Aiiin, Rodman! Você só posta coisas sobre a Marvel, só fala da Marvel, seu marvete safado!
Atendendo a inúmeros pedidos, depois de um longo período, eu
finalmente vou falar de DC...
Falar mal, é claro, porque hoje vamos destrinchar todas as
polêmicas, tretas e viagens do diretor mais visionário da face da terra e seu
infindável projeto Zack Snyder’s Justice League!
Siga-me os bons!
É importante relembrar que toda a saga de Zack Snyder para
dar luz àquilo que ele chamava de “seu corte” começou depois que as críticas ao
filme Liga da Justiça (2017) passaram a ficar cada vez mais mordazes pela imprensa e
pelo público. Snyder tinha sido colocado à frente do projeto para levar aos
cinemas a equipe de super-heróis mais importante dos quadrinhos — Chupa,
Vingadores! — pela própria Warner Bros., mas precisou se afastar devido a morte
de sua filha de 20 anos no período das filmagens. Como uma medida paliativa e
para que o filme não acabasse sendo engavetado com a saída de seu diretor, a
competente equipe do estúdio do Pernalonga escolheu ninguém mais ninguém menos
do que Joss Whedon para substituir Zack.
“O Josueldon fez aquela equipe mequetrefe lá da Marvel render mais de 1 bilhão de bilheteria... é claro que ele é a escolha certa para dirigir um filme da MAIOR EQUIPE DE SUPER-HERÓIS DO UNIVERSO!” (Executivo da Warner, em reunião emergencial).
Whedon tinha se desentendido com os manda-chuvas da Marvel
Studios após dirigir Vingadores – A Era de Ultron e saiu putinho, batendo a
porta. Foi dito na época que o “casamento” entre ele e a Marvel tinha se
desfeito por conta de diferenças criativas, mas rolavam boatos fortes de que o
diretor teria assediado moral e sexualmente alguns membros da equipe de produção por trás das câmeras e que ele havia agido
de maneira sexista e machista por mais de uma vez durante as gravações do
segundo filme dos heróis da Marvel. Nada foi comprovado e nenhum outro
comentário sobre isso foi tecido entre 2015 — ano do lançamento de A Era de
Ultron — e 2016 — ano em que Zack Snyder foi obrigado a se afastar de Justice
League, deixando o posto para Whedon — o que permitiu a contratação do novo
diretor de fama duvidosa.
Ainda na época, chegou a ser dito que o trabalho de Whedon
seria basicamente conectar as pontas soltas deixadas por Snyder na direção e
que a maioria das cenas já tinham sido filmadas, mas logo depois a boataria começou
a correr solta sobre refilmagens, substituição do compositor da trilha sonora,
remodelagem nos efeitos visuais e até mesmo mudanças no roteiro. O que antes
seria só uma medida paliativa para salvar a produção, acabou se tornando um
projeto praticamente novo e o filme antes imaginado por Zack Snyder foi
recosturado, fato esse que desagradou completamente os devotos fãs fervorosos do
visionário.
O público se dividiu. Enquanto alguns saíam do cinema com
uma boa impressão do que haviam visto na tela, outros caíram matando em
críticas ao que Joss Whedon fez ao filme anteriormente PERFEITO na cabeça de
Zequinha da Galera, e foi aí que começaram os pedidos para que a Warner
lançasse o tal “Snyder Cut”.
Igualmente insatisfeito com o que viu seu filme PERFEITO se
transformar, Zack Snyder começou a incitar seus fãs a exigirem que o seu corte
fosse lançado como uma versão alternativa à que foi ao cinema, e o cara
despirocou nas redes sociais, postando sem parar fotos e vídeos do que era
para ter sido a sua versão de Liga da Justiça. Daí para frente, amigo... não
tivemos mais um só dia de paz! Toda hora era uma manchete nova:
“Zack Snyder mostra visual alternativo do Superman”
“Zack Snyder publica frame de um segundo da barata que passa
num canto na cena em que o Flash salva Iris West”
“O visionário mostra a cueca usada por Ben Affleck durante
as gravações”
“Polêmica: ‘O meu Superman jamais perderia tempo salvando
pessoas! ’, diz Zack Snyder, para delírio de seus fãs nas redes sociais”.
