8 de maio de 2010

Crônica de Aniversário


"Aniversário é uma festa pra te lembrar do que resta."
Millôr Fernandes

Quase parafraseando o grande Millôr, um pensamento que sempre me ocorre na época do meu aniversário é que depois de um certo tempo não há mais que se comemorar, e sim lamentar. Os anos vão passando, seu rosto já não apresenta mais a mesma jovialidade de 10 anos atrás e os erros começam a se tornar cada vez mais imperdoáveis, sinal de que você não pode mais se esconder atrás da sua juventude.
Que melancolia.
Antes que eu comece a sugerir que as pessoas usem filtro-solar ou pensem na lei da atração (a lei que me rege é outra, a de Murphy), é melhor mudar um pouco o tom, detesto fazer as pessoas dormirem!
Por uma mórbida curiosidade que me abateu, comecei a pesquisar se outras coisas importantes aconteceram ao mundo além de eu ter nascido em 8 de Maio, mas parece que nada de interessante ocorreu nessa época.

Os fatos mais curiosos (imagine os menos curiosos) são os seguintes:

8 de Maio é o dia Mundial das Aves Migratórias, e eu ainda não descobri como consegui viver todo esse tempo sem saber disso!

8 De Maio também é o aniversário do Enrique Iglesias, só esqueceram de avisar o sujeito que ele não podia ir nascendo assim no dia dos outros! Que inconveniente!

Há 27 anos a Xuxa fazia sua estreia como apresentadora infantil no programa Clube da Criança na TV Manchete, e eu achei que a Manchete havia sido fundada na época do Jaspion! (Sacanagem!)

Há 27 anos o Grêmio era Campeão Mundial ganhando do Hamburgo por 2X1. Eu nunca entendi porque eu gostava tanto do time de futebol de botão do Grêmio que eu tinha, acho que está explicado!

Em 1983 Nelson Piquet ganha seu segundo campeonato de Fórmula 1.Nhé! Sempre preferi o Senna!

Ayrton Senna vence o campeonato inglês de Fórmula 3. Aehhhhh!

1983 - Microsoft apresenta o editor de texto Word e anuncia planos para criar o Windows. Eu tinha acabado de nascer e já existia o Word! Quem diria que iríamos nos encontrar muitos anos depois...

Há 27 anos era lançada a revista do Homem Aranha pela editora Abril! Cara, é muita emoção!


Agora vamos a fatos ainda mais bizarros.

Se eu fosse um ídolo do rock, guitarrista famoso, ícone de voz rouca e potente, um revolucionário do Rock Progressivo ou um revoltado ídolo grunge, qualquer um deles, a verdade seria apenas uma: De 2010 eu não passava.
Eu não sabia, mas se tivesse lido isso antes teria ficado apreensivo. Jim Morrisson, Jimi Hendrix, Janis Joplin e Kurt Cobain tem em comum a idade em que morreram: 27 anos! Todos eram ídolos do rock, adorados em todo o mundo e acabaram morrendo (sem exceção) de forma trágica. Claro que para os mais céticos, isso nada tem a ver com algum número cabalístico, astrologia ou praga vodú, mas é algo que vale a pena se pensar a respeito. Tantas coincidências não acontecem sem um motivo.

Para minha sorte, ainda, de acordo com cientistas, a velhice começa aos 27 anos, quando nossas capacidades mentais começam a definhar. O ponto mais alto de nossa habilidade mental é aos 22 anos. Então ela se mantém estável por cinco anos até começar a decair.
As conclusões do estudo da Universidade da Virgínia foram publicadas no jornal científico Neurobiology of Aging, citado pela BBC, e permitem planear novas estratégias para evitar a perda das capacidades intelectuais para indivíduos nessa faixa etária. Cool!

Com tantos motivos para comemorar essa data tão feliz o que mais eu tenho para dizer, não é mesmo?


Feliz Aniversário, Rodrigo! Você merece!

E fecho o post mais sem sentido desse blog com outra citação do grande Millôr:


"Não é que com a idade você aprenda muitas coisas; mas você aprende a ocultar melhor o que ignora."

E com um clip dos Beatles, em minha homenagem!





NAMASTE!

6 de maio de 2010

Eu vi: Homem de Ferro 2

Esse post pode conter SPOILERS ocasionais


O gosto amargo que tem ficado ao fim de cada sessão de cinema, em especial dos filmes ditos "adaptados de histórias em quadrinhos" tem me preocupado ultimamente. Foram tantos filmes regulares e ruins lançados nesse gênero que as vezes dá a impressão que nada mais vai agradar, ou que nenhum filme vai proporcionar o mínimo que se espera de uma adaptação: Fidelidade à origem.
O último filme realmente empolgante que assisti no cinema e que trata de personagens oriundos das HQs, curiosamente, foi o primeiro Homem de Ferro e devo adiantar que o segundo filme não deixa nada a dever ao original. Nada mesmo.

Dizem que fazer a sequência de um filme de sucesso é mais fácil porque a fórmula já foi criada e experimentada.
Jon Favreau aproveita os elementos utilizados no primeiro filme e desenvolve uma história de fácil assimilação, onde até mesmo o sujeito menos Nerd dentro da sala de projeção é capaz de entender sem ter que recorrer a referências "hqzísticas" depois. O que o diretor faz é justamente continuar o filme a partir da revelação da identidade secreta de Tony Stark diante da imprensa, o que se vê em seguida, como é de se esperar, é a incorporação de novos personagens e novos elementos a trama, que aliás, é tão divertida e movimentada quanto a criada no primeiro filme.



