Esse é o mês do Demolidor no Blog do Rodman, e para homenagear o herói cego da Cozinha do Inferno, eu decidi ressuscitar uma série das antigas do Blog, a Galeria do Rodman, onde este que vos fala, publica (sem nenhuma pretensão) seus rabiscos artísticos.
Uma das primeiras HQs do Demolidor que botei a mão, foi a hoje clássica, Superaventuras Marvel nº 100 (que também comentei aqui no post sobre O Homem sem Medo do Frank Miller). A edição comemorativa publicada pela Editora Abril é inteirinha dedicada ao personagem, e mostra seis histórias de épocas diferentes para mostrar a evolução do Demônio ao longo das décadas, e como ele era retratado por seus diversos autores e desenhistas. Nessa edição tem desenhos do Gene Colan, Wally Wood, o mestre Gil Kane, Frank Miller, David Mazzucchelli e o cara que resolvi homenagear e com a qual tudo começou: Bill Everett!
Bill Everett, o pai da criança! |
A clássica Superaventuras Marvel e as cores invertidas |
O traço de Everett, ao melhor estilo Jack Kirby, embora menos rebuscado que o mesmo, apresenta linhas simples e uma perspectiva bem demarcada, tornando a anatomia do jovem Demolidor muito interessante. Nunca antes havia tido coragem de copiar aqueles traços, e dessa vez resolvi fazê-lo, aceitando o desafio de emular o estilo de um dos mais respeitados artistas que já passaram pela Marvel.
O desenho original foi todo feito à lápis (HB), e primeiramente rascunhei o posicionamento do personagem na folha A4, algo muito importante de se fazer, até para não acabar cortando nenhum pé, mão ou mesmo a cabeça. Depois do rascunho, reforcei o lápis já dando a forma do personagem, seu uniforme e o bastão.
Ao terminar essa etapa, defini o traço usando grafite 0,5, que permite um detalhamento, que por mais que o lápis esteja apontado, ele nunca alcança. Nessa hora eu costumo já fazer algumas hachuras que vão especificar o volume dos músculos e divisórias do traje.
O contorno do lápis e a separação entre luz e sombra começou à seguir, com minha caneta nanquim. É necessário um pouco mais de paciência e maior firmeza nas mãos para conseguir o detalhamento necessário, já pensando na digitalização e em como isso vai ficar em bitmap. Nas áreas onde o preto se espalha mais, usei nanquim com pincel e bico de pena e pouco depois apliquei as hachuras para tentar criar os volumes.
Após digitalizar o trabalho já inteiramente arte-finalizado, comecei os trabalhos de colorização, que desde que eu pintava com lápis de cor seco, era a minha parte favorita. Desta vez, diferente das artes que já apresentei aqui, não usei nada de lápis, e toda a cor foi aplicada com o auxílio do Photoshop (Aqui eu usei a versão CS6).
Após transformar a imagem de plano de fundo em camada, eu criei uma nova camada e comecei a aplicar as cores chapadas do desenho, sem qualquer efeito de sombra ou brilho.
Para não me atrapalhar durante o processo, criei uma layer para cada parte colorizada, e renomeei uma por uma para que depois soubesse o que era cada coisa.
Ainda dupliquei as camadas separadas para, enfim, aplicar os efeitos de sombreamento no uniforme do Demolidor, em especial na área vermelha, e por último realcei os brilhos dando volume ao desenho.
Criei um cenário urbano ao fundo (clássico nas capas do Demolidor) com uma cidade vetorizada, desfoquei a imagem e posicionei elipses à frente do personagem, como a representação de seu sentido de radar. Com a cidade desfocada ao fundo, é como se o herói estive captando os sons da cidade.
Só depois que terminei tudo é que reparei que as hachuras que tinha aplicado nas pernas do personagem e nos braços não tinham ficado legais, e resolvi eliminar o erro.
Como o desenho original já digitalizado possuía as tais hachuras, fui obrigado a vetorizar o desenho com a ajuda do Illustrator, e aproveitei para resolver as distorções de pixel que estavam me incomodando bastante, deixando o trabalho bem mais amador. As linhas vetoriais resolveram alguns problemas de imprecisão em meu traço original, e depois de feita essa etapa, exportei a imagem para o PSD e recolori tudo, agora já tendo removido as hachuras e as sombras excessivas na máscara do Demolidor.
*Bill Everett faleceu em 1973
NAMASTE!
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