27 de abril de 2020

5 lições que aprendemos com o BBB 20


O Big Brother Brasil 20 já é apontado por muitos entusiastas como a melhor edição de todas nesses 20 anos do programa - superando até mesmo a eletrizante edição 7, que consagrou Diego Alemão campeão - e a razão desse sucesso se deve ao fato da qualidade de seus participantes - potencializada sim pelos "convidados famosos" -, mas principalmente pelos temas polêmicos levantados ao longo do convívio de mais de três meses dos enclausurados. 


Todo ano é levantada a velha questão de que o reality da Rede Globo é manipulado, que todos os participantes recebem um script a seguir antes do programa ter início e que até mesmo o resultado dos paredões é arranjado pela produção, mas sendo isso verdade ou não, é bem visível que esse ano o "script" foi muito bem roteirizado, colocando os fãs do BBB e suas respectivas torcidas para discutirem questões bem sérias e necessárias como machismo, abuso psicológico, racismo e sororidade


Confesso que o formato do programa se desgastou para mim lá pela edição 10, quando o lutador Marcelo Dourado levou o prêmio milionário e só voltei a acompanhar o programa nessa edição 20 por causa de alguns nomes famosos que me chamaram a atenção. A meu ver, valeria a pena conferir de perto a interação das 9 subcelebridades (o grupo Camarote) com os 9 anônimos (o chamado grupo Pipoca) dentro da casa, e não há como negar que realmente valeu, aproveitando que durante a quarentena, o BBB foi uma das únicas atrações inéditas e ao vivo que continuaram sendo transmitidas na TV.

Vale lembrar que como o BBB é uma experiência de interação entre vários tipos de pessoas diferentes - mesmo que a maioria ali seja branca, hétero e com corpinho malhado - é muito comum nos vermos prestando bastante atenção nas questões humanas que a convivência deles acaba levantando, não sendo difícil trazer essas questões para a nossa "vida real". 

As redes sociais foram tomadas nas últimas semanas por discussões sobre muitos assuntos importantes que surgiram dentro da casa durante o confinamento - dos BBBs e do nosso! - e o intuito desse post é trazer alguns desses temas à tona. Como não estarei em lugar de fala de quase a maioria dos temas, usarei citações externas para tentar dar uma base razoável ao texto, por isso, não me cancelem (AINDA!). 

RACISMO ESTRUTURAL


Segundo o IBGE, os declarados pretos representam mais de 56% da população total do Brasil, mas essa maioria não significa muito no campo do preconceito étnico, algo quase enraizado em nosso dia a dia. Durante a edição do BBB 20, quem estava de fora pode acompanhar muitas situações que expuseram um racismo estrutural por parte de alguns participantes do reality para com o ator e cantor Babu Santana e a médica anestesiologista Thelma Regina, os dois únicos confinados declarados negros. 


Assim como do lado de fora da casa, o racismo estrutural se mostrou de forma sutil no BBB, como algo que "todo mundo faz" e que em alguns casos "ninguém nem percebe". Babu chegou a ser apontado como alguém "assustador" e "violento" pelas participantes Marcela McGowan, Gizelly Bicalho e Ivy por ter uma postura mais enérgica ao dar suas opiniões sobre os assuntos da casa, o que passava a imagem - a elas - de uma pessoa agressiva. Por dizer constantemente que morava em favela, ser de origem humilde e também por sua estrutura corporal, foi fácil para as participantes ligarem a imagem do ator a um aspecto negativo, o que gerou MUITOS votos em Babu e mais de 10 paredões no jogo. Gizelly e Ivy chegaram a zombar do pente afro usado por Babu na casa, se perguntando "que tipo de gente usa um pente desses" e se negaram a compartilhar a cozinha da casa com o "homem", forma pejorativa que as duas passaram a chamá-lo mais tarde. 


Thelma chegou também a ser alvo de Ivy e Daniel - os dois participantes que foram votados pelo público para entrar no BBB, após a Casa de Vidro - pelo simples fato deles não "terem afinidade" com ela, argumento muito usado no programa na falta do que dizer para não ir com a cara do coleguinha de confinamento. Quando Babu não podia ser votado, era em Thelma que a dupla concentrava votos, o que levou a participante a amargar um dos Castigos do Monstro e a parar num dos paredões. Gizelly ainda chegou a comparar a maquiagem de Thelma com barro, e embora Babu tenha cometido o mesmo erro mais tarde, ele e Thelma mantiveram uma parceria muito importante na casa por sua condição étnica, algo que durou até quando o jogo permitiu. 


