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24 de março de 2023

A sexta temporada de The Walking Dead

The Walking Dead sexta temporada


A sexta temporada de The Walking Dead começa quando Rick (Andrew Lincoln) assume de vez o posto de "xerife" de Alexandria e, sob a benção de Deanna (Tovah Feldshuh), começa a dar as ordens.

Enquanto procura um lugar para enterrar o falecido Pete — o marido corno de Jessie —, Rick acaba descobrindo uma pedreira nos arredores da cidade protegida infestada de zumbis. Sem terem para onde ir e atraídos uns pelos outros, os milhares de seres perambulantes acabaram se acumulando no vale, o que representa um perigo iminente à comunidade caso resolvam sair do lugar. 


The Walking Dead sexta temporada


Rick se vê obrigado a agir no intuito de afastar os zumbis dali o mais rápido possível, e junto dos fiéis amigos e dos ainda assustados — e despreparados — moradores de Alexandria, ele decide colocar um ousado plano em ação.


Desde o começo da série, desde que tenta liderar o grupo no intuito de mantê-lo a salvo, é muito comum ver Rick se excedendo e colocando o "carro na frente dos bois". Pra variar, apesar de a culpa não ser totalmente dele, não demora para que o seu plano de atrair os zumbis para longe — com Daryl (Norman Reedus), Abraham (Michael Cudlitz) e Sasha (Sonequa Martin-Green) liderando a comissão de frente da bateria de zumbis — dê errado.


The Walking Dead sexta temporada


Embora enfrente a desconfiança dos moradores mais antigos de Alexandria — afinal, ele matou Pete a sangue frio na frente de todo mundo —, tudo está correndo perfeitamente bem até que um som ensurdecedor vindo da região da cidade murada começa a atrair mais da metade dos zumbis justamente para o lugar de onde eles deviam se afastar. 


Sem que Rick saiba, Alexandria está sendo atacada e nesse desvio de percurso dos "walkers", vários membros da comunidade de Deanna perdem suas vidas.


O ataque da matilha


Em busca de novos moradores para a sua comunidade, Aaron (Ross Marquand) pede a ajuda de Daryl para rastrear possíveis adeptos, confiando no julgamento do cara quanto a separar os bons dos maus. 


Em uma de suas inspeções a lugares afastados, no entanto, a dupla acaba caindo na armadilha feita em uma parada de caminhões e, de repente, se vê cercada por centenas de zumbis presos em contêineres.


Sem alternativas e selados dentro de um carro, Daryl e Aaron acabam sendo salvos pela figura enigmática de Morgan (Lennie James), que já estava de olho naquele lugar há bastante tempo e que sabia sobre as armadilhas.

 

Em seu desespero, o pacato Aaron acaba largando a sua bolsa para trás e nela, posteriormente, são encontradas as fotos que ele usa para convencer as pessoas de que Alexandria é real e que o lugar é mesmo seguro de zumbis.


Essa aparente fortaleza acaba atraindo a atenção dos Lobos, uma gangue violenta que marca seus próprios membros com um "W" na testa (de Wolf) e que está determinada a "libertar" a sociedade dos muros que as prendem.


Não há muito significado nesse discursinho de Charles Manson dos líderes da gangue, mas a meu ver, o ataque brutal dos caras à cidade e a chacina que eles promovem nas ruas de Alexandria se assemelham e muito ao caso real da atriz Sharon Tate que foi brutalizada e morta junto dos seus amigos dentro de um condomínio em Los Angeles nos anos 60  apenas porque SIM.


The Walking Dead sexta temporada


Até em aparência os Lobos lembram bastante a "família" Manson – retratados mais recentemente em filmes como Era Uma Vez... em Hollywood do Tarantino e no terrível A Maldição de Sharon Tate —, mas se os Lobos são mesmo uma alusão aos hippies sanguinários de Manson, isso não ficou claro na série.


Desprovidos de seus maiores "guerreiros" e vulneráveis ao ataque violento dos Lobos, os moradores de Alexandria acabam tendo que se virar com quem ficou pra trás e é aí que surge o protagonismo de Carol (Melissa McBride).

