31 de março de 2018

COMBO BREAKER #007 - Os Defensores, O Justiceiro e Jessica Jones



E aí, como cês tão?

Não tenho aparecido muito aqui para escrever, eu sei. A vida vem exigindo bastante do velho Rodman, e ele já não vê mais tanta motivação para fazer algumas coisas. Mesmo assim, continuo acompanhando as séries da Marvel/Netflix, APESAR do meu último parecer sobre isso. Vocês leram?

Uau, Rodman! Quanta melancolia! Vá beber para curar isso!

Seria uma boa ideia, caro padawan, mas no lugar disso vou falar mal de Os Defensores primeiro.


Com menos episódios que suas antecessoras (graças a Odin!), Os Defensores só possui oito, e os diretores S.J. Clarkson, Phil Abraham, Farren Blackburn e Uta Briesewitz se revezam atrás das câmeras para movimentar a história que pega um pouquinho de Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro para nos contar como o Tentáculo está PROFUNDAMENTE instaurado em Nova York, assim como em outras partes do mundo (São Paulo, por exemplo). Assim como a reunião de qualquer super grupo de heróis, a dos Defensores se dá porque “Os Cinco Dedos” da “Mão” (o nome original do Tentáculo é “The Hand”) Alexandra (Sigourney Weaver), Bakuto (Ramon Rodriguez), Madame Gao (Wai Ching Ho), Sowande (Babs Olusanmokun) e Murakami (Yutaka Takeuchi) estão na cidade, e a união deles é algo GRANDE demais para que sozinhos eles possam enfrentar.


Usando a empresa Midland Circle como sede, Os Cinco Dedos articulam para continuar no poder usando pessoas e manipulações, assim como têm feito há séculos, só que dessa vez seu tempo ESTÁ ACABANDO


Segundo a série, os cinco são os primeiros desertores de K’un-Lun, que se juntaram para usar os conhecimentos da Cidade Mística para seus objetivos escusos. Em poder de uma substância que os impede de morrer, Os Cinco mantém-se por trás de grandes grupos e empresas para se beneficiar ao longo dos séculos, só que essa substância se esgota quando Alexandra traz o Céu Negro de volta à vida, acreditando numa profecia que diz que ela trará morte rápida aos inimigos do Tentáculo. O Céu Negro, como vimos na segunda temporada de Demolidor, é ninguém menos que Elektra Natchios (Élodie Yung), o primeiro amor de Matt Murdock (Charlie Cox) que foi morta por Nobu.


Desacreditada pelos demais membros dos Cinco, Alexandra trata Elektra como uma filha sua, e sofrendo com uma doença terminal, ela descobre uma passagem rápida de volta a K’un-Lun no subterrâneo da Midland Circle, o que pode salvar a vida e a imortalidade de todos eles. Nos últimos episódios descobrimos que a tal substância é derivada dos ossos de dragões mortos na entrada da Cidade Mística, e a chave para abrir o portal para K’un-Lun é o punho de Daniel Rand (Finn Jones) e seu poder. 

Só assim para acharem ALGUMA utilidade para esse cara!


O roteiro escrito por Drew Goddard e Brian Michael Bendis nem é dos piores, mas mesmo com poucos episódios, a história se ARRASTA e não aproveita o que poderia haver de melhor, a interação entre os heróis. Colocados lado a lado, dá pra perceber nitidamente que os quatro não têm química juntos, e os diálogos entre eles são muito mal escritos. De longe, Matt e Jessica (Krysten Ritter) são os mais carismáticos, e quando se afastam dos demais, acabam funcionando como dupla. Dois exemplos disso é quando um persegue o outro nas ruas de NY e depois quando agem juntos para tentar encontrar o que estava por trás do engenheiro que tentou explodir Midland Circle e que acabou assassinado por Elektra. 


Pra variar, Luke Cage (Mike Colter) e Punho de Ferro não têm sal algum, e é difícil torcer para qualquer um deles ou encontrar motivação para isso. Mais uma vez a presença feminina acaba criando as melhores situações na série, e tanto Colleen Wing (Jessica Henwick) quanto Misty Knight (Simone Missick) têm ótimas participações, apesar de aparecerem com mais importância só mesmo nos últimos episódios. Por falar em importância feminina... Deem logo uma série própria para a Claire Temple (Rosario Dawson)! É essa mulher que faz essas bostas de séries ainda terem alguma relevância! Além de divertida e engraçada, ela ainda sabe dar porrada em ninja melhor que o Punho de Ferro!


