5 de maio de 2012

Review - Vingadores

O problema de se criar uma expectativa muito grande sobre algo é o medo da decepção que pode ser causada caso o esperado não corresponda a essa expectativa, e devo confessar que havia uma apreensão com relação ao filme dos Vingadores, até mesmo pela grandiosidade desse projeto e da pretensão de se levar algo dessa magnitude para as telas.
Nós fãs de quadrinhos já havíamos tido bons exemplos de o que não se deve fazer no cinema com os super-heróis, e a lista de bombas cinematográficas já vinha se estendendo por quilômetros nos últimos anos. O receio de que podia acontecer com Vingadores aquilo que já havia acontecido em X-Men 3 e em Homem Aranha 3 (tramas rasas e subaproveitamento de personagens em meio a um samba do crioulo doido de roteiro) era grande, até porque quase ninguém havia sido competente o suficiente para levar tantos heróis ou personagens para a tela e conseguir dar relevância para cada um deles na trama.
Sim. Havia o medo de que Vingadores fosse um “Homem de Ferro e seus amiguinhos menos importantes” e em especial havia o medo de que a responsabilidade de lidar com tantos ícones dos quadrinhos fosse grande demais para o, até então, inexperiente Joss Whedon, diretor e roteirista do filme.
Tendo visto o filme duas vezes no cinema, uma em 3D legendado com meu amigão de longa data Rodrigo Costa, outro viciado em HQs e uma segunda vez em 2D dublado com minha querida MarianeMarques, hoje eu posso dizer com toda certeza do mundo que Vingadores cumpre tudo que prometeu, e que é o melhor e mais divertido filme de super-heróis de todos os tempos. E ufa! Que alívio!
Fazia muito tempo que eu não saía de uma sala de cinema tão satisfeito com o que vi, e por um momento tive a impressão que estava duas vezes mais empolgado do que quando tinha entrado.


Vingadores não é só mais um filme com pessoas coloridas distribuindo sopapos para todo lado, é um mix completo de tudo que mais gostamos de ver na tela, aliado com aquilo que estamos acostumados a ler nos quadrinhos. O filme não só tem cenas fantásticas de ação (aquelas que ficaram nos devendo nos filmes antecessores dos heróis solo) como também nos apresenta diálogos afiadíssimos (do tipo que Brian Michael Bendis ou Ed Brubaker escrevem nas HQs), além de uma interação perfeita entre os personagens.
Ninguém está gratuitamente na história. Todos eles têm seu momento para brilhar, e cada personagem desenvolve um papel muito importante no desenrolar da história, o que afasta de imediato aquele medo de que só o Homem de Ferro tivesse importância por ser o mais popular.
Claro que o Tony Stark de Robert Downey Jr. é sim a estrela principal de Vingadores. De longe ele é o cara mais carismático e aquele que a galera ama (isso ficou beeeem claro ouvindo os comentários na saída do cinema), mas todos os Vingadores têm o seu momento, até mesmo aqueles de quem ninguém (inclusive eu) esperava nada, como o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), por exemplo. “O que um cara que dispara flechas vai fazer no meio desses heróis?”.


Por não precisar contar a origem de ninguém e nem precisar daquelas enrolações (necessárias) de praxe que costumam tomar a primeira hora de todo filme, nos contando quem são aqueles caras que iremos acompanhar no decorrer da película, Vingadores é como uma Montanha Russa de emoções que já te joga para cima e para baixo sem pena desde os primeiros minutos.
A sequência inicial que nos mostra um pouco do modus operandi da SHIELD com seu diretor Nick Fury (Samuel L. Jackson), o Agente Coulson (Clark Gregg) e o braço direito de Fury Maria Hill (Cobie Smulders), funciona como um thriller de espionagem perfeito. Tem o roubo do artefato precioso, tem perseguições de carro e tem tiroteio. Exatamente como todo bom filme de ação deve ser, características essas que vimos em praticamente todos os filmes do 007, por exemplo.  


