7 de junho de 2011

O Adeus de Ronaldo

Eu não acompanhei a trajetória do Pelé no futebol, não tive o privilégio de ver um jogo do Zico se quer, devo ter visto uns dois jogos do Maradona a minha vida toda e peguei a carreira do Romário da metade para frente. Todos os jogadores citados foram e são considerados até hoje os maiores ícones do futebol mundial, porém eu não pude acompanhá-los em campo como acompanhei Ronaldo Nazário de Lima, mais conhecido como Fenômeno!
O ciclo de Ronaldo se encerrou numa comemoração modesta até para o nível de uma estrela como ele no Estádio do Pacaembu, enquanto a Seleção Brasileira enfrentava a Romênia num jogo amistoso, porém esta comemoração fez jus ao que o cara sempre representou dentro e fora do gramado, uma pessoa acima de tudo humilde e que nunca renegou as origens.
Não dá pra negar que é triste ver um jogador que fez tanto pelo futebol (15 gols em Copas não é pra qualquer um!) encerrar sua carreira assim tão cedo, se considerarmos sua idade, e é mais triste ainda vê-lo ser forçado a parar devido a sua já não mais condizente forma física. As lesões ao longo da carreira, o desgaste e a superação dos limites marcaram Ronaldo tanto quanto seus momentos brilhantes com a bola nos pés, e hoje tudo isso se mostrou o grande inimigo do Fenômeno, mais até do que sua idade.
Reconheço o que o craque representou para o futebol (agora já dá pra usar o termo no passado), mas devo confessar que não era um grande fã de Ronaldo no passado por causa da "amarelada" na Copa de 98 e todos os escândalos que surgiram em seguida sobre a Seleção ter sido forçada a entregar o jogo da final para a França e que a Nike (que possui contrato vitalício com Ronaldo) estava por trás das armações como a grande articuladora. Talvez a verdade do que houve naquele frustrante jogo nunca venha à tona, mas ficou um gosto amargo na boca dos brasileiros, embora Ronaldo, talvez, não pudesse ser unicamente responsabilizado.
Aprendi com o tempo, no entanto, a respeitar a figura de Ronaldo em grande parte por aquela humildade que citei mais acima, sem estrelismos, e claro, pelo futebol que ele sempre demonstrou fazer parte do seu sangue, e fator indiscutível em sua trajetória. Tantos lances de tirar o fôlego, tantos gols memoráveis e decisivos... Impossível não manter na lembrança tudo que esse cara fez, seja vestindo a camiseta amarelinha, seja a do Barcelona ou a do Real Madrid.
Sinto-me saudoso já tal qual aconteceu na(s) despedida(s) de Michael Jordan das quadras ou de Michael Schumacher das pistas (embora ele tenha retornado depois), e vendo o jogo pela televisão aconteceu algo que eu já esperava que fosse acontecer: Passou um filme em minha cabeça com todos os jogos em que vi Ronaldo atuando. A admiração pela figura do jogador Ronaldo aumentou.
Independentemente do que Ronaldo fez fora dos gramados, dentro das quatro linhas ele foi único e vai permanecer insuperável por muito tempo, uma vez que o futebol de alto nível já não é mais jogado há muito tempo. O "futebol de várzea", o "futebol moleque" foi substituído por essa coisa quadrada e robótica que jogam os europeus, e os talentos individuais estão cada vez mais minguados, escondidos atrás dos milhões que fazem girar a indústria do futebol mundial. Até que Neymar, Pato, Ganso ou Lucas tenham a maturidade futebolística necessária para se tornarem ídolos (se é que se tornarão antes de se corromperem) Ronaldo continuará sendo insubstituível em seu hall inatingível, e nós, amantes do bom e velho futebol continuaremos saudosistas.
Parabéns a Ronaldo por sua trajetória e que o futuro nos reserve (embora eu duvide) outros bons momentos como os que você nos proporcionou na Copa de 2002, nos pés de outro jogador igualmente talentoso.


Valeu RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRonaldinho! Boa aposentadoria!



NAMASTE!

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