstra ser MUITO MAIS do que apenas uma criança calada e frágil.


Enquanto foge dos Carniceiros, através de gravações feitas por Gabriela, Logan descobre que Laura fez parte de um experimento que procurava criar mutantes em cativeiro para que eles fossem usados como armas militares. O cabeça dessa operação era o geneticista Zander Rice (Richard E. Grant) que mantinha várias crianças mutantes, além de Laura, sob os cuidados da mexicana, que num certo dia decidiu se rebelar libertando todas elas. As crianças acabaram se refugiando num local chamado “Eden”, fazendo total alusão a uma história em quadrinhos dos X-Men que Gabriela lia para Laura enquanto ela cuidava da menina como sua filha. Longe de seu refúgio e incapaz de voltar a sua velha vida agora que eles estavam sendo perseguidos pelos Carniceiros a mando de Rice, Logan só tinha um objetivo: Encontrar o Eden e manter Laura segura com os amigos.


Toda essa fase de Arma X, a criação do Deadpool, da X-23, o envolvimento do Sr. Sinistro (cuja ponta ao final de X-Men Apocalypse foi TOTALMENTE IGNORADA em Logan) aconteceu num período em que eu me afastei das HQs. A transição da Editora Abril para a Panini no Brasil encareceu fodidamente as HQs na época e eu só retornei quando todas essas sagas já haviam se concretizado. Quando voltei a ler X-Men (lá por volta de 2002, 2003...) a X-23 já estava consolidada no universo Marvel e eu sabia pouco sobre ela. A personagem surgiu na animação X-Men Evolution, desenho que substituiu de forma competente a clássica animação dos anos 90 em nossos corações. 


Tudo que você precisa saber em Logan, no entanto, é que a menina é uma espécie de clone do Wolverine alterado geneticamente, e que ela passou pelo mesmo procedimento de inserção de adamantium em seus ossos, já que ela também possuía um fator de cura acelerado.


A relação de Laura com Logan no filme evolui de forma muito pontual, o que denota um cuidado muito grande com o roteiro. Em diversos filmes dos X-Men vimos simplesmente personagens com grande potencial serem jogados na tela sem qualquer contexto ou explicação, e a gente não conseguia se importar com eles. Alguém se lembra da Jubileu em X-Men Apocalypse? Ou da Psylocke duas vezes subaproveitada em X-Men 3 e em Apocalypse? Mangold teve o cuidado de introduzir a X-23 no filme de uma forma que logo de cara o espectador se importasse com ela


Em pouco tempo de tela a garota está retalhando bandidos e fazendo suas cabeças rolarem pelo chão, e mesmo assim, a gente se importa com ela, se preocupa com seu bem estar. A relutância de Logan em aceitar que a menina faz parte dele, é totalmente condizente com tudo que vimos do personagem até então. Ele é um cara amargurado, profundamente ferido pela vida (o que é irônico, já que seu principal poder é um fator de CURA) e que viu todas as pessoas que ama morrerem, é natural que ele não queira ter o “peso” da responsabilidade de ter uma “filha” sob sua tutela, uma vez que seu maior desejo naquele ponto da vida é morrer, o que comprova pela bala de adamantium que ele guarda consigo para dar cabo da própria vida. 



O adamantium atado a seus ossos o está matando aos poucos. Seu fator de cura já não consegue regenerá-lo com a mesma eficiência de antes, mas Laura lhe traz um novo sentido a vida, e ele decide lutar por ela tão logo os últimos resquícios de sua antiga vida se vão com Xavier e Caliban.