O fio condutor é muito simples e remete a quase todos os demais filmes da Marvel desde Homem de Ferro 1. Loki (Tom Hiddleston) está na Terra para se apossar do Tesseract (Cubo Cósmico), objeto místico visto no filme Capitão América e sonho de consumo do Caveira Vermelha.
O artefato, encontrado por Howard Stark (pai de Tony) ao final do filme do Capitão América, passa para o poder da SHIELD, e nós voltamos a ter contato com ele nas cenas pós-créditos de Thor, onde Fury mostra o Cubo para o Doutor Erik Selvig (Stellan Skaarsgard). Sabendo do imenso poder do Tesseract (que foi criado em Asgard), Loki o rouba das mãos de Fury, controlando o Dr. Selvig e o Agente Barton (o Gavião Arqueiro) no processo, para utilizá-los como peões de seus planos.
É interessante a forma como os roteiristas encontraram para ilustrar na tela a verdadeira origem do Gavião Arqueiro, que nas HQs só se juntou aos Vingadores após se regenerar como um vilão. Na primeira metade do filme, Barton está contra os heróis, e só depois se junta a eles. Na minha opinião, essa foi uma saída de mestre para dar um sentido ao personagem desde o começo da história.


Com o Tesseract em mãos, Loki pretende abrir o caminho para um exército de guerreiros de outra dimensão (os Chitauri) sob o seu domínio e assim iniciar a conquista da Terra antes de dá-lo para uma misteriosa figura que parece comandar o deus da trapaça, porém, Nick Fury pretende contar com os Maiores Heróis da Terra para detê-lo, e o espião usa como motivação a perda de um importante personagem, que serviu como elo entre todos os filmes anteriores, para uni-los num só intento, sua tão divulgada Iniciativa Vingadores. Reunidos para enfrentar uma ameaça que nenhum deles poderia vencer sozinho, assim nascem os Vingadores, e é hora deles mostrarem o porquê da alcunha de Maiores heróis da Terra.


Pense que em um belo dia o Presidente da CBF acorda bem humorado e decide entregar o comando da Seleção para um técnico que até então, só havia treinado um time de pouca expressão. As manchetes dos jornais do dia seguinte estariam criticando esse dirigente, chamando-o de maluco, inescrupuloso e outros xingamentos que deixariam até mesmo a Valeska Popozuda constrangida.
Foi mais ou menos isso que a Marvel Studios fez ao entregar o comando dos Vingadores a Joss Whedon, diretor e roteirista de quadrinhos que tinha apenas um longa metragem no currículo (a ficção Serenity) e que é mais conhecido mundo a fora por ser o cara que alavancou a popularidade de Buffy, a caça-vampiros.


Era pra ficar com medo ou não?

Se levarmos em conta que o maior sucesso da Marvel Studios, até então, continuava sendo o primeiro Homem de Ferro dirigido por um, igualmente pouco conhecido John Favreau, e que as apostas altas do estúdio em diretores mais tarimbados como Joe Johnston (Capitão América) e Kenneth Branagh (Thor) não haviam causado tanto impacto ou surtido um efeito arrebatador que se esperava (e notem que não estou criticando de forma alguma os dois filmes), Joss Whedon era sim uma boa escolha e por dois motivos simples:

      a) Joss Whedon é escritor de quadrinhos. O cara sabe do que está falando e sabe como poucos usar a interação de personagens completamente diferentes de forma funcional. Quem leu Surpreendentes X-Men sabe do que estou falando.

      b) Apesar de ser um filme de pouca expressão junto ao público médio, Serenity, dirigido por Whedon, mostra um mundo fantástico de forma inovadora.  Além disso, o diretor já tinha certa experiência em trabalhar com personagens com super-poderes em mídia televisiva e sempre soube como lidar com eles.