Pensar na trama de Os Defensores como algo ruim não é bem o cerne da questão, já que a história até que é arrumadinha, o problema é seu desenvolvimento. Pouca coisa funciona na série. As cenas de ação não são boas e as reviravoltas duram pouco tempo para que tenham algum impacto. Nenhum dos diretores de cena conseguem acertar no ritmo para que consigamos nos importar com o que acontece, e tudo é muito jogado de qualquer jeito na tela. E nem estamos falando aqui de efeitos especiais, já que a série independe de grandes efeitos, uma vez que nada muito grandioso acontece.


Temos o Demolidor, grande conhecedor de algumas artes marciais, treinado por Stick (Scott Glenn) nos paranauês ninjas, temos o Punho de Ferro, O IMORTAL Punho de Ferro, a Arma Viva, que treinou a vida toda para ser nada menos que o MELHOR lutador do mundo, temos o Tentáculo e sua horda de ninjas assassinos fodões, temos a Elektra, também treinada desde criança para ser uma lutadora letal... E NÃO TEMOS SEQUER UMA BOA CENA DE PANCADARIA NESSA PORRA EM OITO EPISÓDIOS!


Eu fico puto da cara de pensar que depois da primeira temporada de Demolidor os caras simplesmente desistiram de tentar nos convencer que alguma luta ali naquele universo é de verdade. Quando não são lutas fakes com atores lentos e destreinados fingindo que sabem artes marciais, são lutas longas e grosseiras que acabam não tendo nenhum impacto no espectador, além de sono e fadiga. 

E o que foi aquele hip hop inserido de forma aleatória na luta dos Defensores contra o Tentáculo abaixo de Midlannd Circle no último episódio? Podia tocar o tema dos Trapalhões que combinava mais!

Está na hora da Marvel e da Netflix arranjarem alguns coreógrafos e dublês melhores para que a gente acredite que esses merdas sabem bater de verdade em alguém, pelo menos melhor que um cara qualquer que arranja briga no bar! Por Zeus!


Os Defensores prometia ser a GRANDE reunião dos heróis Netflix após a estreia solo de cada um deles, mas acabou sendo um grande fiasco já que eles funcionam melhor sozinhos do que em grupo. Bem... alguns deles funcionam!

NOTA: 6

O JUSTICEIRO

“Caralhooo! O melhor Justiceiro!”

“Puta que pariu o Justiceiro é muito foda!”

“Eu quero dar para o Justiceiro!”

“Queremos uma série própria do Justiceiro!”


Foram algumas coisas que quase todo mundo que viu a segunda temporada de o Demolidor (com a estreia do Justiceiro na TV) falou e pediu. Bem, a Netflix atendeu nossos pedidos... Só que não como a gente queria!

Criado por Steve Lightfoot e estrelada por Jon Bernthal (que sim, é o melhor Justiceiro em live-action, não que isso fosse muito difícil dada a concorrência!) a série do Justiceiro prometia chegar chutando bundas, em vez disso nos empurrou uma história ARRASTAAAAAAADA em 13 episódios (chega de tantos episódios!) que serviu para contar que o assassinato da família de Frank Castle não era bem o que ele e nós pensávamos que fosse. Achou que ia ter uma série do Justiceiro caçando vagabundo e desfazendo quadrilhas de mafiosos? Achou errado, otário!


Castle na verdade teve a família inteira assassinada devido suas ligações com seus comandantes do tempo de fuzileiro no Afeganistão, e pelos crimes cometidos lá em tempo de guerra. Enquanto uma cena se repete por quase todos os primeiros episódios mostrando Castle e outros fuzileiros (incluindo o “amigo” Billy Russo) torturando um prisioneiro de guerra, vemos Frank longe da ação, procurando levar uma vida tranquila de peão de obra agora que ele acredita que vingou todos os responsáveis pelas mortes de sua esposa e dos dois filhos. Dado como morto e com uma nova identidade, ele é obrigado a revisitar seu passado quando encontra evidências de que as coisas não aconteceram bem como ele pensava, e a cada episódio, com a ajuda do hacker Microchip (Ebon Moss-Bachrach), ele descobre que o buraco é MUITO mais embaixo.  


