30 de abril de 2010

Alice no País das Maravilhas de Tim Burton

Fui assistir Alice no País das Maravilhas, a nova empreitada cinematográfica da Disney, dirigida por Tim Burton sem grandes expectativas, o que acabou sendo uma boa experiência. Quando se entra no cinema não se esperando muito do filme, o máximo que pode acontecer é termos uma boa impressão.
Diferente de 99,9% dos meus amigos designers gráficos
, não sou mais um fiel seguidor xiita da seita de Burton (estou sendo sarcástico). Não acho seu estilo cinematográfico excepcional ou perfeito e no máximo acho criativas as propostas de cenários e figurino que ele arranja para cada filme (embora elas tenham se repetido bastante ao longo dos anos).
Me diverti em BeetleJuice (Os Fantasmas se Divertem de 1988), curti aquele visual dark que ele aplicou em Batman (de 1989), embora sua escolha para o papel principal seja discutível e me senti atraído pela história de A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça (de 1999). Assisti a poucos filmes além desses dirigidos pelo esquisitão, mas nenhum que me marcasse pelo resto da vida.

Vi uma das poucas sessões em que Alice não estava sendo exibido em 3D (pra ver a minha sorte!), mas particularmente não senti tanta falta assim da nova marca do cinema moderno.
O filme me pareceu maçante nos primeiros vinte minutos e cheguei a me perguntar o que mesmo estava fazendo ali meio incomodado. Um pouco de paciência bastou para eu começar a me envolver com a história (sim, as vezes sou um pouco implicante), e mergulhar fundo na toca do coelho assim como as dezenas de expectadores deviam estar fazendo na sala naquele momento.

Todas as esquisitices costumeiras de Burton estão na tela, e os personagens bizarros do conto de Lewis Carrol ganham ainda mais verossimilhança nas mãos do talentoso diretor, embora a maioria deles seja construído com um CG que deixa um pouco a desejar para animações do mesmo gênero (e olhe que estamos falando de um filme da Disney!). Personagens que não são totalmente criados digitalmente (como o Gato e a Lagarta) possuem partes digitais (como o Valete de Copas que parece mais comprido do que o normal, num CG bem desajeitado) ou recebem expressões humanas (como os dois gêmeos gorduchos). Poucas partes do filme são totalmente "humanizadas" representadas por atores reais, e os próprios cenários se movimentam o tempo todo enquanto as cenas se desenrolam (essa talvez, seja a dificuldade em apreciar tudo sem o 3D). Aliás, nota 10 para os cenários, um ponto forte na arte de Burton.

Quanto às interpretações do filme, dou total destaque a Helena Bonhan Carter (a Belatriz Lestrange da série Harry Potter e esposa de Tim Burton), que cria uma Rainha Vermelha adorável de se odiar. O bordão "cortem a cabeça" (uma das únicas falas da qual me recordo do desenho Alice) fica hilariante a cada uma das dezenas de vezes que é repetido, e o talento de Carter como vilã é indiscutível. Sua caracterização também ajuda a criar um efeito adoravelmente repugnante à personagem (sem falar no tamanho exagerado de sua cabeça dado por efeito digital), e na história a Rainha Vermelha é mostrada como a real causadora do visual perturbador do País das Maravilhas após destituir a irmã, a Rainha Branca, do poder com a ajuda da fera alada conhecida como Jaguadarte (voz cavernosa e inconfundível de Christopher Lee).



Anne Hathaway como a irmã boazinha do reino também não compromete no papel da Rainha Branca. Por vezes ela dá um tom até engraçado a sua personagem, fazendo o expectador simpatizar com seu jeito desde o início quando muitos poderiam-na rotular de "fresca" por seus gestos sublimes. Como ela representa a bondade (algo que anda fora de moda), a tendência é repugná-la mais do que a Rainha Vermelha, mas pelo menos, a meu ver, não é o que acontece, mesmo ela estando sob quilos de maquiagem.
Johnny Depp empresta novamente seu talento ao diretor e amigo Tim Burton e nos presenteia com um papel engraçadíssimo, embora num tom de loucura mais moderado do que se esperava de um personagem chamado "Chapeleiro-Maluco". O ar meio apaixonado que ele lança para a crescida Alice parece destoar um pouco do personagem original, sem falar que a atitude guerreira de empunhar uma espada não parece lá algo que o Chapeleiro faria. Mas isso é claro, são apenas divagações de quem nem chegou a ler o livro de Carrol.
Pra terminar, a Alice crescida interpretada pela novata Mia Wasikowska (Skavurska!!) possui o tom perfeito da heroína, e mantém a mesma curiosidade e sagacidade da personagem da qual me lembro do desenho. As sacadas irônicas que ela usa com a família que está prestes a empurrá-la para um casamento de aparências e sua vontade de tomar as rédeas (enfim) de sua própria vida (tanto antes de entrar a toca quanto lá dentro) a tornam um personagem bastante interessante, e acho que Mia e sua Alice é a verdadeira responsável pelo encanto que me tomou o filme após os enfadonhos 20 minutos iniciais que descrevi acima.
Poucas coisas me incomodaram ao longo do filme, o que já é um lucro, visto que eu esperava dormir durante a exibição (olha a implicância de novo), mas de certa forma eu fui surpreendido por uma aventura bem estruturada e interessante de se assistir. Minha exigência cinematográfica não me deixou aceitar de bom grado alguns efeitos visuais como o do enorme cão (ou seja lá como isso se chama) que de início persegue Alice e seus amigos e depois a ajuda da metade do filme pra frente, e também a movimentação pra lá de desajeitada do Valete (Crispin Glover o Homem Magro e assustador de “As Panteras”). Passar Alice de uma princesa (?) em perigo e fazê-la trocar seu vestidinho azul por uma armadura de Joana D’Arc me pareceu meio forçado, mas tem muito a ver com o princípio que identifiquei no filme sobre amadurecimento e tomada das rédeas da vida, afinal, vestir uma armadura e empunhar uma espada é um sinal bem claro de coragem e posicionamento. Quando Alice decide ir embora do país das Maravilhas ela percebe que encontrou o amadurecimento que precisava e deixa de ser a menina sonhadora que se perde em divagações para se tornar uma idealizadora. É a única forma que consigo interpretar a frase final, em que ela se vira para o ex-futuro sogro e diz “Vamos conquistar a China!”, numa atitude pra lá de ousada.


