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27 de março de 2020

Pássaro Noturno - A Corporação Bastidores


No ano em que o Blog do Rodman comemora 10 anos de existência, o Pássaro Noturno está comemorando 25 anos. Não foi por acaso que decidi dar vida aos contos do herói nacional somente agora nessa época de comemorações, mas claro que gostaria de tê-lo feito antes, para que todo mundo pudesse conhecer Henrique Harone e seus incríveis amigos há mais tempo. 

Pássaro Noturno - A Corporação fecha a primeira trilogia que imaginei lááááá em 1995 e coloca o protetor de São Francisco d'Oeste (enfim) frente a frente contra seu principal rival, o magnata Edmundo Bispo



Para os dias atuais eu precisei fazer diversas alterações no que imaginava ser esse confronto final, mas acabei gostando da versão moderna. Na minha cabeça era algo mais épico com batalhas longas e demoradas contra um exército, findando com o desmoronamento do prédio da Xeque Mate, mas conforme ia escrevendo, percebi que isso não ia caber no roteiro. O Edmundo Bispo atual é mais um empresário com muita grana pra gastar do que um super-vilão clássico que dá risadas sarcásticas e parte ele mesmo para cima do herói. Escrevi Bispo mais como alguém inalcançável, por trás de paredes e mais paredes de burocracia, advogados e dinheiro do que alguém que dá para pular em cima e cobrir de porrada, e achei que assim fiz mais justiça ao que são os verdadeiros inimigos da sociedade atual.



Quanto ao Henrique Harone, o que muda nele nesse novo conto?



Bem, ele ainda é só um moleque de 15 anos com recursos tecnológicos, que erra e acaba sendo obrigado a aprender com esses erros, mas há uma grande evolução no personagem que vimos lá no primeiro conto. Cuidei para que sua evolução não fosse só física, como ele pensava no segundo conto, e ao final de "A Corporação" temos vislumbres do que o Pássaro Noturno vai se tornar no futuro, quando então ele se une a Legião Nacional (a equipe de super-heróis brasileiros que já tenho desenvolvida, mas não publicada).



O treinamento físico pesado que Henrique, Ricardo e Antônio fazem com Sebá mostra resultados nesse novo capítulo e embora nenhum deles possa ser considerado um mestre em artes marciais - algo que seria forçado até mesmo dentro do universo de super-heróis - eles começam a se virar melhor contra adversários físicos. Pelo menos bem melhor do que no desastre que foi sua primeira missão em campo no penúltimo capítulo de "Ataque Triplo". 

A escolha pelo uso do Fei Hok Phai surgiu quando escrevi um conto que já mostrava o futuro do Pássaro Noturno, já ao lado da Legião Nacional, e assim, decidi manter a existência dessa arte marcial em sua origem. Pelo que estudei, essa variação de Kung Fu foi difundida pelo Mestre Lope e adaptada no Brasil - possui até hoje uma academia na região de Santo André - e fez ainda mais sentido ser algo que Sebá, um capoeirista baiano, também dominasse, além da arte marcial de origem africana. À princípio, parece uma mistureba louca, mas não vi qualquer problema em tornar isso um elemento importante da origem do herói noturno. 



O traje de Pássaro Noturno também passa por uma modificação em A Corporação, ainda em consonância com o que acabei falando antes sobre o poder de adaptação de Henrique ao que ele necessite em campo de batalha. O capuz fechado e o sistema de refrigeração interna no uniforme acabam atendendo uma necessidade que ele observou quando enfrentou a gangue de Gerônimo Falcão. A máscara aberta no queixo (estilo "Demolidor") além de deixar visível sua boca, o deixava vulnerável a fumaça e gases letais, o que o levou a vedar a entrada e ainda instalar um sistema de refrigeração e um respirador, tudo possível graças ao CAD (seu supercomputador) e os equipamentos que materializam seus projetos (no caso seu "Sarcófago" e sua Matriz de Impressão). 

Como Henrique destaca no texto, esse é seu quarto traje fabricado, sendo que o primeiro era apenas um protótipo nunca utilizado, o segundo foi o que ele utilizou ao cair do alto do prédio da Xeque Mate (em Origens) e o terceiro foi o que ele usou em Ataque Triplo



Em seu arsenal, Pássaro Noturno trocou as estrelas ninja que usou contra os capangas de "Belo" Falcão por boleadeiras e apresentou pela primeira vez seus discos metálicos de arremesso, armas que permitem que ele ataque seus adversários à distância. A Corporação marca também a estreia do Imã, sistema magnético capaz de disparar um campo que pode repelir um alvo de 80 kg pela distância de 10 metros com a força de até 7840 Joules (juro que fiz até um cálculo para chegar a esse valor, para tornar o equipamento mais verossímil! Desculpe se errei algo, professores de Física!). Como tinha destacado no primeiro post sobre meus contos, o Imã é a arma mais eficaz guardada no cinturão de Pássaro Noturno, e seu uso salva a vida do herói em mais de um caso nesse novo conto. 



Ferina

A adição da Ferina ao "Clube dos Otários" formada por Henrique, Ricardo e Antônio era só uma questão de tempo, já que ela vinha sendo rascunhada desde o primeiro conto e desde sempre em minha mente. Para quem achou uma surpresa que os perdedores do Ensino Fundamental conseguissem recrutar uma menina para seu clube de heróis, a meu ver, nunca foi algo distante de acontecer. Nos primórdios da criação do Pássaro Noturno sempre houve uma Ferina, o único ponto inédito foi sua origem, que desenvolvi inteira agora que tive essa chance. Como era costume naquela época - os anos 90 -, a Ferina era só uma parceirinha do herói forte e inteligente, e admito que ela era mais rasa que um prato. Eu nunca tinha pensado em aprofundar ela ou lhe dar uma origem, algo que senti necessidade agora.



