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18 de setembro de 2011

O lado Negro venceu?

No meio em que vivo, seja no trabalho, com o pessoal da faculdade ou entre todos meus amigos, sou conhecido como alguém pessimista, o tipo de cara que não vê as coisas boas sem antes numerar em ordem crescente as chances de algo dar errado e ainda explicar detalhadamente cada uma das razões de porquê aquilo pode não dar certo.
Particularmente eu não encaro isso como um defeito. Eu sigo o sábio provérbio javanês que diz "Se você já esperar o pior em uma situação e o pior não acontecer, você já estará no lucro". Na verdade essa frase nem é um provérbio e eu nem sei o que é javanês, mas esse pensamento é o que me move, e sinceramente eu não gosto de ser otimista em nenhuma situação. Ser otimista me faz parecer fraco, e não há nada que irrite mais um taurino do que fazê-lo se sentir fraco.
O que me levou a escrever esse post, no entanto, foi a necessidade de desabafar um pouco sobre as razões pelo qual meu pessimismo com relação ao futuro da sociedade e do mundo anda em alerta máximo ultimamente.
Acordei pela manhã com uma vontade louca de assistir aos dois Tropa de Elite outra vez e assim o fiz, começando as manhãs costumeiramente tediosas de um domingo mergulhando no mundo violento narrado brilhantemente pelo José Padilha.
Dificilmente eu faria uma crítica tão boa quanto ou melhor da que fiz sobre o 2º filme aqui, portanto, nem tentarei.

A questão é que, ver Tropa de Elite, mesmo sabendo que o filme é uma obra ficcional, me leva a pensar em quão fundo o mundo está atolado na merda, e o pior é que a realidade não está tão longe do que vemos na tela. Basta dar uma boa olhada melhor na sua vizinhança, conversar com algumas pessoas e você também será capaz de ver que o mundo não é tão cor de rosa quanto muitos insistem em dizer que é.
A inversão dos valores de antigamente (moral, ética e essas coisas obsoletas) é o que mais me incomoda hoje em dia. O que antes era claramente diferente como preto e branco, hoje está cinza, e muitas pessoas, estas suscetíveis a se deixarem enganar, não sabem mais a diferença entre o bem e o mal. Assim como no filme Tropa 2 em que as famílias das comunidades são levadas a verem os milicianos como os "heróis" do pedaço, não é raro ver algo parecido acontecer em nossas vizinhanças. Por falta da milícias, os "bons samaritanos" da vez são aqueles indivíduos que se escondem por trás dos ditos comandos e que manipulam muitas famílias oferecendo aquilo que a própria Polícia, já bem defasada, não pode mais fazer, que é oferecer proteção ou um serviço rápido eficaz de segurança.


Sem opção, você também se aliaria ao crime por pura conveniência?

Eu fui educado em meio a quadrinhos, e embora isso possa me levar a ser visto como um nerd alienado, eu digo que foram esses mesmos quadrinhos que me mantiveram no foco sobre bem e mal, mesmo que esses dois conceitos se misturem nessa sociedade estranha em que vivemos atualmente. A meu ver, caras que usam armas ilegais, drogas, que estupram, matam, roubam, corrompem ou que guardam dinheiro na cueca saindo rindo impunentemente diante das câmeras continuam sendo bandidos, e nada me fará mudar de ideia quanto a isso. Noto que para muitas pessoas, e digo pessoas próximas a mim, esse conceito de "bandido" é relativo, dependendo de o quanto esse mesmo "bandido" pode lhe ser útil, e isso é inadmissível.

A corrupção política já tantas vezes comentada por mim aqui (aqui, aqui e aqui também), nem merece mais um post, visto que já desgastei todas as minhas opiniões acerca do assunto, mas é outro ponto que me incomoda muito, é só ver o quanto a impunidade ainda rola solta quando o assunto é absolver políticos desonestos e o quanto os parceiros de Congresso (visando igualmente a conveniência já citada) são coniventes com a maracutáia (Sim, estou falando de Jaqueline Roriz !). E sabe o que é mais triste?? Esses mesmos políticos estarão de volta nas próximas eleições e serão eleitos outra vez por aquelas mesmas pessoas que são adeptos da conveniência.
Esse é nosso Brasil!

Ando repetindo cada vez mais a máxima de que "perdi a fé na humanidade" e essa (des)crença tem aumentado a cada dia. Ler jornais, assistir ao telejornal, acessar a Internet e dar aula para adolescentes só tem aumentado essa minha descrença na raça humana, e dizem que a esperança é algo perigoso de se perder.
Sabe aquela propaganda da Coca Cola de que os bons são maioria??



Discordo veementemente.

Coca Cola e seus comerciais otimistas e seus protagonistas sorridentes e felizes!
Bah!

Se os bons são maioria, então eu tenho convivido com os maus, e esses bons andam muito bem escondidos!

NAMASTE!

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