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12 de julho de 2013

Arrow: A Primeira Temporada


Das três últimas séries cujas temporadas conclui recentemente, Arrow com certeza foi a mais divertida de se acompanhar, até porque está mais próxima de um assunto que tenho muito interesse, que é o mundo dos super-heróis

Comentei aqui sobre seus dois primeiros episódios e como recebi a série, e daquele episódio inicial até o 23º (maldita Warner e suas séries gigantes!) muita coisa se alterou em minha percepção, em especial, o carisma despertado pelos personagens. Sim. Eu me vi torcendo por Oliver (Stephen Amell), Laurel (Katie Cassidy), Diggle (David Ramsey), Felicity (Emily Bett Rickards) e Thea (Willa Holland) nos desafios que lhes eram impostos pela narrativa durante a série, e de uma forma muito inédita, eu pouco estava ligando se a história estava respeitando ou não o que era considerado cânone das histórias em quadrinhos do personagem Arqueiro Verde



O mais engraçado, é que essa falta de fidelidade era o que mais me incomodava em Smallville (“Somebody saaaaaaaaaave me!”), o que me fez abandonar a série do Clark Kent adolescente de quarenta anos bem cedo, lá por volta da segunda temporada.


Arrow não chega a ser uma super-produção da TV americana, mas consegue prender a atenção com tramas simples de espionagem, cenas de ação muito bem executadas (sim, a porradaria come solta) e até mesmo (pasmem!) com o triangulo amoroso entre Oliver, Laurel e Tommy (Colin Donnel), todos eles amigos de infância. Como numa novela, não há como não torcer para que o casal Oliver e Laurel se acerte de uma vez (pra quem não se ligou ainda, Laurel é o nome “civil” da Canário Negro das HQs), mesmo depois que o cara a traiu com a própria cunhada e ainda causou indiretamente sua morte no mesmo naufrágio que acabou o levando a ficar preso em uma ilha durante cinco anos. E não. Não estou falando de LOST dessa vez!


Depois que Oliver volta para o “mundo real” após os anos na ilha, ele traz consigo um caderno onde seu pai, morto durante o naufrágio, marcou o nome de diversos homens ricos e poderosos de Starling City que "desapontaram a cidade". Vendo que limpar a cidade da presença maligna daqueles homens é sua real missão de vida, e tendo recebido o treinamento necessário para isso durante sua permanência na ilha (história que nos é contada em flashbacks a cada episódio), o herdeiro da família Queen decide assumir uma identidade secreta, e sai pelas noites de Starling usando um capuz, um arco tecnológico e uma aljava cheia de flechas para punir aqueles que indiretamente causaram a morte de seu progenitor. 



Suas aparições públicas e o rastro de corpos que ele começa a deixar para trás, logo fazem com que a Polícia comece a persegui-lo, em especial o Detetive Quentin Lance (Paul Blackthorne), pai de Laurel e de Sara, que morreu ao viajar de barco com Oliver Queen e seu pai. Atormentado pela morte da filha, Quentin que já nutre uma antipatia pelo bilionário Oliver, por culpá-lo pelo que acontecera a Sara, nem imagina, no entanto, que ele e o Capuz são na verdade a mesma pessoa.


Os 23 episódios de Arrow giram em torno da obsessão de Oliver em riscar todos os nomes da lista deixada por seu pai, mas ao mesmo tempo em que ele caça um a um os homens que arruinaram o velho Queen, o jovem “Vigilante” (como é conhecido o Arqueiro na série) descobre que há algo muito mais podre do que lhe foi dito para ser usado como força motriz de sua vingança, o que inclui uma misteriosa relação entre sua mãe Moira (Suzanna Thompson) e Malcolm Merlyn (John Barrowman), o pai de seu amigo Tommy, e um dos sócios dos negócios de Robert Queen, antes de sua morte. Quanto mais investiga a relação de todos os nomes da lista com o trabalho do pai, mais Oliver vai chafurdando em uma história intrincada que nem mesmo ele consegue prever onde vai acabar, o que culmina em pelo menos três episódios finais da série cheios de adrenalina.


Mais do que a história de espionagem, traição e ação, vale mencionar as pequenas aparições de personagens das HQs ligados ao Arqueiro Verde em Arrow



Já deram as caras nos episódios o Slade Wilson (Manu Bennett) que numa explicação esfarrapadíssima deixou de usar a máscara preta e laranja do Exterminador (Deathstroke) e se tornou o treinador de Oliver na ilha perdida, a líder da Tríade China White (interpretada pela delícia da Kelly Hu, a Lady Letal de X-Men 2), o Pistoleiro (Michael Rowe) que na série causa a morte do irmão de Diggle, o segurança (e sidekick!) de Oliver Queen e até o vilão mais bosta do Batman, o “terrível” Vagalume, que na série é apresentado apenas por sua identidade civil Garfield Lynns, um ex-bombeiro que começa a assassinar todos os envolvidos no acidente que o deformou seriamente. 



Claro que na série ele não usa aquele traje ridículo de Vagalume incendiário, e sua roupagem mais séria envolvida num excelente clima de terror o torna muito mais interessante. Aliás, essa é uma característica única da série, que leva conceitos às vezes banais e superficiais dos quadrinhos para algo mais crível na série, quase como aquilo que o Christopher Nolan conseguiu fazer nos dois primeiros filmes do Homem Morcego para o cinema.


Essa pegada mais realista do Arqueiro Verde para a TV me cativou muito, e estou curioso para saber o que vem por aí na segunda temporada, uma vez que a primeira encerrou muito bem o arco principal (com o fim de dois importantes personagens) e abriu um leque muito interessante de possibilidades para o mundo de Oliver Queen.


Espero que a série não caia na galhofada que foi Smallville, onde todo episódio aparecia um membro diferente da Liga da Justiça ou um supervilão que Clark só enfrentaria em sua vida adulta, apenas para encher linguiça. Os roteiros têm seguido uma coerência muito boa com esse pé fincado na realidade, e não vejo como os produtores e diretores possam enfiar personagens fantásticos demais no enredo, o que acabaria com o sentido que a série busca seguir, mostrando um herói mais urbano e falível. Claro que as participações da Caçadora (na série Helena Bertinelli interpretada pela lindíssima Jessica De Gouw) e do próprio Roy Harper (o “Ricardito” das HQs vivido por Colton Haynes) anima os fãs da velha guarda (como eu!) a continuarem assistindo a série em busca de mais referências aos quadrinhos, mas espero que os produtores não se empolguem demais e não nos metam mais 9 temporadas forçadíssimas goela abaixo apenas para faturar um cascalho a mais. 

Arrow tem potencial, e se não é nenhuma maravilha entre as séries modernas, entretém e diverte bastante, além de ter um elenco feminino nota 10!!


Ê, lá em casa!

Nota 8 (pra série) até aqui.

NAMASTE!

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