Alice no País das Maravilhas é bem menos pirado do que eu supunha e talvez o efeito Disney sobre a direção se deva a esse fato. Se Tim Burton pudesse pegar a história como bem entendesse, duvido que eu teria saído tão satisfeito do cinema quanto saí (sendo implicante pela terceira vez!).



NOTA: 8


Comentário


Em tempos de pirataria as exibições dos filmes em 3D tem sido usadas como a maior arma dos cinemas para combater esse mal, uma vez que ainda não dá pra piratear cópias de filme em 3D, mas devo colocar uma questão válida aqui: Será que há tantos expectadores que não são mais estudantes, que portanto, não pagam meia-entrada dispostos a soltar do bolso os R$ 25,00 cobrados pela maioria das salas do Cinemark espalhados por São Paulo?


NAMASTE!

21 de abril de 2010

Visitantes não tão pacíficos

Esse artigo contém possíveis SPOILERS!

Enquanto a audiência da série V: Visitors cai lá na Terra do Tio Sam, curiosamente os episódios se tornam cada vez mais instigantes para quem curte um bom sci-fi.
V figurou em apenas 10º lugar na lista dos programas mais vistos nos principais canais americanos durante a exibição de seu 7º episódio (com apenas 5,88 milhões de telespectadores contra 9,45 milhões de Lost, do mesmo canal ABC), o que aparentemente já começa a preocupar quem tem gostado da série (eu, por exemplo). Quando essas quedas de audiência começam, a degola passa a ser uma possibilidade.

Terminei de ver recentemente os episódios 5 e 6, e ambos me animaram muito a continuar assistindo.
Dessa vez aquilo que era uma dúvida nos primeiros episódios (como comentei aqui) agora é uma certeza: Os Vs não estão na Terra numa missão de paz, pela pura e simples miscigenação. Agora Anna e sua trupe interestelar já demonstram fortes indícios de crueldade (com quem deserda principalmente) e não estão dispostos a deixar que ninguém atrapalhe seus planos (que ainda não estão claros completamente).

Enquanto Erica e a resistência formada por Ryan (o V do "lado da Força"), o Padre Jack e Georgie (que alega ter sua família assassinada pelos alienígenas) começam a perceber que a tecnologia dos Visitantes é muito superior à suas capacidades, Anna coloca em prática outro plano, o "Viver a Bordo" que incita as pessoas a viverem dentro das 29 aeronaves que sobrevoam várias cidades do mundo. Atraindo a atenção da humanidade com seus centros médicos especiais que curam as doenças terráqueas e aplicando secretamente uma espécie de rastreador misturado a vacinas de gripe comuns em pacientes, Anna começa a expandir seus planos de conquista.

Vendo-se em menor número, Erica decide recrutar para a resistência Kyle Hobbes (Charles Mesure), um procurado terrorista com experiência em armamentos que acaba sendo incriminado pela explosão do armazém onde os Vs estocavam a vacina de gripe "batizada".
Com um estrategista no grupo, o primeiro passo da resistência é reunir a 5ª Coluna, um grupo de dissidentes Vs que estão dispersos pelo mundo para iniciar a guerra contra os invasores.
Do outro lado, no entanto, desconfiada das ações da 5ª Coluna e temendo a volta de seu líder John May, Anna escolhe um candidato entre seus soldados, "engravidando" dele e alegando que formará seu exército. Uau!

Cena curiosa em que Anna acasala com o escolhido. Depois do ato sexual (o mais rápido que já vi! hehehe!) ela mostra sua verdadeira face e aparentemente devora seu parceiro, imitando Megan Fox em Garota Infernal. Seria Anna uma Succubus?


Curiosidades

Ainda me incomoda o fato das pessoas aceitarem tão facilmente a hospedagem dos Vs em nosso mundo, e a falta de um posicionamento político ou mesmo militar para o fato na série, torna a tal invasão desagradavelmente amigável. Se etês chegassem do nada invadindo os céus, duvido que a reação seria assim tão pacífica. A nave do Rio de Janeiro já teria caído há muito tempo com um míssil disparado por algum dono de boca! (hehehe!)

Os cenários de V, além de convincentes estão muito bem trabalhados, afastando aquela aparência óbvia (pelo menos pra mim) de Chroma Key que algumas séries de TV apresentam ao fundo das cenas. Parte do orçamento deve ser apenas para criar aqueles cenários do interior das naves, que a meu ver, estão excelentes.

Elizabeth Mitchell se encaixou direitinho no papel da corajosa Erica Evans, e perdeu aquele ar sonso e insosso que tanto me incomodava nela em Lost. Se a alternância radical de uma geneticista lerda para uma agente do FBI é a causa da melhora, somente os novos episódios dirão, mas ela tem me agradado bem mais em V. Gostaria de vê-la numa cena mais dramática para espantar de vez a Juliet que há dentro dela.


Até agora Nota: 8 pra série.



NAMASTE!

19 de abril de 2010

Review: Crise nas Duas Terras

Uma coisa nem o marvete mais xiita pode negar: A DC comanda o universo das animações!

Por mais fraco que seja o roteiro das histórias (e isso acontece raramente) a qualidade das animações da DC é inegavelmente excelente. Em pleno século XXI, onde as animações digitais e os filmes em 3D parecem ser o futuro do entretenimento visual, os bons e velhos desenhos em 2D ainda possuem seu charme.

Liga da Justiça: Crise nas Duas Terras não é a melhor das animações da DC, mas possui um ritmo alucinante, além de ótimos diálogos e boas lutas, que aliás, é o carro-chefe do longa.

Na história, um Lex Luthor de uma das Terras Paralelas (no Universo DC existem várias Terras além da nossa) vem para nosso universo pedir a ajuda da Liga da Justiça para deter o Sindicato do Crime, uma espécie de versão maligna da própria Liga. Dotado de uma armadura dourada cheia de surpresas e um aparelho que o torna capaz de viajar entre as Terras Paralelas chamado gatilho quântico, Luthor não é só mais um careca inteligente nessa versão. Muitas vezes ele sai para a briga e possui seu próprio campo de força, o que explicaria como ninguém pensou em atingi-lo na cabeça, o único local onde ele não tem proteção.

