26 de fevereiro de 2025

Emilia Pérez e Anora no Conclave


Combo Breaker Oscar 2025


Chegou aquela época do ano em que a gente deixa um pouco de lado os filmes de bonecos fazendo “piw piw” e assume a nossa persona de Rubens Ewald Filho para falar um pouco sobre FILMES QUE PRESTAM de verdade.

No Combo Breaker de hoje, vou destacar Emilia Pérez, Anora e Conclave, todos eles disputando com Ainda Estou Aqui o prêmio máximo do cinema no Oscar 2025.

Sigam-me os bons!

Emilia Pérez

Emilia Pérez Combo Breaker Oscar


Dirigido pelo já polêmico Jacques Audiard (“Ferrugem e Osso”, de 2012) Emilia Pérez conta em forma de musical a história do chefe de cartel de drogas mexicano, Juan Manitas (Karla Sofía Gascón) que decide contratar uma advogada em evidência na mídia para que ela possa ajudá-lo a fazer a sua transição de gênero em sigilo. "Matando” assim a sua persona masculina para sempre.

Emilia Pérez
Jacques Audiard e o elenco de Emilia Pérez


No enredo, a advogada Rita Mora (Zoë Saldaña) acabou de ganhar uma causa onde conseguiu safar um criminoso da prisão quando ela é abordada por Manitas, que lhe oferece uma caralhada de dinheiro em troca dos seus serviços.

Em seu primeiro encontro para tratar sobre negócios, Rita fica cara a cara com o narcotraficante em seu esconderijo, e se sente tentada a ajudá-lo com o seu problema de falta de identificação de gênero, porque, afinal, ela é uma fodida que precisa muito da grana.

Emilia Pérez Combo Breaker Oscar
Karla Sofía Gascón como "Manitas" e Zoë Saldaña


Nesse encontro, Rita também conhece a esposa de Manitas, Jessi (Selena Gomez), além dos dois filhos do casal, e isso faz com que ela repense momentaneamente em aceitar ou não a proposta do traficante. 

Emilia Pérez Combo Breaker Oscar
Selena Gomez e sua fluência ZERO em espanhol


Embora isso não fique muito claro ao espectador num primeiro momento, Manitas não pretende voltar a ver a sua família após a sua redesignação sexual, dando também um “migué” em seus comandados e na sua vida criminosa. É por essa razão que Rita chega a pensar em desistir de ajudá-lo.

Por fim, ela aceita e foda-se! “Vou ficar milionária e a família do meu cliente que se lasque!

Logo após Rita concordar em conhecer algumas das clínicas que façam a cirurgia de transgenitalização de maneira discreta, vem uma das cenas mais constrangedoras que eu já assisti na minha vida. O momento em que a advogada visita uma clínica na Tailândia e que rola o musical que virou meme na internet de tão absurda!

Emilia Pérez Combo Breaker Oscar


“Homem para mulher ou mulher para homem?”

“Homem para mulher”

“Então, pênis para vaginaaaa”

É sério. Fiquei imaginando alguém que passou por uma transgenitalização de verdade assistindo a essa sequência vergonhosa que trata com humor escrachado um assunto tão sério! 

E tudo isso com musiquinha e dancinha… como se o filme fosse editado por um adolescente no TikTok!

O filme em si tem muitos momentos embaraçosos e a listagem parece infindável quando paramos para pensar um segundo sobre o que estamos assistindo na tela. Para começar, a maneira estereotipada com que o diretor Jacques Audiard enxerga o México e a sua cultura. O francês chegou a visitar o país antes das filmagens, mas admitiu que a visão que ele tinha do México “não condizia com a realidade que ele encontrou lá” ao visitá-lo.

No final, ele mandou um foda-se ao que os mexicanos poderiam pensar a esse respeito e decidiu continuar até o fim com a sua representação preconceituosa sobre o que ele pensava ser o México — um lugar onde a criminalidade impera, com mariachis cantando no meio da rua, onde se faz pouco caso quanto aos desaparecidos mexicanos mortos pelo narcotráfico e onde as cidades têm um aspecto de mundo pós-apocalíptico de tão sujas e destruídas.

É como se um norte-americano tentasse fazer um episódio dos Simpsons sobre o Brasil sem nunca ter visitado o país e colocasse no desenho todos os seus preconceitos e estereótipos representados graficamente na tela, com macacos espalhados pela cidade, mulheres nuas andando nas ruas sacudindo os peitos e selva onde deveria haver prédios e asfalto.

Emilia Pérez Combo Breaker Oscar


Já pensou se isso tivesse acontecido???

Em outra de suas falas polêmicas, Audiard ainda relacionou o idioma espanhol — falado em quase 80% do seu filme — com pobreza e depois pediu desculpas às pessoas que se sentiram ofendidas de alguma forma pelo seu filme.

Emilia Pérez Combo Breaker Oscar
Declarações polêmicas de Jacques Audiard


É o famoso "foi mal, eu tava doidão"!

Para jogar de vez uma pá de merda sobre o filme, a própria atriz que interpreta a personagem título do filme acabou sendo desmascarada como sendo uma bela de uma racista ainda durante a campanha de premiações do longa. Em postagens antigas, a espanhola Karla Sofía Gascón destilou o seu veneno nas redes sociais contra negros, muçulmanos e outras minorias, esquecendo completamente que ela também faz parte de uma minoria, a das pessoas trans.

