Mostrando postagens com marcador Crítica. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Crítica. Mostrar todas as postagens

21 de agosto de 2016

Rio 2016 - A Olimpíada do Brasil!


Em 2012 eu ainda tinha cabelo escrevi sobre o desempenho dos atletas brasileiros na famigerada Olimpíada de Londres, e de lá pra cá, pouca coisa mudou com relação a investimento e oportunidades no que se refere à questão de esportes olímpicos, mesmo assim, o Brasil pode se orgulhar de ter feito sua melhor participação nas Olimpíadas, conquistando 19 MEDALHAS, sendo 7 de OURO, 6 de PRATA e 6 de BRONZE.

Sim.

Tinha tudo para ser um fiasco televisionado para todo o mundo, mas assim como aconteceu na Copa do Mundo (igualmente sediada em terras tupiniquins) os organizadores provaram que podiam fazer milagres mesmo com pouco dinheiro de investimento. Afinal, o que são módicos R$ 37,7 Bilhões (a Copa 2014 custou R$ 25,6 Bilhões) para se fazer um evento desse calibre, não é mesmo?


APESAR das enormes adversidades, a Rio 2016 pode ser considerada um SUCESSO. Entre piadinhas engraçaralhas do Prefeito Eduardo Paes (canguru é a mãe!), problemas no Estádio Olímpico como as acomodações mal terminadas dos atletas estrangeiros, da comum falta de segurança nos arredores do mesmo Estádio e do assim encarado como “mal comportamento” da torcida brasileira, que foi acusada de mal educada pela maioria dos atletas que tiveram que aguentar vaias, gritos e xingos enquanto tentavam se concentrar para completar séries, ainda assim, entre mortos e feridos, salvaram-se todos, e a torcida se divertiu.


Numericamente falando, a Rio 2016 foi a nossa MELHOR OLIMPÍADA, considerando a quantidade de medalhas conquistadas. Sim, povo brasileiro! O Brasil NUNCA alcançou a 13ª posição no ranking geral e nem tampouco conquistou tantas medalhas douradas numa mesma edição. O mais próximo disso foi em Atenas, edição em que o Brasil trouxe para casa 5 douradas.


Em 2016, nossa primeira medalha de Prata saiu no TIRO! Felipe Wu, de 24 anos foi o primeiro medalhista na modalidade pistola de ar 10m DA HISTÓRIA do Brasil, e isso NO PRIMEIRO dia de competição. O esporte não é nada badalado em nosso país (exceto no mundo da criminalidade), mas claro que a medalha conquistada por Wu foi muito bem vinda.


A PRIMEIRA medalha de Ouro saiu no Judô, graças aos esforços de Rafaela Silva de 24 anos, que derrotou na final a atleta da Mongólia Sumya Dorjsuren, vencendo não só o desafio representado por sua adversária, como também toda a desconfiança e preconceito racial que sofreu desde que foi derrotada em Londres 2012.


O Boxe brasileiro também havia feito bonito em Londres (com três medalhas), e dessa vez foi representado (e MUITO BEM) pelo baiano Robson Conceição, de 27 anos, que sentou o braço no francês Sofiane Oumiha pela categoria leve (60 Kg) e trouxe o Ouro inédito.


Em 2016 tivemos medalhas inesperadas e grandes decepções por parte de atletas que tínhamos CERTEZA que trariam o Ouro olímpico, mas nenhum atleta foi tão subestimado quanto Thiago Braz, de 22 anos, que no Salto com Vara foi lá, fez sua parte e deixou para traz vários atletas gabaritados, alcançando a incrível marca de 6,03 metros. Sejam sinceros: Quem conhecia o jovem atleta de Marília – SP antes dos jogos de 2016? Agora ele entra para a história!


Com Torben e Lars Grael e Robert Scheidt o Brasil sempre teve alguma tradição na vela ao longo dos jogos olímpicos, e em 2016 não foi diferente. A sobrinha de Lars, Martine Grael e sua dupla Kahena Kunze trouxeram mais um Ouro para o Brasil na classe 49er FX da vela. A dupla bateu continência na hora de subir no degrau mais alto do pódio em respeito ao título militar que receberam por poder treinar no quartel e receber incentivo do Exército Brasileiro. 


O gesto ainda foi repetido no pódio nas conquistas de Alison e Bruno, que na areia, confirmou o favoritismo do Brasil no vôlei, vencendo a dupla italiana Nicolai e Lupo por 2 sets a 0 na final, o que garantiu mais um Ouro para o país varonil.


Desde 1992 em Barcelona, o Brasil NUNCA deixou de trazer uma medalha para casa com o vôlei, seja os de quadra (masculino e feminino) ou os de areia (masculino e feminino). Nossa tradição é tão grande, que há muito tempo somos considerados uma POTÊNCIA olímpica nesse esporte, e já colocamos na roda grandes adversários como os russos, os sérvios, os italianos e americanos. Em 2016, infelizmente as meninas do vôlei de quadra não conseguiram passar pela muralha da China chamada Ting Zhu de 21 anos, e saíram da competição sem NENHUMA medalha. Na praia, a dupla favorita Talita e Larissa foi derrotada no confronto pela medalha de Bronze pelas americanas Walsh e Ross após uma campanha de certo modo irregular. Sobrou para Ágatha e Bárbara (que derrotaram as mesmas Walsh e Ross) a disputa pelo Ouro, mas a segunda dupla feminina brasileira acabou parando no forte ataque das alemãs Ludwig e Walkenhorst, ficando apenas com a medalha de Prata.