Todas as características principais dos personagens da Liga que já conhecemos no excelente desenho da Liga da Justiça Sem Limites e também nos quadrinhos estão presentes. O Batman sisudo e desconfiado, o Superman escoteiro, a Mulher Maravilha corajosa e o Flash engraçadinho.

No elenco há apenas uma alteração: Hal Jordan no lugar de John Stewart como o Lanterna Verde. Essa mudança não muda em nada o tom da ação da Liga que continua focada na Trindade da DC, Superman, Batman e Mulher Maravilha, mas deixa o detentor do anél meio de escanteio. O Caçador de Marte (o eterno Ajax) até ganha um mote romântico no meio da história, mas dos seis membros, o com menos destaque é mesmo o Lanterna Verde, o que é curioso, já que Jordan nunca foi um mero coadjuvante da Liga. Menos poderoso do que de costume, ele chega a levar uma surra de um "Homem-Feito" (pseudônimo ridículo), um dos capangas da "família" da Super-Mulher.

No universo paralelo de Luthor ele próprio é o herói, enquanto a função de querer dominar o mundo fica por conta do Sindicato do Crime. Cada um dos membros encabeça uma espécie de família formada por supervilões, como na máfia, e logo que a Liga da Justiça chega a esse universo, auxiliados por Luthor, os heróis são obrigados a enfrentar a “família” do Coruja, a contraparte do Batman. A velha máxima de que quando dois ou mais heróis se encontram eles devem brigar sem motivo aparente funciona muito bem no desenho. A porradaria come solta em várias cenas, e descobrimos cedo o que aconteceria se o Superman enfrentasse a Mulher Maravilha (a Super-Mulher do Sindicato) ou o Batman (Coruja).

O enredo segue uma linha tênue: o Sindicato liderado pelo Ultraman (o Superman malvadão) quer expandir seus domínios e conquistar outras Terras utilizando o gatilho quântico de Luthor, enquanto o Coruja secretamente, com ajuda da Super-Mulher tem seus próprios planos: Encontrar a Terra-Prime (na teoria a primeira Terra que existiu a que originou todas as outras), plantar nela uma bomba e destruir todos os universos (!).
Pois é, esse é o momento em que a animação se enfraquece com esse enredo meia-boca, mas até chegar ao confronto definitivo entre a Liga e o Sindicato, somos presenteados por belíssimos momentos como a briga da Mulher Maravilha e a Super-Mulher, com direito a golpes de UFC por parte de Diana, a luta entre Batman e Coruja, onde vemos o morcego levando uma surra (e essa não é a única que ele leva) e a disputa super veloz entre Flash e Johnny Quick. Como sempre acontece nas animações da DC, as cenas de ação são os pontos altos, e dá pra sentir no queixo cada porrada desferida.

A Marvel bem que podia aprender com a DC como fazer desenhos, pois a Casa das Idéias sofre com essa dificuldade de emplacar um longa animado que seja.

Crise nas Duas Terras não é fenomenal, mas é uma ótima fonte de diversão durante uma hora e treze minutos.


Nota: 8



NAMASTE!

18 de abril de 2010

Chicago Bulls nos Playoffs


Dia desses estava zapeando pela TV quando parei no canal da Band Esporte Interativo. Fazia muito tempo que eu não apreciava uma partida da NBA, e aquilo me levou de volta ao tempo no final dos anos 90, onde o Chicago Bulls, equipe do melhor jogador de todos os tempos Michael Jordan voava pelos ares impressionando a plateia. Que tempo bom!
O jogo era Phoenix Suns X Denver Nuggets, times respectivamente dos brasileiros Leandrinho e Nenê.
A partida estava quente, e embora ainda não fizesse parte dos playoffs (uma espécie de semifinal do campeonato), o jogo estava com a maior cara de decisão.
O Suns venceu por 109 a 97, os brasileiros jogaram pouco, mas o bom tempo que durou aquela partida me fez recordar dos bons e velhos tempos em que eu assistia a NBA com o coração na mão nos playoffs sofridos do Bulls de Jordan contra o Utah Jazz de Karl Malone.


Era uma emoção genuína, coisa que não sinto mais nos dias de hoje, mas foi naquela época que comecei a me interesar em assitir esportes, já que tinha me conformado que não tinha talento para praticá-los.
Tive o prazer de acompanhar todos os jogos dos playoffs do Bulls em sua fase de ouro e é muito bom saber que depois de mais de 10 anos, a equipe volta a disputar uma semifinal e com chances de passar pra final. Estarei na torcida.
A título de curiosidade, os times classificados e seus respectivos adversários na temporada 2010 da NBA, o maior basquete do mundo:

Conferência Leste

Cleveland Cavaliers X Chicago Bulls
Orlando Magic X Charlotte Bobcats

Atlanta Hawks X Milwaukee Buckys

Boston Celtics X Miami Heat


Conferência Oeste


Los Angeles Lakers X Oklahoma Thunder
Dallas Mavericks X San Antonio Spurs
Phoenix Suns X Portland Trail Blazers
Denver Nuggets X Utah Jazz


Só as melhores equipes se enfrentando para decidir quem é a maior, e estarei acompanhando para relembrar um pouco de minhas noites no sofá da sala roendo as unhas nos bons anos 90. Que saudades!



A seguir, o melhor jogador de basquete de todos os tempos fazendo o que sabia fazer de melhor!




Até hoje ainda sonho que estou jogando Basquete e marcando dois pontos com uma enterrada. Trauma de infância é duro! Hehehehe!




NAMASTE!

15 de abril de 2010

Cartas marcadas no Futebol Brasileiro



Sou sãopaulino desde criança (muito antes dessa palhaçada de "Bambi") e o Tricolor Paulista já me deu muitas alegrias nesses vinte e tantos anos. Tudo começou lá no 2º Mundial de 1992, o time campeão do inesquecível Telê Santana. Foram dias de glória, mas atualmente, devo confessar, eu me pergunto porque ainda me vejo forçado a assistir a algum jogo do São Paulo.