Silmara Santoro foi apresentada logo no primeiro conto do Pássaro Noturno e ela foi o grande elemento de virada na vida de Henrique Harone, já que foi ela que deu algum propósito ao garoto. "Eu tenho um supercomputador embaixo da minha garagem e ele me dá vantagens técnicas. Vou me vestir de pássaro e sair por aí a noite". Esse era o Henrique Harone antes de se deparar com a realidade dura de Silmara e ver que as injustiças sociais estavam mais aprofundadas em sua cidade do que ele imaginava. Além dela inspirar seu codinome heroico, a garota serviu como um despertador da consciência de Henrique, que passou a ter um objetivo a cumprir depois disso. O problema de São Francisco d'Oeste não era somente um bando de aviõezinhos entregando drogas na calada da noite. A questão era imensamente maior e chegava aos altos escalões da cidade, passando pela prefeitura, fórum de justiça, delegacia e até mesmo a imprensa. Isso tudo enquanto a parcela mais pobre de São Francisco continuava sem acesso a serviços básicos de saneamento, saúde, informação e educação. Assim como no mundo real - e naquela música Bom Xibom Xibom Bombom - os ricos ficavam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, sem esquecer que a imprensa continuava noticiando apenas a evolução tecnológica pela qual a cidade passava, oferecida pelo "ilibado" empresário Edmundo Bispo. 



Silmara era uma garota marcada pela violência que passou nas mãos de "Belo" Falcão e seus capangas em sua infância e diferente de Henrique, ela entendia como funcionava o submundo do crime por estar em meio a ele desde pequena. Quando ela se junta a Pássaro Noturno, Thunderwing e Espião Negro, ela dá uma vantagem imprescindível ao time dos heróis, voltando a torná-los necessários na batalha contra a Corporação, após a derrota sofrida ao final de Ataque Triplo



Em minha mente, a Ferina (antes "Felina") era só uma cópia sem graça da Mulher Gato (ou da Gata Negra, com a qual eu tinha mais familiaridade), mas as mudanças a que me propus fazer com aquela que seria uma das personagens mais importantes de A Corporação exigia um pouco mais de esmero da minha parte. Para evitar novos problemas com direitos autorais (uma vez que já existe uma Felina na Marvel), modifiquei seu nome para Ferina e decidi deixar de lado seu visual de "gatinha" para algo que remetesse não só ao felinos como também a aves de rapina (nada a ver com o grupo da DC, estou falando de pássaros). Assim, a persona heroica de Silmara deixou de ser uma espécie de Hello Kitty das trevas para algo mais perto de uma coruja, ou pássaro noturno. 


Visual anterior de Hello Kitty das trevas e o atual

Seja como for, Silmara não queria sair voando por aí como seus colegas de equipe. Sua ideia era mais possuir uma identidade que a permitisse agir na encolha e usar força física somente  quando fosse necessário. O traje camuflado que a torna invisível por alguns minutos foi uma ideia que criei direto para A Corporação e que eu nunca tinha pensado antes. Como funcionava para sua primeira missão em campo, decidi incrementar, embora não fosse uma ideia sua e sim um projeto que já existia nos bancos de dados do CAD. O soco inglês elétrico era uma escolha óbvia como sua arma primária, já que ela não tinha qualquer treinamento em arte marcial e precisava sair na porrada de vez em quando. 



A parte mais divertida em escrever Pássaro Noturno - A Corporação foi a possibilidade de desenvolver melhor os personagens que antes eram só ecos em minha mente e que nunca antes tinham sido usados de verdade. Não tem como dizer que isso não foi satisfatório. Toda a construção ao redor dos personagens centrais também foi um grande desafio e me levou a fazer uso do Evernote para anotações diversas, ligações entre cenários, personagens coadjuvantes, pesquisas e a subdivisão de capítulos desde Ataque Triplo. Sem essas anotações prévias, eu teria me perdido feio no meio da narrativa e o Evernote me ajudou a manter tudo minimamente organizado para contar a história. 



Realmente não dá mais vontade de parar de expandir esse universo a cada nova ideia que vai surgindo, mas assim como todo filho, chega uma hora que somos obrigados a deixá-lo partir e ganhar suas próprias asas.

Nesse período difícil que o mundo vem vivendo devido a pandemia da Covid-19, é quase egoísta falar de criações e personagens fictícios, esperando que as pessoas se divirtam lendo algo assim, mas se você não tiver nada mais importante para fazer, eu gostaria que pudesse ler e curtir o novo conto que já está DE GRAÇA lá no Wattpad. Não é financiamento coletivo, não é Kindle, Amazon nem nada disso, você só precisa ter um navegador da internet para ler.

Mas Rodman, eu nem sei do que você está falando. Eu não li os outros capítulos!

Tudo bem, jovem padawan perdido. Os dois capítulos anteriores também estão disponíveis DE GRAÇA na plataforma Wattpad. Comece por Pássaro Noturno - Origens:



Depois leia Pássaro Noturno - Ataque Triplo



E finalize a trilogia com Pássaro Noturno - A Corporação.



Eu queria poder preparar um projeto gráfico mais elaborado e mais bem cuidado com ilustrações e imagens, mas o Wattpad não permite esse tipo de tratamento. Por isso, deixo disponível para download a versão em PDF que pode ser lida com alguns extras em tablet, celular ou qualquer outro sistema tecnológico do século XXI.          

Para download, Clique aqui!

