12 de outubro de 2010

Top 10 - Saudades da Infância


Hoje é dia das Crianças e eu não poderia deixar de lembrar, mesmo que brevemente, das 10 coisas que mais marcaram a minha infância e que hoje me tornam um adulto saudoso daqueles tempos áureos.
Vamos à lista!

10 - Os Desenhos animados

Quando eu era criança eu não tinha liberdade para ver TV o quanto eu queria ou na hora que eu queria, por isso via poucos desenhos. Os que mais me recordo são os de ação, o que diz muito sobre o que sou hoje. Meus preferidos eram He-Man, Thundercats e Superamigos, todos que envolvem super-heróis, mas me lembro também que adorava Duck Tales - Os Caçadores de aventura protagonizado pelo Tio Patinhas, Caverna do Dragão e She-Ra (sempre quis ver a calcinha dela e nunca consegui, embora ela vivesse lutando e montando em seu cavalo com uma saia mínima!). Alguns outros desenhos tenho vagas lembranças como Pole Position (com corrida de carros), Muppet Babies e Nossa Turma (que não lembro do desenho mas cujo tema de abertura é inesquecível). Rever alguns vídeos no Youtube ou mesmo alguma referência escrita me causa uma pontada de nostalgia e aquela vontade de reviver o passado onde os desenhos eram muito mais legais que os atuais.

Já na metade dos anos 90 os desenhos dos quais me recordo com mais carinho são Super Mario Bros. (e eu ainda nem tinha video game), As Tartarugas Ninja, Tiny Toon, Capitão Planeta e claro, a primeira série animada dos X-Men, do qual sou fã até hoje. Tempos bons!




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9 - As séries

Os desenhos fazem parte da minha infância assim como as séries que eu assistia. Passava tanta coisa interessante naquela época como Esquadrão Classe A, A Supermáquina (que já comentei em outro Top 10), Punky, a Levada da Breca (tanto a série em live-action quanto o desenho), Super Vicky e as séries do Incrível Hulk (com Lou Ferrigno no papel do Verdão) e a tosquíssima série do Homem Aranha. Gostaria muito de ter tempo livre hoje para parar e ver nem que fosse um episódio de cada um desses enlatados e matar as saudades.
Não seria justo eu comentar das séries sem mencionar aquilo que pra mim até hoje tem um significado muito grande como os super-sentais, ou séries em live-action japonesas. Jaspion, Changeman e Jiraya fazem parte da minha infância mais do que qualquer outro programa de TV, e não é raro eu me ver com a maior vontade de ver as aventuras do Fantástico Jaspion ou do Esquadrão Relâmpago. Nada que se fez depois disso em relação a séries japonesas teve tanta importância para mim, e vejo os vídeos hoje na maior empolgação, como se fossem episódios novos.








Na boa, sempre que vejo essas duas aberturas meus olhos se enchem de lágrimas. Essas séries eram muito boas!
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8 – Brincadeiras

Muito do que eu assistia na TV influenciava nos “roteiros” das minhas brincadeiras. Eu nunca tive aquele amigo de bairro que toda criança tem para chamar para brincar, e minhas brincadeiras ou eram solitárias ou eram com minha irmã mais nova, quando ela não estava brincando de boneca.
Minha maior diversão era espalhar meus bonecos e carrinhos em cima da cama da minha mãe e inventar milhões de aventuras para eles, sempre regados a muita ação e aventura. Conseguia passar horas seguidas inventando as falas e criando os efeitos sonoros das porradas, freadas de carros, tiros e o que mais a história exigisse e era uma verdadeira farra. Poucas coisas me davam mais prazer do que aquelas brincadeiras intermináveis. Como sempre gostei de criar histórias, isso acabou influenciando mais tarde meu gosto por escrever.
Quando a gente é criança, o que mais temos é tempo, por isso dava para curtir o maior número possível de brincadeiras. Adorava jogar aqueles jogos de tabuleiro que vinham como brindes ao se juntar embalagens de chocolate (vídeo game era uma realidade muito distante), mas não recusava brincar no quintal inventando histórias onde eu sempre era o herói e meus “amigos imaginários” eram os inimigos. Na falta de ter com quem brincar, eu brincava sozinho tranquilamente, sem medo de ser feliz, e passava longas horas brigando contra o nada, aplicando socos, chutes, disparos lasers e golpes de espadas. Era uma comédia. Lembro da minha mãe me tirando sarro por me ver lutando contra ninguém no quintal sempre depois de ver os episódios de Jaspion e Changeman na TV.

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7 - O gosto da infância

Não sei se acontece com mais alguém, mas certos produtos que temos hoje em dia parecem não ter mais o mesmo gosto de antigamente. Sempre que lançavam algum produto novo a gente tinha em casa para experimentar e Nescau, Neston, Toddy e o Guaraná Antarctica do século XXI não se parecem com os mesmos do século passado. Faz um tempo que não como Neston, mas a última vez que comi ele não se parecia em nada com o Neston de antigamente, assim como o Nescau, que hoje é muito mais sem gosto do que o de antes. Nem mesmo o Guaraná se parece mais com o que a gente tomava nos domingos de almoço em família. Pode ser apenas uma lembrança de paladar que não condiz com a realidade, mas que tenho essa impressão eu tenho!