Dessa vez somos levados a Rússia, onde um homem conhecido com Ivan Vanko assiste pela TV a ascensão de Tony Stark que acaba de revelar ser o Homem de Ferro diante das câmeras. Pouco depois, o pai de Vanko, Anton, falece nos braços do filho ao ver a figura de Stark ostentando uma tecnologia que segundo ele, "deveria ter pertencido ao filho". Claramente há um pedido de vingança no ar, e até boa parte do filme ignoramos completamente qual o real motivo do ódio dos Vanko pelo milionário.


Vanko demonstra habilidade em recriar quase com perfeição a miniatura do reator ARK que mantém Tony Stark vivo (afastando com eletroimã estilhaços de um explosivo de seu coração), e cria um sistema de arma com um chicote energético embutido ao reator (Stark usa os raios repulsores).


Seis meses se passam, e logo Vanko confronta Stark enquanto ele se exibe na pista de Mônaco num carro de corrida. Nesse momento, o homem por dentro da armadura do Homem de Ferro está começando a morrer envenenado pelos mesmos elementos químicos que o mantém vivo, e esse revés é utilizado na trama, para substituir o alcoolismo, que é uma característica marcante na vida do personagem nas HQs.
A cena do confronto é uma das melhores do filme, tanto em adrenalina, tensão quanto em humor, e foi uma das primeiras a serem veiculadas nos traillers promocionais antes do filme ser lançado.

Vanko (um Chicote Negro muito mais mortífero que o das HQs), parte o carro de Stark ao meio e ameaça destruir o industrial milionário enquanto aterroriza a plateia que assiste tudo ao vivo. Cabe aos amigos de Tony, Peppers (Gwyneth Paltrow) e Happy (o próprio Jon Favreau) de salvá-lo, é quando eles começam uma corrida desesperada para lhe entregar uma maleta especial para que ele possa se tornar o Homem de Ferro.
Diferente do que já estamos acostumados a ver, a luta entre os dois ocorre de forma dinâmica sem muitas inserções de CG, o que a torna ainda mais empolgante. Ao mesmo tempo que tenta salvar Peppers e Happy presos dentro de um carro, Stark é obrigado a confrontar o Chicote que à princípio (por incrível que pareça) parece ter mais potencial físico. Somente quando Tony destrói o reator ARK de Vanko é que a briga termina, mas a ele ainda cabe descobrir quais eram as intenções reais de seu adversário.



Mais tarde, já preso, Vanko alega que conseguiu o que queria: Provar diante do mundo que se você pode fazer um Deus sangrar, ninguém mais irá respeitá-lo, fazendo uma clara alusão ao status ao qual o próprio Stark se colocou se dizendo o guardião da paz.



Durante o filme a questão da armadura Homem de Ferro ser ou não uma arma de destruição em massa é considerada diversas vezes, o que torna a história ainda mais verossímil. De olho nessa arma, o governo e o exército americano tenta obrigar Stark a compartilhar seus segredos tecnológicos , o que obviamente ele não permite. O conflito que já havia sido rascunhado no primeiro filme entre Stark e o amigo militar Jim Rhodes (ainda melhor interpretado por Don Cheadle) ganha mais força na sequencia agora que, por causa do envenenamento por paládio, Stark acredita estar às portas da morte, o que o torna inconseqüente em manusear a armadura Homem de Ferro. Nos quadrinhos, quando Tony se afundou no álcool, foi Rhodes quem assumiu a identidade do Homem de Ferro, e nessa mesma época, outro personagem importante foi inserido no mundo do Vingador Dourado, Justin Hammer, um industrial inescrupuloso que queria acabar com Stark e chegou até mesmo a controlar sua armadura, provocando diversos acidentes.



No filme, Justin Hammer ganhou um tom mais leve interpretado pelo excelente Sam Rockwel (o Wild Bill de "À espera de um milagre"), o que apesar de descaracterizar o personagem acabou acrescentando à história, já que ele é pra Stark o que Bill Gates seria para Steve Jobs em termos empresariais (forçando um pouco a comparação, claro).

Hammer não é tão talentoso quanto Stark, mas acaba ganhando importantes contratos com o exército, uma vez que no primeiro filme Tony tirou suas empresas de projetos armamentistas. Quando Hammer se alia a Vanko, ele ganha mais força para sobrepujar aquele da qual ele nunca saiu da sombra, e começa a tocar seu projeto de criar um exército de drones, robôs controlados por computador com ilimitado poder de fogo.

Enquanto Hammer empresta sua duvidosa tecnologia para Vanko, os excessos de Tony dentro da armadura fazem com que ele entre em conflito físico com Rhodes, que utiliza a Mark II para dar uma lição no amigo. Ao fim da briga que encerra uma festa regada a muita bebida na casa do milionário, o militar alça voo levando a armadura prateada direto para o exército e lá mais tarde, com a ajuda de Justin Hammer, eles começam o projeto Máquina de Combate: um Homem de Ferro à serviço do governo.


Interpretações


O elenco de Homem de Ferro 2 é um dos melhores entre todos os filme de super-heróis já feitos. Robert Downey Jr está ainda mais à vontade na pele do milionário narcisista, e sua atuação é um dos melhores pontos do filme. Todas suas sacadas sarcásticas e piadinhas parecem vir do próprio Downey, ao em vez de seu personagem. Seus diálogos com Peppers Potts são tão inteligentes quanto no primeiro filme, e a paixão mal resolvida dos dois criam situações hilárias durante o desenrolar da história. Curiosamente, uma das cenas veiculadas nos traillers em que Peppers beija o capacete do Homem de Ferro e o lança do alto de um prédio, não foi inserida na versão final do filme.