Emilia Pérez Combo Breaker Oscar
"... a sua religião [Islã] é incompatível com os valores ocidentais."


Em tempo, Emilia Pérez tem VARRIDO as premiações a que tem sido indicado desde o ano passado, e entre esses prêmios, levou, inclusive o Golden Globe de Melhor Filme de Comédia ou Musical, Melhor Atriz Coadjuvante (para Zoë Saldaña), Melhor Filme em Língua Não-Inglesa e Melhor Canção Original com “El Mal” na interpretação das próprias Zoë Saldaña e Karla Sofía Gascón.

Emilia Pérez concorre a 13 estatuetas do Oscar nesse ano e mesmo com o escândalo das declarações infelizes de Gascón e do show de estereótipos criado pelo diretor francês, o filme tem fortes chances de garantir pelo menos uma dessas estátuas, batendo de frente com “Ainda Estou Aquiem todas as categorias que o brasileiro também disputa.

Na internet, nem os próprios mexicanos “representados” no cinema pelo filme "tankaram" essa produção, e até a comunidade LGBT pareceu não ter ficado muito satisfeita com a maneira no mínimo desrespeitosa com que foi mostrada em tela.

Mas, sabe quem adorou o filme e que doido para premiar Emilia Pérez por “dar visibilidade à causa trans”? Os velhos da academia de cinema estadunidense que, na realidade, tão pouco se fodendo tanto para as pessoas trans quanto para os mexicanos! 

Anora

Anora Combo Breaker Oscar


Tirando Emilia Pérez, que já assisti tendo alguma noção do que se tratava a história do filme, esse ano eu tentei ver as produções que disputam o Oscar de Melhor Filme antes de me inteirar sobre as suas sinopses, ou mesmo dar uma conferida nos trailers.

A tragicomédia Anora foi um desses casos que assisti “no pelo”. Até antes de começar a projeção, eu não fazia a mais puta ideia do que se tratava o filme, mas acabei me surpreendendo muito positivamente com a produção que levou a Palma de Ouro em Cannes em 2024 — um dos prêmios mais prestigiados do cinema.

Na história, Ani — ou Anora, como ela realmente se chama — vivida pela atriz Mikey Madison, é uma jovem stripper do Brooklyn que, numa noite de sorte, é indicada por seu cafetão para entreter o filho de um oligarca russo na boate em que trabalha.

Anora Combo Breaker Oscar
Mikey Madison como a dançarina erótica Ani


Pela fluência de Ani no idioma do rapaz Ivan (Mark Eydelshteyn), a “dançarina erótica” acaba pegando simpatia por ele, o que mais tarde, após novos encontros — inclusive fora da boate — ocasiona um improvável romance entre os dois.

Anora Combo Breaker Oscar


Decidida a aceitar a sugestão de Ivan de se casar com ele para que o russo tenha direito à cidadania norte-americana — e fugir da intransigência de seus pais milionários —, Anora passa a viver uma história de Cinderela contemporânea por alguns dias. 

Anora


Em Las Vegas, o casal resolve consumar o relacionamento intempestivo e se casa de forma impulsiva. Quando a notícia do casamento chega à Rússia, o conto de fadas é rapidamente ameaçado: os pais do jovem partem para Nova York com a irredutível intenção de anular o matrimônio.

Anora Combo Breaker Oscar
Ivan e Ani


Ah, Rodman… o filme é só isso? Uma história de comédia romântica? Que bosta!

Aí é que está a graça do roteiro escrito e dirigido por Sean Baker (de Tangerine, 2015). Partindo desse plot super simples é que o filme começa a desenvolver uma história muito dinâmica e extremamente divertida enquanto os capangas armênios do pai de Ivan começam a se meter no casamento do casal, além de caçar o jovem russo por Nova York no momento em que ele decide sumir do mapa simplesmente para não ter que lidar com os mandos e desmandos dos pais autoritários.

Anora Combo Breaker Oscar


As interações de Anora com os atrapalhados empregados armênios são hilárias e é impossível ficar indiferente ao humor crescente que o filme vai nos apresentando a cada nova cena, e a cada nova encrenca a que a moça vai se metendo para não perder todo o luxo e a riqueza com que ela foi agraciada ao se casar com o moleque irresponsável.

Anora Combo Breaker Oscar


Aliás, entre as concorrentes de Fernanda Torres ao prêmio de Melhor Atriz do Oscar, Mikey Madison é uma das mais fortes de todas. Em cena, além das inúmeras tomadas de strip-tease e de sexo que ela protagoniza diante das câmeras, a jovem atriz de 25 anos — que despontou no sexto filme da franquia Pânico como a personagem Amber e que foi uma das hippies malucas do bando de Charles Mason em Era Uma Vez… Em Hollywood — dá um verdadeiro show de interpretação nas sequências cômicas, mas principalmente nas dramáticas, o que justificou o seu prêmio no Bafta de 2025 como Melhor Atriz — desbancando a favorita do público, Demi Moore de A Substância.