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6 - A família

Assim como o livro da Maria José Dupré, aqui em casa nós éramos seis, e restaram quatro, mas não é algo que possamos lamentar. As vezes olho para meu passado e me vejo com saudades do tempo em que a casa era cheia e que tomávamos o café da manhã todos sentados juntos à mesa, o que devia ser uma tradição em qualquer família. Mais do que tomar café juntos, o almoço de domingo era uma tradição e as vezes sinto falta de um pouco mais de união. Ter pai, mãe e irmãos devia ser algo eterno em nossas vidas, algo que nunca devia ser desfeito, mas a vida toma outros rumos na maioria dos casos, e nem sempre aquela regra que parece inquebrável permanece intacta. Bons tempos de Campeonato de Futebol Italiano e das partidas de sinuca aos sábados na TV ou das lutas de Boxe durante a semana ou mesmo do programa Silvio Santos nas noites de domingo. Bons tempos.

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5 – A escola

Muita gente não vê a hora de sair da escola e se livrar de todas as lembranças ruins que esse grande período de nossas vidas as vezes podem trazer, mas eu me lembro com saudades hoje da escola onde estudei até meus 14 anos, na 8ª série. Claro que houve muita coisa ruim como as primeiras desilusões amorosas, as brigas com os colegas (aqueles que nunca vão com a nossa cara), das humilhações na prática de esportes (sim, eu era do time dos losers em esportes) e das notas baixas, mas a parte boa compensa tudo. Quando entrei na escola, pela primeira vez pude conviver com outras pessoas que não fossem meus familiares, e longe da proteção de casa eu tive que aprender por mim mesmo o que o relacionamento com essas outras pessoas podia acarretar. Enfim surgiram as primeiras amizades, os primeiros amores e as primeiras decepções, mas como tudo na vida, claro que isso contribuiu para a minha formação. Se eu não era nenhum gênio na escola e muito menos o garoto mais popular da escola (uma espécie de Peter Parker dos anos 90), eu vivi momentos intensos dos quais eu gosto de me recordar e dos quais eu sinto uma certa nostalgia. Não é raro eu me sentir com vontade de voltar a viver naquela época, embora goste da minha cabeça de hoje. Talvez essa vontade de fazer diferente no passado seja inerente ao ser humano, embora até mesmo os erros nos ensinem coisas importantes no presente. Sou muito grato às professoras que me ensinaram as lições que sigo até hoje e gostaria de retribuir um dia.


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4 – As histórias de antigamente

Quando a gente cresce a gente não vê mais o mundo como quando éramos crianças e isso é uma pena, em alguns casos. A inocência com que interpretamos o mundo e com que interpretamos simples histórias é algo sublime, mas que dura pouco.
Aprendi a ler por volta dos meus seis anos com o auxílio da minha mãe e dos meus irmãos (eu não fiz a pré-escola), e foi com os gibis (Histórias em Quadrinhos, para quem não sabe) que comecei a ter a mente aberta para o mundo da leitura. Em casa tinha de tudo um pouco, Turma da Mônica, gibis da Disney e dos Super-Heróis e conforme ia me aperfeiçoando na leitura mais ia devorando um a um deles. Depois que já estava fera, os livros começaram a me interessar também, mesmo não contendo tantas figuras quanto os gibis, e os da série Vaga-Lume da Editora Ática eram meus prediletos. Depois vieram o Pequeno Príncipe (de Saint Exupery), O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá (de Jorge Amado) e os mais clássicos como Iracema (de José de Alencar). Nenhum desses livros faria o mesmo sentido hoje que me faziam antigamente, e essa magia que temos quando somos crianças é que desperta a saudade daquele tempo.
As vezes dou risada de mim mesmo quando pego algum daqueles gibis de antigamente e me recordo de como eu lia ou entendia algumas palavras ou frases. Quando eu não entendia o significado ou a simples pronuncia, tentava mil formas de flexioná-las, uma mais absurda que a outra. Era divertido.