Gwyneth Paltrow não brilha tanto quanto no primeiro filme, mas o charme discreto de sua personagem funciona perfeitamente bem para aliviar os poucos momentos de tensão dramática.

Uma das surpresas do filme é Mickey Rourke, que interpreta um Ivan Vanko por vezes engraçado em meio a toda truculência que tanto o próprio ator quanto o personagem exalam. O sotaque russo que ele simula enquanto tenta falar inglês é divertidíssimo, e Rourke volta a demonstrar toda sua versatilidade em fazer personagens variados (como ele bem o fez em “o Lutador”), embora tenham uma essência de brucutu. Ele é o antagonista físico perfeito para o Homem de Ferro.



Don Cheadle à princípio causa estranheza na tela quando surge caracterizado de James Rhodes, afinal já estávamos acostumados com as fuças de Terrence Howard encarnando o personagem, muito bem por sinal.


Não chega a ser uma mudança que afeta o desenrolar da história, mas eu diria que fisicamente Terrence tem mais porte de Jim Rhodes, enquanto Cheadle tem mais a personalidade do personagem. De qualquer forma, ao vestir a armadura cheia dos canhões e apetrechos do Máquina de Combate, Cheadle não compromete, até pelos anos de experiência na carreira, e passa mais segurança na hora de dar uma bronca em Tony do que Terrence.

Encarnando a belíssima espiã da SHIELD Natasha Romanoff, Scarlett Johansson simplesmente desfila charme e sensualidade na tela, embora sua personagem esteja camuflada como uma séria secretária das Indústrias Stark que em nenhum momento dá bola para a malícia de Tony. Numa das poucas cenas em que ela veste o colante preto da Viúva Negra (embora ela não seja denominada assim em nenhum momento no filme), Scarlett dá show, numa impressionante sequencia em que ela massacra os capangas de Justin Hammer por um corredor, seguida não tão de perto pelo motorista de Stark, Happy. Muito bem coreografada, a cena é empolgante e a musa de 11 entre 10 Nerds (e estou falando de Scarlett e não da Viúva) chega até a aplicar golpes de WWE em alguns pobres coitados, demonstrando toda a eficiência física da espiã ruiva. O papel de Scarlett não é lá dos mais importantes do filme, mas causa impacto por acrescentar mais uma heroína que é figurinha carimbada em grande parte das histórias em quadrinhos dos Vingadores.


Samuel L. Jackson volta na pele do manda-chuva da SHIELD Nick Fury, mas o que vemos na verdade, é Samuel L. Jackson interpretando Samuel L. Jackson. Do diretor sisudo e casca-grossa da agência de inteligência pouco podemos ver em cena, mas a personalidade de Jackson já é tão marcante que é difícil dizer quando ele está atuando ou quando está sendo ele mesmo. De qualquer forma, o personagem serve como uma espécie de consciência para Stark, dando dicas inclusive sobre seu pai e seu passado durante a história. Ainda com a intenção de recrutar heróis para o que ele chamou no primeiro filme de Iniciativa Vingadores, em certo ponto do filme ele descarta a presença de Tony Stark na equipe, embora aprove o Homem de Ferro (!).

Os efeitos

Já admiti aqui que os efeitos em CG de Alice no País das Maravilhas me incomodaram um pouco por ainda não estarem no nível de perfeição que dizem estar os personagens de Avatar (que eu ainda não vi), mas os de Homem de Ferro 2 melhoraram muito em relação ao primeiro filme, e dá um show de tecnologia se compararmos com o primeiro Homem Aranha lá de 2002, por exemplo.


É preciso prestar muita atenção para saber onde é CG e onde não é, em especial na criação das armaduras tanto do Homem de Ferro, do Máquina de Combate e do próprio Chicote (sim, ele também veste uma). A movimentação de personagens ganhou uma qualidade bem superior ao primeiro Homem de Ferro e soa de forma perfeitamente natural. Na ocasião era fácil notar quando o Homem de Ferro que estava na tela era uma mesclagem de Robert Downey Jr. Com CG e quando o Homem de Ferro era totalmente criado em CG. No segundo filme, essa diferença já não é mais tão simples de se perceber e em muitas cenas parecemos que temos a todo momento alguém dentro da armadura disparando repulsores ou dando socos e pontapés e não apenas um boneco digital.

O design criado para a Mark 4 é basicamente o mesmo da sua antecessora, com leves diferenças na tonalidade do vermelho da armadura e na placa peitoral, que ao em vez de ter uma elipse, possui agora um triângulo luminoso. De resto ela ainda é inspirada na armadura Extremis criada pelo desenhista Adi Granov para a mini-série de mesmo nome, e que na minha opinião, é a mais bonita de todas que o Homem de Ferro já utilizou nos quadrinhos.

Em breve farei um post sobre as melhores armaduras do Homem de Ferro, personagem que tenho como um dos meu prediletos nas HQs.



