11 de maio de 2012

Hook - E a Síndrome de Peter Pan


Você ainda mantém viva a criança que existe dentro de você?

Quando eu era criança eu sempre procurava imaginar como seria quando eu enfim me tornasse um adulto, e a imagem mental que eu fazia de mim mesmo era um homem sério, de terno e gravata com uma pasta executiva em mãos e sem nenhuma característica agradável no rosto.
É sério! Eu me via como uma pessoa austera, de semblante duro, e acho que era assim que eu enxergava os adultos quando eu era criança.
Mas ser um adulto significa necessariamente que temos que perder a nossa alegria de viver? Que só temos que pensar em trabalho, dinheiro e contas pra pagar?
Talvez não, mas o mundo moderno exige que você seja assim se quiser galgar posições sociais e manter um status dito como aceitável na sociedade, fato esse que invariavelmente acaba prolongando, nos dias atuais, por medo de assumir essas responsabilidades, a adolescência de algumas pessoas, fase onde todo ser humano tem que crescer e aprender a se tornar um adulto.
Essa tendência a não querer crescer é conhecida como Síndrome de Peter Pan.
Era sabido até alguns anos atrás que a fase da adolescência, segundo o enfoque da psicanálise, ia dos 13 anos até próximo dos 17, e os 18 anos marcavam o começo da vida adulta do indivíduo, tornando-o apto e responsável o suficiente para dirigir, se alistar no exército ou exercer seu direito ao voto. 


Do ponto de vista médico, a adolescência dura dos 12 aos 20 anos, já sob o enfoque da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), a chamada adolescência se prolonga um pouquinho, indo até os 25 anos, ora vejam vocês!
No tempo de nossos pais e avós isso seria inconcebível, uma vez que antes mesmo dos 18 anos, a maioria dos filhos já estava aprendendo a ter responsabilidades em casa ou fora dela, e começava a trabalhar muito cedo. Há vinte anos, eram poucos aqueles que podiam se dar ao “luxo” de fazer faculdade, e a maioria de nossos pais, tios ou irmãos mais velhos já estavam pegando no batente há muito tempo. Adolescência até os 25? Nem pensar!
Mas e aí? Você ainda mantém viva a criança dentro de você?
Esse questionamento me surgiu quando revi depois de muitos anos o filme Hook – A volta do Capitão Gancho, produção e direção de Steven Spielberg e texto retirado das ideias do livro Peter e Wendy escrito pelo próprio criador do menino que não queria crescer J.M. Barrie. A pergunta me fez refletir por algum tempo e resolvi escrever um post sobre isso.


No filme, os roteiristas James V. Hart (história e roteiro), Nick Castle (história), Malia Scotch Marmo (roteiro) imaginaram o que aconteceria se num belo dia o personagem icônico Peter Pan, reconhecido por ser uma eterna criança que vive na Terra do Nunca, resolvesse viver a maior aventura de todas, crescer, e de que forma essa decisão iria afetá-lo. 
Peter (vivido por Robin Willians) é adotado por uma família americana, cresce e se torna um importante advogado. Ele se casa com Moira (Caroline Goodal) que é a neta de Wendy (Maggie Smith, a Profª McGonagall da série de filmes Harry Potter) e tem dois filhos, Jack (Charlie Korsmo) e a pequena Maggie (Amber Scott).
Atarefado em seu trabalho, Peter não tem tempo para a família, e ele se transforma em um “Pirata” nas palavras de sua esposa, que em suas aventuras infantis eram os adultos da Terra do Nunca. Em sua nova vida, Peter deixou morrer a criança que havia dentro dele, e esqueceu-se completamente do que era, se tornando uma pessoa muito mais triste. Peter Pan se tornou um adulto.
As metáforas que o filme utiliza para equipararmos a realidade de Peter com nossas vidas são profundas, e nos fazem remeter a nosso próprio cotidiano. Afinal não é exatamente o que estamos fazendo de nossas vidas?


Não estamos deixando nossas famílias, as pessoas que amamos, de lado para continuarmos nessa busca desenfreada e interminável pelo sucesso, pela segurança financeira que imaginamos ser o “bem estar” dessas mesmas pessoas? E não estamos fazendo isso sem nem pensarmos que esse tempo perdido em busca do status que mencionei no início do post nunca mais voltará? Nossos pais e avós já não são mais os mesmo que eram outrora, a maioria deles agora é idosa, e esse tempo que estamos perdendo, o tempo em que não estamos a seu lado não voltará mais. E a troco de quê estamos nos deixando levar por essa necessidade impiedosa de conseguir mais e mais bens materiais?

O mesmo vale para nossos filhos e sobrinhos. Quando iremos recuperar o tempo em que não passamos com eles, em que não vimos eles darem o seu primeiro passo, não ouvimos eles balbuciarem suas primeiras palavras ou que não os levamos pela primeira vez na escola para dar-lhe força e prometer que estaríamos lhes esperando quando desse o horário de saída?
Esse tempo nunca mais voltará.


Na história do filme, é necessário que o Capitão James Gancho (Dustin Hoffman) venha para a realidade e rapte seus filhos para que Peter comece a ter que puxar da memória quem ele foi na juventude. O pequeno Peter Pan, menino aventureiro que só queria saber de se divertir e nunca crescer está perdido dentro de Peter Banning, o advogado, e sua chama está apagada. É preciso que a fadinha Sininho (Julia Roberts), companheira de aventuras, venha em seu auxílio para tentar fazê-lo se lembrar da criança que ele era, e para que ele tenha coragem, enfim, de resgatar os filhos das garras (nesse caso do gancho) do terrível pirata Capitão Gancho.