Segundo a jornalista Bárbara Forte para o Ecoa do portal UOL, racismo estrutural "é o conjunto das várias formas de racismo, incluindo o individualista (e seus desdobramentos, como a discriminação e o preconceito) e o institucional, que estruturam a sociedade e naturalizam no imaginário coletivo que o lugar do negro está ligado à servidão ou à criminalidade"

Todos nós já praticamos ou fomos coniventes com formas de racismo ao longo da vida, e embora estejamos abertos a aprender mais com quem sofre com esse tipo de preconceito e interessados em ver essa prática se findar, é bem claro que ainda estamos longe de sermos uma sociedade livre das barreiras étnicas que insistem em dar privilégios somente para quem é branco, ignorando o que existe além disso. 


Ainda de acordo com o artigo de Forte, o racismo "diz respeito a formas nem sempre conscientes e também coletivas de desfavorecer negros e indígenas e privilegiar os brancos" e sendo o BBB uma extensão razoável do que vivemos diariamente em sociedade, não fomos poupados de vermos a prática ao vivo na TV. Casos de racismo também foram acompanhados nas redes por parte de seguidores mais radicais da chamada Comunidade Hippie do programa, e o perfil de Babu Santana se viu alvo de muitos ataques racistas, chamando o participante de "chimpanzé fumante" e outras ofensas piores. Vale lembrar que racismo é crime previsto pela lei Caó 7.716. É inafiançável, imprescritível com pena de reclusão de até 5 anos. 

RELACIONAMENTO ABUSIVO


Uma das características mais marcantes do BBB é a formação dos casais dentro da casa, e é claro que a edição 20 teve seu casal oficial. O modelo Guilherme Napolitano (um dos pipocas) e a cantora sertaneja Gabi Martins (uma das razões pela qual comecei a ver o programa) se enamoraram nas primeiras semanas do jogo e o público não demorou a shippar o casal. 


Os problemas começaram a aparecer quando outra participante da casa começou a chamar a atenção do modelo, colocando em dúvida as declarações exageradas de amor que o cara fazia para a loirinha. A atração entre Bianca Andrade, a Boca Rosa - que namorava fora da casa o cantor Diogo Melim - e Guilherme era nítida durante as festas e isso passou a incomodar Gabi. Guilherme dizia para a namorada que só queria a amizade de Boca Rosa e que eles já eram grandes amigos ANTES do namoro entre os dois começar. Mesmo assim os desentendimentos por conta da interferência de Bianca começaram a se repetir bastante, deixando Gabi cada vez mais tristonha e chorosa na casa.

Bianca e seu agora ex-namorado Diogo Melim

Após Bianca pedir que Guilherme se afastasse dela durante uma festa porque senão "ela ia beijar ele" e do modelo ficar em clima de affair no sofá com a influenciadora digital quase na cara de Gabi, o caldo só desandou entre os dois, gerando cenas bem fortes de se ver em que Guilherme dizia à cantora que "ela estava vendo coisas" e que não havia nada entre ele e Bianca. 

Guilherme e Bianca

O público que antes era só chamego com o casal, começou a querer a expulsão de Guilherme da casa por sua postura incisiva com relação ao que Gabi devia ou não fazer na casa, acusando-o de estar assediando psicologicamente a loira.       

     
A relação entre Guilherme e Gabi acabou enquadrada numa prática também conhecida como Gaslighting, que segundo a jornalista Laura Reif para a revista Azmina "é um tipo de abuso que atinge as mulheres de forma sutil, mas muito grave. Trata-se de manipular a mulher psicologicamente para ter controle sobre ela, ao ponto de anulá-la, gerar inseguranças, dúvidas e medos". Antes sempre alegre e festiva, Gabi passou a se tornar alguém triste após o namoro com Gui e não era raro ver a moça chorando pelos cantos da casa, em dúvida sobre o que o modelo dizia sentir por ela, claramente insegura. 


Gabi desenhou o tempo todo a personagem da menina inocente e bobinha na casa, e muitos dos seguidores da cantora apontavam que ela estava em tratamento contra a depressão ao entrar no BBB, causada justamente por relacionamentos fracassados do passado. Embora Guilherme tentasse mostrar que era o bom moço sensato e amigo de todos dentro da casa - o que o levou ao paredão que o eliminou - essa faceta de assediador causou um hate grande nos espectadores, que o eliminaram da casa com 56,07% dos votos, num dos paredões mais disputados da temporada, enfrentando o Youtuber Pyong Lee - que também tinha cometido alguns pecados na casa, relacionados, por sua vez, a assédio sexual


MACHISMO


Assim como o racismo, o machismo é outra característica bastante enraizada na sociedade, e dia após dia nós homens precisamos nos reeducar para deixar de lado algumas práticas até pouco tempo vistas como "naturais". Muito incentivada dentro de nossa casa por nossos pais e até mesmo por nossas mães, algumas práticas machistas nos pautaram a vida toda a sempre vermos mulheres como "seres menores", "mais fracos" e até mesmo "menos capazes". Frases como "corre que nem uma mulherzinha", ou "mulher não tem que fazer trabalho de homem" nos condicionaram desde a infância a realmente achar que as mulheres não eram capazes de fazer certas coisas, e que portanto, "não deveriam se meter". 