O ataque inesperado acaba matando muitas pessoas inocentes e cabe a ela, a Carl (Chandler Riggs), Rosita (Christian Serratos) e Tara (Alanna Masterson) tentarem evitar o pior. 


Em sua nova versão "guru espiritual" Morgan se recusa a matar qualquer pessoa que se meta em seu caminho, imbuído agora dos ensinamentos do Aikidô — que ele aprendeu num treinamento intensivo de alguns dias com um queijeiro, durante as suas viagens atrás do rastro de Rick — e isso acaba gerando grandes conflitos entre ele e Carol.


The Walking Dead sexta temporada


Ao se decidir poupar a vida de um dos Lobos com quem ele já havia se encontrado na estrada anteriormente, Morgan permite que o cara sequestre a pacífica médica Denise (Merritt Wever) e quase causa uma tragédia ainda maior.


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Um dos questionamentos a que a série nos permite é: Mesmo em um Apocalipse zumbi onde todo mundo vivo pode ser um inimigo, vale a pena apelar para a sua própria consciência e apostar na reintegração social daqueles que um dia te feriram?


Plano desfeito


A buzina do caminhão com que os Lobos tentaram arrombar os muros de Alexandria atrai mais da metade dos zumbis da estrada, e quando os mortos começam a andar sem controle em direção à cidade, o grupo de Rick se dispersa e se perde no caminho. 


Michonne (Danai Gurira) e Glenn (Steven Yeun) acabam tendo que fazer a segurança de um grupo que se encontra ferido e cansado pela jornada percorrida, mas logo percebe que nem eles aguentariam mais alguns rounds contra os zumbis. Preso com os outros em um depósito e sem alternativas, o coreano decide aceitar a sugestão de Nicholas (Michael Traynor) de queimar um prédio a fim de atrair os mortos e os dois saem do local deixando a dona da katana como líder. 


O plano, óbvio, não vinga, e ao mesmo tempo que Glenn e Nicholas são apanhados por uma horda de mortos-vivos, Michonne e seus colegas são obrigados a deixar o depósito, apenas para encontrar mais morte no caminho.


The Walking Dead sexta temporada



Enquanto Daryl decide se desprender de Abraham e Sasha na estrada para ajudar os outros, Rick corre sozinho de volta ao trailer móvel, apenas para também ser emboscado por remanescentes do ataque dos Lobos à Alexandria.


Ele está chegando


Sozinho com sua moto, Daryl acaba numa trilha de mata onde encontra rastros recentes de um incêndio. Como sempre acontece, ele acaba sendo surpreendido por um trio de fugitivos que lhe rendem e lhe roubam a mochila, a besta e os seus mantimentos. 


Puto da cara por ter sido roubado, o Wolverine de The Walking Dead rastreia o sujeito junto das duas moças e recupera os seus bens. Daryl, então, descobre que uma das garotas é diabética e que precisa de doses de insulina pra se manter viva.

 

Quando um grupo armado surge na mata também seguindo a pista do trio, Daryl decide deixar o seu lado de bom-moço falar mais alto e oferece ajuda a Dwight (Austin Amelio), Tina (Liz E. Morgan) e Sherry (Christine Evangelista)

Num vacilo inacreditável, logo após receber a sua dosagem de insulina na veia, Tina é atacada por zumbis queimados — e, aparentemente, inertes no chão — e acaba sendo devorada. 


The Walking Dead sexta temporada



Quando Daryl consegue deter os perseguidores de Dwight, no entanto, ele é traído novamente e tem todos os objetos — e a moto — roubados desta vez. Para a sua sorte — e um "roteirismo" absurdo a seu favor —, ele encontra um caminhão-tanque camuflado em meio à mata e parte para se juntar novamente à Sasha e Abraham.


Impressionante como o combustível continua farto nesse mundo pós-apocalíptico de The Walking Dead mesmo passado anos do Dia Z e da quase extinção dos seres humanos pensantes!


Depois de nos distrair com uma quest inútil que serve apenas para que Abraham consiga um lança-foguetes numa parada militar com Sasha, Daryl e seus dois companheiros estão retornando para casa, quando são parados num bloqueio de estrada por um grupo fortemente armado.