O filme é um conto de fadas no sentido amplo da palavra, e os roteiristas criam uma história inteira baseada em metáforas que nos fazem entrar em diversos questionamentos ao longo dele. Engana-se quem acredita que Hook é um filme para crianças. Há muitos detalhes escritos nas entrelinhas, e os sentimentos tocados em quase sua totalidade só podem ser percebidos por um adulto.
 Levado de volta à Terra do Nunca por Sininho, Peter é obrigado a sair em busca de seus filhos, o que o leva a confrontar o próprio Capitão Gancho, que não o reconhece naquele corpo adulto. Tanto ele quanto seus fieis piratas, incluindo Sr. Smith (“Barrica” na versão dublada), vivido por Bob Hoskins, caçoam do velho e fora de forma Peter Pan, e nem mesmo ele acredita que um dia fora um garoto ágil e aventureiro que desafiava o Capitão Gancho. O advogado tenta pagar pela libertação de seus filhos, presos em uma rede de pesca, e então o pirata o obriga a subir em um mastro de navio e tocar os dedos de seus filhos caso os queira em segurança. Peter, porém, não possui mais coisas boas em seu coração e não sabe mais voar, o que o leva ao fracasso.


É engraçado como a história nos leva a crer que, quase definitivamente, Peter Pan realmente se tornou um “garoto perdido” dentro de Peter Banning, e que para resgatar seus filhos ele terá que resgatar primeiro o menino Pan de dentro de si mesmo.
Com um prazo de três dias para tentar “recuperar” o jovem Peter Pan, Sininho faz um trato com Gancho, que os deixa ir, na esperança de que haja a sua tão sonhada batalha final com seu arqui-inimigo. Sem Peter em sua vida, o velho pirata parece ter perdido sua razão de viver e é quase como se ele sentisse necessidade de ter um desafio, daí a razão pelo qual ele viajou além da Terra do Nunca para sequestrar os filhos de Pan.
Cabe à fada Sininho e aos garotos perdidos a dura tarefa de fazer com que o velho Peter volte a acreditar em coisas boas, e que recupere a criança que há em seu coração e a alegria de viver desafiando o perigo.
É ou não é uma grande metáfora para um adulto que leva a vida à sério demais?

O filme

Hook – A volta do Capitão Gancho é um filme de 1991 e que possui todos os elementos característicos de uma produção de Steven Spielberg. O filme tem crianças, tem aventura e tem aquele clima fantástico da maioria dos longas de Spielberg. Em alguns momentos lembra Goonies (quem viveu nos anos 90 conhece esse!) e em outras tem a magia de ET – O Extraterrestre, e é impossível não reconhecer a marca do velho Spielberg nas cenas deliciosamente aventurescas de Hook.
Aquele climão de pirataria, pra quem vê o filme nos dias atuais, lembra e muito a série da Disney Piratas do Caribe, e duvido que o filme não tenha servido de inspiração para a criação do cenário de Jack Sparrow e seus companheiros. Aliás, em alguns momentos, o Capitão Barbossa (Geoffrey Rush), adversário de Sparrow no primeiro filme, lembra e muito o próprio Capitão Gancho de Dustin Hoffman, mas há quem diga que Hoffman poderia ter sido mais assustador em sua interpretação, afinal ele é um pirata, e piratas são tendenciosamente rudes e desprezíveis.
Para ver Hook nos dias de hoje, é necessário estar focado na história e na interpretação teatral de Robin Willians, até porque os efeitos visuais estão pra lá de datados


As cenas de voo de Peter Pan são vergonhosas e o mesmo pode ser dito dos efeitos criados para nos mostrar que Sininho é menor do que os demais personagens.
Claro que há de se levar em conta que o filme tem mais de vinte anos (ai, meus cabelos brancos!), mas o que importa mesmo é a mensagem que ele nos passa. Nós que hoje somos os adultos atarefados e sem tempo para vivermos com nossas crianças interiores, podemos fazer um paralelo de como era nossa vida quando vimos o filme pela primeira vez lá nos anos 90 e como ela é agora. Na época víamos tudo pelos olhos do jovem Peter Pan, e hoje vemos mais como o velho Peter Banning, o que não necessariamente é algo bom.
Envelhecer é inevitável, por isso devemos deixar que o tempo transcorra da melhor forma possível sem deixarmos que nossa criança interna, aquela que permite que sejamos felizes e tenhamos alegria de viver, seja esquecida em meio as decepções, tristezas, frustrações e aos rancores da vida moderna. 


Não precisamos ser eternos adolescentes como muitos tentam ser, mesmo na casa dos trinta ou quarenta anos, mas envelhecer não quer dizer que precisamos nos tornar pessoas chatas e rabugentas que vivem reclamando de tudo.
Não sou exatamente um exemplo de pessoa otimista e de bem com a vida que vive saltitando por aí espalhando o amor, mas eu sei a importância que tem manter meu lado Peter Pan sempre iluminado em minha vida. O dia que ele se apagar, sei que estarei me tornando aquele advogado frio e sem tempo para a família representado no filme, e que fará com que uma fada morra cada vez que disser que não acredita nela.  
Prefiro continuar acreditando no Peter Pan que há em mim, portanto aconselho que sempre que bater aquela falta de esperança, olhe para o céu, para a segunda estrela a direita e siga sempre em frente até o amanhecer.

Curiosidades

- O resultado final de Hook não agradou o exigente Steven Spielberg, que não vê o filme como um de seus melhores trabalhos.
- Embora acredite-se no contrário, é a história do filme que serviu como base para que Terry Brooks escrevesse o livro homônimo à película. 