Exceto os devotos fãs do cara, ninguém mais estava aguentando a
insistência de Snyder em um projeto que visivelmente havia sido um fracasso
para o estúdio da qual ele era, além de diretor, também produtor executivo.
Justice League tinha rendido à Warner US$ 657,9 milhões — com um orçamento de
US$ 300 milhões — e ficou bem abaixo das outras produções da DC também
dirigidas por Snyder, como Batman V Superman (2016) e Man of Steel (2013). Era
bem óbvio que os picas grossas do estúdio não queriam mais saber do filme e que
desejavam apostar em uma direção menos “dark” e mais fantasiosa — algo mais
Marvel! — para seu DCU, o que acabou se mostrando um acerto, visto que Mulher
Maravilha (2017) e Aquaman (2018) foram bem nas bilheterias, por coincidência ou não, largando de mão o jeito zacksnyderiano de se fazer filme.
INCONGRUÊNCIAS
Vale lembrar que uma versão do diretor costumeiramente é
feita com cenas não adicionadas no corte original do filme que foi para o
cinema e nós já tivemos vários exemplos disso, como nas várias versões do diretor de Blade Runner — de Ridley
Scott — e o próprio Superman de 1978, filme que foi originalmente dirigido por
Richard Donner — tanto o primeiro quanto o segundo —, mas cuja parte 2 acabou saindo creditada a Richard Lester, por conta de
desavenças entre Donner e o estúdio.
No caso do Snyder Cut, com todas as notícias que saíram após
o anúncio do investimento milionário no projeto, é bem evidente que não havia
mesmo uma versão do diretor já filmada e cujas cenas apenas não tinham sido
aproveitadas por Joss Whedon. O tal “Snyder Cut” era na verdade a ideia que
Zequinha tinha em sua cabeça para o filme e que nunca tinha sequer sido
gravada, daí a necessidade dos US$ 30 milhões da Warner. Tanto é verdade, que
não demorou para que o próprio diretor viesse a público falar sobre gravações
extras — usando inclusive parte do elenco — e novas inserções digitais. Quem
ironizou muito bem a ideia desse corte do diretor, foi o roteirista Dan Slott em uma postagem:
“Eu tenho um corte do diretor de um filme que quero lançar. O filme está pronto. Totalmente pronto. Na minha mão. Ele existe. Um filme completamente real e tangível. Eu só preciso de US$ 70 milhões de dólares para refilmagens”
Sim, amiguinhos!
Aqueles US$ 30 milhões iniciais inflaram para US$ 70 milhões posteriormente e não se admirem caso esse “projetinho” acabe custando aos bolsos da Warner
mais de US$ 100 milhões em algo que começou como um capricho de um diretor
mimado.
Nada me tira da cabeça que o Zack Snyder deve ter fotos
comprometedoras de algum executivo de alto escalão da Warner! Só isso para
explicar tanto poder dado a alguém que tinha sido DEMITIDO da empresa!
Eu também sei alguns segredinhos sujos do meu ex-patrão... será que ele me dá US$ 30 milhões para eu terminar o projeto de um filme que eu nunca sequer comecei? Será?
EFEITOS VISUAIS REFEITOS
Um dos motivos de piada da versão original de Liga da Justiça foi a horrenda remoção digital do bendito bigode de Henry Cavill para as refilmagens do filme. Na época, o ator estava gravando também Missão Impossível – Efeito Fallout e ostentava um belo bigode, algo que era imprescindível — sei lá porquê! — que ele não tirasse da caracterização de seu personagem "August Walker", segundo o estúdio do filme. Whedon achou que não seria de bom tom que o Superman surgisse barbudo e bigodudo em cena e isso acabou custando US$ 25 milhões à Warner, que contratou o sobrinho "disáiner" de alguém para fazer os efeitos visuais.
Quem poderia imaginar um Superman barbudo, não é mesmo? |
Resultado? Uma bizarrice sem tamanho que gritava aos olhos em IMAX.
