31 de dezembro de 2013

Os Maiores Games de Todos os Tempos


Nos últimos quatro meses embarquei em um projeto paralelo ao do Blog do Rodman com os amigos Killerdepano e IChucky, e juntos fundamos o A.I.JOVEM, um site voltado ao entretenimento que junta GAMES, HQs e ANIMES/MANGÁS num mesmo ambiente. 

A ideia era atrair a molecada elétrica dessa nova geração para um ambiente onde eles pudessem se informar e se divertir ao mesmo tempo, dando um conteúdo diversificado e atualizado nas páginas do site. O negócio rendeu frutos, e há pouco tempo o AI.JOVEM lançou o A.I.POD, o Podcast do site. 



Pode parecer que estamos copiando os diversos Podcasts que chovem na Internet atualmente, mas nosso principal foco era juntar os amigos para falar besteiras sobre nossos assuntos preferidos. Desta forma, no primeiro episódio falamos sobre FILMES DE TERROR, elegendo os 15 melhores e mais aterrorizantes filmes do cinema, em nossa humilde (e nada imparcial) opinião.


A experiência foi tão boa que repetimos a dose no segundo episódio, desta vez relembrando os saudosos e polêmicos anos 90. Chamamos dois reforços femininos para aguçarem nossas lembranças da década de nossa infância e adolescência, e as colegas Roh Soan e Rafa Fan também contaram suas histórias, trazendo à tona uma porção de velharias como músicas, programas de TV, desenhos animados e costumes daquela época. 


No último Podcast resolvemos falar sobre GAMES. Não qualquer game, mas os 10 MELHORES GAMES de nossas vidas, compartilhando experiências, situações bizarras e cagando muita, mas muita regra sobre dados técnicos e a história dos jogos. 

Seja como for, ao fim da gravação do terceiro A.I.POD estávamos com aquela sensação de missão cumprida: Havíamos nos divertido muito


Venha com a gente cagar regra e dar altas risadas ouvindo esse bate-papo maluco. Discorde, concorde, xingue, mas acima de tudo, divirta-se com o mais novo Podcast "das INTERNETES".

CLIQUE NA IMAGEM PARA ACESSAR O A.I.POD #003


NAMASTE!

3 de novembro de 2013

A despedida de Brian Michael Bendis dos Vingadores


No ano de 2005 chegou ao Brasil a saga intitulada “A queda” (Disassembled) na revista própria dos Vingadores (Poderosos Vingadores) lançada pela Panini, que já na época publicava a maioria dos títulos de Marvel e DC em terras tapuias. A imagem de chamada, desenhada por David Finch, mostrava um Capitão América cabisbaixo, desmotivado e sem vontade de cantar uma bela canção sobre os destroços dos equipamentos de seus companheiros, indicando uma baita de uma derrota da superequipe para um inimigo até então desconhecido. O arco escrito por Brian Michael Bendis era a grande estreia no título dos Vingadores do escritor careca, que já fazia sucesso nas páginas de Homem Aranha Ultimate e do Demolidor do universo Marvel 616, e seu texto prometia abalar para sempre a maior equipe de super-heróis da Terra.


Naquele tempo eu não lia nada do universo Ultimate e a publicação do Demolidor no Brasil era tão zoneada (ora em revista própria, ora em algum mix xexelento) que eu também não acompanhava as aventuras do herói cego da Cozinha do Inferno, logo, não fazia ideia quem era Brian Michael Bendis, exceto que o cara era um monstro para escrever, já que comandava diversos títulos ao mesmo tempo para a Casa das Ideias.


O texto cheio de referência a sagas e fatos mais antigos e recheado de piadinhas infames me acertou em cheio, e não demorei a virar um fã incondicional do cara logo nas primeiras cinco edições. Como já comentei várias vezes em posts mais antigos, os Vingadores sempre foram minha equipe de super-heróis preferida (muito antes do filme, caso alguém esteja me tachando de fã modinha), e em tantos anos de leitura de HQs, eu nunca os tinha visto apanhar tanto como acontece em A Queda. Apesar do sucesso que fez, a saga fora moldada premeditadamente para ACABAR com os Vingadores clássicos, e dar o sinal verde para que Bendis reestruturasse a equipe como bem quisesse. E isso incluía incorporar membros que NUNCA ANTES haviam sequer sido cotados para integrar o grupo. Assim nasceram os NOVOS VINGADORES.



Bendis estreou em grande estilo nos Vingadores, trazendo demônios antigos do grupo à tona (como o alcoolismo de Tony Stark, a violência doméstica de Hank Pym com relação à esposa Vespa e claro, os bebês desaparecidos da Feiticeira Escarlate), e apesar de ter escrito uma saga completamente comercial que tinha um fundamento pré-estabelecido desde o início, o desenvolveu com muito afinco e competência, o que faz com que A Queda seja, a meu ver, uma das histórias mais lembradas da época moderna.