- Michael Jackson chegou a se oferecer ao papel principal, que acabou ficando com Robin Willians. A fixação do cantor pelo personagem Peter Pan era notória, tanto é que seu famoso rancho se chamava “Neverland” por conta da Terra onde as crianças nunca cresciam. Michael era um Peter Pan em vida. Um garoto preso em um corpo adulto.
- O papel de Peter também foi oferecido a Tom Hanks (que já tinha feito algo parecido em Big – Quero ser Grande) e a Kevin Kline, mas ambos recusaram.
Na época, poucos atores conseguiriam encarnar melhor o personagem do que Robin Willians.
Admita, vai. Não te incomoda o fato de Julia Roberts, uma das atrizes mais tarimbadas e badaladas de Hollywood da atualidade ter participado em um filme como Hook e ainda no papel de um ser mágico??
Quando que hoje em dia ela se prestaria a um papel desses e...



Err... Deixa pra lá!


NAMASTE!

5 de maio de 2012

Review - Vingadores

O problema de se criar uma expectativa muito grande sobre algo é o medo da decepção que pode ser causada caso o esperado não corresponda a essa expectativa, e devo confessar que havia uma apreensão com relação ao filme dos Vingadores, até mesmo pela grandiosidade desse projeto e da pretensão de se levar algo dessa magnitude para as telas.
Nós fãs de quadrinhos já havíamos tido bons exemplos de o que não se deve fazer no cinema com os super-heróis, e a lista de bombas cinematográficas já vinha se estendendo por quilômetros nos últimos anos. O receio de que podia acontecer com Vingadores aquilo que já havia acontecido em X-Men 3 e em Homem Aranha 3 (tramas rasas e subaproveitamento de personagens em meio a um samba do crioulo doido de roteiro) era grande, até porque quase ninguém havia sido competente o suficiente para levar tantos heróis ou personagens para a tela e conseguir dar relevância para cada um deles na trama.
Sim. Havia o medo de que Vingadores fosse um “Homem de Ferro e seus amiguinhos menos importantes” e em especial havia o medo de que a responsabilidade de lidar com tantos ícones dos quadrinhos fosse grande demais para o, até então, inexperiente Joss Whedon, diretor e roteirista do filme.
Tendo visto o filme duas vezes no cinema, uma em 3D legendado com meu amigão de longa data Rodrigo Costa, outro viciado em HQs e uma segunda vez em 2D dublado com minha querida MarianeMarques, hoje eu posso dizer com toda certeza do mundo que Vingadores cumpre tudo que prometeu, e que é o melhor e mais divertido filme de super-heróis de todos os tempos. E ufa! Que alívio!
Fazia muito tempo que eu não saía de uma sala de cinema tão satisfeito com o que vi, e por um momento tive a impressão que estava duas vezes mais empolgado do que quando tinha entrado.


Vingadores não é só mais um filme com pessoas coloridas distribuindo sopapos para todo lado, é um mix completo de tudo que mais gostamos de ver na tela, aliado com aquilo que estamos acostumados a ler nos quadrinhos. O filme não só tem cenas fantásticas de ação (aquelas que ficaram nos devendo nos filmes antecessores dos heróis solo) como também nos apresenta diálogos afiadíssimos (do tipo que Brian Michael Bendis ou Ed Brubaker escrevem nas HQs), além de uma interação perfeita entre os personagens.
Ninguém está gratuitamente na história. Todos eles têm seu momento para brilhar, e cada personagem desenvolve um papel muito importante no desenrolar da história, o que afasta de imediato aquele medo de que só o Homem de Ferro tivesse importância por ser o mais popular.
Claro que o Tony Stark de Robert Downey Jr. é sim a estrela principal de Vingadores. De longe ele é o cara mais carismático e aquele que a galera ama (isso ficou beeeem claro ouvindo os comentários na saída do cinema), mas todos os Vingadores têm o seu momento, até mesmo aqueles de quem ninguém (inclusive eu) esperava nada, como o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), por exemplo. “O que um cara que dispara flechas vai fazer no meio desses heróis?”.


Por não precisar contar a origem de ninguém e nem precisar daquelas enrolações (necessárias) de praxe que costumam tomar a primeira hora de todo filme, nos contando quem são aqueles caras que iremos acompanhar no decorrer da película, Vingadores é como uma Montanha Russa de emoções que já te joga para cima e para baixo sem pena desde os primeiros minutos.
A sequência inicial que nos mostra um pouco do modus operandi da SHIELD com seu diretor Nick Fury (Samuel L. Jackson), o Agente Coulson (Clark Gregg) e o braço direito de Fury Maria Hill (Cobie Smulders), funciona como um thriller de espionagem perfeito. Tem o roubo do artefato precioso, tem perseguições de carro e tem tiroteio. Exatamente como todo bom filme de ação deve ser, características essas que vimos em praticamente todos os filmes do 007, por exemplo.  


O fio condutor é muito simples e remete a quase todos os demais filmes da Marvel desde Homem de Ferro 1. Loki (Tom Hiddleston) está na Terra para se apossar do Tesseract (Cubo Cósmico), objeto místico visto no filme Capitão América e sonho de consumo do Caveira Vermelha.
O artefato, encontrado por Howard Stark (pai de Tony) ao final do filme do Capitão América, passa para o poder da SHIELD, e nós voltamos a ter contato com ele nas cenas pós-créditos de Thor, onde Fury mostra o Cubo para o Doutor Erik Selvig (Stellan Skaarsgard). Sabendo do imenso poder do Tesseract (que foi criado em Asgard), Loki o rouba das mãos de Fury, controlando o Dr. Selvig e o Agente Barton (o Gavião Arqueiro) no processo, para utilizá-los como peões de seus planos.
É interessante a forma como os roteiristas encontraram para ilustrar na tela a verdadeira origem do Gavião Arqueiro, que nas HQs só se juntou aos Vingadores após se regenerar como um vilão. Na primeira metade do filme, Barton está contra os heróis, e só depois se junta a eles. Na minha opinião, essa foi uma saída de mestre para dar um sentido ao personagem desde o começo da história.