Zack Snyder, ao reassumir a direção do filme, decidiu de
imediato que não iria usar NENHUMA cena adicionada por Joss Whedon — para
manter a perfeição de seu projeto, a primazia de sua obra única —, mas em
vez de tirar um bigode que custa US$ 25 milhões, ele quis ir além. Segundo o
diretor, muito do que veremos na tela será inédito e feito totalmente do zero:
“Eu estava conversando com Tamara Watts Kent, a minha produtora de efeitos visuais, e estávamos falando sobre as atualizações do filme. O fato é que cerca de 80% dos efeitos nunca foi visto por ninguém além da equipe. E nem estou incluindo as cenas que foram regravadas… O filme está emocionante. Mal posso esperar para que todos testemunhem o quão grande será essa experiência.”
Mano... 80% dos efeitos... 80% DOS EFEITOS!
O cara refez praticamente tudo e ainda tem coragem de chamar
essa $@@#% de “cut”.
Uma coisa que me deixou curioso é: se o Zequinha da Galera
não vai usar as cenas dirigidas por Whedon, como ele vai fazer com o Henry
Cavill bigodudo? Ou o Henry Cavill bigodudo jamais existiu e faz parte de um
universo paralelo acessado pelo Flash e... Hã... esquece!
RAY FISHER PUTO DA CARA!
Um dos atores do elenco original de Liga da Justiça que mais
criticou a versão de Joss Whedon foi o intérprete do Ciborgue / Victor Stone, e
isso não se deve somente ao fato de que seu personagem se tornou praticamente
irrelevante ao corte final, sendo que ele era mencionado como o “coração” da
versão snyderiana. O fato é que Ray Fisher acusou Whedon de
anti-profissionalismo durante sua passagem conturbada pela direção do filme e
entre outras coisas, falou que o tratamento do cara para com a equipe era “nojento,
abusivo, pouco profissional e completamente inaceitável”.
Em postagens bastante mordazes nas redes sociais e em
entrevistas sobre o filme, Fisher alegou mais de uma vez que tinha sido
destratado por Whedon no set e que tinha provas contundentes do que estava
falando. Comentou também que os produtores Geoff Johns e Jon
Berg permitiram que Whedon agisse de maneira desrespeitosa com ele, e foi além
sobre as provas que tinha em sua posse:
"Demorei dois anos e meio para obter todas as informações necessárias para construir algo forte o suficiente para que as pessoas não pudessem descartá-lo. Nós vamos chegar ao fundo disso tudo. E se alguma coisa que eu disse sobre esse homem for falsa, convido-o de todo o coração a me processar por difamação".
Chamou na chincha!
A treta entre Whedon e Fisher acabou ficando clara no corte
final do filme. Além das cenas do Ciborgue que aparecem no trailer do filme e
que nunca foram usadas na versão final, Fisher alega que seu personagem teria
muito mais profundidade — como o Aquaman... hein? hein? profun... deixa pra lá! — e que ele havia conversado com o roteirista Chris
Terrio sobre a essência que ele gostaria de ver incutida em seu Victor Stone.
“Vamos nos sentar e falar sobre a experiência de ser um negro e vamos chegar a um tipo de acordo. Ele [Terrio] colocou dinâmicas bonitas da sua perspectiva, e apontamos o que ficaria bom, o que poderia ser problemático, especialmente porque o personagem não é só negro mas também deficiente físico".
Apesar de todo esse disse-me-disse, Victor Stone terá cenas de sua origem como jogador de futebol adicionadas ao "novo" Liga da Justiça, porém, a aparição do Ciborgue no vindouro filme do Flash foi cancelada devido todas essas polêmicas envolvendo o ator e as denúncias de assédio.
Booyah!
LOBO DA STEPHANIE E DARKSEID
Foi feito um alarde desgraçado por conta da aparição do temível Darkseid no trailer do Snyder Cut e o próprio diretor não parava de falar de como seu vilão era foda e blábláblá... mas o resultado final — pelo menos o que dá para ver no vídeo — não parece fazer jus ao que se esperava.
Assim como na versão de Joss Whedon, apesar da aparição de Darkseid no trailer, o grande vilão da história vai continuar sendo o Lobo da Estepe que, obviamente, ganhou uma repaginação em seu visual. Acho difícil que os novos efeitos digitais deem o peso necessário que faltou ao boneco de CGI do primeiro filme, ou que esse Lobo turbinado seja mais convincente que o anterior, mas a nova "peita" do personagem foi elogiadíssima por Zack Snyder que não demorou para arrotar que seu vilão "era assustador demais".