Espero que gostem e não esqueçam de dar aquele incentivo seguindo o autor lá no Wattpad, curtindo as postagens e claro, votando nos capítulos. Se cuidem! Lavem bem as mãos, evitem aglomerações desnecessárias e 

NAMASTE! 

30 de abril de 2015

Review - Wayne de Gotham


Lançado em 2012, Wayne de Gotham surgiu na pegada dos games de sucesso do Homem Morcego (a série “Arkham”), e apesar de beber principalmente da fonte de onde ele nasceu, os quadrinhos, Tracy Hickman, o escritor, usa muitos elementos visuais dos jogos, em especial a tecnologia utilizada pelo Batman. Leitores de quadrinhos já estão acostumados com os chamados “Elseworlds” que nos apresentam realidades alternativas onde nossos heróis vivem, e Wayne de Gotham pode ser considerado um “Túnel do Tempo”, em especial pelo desfecho da história que foge da realidade com a qual estamos acostumados.

Quando estranhos crimes envolvendo uma carta contendo um resíduo químico que induz quem entra em contato com ela a ter reações pouco convencionais começam a assolar Gotham, o Batman é obrigado a entrar numa investigação que o leva ao passado de sua família. Quanto mais ele procura, mais os indícios o levam ao momento mais doloroso de sua vida: O Assassinato de Thomas e Martha Wayne.

Enquanto o Batman investiga o caso no presente, somos levados através de flashbacks, até o passado da década de 50, onde o jovem Thomas Wayne sofre com os métodos rudes de educação de seu pai, o velho Patrick Wayne. Disposto a transformá-lo num HOMEM nem que seja na marra, o avô de Bruce Wayne utiliza até mesmo de terror psicológico, o obrigando a manejar armas de fogo e atirar contra alvos móveis. A contragosto do velho, Thomas se forma em medicina e passa a exercer sua função, enquanto esconde uma paixão secreta por sua amiga de infância e vizinha, Martha Kane. Martha tem hábitos autodestrutivos e um gosto peculiar para homens, o que a mantem longe do pouco corajoso Thomas, que encara uma friendzone sofrida, acompanhando Martha as festas e a vendo se embebedar e dar mole para os caras mais cretinos da cidade. Hickman descreve um período da vida dos Wayne pouco explorado anteriormente, e por quase todas as páginas do livro vemos Thomas e Martha apenas como amigos, mesmo sabendo que ambos sãos os pais de Bruce.

Durante sua investigação, Bruce Wayne começa a descobrir que tudo que sabia sobre seus pais e até mesmo sobre seu fiel mordomo Alfred não era o que ele imaginava, o que o leva a uma cruzada solitária até as provas de que seu pai pode ter sido o responsável por toda a loucura que sempre esteve presente em Gotham. Quando uma mulher chamada Amanda Richter surge de forma misteriosa no jardim da mansão Wayne, Bruce forja uma identidade (Gerald Grayson) para abordá-la, e é aí que sua vida começa a virar do avesso. O suposto pai de Amanda, um renomado cientista, possuía ligações no passado com Thomas Wayne, e os segredos guardados dessa relação causam uma ruptura entre Bruce e Alfred, já que o mordomo escondia tais informações dele o tempo todo, sabendo o quão graves seriam seus efeitos sobre Bruce.

Enquanto procura descobrir o que Richter e Thomas Wayne faziam no Asilo Arkham na década de 50, o que isso tem a ver com o surgimento de tantos malucos homicidas em Gotham e em especial o porquê isso levou seus pais a serem assassinados, o Batman acaba reencontrando pelo caminho alguns de seus velhos inimigos, incluindo a Arlequina e o Coringa, que parecem estar ligados a grande trama que o envolve. Quem seria o grande mentor por trás de toda essa intrincada trama? A resposta surge de forma surpreendente nas páginas finais do livro.

Wayne de Gotham é uma viagem espetacular ao passado da família Wayne, e o texto é tão fluído que nos deixa curiosos o tempo todo para saber qual é o mistério que envolve a vida e a morte dos pais do Batman. Ao mesmo tempo que acrescenta novos elementos a história que nós pensávamos que já conhecíamos sobre os Wayne, de maneira nenhuma isso interfere no presente do personagem dos quadrinhos, funcionando como um retcon perfeito. O Batman no presente, no entanto, já está na ativa há bastante tempo, e não são raras as vezes que em suas descrições o personagem se diz “velho” e “cansado” para certos esforços físicos. É como se estivéssemos acompanhando as aventuras do Bruce Wayne do Cavaleiro das Trevas (de Frank Miller) com a tecnologia do Batman Beyond, o desenho animado que mostrava as aventuras de um jovem Batman comandado pelo velho (e ranzinza) Bruce Wayne. A bat-roupa funciona mais como uma armadura dotada de vários equipamentos como aumento de força, sonar e visão periférica computadorizada, e o traje comanda diretamente o Batmóvel, algo bem próximo do que vemos nos games do Homem Morcego criados pela Rocksteady.

Apesar de possuir capítulos muito instigantes e interessantes de um modo geral, algumas descrições das cenas de ação do Batman são muito confusas, o que acaba deixando o leitor perdido na narração. O Batman do livro se pauta tanto pelo uso da tecnologia, que as vezes não conseguimos acompanhar o que realmente ele está fazendo, como e por que, e isso faz com que o livro, que foi traduzido por Alexandre Martins, perca pontos importantes num dos detalhes específicos do Batman, que é sua perícia física. Não dá pra saber se o texto de Hickman é que se torna confuso quando ele tenta explicar as cenas de ação ou se algo se perdeu na tradução, mas esse ponto incomoda bastante. Seja como for, o livro vale a pena para quem é fã do Homem Morcego e para quem acha que já sabe tudo sobre o passado da família mais tradicional de Gotham. Você irá se surpreender.