Anora Combo Breaker Oscar
Mikey Madison em "Pânico", "Era Uma Vez... Em Hollywood" e em "Anora"


Anora foi o filme mais divertido entre todos os que assisti a concorrer ao Oscar desse ano e o único que eu toparia rever futuramente.

Anora


O longa arrecadou mais de US$ 20 milhões de bilheteria e, além do prêmio de Melhor Atriz, disputa também o Oscar de Melhor Filme, Melhor Direção (para Sean Baker), Melhor Roteiro Original, Melhor Ator Coadjuvante (para Yura Borisov, que interpreta um dos principais capangas do sogro de Anora) e Melhor Montagem.

Anora Combo Breaker Oscar
O diretor Sean Baker e o ator Yura Borisov


Conclave

Conclave Combo Breaker Oscar


“Cardeal Bellini. Quem você indica para o paredão do Vaticano e o porquê em trinta segundos!”

Uma boa definição para quem ainda não viu Conclave e pretende assistir ao longa dirigido por Edward Berger (de Nada de Novo no Front de 2022, pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Filme Internacional) é que a história é um Big Brother de cardeais que se juntam para eleger o novo Papa.

Conclave Combo Breaker Oscar
O diretor de Conclave, Edward Berger


Aliás, a ironia da coisa em um filme que trata sobre esse assunto estar em voga exatamente na época em que o Papa vigente, Francisco, está sofrendo com problemas graves de saúde é uma puta campanha de marketing involuntária do Vaticano ao longa, não é?

Brincadeiras idiotas à parte, Conclave segue os passos do cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) do momento em que ele é obrigado a reunir um grupo de sacerdotes para eleger o sucessor do Papa que acabou de falecer até a escolha, de fato, do novo pontífice.

Conclave Combo Breaker Oscar
Ralph Fiennes como o cardeal Lawrence


Cercado por líderes do mundo todo nos corredores do Vaticano — incluindo um misterioso religioso mexicano —, Lawrence descobre uma trilha de segredos profundos que podem abalar a própria fundação da Igreja.

Nesse meio-tempo, é claro que rolam várias intrigas entre os sacerdotes durante a reunião do conclave — que é como é chamada a reunião geral para eleger um novo Papa —, bem como compra de votos, lavação de roupa suja sobre o passado de alguns deles e muito, muito golpe baixo.

Conclave Combo Breaker Oscar


Pra ser um BBB, só falta mesmo a apresentação do Tadeu Schmidt, porque o resto está todinho lá!

Apesar de ter feito pouco alarde “no mundo real” quanto ao plot twist final do longa, Conclave consegue subverter muito bem a expectativa do público até o desfecho da narrativa, tornando as sequências de contagem de votos e o suspense envolvendo quem será o novo Papa interessantes — mesmo parecendo de início que o enredo não vai sair da mesmice de roteiro que outros filmes envolvendo o Vaticano já construíram em Hollywood.

Conclave Combo Breaker Oscar
Carlos Diehz como o cardeal latino Benitez


Além de Fiennes que está cotado ao prêmio de Melhor Ator no Oscar 2025, o filme ainda conta no elenco com os excelentes Stanley Tucci (como o cardeal Bellini), John Lithgow (como cardeal Joseph) e Isabella Rossellini (como a irmã Agnes).  

Conclave Combo Breaker Oscar
Stanley Tucci, John Lithgow e Isabella Rossellini


Conclave está indicado a oito estatuetas do Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante (Isabella Rossellini), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora, Melhor Figurino e Melhor Montagem.

Conclave levou o prêmio de Melhor Elenco no SAG Awards desse ano e isso pode servir de termômetro para quem vai ganhar o Oscar de Melhor Filme em 2025. Nos últimos anos, o SAG anteviu a maioria dos filmes que acabaram saindo vitoriosos de dentro do Dolby Theatre em Hollywood.

Conclave
Conclave premiado pelo Screen Actors Guild


E, cá entre nós, entre todos os que disputam a estatueta mais cobiçada do Oscar, Conclave é o filme com “mais cara de Oscar” de todos!

A minha torcida é para Ainda Estou Aqui, por razões óbvias, mas se for para não ser clubista, quero muito que Anora leve o de Melhor Filme… até porque a Fernanda Torres vai levar o de Melhor Atriz COM CERTEZA!

Fernanda Torres totalmente oscarizada


Eu falei também sobre “A Substância” (que concorre a Melhor Filme) e “Divertida Mente 2” (Melhor Animação) no resumão dos filmes de 2024. Clica no banner aí e seja feliz.



NAMASTÊ!

25 de fevereiro de 2025

Ainda Estou Aqui - Review

Ainda Estou Aqui


O Golpe Militar iniciado no ano de 1964 no Brasil começou a ganhar força após a posse do presidente João Goulart (o Jango) em 1961. Devido à sua estreita relação com o sindicalismo brasileiro, os grupos conservadores no país viam Goulart com extrema desconfiança, frequentemente o acusando de ser comunista.

A crise política do governo de Jango se fortaleceu também por causa das reformas defendidas pelo seu governo — as Reformas de Base —, que, entre outras coisas, propunham a reforma agrária, tributária, eleitoral, bancária, urbana e educacional. 