Ui, ui, tirem as crianças da sala que o bichão ralador de queijo é assustador!
Na boa? Ainda tenho dificuldades para saber qual das duas versões merdas desse personagem merda ficou pior! Vamos esperar para ver como vai ser vê-lo em ação no filme para fazer as devidas comparações. Criticar com mais base é sempre melhor!
Ainda no trailer, é possível ver outro morador de Apokolips de relance, o puxa-saco maior de Darkseid, o temível Desaad. Nenhuma outra informação foi mencionada a respeito desse personagem ou qual será seu papel no enredo, mas tal qual seu mestre, acho bem difícil que seja algo muito maior do que uma aparição especial no meio do roteiro já bastante inflado com várias tramas e sub-tramas dessa colcha de retalhos que é o Snyder Cut.
CORINGA GANGSTA E SLAAAAAAAADE
Nós sabemos que parte do que mais agrada os fãs de Zack
Snyder em seus filmes do DCU é o modo limítrofe como ele encara alguns
personagens, em especial aqueles que em outras mídias tendem a ter uma visão
mais pacifista e/ou apaziguadora, por isso, para quem compactua com suas ideias
“O SUPERMAN QUEBRAR PESCOÇOS É IRAAAADO, LEK! CRACK! CRACK! ”.
A inserção de personagens como o Coringa e o Deathstroke —
Exterminador ou mais comumente chamado de Slaaaaaaade — em Liga da Justiça desse ponto de vista limítrofe parece ser, de certa maneira, acertada, já que
nenhum dos dois precisa necessariamente defender ninguém ou agir de acordo com
seu senso de justiça. Eles estão pouco se fodendo para isso! Motivo que os
coloca como melhores opções para cair nas mãos do Lek Snyder.
Viagem!
Bem, pouca gente discorda que o Coringa de Leto foi O PIOR
CORINGA que já vimos na tela do cinema — e isso nem tem só a ver com o visual
tatuado e completamente descaracterizado do Palhaço do Crime —, mesmo assim, o ator
estará de volta ao papel para uma ponta no Snyder Cut, fazendo parte, segundo o
diretor, de mais um dos pesadelos de Bruce Wayne ao longo do filme. Além dessa
informação e da comemoração de Leto por voltar a interpretar o Coringa, mais nada foi
anunciado sobre a inserção do personagem que, lembremos, NÃO FAZ parte do filme
original.
Dito isso, será que veremos no filme o Coringa macetando um
pé-de-cabra na cabeça de um adolescente e esmigalhando seu cérebro em slow-motion enquanto pedaços de seus miolos voam de encontro à câmera? Seria
bem a cara do Snyder, né?
Outro ator que comemorou feito pinto no lixo a volta a seu papel foi Joe Manganiello, que postou em sua conta no Twitter o novo visual de seu Slade Wilson para o filme. O Exterminador acabou sendo completamente irrelevante na versão de Joss Whedon, ganhando apenas uma aparição rápida em uma cena pós-crédito de algo que se assemelhava à reunião da Legião do Mal — junto do péssimo Lex Luthor de Jesse Zuckerberg... Mark Eisenberg... Jesse... Sei lá! O carinha lá de Zumbilândia!
Antes do projeto ir para as cucuias — pra não dizer “para os
caraios” —, era sabido que Manganiello ia repetir o papel do mercenário mais
foda da DC no filme solo do Batman, quando a bagaça ainda estava nas mãos de
Ben Affleck. Com a restruturação do filme para o que hoje conhecemos como o “The
Batman” — com direção de Matt Reeves —, Manganiello ficou desempregado e seu
Slade nunca teve mais do que aquela cena mequetrefe que não acrescenta nada em Liga da Justiça.
Já falei aqui no Blog que o Exterminador é um dos meus
vilões preferidos da DC e como ele é porradeiro, adora uma espadinha, uma
arminha e costuma agir de maneira bem violenta nas HQs, seria o personagem
PERFEITO para ser dirigido por Zack Snyder em um filme. Imaginem só aquela cena
de BVS em que o Bátema salva a Martha moendo de pancada os soldados do KGBesta
só que com o Slade no lugar, podendo fatiar, fuzilar e estraçalhar à vontade
seus alvos! Seria fantástico, não é? Aposto que a sua cabeça explodiu tal qual OS
MIOLOS DO DICK GRAYSON com essa ideia!