Wayne de Gotham foi publicado pela editora Fantasy Casa da Palavra e pode ser encontrado nas principais livrarias por algo em torno de R$ 30,00.


NAMASTE! 

23 de novembro de 2012

Lançamento do Livro do Fim do Mundo


Há quase um ano, eu publiquei aqui no Blog do Rodman um post falando sobre a minha experiência em escrever um texto para o Site O Livro do fim do Mundo, que foi criado sob a batuta dos idealizadores do site Geração X².
A ideia era publicar e mais tarde selecionar alguns textos que fariam parte de um projeto ainda maior, um livro, onde os contos sobre o fim do mundo seriam publicados, dessa vez em material impresso.

E não é que o projeto saiu do papel (ou NO papel)??

O lançamento do Livro do Fim do Mundo de responsabilidade do Kchaço, do Marreco Bill e do restante do pessoal do Geração X² já ocorreu em dois estados (Paraná e Rio de Janeiro) e ontem (24/11) aconteceu em São Paulo na Livraria Cultura do Shopping Market Place.

E sabem o que é ainda melhor?

O meu texto A Salvação faz parte da coletânea de contos e eu estive lá no lançamento paulista junto do pessoal do Geração X² no Shopping Market Place, que fica na Avenida Doutor Chucri Zaidan, 902 - Santo Amaro. 

Olha o meu nome ali ó

Foi muito bacana conhecer de perto o pessoal do site e do Podcast Geração X² Kchaço (Eder Fabrilo), o Marreco (Alessandro Finardi), a Carol (Calamidade) e os demais autores paulistas do projeto, com a qual deu tempo de bater um papo BEM nerd entre um autógrafo e outro.

Alguns dos autores do Livro

Sim. A sensação de dar autógrafo e assinar dedicatórias foi uma das mais satisfatórias de minha vida (e senti que posso me acostumar a isso. Fácil!!), mas poucas sensações conseguem bater a de ver o meu nome em um livro e a possibilidade de que um texto escrito por mim seja lido por muitas pessoas por aí.

O Marreco ali no meio e eu

O lançamento do Livro do Fim do Mundo é um passo muito importante para a minha e para as carreiras de meus colegas que assinam textos da coletânea, e temos que agradecer e MUITO a iniciativa do Kchaço e do Marreco, que além de serem dois caras gente finíssima (pessoalmente também) souberam conduzir muito bem o projeto, desde a criação do site do Fim do Mundo até o lançamento na Livraria.

Que esse seja o primeiro passo de muitos que iremos dar rumo ao mundo literário!


E o livro já está à venda no site da Livraria Cultura:

Clica aí no link pra comprar ou visite a Cultura do Shopping Market Place.



NAMASTE!

20 de junho de 2012

O pé que esmaga a serpente

Conheci os textos de Edgar Allan Poe há alguns anos, quando uma citação de um de seus contos mais famosos, O Corvo, apareceu no filme homônimo estrelado por Brandon Lee, o filho de Bruce Lee no longínquo ano de 1994.
Apesar da confusão que isto causa em algumas pessoas, o filme dirigido por Alex Projas e que ficou mais conhecido por ter sido o último da carreira do jovem Brandon (que morreu baleado nas filmagens), não tem nada a ver com o conto de Allan Poe, exceto a tal passagem declamada pelo personagem de Brandon, Eric Draven, um guitarrista que é brutalmente assassinado com a noiva no Dia das Bruxas.  
Recebi na faculdade a dura tarefa de "continuar" outro dos textos mais expressivos de Edgar Allan Poe, "O Barril de Amontillado", criando um texto narrativo que contasse o que teria acontecido após os fatos descritos pelo próprio Poe.
Ousado, não?
Pois eu encarei o desafio, e o conto a seguir, narra o que aconteceu logo após o ponto onde o escritor inglês encerrou sua história.

Para melhor compreendimento, é recomendado ler o conto original linkado abaixo:



Montresor raramente era visto à luz do dia. Quando o fazia, se assemelhava a uma gárgula cinzenta se arrastando de dentro de seu palácio com a capa negra arfando pesadamente e a bengala de adorno de rubi encrustado no cabo a bater no solo. A vizinhança o via como um velho tolo de hábitos rudes cuja família, esposa e filha, haviam-no abandonado. Parecia não possuir nenhuma estima por qualquer pessoa viva, olhava-as com extrema arrogância, mas durante suas raras rondas por Londres era visto sempre a caminho do cemitério onde visitava o túmulo dos pais, aparentemente sua única ligação com aquele mundo.
Num certo dia chuvoso de Julho, Montresor pediu que seu chofer estacionasse a charrete puxada por dois belos cavalos negros diante de uma casa suntuosa próxima a Baker Street. Sem nada dizer, ele permaneceu por duas intermináveis horas a observar as moradoras. Guinevere era ruiva, na casa dos trinta anos, a pele salpicada de sardas e dona de belíssimos olhos cor-de-mel. Estava prostrada sobre a cama da filha Sophie contando-lhe um conto de James M. Barrie, e por um instante Montresor pode ver seu rostinho. Tinha as feições do pai. O peito encheu-se de amargura.

