2013 foi um ano muito positivo com relação às séries, e não
só pelas grandes estreias que arrebataram a TV como Almost Human, Dracula, The
Blacklist, Agents of S.H.I.E.L.D e na internet como House of Cards e Orange is the
new Black (ambas produções exclusivas do Netflix), mas principalmente pela
incrível continuidade que os seriados já estabelecidos se permitiram. O filão “enlatado
estrangeiro” nunca esteve tão bem prestigiado por aqui em terras tapuias quanto
agora, em especial pela facilidade de acesso a essas produções, e pela qualidade (sem falar na variedade!) apresentada a nós brasileiros.
Procurei me manter fiel a alguns seriados no decorrer do
último ano, e dei chance a outros novos, e o propósito deste post é
compartilhar um pouco da experiência de ter visto os primeiros episódios da segunda temporada de Arrow (cuja primeira temporada já resenhei aqui).
Sigam-me os bons e confira comigo no replay!
Sem muita hesitação, a segunda temporada de Arrow começa
exatamente do ponto de onde a primeira terminou, mostrando as consequências do
terremoto que abalou o bairro carente Glades e de que maneira ele afetou a
população de Starling City e a família Queen.
Moira Queen (Susanna Thompson) acabou presa por se admitir cúmplice de Malcolm
Merlyn (John Barrowman) no atentado que destruiu o Glades e que acabou matando o filho de
Malcolm e amigo de Oliver Queen (Stephen Amell), Tommy (Colin Donnell).
Decidido a honrar a memória de Tommy,
que em um de seus últimos momentos o acusou de assassino ao descobrir que ele
era o Vigilante de Starling, Oliver começou a rever seu papel de anti-herói e
abandonar a identidade de “Arqueiro Verde”, se isolando em outra ilha. Já no
primeiro episódio, ele é convencido por Diggle (David Ramsey) e Felicity (Emily Bett Rickards) a retornar para a
civilização, e de volta à cidade ele descobre que sua nova luta será para
restabelecer o legado milionário deixado por seu pai, e recuperar as empresas
Queen que começam a ruir agora que um grupo empresarial comandado por Isabel Rochev (Summer Glau) pretende adquirir todo seu patrimônio. Além disso, ele agora tem que lidar com o fato de que
sua mãe está presa e prestes a enfrentar um julgamento que pode considerá-la
culpada de todas as acusações (nada mais justo) e que aquilo pode ser um choque
grande demais para sua irmã Thea (Willa Holland) encarar.
Os nove primeiros episódios da série foram quase que
completamente aproveitáveis, sem tempo para enrolações ou enchimento de linguiça.
Além da trama familiar e/ou amorosa que rola em paralelo desde a primeira
temporada, servindo de liga para a relação entre os personagens, Arrow decidiu
jogar referências aos quadrinhos à rodo em cada episódio, aproveitando desta
vez até mesmo os flashbacks dos cinco anos em que Oliver passou em uma ilha, para acrescentar fatos importantes para a história. Assim sendo, em nove
episódios já vimos referências a organização criminosa C.O.L.M.E.I.A (inimigos dos Novos Titãs na década de 80), ao Irmão Sangue (outro adversário
clássico dos Titãs) que na série surgiu como um inofensivo samaritano do Glades
chamado Sebastian Blood (Kevin Alejandro), mas que aos poucos foi se revelando um dos grandes adversários
que Oliver Queen teria de enfrentar.
Um das coisas que eu mais me questionava ao longo da série
era em que momento o Good Guy Slade Wilson (Manu Benett) que treina Oliver na ilha e que o
ajuda a sobreviver naquele lugar remoto, iria se tornar o grande mercenário Exterminador,
que nos quadrinhos surra a Liga da Justiça sozinho sem nem despentear os
cabelos grisalhos. A resposta começou a surgir.