Logan é repleto de momentos engraçados, em especial causados pela relação complicada entre ele e Laura. O próprio Xavier pergunta a Logan se ela não o faz lembrar de alguém, e o Wolverine se enxerga na menina, começando a entender que ela é seu legado. Calada desde o início do filme, é deliciosamente surpreendente quando a garota manda um “de nada” com sotaque espanhol (lembrando que ela foi cuidada por uma mexicana) em resposta a um agradecimento de Logan, e os diálogos dos dois a seguir são muito engraçados, construindo a relação entre eles. Silenciosamente, após as brigas e desentendimentos entre pai e filha, ambos começam a nutrir um respeito forte um pelo outro, o que vai desencadear no momento mais tocante do filme que é o acontecimento final, após a batalha entre Logan e seu outro clone (também vivido por Hugh Jackman), o X-24.


VIOLÊNCIA!!

Eu me lembro que uma das minhas principais críticas as participações do Wolverine nos filmes dos X-Men é que ele não parecia que matava ninguém. Tal qual nos desenhos, que suas garras só serviam para cortar robôs, o Wolverine do cinema era um manezão que só choramingava e que se preocupava demais com os outros. Sangue? As garras dele jamais tiravam sangue, pareciam feitas de borracha!

Em 2016, Deadpool estreou nos cinemas com a censura 18 anos, e o filme foi um sucesso, exagerando não só na violência gráfica como também em toda sorte de piadas com cu e rola. De repente a Fox decidiu perder o pudor, e deu liberdade para que o último filme do Wolverine com Hugh Jackman no papel principal fosse regado na mais doce e pura VIOLÊNCIA. E James Mangold decidiu mandar ver!


Foram 17 anos esperando que o Wolverine estripasse alguém, e em Logan tivemos nosso desejo atendido. As mortes causadas pelo personagem chegam a ser lindas, e não falta nada: Tem sangue, membros decepados, cabeças rolando, sangue, sangue...

Porra, Fox! Custava ter feito isso antes?


Seja como for, Logan é uma excelente despedida de Hugh Jackman do papel que o alçou ao estrelato hollywoodiano. O filme tem pouquíssimos defeitos técnicos e possui uma história muito madura e pé no chão, o que não cria a necessidade de efeitos especiais exagerados que acabam nos fazendo perder o interesse pelo enredo. Tanto os coadjuvantes como os antagonistas são interessantes, e criamos ao longo do filme toda uma relação de ódio e amor com eles, ao mesmo tempo em que torcemos para que Logan e Laura continuem retalhando geral nessa porra se mantenham a salvo.


Depois de dois filmes solo ruins, uma melancólica “quase” despedida em X-Men 3 e o desastre que foi X-Men Apocalypse, era difícil acreditar que a Fox ainda podia render algo minimamente razoável para o carcaju, mas graças a Odin isso não aconteceu, e Logan foi um presente de despedida digno tanto para Jackman quanto para os fãs. Por mim, a Fox já podia aposentar a franquia X depois desse filme, mas nós sabemos que essa baladeira vai continuar sendo esticada ad aeternum com um novo ator vivendo o Wolverine e com novos filmes ruins dos X-Men.

Nota: 9

P.S.: Hugh Jackman é com certeza o ator mais carismático de Hollywood. Todas as suas visitas ao Brasil são sempre regadas a elogios rasgados de jornalistas e entrevistadores, e o cara demonstra que gosta do que faz, além de gostar de ser cordial e educado com todos. Pena que a idade chegou e que seu vigor físico (que ainda é invejável, para um cara de 48 anos) já não permite que ele continue pagando de fodão sem camisa nas telas.

P.S.2: Sempre fui apático aos filmes dos X-Men no quesito emoção, mas o final com a X-23 e a decisão da batalha entre Logan e seu clone me fez chorar no cinema. Ou isso ou caiu um cisco bem grande nos meus olhos na hora... Não sei ainda!

P.S.3: A trilha sonora assinada por Marco Beltrami é muito boa, embora ela meio que passe despercebida na hora do filme, mas o tema "Hurt" de Johnny Cash, que foi utilizado no primeiro trailer do filme causa um desgraçamento mental muito grande e casa PERFEITAMENTE com toda a história do filme. Pra mim já é o tema definitivo de Logan. 