Com o Tesseract em mãos, Loki pretende abrir o caminho para um exército de guerreiros de outra dimensão (os Chitauri) sob o seu domínio e assim iniciar a conquista da Terra antes de dá-lo para uma misteriosa figura que parece comandar o deus da trapaça, porém, Nick Fury pretende contar com os Maiores Heróis da Terra para detê-lo, e o espião usa como motivação a perda de um importante personagem, que serviu como elo entre todos os filmes anteriores, para uni-los num só intento, sua tão divulgada Iniciativa Vingadores. Reunidos para enfrentar uma ameaça que nenhum deles poderia vencer sozinho, assim nascem os Vingadores, e é hora deles mostrarem o porquê da alcunha de Maiores heróis da Terra.


Pense que em um belo dia o Presidente da CBF acorda bem humorado e decide entregar o comando da Seleção para um técnico que até então, só havia treinado um time de pouca expressão. As manchetes dos jornais do dia seguinte estariam criticando esse dirigente, chamando-o de maluco, inescrupuloso e outros xingamentos que deixariam até mesmo a Valeska Popozuda constrangida.
Foi mais ou menos isso que a Marvel Studios fez ao entregar o comando dos Vingadores a Joss Whedon, diretor e roteirista de quadrinhos que tinha apenas um longa metragem no currículo (a ficção Serenity) e que é mais conhecido mundo a fora por ser o cara que alavancou a popularidade de Buffy, a caça-vampiros.


Era pra ficar com medo ou não?

Se levarmos em conta que o maior sucesso da Marvel Studios, até então, continuava sendo o primeiro Homem de Ferro dirigido por um, igualmente pouco conhecido John Favreau, e que as apostas altas do estúdio em diretores mais tarimbados como Joe Johnston (Capitão América) e Kenneth Branagh (Thor) não haviam causado tanto impacto ou surtido um efeito arrebatador que se esperava (e notem que não estou criticando de forma alguma os dois filmes), Joss Whedon era sim uma boa escolha e por dois motivos simples:

      a) Joss Whedon é escritor de quadrinhos. O cara sabe do que está falando e sabe como poucos usar a interação de personagens completamente diferentes de forma funcional. Quem leu Surpreendentes X-Men sabe do que estou falando.

      b) Apesar de ser um filme de pouca expressão junto ao público médio, Serenity, dirigido por Whedon, mostra um mundo fantástico de forma inovadora.  Além disso, o diretor já tinha certa experiência em trabalhar com personagens com super-poderes em mídia televisiva e sempre soube como lidar com eles.



A questão não era a experiência (ou falta de) do diretor e sim o quão sempre pareceu complicado colocar tantos heróis na tela sem que um acabasse ofuscando o outro. Vingadores é relativamente isso: A interação maciça de um punhado de super-heróis em um espaço muito restrito e que mesmo nas HQs, seu local de origem, às vezes não parece funcionar muito bem, faltando espaço para tantos talentos.
Quem aí nunca achou que certos personagens mais secundários não pareciam jogados para escanteio em algumas histórias em quadrinhos que só davam destaque para os maiorais como Homem de Ferro, Thor e Capitão América?

Pois Joss Whedon foi lá e provou a todos que ainda tinham dúvida que é sim possível fazer uma história competente, ao mesmo tempo divertida e densa, sem comprometer ou marginalizar nenhum dos personagens que propôs mostrar no tempo despendido. Talento?

Sim, e também muita dedicação e foco no trabalho.

Whedon nos entregou um filme que se não é perfeito no quesito diversão chegou bem perto, (nos remetendo diretamente aos quase imbatíveis filmes do Superman de Richard Donner), e além de conseguir uma interação palatável entre os personagens na tela, trabalhou como gente grande também na narrativa visual, nos cortes de cena, na filmagem de alguns planos e em especial no desenrolar da trama, já que ele também estava por trás do roteiro. Muitas cenas se tornaram marcantes no decorrer do filme, e muito disso se deve ao diretor que as idealizou desde o texto.


Não deve ser fácil embarcar em um projeto tão grande como a adaptação de uma das maiores equipes de super-heróis dos quadrinhos para o cinema sabendo que qualquer deslize ou tomada de decisão errada pode contar muitos pontos contra você, mas deve ser igualmente prazeroso ter cada um desses personagens sob sua batuta e poder fazer uma história coesa e interessante que agrade um tipo de público tão seleto e exigente (e o que teve de gente mimimizando sobre o filme por aí!).
Whedon conseguiu respeitar todo o universo cinematográfico Marvel construído nos últimos anos, sem passar por cima da criação de nenhum dos outros diretores (nem mesmo de Louis Leterrier de O Incrível Hulk), e a meu ver fez uma junção espetacular de tudo de melhor que o estúdio fez até aqui, abrindo um leque muito grande de possibilidades para os heróis Vingadores no futuro.
Agora é só colher os frutos desse sucesso e manter o mesmo nível no que vem pela frente.


Não há muito a se acrescentar sobre Robert Downey Jr.. O cara personificou Tony Stark com tanta maestria que já é quase impossível desassociar as duas imagens. Downey Jr. É Tony Stark, e nesse filme ele mostra que realmente é o melhor entre os Vingadores, atuando como se fosse um passeio no parque e dando razões de sobra para a plateia rir com seu sarcasmo e seu destemor diante das adversidades.
Enquanto Tony Stark é confrontado por outros personagens poderosos, Downey Jr. nos passa através dele, o mesmo bom humor que nos fez virar fã de um personagem tão arrogante, e não há quem não o adore no decorrer das quase duas horas e meia de filme.
Dessa vez, no entanto, Downey Jr. não se destacou sozinho e boa parte do elenco também fez bonito em interpretações convincentes.
O que pude perceber é que praticamente todos os nomes envolvidos no projeto estavam engajados em seus papeis, e além de muito à vontade com seus personagens, os atores estavam se dedicando a eles, curtindo o que estavam fazendo.