A questão não era a experiência (ou falta de) do diretor e sim o quão sempre pareceu complicado colocar tantos heróis na tela sem que um acabasse ofuscando o outro. Vingadores é relativamente isso: A interação maciça de um punhado de super-heróis em um espaço muito restrito e que mesmo nas HQs, seu local de origem, às vezes não parece funcionar muito bem, faltando espaço para tantos talentos.
Quem aí nunca achou que certos personagens mais secundários não pareciam jogados para escanteio em algumas histórias em quadrinhos que só davam destaque para os maiorais como Homem de Ferro, Thor e Capitão América?

Pois Joss Whedon foi lá e provou a todos que ainda tinham dúvida que é sim possível fazer uma história competente, ao mesmo tempo divertida e densa, sem comprometer ou marginalizar nenhum dos personagens que propôs mostrar no tempo despendido. Talento?

Sim, e também muita dedicação e foco no trabalho.

Whedon nos entregou um filme que se não é perfeito no quesito diversão chegou bem perto, (nos remetendo diretamente aos quase imbatíveis filmes do Superman de Richard Donner), e além de conseguir uma interação palatável entre os personagens na tela, trabalhou como gente grande também na narrativa visual, nos cortes de cena, na filmagem de alguns planos e em especial no desenrolar da trama, já que ele também estava por trás do roteiro. Muitas cenas se tornaram marcantes no decorrer do filme, e muito disso se deve ao diretor que as idealizou desde o texto.


Não deve ser fácil embarcar em um projeto tão grande como a adaptação de uma das maiores equipes de super-heróis dos quadrinhos para o cinema sabendo que qualquer deslize ou tomada de decisão errada pode contar muitos pontos contra você, mas deve ser igualmente prazeroso ter cada um desses personagens sob sua batuta e poder fazer uma história coesa e interessante que agrade um tipo de público tão seleto e exigente (e o que teve de gente mimimizando sobre o filme por aí!).
Whedon conseguiu respeitar todo o universo cinematográfico Marvel construído nos últimos anos, sem passar por cima da criação de nenhum dos outros diretores (nem mesmo de Louis Leterrier de O Incrível Hulk), e a meu ver fez uma junção espetacular de tudo de melhor que o estúdio fez até aqui, abrindo um leque muito grande de possibilidades para os heróis Vingadores no futuro.
Agora é só colher os frutos desse sucesso e manter o mesmo nível no que vem pela frente.


Não há muito a se acrescentar sobre Robert Downey Jr.. O cara personificou Tony Stark com tanta maestria que já é quase impossível desassociar as duas imagens. Downey Jr. É Tony Stark, e nesse filme ele mostra que realmente é o melhor entre os Vingadores, atuando como se fosse um passeio no parque e dando razões de sobra para a plateia rir com seu sarcasmo e seu destemor diante das adversidades.
Enquanto Tony Stark é confrontado por outros personagens poderosos, Downey Jr. nos passa através dele, o mesmo bom humor que nos fez virar fã de um personagem tão arrogante, e não há quem não o adore no decorrer das quase duas horas e meia de filme.
Dessa vez, no entanto, Downey Jr. não se destacou sozinho e boa parte do elenco também fez bonito em interpretações convincentes.
O que pude perceber é que praticamente todos os nomes envolvidos no projeto estavam engajados em seus papeis, e além de muito à vontade com seus personagens, os atores estavam se dedicando a eles, curtindo o que estavam fazendo.

Sinceramente, além de Hugh Jackman e seu Wolverine, eu vi poucos atores que interpretam super-heróis no  cinema realmente satisfeitos com o que estavam fazendo em cena. Para a maioria, e isso nos fica claro em entrevistas posteriores às filmagens, filmes de super-heróis não passam de produções vazias que rendem muito dinheiro, e poucos atores tratam aquilo como trabalhos dignos de serem vistos pelas multidões.
Todo ator que interpreta super-heróis no cinema deve ser fanboy do personagem e colecionar tudo que sai sobre ele?
Não, mas é muito mais agradável saber que nossos heróis de infância estão sendo representados por pessoas que realmente entendem quem eles são e que gostem deles.

