21 de agosto de 2016

Rio 2016 - A Olimpíada do Brasil!


Em 2012 eu ainda tinha cabelo escrevi sobre o desempenho dos atletas brasileiros na famigerada Olimpíada de Londres, e de lá pra cá, pouca coisa mudou com relação a investimento e oportunidades no que se refere à questão de esportes olímpicos, mesmo assim, o Brasil pode se orgulhar de ter feito sua melhor participação nas Olimpíadas, conquistando 19 MEDALHAS, sendo 7 de OURO, 6 de PRATA e 6 de BRONZE.

Sim.

Tinha tudo para ser um fiasco televisionado para todo o mundo, mas assim como aconteceu na Copa do Mundo (igualmente sediada em terras tupiniquins) os organizadores provaram que podiam fazer milagres mesmo com pouco dinheiro de investimento. Afinal, o que são módicos R$ 37,7 Bilhões (a Copa 2014 custou R$ 25,6 Bilhões) para se fazer um evento desse calibre, não é mesmo?


APESAR das enormes adversidades, a Rio 2016 pode ser considerada um SUCESSO. Entre piadinhas engraçaralhas do Prefeito Eduardo Paes (canguru é a mãe!), problemas no Estádio Olímpico como as acomodações mal terminadas dos atletas estrangeiros, da comum falta de segurança nos arredores do mesmo Estádio e do assim encarado como “mal comportamento” da torcida brasileira, que foi acusada de mal educada pela maioria dos atletas que tiveram que aguentar vaias, gritos e xingos enquanto tentavam se concentrar para completar séries, ainda assim, entre mortos e feridos, salvaram-se todos, e a torcida se divertiu.


Numericamente falando, a Rio 2016 foi a nossa MELHOR OLIMPÍADA, considerando a quantidade de medalhas conquistadas. Sim, povo brasileiro! O Brasil NUNCA alcançou a 13ª posição no ranking geral e nem tampouco conquistou tantas medalhas douradas numa mesma edição. O mais próximo disso foi em Atenas, edição em que o Brasil trouxe para casa 5 douradas.


Em 2016, nossa primeira medalha de Prata saiu no TIRO! Felipe Wu, de 24 anos foi o primeiro medalhista na modalidade pistola de ar 10m DA HISTÓRIA do Brasil, e isso NO PRIMEIRO dia de competição. O esporte não é nada badalado em nosso país (exceto no mundo da criminalidade), mas claro que a medalha conquistada por Wu foi muito bem vinda.


A PRIMEIRA medalha de Ouro saiu no Judô, graças aos esforços de Rafaela Silva de 24 anos, que derrotou na final a atleta da Mongólia Sumya Dorjsuren, vencendo não só o desafio representado por sua adversária, como também toda a desconfiança e preconceito racial que sofreu desde que foi derrotada em Londres 2012.


O Boxe brasileiro também havia feito bonito em Londres (com três medalhas), e dessa vez foi representado (e MUITO BEM) pelo baiano Robson Conceição, de 27 anos, que sentou o braço no francês Sofiane Oumiha pela categoria leve (60 Kg) e trouxe o Ouro inédito.


Em 2016 tivemos medalhas inesperadas e grandes decepções por parte de atletas que tínhamos CERTEZA que trariam o Ouro olímpico, mas nenhum atleta foi tão subestimado quanto Thiago Braz, de 22 anos, que no Salto com Vara foi lá, fez sua parte e deixou para traz vários atletas gabaritados, alcançando a incrível marca de 6,03 metros. Sejam sinceros: Quem conhecia o jovem atleta de Marília – SP antes dos jogos de 2016? Agora ele entra para a história!


Com Torben e Lars Grael e Robert Scheidt o Brasil sempre teve alguma tradição na vela ao longo dos jogos olímpicos, e em 2016 não foi diferente. A sobrinha de Lars, Martine Grael e sua dupla Kahena Kunze trouxeram mais um Ouro para o Brasil na classe 49er FX da vela. A dupla bateu continência na hora de subir no degrau mais alto do pódio em respeito ao título militar que receberam por poder treinar no quartel e receber incentivo do Exército Brasileiro. 


