1 de abril de 2018

Vocês lembram dos seus brinquedos de infância?



Estamos no século vinte e um e isso significa que estamos rodeados de tecnologia. Não como sonhávamos talvez, nada de carros voadores, teletransportadores ou raios lasers portáteis, mas já temos realidade virtual, internet na palma da mão (no smartphone, claro) e todo tipo de videogame para nos entreter e nos manter longe da vida real por longas horas. Mas... Vocês se lembram dos seus brinquedos de infância?

Metade dos meus brinquedos eu herdei do meu irmão mais velho. Como era naquela época, ele teve que abandoná-los cedo devido os estudos e o trabalho, e eu... Bem... Eu brinquei com seus bonecos por ele.

Eu sempre fui uma criança tímida e introvertida, o que dificultava MUITO a interação com outros seres humanos. De qualquer espécie. Eu morei até os seis anos no centro de São Paulo, e depois disso minha família se mudou para um município mais afastado dessa área, quase no meio do nada, quase longe de tudo. Não haviam vizinhos da minha idade, meus colegas de escola moravam longe e mesmo que morassem perto eu não os visitaria. Timidez, introspecção, etc. Diferente do que ela havia sido com meus dois irmãos mais velhos (aquele que mencionei antes e uma irmã), minha mãe decidira se tornar muito rígida quanto a liberdade dos dois filhos mais novos (eu e minha outra irmã mais nova), o que fez com que eu me sentisse “confortável” com minha introspecção. Anos 90, gente! Não haviam videogames (pelo menos não para mim), celulares ou todas essas coisas que nos tornam os “autistas sociais” que nós somos atualmente. Eu não podia escrever em “blogs”, “redes sociais” ou usar aplicativos, então eu tinha os meus brinquedos herdados. Vocês se lembram dos seus brinquedos de infância?


Apesar de todos esses problemas de comunicação, eu possuía uma mente muito criativa, e como eu passava muito tempo comigo mesmo, ouvindo meus pensamentos e criando minhas histórias, eu usava meus bonecos para exteriorizar aquela criatividade, o que fazia deles meus únicos amigos reais. Eu tinha um punhado deles. A maioria era sem articulação alguma, daqueles soldados que se mantinham em pé com o auxílio de “pranchas” coladas em seus pés, motoqueiros que mesmo quando desciam de suas motos NUNCA desdobravam suas pernas ou cavaleiros que quando desciam de seus cavalos também não saíam de suas posições. Aqueles que possuíam articulação nas pernas e nos braços, claro, eram os astros das brincadeiras, sempre os “atores” principais, os heróis, os mocinhos, aqueles que salvavam o dia.


Eu me lembro que naquela época o tempo demorava para passar, e num mesmo dia dava para criar várias histórias diferentes e encená-las uma após a outra em cima da cama de casal de minha mãe. A maioria das brincadeiras rolavam ali. Às vezes, quando a aventura era aquática, dava para arriscar brincar no tanque da casa ou na pia da cozinha, mas claro que rolavam os gritos lá de dentro:

“Para de gastar água!”

“Vai ficar gripado mexendo com água desse jeito!”.

O quintal possuía um espaço amplo, vegetação e muitas pedras, mas as brincadeiras ali eram quase proibidas. Eram as minhas regras. Não se leva seus amigos para um local onde eles podem se perder e talvez nunca retornar. Nunca se abandona um amigo.

Com o passar do tempo, além do roteirista de minhas histórias em cima da cama da minha mãe, eu também me tornei o diretor das cenas, o sonoplasta e também o “voice-actor”, já que eu dava voz para todos os personagens. O dia não podia terminar enquanto a aventura não estivesse concluída, e antes que chegasse a hora de tomar banho, o herói precisava ter vencido o vilão, e todos precisavam sair comemorando. As “gravações” no “set de filmagem” eram sempre com um prazo apertado!

Meus atores já eram veteranos. É sério! Por serem herdados, alguns possuíam em suas costas, dez e até quinze anos de uso. Alguns estavam quebrados, outros levavam marcas de mordida de cachorro pelo corpo, outros estavam apodrecendo sozinhos e alguns haviam sofrido acidentes terríveis. Ninguém ali era novato, mas eu sabia que eles ainda aguentavam o tranco, já que sua missão ainda não estava completa. Eu ainda precisava MUITO deles. Eu tinha roteiros e mais roteiros em minha cabeça e eles precisavam me ajudar a concretizá-los, e assim aconteceu por alguns anos.

Hoje nós temos action figures de todos os tipos e modelos, mas a grande maioria delas emula personagens famosos da cultura pop. Alguns são ajustados para caber na palma da mão, outros são gigantescos, outros não possuem articulações (mas esses são artigos de luxo agora!) e só servem para enfeitar, mas a variação é bem grande. 


Os meus amigos não tinham nome e nem identidade de fábrica. A maioria deles. Eu tinha o “policial”, o “soldado”, o “motoqueiro” e eles eram nobres desconhecidos, o que acabava sendo bom, já que eles se tornavam “atores” flexíveis, podendo interpretar qualquer papel. Além do que eu podia batizá-los com os nomes mais ABSURDOS que vinham em minha cabeça!