Prontos a levar tudo que há com eles dentro do caminhão e a matá-los no processo, o tal grupo diz responder a um tal de Negan e alega que está ali para defender seu território.

Enquanto eu me perguntava como que o Abraham no comando do caminhão não viu o comboio parado no meio da rua antes e por que eles já não desceram da cabine atirando, é o Daryl que surge com o lança-foguetes nos braços e despacha os inimigos numa das cenas mais surpreendentes da série. 


É pra aplaudir de pé, igreja!


A paz volta a reinar… ou não!


Depois do ataque dos Lobos, mesmo cercados por todos os lados pelos zumbis da pedreira, Rick e seu grupo voltam a respirar um pouco mais aliviados, embora Glenn ainda esteja desaparecido. 


Enquanto Maggie (Lauren Cohan) e Aaron armam uma maneira de deixar Alexandria pelo subsolo a fim de resgatar o marido da moça, Rick arranja um tempo para trocar uns beijos com a viúva de Pete, Jessie (Alexandra Breckenridge).


No dia seguinte, no entanto, enquanto eles pensam no que fazer para reforçar a segurança do lugar e impedir a entrada dos mortos, uma velha torre da cidade acaba ruindo e despenca bem em cima de uma parte do muro. Quase como se tivesse um capacho no chão escrito "bem-vindos", os zumbis, então, começam a invadir Alexandria e aí é um verdadeiro "barata voa". 


Glenn é salvo


A morte de Nicholas acaba servindo para mascarar a fuga de Glenn que se salva ao se meter embaixo de um caminhão. Desarmado e prestes a morrer de sede — ou comido pelos zumbis —, o coreano acaba recebendo a ajuda de Enid (Katelyn Nacon), a garota rebelde amiga de Carl que estava para fora dos portões de Alexandria logo que se deu o ataque dos Lobos.


The Walking Dead sexta temporada



Os dois juntos decidem voltar para casa sem saber o que se passou por lá, mas quando chegam, se deparam com a invasão zumbi. Glenn avista Maggie encurralada em cima de uma coluna cercada por mortos e pede a ajuda de Enid para salvar a sua esposa. 


Além dos portões, Rick, Michonne e Carl tentam levar Jessie e seus filhos até o arsenal a fim de terem mais chances de expulsar os zumbis, mas o garoto mais novo, Sam, tem um ataque de pânico em meio aos monstros e acaba sendo devorado


The Walking Dead sexta temporada


Desesperada, Jessie se vê sem ação ao presenciar a morte do filho e é comida viva em seguida. Frustrado por todas as mortes em sua família que ele acha ser culpa de Rick — e de certa forma é mesmo! —, Ron, o filho mais velho de Jessie, decide eliminar o xerife com a sua arma, mas enquanto é empalado por Michonne, ele atira e acaba acertando o olho de Carl.


Adeus, Denise.


Em The Walking Dead, coadjuvante que conta a sua história num determinado episódio e ganha algum destaque acaba morrendo logo em seguida e é o que acontece com a pobre Denise em "Duas vezes mais longe" (o 14º da 6ª temporada).


Ao revelar para Daryl e Rosita que há uma loja de departamento com uma farmácia em seu interior num ponto da cidade, a médica loira decide acompanhá-los em sua jornada, apesar da pouca experiência em campo. 

Não dispostos a bancarem as babás e achando aquela uma péssima ideia, a dupla mais experiente, no entanto, aceita a companhia de Denise, que na volta, já com as suas mochilas abarrotadas dos remédios que eles encontraram, revela que, na verdade, deu a ideia do "passeio" porque Daryl a fazia se lembrar do seu irmão e porque Rosita estava se sentindo solitária após ser abandonada por Abraham.


Aliás, um parênteses aqui pra comentar a atitude babaca do Abraham em largar a Rosita após comentar que "eu só fiquei contigo porque eu achava que você era a última mulher do mundo, mas agora não é mais!". Tremendo pau no cu. Tudo isso porque ficou de fogo com a Sasha!