P.S.4: Fala a verdade! Você também achou por um momento que quem mataria o Xavier naquela cena seria o Dentes de Sabre!! 

Leia também a crítica a X-MEN ORIGENS: WOLVERINE


e WOLVERINE: IMORTAL


NAMASTE!

12 de fevereiro de 2017

Eu Vi: 50 Tons Mais Escuros


Eu passei muito tempo tentando entender o fascínio feminino pela “obra” 50 Tons de Cinza, e conversei com todas as minhas amigas na época do lançamento do livro e também do filme, obtendo respostas do tipo “Mas o Christian Grey é lindo!”, “Ai, ele é tão romântico!”, “Ele ama a Anastasia!”, “Ele é gostoso. Eu deixaria me bater à vontade!”. Tenho toda a convicção de que ainda não entendo esse fascínio todo pelo personagem de Christian Grey e o que ele representa para as mulheres que saem molhadas de dentro do cinema (incluindo as duas com quem fui ver no cinema 50 Tons de Cinza e agora 50 Tons Mais Escuros), mas uma coisa é certa: O filme é um sucesso indiscutível.

 Baseado no livro homônimo escrito por E.L. James, o primeiro filme 50 Tons de Cinza arrecadou cerca de 500 Milhões de Dólares no mundo todo, mas recebeu uma ENXURRADA de críticas da mídia especializada devido o teor “porraderótico” que busca normalizar e romantizar a violência sexual. Lembro que em discussões acaloradas com aquelas amigas que citei lá em cima, o que mais eu ouvia era “mas tem diferença entre bater na hora do sexo e bater fora do sexo!”, “depende da intensidade com que bate”, “dói, um tapinha não dói, um tapinhaaaaa”, o que acabou abafando essa história de que o filme faz apologia à violência sexual. Se pararmos para pensar que entre quatro paredes vale tudo desde que com o consentimento entre os dois (ou três, ou quatro... ou gangbang!) vale tudo (até revogar a Lei de Gil!).


No primeiro filme conhecemos a doce e insossa inocente Anastasia Steele (vivida por Dakota Johnson), uma estudante de literatura que ao substituir a amiga de quarto em uma entrevista, acaba conhecendo o empresário Christian Grey (Jamie Dornan), que sabe-se lá porque caralhos, cai de amores por ela. Em nenhum momento Ana demonstra ter uma personalidade contundente ou mesmo uma inteligência exacerbada para que aguce a curiosidade do milionário, mas isso acontece, e depois disso ele passa a perseguir feito um psicopata surgir misteriosamente em todos os lugares que ela frequenta, impondo a sua presença e a deixando interessada também. Todo o resto vocês já sabem... Beijos, sexo, porrada, sexo, porrada...

O segundo filme 50 Tons Mais Escuros começa imediatamente após os acontecimentos do primeiro. Ana arranja um novo emprego em uma agência (sem ênfase nenhuma, o que nos faz ignorar completamente qual é realmente seu trabalho!) e mesmo separada de Christian após ter recebido algumas palmadas mais fortes do que o normal, e percebido que ele sente prazer nisso (antes ela passou duas horas de filme sendo socada e nem levou isso em consideração!),  Ana continua recebendo flores e bilhetes do psicopata antigo amante.


Ao ser convidada para uma exposição de fotos de seu amigo de faculdade, Ana percebe que ela é a modelo em todas as obras, ficando surpresa em saber que ele as expôs SEM SEU CONHECIMENTO. Esse cara nunca ouviu falar de Direito de Imagem?

Óbvio que Christian Grey aparece na exposição e compra TODOS os quadros de Ana, com a desculpa de que “não gosto de ver estranhos te observando”. Eu contei no relógio. Sério. A reconciliação deles acontece em CINCO MINUTOS, e todo o choque dela ter sido agredida por ele ao final do primeiro filme se esvai com uma pegada caprichada.