Entre todas essas propostas, a que teve discussão mais avançada nos quadros políticos brasileiros foi a agrária, que estipulava que terras com mais de 500 hectares que fossem improdutivas seriam alvo da reforma, sendo desapropriadas mediante a indenização de títulos da dívida pública a serem resgatados em longo prazo.

A posse de Goulart não era um incômodo apenas para os grupos conservadores do Brasil que eram contra as tais reformas propostas por ele. A sua eleição incomodava também o governo dos Estados Unidos, que considerava João Goulart um político “muito à esquerda” do que se esperava de um presidente brasileiro — lembrando que nessa época, a Guerra Fria dividia o mundo em dois segmentos, aqueles apoiados pelos EUA e os apoiadores da URSS.

Duas ações do governo de Jango aumentaram essa oposição do governo americano, que passou a financiar as movimentações golpistas no Brasil. A primeira ação foi a Lei de Remessas de Lucros de 1962, que impedia multinacionais de enviar mais do que 10% de seus lucros para o exterior. A segunda medida que desagradava aos americanos, era a continuidade da política externa independente do Brasil e praticada pelo Ministro das Relações Exteriores, San Tiago Dantas.

Com isso, a partir de 1962, os Estados Unidos passaram a financiar ativamente grupos e políticos conservadores no Brasil. Dois grupos que recebiam amplo financiamento americano ficaram conhecidos como “complexo Ipes-Ibad”, sendo Ipes o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais, e o Ibad, o Instituto Brasileiro de Ação Democrática.

O Ibad, inclusive, foi alvo de uma CPI em 1962 porque recebeu milhões do governo americano para financiar a campanha de mais de 800 políticos durante as eleições daquele ano. Os políticos apoiados eram conservadores, e o objetivo era criar uma frente parlamentar que barrasse o governo de João Goulart de todas as formas. Segundo a legislação brasileira da época, esse tipo de financiamento era ilegal.

Já o Ipes era um grupo que atuou decisivamente no sucesso do golpe civil-militar em 1964. Em sua fachada pública, o Ipes atuava como instituição que fazia produção intelectual de livros e documentários, mas a atuação secreta do Ipes nos quadros políticos do Brasil é resumida em custear uma campanha de propaganda anticomunista, bancar manifestações públicas antigovernistas e escorar, inclusive no âmbito financeiro, grupos e associações de oposição ou de extrema-direita.

Em meio às discussões acaloradas sobre reforma agrária, quem atuou como vice-presidente da CPI instaurada para investigar o financiamento eleitoral suspeito de parlamentares com uso de recursos do Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad) e do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (Ipes) foi o, na época, deputado federal Rubens Paiva.

Ainda Estou Aqui Rubens Paiva
Rubens Paiva


A desestabilização do governo de Jango também foi, em grande parte, realizada pela imprensa brasileira. Os jornais de grande circulação do Brasil — entre eles, O Globo — uniram-se em uma articulação golpista que recebeu o irônico nome de “Rede da Democracia”.

Em março de 1964, a conspiração dos grupos da extrema-direita estava a pleno vapor, e uma ação de Jango desencadeou de maneira antecipada o golpe no Brasil. Em 13 de março de 1964, foi realizado o Comício da Central do Brasil. Esse comício mobilizou aproximadamente 200 mil pessoas. Nele, João Goulart reassumiu seu compromisso com a realização das Reformas de Base. O discurso de Jango deu a entender que o presidente havia abandonado a política de conciliação e que partiria na defesa das Reformas de Base junto aos movimentos sociais.

A reação conservadora foi imediata na forma da assim chamada "Marcha da Família com Deus pela Liberdade" nas ruas, no dia 19 de março. Essa passeata mobilizou mais de 500 mil pessoas em São Paulo contra o comunismo e pela reivindicação da intervenção dos militares na política brasileira. Essa passeata foi organizada pelo Ipes e deixou bem clara a extensão do poder dos grupos golpistas, além do temor da classe média com as reformas e com os movimentos sociais que surgiam pelo país.

Enfraquecido e sem o apoio dos aliados mais próximos — como o Amaury Kruel, representante do Exército que apoiava Jango — e enquanto os militares marchavam contra o governo, Goulart foi removido do seu cargo como presidente pelo senador Auro de Moura, em 2 de abril de 1964. O ato abriu o caminho para que a Junta Militar tomasse o poder do Brasil. No dia 9 de abril, foi decretado o Ato Institucional nº 1 e a Ditadura Militar no Brasil começou a ganhar forma.

Após o governo de Castello Branco (1964 – 1967) que sucedeu Jango e que foi nomeado como o primeiro presidente militar da ditadura, quem assumiu o posto de presidente foi Costa e Silva (marechal do Exército e um dos articuladores do golpe de 1964), consolidando a transição para o período mais repressivo da ditadura.

Com os poderes concedidos a ele, o marechal conseguiu ampliar o aparato repressor do governo, perseguiu movimentos estudantis e operários e concluiu esse processo com o decreto do Ato Institucional nº 5 no final do ano de 1968.