Depois que a equipe original foi desmantelada (após as mortes do Homem Formiga, Gavião Arqueiro e Visão), um novo evento semelhante ao que uniu os Vingadores originais (Homem de Ferro, Homem Formiga, Thor, Vespa e Hulk) acabou juntando uma nova equipe de heróis Vingadores, após a falha de segurança da Balsa, a maior prisão de supercriminosos do universo Marvel. Presentes no local o rádio e a televisão, o Demolidor, Luke Cage, Jessica Drew (a Mulher Aranha) e mais tarde o Capitão América, Homem Aranha e Homem de Ferro foram obrigados a se unir para tentar impedir que os supervilões que eles haviam trancafiado ali ao longo dos anos fugissem, e assim surgiu a ideia de que eles fossem os Novos Vingadores



Embora falido após a destruição da mansão, Tony Stark gastou seus últimos recursos para financiar uma torre que abrigasse seus companheiros, e a primeira missão dos heróis foi caçar todos os vilões cuja fuga eles não haviam conseguido impedir.

Embora menos heroicas que suas sagas anteriores, as histórias dos Vingadores jamais foram tão divertidas, e a interação dos personagens que raramente haviam trabalhado juntos antes disso criou situações hilárias, sem falar nos diálogos infames que Bendis tão bem sabe escrever. Toda edição tinha uma sacada de fazer mijar de rir por parte do Homem Aranha, e era difícil não se envolver com aquele universo e com aquela nova formação como acabou acontecendo por todos os longos anos que se seguiram até hoje. Bendis acabou se tornando meu escritor preferido dos Vingadores.


Nas edições seguintes novos membros acabaram se juntando ao grupo, como foi o caso do Wolverine (que já era previsto desde o começo), do Sentinela, um personagem completamente novo que fora inserido no Universo Marvel como um herói antigo que havia sido “esquecido” por todos e que estivera todos aqueles anos aprisionado na Balsa, e o Ronin, um misterioso ninja cuja identidade apenas o Demolidor e o Capitão América conheciam. A dinâmica do grupo era o grande atrativo das histórias, e mesmo quando a pancadaria não rolava solta, era possível ficar ali lendo e curtindo apenas os heróis sentados jogando conversa fora. Muita gente reclama dessas características de Brian Michael Bendis, mas me vi folheando edições de mais de vinte páginas que SÓ CONTINHAM diálogos, e estava pouco me importando. Bendis é um dos únicos que consegue fazer isso sem que o leitor fique entediado, e essas características aliadas a um bom desenho, como quando Mike Deodato Jr., Frank Cho, Jim Cheung ou Steven McNiven comandavam os desenhos, criavam edições memoráveis, das quais tenho muito orgulho de ter na minha (imensa) coleção.  


A edição nacional de nº116 de Os Vingadores (publicada já há algum tempo nos EUA) marca a despedida de Bendis do título dos Maiores Heróis da Terra, e à partir da próxima publicação, o careca passa a batuta para Jonathan Hickman, escritor que já esteve à frente de títulos como Quarteto Fantástico



Em duas histórias com cara mesmo de fim de saga, Bendis amarra quase todas as pontas soltas lá atrás em A Queda, e depois de anos tocando quase que sozinho a “vida” dos Vingadores ele se despede de seus “filhos” presenteando os leitores com o final de seus arcos de uma forma bem divertida. Na primeira, Bendis põe fim ao imbróglio criado ao redor do mundo místico da Marvel, e após um confronto bizarro entre o Doutor Estranho e Daniel Drumm, irmão de Jericho Drumm, o Irmão Vodú, que o obriga a encarar AO MESMO TEMPO todos os Vingadores (nota para os desenhos FODÁSTICOS do brazuca Mike Deodato), Bendis restabelece o papel de Mago Supremo a Stephen Strange, título que estava passando de mão em mão desde que Strange havia abdicado dele.