A falta de títulos já se extende desde o Campeonato Brasileiro de 2008. De lá pra cá o São Paulo acumula um amargo retrospecto de "quase vitórias" e "quase títulos", o que deixa aquele torcedor mais esperançoso cada vez mais chateado. Mal acostumado a um time vencedor que acumulou longas vitórias na Era Muricy, hoje o torcedor sãopaulino vê um time que está sempre na ponta das tabelas da maioria dos campeonatos, mas nunca ganha. Qual o motivo disso?


Não estou aqui choramingando por meu time não conseguir mais vitórias, mas sim, questionando se isso é pura falta de raça ou se existe um poder maior movendo as cordinhas dessas enormes marionetes que parecem ter se tornado alguns times brasileiros.

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Falando o mais francamente possível, o São Paulo entregou o Campeonato Paulista de 2009 para o Corinthians. Aquele jogo da semi-final (e eu falo do segundo jogo) até hoje não me desse goela abaixo como um resultado normal. Tudo que mais odeio em um time estava lá: A falta de garra, a apatia diante de um adversário teoricamente "melhor tecnicamente" e a extrema falta de vontade de ganhar ou mesmo competir (pelo menos). Depois do primeiro gol o time já estava totalmente rendido diante de Ronaldo e seus meninos. Avanços comedidos na bola, indecisão no ataque, erros de passe grotescos... quase como se tudo já tivesse sido combinado antes: "Entreguem a partida e passem no caixa na final!". Quando saiu o segundo gol, a derrota já estava sacramentada.




Posso estar cometendo a maior das injustiças aqui, mas perder honradamente lutando até o fim é uma coisa, deixar o adversário "deitar e rolar" (e isso não é uma piadinha com o volume do Ronaldo) em campo é outra muito diferente. O São Paulo não é um time medíocre a ponto de deixar, mesmo um time com a qualidade do Corinthians, ser tão superior entre as quatro linhas.


OS FATOS

O São Paulo estava modificando o elenco depois da conquista do Brasileiro de 2008 e, na teoria, ainda não havia encontrado seu ritmo (como chegou até a semi-final então?), foi o que disseram. O Corinthians, havia acabado de retornar para o grupo de elite do mesmo campeonato, após amargar todo o ano de 2008 na segundona, e havia "contratado" Ronaldo (na minha opinião eu acho que foi o contrário, Ronaldo contratou o Corinthians) para reforçar o time.

A contratação de Ronaldo acabou servindo de incentivo ao time todo, que se espelhou nele para galgar degraus até a final do Campeonato Paulista de 2009 de forma heróica (ou não). O Timão ganhou um novo espírito e além do próprio Fenômeno, curiosamente, todo mundo começou a jogar melhor. Como foi que esse mesmo time caiu pra segundona em 2007?
Um jogador pode fazer toda a diferença?

A mala branca existe no futebol e não é de hoje. Todo mundo sabe. Não é coisa só de brasileiro, como muitos também devem pensar. A manipulação de resultados e os lucros que essas ações rendem para os envolvidos nem é mais algo tão ofensivo e atinge muitos esportes (embora para o Brasil, o futebol seja o mais lucrativo), mas então porque continuamos torcendo tão apaixonadamente para nosso times se sabemos que nada é realmente o que parece?


PAULISTÃO 2009 E LIBERTADORES

Esse ano não deu pra Ronaldo, Roberto Carlos e companhia. Alegando estar de olho na Libertadores, o Corinthians largou de mão o Paulistão e vem se empenhando no campeonato Sulamericano (mais o México) para conquistar um título inédito.
Agora quem dá bola é o Santos. O Santos é o novo Campeão.
"O que é isso? O hino do Peixe da Vila?" Não, é a constatação antecipada do resultado do campeonato desse ano.

Novamente o Tricolor Paulista está na parada, mas desta vez é o figurante do Santos que já abriu uma boa vantagem para o segundo jogo (em casa) vencendo o primeiro em pleno Morumbi por 3X2. Cumprimentos de Rogério Ceni, que saiu mal no último lance e o time acabou tomando o gol nos minutos finais.

Dominado o primeiro tempo quase inteiro após ter Marlos expulso (de forma correta) e após tomar o primeiro gol (contra, marcado por Júnios César) e o segundo numa cochilada da zaga, o São Paulo só foi reagir no 2º tempo chegando ao empate com gols de Hernanes e Dagoberto.

Seria injustiça dizer que o São Paulo não jogou bem, mas cansou depois da reação e tomou um gol matador no fim, exatamente como aconteceu no clássico contra o Corinthians.

Dizer que o Santos jogou mal também seria injustiça, até porque o time não tem nada para provar a ninguém desde o retorno triunfal de Robinho, que parece ter enebriado de inspiração a equipe exatamente como fez Ronaldo o ano passado no Corinthians. Curioso, não?Os meninos da Vila, como o time voltou a ser conhecido após ter sido esquecido logo que o elenco puxado pelo mesmo Robinho, Diego e Elano fizeram história em 2002, tem jogado muita bola esse ano. Com goleadas históricas (algumas com dois dígitos) e muita coreografia nas comemorações, ninguém duvida qual será o resultado do Campeonato Paulista. Duvida?

Quem sabe se o São Paulo trouxer Luiz Fabiano de volta ano que vem a mesma coisa não se repete, mas dessa vez para o nosso lado?

CONCLUSÕES

Vai ser difícil o São Paulo vencer o Santos por dois gols de diferença em plena Vila Belmiro.
Mais difícil ainda, vai ser o Santo André ou o Grêmio Barueri tirar o título da molecada do Santos.
Já para o Corinthians, resta a Libertadores, que já não duvido mais que eles irão vencer, afinal é ano de Centenário do Clube, né? A grana pro Campeonato já deve estar separada.

Se o talento individual e o carisma contagiam todo um time (achei que fosse essa a função dos técnicos) ou se tudo que acompanhamos pela TV com o coração apertado não passam de cenas bem escritas e ensaiadas, talvez nunca saibamos ao certo, até porque, o torcedor, que ainda é o grande incentivador ($) da "paixão nacional", tem que ser o último a saber.