Todos nós homens temos muito o que aprender com Christian Grey. Sério.

Após todo aquele papo que vemos no trailer de “agora é sem regras” e blablabla a primeira cena de sexo entre eles acontece em uns 15 minutos de execução do filme. Sem regras, sem mágoas e sem tapas... Por enquanto.


É difícil imaginar que você não fizesse tudo a seu alcance para agradar a mulher que você tem um tesão louco ama se você ganhasse milhares de Dólares por minuto, e é isso que Grey faz desde o filme anterior. Além de encher Ana de mimos (iPhones, iMacs...) e exibir seus brinquedinhos (não, não os sexuais) levando-a para passear de barco, de helicóptero, de avião, Grey demonstra que é muito possessivo, procurando a tirar do convívio de outros caras, como o próprio chefe da garota Jack Hyde (Eric Johnson). Que mulher que não gosta de um cara possessivo, né?

Com o passar do tempo, Ana começa a perceber que a possessividade de Grey é o MENOR dos seus problemas, e ela começa a receber visitas de Leila Williams (Bella Heathcote), a antiga submissa do cara. Ao confrontá-lo sobre o passado da garota, Ana descobre que Leila foi uma submissa que se recusou a deixá-lo partir quando ele enjoou do brinquedinho (“me bate mais, me bate mais!!”) e que ele mantinha dossiês sobre todas suas possíveis escravas, incluindo a própria Anastasia.


O caldo engrossa mais quando Grey a leva para “ser aprovada” por Elena Lincoln (Kim Basinger), a mulher que o iniciou no mundo do sadomasoquismo selvagem. Já falei aqui uma vez que Kim foi um dos meus amores de infância, e que eu era doido nela quando ela foi a Vicky Vale do Batman de 89, e me lembrei de suas cenas quentes em 9 ½ Semanas de Amor quando saquei que ela havia sido a primeira aliciadora sexual do Grey. Ana se sente incomodada em saber todo o fascínio que a mulher AINDA exerce sobre ele, mas esse incômodo dura só mais uns cinco minutos em que ela o deixa preocupado após sumir de casa.

A história em nenhum momento se aprofunda no passado “terrível” de Grey, mas dá pinceladas sobre o porque de seus traumas, sua relação com sua mãe e até a escolha de submissas que se PARECEM com sua mãe.

Então existe uma complexidade em 50 Tons Mais Escuros, Rodman? Complexo de Édipo e tals?

Porra nenhuma, caro padawan! Hehehe!

Já ouvi dizer que o Complexo de Édipo meio que se aplica a todos os homens, e que eles procuram e/ou se sentem atraídos por parceiras que se pareçam fisicamente com suas mães... Olhando para minha predileção por mulheres, não dá pra dizer que isso é completamente mentira...

50 Tons Mais Escuros foi filmado em grande parte em Nice, França, foi roteirizado por Niall Leonard, dirigido por James Foley (que substituiu Sam Taylor-Wood) e tem a trilha sonora assinada por Danny Elfman. Por falar nisso, a trilha sonora é uma das melhores coisas do filme, repetindo o sucesso 50 Tons de Cinza que teve até canção indicada ao Oscar.

Tá, Rodman. E a putaria? Você não falou nada da putaria!


O filme tem uma história tão insossa e previsível, que as cenas de sexo se tornam o grande atrativo da coisa toda. Não dá pra dizer que você vai ficar excitado e querer correr para o banheiro enquanto vê a pegação, mas as cenas entre Johnson e Dornan parecem bem reais, a ponto de você se perguntar “ei! Ele está mesmo chupando ela??”. Quando os dois tiram a roupa não há muito romantismo em jogo e o negócio é tchuplek tchuplin jo ratchoflay, sem falar no repertório gigante de acessórios masoquistas para noites ardentes de muito sexo que nos são apresentados. Se você se empolga com as explicações detalhadas de cada brinquedo dadas por Christian Grey, você pega na mão da sua namorada e a leva para um sex shop na mesma hora. O bagulho é sinistro!