Rodman apoia um filme do Exterminador dirigido por um Zack
Snyder sem controle nenhum.
SUPERMAN BLACK
Eu chorei na Morte do Superman... não tenho vergonha de
assumir.
A versão dos quadrinhos, claro. A versão do cinema eu até
bocejei algumas vezes durante a luta da Trindade da DC contra o Cococalipse.
Uma das coisas mais legais da época da morte e do retorno do
Superman — além dos mullets! — foi o traje preto que Kal-El usou enquanto seus
poderes eram restabelecidos. Roupas pretas são legais. Eu, como um adolescente
na época, “se” amarrava com aquele traje desenhado pelo Dan Jurgens e é bem
óbvio que o pequeno Rodman também ia se amarrar em ver algo parecido na tela do cinema.
O mais curioso do verdadeiro motivo da inserção do traje
negro tão comentado que “faltou na edição final de Joss Whedon” é que nem o
Zack Snyder sabe explicar! Em vez de mandar um “porque eu quis” na resposta
quando questionado pela razão de fazer o herói usar a roupa preta no filme, o
visionário disse:
“Eu sou um defensor ávido do traje preto. Eu realmente queria o traje preto, fazia sentido para mim porque… o Superman é um personagem que notoriamente nunca cresce. Ele é como uma pedra e tudo apenas é esmagado contra ele. E descobrimos mais sobre nós mesmos tentando mudar aquilo que não pode ser mudado. Isso é o jeito antigo, o velho Superman, enquanto eu sentia que o meu Superman tinha que, em todo o caminho, meio que subir de nível e aprender algo e ser algo diferente, porque no fim, a ideia do que eu planejava era um passo final para o Superman, que era seu retorno real, ou ele chegando ao que eu considero o Superman clássico. Nós não temos ele nesse filme, o Superman clássico. Eu também sinto que o traje preto é um delineador de tempo. Então se você vê um flashback ou flash-forward, ter ele no traje preto te deixa saber onde você está no tempo, porque é algo muito particular desse certo arco. Então eu estava muito animado em usar o traje preto para meio que nos prender em quando ele vai do traje preto para o traje vermelho e azul e então quando ele está no traje vermelho e azul, o que aquilo significa e quando ele volta para ele, o que isso significa? ”
Se você não entendeu porra nenhuma dessa explicação, nós
somos dois, colega. High-Five!
Vamos nos ater novamente à visão limítrofe — sim, eu gostei
dessa palavra! — que Snyder tem sobre o heroísmo que o Superman representa nos
quadrinhos e como essa ameba simplesmente NÃO ENTENDE o simbolismo de um herói
que, embora seja mais poderoso que QUALQUER SER HUMANO, entende perfeitamente a
sua limitação, e que o fato dele não usar seus dons para ganhar vantagens e/ou
abusar da boa-fé da humanidade, o torna o MAIS HUMANO de todos os seres excepcionais
com que ele convive.
Dá pra sacar a diferença disso para um cara que simplesmente
quebra o pescoço de um inimigo, por mais que isso pareça na hora a única
solução?
Um Superman “do jeito antigo”, o “velho Superman”, como cita Snyder em sua explicação, arranjaria milhões de outras formas de deter o
descontrole de seu conterrâneo Zod sem que isso envolvesse matá-lo, e é esse
altruísmo, essa bondade intrínseca que faz do Superman o que ele é. Um cara com
o poder de um deus, mas que age como o mais humano dos humanos simplesmente
porque entende o que é ser falho.
Quando Snyder diz que “o Superman não cresce” e que o seu Superman “tinha que, em todo o caminho, meio que subir de nível e aprender algo e ser algo diferente” — embora não saiba concluir seu argumento, confundindo todo o meio de campo em seguida — é o velho Zack Snyder limitado falando mais alto.