Quase todos os bonecos tinham nomes próprios dados por mim, exceto aqueles que representavam algum personagem famoso como o Homem de Ferro (da coleção da Gulliver, sem articulações e com uma cor só, no caso prata), o Superman (numa posição de voo, SEM capa e também numa cor só, o azul) e o Zorro... Eu tinha uns seis “Zorros”, todos coloridos, sempre na posição de montar no cavalo e com capa removível. Cada Zorro tinha um nome diferente, “Bruce”, “Rafael”, “Douglas”...

Eles eram do meu irmão também, e a dupla de Playmobils vieram no pacote de herança. Um amarelo e um azul (depois alguém me deu outro azul na escola!). Eles tinham alguns apetrechos que serviam em suas mãos de gancho, e isso ajudava bastante nas brincadeiras. Eles seguravam garrafas (as vezes as brincadeiras acabavam em bebedeira!), facas, raquetes de tênis e outros itens inclusos, mas o que eu mais acabava usando era a metralhadora. O “Roger”, o Playmobil amarelo, adorava dar uns tiros, e em geral ele acabava sempre sendo o cara durão dos enredos.


Um dos bonecos que eu mais gostava era o Alex. Eu não faço ideia o que ele era originalmente, nem o que ele foi destinado a ser ou de que coleção ele pertencia, mas ele era um dos únicos articulados que eu tinha (dobrando joelhos e cotovelos), além do que ele possuía um rosto bem esculpido, o que fazia dele o “galã bonitão” das aventuras, o herói. Quando eu encenava alguma história de personagens existentes, via de regra o Alex se tornava o Peter Parker, o Clark Kent ou o Steve Rogers, quando o herói não estava em missão, em sua identidade civil. Quando a pancadaria tinha que rolar e os demais bonecos precisavam de algum perito em artes marciais, adivinha quem era o cara?


“Robson Robô”, “Rafael” (agora que me liguei que eu tinha dois bonecos com o MESMO nome), “Mágico”, “Porcão” e “Palhacinho” eram alguns dos nomes dos demais bonecos. Esses em geral eram escalados para serem os vilões, não sei explicar porque, mas quase nunca eles se davam bem nas aventuras. O Rafael parecia ser um fisiculturista que usava uma tanguinha vermelha ridícula e que era o desafeto principal do Alex. Robson Robô (de onde eu tirava esses nomes?!) era escalado para viver qualquer robô do mal (as vezes ele era o meu Doutor Destino também!) e o Porcão... Era claramente uma Tartaruga Ninja com roupa de férias, e com jeitão simpático, mas que servia de brutamontes dos inimigos, já que ele tinha uma proporção um pouco maior que seus colegas de elenco.

Eu citei que eu emulava alguns personagens existentes, cansei de brincar de Jaspion (eu tinha o meu próprio metal-hero, o Super Rod), de Changeman e super-heróis dos quadrinhos também. Tudo que eu assistia na TV acabava servindo de inspiração para as brincadeiras, e não era raro eu simular o Batman de ’89 usando o um dos Zorros como o Homem Morcego (e eu nem sabia que o Zorro havia servido de inspiração para a criação do Batman, ora só vejam vocês!), de Superman contra o Homem Nuclear de “Em Busca da Paz” com meu Superman azul “congelado” ou de Vingadores. Eu tinha vários gibis empilhados em caixas, e muitas histórias serviam como base para as minhas aventuras. Os meus Vingadores se chamavam Defensores, e os meus Heróis Mais Poderoso da Terra reuniam o que dava para criar na hora, um Capitão América improvisado com um dos motoqueiros que eram bem versáteis (com braços e pernas flexíveis) segurando uma tampa de um ioiô como escudo, um Homem-Elétrico interpretado pelo Alex, um Namor representado pelo Rafael fisiculturista, uma Feiticeira Escarlate interpretada por um Zorro vermelho de capa de mesma cor (sério! A gente tinha que improvisar!) e o Homem de Ferro prateado que não tinha nenhum dos pés e uma das mãos, comida por um cachorro nosso. Vergonha? Nenhuma! As histórias rolavam tranquilamente com direito a muita ação, drama e reviravoltas de roteiro impressionantes.


Como eu disse anteriormente, meu irmão mais velho havia sido o dono de grande parte daqueles brinquedos, mas um que ele mantinha guardado como uma relíquia era sua Supermáquina e seu piloto Michael Knight, da série homônima da TV. Me lembro até hoje do dia em que ele ganhou aquela Supermáquina de presente, foi o mesmo dia em que eu ganhei meu Bat-Robô, uma pick-up verde que movida à fricção se tornava um robô de braços levantados quando ele batia em uma parede. 


Era um carrinho legal, serviu como meu Daileon por muitos anos, mas claro que para mim, como criança, não chegava aos pés daquela Supermáquina. As brincadeiras eram sempre especiais quando dava para incorporar o Michael Knight, que na época, era o boneco mais legal de todos. Apesar de ser numa escala um pouco maior que os demais, ele era todo articulado e ainda tinha seu próprio carro! Se eu tivesse bonecas ali no grupo, o Michael com certeza faria sucesso entre elas!


Alguns anos depois a minha madrinha me presenteou com um boneco que podia rivalizar com o Michael Knight de meu irmão, e eu passei a ter um brinquedo maneiro em mãos também, o B.A. do Esquadrão Classe A. Curiosamente os dois bonecos vinham da mesma coleção da Glasslite, que naquele ano tinha produzido brinquedos da Supermáquina, Esquadrão Classe A e Duro na Queda, séries de sucesso que passavam na Globo nos anos 80. O B.A era meu boneco mais fodão, e quando ele entrava na parada, não sobrava para ninguém.