The Walking Dead sexta temporada



Voltando a Daryl, Denise e Rosita…


Durante o seu discurso, a pobre Denise é atingida por uma flecha e quando a câmera se volta para o seu agressor, o espectador descobre que é o mesmo sujeito que roubou as coisas de Daryl há algum tempo, Dwight, e ele está empunhando a sua besta.


O começo da merda toda


Salvos por Abraham que estava em outra quest com Eugene (Josh McDermitt), Daryl e Rosita lamentam a morte da única médica da cidade e, uma vez de volta à proteção dos muros, o arqueiro se vê inquieto por ter permitido que Dwight e seu bando escapassem.


Incapaz de deixar a morte de Denise sem punição, Daryl decide sair à caça do bando que os emboscou, o que obriga Glenn, Michonne e Rosita a irem atrás dele antes que ele faça uma cagada.


A essa altura, Rick já sabe que um grupo fortemente armado liderado por alguém chamado Negan os está espreitando e o xerife prevê as coisas terríveis que podem acontecer com os seus amigos. 


Nesse ínterim, é a vez de Carol ter uma crise de consciência pelas mortes causadas por ela durante a invasão dos Lobos à Alexandria e também durante a investida de Rick a um dos QGs dos autointitulados "Salvadores" — o grupo de Negan —, e ela decide ir embora para não ter mais que lidar com nenhum dos problemas causados por se preocupar com a segurança de alguém. 

 

The Walking Dead sexta temporada



Temeroso pela vida da "mãe de todos", Morgan decide sair em seu rastro e ele é acompanhado por Rick.


Hilltop


Depois de descobrirem por meio de Jesus (Tom Payne), um andarilho com quem Rick e Daryl toparam na estrada, sobre uma colônia farta em produtos de subsistência chamada Hilltop, Maggie decide assumir as negociações de troca mútua de benefícios com o chefão do lugar, o intransigente Gregory (Xander Berkeley)


The Walking Dead sexta temporada


Após conhecer o lugar que se assemelha a uma fazenda rica em alimentos agrícolas — afinal, o agro é pop! — e perceber que eles têm muito mais recursos que a já desgastada Alexandria, o grupo de Rick assume um compromisso com Gregory: metade da sua produção de comida em troca de livrar Hilltop das ameaças dos Salvadores, que como bons milicianos, ficam com quase tudo que a comunidade produz pela segurança do lugar. 


The Walking Dead sexta temporada



Em sua arrogância — e realmente pensando na subsistência do seu pessoal — Rick assume o compromisso de atacar os Salvadores em uma de duas bases achando que pode lidar facilmente com a coisa, e tudo está correndo bem até que Maggie e Carol são feitas de refém logo depois deles passarem geral dentro da instalação. 


Num episódio carregado de emoção com o foco nas mulheres dos dois grupos, as duas aliadas de Alexandria acabam tendo que se virar sozinhas enquanto Rick e Glenn procuram chegar até elas.


É após esses eventos — em que ela se vê obrigada a implorar pela vida de Maggie e do bebê em seu ventre — que Carol chega ao seu limite e decide abandonar o grupo. 


Negan


São muitos os altos e baixos que The Walking Dead sofre a partir da quarta temporada e confesso que o que mais me cansava na série era o fato de ela viver dos mesmos clichês de sempre em looping como "eles ficam cercados por zumbis"; "eles acham um lugar seguro"; "eles perdem o lugar seguro"; "eles caem na estrada"; "eles acham outro lugar seguro". Mas o que mais me incomodava mesmo era a questão de eles irem topando com "chefões" cada vez mais poderosos no caminho.

 

Como em Dragon Ball ou em qualquer jogo de videogame, o próximo chefe é sempre o mais perigoso… E Negan (Jeffrey Dean Morgan) parece ser a personificação desse chefe mais cabuloso de fase. É aí que dá pra sentir um crescente no roteiro dos episódios.