O mesmo cara que só viu a superfície da obra Watchmen e que acha que o
seu Batman tem que matar sim e que o seu Superman precisa evoluir, ser “melhor”
do que sua versão boazinha e escoteira das HQs. O “velho Superman” é passado. O
novo Superman mata, arrebenta uma cidade inteira para deter o vilão e está
pouco se fodendo para as consequências de seus atos. Em resumo... o uniforme
negro do Superman mostra a verdadeira visão que Snyder tem do personagem,
alguém trevoso, alguém desprovido de luz, que não mede o poder que tem em mãos e que usa os mesmos métodos de seus inimigos para vencê-los.
Personagens assim tem aos montes para serem trabalhados. O Superman deveria ser a exceção.
MULHER MARAVILHA BOLADONA
Patty Jenkins foi uma das poucas pessoas do meio cinematográfico que
entendeu o que a Mulher Maravilha deveria simbolizar no mundo dos super-heróis, e a diretora do filme Mulher Maravilha e da sequência Mulher Maravilha 1984
acabou pagando caro por tentar representar a heroína como ela deveria ser nos
cinemas.
A explicação de Snyder soa ainda mais ofensiva que a do
traje negro do Superman, mas é mais inteligível:
“Mulher-Maravilha 1854 – Essa imagem incrível tirada por Stephen Berkman de um universo alternativo, mostra uma Diana cansada pela guerra, que perseguiu Ares pelos campos de batalhas ao redor do mundo, e ainda não havia conhecido Steve, que a ajudaria a restaurar sua fé na humanidade e no amor.”
“... uma Diana CANSADA pela guerra...”, mas que ostenta
CABEÇAS HUMANAS como símbolo de “quem manda aqui é nóis, mano! ”. Entendi. Ok.
Nem é preciso dizer que a imagem acabou causando mal-estar
nos fãs da personagem, em especial pela maneira brutal com que a princesa
guerreira é retratada.
Aiiiin, Rodman! Deixe de ser pau no cu, seu pau no cu! O
Zéquinha lindo disse que essa Mulher Maravilha — essa rachada HOR-RO-RO-SAAA —
faz parte de um universo paralelo. Ela não é a mesma dos filmes!
Hmmm... não faz sentido nenhum, jovem padawan! Se é de um universo
paralelo, por que causa, motivo, razão, circunstância a Diana iria hackear os
computadores do Bruce Wayne só para recuperar a foto dela pagando de
Maria-Bonita? Enfim...
Quem acabou dando uma “voadera” com os dois pés no peito do
Zéquinha da Galera acabou sendo a própria Patty Jenkins, que defendeu sua visão
da Mulher Maravilha para os filmes, falando ainda sobre a interferência que a
Warner tentou criar durante a produção do primeiro filme:
“Mulheres não querem ver isso. Ela sendo rude, durona e cortando a cabeça das pessoas, não é isso que deve ser – eu sou uma fã da Mulher-Maravilha e não é isso que estamos procurando. Ainda assim, eu podia sentir aquele nervosismo instável da parte deles sobre o meu ponto de vista. ”
Em tempos, vale lembrar que Jenkins alegou recentemente que
o terceiro ato de seu filme de 2017 foi inteiro roteirizado por imposição do
estúdio, que cismou que deveria haver uma grandiosa batalha entre Diana e Ares.
Grandiosa mesmo! Grandes merdas de sequência!
A briga entre os dois é uma das piores coisas do filme e até mesmo Jenkins admite que ninguém gosta daquela sequência e que ela acabou sendo obrigada a ceder ao que o estúdio queria.
Além do estúdio que quis forçar uma visão mais agressiva da Mulher Maravilha, quem também tinha planos para um lado mais sombrio da personagem era o próprio Zack Snyder, que tinha escrito um roteiro para o final de Liga da Justiça em que Diana decapitava o Lobo da Estepe — a ilustração abaixo mostra a ideia de Snyder. Patty Jenkins parecia ser a única lúcida o suficiente na Warner e também a única capaz de entender a verdadeira essência da Princesa das Amazonas. O resto queria mais é ver a principal personagem feminina das HQs arrancando cabeças no cinema!
Aiiiin, Rodman! Deixe de ser recalcado! Nos quadrinhos a
Diana é uma guerreira ela mata geral mesmo... trucida, esquarteja! Mimimimi! Quem lacra não lucraaa!