As brincadeiras que eu mais gostava e que mais rendiam histórias eram as de ação. Eu podia passar horas seguidas fazendo sons de socos, chutes, disparos de energia, chocar de espadas e perseguições de carros e motos, mas por um longo período, já no avançar da adolescência, eu comecei a me dedicar aos esportes.

Eu já gostava de jogar botão na mesa de casa, inventar campeonatos malucos onde a Seleção Brasileira enfrentava o Milan (!!) por exemplo, mas apesar de imaginar que os jogadores estavam ali trocando passes, eu sentia que faltava algo. 


Quando eu percebi que daria para emular campeonatos de futebol muito mais emocionantes com meus bonecos, eu posicionei as duas traves uma em cada lado da cama de minha mãe, separei meus bonecos por cores para montar os times e coloquei a bola para rolar (eu cheguei a ter DOIS minicraques da Coca Cola!). Diferente do botão, era possível simular dribles, defesas incríveis, troca de passes dinâmicos e eleger meus artilheiros. O negócio era tão sério que eu marcava o tempo certo no relógio e anotava num caderno os resultados. Tinha até controle de artilharia e somatória de pontos no campeonato. A narração? Claro, eu fazia, assim como o apito do juiz, o som da torcida imaginária e o barulho do chute na bola. Me lembro que esses campeonatos de futebol marcaram por serem minhas últimas brincadeiras, quando então, apesar de gostar muito daqueles carinhas de plástico, já não era mais tão emocionante brincar com eles. Eu já revezava meu tempo entre desenhar minhas próprias histórias em quadrinhos e escrever meus contos de ficção, e com o passar do tempo eles começaram a ficar esquecidos dentro do armário. Era triste tirar todos eles do lugar, preparar armamentos, veículos, montar cenário com caixas de sapato, ter em mente a história e logo no começo já perder a vontade... Sentir vergonha por estar ali fazendo sons bobos com a boca e gritando e encenando diálogos estúpidos. Quando isso começou a acontecer com maior frequência foi a hora que saquei que já não tinha mais idade para aquilo. Era hora de abandonar meus amigos. Os únicos amigos que eu tive por um longo tempo. O que eu tinha esquecido é que não se abandona um amigo.

A infância que tive serviu para construir o adulto que sou hoje, infelizmente alguém cheio de inseguranças, neuras e que me impede de me relacionar corretamente com as pessoas. Talvez eu tenha brincado até demais com meus amigos de plástico, e que eu tenha essas lembranças boas daquela época porque eles me ajudaram com minha solidão. Eu não me sentia sozinho. Eles estavam sempre ali para quando eu precisava. Eles nunca se negaram a participar das aventuras por mais estranhas ou perigosas que pudessem parecer na hora, e eles serviram seu papel. Mesmo quebrados, despedaçados, sem braço, faltando pedaços, eles foram os melhores amigos que uma criança solitária podia ter, e por isso doeu muito quando eles partiram.


Eu já era adulto quando numa tarde qualquer eu tive a ideia de rever meus amigos. Depois de tantos anos, eu sabia que eles estavam guardados dentro de uma sacola numa caixa de papelão na casa adjacente a da minha mãe. As duas casas eram no mesmo quintal, e nessa outra ficavam guardadas as quinquilharias, grande parte das coisas da infância, minha e de meus irmãos. Nessa casa estavam caixas com os livros de escola, cadernos, bolas murchas, jogos de tabuleiro (aqueles que viam com as embalagens de chocolate) e até as bicicletas. Guardados em uma caixa, eu sabia que podia encontrar meus brinquedos. Eles estiveram ali por anos. Por que não estariam agora? Me lembro que procurei por toda parte e não encontrei a sacola onde eles deveriam estar. Tirei tudo do lugar e não os encontrei. Não havia outro lugar onde eles poderiam estar, até que veio a triste constatação:

“Que brinquedos? Só tinha uma sacola cheia de lixo. Pedaços velhos!”

Minha mãe havia jogado fora a sacola com os brinquedos, achando que se tratava de resto de alguma coisa, e não havia percebido que lá dentro, junto aos pedaços de brinquedos quebrados, estavam também os meus amigos de infância. Eu senti raiva na hora, fiquei revoltado e depois me bateu uma tristeza profunda. Eu sabia que deveria tê-los tirado de lá em algum momento, cuidado para que eles não fossem confundidos com lixo antes do que aconteceu, mas os anos fizeram com que eu me esquecesse deles. Eu já trabalhava, pagava minhas próprias contas e não tinha mais tempo para brinquedos antigos. Por algum tempo eu esqueci dos meus bonecos e os abandonei. Quebrei a promessa.

Um ou dois anos antes dessa história, eu “reuni” todos eles e tirei essas fotos que ilustram esse post. A qualidade não é grandes coisas porque eu só tinha uma daquelas câmeras digitais para fazer isso, e alguns dos personagens citados aqui nem sequer aparecem na foto. Tenho saudades às vezes daquele tempo e me lembro com carinho de cada um deles. Não é difícil também eu sonhar às vezes que encontrei meus bonecos e que eles estiveram guardados em algum canto esse tempo todo. De tudo que citei aí, ainda tenho a Supermáquina do meu irmão e alguns dos demais carrinhos que serviam para as perseguições, mas todo o resto se foi. B.A, Michael Knight, Alex, Roger, Robson Robô... Tudo que tenho deles hoje são essas fotos e as lembranças daquele tempo inocente e triste.