Segundo as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling

“O AI-5 era uma ferramenta de intimidação pelo medo, não tinha prazo de vigência e seria empregado pela ditadura contra a oposição e a discordância”.

Com a morte de Costa e Silva em decorrência a um derrame, quem assumiu o cargo foi Garrastazu Médici (general do Exército brasileiro) em 1969. O seu governo foi instaurado em um contexto de crescente repressão política após o AI-5, e a sucessão de Costa e Silva foi marcada por um forte autoritarismo, com intensa censura e repressão aos opositores, ao mesmo tempo que o país vivia o chamado “Milagre Econômico”, caracterizado por um rápido crescimento econômico e aumento das desigualdades sociais.

É em meio a esse cenário sombrio da nossa história que se passam os eventos narrados no filme “Ainda Estou Aqui” dirigido por Walter Salles e baseado no livro homônimo escrito por Marcelo Rubens Paiva.

Ainda Estou Aqui Marcelo Rubens Paiva


O filme

A história do filme se inicia no ano de 1971, em meio ao endurecimento da ditadura militar e à perseguição dos simpatizantes às causas ditas comunistas. No Rio de Janeiro, a família Paiva — Rubens (vivido por Selton Mello), Eunice (interpretada por Fernanda Torres) e seus cinco filhos — vive à beira da praia em uma casa de portas abertas para os amigos.

Selton Mello e Fernanda Torres


Já nos primeiros minutos do longa-metragem, é possível ver que a repressão do Exército está presente nas ruas do Rio, com veículos camuflados “desfilando” de um lado a outro da cidade, deixando bem clara a sua opressão e eterna vigilância.

Como é descrito no roteiro e no livro a que ele é baseado, Eunice e os filhos não sabiam a natureza das ações paralelas que o engenheiro Rubens tinha junto aos aliados — entre eles, sindicalistas, professores, ativistas políticos e militantes clandestinos. 

Após o AI-5, em 1968, Paiva buscava apoiar, de alguma forma, grupos como o MR-8 — o Movimento Revolucionário 8 de Outubro, uma organização política marxista que participou da luta armada contra a ditadura militar brasileira — e encaminhava cartas de perseguidos políticos exilados no Chile.

O filme chega a mostrar algumas dessas reuniões e expõe o desejo de Paiva em ajudar as inúmeras pessoas que estavam sendo perseguidas contundentemente pelos militares que tomavam conta do país.

Paiva nunca ignorou os riscos, mas subestimou a capacidade das forças militares a cargo do governo de monitorar os seus movimentos, tal qual ao de seus aliados. A ponto que num certo dia, ele é levado por militares à paisana de sua própria casa e desaparece para sempre, deixando a mulher e os filhos. Eunice — cuja busca pela verdade sobre o destino de seu marido se estenderia por décadas — é obrigada a se reinventar e traçar um novo futuro para si e seus filhos.

O filme também mostra que, mesmo após o desaparecimento de Rubens, a família Paiva continua sendo alvo da coerção dos agentes militares. Num dos trechos mais tensos do longa, Eunice é levada de casa junto de uma das filhas, a Eliana (vivida na primeira fase do filme pela atriz Luiza Kosovski) para que ambas deem depoimento ao DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna).

Ainda Estou Aqui


Como toda a história é focada em Eunice, não vemos com nitidez o que ocorre à Eliana ao longo das vinte e quatro horas que a menina de, na época, quinze anos, ficou em poder dos militares. Em vez disso, somos atingidos duramente pela realidade à que a própria Eunice passou durante os doze dias em que esteve trancafiada, não só pelos intermináveis interrogatórios como também à sua privação da liberdade. Da distância dos filhos pequenos e da ignorância completa sobre o que teria acontecido com a filha adolescente enquanto ela estava fechada em uma cela, ouvindo o lamento dos outros presos políticos e os sons das agressões a que eram submetidos.

Toda essa sequência do filme é brilhantemente dirigida por Walter Salles, a ponto de sentirmos toda a angústia de Eunice e todo o terror que os porões do DOI-Codi causavam em suas vítimas. Tanto físicos quanto psicológicos.

Ainda Estou Aqui


No filme, é dito que Eliana foi apenas interrogada e que ela não chegou a sofrer nenhum tipo de agressão física, porém, em uma reportagem a um jornal, anos após o ocorrido, a filha de Rubens Paiva revelou que sofreu sim abusos por parte dos militares. Que além de interrogada, ela chegou a ser agredida — com choques na cabeça — e que passou até mesmo por abusos sexuais, o que não é mostrado na história do filme, mas que fica subentendido, já que ninguém que entrava naquelas salas de tortura conseguia ficar ileso.

Após a prisão e a sua liberdade, Eunice começa então a sua luta para descobrir o paradeiro do marido. Ela recorre à antiga rede de aliados de Rubens na esperança de que alguém lhe diga o que houve com ele, que lhe revele o que aconteceu do momento em que o engenheiro foi levado de casa até chegar aos portões do DOI-Codi, e é baseado nesse “mistério” que o filme Ainda Estou Aqui constrói algumas das melhores sequências dramáticas que elevaram o nome de Fernanda Torres às premiações mundiais de cinema por sua atuação magnífica.