Para não dizer que tudo é um desperdício imenso de tempo, o filme tem uma fotografia muito bonita, e as cenas de sexo são muito bem filmadas, não explicitando genitálias (ahhhhhhhhh!) ou poses extremamente eróticas. Tem nudez (então cuidado com quem você leva pra ver!), tem vocabulário chulo (“você não vai enfiar isso na minha bunda!”) e tem comportamento sexual inadequado (mas o que é adequado??). É tipo um Deadpool... Mas sem cenas de ação.

Se você não tem nada melhor pra fazer e tem uma boa companhia, vá ver sem medo. Na pior das hipóteses você vai voltar para casa discutindo com a pessoa sobre “qual é o limite das palmadas”, se ela toparia usar com você chicotes, algemas, bolas do prazer ou prendedores de mamilos...

NOTA: 6

Ps.: Você leva a menina ao cinema e a vê suspirando a cada cena do Christian Grey sem camisa e...
Como ele tá gostoso, hein!! 

NAMASTE!


8 de janeiro de 2017

COMBO BREAKER #003 - Doutor Estranho, Animais Fantásticos e Rogue One



Alô!

Oi!

Ainda tem alguém por aí?

Há quanto tempo não apareço por aqui, hein!

Foi uma longa temporada de muito trabalho e QUASE NENHUM momento de lazer, e por isso, jovem padawan, acabei me ausentando do meu velho e combalido Blog. Não fiz nem sequer UM post por mês, e acabei 2016 como o ano em que menos escrevi para vocês.

Aos que ainda estão por aí, hoje farei um RESUMÃO dos três principais filmes do final do ano e o que eu achei de cada um deles. Sigam-me os bons!


DOUTOR ESTRANHO

Esse é décimo quarto filme da Marvel Studios e o que mais se diferenciou dos demais por abordar um tema que até então não tinha sido muito aprofundado em um mundo onde deuses (alienígenas?), homens em armadura e homens modificados pela ciência eram maioria. Estou falando, claro, da magia!

À princípio eu achava que Benedict Cumberbatch não tinha ABSOLUTAMENTE NADA A VER com o doutor Stephen Strange e seu extravagante bigodão, mas depois de assistir o filme (e em paralelo a série Sherlock também protagonizada por ele) percebi que me tornei uma Cumberbitch Cumberbatch pode interpretar o papel que ele quiser, porque o cara é um dos melhores atores de sua geração. Além de versátil, Benedict se entregou ao papel de uma forma que eu só tinha visto Robert Downey Jr. até agora fazer com seu Homem de Ferro no universo Marvel, o que coloca os filmes de super-heróis DE UMA VEZ na rota de atores importantes. E pensar que o gênero até pouco tempo era visto com desconfiança e desdém!


A origem do personagem do filme é até bem semelhante ao do Doutor Estranho criado por Stan Lee e desenhado por Steve Ditko na década de 60, e para os dois ou três fãs do cara no mundo todo, isso deve ter somado alguns pontos. Para nós que estamos mais acostumados a ver o Doutor como coadjuvante em histórias como Desafio Infinito, Guerra Infinita ou até mesmo alguma aventura genérica do Homem Aranha ou dos Vingadores, a modernização nos conceitos de magia, plano astral e apetrechos místicos até que foi bem vinda. Até o upgrade do Wong (vivido por Benedict Wong) que no filme é um mago do alto escalão em vez de apenas um Alfred oriental, foi bem aceita.


O roteiro do filme escrito por Jon Spaihts, Thomas Dean Donnelly e Joshua Oppenheimer é bem linear e se assemelha MUITO ao primeiro filme do Homem de Ferro. Homem arrogante e cheio de si sofre um acidente quase fatal que o deixa debilitado. Em busca de recuperação, ele procura uma forma nada ortodoxa de reabilitação, o que o faz se tornar um herói.