Investigações feitas pela detetive da CIA Dinah Madani (Amber Rose Revah) mostram que vários militares estão envolvidos com corrupção e a entrada ilegal de armas nos EUA, e de alguma forma tudo está conectado com a missão do Afeganistão, Frank Castle, os comandantes e Billy Russo (Ben Barnes).


Enquanto Castle e Microchip afundam nesse passado misterioso até o pescoço, a gente dorme gostosinho no sofá com ESSA SÉRIE CHATA PARA CARALHO em que nada acontece por quase dez episódios. A história de vingança do Justiceiro apenas muda de foco quando ele percebe que matou apenas os peões da sua tragédia familiar, e que os mandantes estão bem e vivos, curtindo por aí. Parece até Tropa de Elite essa merda!

Mas Rodman! Tem muita violência e tiroteio! É massa!

Não, não é!


Essa história envolvendo a CIA, NSA, Exército e toda essa trama rocambolesca torna O Justiceiro chata e cansativa, além do que o drama familiar do Microchip é totalmente desnecessário e tira o foco do personagem principal. É como se eu comprasse uma revista do Batman, com o Batman na capa e dentro tivesse uma história contando a vida da família do Alfred! Porra!


Pra não dizer que O Justiceiro é um desperdício total de tempo, é possível apreciar a ótima atuação de Jon Bernthal, que sabe nos convencer que ele é um cara torturado pela dor e culpa. Suas expressões de desequilíbrio e seus urros de dor lembram os bons e velhos tempos de Mel Gibson dando vida a seu Martin Riggs em Máquina Mortífera, e dá gosto de ver ele partindo pra cima de vagabundo e acabando com o infeliz do jeitinho que só Frank Castle sabe fazer.


Se houver uma segunda temporada, esperamos que o Justiceiro retratado seja o mais urbano, aquele que caça OUTROS bandidos espalhados por aí, e que os criadores não inventem que “na verdade foi o Presidente da República que mandou matar sua família” ou algo idiota assim.

NOTA: 6

JESSICA JONES SEGUNDA TEMPORADA

Em questão de representatividade feminina a segunda temporada de Jessica Jones começou bem, já que estreou no Dia Internacional da Mulher, comandada pela showrunner Melissa Rosenberg, teve muitos dos 13 episódios dirigidos por mulheres e também escrito por elas. Esses fatores, claro, serviram para que a personagem fosse melhor compreendida e retratada nessa sequência direta de Os Defensores, lugar onde Jessica apareceu pela última vez.


Com episódios mais atraentes e menos cansativos, Jessica Jones nos empurra para o passado, atrás de respostas para os poderes de Jessica, o seu grande trauma pela morte de seus pais e seu irmão, e claro, o que a tornou aquela mulher tão mal humorada e desacreditada da vida que afasta todos que tentam se aproximar.


Jessica achava que não precisava saber o que realmente aconteceu no dia do acidente que matou sua família e a deixou em coma, mas sua amiga Patsy "Trish" Walker (Rachael Taylor), cuja carreira de radialista está afundando, não quer deixar essa história sob as sombras. Trish faz com que Jessica comece a investigar a empresa IGH e seus responsáveis, e a detetive acaba descobrindo que, além dela, outros experimentos humanos acabaram se originando de lá, incluindo o ex-namorado de Trish Will Simpson, um sujeito com supervelocidade denominado “Ciclone” e alguém MAIS PRÓXIMO dela do que Jessica imagina.   


Enquanto mergulha fundo nos segredos da IGH com a ajuda de seu assistente Malcolm (Eka Darville), Jessica descobre a existência de um cientista chamado Karl Malus (Callum Keith) que está profundamente ligado ao dia em que o acidente de carro matou toda sua família. 


Nos quadrinhos, Malus estava sempre ligado a desenvolvimento de poderes, e numa aventura do Capitão América muito antiga ele estava por trás da agência que dava superpoderes a lutadores de luta-livre. 


Malus deu super-força ao Agente Americano, Demolição e Sharon Ventura (que foi uma das Miss Marvel e a Mulher-Coisa) entre outros.