Sinceramente, além de Hugh Jackman e seu Wolverine, eu vi poucos atores que interpretam super-heróis no  cinema realmente satisfeitos com o que estavam fazendo em cena. Para a maioria, e isso nos fica claro em entrevistas posteriores às filmagens, filmes de super-heróis não passam de produções vazias que rendem muito dinheiro, e poucos atores tratam aquilo como trabalhos dignos de serem vistos pelas multidões.
Todo ator que interpreta super-heróis no cinema deve ser fanboy do personagem e colecionar tudo que sai sobre ele?
Não, mas é muito mais agradável saber que nossos heróis de infância estão sendo representados por pessoas que realmente entendem quem eles são e que gostem deles.

Mas, enfim. Divaguei.


O que notei no filme foi um brilho intenso nos olhos de alguns dos atores, como se eles realmente estivessem vivenciando as emoções sofridas por seus caracteres, e tanto Chris Hemsworth quanto Scarlett Johansson me passaram isso em suas cenas mais densas.
Hemsworth parecia realmente compelido a fazer com que Loki pensasse no que estava fazendo (no caso destruindo Nova York) e parasse com os ataques. Havia um amor fraternal em seus olhos, como quando um irmão tenta impedir que o outro faça alguma coisa do qual vai se arrepender, e o ator, assim como seu personagem, parece mais maduro em cena, além de se sair muito bem nas sequências de ação, uma vez que é exigido muito mais de Thor fisicamente em Vingadores do que em seu filme solo.
Na cena em que o Dr. Bruce Banner (Mark Rufallo) parece se descontrolar e ameaça a Viúva Negra (Johansson) podemos notar a tensão nos olhos da moça, e o mesmo acontece quando Loki tenta tortura-la mentalmente de dentro de sua prisão, fazendo-a recuar diante de suas ameaças.


Mesmo que toda aquela emoção não passasse de uma encenação da personagem, Scarlett foi muito convincente, e o brilho em seus olhos nos passou a noção precisa do que a Viúva estava sentindo.
Tudo bem que aqui o foco é a interpretação... Mas o que é a Scarlett vestida naquele couro preto de costas para a câmera, meu Jesus do Céu!! 
Falem o que quiser, mas acho que, enfim, Chris Evans encontrou seu caminho e despontou como uma das grandes surpresas de Vingadores, fazendo com que seu Capitão América fosse aquilo que todo fã verdadeiro do personagem esperava: O líder da equipe.
O medo que o Homem de Ferro fizesse com o Capitão América o que o Wolverine fez com o Ciclope nos filmes de Bryan Synger era grande, até porque personagens que bebem leite e que são escoteiros costumam ser odiados pelo público médio.
Desta vez, porém, havia Joss Whedon por trás do roteiro, e como eu queria ver, o diretor colocou o Capitão na única posição em que ele deve sempre permanecer: Na liderança dos Vingadores.


Diferente do que alguns críticos disseram, não notei inferioridade em Evans com relação a seus colegas de set, e a todo momento ele me passou a seriedade e sapiência que o Capitão América deve passar. A feição sempre fechada de Evans destoa completamente daquela embasbacada do qual nos lembrávamos em Quarteto Fantástico, e me pareceu que ele enfim entendeu seu personagem, e em especial, gostou do que fez.
Eu consegui enxergar nele aquele Capitão América que aprendi a gostar desde pequeno, aquele herói destemido que enfrenta o Homem de Ferro, Thanos e Superman, (caras que podem esmagá-lo) com coragem, e a mim me basta. Claro que aquele uniforme não ajuda em nada para nos passar a ideia de liderança e coragem, mas Evans se esforçou!
Eu já não gostava do traje original utilizado em seu filme solo, mas esse mais moderno usado em Vingadores não funciona em cena.
Eu tentei gostar, gente. Juro. Mas como fica ridículo aquele pijama azul e vermelho em movimento!


Uma boa pedida para os próximos filmes seria se os produtores tentassem usar aquele traje sem o capuz que Steve Rogers usou por um período logo que voltou da morte nos quadrinhos.


Por incrença que parível, Evans sem a máscara convence muito mais do que com ela.

Mark Rufallo me incomodou a princípio como Bruce Banner.
Eu já me sentia confortável sabendo que Edward Norton personificava Banner no filme anterior, ele é um excelente ator e mostrou como poucos o que pode acontecer se há dedicação em um trabalho. Muito do que há de bom em O Incrível Hulk (e a meu ver o filme é muito bom) é graças a Norton (que participou da produção do filme além de atuar), e foi uma grande pena que por desavenças com os maiorais da Marvel ele preferisse abandonar o barco antes que a Iniciativa Vingadores tivesse angariado novos membros.
Ok. Temos o terceiro Bruce Banner diferente num período de dez anos. E aí?
E aí que Rufallo tem uma cara desanimadora de bocó, do tipo que só serve para fazer comédias românticas e olhe lá, e à princípio provavelmente ninguém acreditava que ele fosse conseguir se transformar em uma criatura gigante e verde que bota medo nas pessoas...


Mas não é que ele conseguiu?
O personagem parece o tempo todo deslocado em meio à interação dos demais, e esse paralelo com o próprio ator, que do elenco principal é o único “novato” por ali, acaba sendo interessante para a trama. Ele não é mal ator, e se pensarmos que Bruce Banner realmente não tem que ser um cara bonitão fisicamente e nem parecer excessivamente confiante, passamos a acreditar que Rufallo é o cara certo da vez.
Com cara de mané ou não, ele dá conta do recado quando atua com figurões do "naipe" de Samucas L. Jackson ou do próprio Downey Jr., e nos passa aquela insegurança típica de um cara que está fazendo de tudo para passar despercebido.
Rufallo não interpreta o melhor Banner do cinema (ainda prefiro o do Norton), mas ele conseguiu dar vida a um Banner que se assemelha bastante ao dos quadrinhos, e apenas por isso, ele merece o voto de confiança.