The Walking Dead sexta temporada



Depois de Daryl explodir seus comparsas na estrada com um lança-foguetes, de Rick e seu grupo matarem seus amigos no QG dos Salvadores e de Maggie e Carol assassinaram as mulheres "salvadoras" num dos seus esconderijos, Negan, enfim, percebe que pode ter um problema com o xerife de Alexandria, e decide mostrar a ele porque é dono de metade das comunidades ainda existentes na Terra — diga-se o estado da Geórgia nos EUA.


The Walking Dead sexta temporada



Quando Maggie começa a passar mal por conta do bebê e eles se veem sem um médico a bordo, cabe a Rick e seus melhores "guerreiros" seguirem para Hilltop onde um obstetra — o doutor Carson — que já tratou da moça pode atendê-la.

Enquanto eles viajam no trailer pelas estradas que vão conduzi-los até a fazenda de Gregory e Jesus, o grupo se vê impedido de passar por comboios armados que falam em nome de Negan.


Por mais que tentem fugir, eles se veem cada vez mais sem saída e com Maggie cada vez pior de saúde na parte de trás do motorizado.

 

The Walking Dead sexta temporada



Não querendo arriscar um conflito armado e nem pôr a vida da esposa de Glenn em risco, Rick tenta uma última cartada que é seguir a pé pela mata levando Maggie em uma maca, enquanto Eugene atrai a atenção dos Salvadores com o caminhão pela estrada. 


Provando ser onipresente e deixando bem claro que conhece muito melhor a região do que o grupo de Rick, os homens de Negan empurram os moradores de Alexandria até uma clareira onde os cercam e os deixam à mercê de seu numeroso exército.

 

The Walking Dead sexta temporada



Eu voltei a acompanhar TWD na época apenas para assistir a esse episódio específico quando ele foi veiculado pela primeira vez na TV — e sim, também atraído pelo que já tinha de informação das HQs. Muita coisa tinha se apagado da minha mente, mas eu não me lembro de ter sentido tanta revolta e tanto ódio por um personagem como senti de Negan por tudo que ele faz em "O último dia na Terra" (16º da 6ª temporada).


Eu acompanhei Game of Thrones em seu ápice e nem os episódios do Casamento Vermelho e a morte do Ned Stark me deixaram tão abalado emocionalmente.


O joguinho de "uni dune tê", a crueldade com que o personagem abate um dos amigos de Rick e a maneira humilhante com que ele quebra o psicológico do xerife é de uma violência gráfica que eu nunca vi igual em uma série. 

Podem falar o que quiser de TWD, mas se tem algo que, muito provavelmente, The Last Of Us jamais vai chegar perto é desse poder de chocar o público que a série baseada nas HQs de Robert Kirkman é capaz. 


Eu não sei de onde vem esse desejo insano de acabar com o psicológico dos espectadores que estão torcendo pelos seus personagens mais queridos, mas nesse ponto esses caras estão de parabéns. Que filhos da puta! Passei mais da metade dos episódios quase que literalmente com o cu na mão de aflição.


Na sexta temporada, a máxima de que os zumbis nem de longe são a verdadeira ameaça do mundo pós-apocalíptico é elevada à décima potência com a chegada de Negan e seus asseclas. Que personagem desgraçado! 


Os demais reviews de The Walking Dead você pode ler através dos links abaixo:


Temporada 1

Temporada 2

Temporada 3

Temporada 4

Temporada 5


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Estamos passando por questões de saúde que necessitam de dim-dim para sanar. Desde já, agradeço o apoio!



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NAMASTE!

16 de dezembro de 2021

What if… O Que aconteceria se o Wolverine tivesse matado o Hulk?

What if Wolverine vs Hulk


Oi, eu sou o Rod Rodman!

Eu poderia estar fazendo vídeos de dancinha no TikTok, começando algum podcast de mesa no Youtube ou traficando metanfetamina, mas em vez disso, estou escrevendo em um Blog… em pleno ano 2021!

SIM!

Quem ainda escreve em blog? E quem ainda lê isso?

Se você está aqui, parabéns. Você é tão lamentável quanto eu!