Mas, enfim. Divaguei.


O que notei no filme foi um brilho intenso nos olhos de alguns dos atores, como se eles realmente estivessem vivenciando as emoções sofridas por seus caracteres, e tanto Chris Hemsworth quanto Scarlett Johansson me passaram isso em suas cenas mais densas.
Hemsworth parecia realmente compelido a fazer com que Loki pensasse no que estava fazendo (no caso destruindo Nova York) e parasse com os ataques. Havia um amor fraternal em seus olhos, como quando um irmão tenta impedir que o outro faça alguma coisa do qual vai se arrepender, e o ator, assim como seu personagem, parece mais maduro em cena, além de se sair muito bem nas sequências de ação, uma vez que é exigido muito mais de Thor fisicamente em Vingadores do que em seu filme solo.
Na cena em que o Dr. Bruce Banner (Mark Rufallo) parece se descontrolar e ameaça a Viúva Negra (Johansson) podemos notar a tensão nos olhos da moça, e o mesmo acontece quando Loki tenta tortura-la mentalmente de dentro de sua prisão, fazendo-a recuar diante de suas ameaças.


Mesmo que toda aquela emoção não passasse de uma encenação da personagem, Scarlett foi muito convincente, e o brilho em seus olhos nos passou a noção precisa do que a Viúva estava sentindo.
Tudo bem que aqui o foco é a interpretação... Mas o que é a Scarlett vestida naquele couro preto de costas para a câmera, meu Jesus do Céu!! 
Falem o que quiser, mas acho que, enfim, Chris Evans encontrou seu caminho e despontou como uma das grandes surpresas de Vingadores, fazendo com que seu Capitão América fosse aquilo que todo fã verdadeiro do personagem esperava: O líder da equipe.
O medo que o Homem de Ferro fizesse com o Capitão América o que o Wolverine fez com o Ciclope nos filmes de Bryan Synger era grande, até porque personagens que bebem leite e que são escoteiros costumam ser odiados pelo público médio.
Desta vez, porém, havia Joss Whedon por trás do roteiro, e como eu queria ver, o diretor colocou o Capitão na única posição em que ele deve sempre permanecer: Na liderança dos Vingadores.


Diferente do que alguns críticos disseram, não notei inferioridade em Evans com relação a seus colegas de set, e a todo momento ele me passou a seriedade e sapiência que o Capitão América deve passar. A feição sempre fechada de Evans destoa completamente daquela embasbacada do qual nos lembrávamos em Quarteto Fantástico, e me pareceu que ele enfim entendeu seu personagem, e em especial, gostou do que fez.
Eu consegui enxergar nele aquele Capitão América que aprendi a gostar desde pequeno, aquele herói destemido que enfrenta o Homem de Ferro, Thanos e Superman, (caras que podem esmagá-lo) com coragem, e a mim me basta. Claro que aquele uniforme não ajuda em nada para nos passar a ideia de liderança e coragem, mas Evans se esforçou!
Eu já não gostava do traje original utilizado em seu filme solo, mas esse mais moderno usado em Vingadores não funciona em cena.
Eu tentei gostar, gente. Juro. Mas como fica ridículo aquele pijama azul e vermelho em movimento!


Uma boa pedida para os próximos filmes seria se os produtores tentassem usar aquele traje sem o capuz que Steve Rogers usou por um período logo que voltou da morte nos quadrinhos.


Por incrença que parível, Evans sem a máscara convence muito mais do que com ela.