Eu esperava um filme muito mais pirado e de difícil assimilação do que o que Scott Derrickson nos apresentou, e mesmo o confuso multiverso não nos parece lá muito confuso pela forma como tudo é mostrado ao longo da história. Os efeitos visuais são DO CARALHO para não dizer menos, e quem sugeriu que o filme devia pelo menos ser indicado ao Oscar nesse quesito não exagerou nem um pouco. Por um defeito no equipamento do IMAX eu acabei vendo uma cópia 2D após pagar o salgado preço do IMAX, o que fez com que minha imersão no universo da magia do filme não fosse 100%, infelizmente, mas pra quem viu, deve ter sido uma experiência incrível.


Assim como todo filme Marvel, Doutor Estranho é recheado de gags engraçaralhas e tiradinhas de humor, e apesar de ser o filme mais diferentão do estúdio devido o tema ter sido pouco explorado, ao final da sessão temos aquela sensação de desgaste no ar. Mais uns dois ou três filmes Marvel nesse mesmo estilo e nós nerds velhos e reclamões já estaremos saturados da fórmula. Não tem como dizer que Doutor Estranho é um filme ruim, mas a caminho de casa eu já tinha o esquecido quase que completamente, o que é um mau sinal para um produto de entretenimento. Tanto Cumberbatch, Tilda Swinton (Ancião versão escandinava), Mads Mikkelsen (Kaecilius), Chiwetel Ejiofor (Mordo) quanto Rachel McAdams estão muito bem em cena, mas passamos o tempo todo com aquele gosto estranho (Hãn! Hãn!) na boca de que algo errado não está certo. Mais uma vez os vilões não engrenam, e tanto Kaecilius quanto o todo poderoso Dormammu (cuja voz e captura de movimentos são do próprio Cumberbatch) não convencem com seus planos medíocres e pouco objetivos. Aliás... A versão cinematográfica do Dormammu ficou bem mais ou menos, hein! Uma mistura vergonhosa do Parallax feito de bosta do Lanterna Verde com o Galactus gasoso de Quarteto Fantástico!


Bota aí uma nota 8 que está bom demais.


ANIMAIS FANTÁSTICOS E ONDE HABITAM

Dirigido por David Yates (que dirigiu todos os últimos filmes de Harry Potter, desde a Ordem da Fênix) e escrito pela própria J.K. Rowling, Animais Fantásticos e Onde Habitam traz de volta o fantástico universo criado pela autora inglesa, mas dessa vez de um ponto de vista diferente e quase quarenta anos ANTES do primeiro Harry Potter.

O protagonista da aventura dessa vez é um adulto chamado Newt Scamander (Eddie Redmayne), um excêntrico magizoologista, ex-aluno de Hogwarts e que vem para Nova York a fim de libertar uma criatura mágica que traz consigo dentro de sua nada peculiar maleta. Enquanto procura se adaptar ao mais exigente mundo bruxo americano, Scamander é obrigado a embarcar numa louca aventura, aprontando várias confusões com uma turma do barulho, enquanto tenta recuperar os animais fantásticos que escapam de sua maleta.


Ao lado da ex-auror Tina Goldstein (Katherine Waterston) e do nomagi  (os trouxas americanos!) Jacob Kowalski (Dan Fogler), Scamander acaba se metendo em uma intrincada trama envolvendo um senador (Henry Shawn, vivido por Jon Voight) e uma ameaça muito acima de suas capacidades, o temível bruxo das trevas Gerardo Grindelwald, o grande inimigo de Alvo Dumbledore.