Independentemente dessa melancolia toda, hoje estou aqui para tirar do fundo do baú uma história que me foi muito peculiar em minha longínqua infância, quando a vida era bela e eu ainda tinha todo um futuro pela frente. O Incrível Hulk, publicado no Brasil pela Editora Abril em 1985 estava em seu número 22 e custava 2100 Cruzeiros…


What if Wolverine vs Hulk


(Pois é… Essa é do fundo do baú, MESMO! Tem gente hoje em dia que não sabe nem que o Cruzeiro já foi uma moeda no Brasil, que não sabe o significado de HQ e que só conhece “Hulk” porque ele apareceu nos filmes dos Vingadores!)

Anyway

Esse gibi publicava histórias regulares do “Golias Esmeralda” da década anterior e início dos anos 80 — lembrando que havia uma defasagem de alguns anos entre o que saía nos EUA e o que era publicado no Brasil —, e lembro que essa capa me chamou bastante a atenção por conta do seu tema central: Morte!

Sim, já contei aqui algumas vezes o quanto o tema “morte” me atraía e me deixava bastante chocado nas histórias em quadrinhos durante a infância e pré-adolescência e como a personalidade do jovem Rod Rodman foi praticamente moldada pelo trauma sofrido durante a morte da Gwen Stacy e do Superman.




Era o começo dos anos 90, não sei precisar a data específica, mas eu tinha sido levado por meu irmão mais velho para a casa de alguns amigos de escola dele para jogar videogame — era uma dupla de irmãos também e eles eram donos de um Atari, se não me falha a memória — ou jogar bola no quintal. Não sei os detalhes porque eu era realmente muito pequeno… Todavia, lembro que já sofria bullying por ser inepto tanto em manipular aquele controle "bananão" do Atari quanto em jogar bola, mas esses outros traumas não vêm ao caso agora...


Não se excitem, isso não é um consolo, é um controle de Atari


Esse meu irmão foi o grande responsável por eu gostar de HQ — e de eu ter gastado o valor de alguns carros populares com essa merda desde então — e foi ele quem trouxe para casa as primeiras revistas do tipo.

Esses amigos de meu irmão também gostavam de gibizinhos e um deles possuía uma caixa de papelão grande cheia de ácaro revistas, o que, obviamente, chamava a atenção de uma criança. Dentro dessa caixa, me lembro de ter visto muita HQ que era lançada na época — e provavelmente anteriores também — tanto da Disney, da Marvel e da DC e até hoje, quando me deparo com alguma das capas que vi na época, agora em sites de download, me bate um sentimento de nostalgia.

E já que citei a morte da Gwen Stacy, a primeira vez que peguei nas mãos a edição especial da Abril que reunia todos os confrontos do Homem-Aranha com o Duende Verde e consequentemente o fim trágico da namorada de Peter Parker, foi na casa desse cara mencionado.




O incrível Hulk #22 foi uma das HQs que encontrei nessa coleção e só para galera se situar no tempo/espaço, no começo dos anos 90, para o público “civil” o Hulk era um personagem extremamente popular, já que muita gente assistia as reprises do seriado do personagem vivido tanto pelo Lou Ferrigno quanto por Bill Bixby na TV. Se você não sabe do que estou falando, dá um Google aí, mas não espere muita coisa…

Eu já conhecia "de orelhada" alguns personagens da DC como o Superman, o Batman e  o Robin por conta dos desenhos dos Superamigos e na Marvel, provavelmente, era familiarizado apenas com o Homem-Aranha porque uma das primeiras revistas que tivemos em casa era o seu título mensal, também da Abril. “Wolverine”, no entanto, era um personagem totalmente obscuro para mim.

Eu comecei a ler HQs na primeira metade dos anos 90 e nunca tinha colocado a mão em nada referente a X-Men ou outros mutantes, por isso, aquele cara com garras metálicas saltadas dos antebraços e vestindo um traje amarelo era um completo estranho… Mas ele tinha matado o Hulk — a capa da edição deixava isso explícito — e o pequeno Rodman sentiu interesse em ver como isso acontecia.

Enquanto meu irmão jogava Atari ou batia uma bola no quintal com seus amigos, obviamente, eu, que já era introspectivo, preferia ficar “devorando” os gibizinhos no quarto um por um.

História legal, Rodman… Você sempre foi freak… Mas e daí?