Pois é... após o advento dos Novos 52, a Princesa das
Amazonas ficou resumida a essa bárbara boladona que usa mais a espada como arma
do que o laço da verdade e que não perdoa os inimigos. A molecada de hoje em
dia nem sequer ouviu falar da Mulher Maravilha justa, altruísta e bondosa
recriada pelo George Pérez na década de 80. Uma pena!
FICA OU NÃO FICA?
Todo mundo sabe que as decisões da equipe preparada e
absoluta da Warner Bros. são tomadas ao sabor do vento que está soprando na
hora, não é mesmo? Por isso, ainda é cedo para dizer se Zack Snyder vai
continuar ou não à frente do DCU — ou seja lá como esse troço se chama hoje em
dia — após o esperado lançamento do Zack Snyder’s Justice League. É bem claro
que a simples ideia de um novo filme do diretor movimenta o mercado
cinematográfico, seja para o bem ou para o mal, e que o nome do cara já se
tornou sinônimo de hype. Falem bem, falem mal, falem de Zack Snyder!
Em publicação recente, o cara disse com todas as letras que
não tem interesse em continuar na Warner / DC após o lançamento do filme, e que
não vai dirigir mais nada para a companhia pelos próximos anos — toca aquela música aí que ele tanto adora... "Hallelujah"! A Warner, tal
qual a vida, é uma caixinha de surpresas, mas por ora, também parece satisfeita
com as participações do visionário.
A pergunta é: E se Zack Snyder’s Justice League for um
sucesso retumbante e arregaçar com os servidores da HBO Max com zilhões
de acessos? E se a versão do diretor mais amado do mundo empanturrar o cu do
Pernalonga de tanto dinheiro, fazendo com que os acioni$ta$ da Warner queiram
que o Zequinha retorne no futuro, quem sabe, para um Justice League 2, 3 e 4?
Será que ainda assim ele não retornaria? Será que mesmo com os executivos
implorando em sua porta, ainda assim ele vai queimar as fotos comprometedoras
que tem guardadas na gaveta e desistir de ganhar mais dinheiro? Duvido!
O ano é 2021... e em algum momento desses 12 meses nós
iremos assistir essa tão aguardada obra-prima dos deuses da cinematografia, que
será exibida como uma série de 4 partes no serviço de streaming exclusivo da
Warner, o HBO Max e no Torrent mais perto da sua casa, e é claro que eu
estarei lá para me regozijar... ou não!
Devo confessar que eu não lembro o que eu tinha fumado na
época que escrevi o review de Joss Whedon’s Justice League... mas eu falei BEM
do filme na maior parte do texto! Que loucura! Eu devia estar sob efeito de
psicotrópicos, não é possível! Já revi o filme umas duas vezes depois da
primeira no cinema, e atualmente acho tudo uma MERDA... exceto a luta da Liga
contra o Superman... essa eu ainda acho maneira... apesar do queixo
redigitalizado escrotamente do Henry Cavill!
P.S. – O post acabou ficando mais imenso que a jiromba do Kid Bengala, mas eu esqueci de citar que quem também deve dar as caras na nova versão
REMASTERIZÁITION de Liga da Justiça é o Caçador de Marte Ajax e o próprio Zéquinha
da Galera mostrou algo parecido com o visual do marciano em seu Twitter. Nada
foi confirmado sobre a participação de Harry Lennix, o ator que interpreta o General
Swanwick em Man of Steel, e que seria a forma humana em que J’onn J’onzz
estaria disfarçado na Terra, mas é provável que ele faça uma ponta. Tem que
justificar esses US$ 70 milhões aí, amigo! Quié... lavagem de dinheiro essa
porra?
P.S. 2 - Recentemente Zack Snyder comentou que é um grande fã de Frank Miller e que se fosse dirigir um filme para a Marvel — deusulivre! —, gostaria que fosse algo baseado na graphic novel Elektra - Vive do autor. Taí... seria algo que se encaixa no perfil dele... desde que ele se limitasse à Elektra e não fizesse o Demolidor sair matando todo mundo... igual o Miller fez em O Homem sem Medo! Heheheh! Falando em Frank Miller, como um bom fã do autor, será que Snyder já leu essa página de O Cavaleiro das Trevas??
NAMASTE!
Nenhum comentário:
Postar um comentário