A comparação com Batman o Cavaleiro das Trevas (e estou falando do filme de Christopher Nolan) é injusta, até porque ambos os filmes possuem características completamente diferentes, mas Homem de Ferro 2 desponta como um dos melhores filmes de super-heróis da última década, deixando poucos detalhes negativos a serem discutidos. É um filme divertido, tem cenas de ação de tirar o fôlego, possui diálogos muito bem humorados e não é um filme que insulta a inteligência do espectador (Transformers, Cof! Cof!), diferente da maioria dos filmes ditos de ação. É um filme sobre fantasia, mas o que vemos na tela não é nada humanamente impossível de acontecer daqui há alguns anos em matéria de tecnologia. Claro que Tony Stark está anos-luz à frente de qualquer inventor atual, mas assim como explicaram no lançamento do primeiro filme em 2008, toda a tecnologia empregada é perfeitamente capaz de ser desenvolvida na vida real. Alguém duvida?


Eu me diverti muito assistindo Homem de Ferro 2. É um filme tanto para Nerds que acompanham o personagem há anos nos quadrinhos quanto para qualquer pessoa que queira ver um filme descontraído e despretensioso. Foi exatamente essa mescla de público que vi na sessão em que assisti no Cinemark do Shopping Metrô Santa Cruz. Haviam os mais entendidos e aqueles que não sacaram, por exemplo, qual o motivo do martelo do Thor aparecer em meio a uma cratera na cena adicional ao final dos créditos.



NOTA: 7,5

NAMASTE!

Cente... NADA!

Como prometi aqui em meu post sobre as cartas marcadas no futebol brasileiro, venho por meio deste me retratar, afinal, cometi uma injustiça alegando que o Corinthians já havia comprado a vaga para a final da Libertadores.
Como ficou bem claro na partida realizada ontem no Pacaembu entre o "Timão" e o Flamengo, mais uma vez o sonho do título inédito foi por água abaixo.
Se por um lado acertei quem seria o campeão Paulista de 2010 (coisa que não precisava ser nenhum Nostradamus pra acertar), cometi um erro afirmando a compra do título sulamericano (e o México) pelo Corinthians. Pelo jeito a grana dos amigos do Wagner Love parece ter surtido mais efeito do que a do Ronaldo para os realizadores do campeonato!


Mas quer saber?

Como é bom estar errado!!



NAMASTE!



Dedicado a meu cunhado!

30 de abril de 2010

Alice no País das Maravilhas de Tim Burton

Fui assistir Alice no País das Maravilhas, a nova empreitada cinematográfica da Disney, dirigida por Tim Burton sem grandes expectativas, o que acabou sendo uma boa experiência. Quando se entra no cinema não se esperando muito do filme, o máximo que pode acontecer é termos uma boa impressão.
Diferente de 99,9% dos meus amigos designers gráficos
, não sou mais um fiel seguidor xiita da seita de Burton (estou sendo sarcástico). Não acho seu estilo cinematográfico excepcional ou perfeito e no máximo acho criativas as propostas de cenários e figurino que ele arranja para cada filme (embora elas tenham se repetido bastante ao longo dos anos).
Me diverti em BeetleJuice (Os Fantasmas se Divertem de 1988), curti aquele visual dark que ele aplicou em Batman (de 1989), embora sua escolha para o papel principal seja discutível e me senti atraído pela história de A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça (de 1999). Assisti a poucos filmes além desses dirigidos pelo esquisitão, mas nenhum que me marcasse pelo resto da vida.

Vi uma das poucas sessões em que Alice não estava sendo exibido em 3D (pra ver a minha sorte!), mas particularmente não senti tanta falta assim da nova marca do cinema moderno.
O filme me pareceu maçante nos primeiros vinte minutos e cheguei a me perguntar o que mesmo estava fazendo ali meio incomodado. Um pouco de paciência bastou para eu começar a me envolver com a história (sim, as vezes sou um pouco implicante), e mergulhar fundo na toca do coelho assim como as dezenas de expectadores deviam estar fazendo na sala naquele momento.

Todas as esquisitices costumeiras de Burton estão na tela, e os personagens bizarros do conto de Lewis Carrol ganham ainda mais verossimilhança nas mãos do talentoso diretor, embora a maioria deles seja construído com um CG que deixa um pouco a desejar para animações do mesmo gênero (e olhe que estamos falando de um filme da Disney!). Personagens que não são totalmente criados digitalmente (como o Gato e a Lagarta) possuem partes digitais (como o Valete de Copas que parece mais comprido do que o normal, num CG bem desajeitado) ou recebem expressões humanas (como os dois gêmeos gorduchos). Poucas partes do filme são totalmente "humanizadas" representadas por atores reais, e os próprios cenários se movimentam o tempo todo enquanto as cenas se desenrolam (essa talvez, seja a dificuldade em apreciar tudo sem o 3D). Aliás, nota 10 para os cenários, um ponto forte na arte de Burton.

Quanto às interpretações do filme, dou total destaque a Helena Bonhan Carter (a Belatriz Lestrange da série Harry Potter e esposa de Tim Burton), que cria uma Rainha Vermelha adorável de se odiar. O bordão "cortem a cabeça" (uma das únicas falas da qual me recordo do desenho Alice) fica hilariante a cada uma das dezenas de vezes que é repetido, e o talento de Carter como vilã é indiscutível. Sua caracterização também ajuda a criar um efeito adoravelmente repugnante à personagem (sem falar no tamanho exagerado de sua cabeça dado por efeito digital), e na história a Rainha Vermelha é mostrada como a real causadora do visual perturbador do País das Maravilhas após destituir a irmã, a Rainha Branca, do poder com a ajuda da fera alada conhecida como Jaguadarte (voz cavernosa e inconfundível de Christopher Lee).