Daí, jovem padawan, que naquela época, eu não fazia ideia o que significava “What if…” ou mesmo a sua tradução em português, portanto, eu não entendia que o Wolverine não tinha matado, de fato, o Hulk. Eu fiquei chocado que alguém fosse capaz de acabar com o Golias Esmeralda — que nos gibis do meu irmão, surrava os Vingadores sem nem suar! — e essa é a importância dessa história para a minha cronologia pessoal.

Para escrever esse post, eu decidi reler tanto a história em que ela é baseada quanto o próprio What if… e várias recordações voltaram em minha mente. 

Além do momento em que o Logan dá cabo do abacate vitaminado da Marvel, esse mix da Abril — o famoso "formatinho" 20x13 cm — também conta com uma história da guerreira Sonja escrita por Roy Thomas e Clair Noto, com desenhos de Frank Thorne e uma história do Quarteto Fantástico — dividida em duas partes — escrita por Gerry Conway e desenhada por Rich Buckler.


What if Wolverine vs Hulk


Confesso que a minha mente obliterou qualquer lembrança da história da Sonja — nunca gostei de Conan e nem de seus derivados, por isso devo ter cagado para esse fato — e da história do Quarteto Fantástico eu me recordava apenas dessa imagem específica:


What if Wolverine vs Hulk


Eu conhecia o Namor de sunguinha verde por causa daquele seu confronto contra o Hulk — junto dos "Pesos Pesados" da Marvel — escrito por John Byrne e quando o vi com esse traje azulado, devo admitir que achei mais maneiro. Mesmo ainda criança, sempre imaginei que devia ser incômodo lutar vestindo apenas uma cuequinha de escamas!


What if Wolverine vs Hulk


Por muitos anos, achei que aquele Namor vestido adequadamente fosse alguma coisa da minha imaginação, e só quando ele voltou a usar esse uniforme — que é descrito na história citada como um “traje formal da realeza” atlante — muitos anos depois, é que eu percebi que não era um devaneio meu e que a roupa com asas embaixo das axilas era de verdade.

Obviamente, eu não me lembrava de nada sobre o conteúdo de nenhuma dessas outras duas histórias.

O que aconteceria se... O Wolverine tivesse matado o Hulk? é uma história escrita por Rich Margopoulos com arte de Bob Budiansky e Mike Esposito em 1981 — apenas 4 anos antes da sua publicação no Brasil — e como todo mundo sabe agora com por causa da exposição do seriado animado do MCU, "What if..." é um selo que visita acontecimentos passados em realidades paralelas, com narração do Vigia Uatu.

Quem são essas pessoas que você citou, Rodman?

Boa pergunta! Eu não conhecia nenhum desses escritores e desenhistas na época e continuo não fazendo a mais puta ideia de quem sejam hoje!

A história original em que o Wolverine faz a sua estreia no universo quadrinístico da Marvel, caindo no soco com o Hulk e o Wendigo AO MESMO TEMPO, se deu em 1974, com roteiros de Herb Trimpe e Len Wein — que criou o carcaju — e arte de Jack Abel.

No universo 616 tradicional — história que li a primeira vez em uma republicação feita pela própria Editora Abril na edição comemorativa de nº 100 do personagem, em 2000 — o Wolverine — que tinha um visual todo esquisito com uma máscara aberta nos olhos e “bigodinhos” — é contratado pelo governo canadense para capturar o Hulk — que está invadindo a área de uma instalação secreta — e o Wendigo, um monstro canibal que aterroriza as paragens do Canadá há algum tempo.


What if Wolverine vs Hulk


Como não podia deixar de ser, os dois monstros estão caindo de pau em meio ao cenário desolado, quando o Wolverine chega para dar um basta na contenda e acaba colocando ainda mais lenha na fogueira com seu jeitão estúpido e bronco.