E não esqueçam... esse ano tem a Copa do Mundo, mas esse assunto eu deixo para minha amiga Camila comentar.
Quem será que vai faturar?... Digo... Ganhar?

Obs.: Se nenhuma dessas minhas previsões se confirmar (o Santos ganhar o Paulista e o Corinthians a Libertadores), prometo vir aqui escrever um post de retratação e ainda renovar minha fé de que a competição saudável e o amor pelo futebol ainda existem, mas eu duvido muito que terei que perder esse tempo.

Dá-lhe Peixe!
Dá-lhe Curinthia!



NAMASTE!

14 de abril de 2010

Mas que Garota Infernal!

Roteirizado por Brook Busey (mais conhecida como Diablo Cody a ex-stripper e roteirista do sucesso Juno), dirigido por Karyn Kusama (Aeon Flux) e estrelado por Megan Fox (que dispensa apresentações), Garota Infernal (Jennifer’s Body) é mais um daqueles filmes feitos para adolescentes com cenas de terror, escatologia e doses nada moderadas de sexo. Não há como negar: todo mundo já viu pelo menos um filme na vida com essas características.

Megan vive Jennifer, uma linda e popular líder-de-torcida que é sacrificada injustamente pelo líder de uma banda de rock, que faz um pacto com o diabo para conseguir lançar um CD. De acordo com o pacto, eles precisavam que a jovem fosse virgem para o sacrilégio, mas não é bem o que eles conseguem. Jennifer tem seu corpo possuído por um demônio e acaba tendo que se alimentar de sangue humano, sacrificando garotos para se satisfazer. A partir de então Needy (Amanda Seyfried), sua amiga de infância, se vê na obrigação de impedir a fome avassaladora de Jennifer e tenta desesperadamente tirar os garotos de seu caminho, incluindo seu namorado Chip (Johnny Simmons).

O filme até sua metade se desenvolve sem um ritmo estabelecido. Ele não funciona como terror, não funciona como suspense e não funciona como drama. À partir do momento que Jennifer aceita “dar um passeio” no interior da van da banda é que o clima do filme se transforma no terror trash.
Sem explicar ao expectador o motivo à princípio, a líder de torcida retorna toda ferida e ensanguentada do tal passeio, e após invadir a casa da amiga Needy, nos presenteia com uma das cenas mais nojentas do filme, ao vomitar uma gosma negra no chão da cozinha. Eeca!
Na película, Jennifer é uma Succubus, uma espécie de demônio feminino que se apossa de uma mulher e a torna faminta por carne masculina. Trocando em miúdos (olha a ironia!), quer dizer que ela fica doida pra comer homem, literalmente!

Curiosamente, antes mesmo de ser sacrificada, a personagem de Megan já se mostra do tipo “devoradora”, e em alguns casos usa sua beleza física para conseguir o que quer dos homens pela qual se interessa (ou quer tirar proveito). Depois que encarna a Succubus, Jennifer precisa se alimentar de carne humana para continuar linda e sensual, o que na teoria, lhe garantirá novas vítimas.


O filme não tem lá um roteiro muito elaborado, o que o torna simples de entender de cabo a rabo. Em nenhum momento precisamos pensar muito, e a plasticidade de Megan Fox na tela em alguns momentos substitui a falta de diálogos inteligentes e de interpretações mais competentes. A própria Fox atua muito melhor do que em seu início de carreira no blockbuster Transformers, mas ainda continua precisando provar que é mais do que só um belo rosto em Hollywood. Amanda Seyfried, como a amiga feiosinha e posteriormente a heroína da história, convence em cenas de drama e de terror, mas num típico filme adolescente é complicado mostrar talento. Destaque para J.K. Simmons (o J.J. Jameson de Homem Aranha e o pai da Juno), que vive um professor da região onde os personagens da história se concentram, e que encontra uma das vítimas “devoradas” pela Succubus.

Alguns efeitos visuais são pra lá de escabrosos, como o “voo” de Fox já na sequencia final, logo após ela tentar devorar Chip, e outros passam desapercebidos por serem muito rápidas, como a bocarra que Jennifer abre quando vai devorar as vítimas. Por outro lado, a direção do filme capricha para tornar as cenas em que Megan aparece de roupinhas curtas e decotes generosos as mais sensuais possível, e acerta. Tanto em diálogos picantes como em cenas de sensualidade (sem mostrar em nenhum momento demasiadamente o corpo de Megan) o filme é nota 10, empolga qualquer adolescente (e os mais marmanjos). Destaque para a cena em que Jennifer e Needy trocam um tórrido beijo de língua.

Para quem espera uma história de terror mais cerebral ou mesmo uma trama de tirar o fôlego, no entanto, esqueça. A única coisa de tirar o fôlego durante o filme todo é mesmo Megan Fox dentro de suas roupinhas ousadas.


Nota: 6


Filme indicado para assistir sem a namorada do lado, para evitar possíveis cotoveladas a cada cena sensual da protagonista.



NAMASTE!

13 de abril de 2010

Pixels invadindo o mundo

Esse vídeo foi dica da minha amiga Karina Cardoso (http://afilhadosdemurphy.blogspot.com).

Vale a pena dar uma conferida!

Eu não vi, mas minhas filhas viram e disseram que é muuito boomm!

Melhor eu deletar esse PAC MAN do meu celular!

NAMASTE!

9 de abril de 2010

Os Sete Pecados de X-Men Origens: Wolverine


O filme X-Men Origins: Wolverine de 2009, estrelado pelo já famoso ator Hugh Jackman e dirigido “moderadamente” (pra não dizer mediocremente) por Gavin Hood (Quem?) ocupa (até agora) a 21ª posição das maiores bilheterias do cinema em seu fim de semana de estreia com $ 34.433.831, ficando atrás de outras produções baseadas em quadrinhos como Homem Aranha (os 3 filmes), Homem de Ferro, Batman o Cavaleiro das Trevas e até do fraquíssimo X-men 3. O filme figura entre as maiores bilheterias do ano passado (em torno de $ 148.290.744) principalmente pela atual popularidade do personagem e pela curiosidade dos fãs que se jogaram de cabeça achando que era impossível sair um filme ruim do baixinho invocado. Ledo engano.