Daniel Drumm

Na segunda história, Bendis marca um ponto final na saga em que os Vingadores se miniaturizam com as partículas Pym para atender um chamado no Microverso (ou universo interno), trazendo de volta a intrépida Janet Van Dyne, a Vespa, que havia sido dada como morta durante a Invasão Skrull


A Vespa está de volta

Além de trazer de volta uma das mais queridas personagens que já encabeçaram as fileiras concorridas dos Vingadores, a edição marca também a volta de Magnum (O Wonder Man! BWAHAHA-HAHA) à equipe, após seu surto neurótico em que ele culpava os amigos por todas as desgraças que haviam acometido a comunidade heroica nos últimos tempos (Dinastia M, Invasão Skrull, Reinado Sombrio, O Cerco, etc, etc.). Ao final da edição, com desenhos de todos os colaboradores principais que o ajudaram a fazer de Vingadores a minha revista de banca preferida, Bendis se despede do título e assina um texto emocionado contando o que foi para ele ter feito parte daquela grande história desde então. Detalhe para o que ele escreve sobre Mike Deodato:


“O artista que fez mais edições comigo ao longo dos anos, incluindo todas as edições do sucesso que foi a série Vingadores Sombrios? Mike Deodato Jr. um dos melhores colaboradores da indústria inteira.”


Confesso que fiquei orgulhoso por Mike Deodato Jr., e em uma troca de tweets rápida com o ilustrador, ele me falou que ficou lisonjeado pelas palavras de Bendis, o que diga-se de passagem, não foi nenhuma mentira. 



Os títulos desenhados por Deodato eram com segurança os melhores, e o cara só evoluiu em sua passagem pelo título. Nessa última edição o cara desenhou verdadeiras pinturas que eu adoraria ter na parede em formato de pôster.


Foi bacana acompanhar o trabalho quase que completo de Bendis à frente dos Vingadores (devem ter me faltado umas 4 ou 5 edições no máximo para completar minha coleção) em todos esses anos nessa indústria vital, e fica aquela pontada de saudade, embora saibamos que nos quadrinhos, assim como a morte, as despedidas não costumam ser definitivas. 

Quem sabe daqui a algum tempo o careca não volte a nos abrilhantar com seus textos cheios de humor e sacadas inteligentes nos Vingadores, ou quem sabe eu não o acompanhe agora em X-Men e passe a ser fã dos mutantes assim como já o sou dos Vingadores?


Hã... Pensando bem... Não. Onde é que vou guardar mais duzentas e tantas edições de HQs em meu quarto!


Adios, arrevederci, sayonará, goodbye, hasta la vista au revoir, Bendis. 

NAMASTE!

13 de outubro de 2013

Eu dei uma espiada nos Diários do Vampiro (1ª Temporada)


Vampiros sempre inspiraram curiosidade e fascínio, e isso desde que as primeiras obras de Bram Stoker (considerado por muitos o “pai” dos vampiros na literatura) publicadas no Século XIX começaram a ser adaptadas já no Século seguinte. O filme “Drácula de Bram Stoker” de 1992, estrelado por Gary Oldman e Wynona Ryder, foi o primeiro talvez, a trazer à tona o gênero “vampiro” para a Cultura Pop moderna e retirar os sedutores dentuços do ostracismo, o que durou aí por volta de uma década.

Nos anos 2000, seja pela conjunção dos astros, solstício de verão, Era de Aquário ou pelo simples fato de que histórias de vampiros atraíam as pessoas (em especial mulheres), ocorreu um boom na literatura fantástica norte-americana, e várias escritoras começaram a lançar obras sobre o tema, incluindo aí Charlaine Harris com sua série The Southern Vampire Mysteries (2001), livros que contavam a saga da jovem garçonete Sookie Stackhouse que inspiraram a série da HBO True Blood, e claro, Stephenie Meyer com Twilight (2005), obra que inspirou a série de filmes da Saga Crepúsculo. Longe da literatura, mas ainda assim inserido na cultura pop, o filme Underworld – Anjos da Noite foi lançado mundialmente em 2003, e também aproveitou desse filão vampiresco, incorporando a (na época) inédita guerra entre os dentuços branquelos e sua nêmese peluda, os lycans (ou lobisomens, para os menos cultos).  


Enquanto Anne Rice, provavelmente a escritora mais famosa e mais prestigiada da literatura americana sobre vampiros, lançava seus livros com certa periodicidade (entre eles Entrevista com o Vampiro de 1976 e A História dos Ladrões de Corpos de 1992), outra escritora menos famosa e menos prestigiada surgiu no cenário literário e lançou seu livro chamado The Vampire Diaries: O Despertar, em 1991. Lisa Jane Smith (ou simplesmente L.J Smith) começou a escrever a história da jovem Elena Gilbert e seu triângulo amoroso com os irmãos vampiros Damon e Stefan Salvatore lá no início dos anos 90, tendo terminado a primeira série em 1998. Curiosamente, os livros só chegaram ao Brasil mais de dez anos depois, com o sucesso do lançamento da série de televisão The Vampire Diaries, estrelada por Ian Somerhalder, Nina Dobrev e Paul Wesley, e desde então a história que se passa na cidade fictícia de Mystic Falls (nos livros Fell’s Church) tem atraído uma legião crescente de fãs, sobretudo mulheres.