Walter Salles e Fernanda Torres
Walter Salles e Fernanda Torres


O filme não conta uma história ficcional, mas sim faz um recorte muito específico daquele que foi um dos períodos mais sombrios da política brasileira, e que deixa marcas no país até hoje. Marcas essas que muita gente ainda nega ou que tenta enfraquecer com discurso populista para agradar os seus seguidores.

Além de Selton Mello e Fernanda Torres, o longa ainda conta com atores como Dan Stulbach (Bocayuva Cunha), Humberto Carrão (Félix) e Daniel Dantas (Raul Ryff) — todos eles fazendo parte da rede de amigos próximos de Rubens.

As crianças, que interpretam os filhos de Eunice e Rubens são encabeçadas pelo menino Guilherme Silveira (Marcelo, o autor do livro “Ainda Estou Aqui” em sua infância), Valentina Herszage (como Veroca, a filha mais velha), a já citada Luiza Kosovski (Eliana), Bárbara Luz (Nalu) e Cora Mora (como a caçula Maria Beatriz).

Guilherme Silveira, Valentina Herszage, Luiza Kosovski, Bárbara Luz e Cora Mora


Com cinco milhões de espectadores só no Brasil, Ainda Estou Aqui já arrecadou mais de R$ 127 milhões nacionalmente. O filme foi muito bem recebido no exterior e, desde o início da sua campanha de exposição na gringa, já abocanhou alguns dos prêmios mais importantes do cinema, entre eles, o Prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza e o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Drama para Fernanda Torres — o que rendeu uma comemoração a la Copa do Mundo no país.

Ainda na lista de prêmios de "Ainda Estou Aqui", constam:

Prêmio do público do Vancouver International Film Festival;

Filme Favorito do Público do Mill Valley Film Festival;

Filme Favorito do Público do Miami Film Festival GEMS;

Prêmio do Público do Festival de Pessac, na França;

Prêmio Danielle Le Roy;

Satellite Awards;

Melhor filme ibero-americano pelo Prêmio Goya;

É claro que ainda estamos na torcida pelo Oscar, em que o filme concorre a três categorias: Melhor Filme, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz, com chances muito boas para Fernanda Torres, que já levou o Globo de Ouro por sua atuação como Eunice Paiva.

Enquanto boa parte da população brasileira torce pelo sucesso do filme que escancarou de maneira elegante um recorte do que foi a ditadura militar brasileira financiada pelos Estados Unidos, é claro que há também uma boa parcela de elementos da nossa sociedade que têm se botado contra a simples elegibilidade do filme a prêmios como o Oscar, por exemplo, e que tem tentado boicotar o longa no país.

Para essa raça desgraçada e asquerosa gente, nunca houve um Golpe Militar em 1964, logo não há porque acreditar na palavra dos familiares dos presos políticos, nos sequestros ou nas execuções que ocorreram nos porões de coerção do Exército ao longo dos vinte e um anos que durou a ditadura no Brasil.

O na época presidente do país, Jair Bolsonaro — hoje inelegível e às vias de ser punido pela tentativa de Golpe do Estado em 2023 — alegou a plenos pulmões em 2022, ano em que se completava 58 anos do Golpe que:

“31 de março. O que aconteceu nesse dia? Nada. Nenhum presidente da República perdeu o mandato nesse dia. Congresso, com quase 100% dos presentes, elegeu Castello Branco presidente à luz da Constituição”.

Disse ainda que se não fossem as obras realizadas pelo governo militar “seríamos uma republiqueta”, negando absolutamente os horrores causados a quem ousava pensar diferente do governo vigente de 64, ou que simplesmente divergisse do modo conservador de se encarar o mundo.

Ainda sobre os desaparecidos durante o regime militar, como foi o caso do próprio Rubens Paiva cujo corpo jamais foi encontrado, o mesmo Bolsonaro alegou que "quem procura osso é cachorro", desdenhando abertamente acerca do paradeiro daqueles que foram punidos violentamente entre 1964 e 1985 e cujos restos mortais nunca foram entregues às suas famílias para um enterro digno.



O fato é que a própria figura de Bolsonaro — um ex-militar ignorante, mas de língua solta contra os adversários — serviu para desenterrar esse sentimento de impunidade que tomou o país mesmo após as Eleições Diretas em 1985 e a volta da democracia ao país — lembrando que pouquíssimos militares foram punidos pelos desaparecidos políticos no país ou sequer foram indiciados. 

Desde a sua ascensão ao âmbito nacional, Bolsonaro e todo o seu séquito fanático alardeiam que a ditadura foi algo "benigno para a sociedade", que "só quem tinha culpa no cartório é que devia se preocupar com as punições da ditadura" e que "os cidadãos não tinham o que temer".

Cidadãos de bem esses que desejam sempre morte e destruição a quem pensa diferente a eles. Que amam a Deus acima de tudo, mas que na primeira oportunidade, querem pegar em uma arma para eliminar o seu próximo.