Todo mundo sabe que foi o Chris Claremont, alguns anos depois da criação do personagem, que deu todas as características mais básicas que hoje identificamos no Logan em qualquer mídia que aparece e naquele início, ele era só um baixinho muito folgado que achava que podia peitar o personagem mais forte da Marvel…

Essa história envolve muito mais a mística ao redor do monstro albino da floresta do que a briga entre o Hulk e o Wolverine necessariamente e o “tão esperado” momento em que os dois caem no soco pela primeira vez é bem mais ou menos. Os desenhos de Jack Abel são apenas “OK” e o roteiro é um pouco cansativo, embora conclua bem com uma reviravolta interessante envolvendo a identidade do humano amaldiçoado que habita o corpo do Wendigo — ou seria o Wendigo que habita o seu corpo? 🤔 Enfim...

Alguns anos depois da história original que apresentou o Wolverine ao mundo, os roteiristas imaginaram o que teria acontecido se, naquele primeiro embate, o cara com ossos de adamantium já tivesse matado o Hulk, fato que ocorre logo na primeira página da HQ. 

O enredo desse "What if..." praticamente ignora a existência do Wendigo ou mesmo a razão dos dois monstros estarem lutando pouco antes da chegada de Logan ao local e em uma atitude impulsiva, o carcaju simplesmente decide cravar suas garras no pescoço do verdão, que cai mortalmente ferido.

Se eu tivesse assistido aquele “telefilme” do Hulk em que ele morre após cair de um helicóptero 🙄 eu poderia já estar preparado para um desfecho tão simplista como esse, mas naquela época, eu pensava que o Hulk era invulnerável, assim como o Superman, por exemplo…

O diálogo da cena me abalou na época:


What if Wolverine vs Hulk


“Vou rasgar sua goela!”. Imagina uma criança de 7 anos lendo isso num gibi!

Tudo depois dessa cena em diante é uma grande nuvem de lembranças esparsas em minha cabeça e só alguns anos depois — leia-se 2021 — é que fui saber o que acontece em seguida na história.

Em resumo, depois que mata o Hulk, o Wolverine é expulso da equipe tática do governo canadense e por sua atitude enérgica em resolver a questão com o monstro verde, ele acaba sendo cooptado por ninguém menos que o Magneto para integrar a sua famosa Irmandade de Mutantes.

Na época, os X-Men ainda eram formados apenas pelos cinco membros originais — Ciclope, Garota Marvel, Homem de Gelo, Anjo e Fera — e a Irmandade tinha em suas fileiras o Blob, a Lorelei, o Mestre Mental e um tal de Unus, que eu nunca tinha ouvido falar — e cujo poder é basicamente “ser intocável”.

Corta a cena e o Wolverine aparece de cara lavada sem seu traje amarelo na mansão do Professor Xavier, se oferecendo para fazer parte dos X-Men. Como estava usando um dispositivo que não permitia que o careca lesse seus pensamentos, o carcaju se infiltra no grupo mutante com facilidade e começa a ganhar a confiança de todos... menos do Ciclope.


What if Wolverine vs Hulk


O plano, óbvio, é permitir que Magneto e sua trupe consiga invadir a mansão em um momento vulnerável dos alunos de Xavier e é o Wolverine quem vai garantir isso.

Apaixonado por Jean Grey — até porque sabemos que o único ponto fraco do Logan é mulher ruiva —, o cara decide, na última hora, trair Magneto e acaba sendo morto quando o mestre do magnetismo usa seus dons para forçar o Wolverine a cravar as garras de metal em sua própria garganta… Coisa, aliás, que já devia ter acontecido desde a primeira vez que os dois se enfrentam no universo 616… Um controla o metal, o outro tem os ossos revestidos por metal… Adivinha!

O magnetismo deve deixar o Magneto meio burro…

O que aconteceria se O Wolverine tivesse matado o Hulk? é uma história maravilhosa?

Não.

Vai mudar a sua vida?

Nem um pouco.

Mas diverte durante os 10 minutos que você demora para ler. Aqui funciona apenas o fator nostalgia da coisa e também para deixar claro que um “What if…” bem contado, sempre termina com muitas mortes… Esse parecia ser o padrão da série desde a sua gênese.

Quem quiser dar uma conferida nesse clássico da Marvel — contém ironia —, fica aí embaixo no link para download.

Clica aqui

NAMASTE!

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