As visitas soturnas a Guinevere e Sophie eram dolorosas, e Montresor sentia-se melhor entre os mortos. “Há quanto tempo dura essa angústia, velho? Cinquenta anos? Mais?”, indagava-se ele, incapaz de descobrir as próprias razões de sua inquietude. Via-se dia após dia como a definhar, sem saber ao certo o que o afligia, quando numa tarde nebulosa a resposta pareceu surgir-lhe como um solavanco.
Voltava do cemitério quando um envelope escarlate preso ao portão o sobressaltou. “Uma correspondência?”. Com as mãos trêmulas da velhice que o assolava, Montresor apanhou o envelope e meteu-se biblioteca adentro. O abridor de cartas oscilou e enfim a abriu. Os dizeres em letras muito bem caligrafadas lhe causaram um sobressalto, e então todo um passado muito bem enterrado em uma cave voltou-lhe à tona. Depois de tantos anos, vários malditos anos, alguém resolvera assombrá-lo.

No dia seguinte, após uma noite insone, Montresor arrastou-se até uma espigada igreja em estilo gótico que de destacava em meio à metrópole sombria. Há muito que havia esquecido aquele caminho do qual preferia não voltar a trilhar, mas aquela lhe parecia uma ótima oportunidade de reatar seus laços com o maldito Deus que o via morrer em vida sem nada fazer.
- Padre, perdoe-me, pois eu pequei.
De trás do confessionário o Padre Clarkson espantou-se em ouvir aquela voz grave uma vez mais.
- Montresor? Que bons ventos o trazem à casa de Deus depois de tanto tempo?
- Acho que Deus não tem muito a ver com os motivos que me trouxeram até aqui, Padre.
- Deus está presente em todas as coisas, Montresor, quer acredite ou não.
Houve uma pausa, então o Padre prosseguiu:
- O que o aflige a ponto de tirá-lo de sua casa, homem? Soube que não tem saído muito
à luz do dia já há alguns anos, exceto para visitar o túmulo dos pais.
Ouviu-se uma espécie de rosnado, então a voz rouca soou no confessionário.
- Meus pais me fazem lembrar de uma época mais próspera para minha família. Uma época onde o poder significava tudo.
- Você ainda é um homem abastado economicamente. O que o traz aqui não é a falta de riquezas.
- De certo que não. Ainda possuo meio de comprar metade dessa cidade decadente!
- Imagino que sim. Lembre-se, no entanto, que é mais fácil um camelo...
- O velho ditado que ricos não vão para o céu, Padre? Este é velho. Já me contaram pelo menos umas três vezes antes. Não estou aqui para ouvir ditados e ladainhas. Preciso confessar-lhe algo.
- Estou ouvindo.
O velho Padre ajeitou os óculos circulares sobre o nariz adunco e então começou a ouvi-lo. Montresor falou de um envelope escarlate, da caligrafia refinada no interior da carta e de repente estava mergulhado no passado. O salão carnavalesco, o bufão e a isca do barril de amontillado. O tom ficava cada vez mais sombrio à medida que Montresor e Fortunato desciam o porão rumo a cave. E então o ápice da confissão.

- Cometeu o pecado mortal, Montresor?
- Sim, Padre. Durante esses longos cinquenta anos não me arrependi um dia sequer. Faria tudo de novo, sem culpa. Até essa manhã. Até o envelope escarlate.
- Mas por que, em nome de Deus, cometeu esse crime? Ele não era seu amigo?
- Fortunato era um biltre. Um verme a ser eliminado. Seu erro fora ousar ofender o nome de minha sagrada família. Mereceu morrer naquela gruta escura.
Na sombra do confessionário, Clarkson parecia incrédulo.
- Quem o teria descoberto depois de todos esses anos?
- Não tenho ideia.
- Está aqui para mais do que se confessar, Montresor. Está querendo o perdão.
- Deus irá me perdoar, Padre?
- Deus talvez, Montresor, mas não eu.
Houve novo silêncio. O velho procurou balbuciar algo, mas as palavras escaparam-lhe.
- Havia uma assinatura na carta, não havia?
- Como eu disse, Padre. Apenas uma letra “c” manchada de vermelho...
De repente um instante de dúvida na mente de Montresor.
- Na noite em que levou Fortunato até o palácio eu estava presente no baile de carnaval. Observei-os conversando depois os segui. Acompanhei o momento que entraram juntos e metaforicamente aguardo meu irmão sair de lá desde então.
Novo sobressalto.
- Irmão? Que temeridade é essa, Padre?
- Sim. Fortunato era meu irmão de criação. Viera para Londres ainda infante. O mais querido da família. Esperei que minhas suspeitas estivessem erradas até o fim, mas você mostrou-se o ser vil do qual eu desconfiava desde sempre. Você, o homem que esperei que confessasse seu crime e que nunca o fez espontaneamente, como o covarde que é. Em desespero, qual não foi sua primeira reação ante uma carta que o incrimina? Procurar por Deus.
O ar faltava nos pulmões de Montresor. Depois de tanto tempo ele havia sido pego e tendo ele próprio confessado o crime, não havia o que fazer. O rubi encrustado no cabo da bengala antecedeu o peso de seu próprio corpo ao chocar-se no chão da sacristia. Clarkson olhou-o com desprezo, estirado, a procurar pelo ar que lhe fugia, e por um momento ele sentiu-se como um pé bruto a esmagar uma serpente venenosa. Em seguida tudo que restou foi o silêncio.
Rodrigo Lourenço





19 de janeiro de 2012

Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras

Na faculdade de Design Gráfico, nas aprazíveis aulas de Cinema da professora Maria Goretti e também com minha própria experiência cinéfila, eu aprendi a enxergar além do que só aquilo que nos é entregue superficialmente em um filme. Estética, design de cenários, efeitos especiais, tudo isso é usado para compor o filme, mas está longe de ser a essência dele. A essência está naquilo que o roteirista procurou nos entregar e naquilo que o diretor conseguiu transmitir, bem como também está nas interpretações dos atores. Seja como for, eu me tornei, durante um tempo, exigente demais com aquilo que vejo na tela, e pouca coisa me agradou plenamente depois do período de faculdade.
A situação em que me vejo agora, no entanto, é a de ter perdido esse “faro” para detectar produções meramente comerciais (não que antes disso eu fosse um apreciador de filmes europeus ou iranianos) e que os filmes atuais têm me agradado bem mais do que o normal, como foi o caso de Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras. O filme realmente é essa Coca-Cola todo ou eu que ando me empolgando à toa?