Anne Hathaway como a irmã boazinha do reino também não compromete no papel da Rainha Branca. Por vezes ela dá um tom até engraçado a sua personagem, fazendo o expectador simpatizar com seu jeito desde o início quando muitos poderiam-na rotular de "fresca" por seus gestos sublimes. Como ela representa a bondade (algo que anda fora de moda), a tendência é repugná-la mais do que a Rainha Vermelha, mas pelo menos, a meu ver, não é o que acontece, mesmo ela estando sob quilos de maquiagem.
Johnny Depp empresta novamente seu talento ao diretor e amigo Tim Burton e nos presenteia com um papel engraçadíssimo, embora num tom de loucura mais moderado do que se esperava de um personagem chamado "Chapeleiro-Maluco". O ar meio apaixonado que ele lança para a crescida Alice parece destoar um pouco do personagem original, sem falar que a atitude guerreira de empunhar uma espada não parece lá algo que o Chapeleiro faria. Mas isso é claro, são apenas divagações de quem nem chegou a ler o livro de Carrol.
Pra terminar, a Alice crescida interpretada pela novata Mia Wasikowska (Skavurska!!) possui o tom perfeito da heroína, e mantém a mesma curiosidade e sagacidade da personagem da qual me lembro do desenho. As sacadas irônicas que ela usa com a família que está prestes a empurrá-la para um casamento de aparências e sua vontade de tomar as rédeas (enfim) de sua própria vida (tanto antes de entrar a toca quanto lá dentro) a tornam um personagem bastante interessante, e acho que Mia e sua Alice é a verdadeira responsável pelo encanto que me tomou o filme após os enfadonhos 20 minutos iniciais que descrevi acima.
Poucas coisas me incomodaram ao longo do filme, o que já é um lucro, visto que eu esperava dormir durante a exibição (olha a implicância de novo), mas de certa forma eu fui surpreendido por uma aventura bem estruturada e interessante de se assistir. Minha exigência cinematográfica não me deixou aceitar de bom grado alguns efeitos visuais como o do enorme cão (ou seja lá como isso se chama) que de início persegue Alice e seus amigos e depois a ajuda da metade do filme pra frente, e também a movimentação pra lá de desajeitada do Valete (Crispin Glover o Homem Magro e assustador de “As Panteras”). Passar Alice de uma princesa (?) em perigo e fazê-la trocar seu vestidinho azul por uma armadura de Joana D’Arc me pareceu meio forçado, mas tem muito a ver com o princípio que identifiquei no filme sobre amadurecimento e tomada das rédeas da vida, afinal, vestir uma armadura e empunhar uma espada é um sinal bem claro de coragem e posicionamento. Quando Alice decide ir embora do país das Maravilhas ela percebe que encontrou o amadurecimento que precisava e deixa de ser a menina sonhadora que se perde em divagações para se tornar uma idealizadora. É a única forma que consigo interpretar a frase final, em que ela se vira para o ex-futuro sogro e diz “Vamos conquistar a China!”, numa atitude pra lá de ousada.


Alice no País das Maravilhas é bem menos pirado do que eu supunha e talvez o efeito Disney sobre a direção se deva a esse fato. Se Tim Burton pudesse pegar a história como bem entendesse, duvido que eu teria saído tão satisfeito do cinema quanto saí (sendo implicante pela terceira vez!).



NOTA: 8


Comentário


Em tempos de pirataria as exibições dos filmes em 3D tem sido usadas como a maior arma dos cinemas para combater esse mal, uma vez que ainda não dá pra piratear cópias de filme em 3D, mas devo colocar uma questão válida aqui: Será que há tantos expectadores que não são mais estudantes, que portanto, não pagam meia-entrada dispostos a soltar do bolso os R$ 25,00 cobrados pela maioria das salas do Cinemark espalhados por São Paulo?


NAMASTE!

21 de abril de 2010

Visitantes não tão pacíficos

Esse artigo contém possíveis SPOILERS!

Enquanto a audiência da série V: Visitors cai lá na Terra do Tio Sam, curiosamente os episódios se tornam cada vez mais instigantes para quem curte um bom sci-fi.
V figurou em apenas 10º lugar na lista dos programas mais vistos nos principais canais americanos durante a exibição de seu 7º episódio (com apenas 5,88 milhões de telespectadores contra 9,45 milhões de Lost, do mesmo canal ABC), o que aparentemente já começa a preocupar quem tem gostado da série (eu, por exemplo). Quando essas quedas de audiência começam, a degola passa a ser uma possibilidade.

Terminei de ver recentemente os episódios 5 e 6, e ambos me animaram muito a continuar assistindo.
Dessa vez aquilo que era uma dúvida nos primeiros episódios (como comentei aqui) agora é uma certeza: Os Vs não estão na Terra numa missão de paz, pela pura e simples miscigenação. Agora Anna e sua trupe interestelar já demonstram fortes indícios de crueldade (com quem deserda principalmente) e não estão dispostos a deixar que ninguém atrapalhe seus planos (que ainda não estão claros completamente).

Enquanto Erica e a resistência formada por Ryan (o V do "lado da Força"), o Padre Jack e Georgie (que alega ter sua família assassinada pelos alienígenas) começam a perceber que a tecnologia dos Visitantes é muito superior à suas capacidades, Anna coloca em prática outro plano, o "Viver a Bordo" que incita as pessoas a viverem dentro das 29 aeronaves que sobrevoam várias cidades do mundo. Atraindo a atenção da humanidade com seus centros médicos especiais que curam as doenças terráqueas e aplicando secretamente uma espécie de rastreador misturado a vacinas de gripe comuns em pacientes, Anna começa a expandir seus planos de conquista.