Quem mais cresceu de um filme para outro com certeza foi Tom Hiddleston.
No review de Thor eu escrevi o seguinte à respeito de seu Loki:  

Se eu fosse apontar um elo fraco no filme eu diria Tom Hiddleston, mas acho que não estaria sendo justo com o ator, uma vez que foi o seu Loki que não me agradou e não sua atuação em si. Me acostumei a ver um Loki nas HQs que usa seu poder de persuasão para causar situações que o beneficiem. Até aí o Loki de Hiddleston faz isso, só que nas HQs, o deus da trapaça é um personagem que causa a nossa ira, alguém desprezível que percebemos estar fazendo aquilo acima de tudo para satisfazer o próprio ego. O Loki de Hiddleston mais parece o irmão caçula invejoso que quer o lugar do irmão mais velho e fica de birrinha por conta disso.

O meu descontentamento não era tanto com Hiddleston em si, e sim com seu Loki, que me parecia mais uma bichona invejosa com o irmão pittboy do que um deus da trapaça. Já se percebia no primeiro filme que havia potencial no ator apesar de tudo, e isso foi elevado a máxima potência em Vingadores.


Loki é um vilão à altura dos heróis mais poderosos da Terra e ele faz jus ao título de deus da trapaça jogando os heróis uns contra os outros, da forma que só o personagem dos quadrinhos sabe fazer.
Whedon conseguiu pegar a essência do personagem, e há superioridade no Loki de Hiddleston. Nunca imaginei o irmão do Thor como um adversário físico (até porque nas HQs ele é um tanto quanto magrelo!) e no filme ele encara no mano a mano o Capitão américa, Thor e até o Hulk, o que é um ponto positivo, uma vez que estamos sendo apresentados a uma nova característica do personagem.
Ora! O cara é asgardiano (híbrido de um Gigante de Gelo)! É mais que natural que ele consiga encarar na força qualquer um dos heróis Vingadores.
Até por essa ânsia de derrotar seus inimigos, é notável que o asgardiano está desconfortável com sua expulsão do Reino e que o vilão quer destruir seu irmão e tudo aquilo que ele ama, nem que para isso tenha que se aliar a seres mais poderosos do que ele (e sim, estou falando da figura que sorri nas cenas pós-créditos e que eu já mencionei nesse post!) e isso faz com que Loki seja um dos mais terríveis adversários que um herói pode ter.
Se pararmos para pensar, nenhum vilão de filme até agora havia conseguido causar o ódio da plateia com a maestria que Loki conseguiu. O Monge de Ferro de Homem de Ferro 1 não passa de um poltrão dentro de uma armadura que não funciona direito, o Chicote de Homem de Ferro 2 é um bruto com uma arma bacana em mãos, o Caveira Vermelha é um estúpido que não consegue vencer um único homem tendo em mãos um Cubo Cósmico e o Abominável... Bem, o Abominável é uma besta-fera descontrolada.

Se fizessem um segundo filme dos Vingadores (e o sucesso desse já quase garante que isso aconteça) e eles formassem uma espécie de Legião do Mal com os personagens dos filmes anteriores, Loki os lideraria com certeza, e ainda os faria ajoelhar diante de seu poder.
Parabéns a Hiddleston e ao texto de Whedon, que me fizeram acreditar que o Loki é um dos vilões mais perigosos da Marvel.
A participação mais expressiva de Nick Fury nesse filme nos faz pensar em como seria divertido um filme que retratasse apenas o mundo da SHIELD em meio ao universo Marvel.
Já pensaram como seria bacana um filme inteiro dedicado aos agentes especiais buscando manter a paz enquanto combatem os caras maus, com direito a locações dentro do Aeroporta-aviões e aos carros voadores tão característicos nas HQs (e dos quais tivemos um vislumbre no filme do Capitão América durante a Expo-Stark)? E já pensaram se esses “caras maus” fossem vilões menores do Universo Marvel como Bumerangue, Açor Assassino ou mesmo o Rino?

Ok. Divaguei novamente.


A questão é que o filme se tornou ainda mais atrativo com a participação de Samuel L. Jackson, e as tiradas sarcásticas de seu personagem figuram entre os melhores diálogos que acontecem durante o filme todo. Sem falar que a essa altura, eu já não sei se Samuel L. Jackson é Nick Fury ou se Nick Fury é que é Samuel L. Jackson!
Jeremy Renner, que anda bem cotado em Hollywood como o novo cara dos filmes de ação (tendo participado ativamente de Missão Impossível 4 e pronto pra estrelar o novo filme da franquia Bourne) parece à vontade na pele do Agente Clint Barton, porém é um dos mais fracos em atuação. Seu papel, como disse acima, foi muito bem descrito, e o Gavião Arqueiro tem sua importância na trama, porém me pareceu mesmo que o trabalho do ator é que não convenceu muito. Diferente da personalidade dos quadrinhos, seu Gavião não é tão engraçado e nem mesmo parece o esquentadinho que sempre batia de frente com as ordens do Capitão América, mas o que mantém sua importância é o sugestivo relacionamento com a Viúva Negra e a forma como ele é usado como vilão para só depois ajudar a equipe com a invasão alienígena.