Saí do cinema bem satisfeito com o que vi na tela, e na minha opinião, Guy Ritchie acertou e muito a mão ao dar mais uma vez seu tom clipeiro à história do maior detetive do mundo (chupa, Batman!).
O Jogo de Sombras , diferente do que alguns críticos apontaram, conseguiu manter o clima inovador e moderno ao universo do personagem inglês, criado por Sir Arthur Conan Doyle, conseguido no primeiro filme, e que me desculpem os mais conservadores, mas é uma visão muito interessante do detetive, tanto quanto aquela sua imagem clássica do homem de meia idade de chapéu que fuma cachimbo.

A história se passa no final do século XIX, e enquanto seu fiel amigo e companheiro de investigações Dr. Watson (Jude Law) se prepara para o casamento com Mary (Kelly Reilly), Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) passa a se dedicar obsessivamente a mapear as ações do Professor Moriarty (Jared Harris), um renomado e culto matemático que começa a se revelar um verdadeiro gênio do crime. Encontrando ligações diversas do Professor com vários crimes que passam a acontecer na Europa, o detetive se vê instigado a estudar a mente de Moriarty, descobrindo ali uma rivalidade de astúcia nunca antes encontrada por ele.

Holmes se vale de todos os seus talentos para desvendar as maquinações de seu adversário intelectual, incluindo seus disfarces (mendigo, professor e até de mulher) e técnicas dedutivas, mas o Professor Moriarty mostra que não é um simples inimigo e leva Holmes ao longo do filme a diversas pistas falsas, bem como armadilhas que acabam se tornando mortais.
A relação entre Holmes e Watson se intensifica nessa continuação, mostrando a todo o momento que o detetive está incomodado com o casamento do amigo. Muitos podem ver ali, como bem alguns críticos já insinuaram, um comportamento homossexual entre os dois, do tipo que um não quer que o outro (no caso Holmes) se case com uma mulher e assim interrompa a relação duradoura de amizade de ambos. Cabe também, no entanto, a interpretação de que Holmes não encontra facilmente alguém que acompanhe seu raciocínio dedutivo lógico, e que a partida do amigo para o tão sonhado casamento vá deixa-lo terrivelmente sozinho com sua mente arguciosa e inquieta. Eu prefiro essa segunda interpretação.

Aquela que podemos entender como o único interesse romântico de Holmes, presente no primeiro filme no papel de Irene Adler (Rachel McAdams) faz uma pequena participação na sequência, e nos faz compreender melhor a peça que ela representava no jogo entre Moriarty e Holmes.

Quem também surge em cena é o irmão mais velho e mais inteligente (quem diria!) de Holmes, Mycroft (Stephen Fry) que nas poucas aparições que faz dá um tom bem cômico ao filme, na sua tentativa de ser arrogante. Percebe-se que há uma competição entre os dois irmãos, o que deve ser comum entre mentes brilhantes numa mesma família, mas apesar disso, os dois se ajudam na tentativa de impedir os planos de Moriarty de começar uma guerra mundial.

O Jogo de Sombras tem sequências de ação tão empolgantes quanto seu antecessor, e Guy Ritchie abusa do slow motion num ritmo bem “zacksnyderiano”. Desta vez vemos Holmes e Watson realmente em desvantagem contra os capangas de Moriarty, tendo que lutar para sobreviver enquanto o poderio bélico do Professor cresce logo que ele assume a fábrica de armas de uma de suas vítimas.

Contando com a ajuda da cigana Simza Heron (Noomi Rapace), cujo irmão é uma importante peça no tabuleiro de Moriarty, a dupla se mete nas mais impensadas aventuras, e os jogos mortais começam logo que o Professor se apresenta para Holmes, avisando-o que irá “cumprimentar” o Dr. Watson pessoalmente por seu casamento.

A sequência no trem em que Watson e Mary embarcam para a Lua de mel é uma das mais marcantes do filme, e enquanto os homens de Moriarty tentam liquidar o doutor, Holmes aparece travestido de mulher para salvá-lo. Impossível não notar a referência ao Coringa ao final dessa cena em que Holmes aparece já sem peruca e as roupas de mulher com a cara toda branca e com um batom borrado na boca.

Ritchie soube equilibrar seu filme entre ótimas cenas de ação e hilariantes cenas cômicas. Não foram raras as vezes em que me rachei de rir no cinema, e passaria um bom tempo aqui descrevendo as minhas preferidas. O casamento de Watson, com o noivo todo ferrado e rasgado após uma briga de bar e o mordomo velhinho de Mycroft renderam as melhores gargalhadas.
Stanley! Onde é que você vai?”

O desfecho do filme, sem querer entregar SPOILERS, como costumeiramente faço aqui (OK, me processem) é bem semelhante ao último confronto entre Holmes e Moriarty no livro escrito por Conan DoyleO Problema Final”, aquele que foi feito para ser o capítulo final da saga do detetive inglês. Moriarty, além de possuir uma mente brilhante quase ao mesmo nível que a de Sherlock também é um exímio boxeador, e é muito interessante o raciocínio lógico que ele utiliza para vencer Holmes, aquele mesmo que tão bem marcou as cenas de luta do primeiro filme. É de prender o fôlego a solução que Holmes encontra para não permitir que Moriarty o vença em combate, o que fatalmente aconteceria.