Todo o clima de investigação, as buscas de Jessica por seu passado e as ações detetivescas permeiam grande parte dos episódios, deixando o espectador curioso pelo que vem no próximo capítulo. O mistério sobre a mulher super-forte que age a mando de Malus faz com que nós nem sintamos falta de um vilão de verdade como o Killgrave da primeira temporada, mas o foco se perde próximo do final da série, o que acaba fazendo com que o desfecho dela seja o PIOR momento da temporada toda.  


De qualquer forma, Jessica Jones é bem melhor que as últimas séries que a parceria entre Marvel e Netflix vêm lançando, e essa temporada dá pra assistir sem medo, pelo menos pelo clima noir de investigações. A personagem de Krysten Ritter também é bem interessante, e saber sobre seu passado reforça o carinho que sentimos por ela, mesmo com seu jeitão bruto. 


Há uma mulher solitária por trás da beberrona que passa os dias afogando as mágoas na bebida barata, e também não é assim com todos nós na vida real? Nem todo mundo tem a sorte de encontrar o grande amor da sua vida. Para o restante de nós cabe a solidão... Ou garrafas e garrafas de bebida para amenizar a dor.


Nota: 7

PS.: Patsy Walker passou por um procedimento de aquisição de poderes com o cientista Karl Malus, com inveja das habilidades da amiga Jones. Pra quem não sabe, nos quadrinhos, essa personagem se torna a Felina (ou Gata do Inferno) após usar um "uniforme" especial. Será que rola ver a Patsy com aquele colante amarelo na próxima temporada? 


PS. 2: Foi ou não foi de lavar a alma a cena em que Frank Castle "transforma" Billy Russo no Retalho??


PS. 3: Os dois são uns bostas na série, mas foi bacana a briga entre Luke Cage e Punho de Ferro logo que eles se conhecem. 



NAMASTE!  

28 de março de 2018

Do Fundo do Baú - A VERDADEIRA Capitã Marvel



Monica Rambeau, a primeira Capitã Marvel, foi criada em 1982 pelo escritor Roger Stern e pelo desenhista John Romita Jr. para uma história do Homem Aranha (Amazing Spider-Man Annual #16), chegou a servir de coadjuvante em algumas histórias do Homem de Ferro também, mas só começou a ser REALMENTE relevante quando ela se juntou aos Vingadores, onde ela entrou como membro em treinamento (tipo aqueles trainees de escritório!). Embora ela tenha sido muito importante no passado da Marvel, hoje em dia são poucos os leitores de quadrinhos que ainda se lembram dela, ou sequer a reconheçam depois de tantas mudanças de identidade, mas esse post é dedicado a celebrar aquela que já foi a vingadora mais poderosa de todas!


Como todo herói Marvel, Monica ganhou seus poderes em um acidente. Capitã de navio e tenente da patrulha portuária de Nova Orleans, ela foi irradiada com uma energia extra-dimensional que tornou seu corpo capaz de converter qualquer tipo de energia. O gerador que a bombardeou havia sido criado por um amigo seu, o cientista Andre LeClaire, que acabou deixando seu projeto cair em mãos erradas. Na tentativa de ajudar o amigo a recuperar seu gerador e impedir que tal criação fosse usada para o mal, Monica acabou saindo no braço com outro cientista, Felipe Picaro, o que ocasionou seu acidente. Após o ocorrido, LeClaire sugeriu que Monica usasse suas novas habilidades para combater o crime, e então ela começou as suas aventuras como uma heroína.


Hoje quando paramos para pensar em heroína Marvel, logo vem em sua cabeça Carol Danvers, a ATUAL Capitã Marvel ou talvez a Feiticeira Escarlate, mas há muito tempo, era de Monica Rambeau o título da mulher mais poderosa da Marvel. Capaz de converter seu corpo em energia, ela pode não somente disparar rajadas como também tornar-se intangível, invisível e ainda voar na velocidade da luz. Só aqui ela já poderia rivalizar com o Visão, a Mulher Invisível do Quarteto Fantástico e deixar o Mercúrio (que só atinge a velocidade do som) comendo poeira numa corridinha pelo Central Park. 