Para quem estava com saudades do universo de magia criado nos sete livros e nos oito filmes de Harry Potter Animais Fantásticos é um deleite para todos os sentidos. Diferente dos primeiros filmes da série que pendiam mais para o lado infantil da coisa, Animais Fantásticos é extremamente adulto, e respeita muito os fãs de Harry Potter que cresceram com o personagem. Apesar da citação de alguns personagens comuns dos filmes anteriores, a nova criação de J.K. Rowling funciona muito bem à parte de Harry Potter, e empolga até os fãs mais novos, já que apresenta com muita cautela seus novos personagens, nos fazendo nos importar com eles e suas motivações. É certo que Newt Scamander não tem nem DE LONGE a empatia que Harry Potter nos desperta por ser um personagem muito introspectivo e pouco preocupado com outras coisas além de seus animais fantásticos, mas por sorte, seus companheiros de cena são muito interessantes, inclusive o engraçadíssimo Kowalski, que rouba para si o filme no quesito humor.


Os novos conceitos apresentados, como as criaturas mágicas escondidas dentro da maleta são muito bem pensadas, assim como as novas ameaças representadas por Percival Graves (Colin Farell) e seu pupilo Credence (Ezra Miller), que no clímax do filme nos faz temer pela segurança dos personagens principais. Mais sombrio que todos os Harry Potter, Animais Fantásticos e Onde Habitam é definitivamente um passo além do universo de J.K. Rowling, e essa expansão trará um novo vigor ao cinema, que ficou órfão desse tipo de filme após a conclusão da saga mais famosa da autora britânica. 


Aguardemos ansiosos os próximos capítulos!

NOTA: 8,5


ROGUE ONE – UMA HISTÓRIA STAR WARS

Ok.

Eu posso viver em um mundo que me dá um filme de Star Wars por ano!

Rogue One é o primeiro spin-off de Star Wars (que vale) agora que a franquia está nas mãos da Disney, e por que não começar logo contando como foi que os rebeldes roubaram os planos da Estrela da Morte, possibilitando assim, pela primeira vez, uma chance da aliança contra o terrível Império galáctico?


Quem assistiu Star Wars – Uma Nova Esperança deve se lembrar que o letreiro inicial falava de um grupo de rebeldes que havia se sacrificado para roubar os planos da Estrela da Morte, mas nós nunca tínhamos visto como isso acontece. Rogue One conta a história de Jyn Erso (Felicity Jones), uma jovem que é obrigada a se afastar do pai Galen Erso (Mads Mikkelsen) ainda na infância, que vê a mãe sendo assassinada pelo comandante do império Orson Krennic (Ben Mendelsohn) e que nunca mais ouve falar do próprio pai. Sendo criada por um tempo por Saw Gerrera (Forest Whitaker), amigo de seu pai e um guerrilheiro separatista, Jyn acaba crescendo como uma nômade, ocultando seu verdadeiro nome, até que é resgatada de uma prisão pelos rebeldes que dizem saber quem ela é, e onde está seu pai. Jyn descobre que seu pai fora recrutado pelo império para ajudar a criar uma arma definitiva de destruição em massa chamada Estrela da Morte, e que somente ela, aliada a um grupo de rebeldes, é capaz de frustrar os planos do Império e destruir a tal arma.  


Auxiliada pelo Capitão Cassian Andor (Diego Luna) e seu androide K-2 (Alan Tudyk), e os mercenários Baze (Jiang Wen) e Chirrut (Donnie Yen), um cego devoto dos conhecimentos da Força (o único personagem NÃO-JEDI da série Star Wars a usar o conceito de Força), Jyn arrisca a própria vida em busca dos planos da estação destrutiva, que segundo informações dadas por seu próprio pai, num reencontro emocionante, possui uma falha proposital, a ser explorada pela Aliança Rebelde em Uma Nova Esperança.