O gesto ainda foi repetido no pódio nas conquistas de Alison e Bruno, que na areia, confirmou o favoritismo do Brasil no vôlei, vencendo a dupla italiana Nicolai e Lupo por 2 sets a 0 na final, o que garantiu mais um Ouro para o país varonil.


Desde 1992 em Barcelona, o Brasil NUNCA deixou de trazer uma medalha para casa com o vôlei, seja os de quadra (masculino e feminino) ou os de areia (masculino e feminino). Nossa tradição é tão grande, que há muito tempo somos considerados uma POTÊNCIA olímpica nesse esporte, e já colocamos na roda grandes adversários como os russos, os sérvios, os italianos e americanos. Em 2016, infelizmente as meninas do vôlei de quadra não conseguiram passar pela muralha da China chamada Ting Zhu de 21 anos, e saíram da competição sem NENHUMA medalha. Na praia, a dupla favorita Talita e Larissa foi derrotada no confronto pela medalha de Bronze pelas americanas Walsh e Ross após uma campanha de certo modo irregular. Sobrou para Ágatha e Bárbara (que derrotaram as mesmas Walsh e Ross) a disputa pelo Ouro, mas a segunda dupla feminina brasileira acabou parando no forte ataque das alemãs Ludwig e Walkenhorst, ficando apenas com a medalha de Prata.


Completamente desacreditada, e com uma campanha bem irregular ao longo da Rio 2016, a seleção do Bernardinho cresceu inacreditavelmente nas duas últimas partidas, e após despachar a Rússia com 3 sets a 0 na semifinal e a Itália na emocionante partida valendo o Ouro, o Brasil se tornou Tri-Campeão Olímpico (92-04-16), tirando aquele gosto amargo que havia ficado em Londres com a virada no final que nos custou o Ouro. Serginho aos 40 anos, foi coroado com um segundo Ouro olímpico, e se despede da seleção em GRANDE ESTILO. Já pelo lado da nova geração, fica claro o nosso agradecimento a força de Lucão, Lipe, Walace e Lucarelli, que jogou no sacrifício com várias dores musculares, mas que ajudou o time a conquistar o lugar mais alto do pódio.


E o futebol, hein?

Em 2012 a Seleção feminina passou em branco pelo quadro de medalhas, e em 2016, apesar do apoio popular da torcida que viu na artilheira Marta a esperança olímpica, a Seleção acabou caindo na disputa pelo Bronze. Ao lado das igualmente guerreiras Cristiane e Formiga e da excelente goleira Bárbara, Marta não conseguiu superar a força das canadenses e o time brasileiro foi derrotado por 2x1 após a vitória suada e emocionante contra as australianas pelas quartas de final nos pênaltis e a derrota para as suecas (também nos pênaltis) nas semifinais. As meninas pediram emocionadamente para que a torcida brasileira NÃO DESISTISSE delas após o resultado negativo, e com a falta de apoio midiática elas não têm nada do que se envergonhar. O Brasil é quem está em falta com elas.

O mundo dá voltas, não é queridinha?


Nem eu e nem NINGUÉM que gosta de futebol esperava que a Seleção Masculina fosse sequer chegar ao pódio, e olha só o que aconteceu!

Desacreditada desde os 7x1 da Copa do Mundo de 2014 e pelos resultados pífios nas últimas competições que disputou, a Seleção Masculina de Futebol chegou execrada nas Olimpíadas, com direito a troca de camisas do Neymar pelas de Marta por parte da torcida. Mascarados e peladeiros eram os apelidos preferidos das jovens “estrelas” que contavam em seu elenco com Gabigol e Gabriel Jesus, os mais criticados ao longo da Rio 2016. Neymar e sua eterna troca de farpas com torcedores e representantes da mídia esportiva foi o mais cobrado de todos, e assumiu a posição de Capitão sem qualquer confiança. 