No BBB, além do próprio machismo estrutural presente nas falas de alguns participantes - os denominados Chernoboys - casos de misoginia também foram bem recorrentes e a batalha Mulheres x Homens movimentou fortemente o programa, tornando-se seu principal enredo. Com informações externas trazidas por Daniel e Ivy da Casa de Vidro, o jogo virou completamente quando as mulheres dentro do confinamento ficaram sabendo sobre o plano dos caras de desestabilizar os relacionamentos amorosos de algumas garotas, tentando fazer com que elas fossem mal vistas pelo público. 

O dia em que "Hadybala" tomou um enquadro das Sisters

A ex-Panicat Mari Gonzalez - que namora o ex-BBB Jonas - e Bianca Andrade - com o já citado Diogo Melim - eram os principais alvos do ginasta Petrix, do treinador Hadson e do fisioterapeuta Lucas Gallina. Felipe Prior e Guilherme também estavam inteirados do tal plano desde o início, mas se negaram a participar - e que também não fizeram nada contra. A notícia caiu feito bomba para as meninas, que foram tomar satisfações de Hadson, um dos mais criticados na casa por seus comentários machistas e misóginos sobre o corpo das mulheres da casa. Depois disso, a tal "Comunidade Hippie" se fortaleceu muito e um a um os Chernoboys foram saindo do jogo, eliminados pelo público que se afeiçoou à causa justa das mulheres.


Segundo a jornalista Marília Moschkovich em seu artigo "Machismo Estrutural" oculto é terrível, "nossos esquemas mentais mais elementares entendem que diversas características que associamos às mulheres sejam negativas nas posições de maior poder em nossa sociedade" e ainda que "quando dizemos que nossa sociedade é 'machista' em geral, não estamos falando de indivíduos declaradamente machistas. Nem de atitudes isoladas de machismo explícito, ou de discriminação proposital, racionalizada, das mulheres. Estamos falando das associações que fazemos com 'ser mulher' e 'ser homem' e o que elas significam em nossa sociedade". Para Moschkovich, "nós associamos 'ser mulher' a uma característica de 'emotividade' e ensinamos as mulheres a 'serem mulheres' portanto 'emotivas', reforçando positivamente esse tipo de comportamento". Em resumo, as atitudes dos Chernoboys na casa era uma tentativa de se dar bem com as garotas para reforçar o estereótipo típico da "vadia que sai dando para qualquer um por aí", o que as faria perder prestígio do lado de fora da casa e logo serem eliminadas uma a uma do BBB. Ao descobrir o plano, as mulheres não só viraram o jogo como deram uma demonstração efetiva do significado da palavra sororidade
     

A CULTURA DO CANCELAMENTO


Ao se negar a se juntar com as outras meninas da casa num primeiro momento contra os Chernoboys e seu plano "maligno", Boca Rosa foi uma das primeiras participantes do BBB 20 a ser "cancelada" pelos espectadores do programa. 


Alvo de insultos e perda maciça de seguidores nas redes sociais - cujo trabalho principal é oferecer produtos de beleza para MULHERES - Bianca acabou sofrendo um hate gigantesco dos fãs da Comunidade Hippie fora da casa, o que só piorou sua relação com as demais participantes no jogo. Em sua defesa, a influencer comentou que não queria tomar partido de nada antes de entender bem os dois lados, mas foi acusada de se bandear para o lado dos "machos escrotos" em vez de apoiar a causa feminista das colegas, zombando até mesmo o termo girl power. Inclinada a acreditar nas palavras dos caras que sempre negaram tudo do qual Daniel e Ivy os tinham acusado - e a mentira se sustentou por algum tempo - Bianca ainda tentou voltar atrás, mas o estrago já estava feito. Mesmo com a cantora Flayslane e Mari Gonzalez a seu lado, a influencer foi eliminada com 53,09% dos votos, após ser jogada no paredão pela rival Rafa Kalimann, com a qual ela já parecia ter rixa antes mesmo do BBB começar. 


Mas o que o cancelamento de Bianca pode nos ensinar?

Em primeiro lugar é curioso notar o quanto os ânimos andam exaltados nas redes depois que a cultura do cancelamento por qualquer motivo passou a ganhar força. Assim como o próprio apresentador Tiago Leifert comentou em uma de suas aparições diante dos "brothers", à certa altura do jogo, todos da casa - incluindo ele próprio - já tinham sido "cancelados" em algum momento pelo tribunal da internet, o que só prova o quanto o conceito se banalizou. 