Em 2023, logo após a posse do então eleito presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorreram os atentados de 8 de janeiro e a depredação do patrimônio público do Planalto em Brasília. Com esse ato hediondo, veio a revelação de que pessoas poderosas estavam por trás das ações daqueles que foram colocados à frente do quebra-quebra, usados como massa de manobra. E as investigações que vêm sendo feitas até hoje apontam que houve SIM uma nova tentativa de golpecom planos de assassinato ao presidente eleito, ao seu vice e ao Ministro do Supremo Tribunal Federal —, e que o Brasil esteve muito perto de um novo 31 de março.

Se engana quem acha que estamos seguros em uma democracia inabalável. Que a ascensão da extrema-direita em vários pontos do mundo não impacta diretamente na política brasileira. 

Filmes como Ainda Estou Aqui precisam continuar sendo criados para que a nossa memória sobre esse passado sórdido não seja amortecida, e que estejamos sempre alertas contra aqueles que não querem nada além do próprio bem acima de tudo. Pelo “bem”, pela “pátria” e pela “família”.

P.S. – Enquanto desfilava em um bloco de carnaval em São Paulo, Marcelo Rubens Paiva, o autor de Ainda Estou Aqui, foi agredido por uma lata e uma mochila, atiradas por um representante bolsonarista que fazia parte do bloco. O autor da agressão saiu ileso e não sofreu nenhum tipo de represália. Em depoimento aos jornalistas após o ocorrido, Marcelo falou sobre a covardia de um sujeito que tem coragem de se manifestar dessa maneira em uma festa popular, ainda mais atacando um cadeirante que só estava ali para se divertir, como todo mundo.

Marcelo Rubens Paiva e o homem apontado como o autor da agressão


Parece um fato isolado, mas é necessário continuarmos em alerta. Quem apoia a extrema-direita não tem pena. Não tem compaixão ou sequer empatia por ninguém. Eles acham que estão acima de qualquer pessoa porque “acreditam em Deus” e que por isso podem fazer qualquer coisa.


P.S. 2 - Recentemente foi veiculado que o STF vai analisar o caso Rubens Paiva mesmo após 54 anos do seu desfecho trágico. Se a Lei da Anistia puder ser aplicada aos casos de tortura da Ditadura, é possível que, enfim, os culpados do assassinato do engenheiro — que ainda estão vivos —   possam ser culpabilizados e punidos devidamente.  


Concluo esse post com "É preciso Dar um Jeito, Meu Amigo", a música tema de Ainda Estou Aqui, composta por Roberto e Erasmo Carlos e interpretada por Erasmo.

♪É preciso dar um jeito, meu amigo

É preciso dar um jeito, meu amigo

Descansar não adianta

Quando a gente se levanta

Quanta coisa aconteceu♫

FONTE DE PESQUISA:

O GOLPE DE 1964


RUBENS PAIVA









NAMASTÊ!

24 de janeiro de 2025

Rosa e Dália: O Despertar das Bruxas

Rosa e Dália: O Despertar das Bruxas


No começo do século — que alguns chamam de início dos anos 2000 —, eu desisti de desenhar as minhas próprias fanfics com heróis Marvel e DC e passei a me dedicar mais a criar os meus próprios personagens heroicos, desenvolvendo não só a sua origem, como também a sua personalidade, uniformes e poderes.

A ideia era, desde o início, apresentá-los individualmente em seus próprios títulos para só mais tarde juntá-los dentro de um universo coeso onde eles pudessem, é claro, interagir entre si. Como a uma "liga", um "esquadrão" ou porque não dizê-lo a uma "legião".

Nesse período, eu coloquei no papel quatro personagens originais distintos. Eles eram brasileiros, jovens — todos na casa entre os dezoito e vinte anos —, estudantes e precisavam conversar com leitores da mesma idade que eles — e da minha própria idade na época!

Além de outros dois caracteres masculinos — que, se tudo der certo, vocês conhecerão em breve —, eu desenvolvi a minha primeira dupla de super-heroínas, a Rosa e a Dália. Elas manipulavam forças místicas, eram amigas desde a infância, possuíam traumas mal curados que as desestabilizavam emocionalmente e eram muito, mas muito poderosas.

Em meados de 2002, eu ainda arriscava fazer as minhas próprias ilustrações com papel e lápis em minha prancheta, e lembro que criei a aparência das duas protagonistas de uma só tacada. Fabiana Ferraz, a Rosa, era ruiva, tinha olhos verdes e usava um traje sem mangas e de calça comprida na cor vermelha.

Rosa by Rod Rodman


Beatriz Diniz, ou Dália, era mais mignon que a amiga curvilínea. Usava duas tranças nos cabelos negros longos, vestia um maiô na cor roxa por sobre a calça justa amarela e botas de cano longo.

Dália by Rod Rodman


Rosa representava a força — capaz de produzir esferas de fogo das mãos —, enquanto a Dália defendia o poder da mente — mais afeita à telecinese e otras cositas más que só alguém com um superpoder místico é capaz de fazer.

Rosa e Dália by Rod Rodman


O capítulo envolvendo a lembrança da peça de teatro em que ambas as meninas, ainda em sua infância, encenam no colégio uma fábula que dá nome a suas personas heroicas — Rosa e Dália — foi escrito há bem mais de quatorze anos e pegou poeira sem conclusão em meu drive de arquivos por todo esse tempo, sem ter uma chance de ganhar a luz do dia.