Mark Rufallo me incomodou a princípio como Bruce Banner.
Eu já me sentia confortável sabendo que Edward Norton personificava Banner no filme anterior, ele é um excelente ator e mostrou como poucos o que pode acontecer se há dedicação em um trabalho. Muito do que há de bom em O Incrível Hulk (e a meu ver o filme é muito bom) é graças a Norton (que participou da produção do filme além de atuar), e foi uma grande pena que por desavenças com os maiorais da Marvel ele preferisse abandonar o barco antes que a Iniciativa Vingadores tivesse angariado novos membros.
Ok. Temos o terceiro Bruce Banner diferente num período de dez anos. E aí?
E aí que Rufallo tem uma cara desanimadora de bocó, do tipo que só serve para fazer comédias românticas e olhe lá, e à princípio provavelmente ninguém acreditava que ele fosse conseguir se transformar em uma criatura gigante e verde que bota medo nas pessoas...


Mas não é que ele conseguiu?
O personagem parece o tempo todo deslocado em meio à interação dos demais, e esse paralelo com o próprio ator, que do elenco principal é o único “novato” por ali, acaba sendo interessante para a trama. Ele não é mal ator, e se pensarmos que Bruce Banner realmente não tem que ser um cara bonitão fisicamente e nem parecer excessivamente confiante, passamos a acreditar que Rufallo é o cara certo da vez.
Com cara de mané ou não, ele dá conta do recado quando atua com figurões do "naipe" de Samucas L. Jackson ou do próprio Downey Jr., e nos passa aquela insegurança típica de um cara que está fazendo de tudo para passar despercebido.
Rufallo não interpreta o melhor Banner do cinema (ainda prefiro o do Norton), mas ele conseguiu dar vida a um Banner que se assemelha bastante ao dos quadrinhos, e apenas por isso, ele merece o voto de confiança.


Quem mais cresceu de um filme para outro com certeza foi Tom Hiddleston.
No review de Thor eu escrevi o seguinte à respeito de seu Loki:  

Se eu fosse apontar um elo fraco no filme eu diria Tom Hiddleston, mas acho que não estaria sendo justo com o ator, uma vez que foi o seu Loki que não me agradou e não sua atuação em si. Me acostumei a ver um Loki nas HQs que usa seu poder de persuasão para causar situações que o beneficiem. Até aí o Loki de Hiddleston faz isso, só que nas HQs, o deus da trapaça é um personagem que causa a nossa ira, alguém desprezível que percebemos estar fazendo aquilo acima de tudo para satisfazer o próprio ego. O Loki de Hiddleston mais parece o irmão caçula invejoso que quer o lugar do irmão mais velho e fica de birrinha por conta disso.

O meu descontentamento não era tanto com Hiddleston em si, e sim com seu Loki, que me parecia mais uma bichona invejosa com o irmão pittboy do que um deus da trapaça. Já se percebia no primeiro filme que havia potencial no ator apesar de tudo, e isso foi elevado a máxima potência em Vingadores.


Loki é um vilão à altura dos heróis mais poderosos da Terra e ele faz jus ao título de deus da trapaça jogando os heróis uns contra os outros, da forma que só o personagem dos quadrinhos sabe fazer.
Whedon conseguiu pegar a essência do personagem, e há superioridade no Loki de Hiddleston. Nunca imaginei o irmão do Thor como um adversário físico (até porque nas HQs ele é um tanto quanto magrelo!) e no filme ele encara no mano a mano o Capitão américa, Thor e até o Hulk, o que é um ponto positivo, uma vez que estamos sendo apresentados a uma nova característica do personagem.
Ora! O cara é asgardiano (híbrido de um Gigante de Gelo)! É mais que natural que ele consiga encarar na força qualquer um dos heróis Vingadores.
Até por essa ânsia de derrotar seus inimigos, é notável que o asgardiano está desconfortável com sua expulsão do Reino e que o vilão quer destruir seu irmão e tudo aquilo que ele ama, nem que para isso tenha que se aliar a seres mais poderosos do que ele (e sim, estou falando da figura que sorri nas cenas pós-créditos e que eu já mencionei nesse post!) e isso faz com que Loki seja um dos mais terríveis adversários que um herói pode ter.
Se pararmos para pensar, nenhum vilão de filme até agora havia conseguido causar o ódio da plateia com a maestria que Loki conseguiu. O Monge de Ferro de Homem de Ferro 1 não passa de um poltrão dentro de uma armadura que não funciona direito, o Chicote de Homem de Ferro 2 é um bruto com uma arma bacana em mãos, o Caveira Vermelha é um estúpido que não consegue vencer um único homem tendo em mãos um Cubo Cósmico e o Abominável... Bem, o Abominável é uma besta-fera descontrolada.