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Mas Rodman, porque diabos você resolveu assistir essa série?

Boa pergunta, caro padawan.


Quando assisti o primeiro Anjos da Noite me vi interessado por aquilo que eu considerava algo inédito, a briga histórica entre duas das criaturas sobrenaturais fantásticas mais fascinantes que existiam: Vampiros e Lobisomens. Depois disso, começou a ficar cada vez mais comum ver essa “briga” entre as duas raças na mídia, incluindo aí nas insossas intervenções artísticas de Stephenie Meyer em seus livros e depois no cinema. Antes disso, o tema vampiro só havia me interessado em Entrevista com o Vampiro (o filme de 1994) e com o surgimento de Blade (1998), personagem da Marvel criado por Marv Wolfman e adaptado para o cinema na pele de Wesley Snipes. Esse lance de vampirinhos apaixonados realmente me broxavam, até eu perceber que isso era recorrente desde Drácula de Bram Stoker. Eu já tinha achado Crepúsculo e todas suas variantes um saco, filme insosso sem atrativos e cansativo, resolvi dar uma chance para True Blood (que resenhei aqui e aqui), série que começou bacana, mas que depois virou um samba do afrodescendente desprovido de faculdades mentais e tinha combinado comigo mesmo passar bem longe de qualquer coisa que tratasse de vampiros e que não tivesse um caçador arrancando suas cabeças envolvido.

Motivos para ver a série? Que tal esses?

Então resolvi dar uma chance para The Vampire Diaries. Afinal, não se pode falar mal de algo sem conhecer do que se está falando.

A série criada por Kevin Williamson e Julie Plec conta a história de Elena Gilbert (Nina Dobrev), uma jovem de 17 anos órfã que perdeu os pais num fatídico acidente automobilístico em que ela sobreviveu milagrosamente. Sob a responsabilidade da jovem tia Jenna (Sara Canning), Elena e seu irmão mais novo Jeremy (Steven R. McQueen) procuram restabelecer suas vidas após o trauma da perda dos pais, e para isso contam com o apoio dos amigos de escola. 


Enquanto a garota é confortada pelas amigas Bonnie (Katerina Graham), Caroline (Candice Accola) e pelo ex-namorado e amigo Matt (Zach Roerig), eis que ela se sente atraída por um misterioso jovem recém-surgido na escola (e não, não estou falando de Edward Cullen!!) chamado Stefan Salvatore (Paul Wesley). Embora acreditemos nisso até metade da primeira temporada, o encontro de Elena e Stefan não é NADA casual, e enquanto os dois começam a se envolver amorosamente, a garota descobre que Stefan já a havia conhecido bem antes da escola, e que ele (SPOILER) havia sido o responsável por tirá-la do carro no acidente que matou seus pais.


Mais tarde, Elena se vê envolvida na misteriosa história da família Salvatore e ela conhece o enigmático Damon (Ian Somerhalder), o irmão mais velho de Stefan que retornou a Mystic Falls depois de um longo afastamento para atazanar a vida do caçula. Cheio de sarcasmo e cinismo, Damon volta acompanhado de uma onda de mortes que começa a assolar a cidade, o que passa a preocupar Stefan, que diferente do irmão, não mata vítimas inocentes para saciar sua sede por sangue.



OH, MY FUCKIN' GOD! Eles são vampiros, Rodman??

Claro, Mané! Achou que bonitos, sarados, perfeitos e usando gola em V desse jeito eles seriam o quê? Elfos da floresta??


Enquanto descobre os segredos assustadores dos irmãos Salvatore, Elena se vê envolvida em uma rede de intrigas e mentiras que a faz pensar em “onde fui amarrar meu jegue?”. Apaixonada por Stefan e sentindo coceirinhas por Damon, a menina chega a terrível constatação de que seu grande amor é uma criatura da noite que se alimenta de sangue para sobreviver, e apesar disso, decide aceitar sua real natureza, confiando que ele não vai rasgar sua jugular durante a noite na cama. Assim como nos livros, o roteiro da série deixa bem clara a questão maniqueísta de bem e mal, pelo menos nos primeiros episódios. 