Acho que o trauma foi tão grande em perdê-los, que depois de alguns anos eu acabei comprando algumas Action-Figures meio que pra suprir aquele vazio, incluindo um Clubber Lang, personagem do filme Rock III interpretado pelo ator Mister T, o mesmo que fazia o B.A. em Esquadrão Classe A. Eu cheguei a pesquisar no Mercado Livre por ele e pelo Michael Knight da Glasslite, mas por mais que eu comprasse outros, eles não seriam os mesmos que eu brinquei, além do que não teriam seus companheiros de aventura com eles.


Embora todos nós tenhamos que crescer um dia, para alguns de nós essa passagem para a vida adulta acaba sendo mais traumática, e se a sua infância não foi bem vivida, você acaba se tornando um adulto amargo e cheio de problemas emocionais. Alguns anos depois eu conheci a trilogia Toy Story que conta a aventura de bonecos que ganham vida quando seus donos não estão prestando a atenção, e o terceiro filme me marcou de um jeito muito forte, pois fala justamente dessa hora da despedida, em que Andy, o dono dos bonecos, precisa se tornar um adulto e abandonar seus amigos. Choro copiosamente todas as vezes que assisto esse filme, e dificilmente isso vai mudar algum dia.

E vocês? Se lembram dos seus brinquedos de infância?

NAMASTE!

31 de março de 2018

COMBO BREAKER #007 - Os Defensores, O Justiceiro e Jessica Jones



E aí, como cês tão?

Não tenho aparecido muito aqui para escrever, eu sei. A vida vem exigindo bastante do velho Rodman, e ele já não vê mais tanta motivação para fazer algumas coisas. Mesmo assim, continuo acompanhando as séries da Marvel/Netflix, APESAR do meu último parecer sobre isso. Vocês leram?

Uau, Rodman! Quanta melancolia! Vá beber para curar isso!

Seria uma boa ideia, caro padawan, mas no lugar disso vou falar mal de Os Defensores primeiro.


Com menos episódios que suas antecessoras (graças a Odin!), Os Defensores só possui oito, e os diretores S.J. Clarkson, Phil Abraham, Farren Blackburn e Uta Briesewitz se revezam atrás das câmeras para movimentar a história que pega um pouquinho de Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro para nos contar como o Tentáculo está PROFUNDAMENTE instaurado em Nova York, assim como em outras partes do mundo (São Paulo, por exemplo). Assim como a reunião de qualquer super grupo de heróis, a dos Defensores se dá porque “Os Cinco Dedos” da “Mão” (o nome original do Tentáculo é “The Hand”) Alexandra (Sigourney Weaver), Bakuto (Ramon Rodriguez), Madame Gao (Wai Ching Ho), Sowande (Babs Olusanmokun) e Murakami (Yutaka Takeuchi) estão na cidade, e a união deles é algo GRANDE demais para que sozinhos eles possam enfrentar.


Usando a empresa Midland Circle como sede, Os Cinco Dedos articulam para continuar no poder usando pessoas e manipulações, assim como têm feito há séculos, só que dessa vez seu tempo ESTÁ ACABANDO


Segundo a série, os cinco são os primeiros desertores de K’un-Lun, que se juntaram para usar os conhecimentos da Cidade Mística para seus objetivos escusos. Em poder de uma substância que os impede de morrer, Os Cinco mantém-se por trás de grandes grupos e empresas para se beneficiar ao longo dos séculos, só que essa substância se esgota quando Alexandra traz o Céu Negro de volta à vida, acreditando numa profecia que diz que ela trará morte rápida aos inimigos do Tentáculo. O Céu Negro, como vimos na segunda temporada de Demolidor, é ninguém menos que Elektra Natchios (Élodie Yung), o primeiro amor de Matt Murdock (Charlie Cox) que foi morta por Nobu.


Desacreditada pelos demais membros dos Cinco, Alexandra trata Elektra como uma filha sua, e sofrendo com uma doença terminal, ela descobre uma passagem rápida de volta a K’un-Lun no subterrâneo da Midland Circle, o que pode salvar a vida e a imortalidade de todos eles. Nos últimos episódios descobrimos que a tal substância é derivada dos ossos de dragões mortos na entrada da Cidade Mística, e a chave para abrir o portal para K’un-Lun é o punho de Daniel Rand (Finn Jones) e seu poder. 

Só assim para acharem ALGUMA utilidade para esse cara!


O roteiro escrito por Drew Goddard e Brian Michael Bendis nem é dos piores, mas mesmo com poucos episódios, a história se ARRASTA e não aproveita o que poderia haver de melhor, a interação entre os heróis. Colocados lado a lado, dá pra perceber nitidamente que os quatro não têm química juntos, e os diálogos entre eles são muito mal escritos. De longe, Matt e Jessica (Krysten Ritter) são os mais carismáticos, e quando se afastam dos demais, acabam funcionando como dupla. Dois exemplos disso é quando um persegue o outro nas ruas de NY e depois quando agem juntos para tentar encontrar o que estava por trás do engenheiro que tentou explodir Midland Circle e que acabou assassinado por Elektra. 