Escrito por David Benioff, que entre outras coisas também escreveu o roteiro de Tróia, com Brad Pitt no papel principal, e dirigido por Gavin Hood, que a única coisa importante no currículo é o Oscar de melhor filme estrangeiro por
Infância Roubada - Tsotsi que ele escreveu e dirigiu, X-Men Origens: Wolverine é uma das mais fracas adaptações cinematográficas de histórias em quadrinhos.
O filme é mais uma prova de que um estúdio de cinema e seus produtores exercem forte influência sobre a história do filme, gerando ao fim da produção um belo de um "samba do crioulo doido". Esses mesmos problemas já haviam ocorrido em X-Men 3 – The Last Stand, e o esperado era que o estúdio Fox tivesse aprendido com os erros anteriores. Não foi o que aconteceu.


A seguir, os sete maiores pecados do filme solo do baixinho invocado:

O primeiro ato do filme nos situa em 1845 nas montanhas do Canadá, e mostra um jovem James Howlett (o futuro Wolverine) aparentando ser um menino bastante frágil e doente, assim como na HQ Origem (escrita por Paul Jenkins).



A história original começa a ser modificada quando nos é mostrado que Thomas Logan além de pai de Victor Creed, é também o verdadeiro pai de James. Após invadir a mansão dos Howlett (sem maiores explicações), Thomas Logan, o caseiro da família atira no patrão John aos olhos de Elisabeth, a mãe de James, e enfurecido, o menino ejeta suas garras ósseas pela primeira vez, e empala Logan que pouco antes de morrer revela ser seu verdadeiro pai(!).

Na HQ, em nenhum momento fica claro que Thomas Logan, um homem alcoólatra e rude é o verdadeiro pai de James, embora isso seja insinuado. A mãe de James demonstra um afeto pelo homem depois que ele é morto pelo menino (de forma semelhante a do filme), e na história real o filho de Thomas Logan não é Victor Creed e sim um garoto chamado de “Cão”. Durante a leitura da HQ, devo confessar que eu mesmo pensei que Cão fosse o mais tarde conhecido Dentes-de-Sabre, e o roteirista do filme se aproveitou dessa “confusão” na cabeça dos leitores pra dar um parentesco aos dois adversários.


O personagem que vemos no filme não é o mesmo que conhecemos dos quadrinhos. Em alguns raros momentos vemos o Logan selvagem como na cena em que ele escapa do Projeto Arma X e quando ele ataca o Victor Creed (Liev Shreiber) caindo com ele da janela, mas de resto, vemos um Logan patético preocupado em impedir Creed de assassinar pessoas inocentes e aparentemente cansado de guerra.


O que mais incomoda nesse filme, é essa relação forçada de irmãos entre Logan e Creed. A cada cena dos dois juntos vem aquele melodrama de “somos irmãos e temos que um defender o outro” e isso se arrasta pelo filme todo. Até o fato de Creed querer que Logan volte a sua vida marginal a qualquer custo é banal.



Em boa parte do filme fica aquela dúvida na cabeça: Afinal, o que Stryker (Danny Huston) quer? Ele aparentemente odeia os mutantes pelo fato de seu filho ser um e ter matado a sua esposa (como, isso não fica claro), daí ele se dedica a caçá-los e fazer experiências financiadas por militares com eles. Sim, você cria experimentos bizarros para deter outras aberrações? Pra mim não faz sentido.
Nos quadrinhos, o Projeto Arma X busca a criação de um supersoldado capaz de realizar as mais impossíveis missões para o governo, e Logan é o Arma X (10 em nº Romano) por ser a décima tentativa (a 1ª e bem sucedida seria o projeto que criou o Capitão América, segundo a mente maníaca de Grant Morrisson). Isso até é citado no filme, tanto que o Deadpool (!!) é a Arma XI, mas as intenções de Stryker não são lá muito bem explicadas.




Quem em sã consciência deixaria por vontade própria que colocassem um metal experimental em seu corpo num processo dito anteriormente MUITO doloroso? O Wolverine, claro!

Ok, o cara tem um fator de cura poderosíssimo que o faz suportar as mais diversas formas de tortura possíveis e imagináveis, mas ninguém seria idiota o suficiente de servir de cobaia para uma experiência nunca antes testada. No filme, ele aceita de bom grado pelo simples fato de querer vingança contra Creed, que lhe aplica uma surra de “criar bicho”, como diriam no interior. Nos quadrinhos a fama dos poderes de cura de Logan chegam aos ouvidos de inescrupulosos cientistas que o raptam a fim de transformá-lo numa perfeita máquina de matar. O processo de aplicação de adamantium é demorado e extremamente doloroso para o mutante, que reverte completamente a seu lado animal ao fim do processo. O que vemos no filme não passa nem perto de parecer com a história original.



Na tentativa de fazer um filme de ação extremamente “massa, véio”, de deixar Transformers do Michael Bay no chinelo, Gavin Hood e sua patota criaram cenas pra lá de apelativas e forçadas.

O que dizer do voo de Wolverine sobre o helicóptero do Agente Zero e depois ele andando da forma mais clichê possível enquanto o veículo explode atrás dele?
O que é o Gambit (Taylor Kitsch) saltando de cima de um prédio e descendo girando o seu bastão como uma hélice? E o efeito da pancada de seu bastão no chão que causa uma espécie de explosão telecinética derrubando Creed e Logan? Quem ele é? O Gandalf do Senhor dos Anéis?

Falando em Gambit, as cenas que mais causam vergonha alheia são dele. O X-galã subindo pelas paredes cravando os dois pedaços de seu bastão no concreto e ao fim do filme dividindo ao meio um bloco gigante de uma estrutura que caía sobre o Wolverine com seu bastão “mágico” completam o circo de horrores que é a participação do cajun no filme do canadense. Só faltou ele disparar raios da porra do pedaço de madeira ou transformá-lo num sabre-de-luz!