Completamente desacreditada, e com uma campanha bem irregular ao longo da Rio 2016, a seleção do Bernardinho cresceu inacreditavelmente nas duas últimas partidas, e após despachar a Rússia com 3 sets a 0 na semifinal e a Itália na emocionante partida valendo o Ouro, o Brasil se tornou Tri-Campeão Olímpico (92-04-16), tirando aquele gosto amargo que havia ficado em Londres com a virada no final que nos custou o Ouro. Serginho aos 40 anos, foi coroado com um segundo Ouro olímpico, e se despede da seleção em GRANDE ESTILO. Já pelo lado da nova geração, fica claro o nosso agradecimento a força de Lucão, Lipe, Walace e Lucarelli, que jogou no sacrifício com várias dores musculares, mas que ajudou o time a conquistar o lugar mais alto do pódio.


E o futebol, hein?

Em 2012 a Seleção feminina passou em branco pelo quadro de medalhas, e em 2016, apesar do apoio popular da torcida que viu na artilheira Marta a esperança olímpica, a Seleção acabou caindo na disputa pelo Bronze. Ao lado das igualmente guerreiras Cristiane e Formiga e da excelente goleira Bárbara, Marta não conseguiu superar a força das canadenses e o time brasileiro foi derrotado por 2x1 após a vitória suada e emocionante contra as australianas pelas quartas de final nos pênaltis e a derrota para as suecas (também nos pênaltis) nas semifinais. As meninas pediram emocionadamente para que a torcida brasileira NÃO DESISTISSE delas após o resultado negativo, e com a falta de apoio midiática elas não têm nada do que se envergonhar. O Brasil é quem está em falta com elas.

O mundo dá voltas, não é queridinha?


Nem eu e nem NINGUÉM que gosta de futebol esperava que a Seleção Masculina fosse sequer chegar ao pódio, e olha só o que aconteceu!

Desacreditada desde os 7x1 da Copa do Mundo de 2014 e pelos resultados pífios nas últimas competições que disputou, a Seleção Masculina de Futebol chegou execrada nas Olimpíadas, com direito a troca de camisas do Neymar pelas de Marta por parte da torcida. Mascarados e peladeiros eram os apelidos preferidos das jovens “estrelas” que contavam em seu elenco com Gabigol e Gabriel Jesus, os mais criticados ao longo da Rio 2016. Neymar e sua eterna troca de farpas com torcedores e representantes da mídia esportiva foi o mais cobrado de todos, e assumiu a posição de Capitão sem qualquer confiança. 


Com duas partidas sem marcar gol contra duas seleções consideradas fracas (África do Sul e Iraque), o time caiu em desgraça total, ainda mais comparado às meninas da seleção, que àquela altura goleavam todas as adversárias. Marta > Neymar era a hashtag preferida de 11 entre 10 brasileiros, mas o jogo virou quando a seleção goleou a Dinamarca (4X0), escorraçou Honduras (6X0) nas quartas e venceu a Alemanha na final, após defesa EXCEPCIONAL do goleiro Weverton, que assumiu a vaga após a lesão que tirou Fernando Prass das Olimpíadas. Após o resultado de 1X1 no tempo regulamentar e na prorrogação, a disputa de pênaltis foi inevitável, e no último chute da Alemanha, o goleiro acabou levando a melhor, jogando para Neymar a responsabilidade de converter a última cobrança e garantir o Ouro inédito para a seleção pentacampeã do mundo. Para alguns, a “selecinha” dos mascarados e milionários não fez mais do que sua obrigação, até porque de todos os atletas brasileiros que disputam as Olimpíadas, eles têm os salários mais gordos e o incentivo mais invejado por parte do governo e da mídia. Você se lembra de algum ano em que não se teve cobertura de campeonatos de futebol no Brasil?


E não só de Ouro vivem os atletas olímpicos. Para atingirmos a melhor colocação nas Olimpíadas de todos os tempos, os atletas de Prata e Bronze também precisaram se esforçar MUITO. O que dizer do baiano Isaquias Queiroz que se tornou o PRIMEIRO brasileiro a ganhar TRÊS MEDALHAS em uma mesma edição dos jogos, conquistando duas de prata e uma de bronze na canoagem?


E de Rafael “Baby” Silva que conquistou sua segunda medalha de bronze em Olimpíadas no Judô (peso pesado)?


E de Mayra Aguiar que também repetiu seu feito em Londres, conquistando o bronze em 2016?


E do nosso campeão Arthur Zanetti da ginástica artística, que trouxe a prata?


E de Poliana Okimoto que descolou um Bronze após a desclassificação de uma atleta francesa na maratona aquática?


E da COMEMORADA medalha de Prata (com gosto de Ouro) conquistada por Diego Hypólito na ginástica artística após os fracassos de Pequim e de Londres? Coadjuvante até então, Arthur Nory conquistou a medalha de bronze na MESMA prova em que Hypólito levou a prata, e foi emocionante ver a bandeira brasileira tremular duas vezes na mesma competição.


Na reta final dos jogos olímpicos o taekwondo conquistou mais uma medalha de bronze, e o autor do feito foi Maicon Andrade de 23 anos, que antes disso, não estava nem entre os 10 melhores do ranking de sua categoria.