Vendo-se em menor número, Erica decide recrutar para a resistência Kyle Hobbes (Charles Mesure), um procurado terrorista com experiência em armamentos que acaba sendo incriminado pela explosão do armazém onde os Vs estocavam a vacina de gripe "batizada".
Com um estrategista no grupo, o primeiro passo da resistência é reunir a 5ª Coluna, um grupo de dissidentes Vs que estão dispersos pelo mundo para iniciar a guerra contra os invasores.
Do outro lado, no entanto, desconfiada das ações da 5ª Coluna e temendo a volta de seu líder John May, Anna escolhe um candidato entre seus soldados, "engravidando" dele e alegando que formará seu exército. Uau!

Cena curiosa em que Anna acasala com o escolhido. Depois do ato sexual (o mais rápido que já vi! hehehe!) ela mostra sua verdadeira face e aparentemente devora seu parceiro, imitando Megan Fox em Garota Infernal. Seria Anna uma Succubus?


Curiosidades

Ainda me incomoda o fato das pessoas aceitarem tão facilmente a hospedagem dos Vs em nosso mundo, e a falta de um posicionamento político ou mesmo militar para o fato na série, torna a tal invasão desagradavelmente amigável. Se etês chegassem do nada invadindo os céus, duvido que a reação seria assim tão pacífica. A nave do Rio de Janeiro já teria caído há muito tempo com um míssil disparado por algum dono de boca! (hehehe!)

Os cenários de V, além de convincentes estão muito bem trabalhados, afastando aquela aparência óbvia (pelo menos pra mim) de Chroma Key que algumas séries de TV apresentam ao fundo das cenas. Parte do orçamento deve ser apenas para criar aqueles cenários do interior das naves, que a meu ver, estão excelentes.

Elizabeth Mitchell se encaixou direitinho no papel da corajosa Erica Evans, e perdeu aquele ar sonso e insosso que tanto me incomodava nela em Lost. Se a alternância radical de uma geneticista lerda para uma agente do FBI é a causa da melhora, somente os novos episódios dirão, mas ela tem me agradado bem mais em V. Gostaria de vê-la numa cena mais dramática para espantar de vez a Juliet que há dentro dela.


Até agora Nota: 8 pra série.



NAMASTE!

19 de abril de 2010

Review: Crise nas Duas Terras

Uma coisa nem o marvete mais xiita pode negar: A DC comanda o universo das animações!

Por mais fraco que seja o roteiro das histórias (e isso acontece raramente) a qualidade das animações da DC é inegavelmente excelente. Em pleno século XXI, onde as animações digitais e os filmes em 3D parecem ser o futuro do entretenimento visual, os bons e velhos desenhos em 2D ainda possuem seu charme.

Liga da Justiça: Crise nas Duas Terras não é a melhor das animações da DC, mas possui um ritmo alucinante, além de ótimos diálogos e boas lutas, que aliás, é o carro-chefe do longa.

Na história, um Lex Luthor de uma das Terras Paralelas (no Universo DC existem várias Terras além da nossa) vem para nosso universo pedir a ajuda da Liga da Justiça para deter o Sindicato do Crime, uma espécie de versão maligna da própria Liga. Dotado de uma armadura dourada cheia de surpresas e um aparelho que o torna capaz de viajar entre as Terras Paralelas chamado gatilho quântico, Luthor não é só mais um careca inteligente nessa versão. Muitas vezes ele sai para a briga e possui seu próprio campo de força, o que explicaria como ninguém pensou em atingi-lo na cabeça, o único local onde ele não tem proteção.

Todas as características principais dos personagens da Liga que já conhecemos no excelente desenho da Liga da Justiça Sem Limites e também nos quadrinhos estão presentes. O Batman sisudo e desconfiado, o Superman escoteiro, a Mulher Maravilha corajosa e o Flash engraçadinho.

No elenco há apenas uma alteração: Hal Jordan no lugar de John Stewart como o Lanterna Verde. Essa mudança não muda em nada o tom da ação da Liga que continua focada na Trindade da DC, Superman, Batman e Mulher Maravilha, mas deixa o detentor do anél meio de escanteio. O Caçador de Marte (o eterno Ajax) até ganha um mote romântico no meio da história, mas dos seis membros, o com menos destaque é mesmo o Lanterna Verde, o que é curioso, já que Jordan nunca foi um mero coadjuvante da Liga. Menos poderoso do que de costume, ele chega a levar uma surra de um "Homem-Feito" (pseudônimo ridículo), um dos capangas da "família" da Super-Mulher.

No universo paralelo de Luthor ele próprio é o herói, enquanto a função de querer dominar o mundo fica por conta do Sindicato do Crime. Cada um dos membros encabeça uma espécie de família formada por supervilões, como na máfia, e logo que a Liga da Justiça chega a esse universo, auxiliados por Luthor, os heróis são obrigados a enfrentar a “família” do Coruja, a contraparte do Batman. A velha máxima de que quando dois ou mais heróis se encontram eles devem brigar sem motivo aparente funciona muito bem no desenho. A porradaria come solta em várias cenas, e descobrimos cedo o que aconteceria se o Superman enfrentasse a Mulher Maravilha (a Super-Mulher do Sindicato) ou o Batman (Coruja).