Se fizessem um segundo filme dos Vingadores (e o sucesso desse já quase garante que isso aconteça) e eles formassem uma espécie de Legião do Mal com os personagens dos filmes anteriores, Loki os lideraria com certeza, e ainda os faria ajoelhar diante de seu poder.
Parabéns a Hiddleston e ao texto de Whedon, que me fizeram acreditar que o Loki é um dos vilões mais perigosos da Marvel.
A participação mais expressiva de Nick Fury nesse filme nos faz pensar em como seria divertido um filme que retratasse apenas o mundo da SHIELD em meio ao universo Marvel.
Já pensaram como seria bacana um filme inteiro dedicado aos agentes especiais buscando manter a paz enquanto combatem os caras maus, com direito a locações dentro do Aeroporta-aviões e aos carros voadores tão característicos nas HQs (e dos quais tivemos um vislumbre no filme do Capitão América durante a Expo-Stark)? E já pensaram se esses “caras maus” fossem vilões menores do Universo Marvel como Bumerangue, Açor Assassino ou mesmo o Rino?

Ok. Divaguei novamente.


A questão é que o filme se tornou ainda mais atrativo com a participação de Samuel L. Jackson, e as tiradas sarcásticas de seu personagem figuram entre os melhores diálogos que acontecem durante o filme todo. Sem falar que a essa altura, eu já não sei se Samuel L. Jackson é Nick Fury ou se Nick Fury é que é Samuel L. Jackson!
Jeremy Renner, que anda bem cotado em Hollywood como o novo cara dos filmes de ação (tendo participado ativamente de Missão Impossível 4 e pronto pra estrelar o novo filme da franquia Bourne) parece à vontade na pele do Agente Clint Barton, porém é um dos mais fracos em atuação. Seu papel, como disse acima, foi muito bem descrito, e o Gavião Arqueiro tem sua importância na trama, porém me pareceu mesmo que o trabalho do ator é que não convenceu muito. Diferente da personalidade dos quadrinhos, seu Gavião não é tão engraçado e nem mesmo parece o esquentadinho que sempre batia de frente com as ordens do Capitão América, mas o que mantém sua importância é o sugestivo relacionamento com a Viúva Negra e a forma como ele é usado como vilão para só depois ajudar a equipe com a invasão alienígena.


Vale também a citação a Clark Gregg, o já popular Agente Coulson e sua atuação sempre simpática. O ator com certeza foi um dos mais privilegiados da série de filmes Marvel, e conseguiu estar em todos eles fazendo pontas de ligação na história (nem que fosse nas cenas pós-créditos), fazendo com que seu personagem servisse como a ponte entre todos os universos. É ele quem espiona Tony Stark no primeiro filme e que depois dá uma mão para que Peppers tente melar os planos de Obadiah Stane. Também é ele quem acha o Mjolnir no deserto do Novo México ao final do 2º filme do Homem de Ferro e é ele quem acompanha jornada que faz com que o filho de Odin na Terra volte a se tornar digno de empunhar o martelo.
Fala a verdade! Quem não gostaria de ser o Agente Coulson?
A importância do personagem é tanta para os filmes, que é ele quem acaba unindo os Vingadores em prol do mesmo objetivo, em vez deles ficarem se estranhando o tempo todo seguindo a regra de que quando dois heróis se encontram invariavelmente eles devem quebrar o pau antes  de se aliar. O que dizer da tietagem do cara para cima do Capitão América?
Muito engraçada a forma como ele se sente feliz em estar ao lado da lenda viva da América, e por um instante o Agente Coulson de Clark Gregg representa o espectador comum ao lado daqueles seres fantásticos.