O Brasil só tem a agradecer a esses guerreiros olímpicos, que contra todas as ADVERSIDADES conseguiram arrancar 19 medalhas no ranking olímpico contra as potências representadas por Estados Unidos (121 medalhas), Grã-Bretanha (67 medalhas) e da China (70 medalhas).Talvez nunca cheguemos a ser tão grandes quanto eles, talvez nunca tenhamos a mesma disciplina e garra que eles têm, talvez nunca formemos Usain Bolts, Michael Phelps e Simones Biles por aqui, mas uma coisa é certa: Sempre seremos capazes de cair e nos levantar, mostrando que no quesito competição, somos IMBATÍVEIS!

Obrigado a todos os atletas pela festa linda que foi a Rio 2016. A disputa olímpica provou que corrupção, mandos e desmandos nunca poderão ser mais importantes que o ESPORTE.

Ps.: Assim como muitos de vocês, eu não pude acompanhar nem 50% da cobertura da Rio 2016, e olhe que eu tinha acesso a 16 CANAIS de transmissão da SporTV. ¬¬’

Ps.2: Eu também estava achando que os jogos olímpicos no Rio iam ser um fiasco até ver a Festa de Abertura e queimar a língua. Toma no cu aí, Rodman!

Ps.3 – Por falar em festa de abertura... Ivete > Anitta!

NAMASTE!


24 de dezembro de 2015

Eu ODEIO o Natal


Sim, eu odeio o Natal. E ao contrário do que possa parecer, eu não tenho nada exatamente contra o grande homenageado por essa data (embora se saiba que Ele não nasceu exatamente no dia 25 de Dezembro). Há muito tempo o Natal se tornou uma data puramente comercial, cujo símbolo máximo, o Papai Noel, representa fartura, gastos desnecessários, cartões de crédito estourados e muita, MUITA comida na mesa. Não sejam hipócritas... Quem em sã consciência hoje em dia comemora o Natal apenas pensando no que o nascimento de Cristo representa, não se importando com os presentes que você OBRIGATORIAMENTE tem que comprar para fulano ou sicrano de acordo com as regras estabelecidas pela sociedade de consumo ou com a mesa abarrotada de comida para servir os parentes que você nunca vê durante o restante do ano?

Sejam sinceros!

E afinal, o que representa o nascimento de Cristo?


É dito que Ele nasceu sob a vontade de Deus para que o mundo fosse influenciado por sua bondade plena e que assim se tornasse um lugar melhor para se viver. Mais tarde, esse mesmo Filho de Deus faria o sacrifício máximo de dar sua própria vida para salvar o mundo do pecado e das injustiças, e... Bem... Olhando um pouco para fora da janela de casa, não dá pra dizer que isso realmente tenha dado certo.

Não... As pessoas estão cada vez mais distantes umas das outras, as injustiças continuam acontecendo sem qualquer punição, nação briga contra nação POR CAUSA da fé cega em um “Deus” que os manda se explodir para que consigam seu lugar no céu, a intolerância continua comandando a vontade da humanidade em vários setores (sexual, racial, social...) e ninguém se torna melhor indo ao shopping e voltando para casa abarrotado de compras de Natal.


Sim, eu odeio o Natal.

Dizem também que o Natal serve para reunir a família em harmonia e paz, mas essa é a data mais triste e melancólica do ano inteiro. Tudo remete a tristeza, as músicas, os votos falsos que recebemos de “Feliz Natal” de pessoas que costumeiramente estão cagando e andando pra você o restante dos dias, o brilho das luzinhas dos enfeites, o pinheiro... Não há memórias felizes dessa época do ano. É tudo frio e distante.


O simples fato de sair de casa é um martírio. Lojas, supermercados e shoppings se tornam um imenso campo de refugiados, como se o Natal significasse escassez de alimentos e mantimentos, como se a data lembrasse que o apocalipse zumbi está próximo. Comprar uma simples lata de creme de barbear se torna uma batalha extenuante para se chegar ao caixa, enquanto pessoas se acotovelam carregando caixas e mais caixas de panetone... Que sim, sobram nas lojas até Fevereiro.  Então pra que esse desespero de correr para comprar? Consumismo, baby. Ah, o consumismo cego!

E a atitude das pessoas?


A atitude de algumas pessoas é o que mais odeio nessa época do ano. Querendo mostrar que estão felizes pela data, as pessoas começam a explodir fogos nos céus (e as vezes até em nosso quintal!) já por volta das onze horas do dia 24, e não param mais até que chegue o dia 26. Disputando atenção dos fogueteiros (que devem ter orgasmos ouvindo as explosões!) estão os motoqueiros com seus escapamentos desregulados de propósito, subindo e descendo sua rua causando um ruído que dói nos ossos. Juro... dessa forma, não tem cristão que consiga ter pensamentos felizes com o Natal. Enquanto seu vizinho comemora ouvindo o mais novo lançamento do Wesley Safadão, tudo que você consegue pensar é no preço de uma UZI ou de uma Minigun carregada, e no bem que você poderia fazer a si mesmo atirando com elas.


Eu odeio o Natal por todo esse conjunto de absurdos com a qual temos que conviver nesse período do ano, e nada do que você diga vai me fazer mudar de ideia. As pessoas ficam condicionadas a serem idiotas, e as redes sociais e a mídia em geral se tornam um show de horror e falsidade. Algum alento à vista? Não, amigo. O final de ano está chegando, e o inferno vai continuar!

Feliz Natal para você também!


NAMASTE!

5 de agosto de 2013

A corrupção do Heroismo



Herói – 1.Homem extraordinário pelos feitos guerreiros, valor ou magnanimidade.
2.Protagonista de obra literária.

Magnânimo - Que tem ou denota grandeza de alma; generoso.