Vale também a citação a Clark Gregg, o já popular Agente Coulson e sua atuação sempre simpática. O ator com certeza foi um dos mais privilegiados da série de filmes Marvel, e conseguiu estar em todos eles fazendo pontas de ligação na história (nem que fosse nas cenas pós-créditos), fazendo com que seu personagem servisse como a ponte entre todos os universos. É ele quem espiona Tony Stark no primeiro filme e que depois dá uma mão para que Peppers tente melar os planos de Obadiah Stane. Também é ele quem acha o Mjolnir no deserto do Novo México ao final do 2º filme do Homem de Ferro e é ele quem acompanha jornada que faz com que o filho de Odin na Terra volte a se tornar digno de empunhar o martelo.
Fala a verdade! Quem não gostaria de ser o Agente Coulson?
A importância do personagem é tanta para os filmes, que é ele quem acaba unindo os Vingadores em prol do mesmo objetivo, em vez deles ficarem se estranhando o tempo todo seguindo a regra de que quando dois heróis se encontram invariavelmente eles devem quebrar o pau antes  de se aliar. O que dizer da tietagem do cara para cima do Capitão América?
Muito engraçada a forma como ele se sente feliz em estar ao lado da lenda viva da América, e por um instante o Agente Coulson de Clark Gregg representa o espectador comum ao lado daqueles seres fantásticos.


Eu acho cada vez mais desnecessária a utilização do 3D em filmes que não são filmados com essa tecnologia e sim convertidos por ela. Buscando em minha memória agora, não consigo me lembrar de nenhuma grande cena que tenha me levado para dentro do filme por intermédio do 3D. O máximo que essa tecnologia permitiu foi a profundidade das cenas, algo que não acrescenta tanto assim à narrativa.
Ao ver o segundo trailer de Vingadores, pensei em como seria interessante acompanhar a cena em que aquele leviatã gigante persegue o Homem de Ferro e passa destruindo prédios em 3D, mas o efeito acabou não acrescentando nada demais. Quem sabe eu deva experimentar em uma sala IMAX?

Os efeitos visuais de Vingadores são espetaculares. Palmas para o diretor de arte que imaginou a invasão dos alienígenas sob o comando de Loki e as cenas de destruição em Nova York. O filme dá uma virada fantástica de confrontos físicos homem a homem para combate homem X máquina quando a armada alien invade a cidade. O pânico da população enquanto as naves passam disparando contra eles, destruindo tudo em seu caminho é uma das mais empolgantes que já vi no cinema, e olhe que os exemplos de filmes que alguma grande ameaça destrói a cidade existem aos montes!
Tudo é tão perfeitamente planejado, que você não consegue perceber onde o CG está sendo utilizado (tá, vai, exceto na cena em que a Viúva assume o controle de um dos planadores), e a sequência de ação é tão empolgante que quase nenhum defeito de produção ou montagem consegue ser percebido (deixa pra isso quando eu tiver o DVD em mãos).


Mas e o Hulk, Rodman? Você gostou desse novo Hulk?
O Hulk é com certeza o melhor dos três digitais já criados. Sua movimentação e interação com os atores reais ainda não é perfeita, mas está quase lá. Os movimentos do Golias Esmeralda são naturais, ele apresenta maior peso em relação a suas versões anteriores e parece que a gravidade exerce força sobre ele dessa vez, diferente do Hulk borrachudo do Ang Lee. A cor da pele ficou entre o primeiro Hulk (interpretado por Eric Bana em 2003)  e o segundo (de 2008), e apesar de eu achar muito clara, convence, uma vez que ele está na maioria das cenas sob a luz do sol e não escondido nas sombras, como no filme de Edward Norton.


As feições da criatura remetem imediatamente a Mark Rufallo (e a tal cara de Mané!), ele é feiosão, porém é um dos personagens mais queridos do filme. Eu percebia a molecada pirando no cinema com suas cenas, algo que nunca havia visto antes.
Se a galera gostou desse Hulk, qual teria sido o problema do outro Hulk de 2008? Por que ele não fez o mesmo sucesso? Seria o segredo a abordagem que Joss Whedon conseguiu dar ao monstro, a de que agora há uma consciência controlando aquela massa verde?


A interação do Hulk contra o Thor (SPOILER!) e contra os invasores de Loki são as mais empolgantes que já vi em um filme Marvel, mas isso só pra falar sobre o Hulk, porque o filme todo é recheado de momentos impressionantes, daqueles de fazer qualquer fã de quadrinhos saltar da poltrona a todo instante.
O sucesso do filme é dos atores que acreditaram no projeto, é dos produtores da Marvel (viu só? Eles também conseguem dar uma bola dentro!), é da galera que mexe com CG, mas principalmente é de Joss Whedon, que por ser do meio quadrinhístico, entendeu exatamente a essência daquilo que devia transpor para as telas, dando aos fãs dos heróis, apreciadores apenas dos filmes Marvel, crianças, adultos e adolescentes, exatamente o que eles queriam ver: Diversão em sua mais fiel e pura forma.
Vingadores não é um filme perfeito, possui algumas falhas mínimas perceptíveis se analisarmos a história de forma mais apurada (como o Gavião Arqueiro se aproximou tanto do Porta-aviões sem ser notado?? Afinal, Banner controla o Hulk ou não??), mas é um espetáculo visual tão grande e bem feito que não há como dar outra nota senão 10.


Há quem já esteja comparando em qualidade de Vingadores com Batman The Dark Knight, considerado atualmente o melhor filme com personagens de quadrinhos de todos, Todos, TODOS, mas a meu ver, o filme da Marvel entrega melhor aquilo que todo mundo sempre quis ver na tela com os super-seres, por isso é meu preferido entre os dois. O filme tem embates fieis entre heróis, mostra em determinadas cenas quadros retirados de HQs (quem não reconheceu a cena do Capitão América descendo voando do jato com o escudo à frente??), apresenta um vilão que o público adora odiar e tem o Hulk! E o HULK ESMAGA!


Eu saí satisfeito do cinema. Fui ver duas vezes e vibrei da mesma forma em ambas. A plateia aplaudiu em diversas cenas e por um momento, os Vingadores se tornaram astros de rock sendo aclamados por seus adoradores. Se isso não indica que o filme consegue agradar o público, o que indica então?

NOTA: 10 com louvor.  