O enredo segue uma linha tênue: o Sindicato liderado pelo Ultraman (o Superman malvadão) quer expandir seus domínios e conquistar outras Terras utilizando o gatilho quântico de Luthor, enquanto o Coruja secretamente, com ajuda da Super-Mulher tem seus próprios planos: Encontrar a Terra-Prime (na teoria a primeira Terra que existiu a que originou todas as outras), plantar nela uma bomba e destruir todos os universos (!).
Pois é, esse é o momento em que a animação se enfraquece com esse enredo meia-boca, mas até chegar ao confronto definitivo entre a Liga e o Sindicato, somos presenteados por belíssimos momentos como a briga da Mulher Maravilha e a Super-Mulher, com direito a golpes de UFC por parte de Diana, a luta entre Batman e Coruja, onde vemos o morcego levando uma surra (e essa não é a única que ele leva) e a disputa super veloz entre Flash e Johnny Quick. Como sempre acontece nas animações da DC, as cenas de ação são os pontos altos, e dá pra sentir no queixo cada porrada desferida.

A Marvel bem que podia aprender com a DC como fazer desenhos, pois a Casa das Idéias sofre com essa dificuldade de emplacar um longa animado que seja.

Crise nas Duas Terras não é fenomenal, mas é uma ótima fonte de diversão durante uma hora e treze minutos.


Nota: 8



NAMASTE!

18 de abril de 2010

Chicago Bulls nos Playoffs


Dia desses estava zapeando pela TV quando parei no canal da Band Esporte Interativo. Fazia muito tempo que eu não apreciava uma partida da NBA, e aquilo me levou de volta ao tempo no final dos anos 90, onde o Chicago Bulls, equipe do melhor jogador de todos os tempos Michael Jordan voava pelos ares impressionando a plateia. Que tempo bom!
O jogo era Phoenix Suns X Denver Nuggets, times respectivamente dos brasileiros Leandrinho e Nenê.
A partida estava quente, e embora ainda não fizesse parte dos playoffs (uma espécie de semifinal do campeonato), o jogo estava com a maior cara de decisão.
O Suns venceu por 109 a 97, os brasileiros jogaram pouco, mas o bom tempo que durou aquela partida me fez recordar dos bons e velhos tempos em que eu assistia a NBA com o coração na mão nos playoffs sofridos do Bulls de Jordan contra o Utah Jazz de Karl Malone.


Era uma emoção genuína, coisa que não sinto mais nos dias de hoje, mas foi naquela época que comecei a me interesar em assitir esportes, já que tinha me conformado que não tinha talento para praticá-los.
Tive o prazer de acompanhar todos os jogos dos playoffs do Bulls em sua fase de ouro e é muito bom saber que depois de mais de 10 anos, a equipe volta a disputar uma semifinal e com chances de passar pra final. Estarei na torcida.
A título de curiosidade, os times classificados e seus respectivos adversários na temporada 2010 da NBA, o maior basquete do mundo:

Conferência Leste

Cleveland Cavaliers X Chicago Bulls
Orlando Magic X Charlotte Bobcats

Atlanta Hawks X Milwaukee Buckys

Boston Celtics X Miami Heat


Conferência Oeste


Los Angeles Lakers X Oklahoma Thunder
Dallas Mavericks X San Antonio Spurs
Phoenix Suns X Portland Trail Blazers
Denver Nuggets X Utah Jazz


Só as melhores equipes se enfrentando para decidir quem é a maior, e estarei acompanhando para relembrar um pouco de minhas noites no sofá da sala roendo as unhas nos bons anos 90. Que saudades!



A seguir, o melhor jogador de basquete de todos os tempos fazendo o que sabia fazer de melhor!




Até hoje ainda sonho que estou jogando Basquete e marcando dois pontos com uma enterrada. Trauma de infância é duro! Hehehehe!




NAMASTE!

15 de abril de 2010

Cartas marcadas no Futebol Brasileiro



Sou sãopaulino desde criança (muito antes dessa palhaçada de "Bambi") e o Tricolor Paulista já me deu muitas alegrias nesses vinte e tantos anos. Tudo começou lá no 2º Mundial de 1992, o time campeão do inesquecível Telê Santana. Foram dias de glória, mas atualmente, devo confessar, eu me pergunto porque ainda me vejo forçado a assistir a algum jogo do São Paulo.

A falta de títulos já se extende desde o Campeonato Brasileiro de 2008. De lá pra cá o São Paulo acumula um amargo retrospecto de "quase vitórias" e "quase títulos", o que deixa aquele torcedor mais esperançoso cada vez mais chateado. Mal acostumado a um time vencedor que acumulou longas vitórias na Era Muricy, hoje o torcedor sãopaulino vê um time que está sempre na ponta das tabelas da maioria dos campeonatos, mas nunca ganha. Qual o motivo disso?


Não estou aqui choramingando por meu time não conseguir mais vitórias, mas sim, questionando se isso é pura falta de raça ou se existe um poder maior movendo as cordinhas dessas enormes marionetes que parecem ter se tornado alguns times brasileiros.

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Falando o mais francamente possível, o São Paulo entregou o Campeonato Paulista de 2009 para o Corinthians. Aquele jogo da semi-final (e eu falo do segundo jogo) até hoje não me desse goela abaixo como um resultado normal. Tudo que mais odeio em um time estava lá: A falta de garra, a apatia diante de um adversário teoricamente "melhor tecnicamente" e a extrema falta de vontade de ganhar ou mesmo competir (pelo menos). Depois do primeiro gol o time já estava totalmente rendido diante de Ronaldo e seus meninos. Avanços comedidos na bola, indecisão no ataque, erros de passe grotescos... quase como se tudo já tivesse sido combinado antes: "Entreguem a partida e passem no caixa na final!". Quando saiu o segundo gol, a derrota já estava sacramentada.