Além do ponto inicial da sua origem, eu ainda desenvolvi nessa mesma época toda o plot envolvendo a bruxa peruana que "dava os poderes" às duas. Antes mesmo de pensar em Alina Grigorescu e em seus livros, já havia uma Pietra Del Cuzco e, na minha mente de jovem escritor, ela sempre estivera intimamente ligada aos poderes místicos mais tarde conquistados por Fabi e Bia. Só muito tempo depois é que resolvi ligar a herdeira dos incas também à vampira romena e a sua passagem conturbada pela América do Sul (vista em "Alina e a Ordem do Portal de Fogo").

Pietra Del Cuzco


Quando concluí parcialmente os dois primeiros arcos de origem do Pássaro Noturno — que pertence ao mesmo universo de Rosa e Dália — e consegui introduzir a trilogia de Alina da Valáquia, achei que devia a mim mesmo continuar a história das minhas antigas personagens, voltando, então, a escrever o livro a que vocês têm acesso nesse momento.

Rosa & Dália: O Despertar das Bruxas é o primeiro de três volumes que irão apresentar os personagens centrais da Legião Nacional, a equipe de super-heróis brasileiros que surge para unificar todos os personagens já criados por mim, Rod Rodman, para o selo Eclipse Books. A história segue a cronologia do universo, se passando exatamente vinte e oito anos após a conclusão da saga de Alina Grigorescu — contada no livro "Alina e a Chave do Infinito" — e apenas um ano após a última aventura de Henrique Harone como o Pássaro Noturno — apresentada em "Pássaro Noturno – Reikon".

Mas, Rodman, eu preciso ler todos os seus livros para entender Rosa & Dália?

Não, jovem padawan. De maneira nenhuma. O livro em suas mãos é totalmente independente das demais publicações, embora esteja intimamente conectado a muitas delas. Aquilo que não for de seu conhecimento sobre o universo místico citado nele não influencia negativamente na leitura, e apenas complementa o tal universo mencionado anteriormente.

Rosa e Dália by Rod Rodman




Agora, abra a sua mente e prepare-se para mergulhar de cabeça no mundo fantástico de Rosa & Dália: O Despertar das Bruxas.

Para você que está chegando agora, seja muito bem-vindo. Pegue uma bebida e relaxe. E para aqueles que, porventura, já singraram os mares tortuosos da minha mente outrora, é aquilo de sempre... NAMASTE!

Sinopse Rosa & Dália: O Despertar das Bruxas:


Fabiana Ferraz e Beatriz Diniz são amigas inseparáveis desde a infância. Motivadas pelo sonho de estudar Arqueologia e pelo desejo de se aventurar pelo mundo, elas embarcam em uma emocionante expedição universitária a Machu Picchu, no Peru. Lá, munidas apenas de sua curiosidade e argúcia, as duas descobrem uma atmosfera ainda mais fantástica do que imaginavam, permeada por magia, misticismo e mistérios indizíveis.

Após uma inesperada queda nas catacumbas peruanas, as brasileiras acabam chegando a um templo inca sob a antiga Cidade Perdida, totalmente oculto dos olhos humanos. Ali, elas se deparam com Pietra Del Cuzco, uma intrigante bruxa bicentenária que desperta nelas um poder ancestral, conectando-as a um passado longínquo e modificando para sempre sua percepção da realidade.

Ao aceitarem seu destino místico, Fabiana e Beatriz enfrentam o grande desafio de deter os planos malignos de Iolanda Columbus, uma poderosa bruxa espanhola que é a líder do autoproclamado Pacto das Sete — um clã formado pelas mais temíveis manipuladoras místicas do mundo. Iolanda busca implacavelmente pelo Tomo de Enoque, um livro milenar cujas páginas ocultam os segredos do universo. Em posse do artefato, a malévola mulher e as suas aliadas pretendem conquistar o poder ilimitado concedido por quem o detém, remodelando, assim, a própria realidade em que vivem.

Armadas com seus novos poderes, as jovens bruxas brasileiras terão que dominá-los totalmente antes de enfrentar Iolanda e proteger a frágil barreira entre o mundo físico e o metafísico.

Conseguirão as jovens bruxas desvendar os mistérios do passado e impedir que o mundo seja dominado pelas trevas?


Clique na imagem abaixo para acessar o livro que está disponível gratuitamente na plataforma Wattpad, assim como todos os demais volumes do selo Eclipse Books:

Rosa e Dália: O Despertar das Bruxas


LIVROS ECLIPSE BOOKS EM ORDEM CRONOLÓGICA:

Alina e a Ordem do Portal de Fogo


Alina e a Ordem do Portal de Fogo

Alina e o Concílio de Sangue


Alina e o Concílio de Sangue

Alina e a Chave do Infinito


Alina e a Chave do Infinito

Pássaro Noturno – A Saga da Corporação




Pássaro Noturno – A Saga da Corporação

Pássaro Noturno – Máquina Brutal




Pássaro Noturno – Máquina Brutal

Pássaro Noturno vs. Major Brasil




Pássaro Noturno vs. Major Brasil

Ferina e a Geração Suprema


Ferina e a Geração Suprema

Pássaro Noturno - Reikon


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