Dublagem

Como assisti o filme no fim de semana de estreia, não foi nenhuma surpresa que o cinema estivesse lotado. Em um horário bom, me sobrou uma sessão dublada, daquelas que uma boa parte do público costuma torcer o nariz, mas devo dizer que não fiquei inteiramente descontente com isso.
Apesar de preferir a versão legendada no cinema, como sempre costumo dizer aqui, a dublagem está de primeira. Todas as vozes do primeiro filme estão lá, incluindo Marco Ribeiro que dubla Robert Downey Jr. como de praxe (ele também o faz em Homem de Ferro 1 e 2), Alexandre Moreno que faz a voz de Jude Law, Fernanda Fernandes na voz de Rachel McAdams, Mauro Ramos como Stephen Fry e Dário de Castro (a voz do Ciclope da série animada dos X-Men dos anos 90) como o Professor Moriarty.
Sou um fã da dublagem brasileira, e esse meu carinho ficou impresso no Top 10 que fiz sobre dublagem. Lá, pra quem não ligou os nomes citados acima às vozes, dou detalhes de seus trabalhos, com exceção de Dário de Castro, cujo nome eu desconhecia. Agradeço a dica que Guilherme Briggs me deu através do Twitter sobre o dublador.
Todos estão, como de costume, acima da média, mas destaco o trabalho de Mauro Ramos, que empresta a voz a Mycroft Holmes, personagem responsável pelas principais gargalhadas do filme. Ele empostou mais a voz e encheu o personagem de um sotaque (que deveria ser o inglês britânico) de “r” muito engraçado. A frase “Stanley, onde é que você vai?”, quando o personagem chama seu mordomo meio caduco, ficou na minha cabeça depois da sessão. Mauro, pra quem não lembra, costuma dublar personagens grandalhões e/ou truculentos. Estão no seu currículo as vozes do Pumbaa, Sully (Monstros S.A), Fera (X-Men Evolution) e Shrek (à partir do segundo filme).
Ponto para o Brasil e seus excelentes dubladores que fazem com que apreciemos os filmes no cinema mesmo sem ter que ler nada para entender nomes de lugares ou de personagens.
Sherlock Holmes – O Jogo de Sombras é pra mim um filme nota 9. Me diverti além do esperado, e a julgar pelos aplausos ao final da sessão, tal qual ao fim de uma peça de teatro, não fui o único que aprovou as novas aventuras de Sherlock Holmes, e isso é elementar, meu caro Watson.

Pra quem não leu o review do primeiro filme, fique à vontade. A casa é sua:

Sherlock Holmes 1


NAMASTE!

18 de dezembro de 2011

Post da Mari: O diário de John Winchester


Há pouco tempo terminei de ler O Diário de John Winchester, e posso afirmar que é um dos melhores livros que já li, por ser uma grande fã dessa história fantástica.
O livro que se baseia na famosa série de TV SUPERNATURAL (SOBRENATURAL no Brasil) criado por Erick Kripke, é escrito por Alex Irvine, um escritor americano que além de outros livros sobre a série também já colaborou com a Marvel Comics e com a DC Comics, produzindo alguns álbuns com os personagens das duas editoras. Criado como a reprodução fiel do diário que o personagem Sam Winchester carrega sempre consigo na série, O diário de John Winchester conta a história dos irmãos Sam e Dean pela visão de seu pai, e faz uma narração detalhada da infância deles e sua preparação para a vida de caçadores de seres sobrenaturais.

As páginas do livro recontam boa parte da história da primeira temporada de Supernatural pela ótica de John, vivido na série por Jeffrey Dean Morgan (O Comediante de Watchmen), além de contar o destino da mãe dos rapazes Mary (Samantha Smith) e dos próprios irmãos Dean (Jensen Ackles) e Sammy (Jared Padalecki).
John um ex fuzileiro naval se torna um caçador de demônios e de seres sobrenaturais depois da inexplicável morte de sua mulher em sua própria casa. Mary foi encontrada por ele queimando pressionada contra o teto enquanto seu sangue gotejava no berço de seu filho mais novo Sam.

Abalado com aquele acontecimento e decidido a vingar a morte da esposa, a partir de então John começa a caçar criaturas sobrenaturais, mantendo sempre seu foco principal em encontrar o assassino de Mary, conhecido como o demônio de olhos amarelos cujo o nome é Azazel (
Fredric Lehne).

Durante essa caçada interminável de John, à medida que vai crescendo, Dean, o filho mais velho, se vê responsável por Sam, cuidando dele sempre que o pai está afastado devido suas incursões ao mundo do desconhecido.
Cada vez mais obstinado em sua caçada conforme os anos vão passando (e a passagem de ano a ano é narrada com detalhes nas páginas do livro), John começa a ensinar seus filhos também a serem caçadores. Dean segue seus passos com afinco, ao contrario de Sam, que deseja levar uma vida normal longe das situações paranormais da família. Sendo assim, Sam abandona o pai e o irmão, indo morar em Stanford, onde logo ingressa no curso de direito.
Mais tarde seu irmão Dean ressurge, afirmando que o pai deles desapareceu em uma caçada, pedindo sua ajuda para encontrá-lo. À princípio o caçula se recusa a ajudá-lo devido a bolsa na faculdade de direito que conquistara, além de antigas mágoas que tem com o pai. Depois de muita persuasão, Dean enfim convence o irmão, e os dois saem em viagem em busca de John.