Posso estar cometendo a maior das injustiças aqui, mas perder honradamente lutando até o fim é uma coisa, deixar o adversário "deitar e rolar" (e isso não é uma piadinha com o volume do Ronaldo) em campo é outra muito diferente. O São Paulo não é um time medíocre a ponto de deixar, mesmo um time com a qualidade do Corinthians, ser tão superior entre as quatro linhas.


OS FATOS

O São Paulo estava modificando o elenco depois da conquista do Brasileiro de 2008 e, na teoria, ainda não havia encontrado seu ritmo (como chegou até a semi-final então?), foi o que disseram. O Corinthians, havia acabado de retornar para o grupo de elite do mesmo campeonato, após amargar todo o ano de 2008 na segundona, e havia "contratado" Ronaldo (na minha opinião eu acho que foi o contrário, Ronaldo contratou o Corinthians) para reforçar o time.

A contratação de Ronaldo acabou servindo de incentivo ao time todo, que se espelhou nele para galgar degraus até a final do Campeonato Paulista de 2009 de forma heróica (ou não). O Timão ganhou um novo espírito e além do próprio Fenômeno, curiosamente, todo mundo começou a jogar melhor. Como foi que esse mesmo time caiu pra segundona em 2007?
Um jogador pode fazer toda a diferença?

A mala branca existe no futebol e não é de hoje. Todo mundo sabe. Não é coisa só de brasileiro, como muitos também devem pensar. A manipulação de resultados e os lucros que essas ações rendem para os envolvidos nem é mais algo tão ofensivo e atinge muitos esportes (embora para o Brasil, o futebol seja o mais lucrativo), mas então porque continuamos torcendo tão apaixonadamente para nosso times se sabemos que nada é realmente o que parece?


PAULISTÃO 2009 E LIBERTADORES

Esse ano não deu pra Ronaldo, Roberto Carlos e companhia. Alegando estar de olho na Libertadores, o Corinthians largou de mão o Paulistão e vem se empenhando no campeonato Sulamericano (mais o México) para conquistar um título inédito.
Agora quem dá bola é o Santos. O Santos é o novo Campeão.
"O que é isso? O hino do Peixe da Vila?" Não, é a constatação antecipada do resultado do campeonato desse ano.

Novamente o Tricolor Paulista está na parada, mas desta vez é o figurante do Santos que já abriu uma boa vantagem para o segundo jogo (em casa) vencendo o primeiro em pleno Morumbi por 3X2. Cumprimentos de Rogério Ceni, que saiu mal no último lance e o time acabou tomando o gol nos minutos finais.

Dominado o primeiro tempo quase inteiro após ter Marlos expulso (de forma correta) e após tomar o primeiro gol (contra, marcado por Júnios César) e o segundo numa cochilada da zaga, o São Paulo só foi reagir no 2º tempo chegando ao empate com gols de Hernanes e Dagoberto.

Seria injustiça dizer que o São Paulo não jogou bem, mas cansou depois da reação e tomou um gol matador no fim, exatamente como aconteceu no clássico contra o Corinthians.

Dizer que o Santos jogou mal também seria injustiça, até porque o time não tem nada para provar a ninguém desde o retorno triunfal de Robinho, que parece ter enebriado de inspiração a equipe exatamente como fez Ronaldo o ano passado no Corinthians. Curioso, não?Os meninos da Vila, como o time voltou a ser conhecido após ter sido esquecido logo que o elenco puxado pelo mesmo Robinho, Diego e Elano fizeram história em 2002, tem jogado muita bola esse ano. Com goleadas históricas (algumas com dois dígitos) e muita coreografia nas comemorações, ninguém duvida qual será o resultado do Campeonato Paulista. Duvida?

Quem sabe se o São Paulo trouxer Luiz Fabiano de volta ano que vem a mesma coisa não se repete, mas dessa vez para o nosso lado?

CONCLUSÕES

Vai ser difícil o São Paulo vencer o Santos por dois gols de diferença em plena Vila Belmiro.
Mais difícil ainda, vai ser o Santo André ou o Grêmio Barueri tirar o título da molecada do Santos.
Já para o Corinthians, resta a Libertadores, que já não duvido mais que eles irão vencer, afinal é ano de Centenário do Clube, né? A grana pro Campeonato já deve estar separada.

Se o talento individual e o carisma contagiam todo um time (achei que fosse essa a função dos técnicos) ou se tudo que acompanhamos pela TV com o coração apertado não passam de cenas bem escritas e ensaiadas, talvez nunca saibamos ao certo, até porque, o torcedor, que ainda é o grande incentivador ($) da "paixão nacional", tem que ser o último a saber.

E não esqueçam... esse ano tem a Copa do Mundo, mas esse assunto eu deixo para minha amiga Camila comentar.
Quem será que vai faturar?... Digo... Ganhar?

Obs.: Se nenhuma dessas minhas previsões se confirmar (o Santos ganhar o Paulista e o Corinthians a Libertadores), prometo vir aqui escrever um post de retratação e ainda renovar minha fé de que a competição saudável e o amor pelo futebol ainda existem, mas eu duvido muito que terei que perder esse tempo.

Dá-lhe Peixe!
Dá-lhe Curinthia!



NAMASTE!

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