Todas essas habilidades se dão porque Monica pode se transformar em QUALQUER energia dentro do espectro magnético, o que inclui Raios-X, raios gama, raios ultravioleta, luz visível, eletricidade, radiação infravermelha, micro-ondas e ondas de rádio. Além de poder voar em qualquer um desses comprimentos de ondas, Monica assume as características básicas deles (ela pode fritar um dispositivo eletrônico convertida em eletricidade, por exemplo), o que a torna uma adversária EXTREMAMENTE eficiente, visto que ela pode mudar de um comprimento para outro com um simples pensamento.


Caracas, Rodman! Ninguém podia com essa mulher então!

Nas mãos dos roteiristas certos, caro padawan, era exatamente isso que acontecia!

Algo que definiu bastante a Capitã Marvel nos anos 80 foi sua capacidade de se adaptar as mais diversas situações em combate, o que a tornava um trunfo na manga do Capitão América, já que ela além de já poder converter o corpo em todas essas energias diferentes, ela também podia conhecer uma nova, analisá-la e também se transformar nela. Nas Guerras Secretas (a primeira saga, lá dos anos 80 feita pra vender bonequinhos), embora suas capacidades não tenham sido tão bem exploradas, a Capitã serviu mais como espiã para a equipe dos heróis, usando sua invisibilidade e seu poder de luz para viajar rapidamente entre as distâncias do planeta-arena de Beyonder, espionando o grupo do Doutor Destino.

Capitã Marvel nas Guerras Secretas, arte de Mike Zeck

No final dos anos 80, quando então Marvel e DC planejavam o primeiro confronto entre Vingadores e Liga da Justiça (Aquele que nunca saiu do papel), a Capitã era uma membra ativa na equipe dos Heróis Mais Poderosos da Terra, e embora os editores da DC quisessem um confronto direto entre Flash e Mercúrio, Jim Shooter (o editor-chefe da Marvel na época) acabou servindo como a voz da razão, alegando que o seu Mercúrio nunca seria páreo para o Corredor Escarlate da DC, e que um confronto digno para saber quem é o mais veloz seria com a Capitã Marvel, por razões óbvias. Assim, nessa história que jamais foi concluída, praticamente todos os heróis teriam seus análogos: Aquaman x Namor, Eléktron x Homem Formiga, Mulher Maravilha x Hércules, Flash x Capitã Marvel e etc.


Já nos anos 90, Os Vingadores entraram em combate contra os X-Men para tentar levar Magneto à justiça por todos seus crimes. O Mestre do Magnetismo havia afundado um submarino russo além de ter ameaçado a humanidade uma caralhada de vezes antes de assumir a liderança dos X-Men, e a fim de evitar um acidente diplomático gigante, era necessário que o mutante fosse preso e julgado. Na época, os Vingadores eram formados por Capitão América, Thor, Mulher Hulk, Cavaleiro Negro e Doutor Druida e a Capitã Marvel era vista pelos X-Men como a MAIOR AMEAÇA. Numa das cenas de perseguição entre as duas equipes, uma fala da Vampira deixa bem claro o medo que ela sente em enfrentar a Capitã:


“É sério! A gente precisa sumir antes que a Capitã Marvel apareça!”


Antes disso, a Capitã tinha aparecido voando (de COSTAS, para esculachar mais!) ao lado da mutante avisando que ela não poderia ir longe demais (quer disputar com alguém que voa na velocidade da luz??) e fritado os circuitos da armadura do Homem de Titânio enquanto o Thor tomava uma surra do gigante russo. Vale lembrar, que o Deus do Trovão sofria de uma enfermidade na época que tornavam seus ossos frágeis, e ele precisava de uma armadura.


Pouco depois, nessa mesma aventura, a Capitã age como espiã, ficando invisível e entrando no Pássaro Negro, o jato dos X-Men, para saber o paradeiro de Magneto, e logo em seguida ela DERROTA facilmente o Mestre do Magnetismo atravessando seu campo de força magnético, enquanto Thor e Mulher Hulk tentavam atravessá-lo inutilmente na porrada.


Derrotando Magneto, arte de Marc Silvestri

Derrotar o Magneto não é pra qualquer um, mas Monica tem isso em seu currículo.