Sem encontrar pista alguma, Sam volta para casa, e vê sua namorada Jessica morrer igual a sua mãe Mary, queimada pressionada contra o teto.
Carregando a culpa da morte de sua namorada nas costas, Sam desiste da faculdade e decide caçar aquilo que matou Jessica, tendo a frente a mesma missão que seu pai.
Até que eles cheguem em John, os irmãos enfrentam vários demônios, e contam com a ajuda de um velho amigo da Família, Bobby (Jim Beaver) que conhece John desde a infância, e que lhe ensinou tudo que ele sabe sobre seres sobrenaturais, além de o que é preciso para enfrentá-los. Assim como fez com John, Bobby passa seus ensinamentos para os irmãos Winchester, ajudando-os em sua caçada.

John por fim acaba voltando, e fala aos filhos que estivera caçando Azazel e que não queria que eles se envolvessem.
Naquela mesma noite, eles enfrentam juntos uma batalha com demônios libertados do portão do inferno, a mando de Azazel.
Apesar de muito feridos os rapazes conseguem sair vivos da briga, e pegam a estrada novamente, até que no caminho, eles sofrem um acidente, um caminhão dirigido por um demônio desconhecido, provavelmente vindo do portal, acerta o carro dos rapazes violentamente. O Impala, veículo que eles usam em suas viagens, é brutalmente atingido, todos se ferem gravemente, mas Dean fica em pior estado, levado ao hospital às pressas, aparentemente sem chance alguma de sobrevivência, entrando em estado de coma.
John em desespero, resolve então fazer um pacto para salvar a vida de seu filho, oferecendo sua alma em troca. Ele faz um pacto com Azazel, mas o demônio de olhos amarelos não se contenta apenas com sua alma, pedindo também em troca algo muito poderoso a arma COLT.
A COLT é a única arma capaz de deter qualquer demônio por mais poderoso que seja, e John estivera procurando essa arma por anos desde a morte de Mary, sabendo que seria a única coisa que poderia deter Azazel e vingar a morte de sua esposa.

Em desespero para salvar a vida de Dean, John se sacrifica pelo filho, fazendo o pacto com o demônio e dando-lhe também a única arma capaz de detê-lo definitivamente.
John volta para o quarto do hospital com dificuldade após o pacto, e antes de morrer, ele chega perto do ouvido de Dean e diz em tom sussurrante:
Se você não conseguir salvar o Sam, você terá que matá-lo”.
O demônio tem planos para Sam. Na mesma noite em que Mary foi morta, enquanto Sam chorava no berço, o demônio de olhos amarelos se aproximou e pingou sangue na boca do garoto, que cresceu com sangue de demônio em suas veias.

Dean tem a missão de proteger o irmão e não deixá-lo lutar pelo lado do mal.
Explica-se que existem certas "crianças especiais", todas nascidas no mesmo dia, com habilidades especiais e que de um dia para o outro poderiam mudar de lado e lutar pelo mal.
E depois de pouco tempo é exatamente o que acontece.

A história toma um rumo, um tanto dramático e mais tarde Sam conhece um demônio chamado Ruby (Genevieve Cortese), que usando a forma de uma bela moça, consegue fazer com que Sam abandone o irmão e siga com ela. Sam pensa que Ruby está do seu lado, mas na verdade ela se aproxima dele apenas para levá-lo até o último selo que irá libertar Lúcifer (vivido por Mark Pellegrino, o Jacob de LOST) do inferno.

Os selos infernais são como fechaduras que mantém Lúcifer preso no inferno. Existem mais de 600 selos e Lúcifer só precisa romper 66 para que possa ser libertado. Para que isso aconteça, no entanto, algumas regras precisam ser obedecidas, primeiramente apenas um selo pode ser rompido a princípio para que os outros possam ser quebrados e a "profecia" diz que: "Um homem justo derramará sangue de um inocente no inferno", se isso não acontecer nenhum outro poderá acontecer também.
Antes do Apocalipse e dos selos, quando Sam se envolve com Ruby, ele passa a ter poderes.
Antes Sam tinha visões do que estava prestes a acontecer ou do que estava acontecendo, mas a partir do momento que passa a tomar sangue de demônio, ele consegue novos dons, como fazer exorcismos apenas com a força do pensamento.
Sam usa seus poderes para matar Lilith (Rachel Pattee) que pertence a uma das classes mais poderosas de demônios (criada por Kripke, porém baseada na personagem mítica Lilith, um demônio feminino que habitava lugares desertos da mitologia Babilônica), o que era o plano desde o inicio, mas o que os Winchester não esperavam era que Lilith era o último selo e matando Lilith acabam libertando Lúcifer.

Sam então descobre que Ruby era um demônio e que o estava usando para trazer Lúcifer para a Terra.
Depois que Sam causa a guerra entre o bem e o mal inadvertidamente, o seu irmão Dean perde totalmente a confiança nele, o que acaba abalando a relação entre os Winchester.
Como Sam libertou Lúcifer, ele o tem como um filho, fazendo a vida do rapaz uma verdadeira tortura. Em desespero o rapaz pede perdão ao irmão Dean, e os dois encaram a luta do bem e do mal como uma simples caçada.


A série, transmitida pelo canal Warner nos Estados Unidos, já
está em sua sétima temporada, e as aventuras dos irmãos
Winchester estão cada vez mais eletrizantes.
O diário de John Winchester é a reprodução fiel do livro-chave consultado pelos irmãos Dean e Sam Winchester nos episódios. A edição possui capa-dura, 218 páginas e foi publicado no Brasil
pela editora Gryphus.
Vale e muito a pena para quem é fã da série.



Mariane Marques

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