Pra variar, Luke Cage (Mike Colter) e Punho de Ferro não têm sal algum, e é difícil torcer para qualquer um deles ou encontrar motivação para isso. Mais uma vez a presença feminina acaba criando as melhores situações na série, e tanto Colleen Wing (Jessica Henwick) quanto Misty Knight (Simone Missick) têm ótimas participações, apesar de aparecerem com mais importância só mesmo nos últimos episódios. Por falar em importância feminina... Deem logo uma série própria para a Claire Temple (Rosario Dawson)! É essa mulher que faz essas bostas de séries ainda terem alguma relevância! Além de divertida e engraçada, ela ainda sabe dar porrada em ninja melhor que o Punho de Ferro!


Pensar na trama de Os Defensores como algo ruim não é bem o cerne da questão, já que a história até que é arrumadinha, o problema é seu desenvolvimento. Pouca coisa funciona na série. As cenas de ação não são boas e as reviravoltas duram pouco tempo para que tenham algum impacto. Nenhum dos diretores de cena conseguem acertar no ritmo para que consigamos nos importar com o que acontece, e tudo é muito jogado de qualquer jeito na tela. E nem estamos falando aqui de efeitos especiais, já que a série independe de grandes efeitos, uma vez que nada muito grandioso acontece.


Temos o Demolidor, grande conhecedor de algumas artes marciais, treinado por Stick (Scott Glenn) nos paranauês ninjas, temos o Punho de Ferro, O IMORTAL Punho de Ferro, a Arma Viva, que treinou a vida toda para ser nada menos que o MELHOR lutador do mundo, temos o Tentáculo e sua horda de ninjas assassinos fodões, temos a Elektra, também treinada desde criança para ser uma lutadora letal... E NÃO TEMOS SEQUER UMA BOA CENA DE PANCADARIA NESSA PORRA EM OITO EPISÓDIOS!


Eu fico puto da cara de pensar que depois da primeira temporada de Demolidor os caras simplesmente desistiram de tentar nos convencer que alguma luta ali naquele universo é de verdade. Quando não são lutas fakes com atores lentos e destreinados fingindo que sabem artes marciais, são lutas longas e grosseiras que acabam não tendo nenhum impacto no espectador, além de sono e fadiga. 

E o que foi aquele hip hop inserido de forma aleatória na luta dos Defensores contra o Tentáculo abaixo de Midlannd Circle no último episódio? Podia tocar o tema dos Trapalhões que combinava mais!

Está na hora da Marvel e da Netflix arranjarem alguns coreógrafos e dublês melhores para que a gente acredite que esses merdas sabem bater de verdade em alguém, pelo menos melhor que um cara qualquer que arranja briga no bar! Por Zeus!


Os Defensores prometia ser a GRANDE reunião dos heróis Netflix após a estreia solo de cada um deles, mas acabou sendo um grande fiasco já que eles funcionam melhor sozinhos do que em grupo. Bem... alguns deles funcionam!

NOTA: 6

O JUSTICEIRO

“Caralhooo! O melhor Justiceiro!”

“Puta que pariu o Justiceiro é muito foda!”

“Eu quero dar para o Justiceiro!”

“Queremos uma série própria do Justiceiro!”


Foram algumas coisas que quase todo mundo que viu a segunda temporada de o Demolidor (com a estreia do Justiceiro na TV) falou e pediu. Bem, a Netflix atendeu nossos pedidos... Só que não como a gente queria!

Criado por Steve Lightfoot e estrelada por Jon Bernthal (que sim, é o melhor Justiceiro em live-action, não que isso fosse muito difícil dada a concorrência!) a série do Justiceiro prometia chegar chutando bundas, em vez disso nos empurrou uma história ARRASTAAAAAAADA em 13 episódios (chega de tantos episódios!) que serviu para contar que o assassinato da família de Frank Castle não era bem o que ele e nós pensávamos que fosse. Achou que ia ter uma série do Justiceiro caçando vagabundo e desfazendo quadrilhas de mafiosos? Achou errado, otário!


Castle na verdade teve a família inteira assassinada devido suas ligações com seus comandantes do tempo de fuzileiro no Afeganistão, e pelos crimes cometidos lá em tempo de guerra. Enquanto uma cena se repete por quase todos os primeiros episódios mostrando Castle e outros fuzileiros (incluindo o “amigo” Billy Russo) torturando um prisioneiro de guerra, vemos Frank longe da ação, procurando levar uma vida tranquila de peão de obra agora que ele acredita que vingou todos os responsáveis pelas mortes de sua esposa e dos dois filhos. Dado como morto e com uma nova identidade, ele é obrigado a revisitar seu passado quando encontra evidências de que as coisas não aconteceram bem como ele pensava, e a cada episódio, com a ajuda do hacker Microchip (Ebon Moss-Bachrach), ele descobre que o buraco é MUITO mais embaixo.  


Investigações feitas pela detetive da CIA Dinah Madani (Amber Rose Revah) mostram que vários militares estão envolvidos com corrupção e a entrada ilegal de armas nos EUA, e de alguma forma tudo está conectado com a missão do Afeganistão, Frank Castle, os comandantes e Billy Russo (Ben Barnes).


Enquanto Castle e Microchip afundam nesse passado misterioso até o pescoço, a gente dorme gostosinho no sofá com ESSA SÉRIE CHATA PARA CARALHO em que nada acontece por quase dez episódios. A história de vingança do Justiceiro apenas muda de foco quando ele percebe que matou apenas os peões da sua tragédia familiar, e que os mandantes estão bem e vivos, curtindo por aí. Parece até Tropa de Elite essa merda!