Stefan é o irmão vampiro bonzinho que voltou para Bon Temps Mystic Falls para viver em paz enquanto persegue o amor que nunca mais encontrou desde que sua amada Katherine (que é a cara de Elena!) morreu em um incêndio um século antes. Ele se alimenta de coelhinhos da floresta (como ele é fofo, né?), respeita a vida humana e aceita sua própria humanidade, traço que ele luta para não perder, apesar de ser um morto-vivo. Já Damon é o vampiro clássico, que gosta de se esbaldar na luxúria, não está nem aí para os humanos (e quem pode condená-lo por isso?) e que simplesmente apertou o foda-se para o mundo, afinal ele é lindo, tesão, bonito e gostosão e ainda é praticamente imortal. O conflito entre bem e mal é bem construído no início da primeira temporada, mas como nem tudo é preto e branco, é bacana perceber que os irmãos Salvatore mantêm características contraditórias em suas personalidades, fazendo o espectador perceber que Damon não é afinal tão filho da puta assim e nem que Stefan é praticamente um Dalai Lama de bondade. Obviamente, o fã-clube de Damon é muito maior entre as espectadoras. Por que será, hein?? (Já discuti esse conflito ideológico aqui certa vez).


Se a série se desdobrasse inteira somente nesse triângulo amoroso, eu já a teria abandonado logo nos primeiros episódios, mas a história por trás do passado de Mystic Falls, a relação dos Salvatore com os fundadores da cidade (as famílias Fell, Gilbert, Forbes e Lockwood) é bem atraente e todo o misticismo ao redor de alguns personagens, como a magia de Bonnie, que é herdeira das bruxas de Salem, me interessou a continuar acompanhando. Em nenhum momento me senti agredido pelo roteiro ou percebi que os roteiristas estavam de brincation with me, tipo falando que vampiros não andam no sol porque eles brilham feito umas fadas loucas ou que eles procriam (!!). Muito da mística criada por Stoker e mantido por Anne Rice encontram espaço em The Vampire Diaries (sem toda aquela homossexualidade característica dos textos da autora americana, claro), e desta forma, vampiros continuam morrendo com estacas de madeira, continuam não podendo andar nas ruas durante o dia e ainda fingem serem pessoas normais para comer o cu do coveiro emboscá-las à noite.

Tyler Lockwood e Caroline Forbes

Diferente das demais séries longas (que em geral possuem de 20 a 23 episódios por temporada), todos os episódios de TVD parecem ser relevantes para a trama principal e não sofrem daquela enrolação ao estilo Supernatural, em que somente os dois primeiros episódios e os dois últimos realmente mudam alguma coisa na trama. Ou seja: perder um episódio significa ficar também perdido no decorrer da história.

Dobrev, Wesley, McQueen, Graham, Somerhalder e Accola

Além do enredo amarradinho cheio de mistérios e reviravoltas, a série conta também com um bom elenco jovem. Quase nenhum dos atores decepciona em suas atuações (além de serem TODOS, sem exceção, bonitos), o que é com certeza uma das minhas maiores críticas aos filmes da Saga Crepúsculo, por exemplo, com os bonecos de cera Kristen Stewart e Robert Pattinson nos papeis principais. Graças à interpretação dos atores, nós conseguimos nos importar com os personagens, mesmo os coadjuvantes. 

Apesar de seu ar meio sonso, Nina Dobrev convence com sua romântica Elena, e ela é tão graciosa que entendemos perfeitamente porque Stefan, Damon e Matt morrem de amores por ela. Em contraposição a sua bondosa e certinha Elena, é notável perceber o quanto ela consegue parecer mais audaciosa na pele de Katherine, o grande amor do passado dos irmãos Salvatore, que aparece em flashbacks do século XIX e que ressurge vivíssima da Silva no fim da temporada. Embora se trate de uma mesma atriz interpretando duas personagens, é explícito quando estamos vendo uma e a outra, graças ao talento de Nina Dobrev. Em alguns momentos, aliás, até dá pra esquecer que é a mesma atriz interpretando. Isso sem falar que Nina é uma graça, um verdadeiro pitéu! 


Ian Somerhalder (e as mina pira) é sem dúvida o grande nome da série. Seu personagem é insuportavelmente carismático, e mesmo quando Damon age como um completo psicopata nós conseguimos dar risada de seu sarcasmo, sua marca registrada na série (sua “zoeiragem” com Crepúsculo e as referências ao mundo pop são hilárias!). Pra quem se lembrava do ator apenas como o nervosinho Boone de LOST, que só servia para tirar a meio-irmã Shannon de enrascadas, além de ser usado pela ilha como um sacrifício, é interessante notar o quanto ele evoluiu como profissional para o personagem principal de TVD. Vale lembrar que LOST teve seu último episódio lançado em 2010, e Somerhalder já vivia Damon Salvatore quando voltou a aparecer por lá como o Boone nos flashsideways que mostravam o “futuro” dos sobreviventes do voo 815 da Oceanic Airlines.