Fui uma criança que cresceu lendo histórias em quadrinhos de super-heróis, e como tal, aprendi a admirar os valores dos meus personagens preferidos e passei a seguir seus preceitos em minha vida real, já que não havia pessoas próximas a mim que me inspirassem da mesma forma.

Durante a minha alfabetização e mesmo depois, o Superman, o Homem Aranha, o Capitão América e os Vingadores já faziam parte do meu imaginário, e todos eles me ajudavam a ser o melhor que eu podia com seus exemplos de nunca matar, respeitar o próximo e dar o braço a torcer quando a situação exigisse. Cresci vendo Peter Parker sendo esculachado na escola pelo Flash Thompson e não revidar, mesmo sabendo que podia, vi Steve Rogers ser criticado por pegar leve com seus inimigos e vi o Superman mostrar a todos que não eram seus super poderes quase divinos que faziam dele o maior super-herói de todos os tempos, e sim a força de seu caráter e suas convicções.


O mundo atual é outro. Força de caráter, integridade, respeito pela vida humana e condescendência estão fora de moda, tais virtudes e preceitos já não convencem mais a maioria das pessoas que consomem quadrinhos e filmes baseados em super-heróis, e isso faz com que o mercado se volte para esse novo público, dando a eles o que eles querem.


Em entrevista recente, enquanto anunciava sua contratação pela Boom Comics!, o mestre George Perez, responsável pelas memoráveis Crise nas Infinitas Terras e Vingadores X Liga da Justiça, comentou um pouco sobre sua visão do atual mercado de quadrinhos e a razão pela qual ele deu as costas a DC Comics, editora que trabalhou durante um longo período de sua carreira como desenhista:

“Muitos dos personagens que eu cresci lendo e aprendendo a amar se tornaram completos estranhos pra mim… Suas aventuras são determinadas por fatores que cada dia tem menos a ver com o que conhecemos como “uma boa história em quadrinhos” e mais a ver com a forma como essas propriedades podem ser exploradas para outros fins.As decisões finais no mundo das HQs está a cada dia mais longe do âmbito editorial, Warner e Disney acreditam que podem fazer melhor o nosso trabalho, e eles são os donos do dinheiro!”

Qualquer um que tem mais de vinte anos e que lê as HQs atuais sabe do que Perez está falando. A maioria dos personagens hoje está descaracterizada e os roteiros escritos para eles não seguem sequer minimamente o que eles já representaram, o que é triste. O Capitão América do Universo 616 (tradicional) está cada vez mais parecido com o da sua versão Ultimate, e não só na aparência. Ao assumir o comando da SHIELD, Steve Rogers tornou-se mais linha dura, e mesmo com sua essência de escoteiro ainda mantida, seus atos tornaram-se mais violentos e menos consequentes, o que é de se espantar naquele que sempre foi tido com um símbolo da Marvel.


Outro que foi modernizado para agradar os fãs foi o Homem Aranha, que em sua fase atual (ainda inédita no Brasil) tem sua mente dominada pelo Dr. Octopus e se denomina Homem Aranha Superior, o que tem sido um choque para as velhas gerações de fãs que acompanham o personagem. 



Mais agressivo e com métodos pouco ortodoxos de combater o crime, o “Superior” já é tido para muitos como a melhor versão do herói aracnídeo, o que é curioso, uma vez que Joe Quesada, o diretor-chefe da Marvel, acabou com o casamento de Peter e Mary Jane na polêmica “One More Day” (resenhada por mim aqui) justamente para fazer um update nas histórias do personagem, mas o que acabou funcionando não foi o Peter Parker pobre e solteiro, e sim o Doutor Octopus (um vilão desde os primórdios) agindo como o herói aracnídeo. Quem diria que eu viveria para assistir um Homem Aranha matador fazer sucesso com a molecada!


Mesmo no cinema as coisas andaram meio negras para os super-heróis, e com isso vimos o Demolidor do Ben Affleck deixando o bandido “Quesada” morrer nos trilhos do metrô, o Batman deixando o Ra’s Al Ghul morrer dentro de um trem e mesmo o Capitão América fazendo picadinho de um soldado da Hidra na hélice de um avião. Mesmo que levemos em consideração que em filmes de ação a morte dos “malvados” seja motivo de comemoração, não dá pra deixar passar o quanto isso soa estranho para quem conhece a fundo as personalidades de nossos heróis.


As mudanças temporárias de status como o já finado “Reinado Sombrio” que colocaram vilões como Norman Osborn e Venom na “crista da onda” da popularidade da Marvel e as mudanças de marketing que refizeram todo o universo DC no polêmico Reboot pelo qual a editora passou após os eventos da saga “Flashpoint”, vieram para pavimentar de vez esse novo conceito de heróis cascas-grossas, o que sepulta cada vez mais os velhos super-heróis com a qual cresci e aprendi tanto sobre o valor da vida.  


O que me motivou a escrever esse post além das declarações de George Perez, foi na verdade o filme Man of Steel e seu polêmico final, onde um Superman não vê outra saída senão tirar a vida do General Zod. Essa atitude do personagem gerou uma discussão acalorada nas redes sociais e nos fóruns de sites especializados, e vi muita gente defendendo sua decisão com a desculpa de que “era uma guerra, ele tinha que matar mesmo!” ou então “finalmente um Superman macho!”. O próprio Zack Snyder, diretor de Man of Steel veio a público explicar sua decisão de fazer com que o Superman matasse Zod:

“...O roteiro original terminava com Zod voltando para a Zona Fantasma e desaparecendo. E eu disse ‘não, o Superman tem que matá-lo’. Ele tinha que matar porque o mundo não é mais o mesmo que era quando ele foi criado – ou quando o primeiro filme saiu. A inocência acabou.
 Não há o que fazer com ele. Isso muda o Superman de maneiras que o tornam muito mais interessante.”