Com duas partidas sem marcar gol contra duas seleções consideradas fracas (África do Sul e Iraque), o time caiu em desgraça total, ainda mais comparado às meninas da seleção, que àquela altura goleavam todas as adversárias. Marta > Neymar era a hashtag preferida de 11 entre 10 brasileiros, mas o jogo virou quando a seleção goleou a Dinamarca (4X0), escorraçou Honduras (6X0) nas quartas e venceu a Alemanha na final, após defesa EXCEPCIONAL do goleiro Weverton, que assumiu a vaga após a lesão que tirou Fernando Prass das Olimpíadas. Após o resultado de 1X1 no tempo regulamentar e na prorrogação, a disputa de pênaltis foi inevitável, e no último chute da Alemanha, o goleiro acabou levando a melhor, jogando para Neymar a responsabilidade de converter a última cobrança e garantir o Ouro inédito para a seleção pentacampeã do mundo. Para alguns, a “selecinha” dos mascarados e milionários não fez mais do que sua obrigação, até porque de todos os atletas brasileiros que disputam as Olimpíadas, eles têm os salários mais gordos e o incentivo mais invejado por parte do governo e da mídia. Você se lembra de algum ano em que não se teve cobertura de campeonatos de futebol no Brasil?


E não só de Ouro vivem os atletas olímpicos. Para atingirmos a melhor colocação nas Olimpíadas de todos os tempos, os atletas de Prata e Bronze também precisaram se esforçar MUITO. O que dizer do baiano Isaquias Queiroz que se tornou o PRIMEIRO brasileiro a ganhar TRÊS MEDALHAS em uma mesma edição dos jogos, conquistando duas de prata e uma de bronze na canoagem?


E de Rafael “Baby” Silva que conquistou sua segunda medalha de bronze em Olimpíadas no Judô (peso pesado)?


E de Mayra Aguiar que também repetiu seu feito em Londres, conquistando o bronze em 2016?


E do nosso campeão Arthur Zanetti da ginástica artística, que trouxe a prata?


E de Poliana Okimoto que descolou um Bronze após a desclassificação de uma atleta francesa na maratona aquática?


E da COMEMORADA medalha de Prata (com gosto de Ouro) conquistada por Diego Hypólito na ginástica artística após os fracassos de Pequim e de Londres? Coadjuvante até então, Arthur Nory conquistou a medalha de bronze na MESMA prova em que Hypólito levou a prata, e foi emocionante ver a bandeira brasileira tremular duas vezes na mesma competição.


Na reta final dos jogos olímpicos o taekwondo conquistou mais uma medalha de bronze, e o autor do feito foi Maicon Andrade de 23 anos, que antes disso, não estava nem entre os 10 melhores do ranking de sua categoria.


O Brasil só tem a agradecer a esses guerreiros olímpicos, que contra todas as ADVERSIDADES conseguiram arrancar 19 medalhas no ranking olímpico contra as potências representadas por Estados Unidos (121 medalhas), Grã-Bretanha (67 medalhas) e da China (70 medalhas).Talvez nunca cheguemos a ser tão grandes quanto eles, talvez nunca tenhamos a mesma disciplina e garra que eles têm, talvez nunca formemos Usain Bolts, Michael Phelps e Simones Biles por aqui, mas uma coisa é certa: Sempre seremos capazes de cair e nos levantar, mostrando que no quesito competição, somos IMBATÍVEIS!

Obrigado a todos os atletas pela festa linda que foi a Rio 2016. A disputa olímpica provou que corrupção, mandos e desmandos nunca poderão ser mais importantes que o ESPORTE.

Ps.: Assim como muitos de vocês, eu não pude acompanhar nem 50% da cobertura da Rio 2016, e olhe que eu tinha acesso a 16 CANAIS de transmissão da SporTV. ¬¬’

Ps.2: Eu também estava achando que os jogos olímpicos no Rio iam ser um fiasco até ver a Festa de Abertura e queimar a língua. Toma no cu aí, Rodman!

Ps.3 – Por falar em festa de abertura... Ivete > Anitta!

NAMASTE!


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