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3 - Momentos


Tenho medo de um dia me esquecer completamente das coisas boas da infância, mais ou menos como o Peter Pan adulto do filme Hook - A volta do Capitão Gancho que não se lembra do tempo que era o menino que não queria crescer e de sua vida na Terra do Nunca. Sinto que a cada ano que passa, cada vez menos lembranças sobrevivem em minha mente daquele tempo de alegria plena.
Se puxar da memória ainda posso me recordar de todo o medo que me dominava de ser largado sozinho pela primeira vez na escola e de tudo que meu corpo sentia naquele fatídico dia. Me lembro da alegria que senti quando vi minha mãe na porta da escola na hora da saída e de como aqueles temores de enfrentar a escola foram se dissipando conforme os meses avançavam.
Me lembro da primeira vez que sai com meu pai e meu irmão no dia em que ele foi tirar o RG, do dia em que ganhei o boneco do BA do Esquadrão Classe A da minha madrinha, do primeiro dente que caiu da minha boca, do medo que eu sentia de sair no quintal de casa à noite e olhar em direção ao portão (sempre eu via uma presença sombria lá), do dia em que eu cai desse mesmo portão e torci o braço esquerdo, das tardes frias em que andava de triciclo Bandeirantes pelo quintal, do medo que eu sentia em subir a escada para olhar o teto de casa, da minha Primeira Comunhão e do momento em que falei um palavrão bem depois de me confessar para o padre um dia antes da Primeira Comunhão e da morte do Mufasa no Rei Leão na primeira vez que fui ao cinema. Como posso esquecer também das tardes depois da escola (ou quando não tinha aula) no fliperama jogando Mortal Kombat e Street Fighter? E como esquecer das conversas animadas com os amigos sobre quadrinhos, filmes e jogos? Coisas tão banais para qualquer outra pessoa, mas que para mim são parte de meu passado e que são importantes assim como todos os outros momentos que vivi. Saudades.

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2 – Liberdade

Poucas coisas me dão mais saudades da infância do que toda a liberdade que eu tinha quando era pequeno. Não há nada como poder usar todo o tempo que se tem apenas para inventar novas brincadeiras ou ver TV. O tempo parecia passar muito mais devagar naquela época, num mesmo dia eu conseguia brincar de carrinho, lutar sozinho no quintal e ainda ver minhas séries super-sentai, isso tudo muito antes de começar as novelas, programas que eu assistia com minha mãe por muito tempo. Hoje em dia, as horas parecem passar de duas em duas, em especial nos dias de folga, e mal acordamos e a noite parece já começar a cair lá fora.
Não ter tantas responsabilidades ou tantos problemas para se pensar também é algo do qual sinto falta, mas quanto mais a vida vai passando, mais dessas preocupações veem à tona, nos fazendo afundar num mundo de preocupações e responsabilidades sem fim. Nada é mais belo que a liberdade da infância e o quanto é divertido só ter em mente aquilo que nos satisfaça.

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1 – Planos para o futuro

"Sei lá...tem dias que a gente olha pra si.
e se pergunta se é mesmo isso aí.
que a gente achou que ia ser
quando a gente crescer
e nossa história de repente ficou
alguma coisa que alguem inventou
a gente não se reconhece ali
no oposto de um déjà vu
Sei lá tem tanta coisa que a gente não diz
e se pergunta se anda feliz
com o rumo que a vida tomou,
no trabalho e no amor
se a gente é dono do próprio nariz
ou espelho é que se transformou
a gente não se reconhece ali
no oposto de um vis a vis"

A música “Já é” do Lulu Santos diz muito do que as vezes eu penso sobre a minha vida. Quando a gente é criança temos o que os adultos dizem “uma vida toda pela frente” e as possibilidades de rumos são tantas que não há como não ficar tranquilo. É como se não tivessemos a menor chance de ser infelizes com a variação enorme de caminhos que podemos tomar, mas conforme o tempo vai passando e a tomada de decisões se faz necessária, começamos a perceber que a trilha escolhida nem sempre é a mais fácil e nem tampouco é a mais certa. É aí que começamos a “cair na real” e ver que a variação de possibilidades que tínhamos antigamente já não é mais tão grande assim, se resumindo em “ou isso ou aquilo”.
Onde me vejo hoje com certeza não é o lugar que eu me imaginava há uns 15 anos, mas se ainda não vivo a vida dos sonhos da criança que um dia eu fui é porque não mes esforcei o bastante, o que me dá esperanças que um dia eu venha a satisfazer meus desejos infantis.

Hoje sou um adulto, mas não deixo morrer a criança que existe em mim. Os caminhos que escolhi para minha vida quer queira ou não ainda me exigem muito da minha criatividade infantil e isso sem mencionar o meu eterno gosto por jogos, quadrinhos (que nem são mais infantis) e desenhos animados.


Siga o exemplo de Peter Pan e não deixe a criança que há em você morrer. Ela é importante para a sua própria humanidade.


Feliz dia das crianças para todos!



NAMASTE!

3 comentários:

  1. Cara, eu me vi espelhado em tudo o que você fez. Inclusive também tinha o lance de espalhar os bonecos pelo quarto e imaginar um mundo totalmente fantástico para a "estória". Por que não se vende mais estes bonecos?
    Outra saudade que eu tinha era de fazer minhas próprias histórias em quadrinhos, com "editora" e tudo. Abraços

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    Respostas
    1. E quantas pessoas por aí não devem ter tido essa mesma infância, hein?
      Eu usei muito minha imaginação quando pequeno, inclusive também fazia minhas próprias histórias em quadrinhos. Minha editora era a Eclipse Comics! Heheheh! Cheguei a fazer mais de 100 gibizinhos.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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