Mas Rodman! Tem muita violência e tiroteio! É massa!

Não, não é!


Essa história envolvendo a CIA, NSA, Exército e toda essa trama rocambolesca torna O Justiceiro chata e cansativa, além do que o drama familiar do Microchip é totalmente desnecessário e tira o foco do personagem principal. É como se eu comprasse uma revista do Batman, com o Batman na capa e dentro tivesse uma história contando a vida da família do Alfred! Porra!


Pra não dizer que O Justiceiro é um desperdício total de tempo, é possível apreciar a ótima atuação de Jon Bernthal, que sabe nos convencer que ele é um cara torturado pela dor e culpa. Suas expressões de desequilíbrio e seus urros de dor lembram os bons e velhos tempos de Mel Gibson dando vida a seu Martin Riggs em Máquina Mortífera, e dá gosto de ver ele partindo pra cima de vagabundo e acabando com o infeliz do jeitinho que só Frank Castle sabe fazer.


Se houver uma segunda temporada, esperamos que o Justiceiro retratado seja o mais urbano, aquele que caça OUTROS bandidos espalhados por aí, e que os criadores não inventem que “na verdade foi o Presidente da República que mandou matar sua família” ou algo idiota assim.

NOTA: 6

JESSICA JONES SEGUNDA TEMPORADA

Em questão de representatividade feminina a segunda temporada de Jessica Jones começou bem, já que estreou no Dia Internacional da Mulher, comandada pela showrunner Melissa Rosenberg, teve muitos dos 13 episódios dirigidos por mulheres e também escrito por elas. Esses fatores, claro, serviram para que a personagem fosse melhor compreendida e retratada nessa sequência direta de Os Defensores, lugar onde Jessica apareceu pela última vez.


Com episódios mais atraentes e menos cansativos, Jessica Jones nos empurra para o passado, atrás de respostas para os poderes de Jessica, o seu grande trauma pela morte de seus pais e seu irmão, e claro, o que a tornou aquela mulher tão mal humorada e desacreditada da vida que afasta todos que tentam se aproximar.


Jessica achava que não precisava saber o que realmente aconteceu no dia do acidente que matou sua família e a deixou em coma, mas sua amiga Patsy "Trish" Walker (Rachael Taylor), cuja carreira de radialista está afundando, não quer deixar essa história sob as sombras. Trish faz com que Jessica comece a investigar a empresa IGH e seus responsáveis, e a detetive acaba descobrindo que, além dela, outros experimentos humanos acabaram se originando de lá, incluindo o ex-namorado de Trish Will Simpson, um sujeito com supervelocidade denominado “Ciclone” e alguém MAIS PRÓXIMO dela do que Jessica imagina.   


Enquanto mergulha fundo nos segredos da IGH com a ajuda de seu assistente Malcolm (Eka Darville), Jessica descobre a existência de um cientista chamado Karl Malus (Callum Keith) que está profundamente ligado ao dia em que o acidente de carro matou toda sua família. 


Nos quadrinhos, Malus estava sempre ligado a desenvolvimento de poderes, e numa aventura do Capitão América muito antiga ele estava por trás da agência que dava superpoderes a lutadores de luta-livre. 


Malus deu super-força ao Agente Americano, Demolição e Sharon Ventura (que foi uma das Miss Marvel e a Mulher-Coisa) entre outros.


Todo o clima de investigação, as buscas de Jessica por seu passado e as ações detetivescas permeiam grande parte dos episódios, deixando o espectador curioso pelo que vem no próximo capítulo. O mistério sobre a mulher super-forte que age a mando de Malus faz com que nós nem sintamos falta de um vilão de verdade como o Killgrave da primeira temporada, mas o foco se perde próximo do final da série, o que acaba fazendo com que o desfecho dela seja o PIOR momento da temporada toda.  


De qualquer forma, Jessica Jones é bem melhor que as últimas séries que a parceria entre Marvel e Netflix vêm lançando, e essa temporada dá pra assistir sem medo, pelo menos pelo clima noir de investigações. A personagem de Krysten Ritter também é bem interessante, e saber sobre seu passado reforça o carinho que sentimos por ela, mesmo com seu jeitão bruto. 


Há uma mulher solitária por trás da beberrona que passa os dias afogando as mágoas na bebida barata, e também não é assim com todos nós na vida real? Nem todo mundo tem a sorte de encontrar o grande amor da sua vida. Para o restante de nós cabe a solidão... Ou garrafas e garrafas de bebida para amenizar a dor.


Nota: 7

PS.: Patsy Walker passou por um procedimento de aquisição de poderes com o cientista Karl Malus, com inveja das habilidades da amiga Jones. Pra quem não sabe, nos quadrinhos, essa personagem se torna a Felina (ou Gata do Inferno) após usar um "uniforme" especial. Será que rola ver a Patsy com aquele colante amarelo na próxima temporada? 


PS. 2: Foi ou não foi de lavar a alma a cena em que Frank Castle "transforma" Billy Russo no Retalho??


PS. 3: Os dois são uns bostas na série, mas foi bacana a briga entre Luke Cage e Punho de Ferro logo que eles se conhecem. 



NAMASTE!  