Resumindo: “Maaaassa, veio!”.



Snyder praticamente sepultou o conceito que o Superman trazia consigo desde sua revitalização lá pelos anos 50, e jogou na cara de quem quisesse ouvir que esse era o Superman que nós merecemos atualmente. Não é bem que eu discorde que a humanidade hoje está atolada bem fundo na merda da falta de educação, da corrupção moral, da falta de ideais e da honradez, mas não seria justamente esse o momento em que clamaríamos por símbolos de bondade e de esperança? Não seria esse o momento em que mais precisaríamos de nossos heróis de verdade?

Como disse na resenha sobre o filme Man of Steel, esse novo Superman não inspira ninguém, e ainda ensina as crianças que, na dúvida, mate seu inimigo, pois ele não hesitaria em fazer o mesmo com você.


 Por ser muito ligado a esse universo de super-heróis desde muito pequeno, hoje me vejo em dificuldades para aceitar que meus heróis morreram de overdose e que meus inimigos estão no poder mudaram, e que eles agora atendem o clamor do público por sangue. Não sou puritano ao ponto de não aceitar personagens violentos ou de virar o rosto toda vez que jorra sangue na telona. Aliás, pelo contrário. Assim como cresci lendo HQs cujo público prioritário era o infantil, eu também fui doutrinado na lei da porrada e do tiroteio, vendo meus outros heróis do cinema matando geral em filmes como Rambo, Exterminador do Futuro e Robocop.


“Se você gosta de filmes brucutus, qual o problema em ver o Superman matando, Rodman? Como você é fresco!”

Não é que eu não aceite bem personagens que resolvem tudo no tiro e na grosseria. Eu até gosto deles. Vibrei com os dois Mercenários (resenhados aqui e aqui), até hoje vejo filmes de tiroteio em busca daquela zerada de QI do final de semana, e ainda considero Schwarzenegger, Stallone e Bruce Willis meus grandes heróis do cinema (de uma época onde filmes com super-heróis eram raros). A questão é que eu sei diferenciá-los, e meu perfil se encaixa mais com os princípios de um Homem Aranha do que de um Rambo.


Wolverine, Justiceiro e Lobo são ótimos personagens das HQs, quem não se diverte com o rastro de corpos que os três deixam por onde passam? No entanto, é importante saber que na ficção tudo é válido e o que estou trazendo aqui para discussão é o fato de que certos heróis como Superman, Homem Aranha e Capitão América deveriam continuar simbolizando aquilo para o qual eles foram criados. Desenvolver um roteiro onde o Logan retalha vilões e pára para fumar um charuto é algo natural nos gibis, mas qual a necessidade de se escrever Clark Kent matando alienígenas indiscriminadamente ou de mostrar Peter Parker adotando métodos que antes o colocavam contra caras como o próprio Wolverine?


Temos ótimos personagens violentos para destrincharmos suas personalidades (ou a falta de), não acho que seja necessário transformar todos eles, mesmo os bons, em personagens ignorantes e mal encarados. A meu ver, isso só denota uma completa falta de criatividade e um desespero grande em atender demandas de mercado. Como disse George Perez, escrever boas histórias está em último plano das editoras atualmente, o que importa é o que vende, e como hoje qualquer lixo vende...


Aceito que tudo que é feito atualmente com relação a super-heróis não é mais para caras da minha idade. Até aceito que meus conceitos de vida estejam ultrapassados e obsoletos, mas não escondo o quanto atos de bravura e coragem me emocionam nos cinemas e nas HQs, e o quanto vou ao cinema na esperança de vê-los nem que sejam em uma ceninha pós-crédito. Fui ao cinema esperando ver o melhor filme do ano com o Superman, e como resposta tive um bom filme de ação e ficção científica, porém sem qualquer alma.


Mesmo na sanha de fazer bilheteria e tirar seus estúdios da lama, outros filmes de super-heróis conseguiram me atingir de forma muito mais direta no quesito emoção. A cena de Homem Aranha 2, dirigido por Sam Raimi, em que Peter dá tudo de si para impedir a tragédia com o trem está até hoje na minha lista das mais bem executadas de todos os tempos. Não há como não se emocionar com aquela sequência em que o Aranha detém o trem sozinho e depois é reverenciado pela população que reconhece nele um verdadeiro herói. 


Sem vergonha digo que vou as lágrimas.


Uma das cenas finais de Vingadores (resenhado aqui) também mostra o reconhecimento das pessoas com relação ao salvamento feito pelos heróis, e revendo o filme recentemente fiquei emocionado em perceber que houve um cuidado para que, mesmo diante de toda a galhofa do filme, os personagens não fossem descaracterizados. Em meio ao caos o Capitão América se esforça para ajudar as pessoas do ataque chitauri, não porque ele quer, mas sim porque ele sabe que deve fazer aquilo. Para mim isso é ser um herói, qualquer deturpação nesse conceito é desespero para se lucrar e não transmitir nenhuma mensagem positiva.