Dos três atores principais, Paul Wesley é com certeza o menos talentoso, o que não necessariamente prejudica a história, já que seu personagem Stefan é mesmo mais introspectivo. O “mocinho” nunca rende tantas possibilidades de interpretação quanto o vilão, e apesar daquela primeira impressão de que ele é um mau ator, o cara consegue convencer em cenas mais dramáticas do meio da primeira temporada para frente. Resisto em aceitar esse lance de que sempre “há luz na escuridão e trevas na luminosidade”, portanto tenho mais facilidade em torcer para Stefan do que para Damon em relação ao coração da heroína Elena, o que indica que o ator afinal, tem sim algum carisma.


 Independente de quem vai ficar com Mary Elena, do 5º episódio em diante já é bem fácil torcer pelo elenco todo, e aquele efeito The Walking Dead começa a nos tomar como espectador, rezando para que aquele personagem específico não morra. E apesar de ser uma série de certo modo leve e para toda a família (já que não mostra nudez ou cenas de sexo, pelo menos não mais que a novela das 9!!), morre bastante gente no decorrer dos 22 episódios, embora o sangue não jorre de maneira agressiva como acontece, por exemplo, em True Blood, onde o termo “família” não se aplica bem ao público do seriado.


Os 22 episódios fluem de maneira bem impactantes dentro do contexto da série, e cada capítulo ocorre sem grandes enrolações. Temos a clara noção de que estão nos querendo contar uma boa história ali, e não apenas ganhar números no ibope para o canal CW que transmite The Vampire Diaries. No decorrer da série diversos outros personagens são inseridos acrescentando mais vigor à história, como o professor de nome estranho Alaric Saltzman (Matthew Davis) que surge com a missão de caçar o vampiro que raptou sua esposa Isobel (Mia Kirshner), que mais tarde é revelada como (SPOILER) a verdadeira mãe de Elena, a vampira Annabelle (Malese Jow) que se envolve amorosamente com Jeremy após usá-lo para encontrar um meio de reviver sua mãe Pearl (Kelly Hu, a Lady Letal de X-Men 2), presa nos escombros abaixo da igreja após o incêndio que “vitimou” também Katherine, e o primeiro interesse romântico de Jeremy, a irmã de Matt e viciada em drogas Vicki Donovan (Kayla Ewell), que acaba tendo que ser sacrificada por Stefan após ser transformada em vampira por Damon e ameaçar matar Elena.


Ufa!

The Vampire Diaries possui diversos atrativos narrativos (mais para meninas, claro) e é uma boa série para se acompanhar periodicamente, essa aliás, uma especialidade do canal Warner. Comecei a acompanhar cheio de preconceitos do tipo “que série de menininha!”, “vampirinhos boiolas!”, mas acabei convencido pelo bom andamento dos episódios muito bem escritos e dirigidos. Assim como Arrow, Supernatural e porque não dizê-lo Smallville (todas da Warner, aliás) The Vampire Diaries é concebida para agradar mais o público feminino, mas não ofende o público masculino por conta disso. É ótima para acompanhar com a namorada e depois ver seus argumentos sobre a perfeição de Damon Salvatore caírem todos por terra quando você tentar convencê-la do contrário. Sinceramente, já vi muita série pior por aí e não me arrependi de ter começado a assistir a saga dos vampiros bonitões de Mystic Falls.

NOTA: 8

Ps. A magia é usada como muleta para tudo que é inexplicável na série e às vezes nossa inteligência é insultada com a facilidade com que Bonnie enfeitiça certos artefatos e convenientemente os fazem funcionar com sua magia. Nível Doutor Estranho, essa bruxinha!



Ps. 2 – bacana criarem outra fraqueza para os vampiros como a planta verbena, mas ao que me consta, essa porra nasce em Mystic Falls mais do que cai kryptonita em Metrópolis! Todo mundo tem um pouquinho em casa.

NAMASTE!

16 de setembro de 2013

Homem de Ferro: Rapto


Tony Stark sofre um enfarte que quase o mata. Seu coração já não funciona mais como antes, o que o leva a substituí-lo por um reator energético. Ele agora vive um romance com a intrépida Pepper Potts, com um medo irracional de perder uma das únicas pessoas que realmente lhe importam e totalmente decidido a prolongar sua frágil vida humana para que assim ele não falte a Pepper, Stark decide fazer o impensável: Substituir todas as partes de seu corpo por próteses biônicas!


É com esse plot bizarro que começa o arco “Rapto”, escrito por Alexander Irvine e competentemente desenhado por Lan Medina. Embora a edição da Panini não situe seu leitor de que ponto da cronologia do Homem de Ferro estamos, fica bem claro que a história não se passa na cronologia corrente da Marvel, o que nos leva a um interessante exercício de imaginação, semelhante aos bons e velhos “O que aconteceria se...” que a própria Marvel lançava de vez em quando colocando seus personagens em situações diferentes e as vezes até inusitadas numa viagem no túnel do tempo. Alguém se lembra da clássica “O que aconteceria se Gwen Stacy não tivesse morrido?” ou da bizarra “O que aconteceria se o Justiceiro matasse todo o Universo Marvel?”?