Com essa mesma formação de Vingadores (mais Hércules e Namor), mais tarde Monica tornou-se a líder da equipe após o afastamento da Vespa, e foi nessa mesma época que Os Heróis Mais Poderosos da Terra sofreram aquela que é considerada até hoje uma de suas maiores derrotas: A invasão da mansão orquestrada pelo Barão Zemo e seus Mestres do Terror. Para que o plano de Zemo desse certo e ele pudesse infligir um ataque em massa que pegasse os Vingadores de calças curtas na mansão, era necessário que ele primeiro eliminasse a Capitã Marvel, o que ele fez usando os poderes do Blecaute, inimigo clássico da heroína que era capaz de manipular um tipo de energia escura

Arte de John Buscema

Manipulado até as tampas por Zemo, o Blecaute prendeu a Capitã dentro da dimensão escura que ele controlava, e assim ela permaneceu quase até o fim da saga. Enquanto ela procurava uma saída daquele universo escuro (o que se deu posteriormente graças aos poderes do Mortalha), Zemo, a Gangue da Demolição, Titãnia, Homem Absorvente, Tubarão Tigre, mais Rocha Lunar e o Mr. Hyde invadiram a mansão e acabaram com os Vingadores remanescentes, esculachando não só o Capitão América e o Cavaleiro Negro como também o Jarvis, o mordomo.


Vale lembrar que nada disso teria acontecido se a Capitã Marvel não tivesse sido aprisionada logo no início.


Alguns anos depois, a Capitã Marvel acabou perdendo o seu brilho (sem trocadilhos), e cada novo escritor que assumia o título dos Vingadores fazia com que ela se tornasse cada vez menos poderosa e cada vez menos interessante. Depois do seu auge, ela perdeu os poderes e ficou na reserva por um longo tempo, e quando os recuperou, decidiu mudar de nome, não se achando digna do legado que ele carregava (o nome era em homenagem ao falecido Capitão Mar-Vell), além de dar a vez para o recém-surgido Genis-Vell, filho do primeiro Capitão Marvel e que passou a usar a alcunha. 


Chamando a si mesmo de “Fóton”, Monica participou (embora sem o mesmo brilho) do segundo encontro entre os Vingadores e a Liga da Justiça, escrita por Kurt Busiek e desenhada por George Perez, e um dos destaques nessa saga é sua luta contra o Lanterna Verde Kyle Rayner


Após ser atingida pela energia do anel e ser vencida por ele, Monica aprende a usar aquela energia, e já em seu segundo encontro com o rapaz, ela absorve seu poder e passa a não ser mais atingido por ele. Na aventura, Monica ajuda seu time a recuperar os artefatos místicos que vão impedir que Krona destrua seu universo, e ela é um excelente reforço para os Vingadores, que apesar disso, acaba PERDENDO a disputa graças a um estratagema do Capitão América e do Batman.

Derrotando o Capitão Átomo e o Nuclear, arte de George Perez

Na década seguinte, longe das sagas mais importantes da Marvel (aparecendo de relance na Guerra Civil) Monica Rambeau continuou vivendo suas aventuras enquanto a Miss Marvel assumia a posição da MAIOR heroína da editora. Ela ainda mudaria de nome mais duas vezes (Primeiro “Pulsar” quando Genis-Vell se tornou o Fóton e depois para Espectro, como é conhecida hoje em dia), e com seu nome mudou também a aparência e o uniforme. 


Não se sabe qual a verdadeira razão dos editores da Marvel terem “rebaixado” a personagem tantas vezes nas últimas décadas depois dela ser considerada a PRINCIPAL heroína Marvel nas décadas de 80 e 90, mas é fato que se seu status quo não tivesse sido alterado, ela seria uma personagem incrível de se ver nos cinemas e não só por seus dons. Além dela ter poderes que a destacariam de qualquer outro personagem, ela seria uma forte representante negra (assim como o Pantera Negra hoje é visto) e uma personagem feminina fortíssima, sendo ela capitã, tenente e tendo uma capacidade de liderança comprovada ao longo do seu histórico nas HQs. A atual Capitã Marvel (Carol Danvers) ganha um filme em 2019, mas adoraríamos ver uma adaptação DECENTE para a TV ou para o cinema da PRIMEIRA E ÚNICA Capitã Marvel.

NAMASTE!

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