Nessa temporada, Slade é ferido gravemente quando uma equipe
chega à ilha decidida a recuperar um artefato denominado mirakuru, e que
estaria escondido em um submarino perdido ali desde a Segunda Guerra Mundial. Mirakuru,
uma invenção japonesa, seria capaz de tornar um homem comum em um Supersoldado (em termos nada técnicos),
e dispostos a passar por cima de qualquer um para se apoderar daquele artefato,
os mercenários aprisionam Oliver e o obrigam a revelar o esconderijo de Slade e
de Shado (Celina Jade), seus únicos amigos naquele lugar. À bordo do cargueiro dos inimigos,
Oliver faz uma surpreendente revelação: Sara Lance (Caity Lotz), sua acompanhante na lancha
Gambit na noite em que ele naufragou e que chegou à ilha, estava viva, e agindo
ao lado dos mercenários. Ao mesmo tempo, no presente, uma nova vigilante começa
a agir nas noites de Starling City, a intrépida Canário Negro, cuja peruca loira e
roupas negras escondem a verdadeira identidade de Sara, a irmã de Laurel (Katie Cassidy) e
filha do detetive Quentin Lance (Paul Blackthorne).
Em meio à aparição de uma Canário Negro treinada pela Liga das Sombras (liderada por ninguém menos que Ra's Al Ghul, citado na série), de vilões como
Tigre de Bronze (Michael J. White), e do alter-ego de Solomon Grundy Cyrus Gold, poucas coisas foram mais esperadas nessa temporada do que a
aparição do detetive forense Barry Allen (Grant Gustin). Os episódios 8 e 9 foram quase que
inteiramente dedicados a apresentação de Allen ao público, e se no cinema a
Warner/DC parece mais perdida que puta em convento, pelo menos com relação ao
tratamento de seus personagens na TV a empresa tem caprichado, visto que os
dois episódios citados foram disparados os melhores de toda a temporada.
Quando um misterioso caso de arrombamento seguido de roubo
ocorre nos arredores de Starling City, a polícia de Central City envia o jovem
detetive Barry Allen para investigar. Conforme o caso vai sendo destrinchado, descobre-se
que uma única pessoa invadiu o lugar e carregou um artefato que pesaria algumas
toneladas nas costas, o que faz com que Oliver se lembre de um contato anterior
que já havia tido com alguém com as mesmas características de força
sobre-humana. Enquanto nos flashbacks vemos Slade Wilson sendo exposto ao
mirakuru, no presente um supersoldado aparentemente à serviço do Irmão Sangue
aplica uma verdadeira surra em Oliver, o tirando de ação por algum tempo. Barry
Allen e Felicity começam a estudar o composto químico do “supersoldado” nas
veias de Oliver (depois deste ser atingido por seringas com o composto) e
conseguem chegar até sua fonte, o próprio Irmão Sangue.
Como todo fã de quadrinhos devia estar esperando, é no
último episódio que o acidente que transforma Barry Allen no Flash acontece,
logo que ele retorna para Central City após sua estadia em Starling City. Cabe a
todos agora aguardar pela tão alardeada série do homem mais rápido do mundo (cujos conceitos discuti aqui),
que se depender dessa introdução em Arrow, vai render bons frutos à Warner. A meu
ver, todo o cuidado em dar uma origem ao personagem foi muito bem feito (é
citada até mesmo a morte da mãe de Allen pelas mãos de alguém com poderes, que
nas HQs deu origem a todo o universo dos Novos 52 da DC), e os responsáveis
pela série acertaram e muito no tom dos dois episódios que encerraram a
mid-season de Arrow, até mesmo no tema musical que sempre tocava quando Allen estava em cena, se assemelhando muito à trilha sonora criado por Danny Elfman na série dos anos 90 do Flash. Não houve exposição exagerada a Allen, e Oliver Queen
continuou sendo o astro principal sem que a introdução a elementos fantásticos
(como os supersoldados) soasse falsa demais numa série que até então vinha se
mantendo distante desse tipo de artifício, algo que a meu ver, tornou Smallville
("Somebody saaaaaaaaave meee!"), por exemplo, maçante. Como era esperado, um
homem correndo na velocidade da luz não apareceu em Arrow, e sim seu alter-ego
humano que erra e se apaixona como qualquer um. Aliás, quem não se apaixonaria
pela gracinha da Felicity, hein?
Estou no aguardo da próxima metade da temporada de Arrow e aguardando
ansioso por uma série realmente boa do Flash.
NAMASTE!
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