A total ignorância sobre o enredo da HQ quando a vi na banca se reforçou ainda mais com a falta de um texto explicativo sobre do que se tratava “Rapto”, e fiquei curioso ao folhear as páginas e me deparar com a arte de Lan Medina, um desenhista filipino de 52 anos conhecido por seu trabalho no Justiceiro do selo MAX da Marvel. Os desenhos chamam muito a atenção, e embora não cheguem ao nível de um Adi Granov (desenhista e designer da saga Extremis do Homem de Ferro) deixa pouco a dever ao desenhista bósnio. Tanto as figuras humanas quanto a tecnologia do laboratório de Tony Stark, bem como suas armaduras, são detalhadamente desenhadas por Medina, e seus traços firmes e limpos são complementados pelas cores de June Chung (que entre outros trabalhos também coloriu a saga Marvel Zombies).


Sim, Rodman, mas e quanto ao enredo?

É aí que o caldo engrossa!


Como foi dito, Tony Stark entra numa neura de melhorar sua própria fisiologia humana, o que o leva a se trancar no laboratório por dias, ignorando seus amigos James Rhodey, Dra. Serrano (a psicanalista de Stark) e até mesmo a própria Pepper. Preocupados com a saúde mental do bilionário que parece estar sofrendo uma depressão pós-traumática após o enfarte, seus amigos tentam de tudo para tirá-lo de lá, até que constatam que o pior aconteceu. Ao mandarem um técnico das Indústrias Stark até o laboratório, a pedido do próprio, Rhodey e Pepper chegam a conclusão que seu velho amigo resolveu avançar alguns degraus da evolução humana, tornando-se literalmente um Homem de Ferro!


Até sua metade, Rapto funciona muito bem, instigando o leitor a continuar acompanhando a história e até manipulando-o a chegar a certas conclusões (erradas, diga-se de passagem), e todos os pontos positivos que a HQ recebe ficam localizados nessa primeira metade. Daí pra frente o roteiro fica parecendo um samba do afrodescendente desprovido das faculdades mentais.


Rapto funciona como uma daquelas leituras rápidas e de fácil digestão, porém, apresenta conceitos inovadores para o universo do Homem de Ferro, como esse desejo que Stark desenvolve de querer viver para sempre, além de metáforas válidas a mitos (gregos) como o de Prometeu, que é condenado a ter seu fígado devorado eternamente por um abutre a mando de Zeus. Alexander Irvine vai muito longe, no entanto, quando insere o tal conceito “Mundo Stark”, e uma história que parece ter potencial de início se torna uma queda livre para o abismo ao inserir elementos fantásticos demais como um “além” e idas e vindas desse lugar. Embora Irvine perca a mão do roteiro na parte final do arco, alguns momentos valem muito a pena, como essa questão levantada sobre a mescla de homem/máquina, a luta entre o Máquina de Combate e o Homem de Ferro e claro, os desenhos de Medina, que salvam a história em muitos momentos. Pra quem espera um final feliz ao estilo Marvel que estamos acostumados, uma reviravolta nas últimas páginas consegue surpreender o leitor, o que marca mais alguns pontos para Rapto.


Rapto não é nenhuma obra-prima, mas para quem espera uma leitura rápida e bons desenhos é um prato cheio.

NOTA: 6


NAMASTE!  

7 de setembro de 2013

"The Flash" daria certo no cinema?


Em uma enquete que ficou no ar entre os meses de Julho e Agosto, o Blog do Rodman perguntou a seus leitores, ainda no clima do filme do Homem de Aço, qual outro herói da DC Comics merecia uma chance nos cinemas, e foram colocados na rinha o Flash, a Mulher Maravilha, o Caçador de Marte, o Aquaman e o Asa Noturna.

Em uma disputa que começou acirrada, o Asa Noturna, o ex-Robin e parceiro do Homem Morcego de Gotham começou a ganhar vantagem nos primeiros dias de votação, mas nas semanas seguintes foi ultrapassado pelo homem mais rápido do mundo, que acabou vencendo a enquete com 38% dos votos.


Segundo os leitores do Blog do Rodman, o Flash é o herói da DC com melhor potencial para ganhar uma chance nos cinemas, agora que Batman e Superman já estão consolidados na telona e que o Arqueiro Verde parece ter encontrado seu caminho na TV. 