Eu acho cada vez mais desnecessária a utilização do 3D em filmes que não são filmados com essa tecnologia e sim convertidos por ela. Buscando em minha memória agora, não consigo me lembrar de nenhuma grande cena que tenha me levado para dentro do filme por intermédio do 3D. O máximo que essa tecnologia permitiu foi a profundidade das cenas, algo que não acrescenta tanto assim à narrativa.
Ao ver o segundo trailer de Vingadores, pensei em como seria interessante acompanhar a cena em que aquele leviatã gigante persegue o Homem de Ferro e passa destruindo prédios em 3D, mas o efeito acabou não acrescentando nada demais. Quem sabe eu deva experimentar em uma sala IMAX?

Os efeitos visuais de Vingadores são espetaculares. Palmas para o diretor de arte que imaginou a invasão dos alienígenas sob o comando de Loki e as cenas de destruição em Nova York. O filme dá uma virada fantástica de confrontos físicos homem a homem para combate homem X máquina quando a armada alien invade a cidade. O pânico da população enquanto as naves passam disparando contra eles, destruindo tudo em seu caminho é uma das mais empolgantes que já vi no cinema, e olhe que os exemplos de filmes que alguma grande ameaça destrói a cidade existem aos montes!
Tudo é tão perfeitamente planejado, que você não consegue perceber onde o CG está sendo utilizado (tá, vai, exceto na cena em que a Viúva assume o controle de um dos planadores), e a sequência de ação é tão empolgante que quase nenhum defeito de produção ou montagem consegue ser percebido (deixa pra isso quando eu tiver o DVD em mãos).


Mas e o Hulk, Rodman? Você gostou desse novo Hulk?
O Hulk é com certeza o melhor dos três digitais já criados. Sua movimentação e interação com os atores reais ainda não é perfeita, mas está quase lá. Os movimentos do Golias Esmeralda são naturais, ele apresenta maior peso em relação a suas versões anteriores e parece que a gravidade exerce força sobre ele dessa vez, diferente do Hulk borrachudo do Ang Lee. A cor da pele ficou entre o primeiro Hulk (interpretado por Eric Bana em 2003)  e o segundo (de 2008), e apesar de eu achar muito clara, convence, uma vez que ele está na maioria das cenas sob a luz do sol e não escondido nas sombras, como no filme de Edward Norton.


As feições da criatura remetem imediatamente a Mark Rufallo (e a tal cara de Mané!), ele é feiosão, porém é um dos personagens mais queridos do filme. Eu percebia a molecada pirando no cinema com suas cenas, algo que nunca havia visto antes.
Se a galera gostou desse Hulk, qual teria sido o problema do outro Hulk de 2008? Por que ele não fez o mesmo sucesso? Seria o segredo a abordagem que Joss Whedon conseguiu dar ao monstro, a de que agora há uma consciência controlando aquela massa verde?


A interação do Hulk contra o Thor (SPOILER!) e contra os invasores de Loki são as mais empolgantes que já vi em um filme Marvel, mas isso só pra falar sobre o Hulk, porque o filme todo é recheado de momentos impressionantes, daqueles de fazer qualquer fã de quadrinhos saltar da poltrona a todo instante.
O sucesso do filme é dos atores que acreditaram no projeto, é dos produtores da Marvel (viu só? Eles também conseguem dar uma bola dentro!), é da galera que mexe com CG, mas principalmente é de Joss Whedon, que por ser do meio quadrinhístico, entendeu exatamente a essência daquilo que devia transpor para as telas, dando aos fãs dos heróis, apreciadores apenas dos filmes Marvel, crianças, adultos e adolescentes, exatamente o que eles queriam ver: Diversão em sua mais fiel e pura forma.
Vingadores não é um filme perfeito, possui algumas falhas mínimas perceptíveis se analisarmos a história de forma mais apurada (como o Gavião Arqueiro se aproximou tanto do Porta-aviões sem ser notado?? Afinal, Banner controla o Hulk ou não??), mas é um espetáculo visual tão grande e bem feito que não há como dar outra nota senão 10.