Talvez eu deva parar de ler HQs uma vez que elas já não apresentam inovações em seus roteiros há muito tempo, talvez eu vá ao cinema apenas para reclamar que os personagens dos quais eu gosto não são mais os mesmos, mas duvido que do dia pra noite os manda-chuvas de Warner e Disney se conscientizem que os personagens devem ser incorruptíveis, por pior que esteja a sociedade no qual suas características se espelham e se baseiam, e que num passe de mágica eles decidam respeitar o que os fãs mais fieis pensam sobre os novos rumos tomados. Sei que o que importa é o dinheiro na atual conjuntura dos fatos, e que ideais e princípios são coisas de gente velha e gagá. Sei também que não adianta xingar muito no Twitter ou fazer protestos na Avenida Paulista que nada vai mudar, mas isso não vai fazer com que eu xingue menos.

Posso estar "ficando velho demais para essa merda", parafraseando Roger Murtaugh, mas pelo menos mantenho meus conceitos de vida intactos e incorruptíveis.

Ps.: Recentemente o escritor Grant Morrison veio a público para falar sobre a polêmica dos "heróis matadores". Abaixo o texto na íntegra:



"Não quero soar como um saudosista da Era de Prata [das HQs americanas] mas tenho notado muita gente dizendo que Batman deveria matar o Coringa e que o Superman deveria matar também, tomar para si as decisões morais difíceis que todos nós temos que fazer diariamente.
Não sei você, mas a última decisão moral que tomei não envolvia matar ninguém. Na verdade, quanto mais você pensa sobre isso - a não ser que você seja parte das Forças Armadas - matar é ilegal e imoral. Por que nós desejaríamos que os nossos super-heróis fizessem isso?"

NAMASTE! 

14 de agosto de 2012

O que sobrou das Olimpíadas de Londres


Os Jogos Olímpicos de Londres se encerraram com um espetáculo grandioso (que já era de se esperar, visto a abertura do mesmo) e ao final da cerimônia, Londres passou o bastão para o Rio de Janeiro, próxima sede das Olimpíadas no ainda longínquo ano de 2016, se é que o mundo sobrevive ao fim de 2012.
O resultado no quadro geral de medalhas do Brasil, apesar do gosto amargo que fica ao vermos nosso país em 22º colocado, atrás de Irã e Cazaquistão, é positivo.
De todas as participações em Olimpíadas, essa é a primeira vez que o Brasil supera a marca de 15 medalhas conquistadas por seus atletas (em Londres foram 17 medalhas), apesar de que em Athenas, com um número menor de medalhas, conseguimos o 16º lugar no ranking, devido a maior quantidade de medalhas douradas (5 no total).
O saldo é positivo?
Sim, apesar de que sabemos muito bem que é possível melhorar.
Em primeiro lugar é preciso ter a humildade de aceitar que dificilmente vamos alcançar algum dia a eficiência de potências olímpicas como Estados Unidos (que voltou ao topo do ranking com nada mais nada menos do que 104 medalhas, sendo destas, 46 de Ouro) ou China (que conquistou 87 medalhas, sendo 38 de Ouro), e é essa realidade que deve ser encarada. O que o Brasil tem que usar como inspiração, no entanto, é a preparação que os atletas norte-americanos ou chineses ou russos ou britânicos têm ao longo dos quatro anos que os separam de uma Olimpíada a outra.

Nesses países, obviamente melhor desenvolvidos que o nosso e com mais grana para investir em esporte (o que não é uma prioridade no Brasil) os atletas são profissionais com letra “P” maiúscula, eles trabalham apenas com o intuito de serem os melhores naquilo que fazem e recebem incentivo para isso. Em terras brasilis, o sujeito não só tem que ter outra profissão além da de atleta para poder se sustentar, como também não recebe qualquer apoio governamental para praticar aquilo que ele gosta e sabe fazer, tendo muitas vezes que tirar dinheiro do próprio bolso para viajar e competir.
Ou você acha que todo atleta é milionário e só não ganha medalhas porque é incompetente?
Fisicamente ou mentalmente um atleta chinês ou americano não são em nada superiores a um brasileiro, eles só possuem melhor treinamento e melhores condições de se preparar fisicamente para competir. Eles não são mutantes insuperáveis ou algo assim...
Bem, talvez o jamaicano Usain Bolt (que conquistou 3 medalhas de Ouro para seu país) e o nadador americano Michael Phelps (4 medalhas de Ouro e duas Pratas) sejam, mas eles são de uma categoria à parte.

Para que o Brasil melhore seu desenvolvimento e rendimento em jogos olímpicos e comece a ser visto também como uma potência nos esportes, muitas coisas devem mudar, a começar por esse pensamento de que “o importante é competir”. Não, não é. Isso é desculpa de quem perde. O importante é competir e ganhar, e se não ganhar, o importante é treinar mais para ganhar na próxima.

Além de pensar grande, os atletas necessitam de apoio financeiro para que tenham centros de treinamento dignos, com equipamentos novos e todo acompanhamento médico e preparatório do qual precisam, fazendo assim com que eles tenham reais condições de disputar campeonatos de alto nível. Para que isso aconteça, no entanto, é preciso que o governo crie projetos e leis de incentivo para patrocinadores que facilitem a vida desses caras, que apesar de estarem lá fora lutando como guerreiros enfrentando todas as adversidades para representar o país, só conseguem críticas, tanto da mídia (que pouco faz para ajudar realmente) quanto do próprio público, que não enxerga tudo pelo qual seus atletas passaram para conseguir chegar lá.
Em Londres, nossos guerreiros conseguiram 17 medalhas, sendo 3 de Ouro, 5 de Prata e 9 de Bronze, e apesar de algumas lamentações como a derrota da Seleção Masculina de Basquete, que em sua melhor forma e com um dos melhores times já formados em todos os tempos, perdeu para a Argentina, sendo eliminado da competição sem nenhuma medalha, da passagem insossa e sem qualquer brilho da ginástica feminina, que provou que não conseguiu renovar sua equipe com o envelhecimento de Dayane dos Santos e Danielle Hypolito, e da falta de resultados no atletismo, que geralmente consegue medalhas nas competições, o Brasil conseguiu melhorar bastante o desempenho em 2012, se comparado pelo menos aos jogos olímpicos anteriores.