Mas será que um filme do Corredor Escarlate conseguiria agradar a gregos e troianos? Será que a Warner conseguiria produzir um filme que fizesse jus aos quase 60 anos do personagem (se considerarmos apenas Barry Allen como Flash), ou teríamos outra bomba ao estilo Lanterna “I Know Right” Verde?


Embora as possibilidades de um filme bem dinâmico com o personagem pareçam grandiosas para a maioria dos fãs de quadrinhos, nem mesmo a Warner parece ter ânimo para apostar em um filme solo do Flash, o que ficou bem claro na última Comic-Con, quando então os criadores do seriado Arrow (cuja primeira temporada resenhei aqui) Greg Berlanti e Andrew Kreisberg anunciaram que Barry Allen faria aparição em alguns episódios, e que isso serviria de trampolim para uma série própria com o personagem escarlate, escrita pelos mesmos idealizadores de Arrow.


Segundo informações publicadas pelo canal The CW, Barry Allen será apresentado no seriado Arrow como um legista forense de Central City (a cidade do Flash nas HQs) e que será chamado para fazer algum tipo de investigação criminal em Starling City, o que o levará a se encontrar com o vigilante local “Capuz”, que até agora não foi chamado de Arqueiro Verde em nenhum momento da primeira temporada. Como acontecerá essa interação entre os dois personagens e como será tratado o fato de Barry adquirir poderes meta-humanos em uma série, que até agora, procurou manter o pé fincado na realidade, longe de características mais fantásticas, até esse momento não sabemos. 


Só podemos torcer para que os produtores de Arrow não transformem a série em uma nova Smallville (“Somebody Saaaaaaaave me!”) e que comecem a pipocar heróis uniformizados e poderosos a cada episódio só pra atrair o público, embora isso até fizesse sentido na história do Clark Kent adolescente de 40 anos. Já em Arrow, estragaria e muito o conceito do que foi apresentado até agora de um enredo mais coeso e realista.


Pra quem não se lembra, nos anos 90 houve uma tentativa de se criar um seriado do Flash, e se os episódios não podiam ser considerados obras de arte, ao menos serviram para popularizar o personagem entre o público “civil”. A partir de então, não havia um ser humano brasileiro que não chamasse o personagem de o “The Flash”, e assim ele ficou conhecido por muitos anos até a reeducação proporcionada pelo desenho da Liga da Justiça, onde o personagem era chamado apenas de "Flash".


A série estrelada pelo ator John Wesley Shipp é hoje considerada trash, mas para a época em que quase nada sobre super-heróis era produzido, quebrava um galhão, ainda mais se levarmos em conta que ao menos os episódios eram divertidos. O traje do Flash também era muito bem feito, e embora eu lembre bem pouco do conteúdo da série, me recordo que conheci a maioria dos conceitos do personagem nessa série, já que na época eu não tinha quase nada em quadrinhos sobre o Flash.


Posso dizer que o Flash da minha geração nem sequer se chamava Barry Allen, uma vez que na época em que comecei a acompanhar as aventuras do Corredor Escarlate, Allen já havia “morrido” na Crise nas Infinitas Terras e seu sobrinho Wally West (o Kid Flash) havia assumido o manto do Homem mais Rápido da Terra. A meu ver, aliás, West é até hoje o melhor Flash de todos. Ele começou como um moleque despreparado recém-saído dos Novos Titãs e aos poucos foi se tornando um dos mais importantes personagens a vestirem o traje vermelho, tanto que muitas das características como a Força de Aceleração (basicamente a fonte de poder do Flash), e a quebra da velocidade da luz foram mais bem conduzidas quando West estava por trás da máscara e Allen continuava no além-túmulo.


Hoje, com o reboot da DC, o Flash voltou a ser Barry Allen, e mesmo antes disso, o escritor Geoff Johns já tinha dado um jeito de limar a importância de Wally West para que seu Flash preferido voltasse a integrar o panteão de heróis clássicos da editora. 



Com Barry Allen de volta aos holofotes, resta saber como será construída sua relação com os demais personagens e quais vilões estarão presentes na série produzida pela Warner... Porque tirando o Flash Reverso, na galeria de vilões do personagem só tem bucha!


Os vilões buchas do Flash

Gostei muito da primeira temporada de Arrow, e acompanharei com ansiedade os próximos episódios à espera dessa interação do Flash/Barry Allen com Oliver Queen, estendendo a torcida também para a série solo do personagem que terá a supervisão do próprio Geoff Johns, que se tornou a mente criativa por trás da DC. Já que os planos para o filme do Corredor Escarlate estão temporariamente suspensos, vamos nos contentar com o que a Warner está nos proporcionando.  


NAMASTE! 

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