28 de março de 2018

Do Fundo do Baú - A VERDADEIRA Capitã Marvel



Monica Rambeau, a primeira Capitã Marvel, foi criada em 1982 pelo escritor Roger Stern e pelo desenhista John Romita Jr. para uma história do Homem Aranha (Amazing Spider-Man Annual #16), chegou a servir de coadjuvante em algumas histórias do Homem de Ferro também, mas só começou a ser REALMENTE relevante quando ela se juntou aos Vingadores, onde ela entrou como membro em treinamento (tipo aqueles trainees de escritório!). Embora ela tenha sido muito importante no passado da Marvel, hoje em dia são poucos os leitores de quadrinhos que ainda se lembram dela, ou sequer a reconheçam depois de tantas mudanças de identidade, mas esse post é dedicado a celebrar aquela que já foi a vingadora mais poderosa de todas!


Como todo herói Marvel, Monica ganhou seus poderes em um acidente. Capitã de navio e tenente da patrulha portuária de Nova Orleans, ela foi irradiada com uma energia extra-dimensional que tornou seu corpo capaz de converter qualquer tipo de energia. O gerador que a bombardeou havia sido criado por um amigo seu, o cientista Andre LeClaire, que acabou deixando seu projeto cair em mãos erradas. Na tentativa de ajudar o amigo a recuperar seu gerador e impedir que tal criação fosse usada para o mal, Monica acabou saindo no braço com outro cientista, Felipe Picaro, o que ocasionou seu acidente. Após o ocorrido, LeClaire sugeriu que Monica usasse suas novas habilidades para combater o crime, e então ela começou as suas aventuras como uma heroína.


Hoje quando paramos para pensar em heroína Marvel, logo vem em sua cabeça Carol Danvers, a ATUAL Capitã Marvel ou talvez a Feiticeira Escarlate, mas há muito tempo, era de Monica Rambeau o título da mulher mais poderosa da Marvel. Capaz de converter seu corpo em energia, ela pode não somente disparar rajadas como também tornar-se intangível, invisível e ainda voar na velocidade da luz. Só aqui ela já poderia rivalizar com o Visão, a Mulher Invisível do Quarteto Fantástico e deixar o Mercúrio (que só atinge a velocidade do som) comendo poeira numa corridinha pelo Central Park. 


Todas essas habilidades se dão porque Monica pode se transformar em QUALQUER energia dentro do espectro magnético, o que inclui Raios-X, raios gama, raios ultravioleta, luz visível, eletricidade, radiação infravermelha, micro-ondas e ondas de rádio. Além de poder voar em qualquer um desses comprimentos de ondas, Monica assume as características básicas deles (ela pode fritar um dispositivo eletrônico convertida em eletricidade, por exemplo), o que a torna uma adversária EXTREMAMENTE eficiente, visto que ela pode mudar de um comprimento para outro com um simples pensamento.


Caracas, Rodman! Ninguém podia com essa mulher então!

Nas mãos dos roteiristas certos, caro padawan, era exatamente isso que acontecia!

Algo que definiu bastante a Capitã Marvel nos anos 80 foi sua capacidade de se adaptar as mais diversas situações em combate, o que a tornava um trunfo na manga do Capitão América, já que ela além de já poder converter o corpo em todas essas energias diferentes, ela também podia conhecer uma nova, analisá-la e também se transformar nela. Nas Guerras Secretas (a primeira saga, lá dos anos 80 feita pra vender bonequinhos), embora suas capacidades não tenham sido tão bem exploradas, a Capitã serviu mais como espiã para a equipe dos heróis, usando sua invisibilidade e seu poder de luz para viajar rapidamente entre as distâncias do planeta-arena de Beyonder, espionando o grupo do Doutor Destino.

Capitã Marvel nas Guerras Secretas, arte de Mike Zeck

No final dos anos 80, quando então Marvel e DC planejavam o primeiro confronto entre Vingadores e Liga da Justiça (Aquele que nunca saiu do papel), a Capitã era uma membra ativa na equipe dos Heróis Mais Poderosos da Terra, e embora os editores da DC quisessem um confronto direto entre Flash e Mercúrio, Jim Shooter (o editor-chefe da Marvel na época) acabou servindo como a voz da razão, alegando que o seu Mercúrio nunca seria páreo para o Corredor Escarlate da DC, e que um confronto digno para saber quem é o mais veloz seria com a Capitã Marvel, por razões óbvias. Assim, nessa história que jamais foi concluída, praticamente todos os heróis teriam seus análogos: Aquaman x Namor, Eléktron x Homem Formiga, Mulher Maravilha x Hércules, Flash x Capitã Marvel e etc.


Já nos anos 90, Os Vingadores entraram em combate contra os X-Men para tentar levar Magneto à justiça por todos seus crimes. O Mestre do Magnetismo havia afundado um submarino russo além de ter ameaçado a humanidade uma caralhada de vezes antes de assumir a liderança dos X-Men, e a fim de evitar um acidente diplomático gigante, era necessário que o mutante fosse preso e julgado. Na época, os Vingadores eram formados por Capitão América, Thor, Mulher Hulk, Cavaleiro Negro e Doutor Druida e a Capitã Marvel era vista pelos X-Men como a MAIOR AMEAÇA. Numa das cenas de perseguição entre as duas equipes, uma fala da Vampira deixa bem claro o medo que ela sente em enfrentar a Capitã:


“É sério! A gente precisa sumir antes que a Capitã Marvel apareça!”