Além do próprio Wolverine, que na minha opinião, está bastante descaracterizado, embora Hugh Jackman o incorpore perfeitamente, há uma porrada de personagens incluídos desnecessariamente ou mal utilizados nesse filme. O próprio Gambit, que hoje é um personagem pra qual muita gente torce o nariz, mas que nos anos 90 fazia a alegria da mulherada (e da rapaziada também) por seu estilo de luta e seus poderes (que nem são grande coisa), está pra lá de mal arranjado. Na verdade deram uma enfodecida em seus talentos mutantes, mas o que todo mundo queria mesmo ver era ele caindo de pau com o Wolverine, o que acontece no filme, mas de forma tosca. A luta entre eles beira o ridículo, e o que é mais engraçado é que já tivemos vários momentos em que isso aconteceu nas HQs, e as mulas dos produtores do filme nem para copiar! Dessem uma olhada em algum filme do Jason Statham pelo menos!


O que o Ciclope faz nesse filme? Subaproveitado na trilogia dos mutantes, ele aparece nesse só para dizer que está ali. Totalmente desnecessário assim como a presença de Emma Frost, que no filme não é telepata e só possui os poderes secundários de tornar sua pele em diamante. Pra piorar, no filme a loira é irmã (!!) da Raposa Prateada (que também é mutante, vivida pela belíssima Lynn Collins). Haja imaginação aonde não é preciso.


Dominic Monagham (o Charlie de LOST) aparece em cena umas três vezes interpretando Bradley(??), um mutante capaz de controlar a eletricidade (acho), enquanto Kevin Durand (o homicida Keamy, também de LOST) interpreta um “Blob” sem seus poderes de alteração de massa. Ele mais parece um saco de banha ambulante e usa apenas superforça. Completando a equipe de inúteis de William Stryker, temos John Writh, vivido por Will.I.am(!!) que não compromete no papel e até tem uma cena de ação encarando o gigante Victor Creed. Seus poderes de teleporte são até interessantes, mas o personagem claramente só é inserido para justificar os poderes de Deadpool.


Diz a lenda e as más línguas que a participação do Deadpool no filme se restringiria ao início do filme, onde o engraçadinho Ryan Reynolds (que atualmente filma o Lanterna Verde, no papel título) atua numa cena regada a “arame-fú” e depois morre nas mãos de Victor Creed. Por puro puxa-saquismo ou não, o personagem de Reynolds acabou mesclado ao de Arma XI (antes interpretado por Scott Adkins que chegou a gravar algumas cenas), e ele se tornou o vilão no fim do filme, protagonizando com Hugh Jackman e Liev Schreiber umas das melhores (e quase únicas) cenas de ação da película. Nos quadrinhos Deadpool é uma coisa e Arma XI é outra, mas quem liga? De qualquer forma no filme, o personagem se teleporta como o Noturno, tem o fator de cura do Logan, ejeta “espadas” dos pulsos e tem até as rajadas óticas do Ciclope. É um samba do crioulo doido ou não é?


Não deve ser mesmo fácil para um roteirista tentar condensar tanta informação num filme de duas horas e ainda amarrar tudo sem furo na história (o que não acontece), mas no final do filme fica bem claro o resultado de toda essa correria e o estica e puxa do roteiro. A forma como a base do Arma X é destruída, o jeito como Deadpool “morre” e os tiros na testa que Logan leva (com balas de adamantium) para justificar a sua amnésia nos filmes posteriores são decisões apressadas que deixam o espectador com uma incômoda sensação de desapontamento.

O personagem Wolverine não é um personagem complexo e na teoria não deveria ser difícil fazer um filme de ação empolgante e com uma história no mínimo coerente e fiel aos quadrinhos. Na verdade todo mundo já imaginava como seria um filme protagonizado pelo Logan desde X-Men 2 em que a famosa cena da invasão da Mansão X deixou todo mundo boquiaberta. Na minha cabeça seria algo como um Rambo com fator de cura e garras de adamantium. Muita ação, porradaria desenfreada, mas com um roteiro decente e eficaz, coisa que Benioff e Hood deixaram de lado por pressão dos produtores, infelizmente.



Abaixo a melhor cena do filme (dublada em espanhol)


Com direito a um "This is Sparta!" no peito do Deadpool! Hehehhee!

NAMASTE!

Cachorro Metaleiro

Já pensou o seu cachorro curtindo um som pesado junto com você? Não? Então confiram o vídeo a seguir.



Eu me acabo de rir com esse vídeo! Hehehehehhe!


Acho que vou tentar treinar meu cachorro Peter para ele fazer igual!




NAMASTE!

8 de abril de 2010

A vez dos Cascas-Grossas


Depois que a Wizard americana lançou o ano passado a sua já famosa lista com os 200 maiores personagens de HQ de todos os tempos encabeçada pelo Wolverine, a verdade agora é apenas uma: O mundo pertence aos cascas-grossas!
Esqueçam os personagens bonzinhos, éticos, líderes natos e defensores da liberdade. A ordem agora é sentar a porrada na vilania. Bater antes e perguntar depois, sem se preocupar com as conseqüências.
“Oh, não! Os anos 90 continuam!”, você deve estar se perguntando agora. Não é bem isso, mas tudo começou lá.

Os Anos 90

Não posso dizer que odiei os anos 90. Eu estava lá quando os X-Men de Chris Claremont e Jim Lee enchiam as bancas com revistas, pôsteres e as lojas com camisetas. Eu comprei cada uma das edições da Saga do Clone do Homem Aranha(é verdade, ainda tenho todas), acompanhei a Queda do Morcego de ponta a ponta, comprei a Bíblia do Spawn (e achei Massa, Véio!) e vi os prodigiosos anos 80 caindo no esquecimento, quase como se nunca tivessem existido.