Rogue One é espetacular pela forma como leva a sério o cânone de Star Wars, e por não desconsiderar completamente o filme de 1977 dirigido e criado por George Lucas. Como spin-off ele cumpre seu papel, e faz até mesmo com que o clássico se torne ainda mais importante depois de tudo que vimos. Apesar dos personagens pouco interessantes, em especial o casal de protagonistas Jyn e Cassian, Rogue One faz com que nós nos sintamos DE NOVO dentro do Universo Star Wars, nos importando com cada detalhe, e apreciando os diversos fan-services a que somos submetidos. Existe uma ligação com o personagem de Donnie Wen (pra mim, a morte mais sentida do filme todo!) e seu respeito pelo conceito, na época, quase obsoleto da Força. 


O carisma do robô rabugento K-2 é um dos pontos fortes do filme, e ele acaba sendo mais interessante que seu dono, a versão americana do ator Domingos Montagner


Sério... É a cara!

Não devia ser surpresa que TODOS ELES MORRERIAM ao final do filme, afinal, nunca ouvimos falar de nenhum deles nos filmes subsequentes, mas mesmo assim teve quem ficou boquiaberto com a forma que a Disney chacinou TODOS os seus protagonistas no ato final de Rogue One, um ato corajoso, mas significativo, já que era necessário um sacrifício para que Leia Organa (Carrie Fisher) conseguisse enviar os planos da Estrela da Morte para Obi Wan Kenobi (Alec Guiness) através do androide R2-D2.


Muito se falou das inserções digitais de dois personagens importantes para a saga clássica e como ambas “ficaram fakes” no decorrer do filme, mas tanto o CGI usado para recriar o ator Peter Cushing (falecido em 1994) quanto o da Princesa Leia (Carrie Fischer, atriz que ainda estava viva quando o filme foi rodado) foram satisfatórios, ainda mais em telas de alta resolução como as dos cinemas em IMAX. É claro que sacamos que os personagens “não são reais” enquanto eles “interagem” com atores de verdade, mas no cinema moderno em que vemos muitas vezes personagens digitais em meio a cenas reais, isso não chega a incomodar. Ainda não alcançamos a perfeição que vai fazer com que num futuro não muito distante os diretores de cinema nem precisem mais contratar atores de carne e osso para rodar suas histórias, mas com o General Tarkin e a Princesa Leia de Rogue One, descobrimos que isso está muito mais próximo do que pensamos.


E o Darth Vader, Rodman? Você não vai falar nada?

Sim, vou, claro.


A meu ver a aparição de Darth Vader em Rogue One foi A MELHOR APARIÇÃO DE TODOS OS TEMPOS QUE O PERSONAGEM JÁ FEZ!

Vamos ser sinceros... Na trilogia clássica nós tínhamos um Darth vader lento e velhinho tocando o terror nos corredores da Estrela da Morte, mais ameaçando do que matando de verdade, mas dessa vez nós sentimos medo do personagem, numa cena de terror real protagonizada por ele. Um corredor escuro, um sabre de luz vermelho, uma respiração sinistra e dezenas de corpos começando a se empilhar enquanto soldados rebeldes procuram desesperadamente fugir e passar para frente os planos da Estrela da Morte. PORRA! Sensacional! A direção de Gareth Edwards nessa cena fez com que sentíssemos medo do Darth Vader, e que ele como um monstro implacável fosse invencível, avançando pelo corredor e passando seu sabre de luz sem dó a fim de alcançar seu objetivo. 

Se o filme todo tivesse sido uma merda incrível, somente essa cena teria valido o ingresso.

Obviamente Rogue One não terá continuação, mas a ansiedade só aumenta para o Episódio VIII, filme que será lançado em Dezembro de 2017. Já que Jyn e Cassian não chegaram aos pés do carisma de Rey e Finn (O Despertar da Força), mal podemos esperar para acompanhar o destino dos dois personagens, além de Luke Skywalker, Chewbacca e claro da General Leia, o que nos trará imensa tristeza, já que Carrie Fisher veio a falecer depois de um enfarte nos últimos dias de 2016, ironicamente após ter sido reconstruída digitalmente para Rogue One.

Nota: 9


Que a Força Esteja Com Você!

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