Segundo o psicanalista Lucas Liedker em artigo para o site Metropoles, "o cancelamento enquanto fenômeno está alinhado ao pensamento neoliberal em que vivemos, onde pautamos as nossas escolhas pela mentalidade de consumo e da substituição. Podemos deixar de comprar produtos de uma empresa envolvida em um escândalo ambiental, assim como cortamos os vínculos com um familiar em função de seu posicionamento político”

Segundo o cientista em comportamento humano José Roberto Marques no próprio artigo, os efeitos evidentes influenciados pela cultura do cancelamento é preocupante:

 “São visíveis a curto prazo. Não estamos mais abertos, dispostos a ouvir e dialogar. Pelo contrário, construímos uma sociedade cada vez mais polarizada, violenta e com dificuldades de relacionamentos. Isso demonstra uma incapacidade de sair de nós mesmos e irmos ao encontro do outro, o que parece ser uma coisa tão básica das relações humanas”.

Se o cancelamento público feito pelo tribunal digital da internet começou por uma causa nobre, para apoiar o movimento #metoo que visava expor os casos de assédio sexual do produtor de cinema Harvey Weinstein (que comentei um pouco sobre nesse post), hoje ele é usado como uma forma de expressão menos nobre, visando apenas a exposição da condenação daquele que não pensa como você. Tá hora da gente cancelar a cultura do cancelamento... Não, pera...

SORORIDADE


Manu Gavassi foi uma das finalistas do BBB 20 e muito do seu protagonismo do jogo se deve ao fato dela ser uma forte defensora do feminismo dentro da casa, lutando sempre com muita coerência pelas causas das mulheres - à frente da luta contra os Chernoboys - e fazendo todo mundo aprender o conceito de sororidade dentro do Quarto Branco - um dos melhores momentos do programa - junto de Felipe Prior e Gizelly


Quando Hadson se juntou aos demais comparsas para manchar a imagem de Mari e Bianca, as mulheres tomaram aquilo como ofensa pessoal, o que fez com que todo o jogo mudasse radicalmente. 

Em matéria publicada pela revista Claudia, a jornalista Maria Clara Serpa diz que "a essência da sororidade é a união entre as mulheres. Praticar a sororidade também é parar de sustentar ideias que incitam a rivalidade do gênero feminino" e que "é sobre empatia, solidariedade, companheirismo e respeito entre as mulheres. Defende a ideia de que juntas somos mais fortes e que precisamos umas das outras para buscarmos a liberdade e os direitos que reivindicamos"

Tirando a própria Bianca Boca Rosa que preferiu "trair o movimento" não admitindo a importância do girl power e mais tarde Flayslane que também preferiu ficar flutuando pelos grupos mais populares, todas as demais mulheres do BBB se uniram em pró da causa, o que deve ter irritado bastante os defensores do time dos homens na casa.


Quando a própria Manu acabou no Paredão contra Prior, o incômodo que a cantora causava com seu discurso feminista ficou óbvio do lado de fora, o que reuniu torcidas de tudo quanto é time de futebol para apoiar o explosivo arquiteto. Embora tenha sido um dos poucos casos de "vilão de Malhação" - na definição da própria Manu - que acabou caindo nas graças até de quem odiava o cara no começo do programa, Prior possuía uma carga muito pesada de machismo em suas costas - ele dizia que gritava até com a própria mãe -, algo que ele quase não conseguia disfarçar. 


Mesmo quando ele admitiu que precisava aprender como lidar com seus próprios preconceitos e foi orientado por Manu no Quarto Branco, ainda assim, seu jeito estourado fez com que ele cavasse a própria cova no jogo, se voltando inclusive contra seu principal aliado na casa, o Babu. Um dos diálogos icônicos dessa edição foi justamente Manu dizendo ao arquiteto que embora ele não soubesse o que é sororidade, ele aprenderia aqui fora. 


Ironia ou não, logo que saiu da casa, após conquistar o carinho de muitos espectadores, casos anteriores ao BBB de assédio e estupro contra Prior foram expostos na imprensa, acabando de vez com a pequena evolução que ele parecia ter conquistado no reality como pessoa


A Manu por sua vez, foi para a final com Rafa - sua amiga quase inseparável - e Thelma, pronta a mostrar para o Brasil a importância da sororidade e do combate ao machismo. 

E você? O que aprendeu com o BBB 20 e a casa mais vigiada do Brasil?

Fontes:

Racismo Estrutural
Relacionamento Abusivo
Gaslighting
Machismo Estrutural
A Cultura do Cancelamento
Sororidade

Obs.: A ilustração das Sisters na capa desse post foi feita pelo artista fodão Leandro Franci. Quem quiser prestigiar o trabalho do cara é só visitar o portfólio dele.

A outra ilustração com baloneamento das Sisters jantando o Hadson foi feita pela artista Mari Souza. Visita lá o Instagram dela para curtir outras ilustrações foderosas

NAMASTRETA! 

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