Nossa primeira medalha de Ouro já saiu no primeiro dia de competição, o que nos deu aquela esperança de que enfim teríamos atletas para competir em alto nível. No Judô, a piauiense Sarah Menezes de 22 anos conquistou o lugar mais alto do pódio derrotando a romena Alina Dumitru (medalhista de Ouro em Pequim), tornando-se assim, a primeira brasileira a conquistar o Ouro olímpico na categoria. 

O Judô ainda conseguiu mais 3 medalhas de Bronze para o Brasil, com Felipe Kitadai, que derrotou o italiano Elio Verde também no primeiro dia de competições em Londres, Mayra Aguiar de 20 anos que venceu a holandesa Marhinde Verkerk com um ippon, e Rafael “Baby” Silva, o paranaense de 25 anos, que ganhou do sul-coreano Kim Sung-Min o terceiro lugar da categoria peso-pesado.


Na natação, as medalhas também saíram, primeiro a de prata com Thiago Pereira (VAAAAI, THIAGO!!) nos 400m Medley e a de bronze com Cesar Cielo nos 50m livre. Tendo em vista que na água quando Tévis Michael Phelps nada não tem pra mais ninguém, até que essas duas medalhas conquistadas por Thiago e Cielo vieram bem a calhar.
Ainda na água, decepcionando um pouco aqueles que o julgavam um dos favoritos, mas confirmando o talento nato para velejar, ganhando mais uma medalha e tornando-se um dos maiores medalhistas olímpicos brasileiros de todos os tempos, Robert Scheidt ao lado de Bruno Prada conquistou a medalha de Bronze da classe Star na Vela. 
Subindo ao pódio pela quinta vez em Olimpíadas, Scheidt de 39 anos, igualou a marca de Torben Grael (também velejador) como o maior medalhista brasileiro, tendo conquistado o Ouro em Atlanta (1996) e em Athenas (2004) e a Prata em Sydney (2000), todos pela Classe Laser. Ao mudar de categoria, passando para a Classe Star, Scheidt conquistou a Prata em Pequim (2008) e agora o Bronze em Londres.
É ou não é um campeão?
Alguém ainda está decepcionado?

Ainda nos esportes individuais, a atleta Adriana Araújo, baiana de 31 anos, conseguiu levar o Boxe brasileiro ao pódio novamente após 44 anos na fila (a última medalha conquistada pelo esporte havia sido em 1968, pelo pugilista Servílio de Oliveira), o que a tornou também a primeira boxeadora brasileira a ganhar uma medalha olímpica. Quem também trouxe medalha para casa foi o pugilista Esquiva Falcão, que perdeu o Ouro na final contra o japonês Ryoto Murata, após ser punido por falta e perder dois pontos, apesar de ter sido muito melhor dentro do ringue. Para quem assistiu a luta, o gosto da prata foi incômodo, uma vez que o Ouro era quase certo e ficou separado das mãos do lutador por apenas um ponto.
Yamaguchi Falcão, lutador de 24 anos da categoria meio pesado (até 81 kg) trouxe a terceira medalha para o Boxe brasileiro, ficando com o Bronze ao derrotar no ringue o cubano Julio La Cruz Peraza. Junto com as medalhas de Adriana e Esquiva, essa é com certeza uma das maiores participações brasileiras do esporte nas Olimpíadas, o que guarda esperanças para que a modalidade ganhe no futuro o destaque que não tivera em Londres.

Na ginástica, após o fracasso de Dayane dos Santos e Diego Hypolito, nossa única medalha veio na cor dourada, e Arthur Zanetti conquistou o primeiro lugar do pódio, superando os atletas Yibing Chen (cinco vezes campeão mundial e com a marca de 15.800 em Londres) e o italiano Matteo Morandi (Bronze com a pontuação 15.733), tornando-se o primeiro atleta do Brasil a ganhar não só uma medalha olímpica na categoria como também ser Ouro.
No último dia de competição, uma medalha inesperada surgiu, e Yane Marques atleta pernambucana de 28 anos, levou Bronze na competição de Pentatlo Moderno, categoria que engloba o hipismo, esgrima, natação, tiro esportivo e corrida, completando as participações individuais brasileiras em Londres.
Nos esportes coletivos, mais uma vez o Brasil chegou forte com o Vôlei, levando duas duplas masculinas e duas duplas femininas na praia até Londres, além da Seleção masculina e da feminina de quadra.
Confirmando nosso favoritismo nessa modalidade (a quantidade de medalhas conquistadas pelo Vôlei desde as Olimpíadas de Barcelona-1992 é a maior entre os esportes coletivos), as meninas do técnico José Roberto Guimarães levaram o Ouro olímpico, repetindo a façanha de Pequim e lavando a honra da Seleção sempre tão cobrada e criticada.