A partir de então não eram mais os heróis de honra e que pregavam a decência que tinham vez. Caras como o Capitão América perdiam seus títulos próprios (no Brasil) por já não atraírem seu público, os Vingadores eram forçados a usar jaqueta e um visual meio “X-Men”, o Universo Image estava em expansão e a revista do Spawn (!!) era a líder de vendas nos EUA.
Pra um moleque acostumado com filmes do Schwarzenegger desde pequeno, que adorava ver o Robocop fuzilando a bandidagem geral, é claro que essa época "massa, véio" era boa. Eu particularmente curtia muito as pin-ups naquelas páginas duplas desenhadas pelo Jim Lee e achava o estilo do Liefield (Deus, perdoe-me, porque eu pequei!) inovador. Eu tinha uns treze anos! Nem sabia coisa alguma de anatomia em desenhos, imagética, proporção ou coerência em roteiro. Eu me impressionava fácil!
Tomando como base o meu próprio exemplo, e como era meu pensamento em plenos anos 90, posso imaginar o que leva alguém a colocar o Wolverine nas cabeças de uma lista de 200 maiores personagens. No século XXI, no entanto, não há como eu considerar sequer isso uma questão lógica.



Estaria o mundo “Wolverinizado”?

O motivo que me levou a escrever esse post é em princípio por essa “wolverinização” pelo qual não só o mundo dos quadrinhos vem passando, mas também as histórias de ficção em geral.
Até mesmo em LOST, em suas primeiras temporadas, tínhamos uma disputa séria entre um sujeito que faz o tipo certinho, cheio de princípios representado pelo Jack e o sujeito canastrão, sedutor e por vezes até maldoso representado pelo Sawyer. Se trocarmos as personalidades de Jack e Sawyer por seus equivalentes dentro dos X-Men, teríamos Jack como o Ciclope, o líder, o que sempre pensa com a cabeça fria e arquiteta todo um plano pensando no trabalho em equipe e Sawyer como o Wolverine (há quem diga que ele seria o Gambit!), o sujeito que não respeita ordens, que não dá a mínima pro trabalho em equipe e que gosta de fazer tudo do seu jeito, por ser o melhor no que faz. Claro que o Sawyer tem muito mais de Gambit, o sujeito sedutor e malicioso que ganha na lábia, mas nos quadrinhos o Gambit nunca fez frente à liderança do Ciclope, o que acontecia constantemente com o Wolverine.
É fato: 90% das pessoas que conheço que assistem Lost e que tem como base X-Men Evolution uma idéia rasa dos heróis mutantes, odeiam Jack e Ciclope por considerá-los “chatos” e amam Sawyer e Wolverine. Retrato dos novos tempos.
Mais vale um personagem que resolve na porrada na mão do que dois líderes calculistas voando!


Wolverine e os não tão importantes X-Men

Quando a notícia sobre um novo desenho dos X-Men surgiu alegando que seria mais próximo às HQs, puxando mais para o lado da animação dos anos 90 (que era ótima pros níveis da época) do que para o infantil Evolution, eu me empolguei. A animação foi por água abaixo quando mencionaram o título “Wolverine e os X-men”, totalmente ao estilo Joe Quesada (o manda-chuva da Marvel) de tratar o assunto. “Pô! Wolverine e os X-men??”. Já não bastasse o filme dos mutantes dar enfoque quase que total ao carcajú apagando quase por completo os outros personagens, agora também nos desenhos teríamos o mesmo tipo de abordagem?


X-Men - O filme é razoável, mas o 2 é muito bom principalmente pelas cenas de ação protagonizadas pelo Wolverine, isso ninguém discorda. O filme peca, no entanto, por relegar personagens como Vampira, Noturno e o próprio Ciclope a papeis secundários sem grande relevância à trama criada. Aliás, sem grande relevância é um elogio à participação quase ínfima do Ciclope nos três filmes! “Mas ele é chato e bobão! O Wolverine é mais Massa, véio!”
Dos 8 episódios que pude ver até hoje de Wolverine e os X-Men, além da dublagem horrível (feita pelo estúdio Uniarthe de São Paulo), pude perceber uma coisa: A equipe não faz a menor diferença para o Wolverine. Na hora da ação é sempre ele quem resolve tudo (na grosseria), não há qualquer tipo de estratégia ou trabalho em equipe. Os outros são apenas acompanhantes de luxo do Logan e um Ciclope ainda mais apagado que no filme entra mudo e sai calado nos poucos episódios em que aparece.


A apatia do personagem é explicada por causa do desaparecimento de Jean Grey (sim, porque em desenhos animados ninguém morre), que some misteriosamente junto com o Professor Xavier no primeiro episódio. Parei de acompanhar o desenho por conta da falta de tempo e em grande parte pela má vontade mesmo. Assistir o Wolverine como líder dos X-men é algo como ver o Theo Becker como o galã romântico da novela das oito. Totalmente improvável.

Wolverine é ou não é?

Longe de considerar o Wolverine um personagem banal e superestimado, a idéia central desse post é trazer à tona o quanto a cultura de massa se voltou para personagens truculentos e marrentos nos últimos tempos, e o quanto a população média que absorve essa cultura se satisfaz com isso. Quando Stallone, Schwarzenegger e Bruce Willis detonavam geral no cinema dos anos 80, não era algo tão amplamente divulgado e nem tão amplamente comentado. Havia o público que curtia esse tipo de filme mais truculento, mas ele não era tão grande.



Hoje em dia ter um Wolverine num topo de uma lista em que constam personagens históricos como Batman, Superman e Homem Aranha é algo a se considerar. Da mesma forma que personagens como o Lobo da DC (prestes a ganhar uma adaptação cinematográfica), o Justiceiro da Marvel (principalmente o escrito por Garth Ennis) e o Comediante da obra-prima de Alan Moore Watchmen fazem sucesso, personagens mais bonzinhos não são muito bem vistos pela garotada de hoje em dia. O personagem Superman e o fracasso do filme Superman Returns que o digam!

Os tempos mudaram ou eu que estou velho demais para acompanhar o ritmo atual?


A título de curiosidade, a seguir listo em ordem os 10 primeiros colocados da lista da Wizard americana:

1.Wolverine

2.Batman
3.Homem Aranha
4.Superman
5.Coringa
6.Rorschach (de Watchmen)

7.Capitão América
8.Hellboy
9.Magneto
10.John Constantine (do selo Vertigo da DC)

Tem pelo menos cinco personagens cascas-grossas nessa lista,o que corrobora com o que comentei acima.
Para ver a lista completa
clique aqui e divirta-se (ou não!).

Considerações:

Em breve post defendendo a essência do personagem Wolverine e os 7 pecados da adaptação X-Men Origens – Wolverine.


NAMASTE!

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