Há quem já esteja comparando em qualidade de Vingadores com Batman The Dark Knight, considerado atualmente o melhor filme com personagens de quadrinhos de todos, Todos, TODOS, mas a meu ver, o filme da Marvel entrega melhor aquilo que todo mundo sempre quis ver na tela com os super-seres, por isso é meu preferido entre os dois. O filme tem embates fieis entre heróis, mostra em determinadas cenas quadros retirados de HQs (quem não reconheceu a cena do Capitão América descendo voando do jato com o escudo à frente??), apresenta um vilão que o público adora odiar e tem o Hulk! E o HULK ESMAGA!


Eu saí satisfeito do cinema. Fui ver duas vezes e vibrei da mesma forma em ambas. A plateia aplaudiu em diversas cenas e por um momento, os Vingadores se tornaram astros de rock sendo aclamados por seus adoradores. Se isso não indica que o filme consegue agradar o público, o que indica então?

NOTA: 10 com louvor.  

Leia também meus Reviews dos demais filmes Marvel:

 




 
NAMASTE!

7 comentários:

  1. prefiro 100 vezes o hulk de 2008, esse de 2012 não é o hulk e sim um gorila!!!!

    ResponderExcluir
  2. Os dcnautas ñ querem admitir q TDKR foi inferior(terminando com a aposentadoria do Batman) e com várias falhas no roteiro. Os Vingadores é o filme do ano, mas TDKR foi o segundo (ou terceiro, só esperar O Hobbit) melhor filme do ano.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Comparar TDKR com Vingadores é como comparar um livro do Aldous Huxley com o Luis F. Veríssimo. São estilos diferentes, não dá para colocar tudo no mesmo saco. Mas se tivesse que escolher entre os dois, mesmo com o roteiro meio forçado, eu escolheria o Batman só pela cena em que o Com. Gordon acende o símbolo do Morcego no prédio de Gotham.. hehehehe

      Excluir
  3. perdão, mas voc não entendeu o filme em relação ao Hulk. Diferentemente dos quadrinhos, o filme deixa bem claro que o Hulk e o Banner são uma "coisa" só. Ele "controla" a fera SIM. Na primeira vez que ele se transforma esse controle não existe porq ele tá sendo influenciado por Loki (que está preso no aeroporta-aviões), assim como todos estão brigando ou caindo em discórdia. Só que no caso do Dr Banner, se desentender e esquentar a cabeça é um pouco pior do que com os outros.

    ResponderExcluir
  4. Rodman, vc foi bem a fundo em sua análise, tanto que dá até vergonha de comentar… parabéns! Mas confesso que não gostei do filme. Como efeitos e visual nota 10, mas tem a questão do erro de continuidade gravíssimo do Hulk e os diálogos (dois) muito, muito previsíveis (a exceção da Viúva Negra, cujos diálogos foram o seu ponto forte). Para mim há dois tipos de filmes de Super Heróis: cerebrais, como Batman e divertidos, como Vingadores, no quesito "divertidos" o meu voto vai para Homem de Ferro, que curti mais que Vingadores..

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Kchaço!!
      Quem sou eu pra admitir que escrevi algo da qual você ficaria envergonhado de dar sua opinião... !
      Concordo com você. Batman e Vingadores estão em categorias diferentes mesmo, e não há porque tentar compará-los. Quando faço isso, é mais por preferência dos personagens da Marvel mesmo. Os filmes pertencem a universos diferentes, quase como Poderoso Chefão e sei lá... Transformers!

      Excluir

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...