As meninas chegaram a depender da combinação de pontos além do próprio esforço para manter-se vivas na competição e passar para as semifinais, e foi no último jogo contra as norte-americanas, que elas conseguiram mostrar toda sua garra, derrotando as adversárias por 3 sets a 1, tendo começado atrás do placar. A comemoração veio em tom de desabafo, e a alegria pelo título foi tão grande que incomodou as norte-americanas, que alegaram que a festa das meninas “tinha sido meio exagerada”.
Na praia, a dupla feminina Juliana e Larissa venceu a forte dupla chinesa Chen Xue e Zhang Xi pela disputa de terceiro lugar, com parciais de 11/21, 21/19 e 15/12.


A suada medalha de Bronze das meninas, no entanto, não foi a única conquistada na areia, e apesar da eliminação da outra dupla feminina Talita e Maria Elisa, e da dupla masculina Ricardo e Pedro, Alison e Emanuel ficaram com a Prata, ao serem derrotados na final pela dupla Brink e Reckermann da Alemanha, parciais de 23/21, 16/21 e 16/14.

O resultado negativo mais sentido, no entanto, foi o da equipe de Bernardinho, derrotada em quadra para a surpreendente Seleção da Rússia.
O jogo parecia finalizado no terceiro set. O time brasileiro vencia a partida por 2 sets a 0 e teve pelo menos dois match points para finalizar o jogo e colocar a medalha de Ouro no peito.
Todo mundo já estava comemorando.
A Seleção russa, graças ao gigante Muserskiy (de 2,18m) e a mudança de estratégia de seu técnico a partir do terceiro set mudou a história do jogo, conseguindo uma virada histórica em cima da Seleção Brasileira que parecia certa da vitória até aquele momento. A despedida dessa geração de ouro do vôlei masculino, já anunciando a saída de Giba, Rodrigão e Serginho e o destino incerto do técnico Bernardinho criou um tom melancólico em torno da Seleção. 


Apesar do abatimento causado pela derrota, nada apaga tudo que esse grupo já conquistou. Novos nomes surgirão obrigatoriamente a partir de agora, mas os títulos dessa geração ficarão para sempre na memória do público e na sala de troféus do time, garantindo que no Vôlei, o Brasil teve momentos genuínos de glória.
Valeu, Bernardinho. Valeu Giba, Rodrigão e Serginho. Vocês fazem parte da história do esporte olímpico brasileiro!
E o futebol, hein?

Pois é.
O time de Mano Menezes foi o único da delegação brasileira que chegou a Londres com a OBRIGAÇÃO de conquistar medalha e isso graças ao prestígio que o esporte possui no país, além das regalias que seus atletas possuem se comparados aos pobres coitados da ginástica e atletismo, por exemplo.
Com estrelas jogando em times europeus como Alexandre Pato do Milan, Hulk do Porto (e em negociação para jogar na Inglaterra) e Lucas do São Paulo, mas de malas prontas para ir para o Paris Saint-Germain em 2013, o time brasileiro entrou na competição como um dos favoritos à medalha de Ouro, e apesar de seu futebol cheio de firulas inúteis, pouca objetividade e uma defesa frágil (a começar pelo goleiro), a seleção conseguiu bons resultados, passando de forma fácil pelos adversários, até a final com o México.

Melhor preparado e com um ataque matador que fez um gol logo aos 30 segundos de jogo, o México levou vantagem em praticamente todos os fundamentos sobre o Brasil, chegando a abrir 2X0 no segundo tempo e com chances de ampliar o placar.
Neymar?

Se ele estava no jogo ninguém viu.
“Conquistando” a Prata mostrando um futebol bem aquém da merecedora trajetória de cinco Copas do Mundo, mais uma porção de títulos internacionais, o time de futebol masculino segue sem ganhar a almejada medalha de Ouro, mas os salários milionários de seus “craques” e toda a grana com publicidade continuam sendo depositados em suas contas, bem como a babação de ovo da torcida brasileira sobre eles, que permanece inalterada. Resultado que é bom, nada.

Chega a ser injusto toda crítica e cobrança que os atletas olímpicos sofrem em época de Olimpíadas, uma vez que nem mesmo o incentivo da torcida acostumada a venerar apenas o futebol, eles têm (o que dizer de apoio do Governo!), mas todas as críticas e cobranças são válidas para o time do Senhor Mano Menezes, uma vez que infraestrutura para treinar e serem os melhores do mundo eles têm, o que falta mesmo é comprometimento e mais humildade.
Rio de Janeiro 2016 promete ser a prova de fogo para o Brasil no quesito competência. Quem sabe se o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), percebendo a visibilidade que o país terá daqui a quatro anos, na tentativa de evitar um vexame internacional, não resolva fazer com que os atletas sejam tratados de forma digna, sendo treinados para vencer e não só para competir?


Ser uma nova China, uma grande potência com atletas de alto nível em praticamente todas as modalidades e que ganham mais de 80 medalhas por Olimpíada não é a meta, e sim ser um país cujos atletas são, ao menos, bem preparados e prontos para competir de igual para igual com qualquer adversário. Nós que acompanhamos esportes e que acima de tudo somos torcedores, temos sim gana de ver nossa bandeira tremulando no ponto mais alto do pódio, e quem é que não quer?
Embora esse seja nosso desejo, sabemos que não é fácil chegar ao topo, e que para isso é necessário muito treino, suor e as vezes até sangue.
Fica a torcida para que o Brasil aprenda com seus erros e que as próximas Olimpíadas, em nossa casa, sejam as melhores para nosso país em todos os sentidos. O Cristo Redentor estará lá em cima, de braços abertos acompanhando tudo.
NAMASTE!

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...