Antes disso, a Capitã tinha aparecido voando (de COSTAS, para esculachar mais!) ao lado da mutante avisando que ela não poderia ir longe demais (quer disputar com alguém que voa na velocidade da luz??) e fritado os circuitos da armadura do Homem de Titânio enquanto o Thor tomava uma surra do gigante russo. Vale lembrar, que o Deus do Trovão sofria de uma enfermidade na época que tornavam seus ossos frágeis, e ele precisava de uma armadura.


Pouco depois, nessa mesma aventura, a Capitã age como espiã, ficando invisível e entrando no Pássaro Negro, o jato dos X-Men, para saber o paradeiro de Magneto, e logo em seguida ela DERROTA facilmente o Mestre do Magnetismo atravessando seu campo de força magnético, enquanto Thor e Mulher Hulk tentavam atravessá-lo inutilmente na porrada.


Derrotando Magneto, arte de Marc Silvestri

Derrotar o Magneto não é pra qualquer um, mas Monica tem isso em seu currículo.


Com essa mesma formação de Vingadores (mais Hércules e Namor), mais tarde Monica tornou-se a líder da equipe após o afastamento da Vespa, e foi nessa mesma época que Os Heróis Mais Poderosos da Terra sofreram aquela que é considerada até hoje uma de suas maiores derrotas: A invasão da mansão orquestrada pelo Barão Zemo e seus Mestres do Terror. Para que o plano de Zemo desse certo e ele pudesse infligir um ataque em massa que pegasse os Vingadores de calças curtas na mansão, era necessário que ele primeiro eliminasse a Capitã Marvel, o que ele fez usando os poderes do Blecaute, inimigo clássico da heroína que era capaz de manipular um tipo de energia escura

Arte de John Buscema

Manipulado até as tampas por Zemo, o Blecaute prendeu a Capitã dentro da dimensão escura que ele controlava, e assim ela permaneceu quase até o fim da saga. Enquanto ela procurava uma saída daquele universo escuro (o que se deu posteriormente graças aos poderes do Mortalha), Zemo, a Gangue da Demolição, Titãnia, Homem Absorvente, Tubarão Tigre, mais Rocha Lunar e o Mr. Hyde invadiram a mansão e acabaram com os Vingadores remanescentes, esculachando não só o Capitão América e o Cavaleiro Negro como também o Jarvis, o mordomo.


Vale lembrar que nada disso teria acontecido se a Capitã Marvel não tivesse sido aprisionada logo no início.


Alguns anos depois, a Capitã Marvel acabou perdendo o seu brilho (sem trocadilhos), e cada novo escritor que assumia o título dos Vingadores fazia com que ela se tornasse cada vez menos poderosa e cada vez menos interessante. Depois do seu auge, ela perdeu os poderes e ficou na reserva por um longo tempo, e quando os recuperou, decidiu mudar de nome, não se achando digna do legado que ele carregava (o nome era em homenagem ao falecido Capitão Mar-Vell), além de dar a vez para o recém-surgido Genis-Vell, filho do primeiro Capitão Marvel e que passou a usar a alcunha. 


Chamando a si mesmo de “Fóton”, Monica participou (embora sem o mesmo brilho) do segundo encontro entre os Vingadores e a Liga da Justiça, escrita por Kurt Busiek e desenhada por George Perez, e um dos destaques nessa saga é sua luta contra o Lanterna Verde Kyle Rayner


Após ser atingida pela energia do anel e ser vencida por ele, Monica aprende a usar aquela energia, e já em seu segundo encontro com o rapaz, ela absorve seu poder e passa a não ser mais atingido por ele. Na aventura, Monica ajuda seu time a recuperar os artefatos místicos que vão impedir que Krona destrua seu universo, e ela é um excelente reforço para os Vingadores, que apesar disso, acaba PERDENDO a disputa graças a um estratagema do Capitão América e do Batman.

Derrotando o Capitão Átomo e o Nuclear, arte de George Perez

Na década seguinte, longe das sagas mais importantes da Marvel (aparecendo de relance na Guerra Civil) Monica Rambeau continuou vivendo suas aventuras enquanto a Miss Marvel assumia a posição da MAIOR heroína da editora. Ela ainda mudaria de nome mais duas vezes (Primeiro “Pulsar” quando Genis-Vell se tornou o Fóton e depois para Espectro, como é conhecida hoje em dia), e com seu nome mudou também a aparência e o uniforme. 


Não se sabe qual a verdadeira razão dos editores da Marvel terem “rebaixado” a personagem tantas vezes nas últimas décadas depois dela ser considerada a PRINCIPAL heroína Marvel nas décadas de 80 e 90, mas é fato que se seu status quo não tivesse sido alterado, ela seria uma personagem incrível de se ver nos cinemas e não só por seus dons. Além dela ter poderes que a destacariam de qualquer outro personagem, ela seria uma forte representante negra (assim como o Pantera Negra hoje é visto) e uma personagem feminina fortíssima, sendo ela capitã, tenente e tendo uma capacidade de liderança comprovada ao longo do seu histórico nas HQs. A atual Capitã Marvel (Carol Danvers) ganha um filme em 2019, mas adoraríamos ver uma adaptação DECENTE para a TV ou para o cinema da PRIMEIRA E ÚNICA Capitã Marvel.

NAMASTE!

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