Leia também meus Reviews dos demais filmes Marvel:

 




 
NAMASTE!

1 de maio de 2012

Top 10 - Os maiores posts do Blog


dois anos publico no Blog do Rodman todo tipo de insanidade e fantasmas que me atormentam a mente diariamente na tentativa de compartilhar com o mundo o que penso sobre determinados assuntos. 
Não dá pra dizer que não gosto do retorno disso, e de como alguns dos posts fazem sucesso entre os leitores, tendo mais visualizações do que outros. Sim, eu gosto mutcho! Tudu-du-Pá!
Esse post surge para comemorar o 2º aniversário do Blog do Rodman e também para celebrar aqueles que, na sua opinião (ou das pessoas que já acessaram o blog) são os melhores posts de todos...
Sigam-me os bons!

CLIQUE NAS IMAGENS DE ABERTURA PARA VISUALIZAR OS POSTS MENCIONADOS


 Esse post teve 2.395 visualizações desde sua publicação, e tenho certo orgulho desse relativo sucesso, até porque ele conta uma história muito interessante de como funciona minha paixão pelos quadrinhos. 
Em 10 tópicos eu revivi minha adolescência e contei como eu adquiri as HQs mais importantes da minha coleção, e de que maneira elas se destacam das mais de 600 que se acumulam em meu quarto.

Para concretizar esse post, tive que reler muita coisa e ainda fazer uma peneira para escolher apenas dez entre tantas revistas. Depois de escolhidas as dez, comecei a procurar as páginas mais marcantes e/ou mais relevantes e digitalizei para fazer o tratamento posterior no Photoshop. Depois de dissertar sobre as razões que as tornam importantes, comecei a criar a arte para o post e todo esse processo foi muito divertido. 
Até recebi um elogio do desenhista Daniel HDR nos comentários do post. 


Pra ser sincero, eu fiz esse post porque eu queria falar de mulher
Eu tinha acabado de terminar um relacionamento, ainda estava com o emocional em frangalhos, então resolvi falar de mulher numa tentativa pífia de substituir aquela presença feminina que já me estava fazendo falta.

Aproveitei para citar as dez mulheres do cinema pelo qual sou apaixonado, e foi gostoso relembrar os motivos pelos quais cada uma tem um lugar cativo em meu coração. 
O post recebeu 2.900 visualizações, e apesar de não possuir fotos eróticas, e sim sensuais das minhas musas, acho que esse deve ser o grande motivo pelo qual teve algum retorno.   


Desde os primeiros posts publicados no Blog fiz questão de enaltecer meu apreço pelos dubladores brasileiros e pela qualidade infinita que alguns deles demonstram em sua profissão.
Quem disser que não passou mais da metade da vida só assistindo filmes, séries e desenhos dublados está mentindo, pois é só isso que temos na TV aberta e em boa parte da TV por Assinatura também.
Quando somos crianças é bem comum darmos aquela desculpa de que legendas não permitem que entendamos o filme em sua plenitude, por isso, acabamos nos afeiçoando aos atores e suas vozes de mentirinha.
Muitos anos depois, por exemplo, acabei estranhando a voz original de Tom Hanks ao ouvi-la pela primeira vez, e continuei preferindo sua voz brasileira, a do dublador Marco Ribeiro, artista que também faz as vozes de Charlie Sheen e Jim Carrey
Mel Gibson não é Mel Gibson sem a voz de Júlio Chaves e a voz de Bruce Willis, a meu ver, ficou eternizada pelo saudoso Newton da Matta

Espero que a nova geração de dubladores continue a ser tão competente quanto esses mestres são, e que caras como Guilherme Briggs, Alexandre Moreno, Mauro Ramos e Márcio Simões saibam fazer escola, e descubram novas vozes para que nossos filhos e netos continuem gostando de dublagem, independentemente da preferência atual pelo som original dos filmes.
Esse post recebeu 3.147 visitas e 13 comentários, em sua grande maioria me xingando por eu ter "esquecido" um ou outro dublador. Na verdade não esqueci. Eu dei predileção por aqueles que na minha opinião são os melhores, mas concordo que faltou muita gente, o que renderia um Top 30 ou Top 40 fácil!  


A missão desse post era comparar o filme Justiceiro de 2004 estrelado por Thomas Jane com o de 2008, estrelado por Ray Stevenson, e modéstia à parte gostei muito do resultado desse post.
Poucas vezes consegui ser tão sucinto em um texto, e a meu ver passei a mensagem que pretendia ao analisar o que há de melhor em ambos os filmes e também o que há de pior.

Ele foi um dos primeiros posts que publiquei e me diverti bastante aplicando as aulas da professora Maria Goretti de cinema na faculdade ao ver os dois filmes apenas para analisá-lo.
O resultado?
O pobre Frank Castle ainda não foi devidamente retratado no cinema. 
O post teve 3.220 visualizações e audiência não cai desde sua publicação por causa de um vídeo que "upei" no Youtube com cenas das melhores porradarias do filme de Ray Stevenson


Essa foi uma das séries que mais gostei de acompanhar em 2011, e fiz um post bem competente destrinchando as partes principais da história da família Harmon, criando relações entre as histórias de terror que aconteceram na casa assombrada em que eles vivem e inserindo ao mesmo tempo minhas impressões sobre a narração, a meu ver, muito competente da série criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk.

O post foi visto por 3.245 visitantes e 11 pessoas comentaram acerca da história da série.   




Nunca entendi porque esse post é tão bem visto até hoje, e a explicação só pode ser uma: Michael Jordan.
No ano em que postei esse texto, o Chicago Bulls chegou a demonstrar fôlego para encarar os play-offs da NBA, o que logo me fez relembrar a fase áurea do time que contava com Michael Jordan, Scott Pippen e Dennis Rodman no elenco. 


O Bulls acabou morrendo na praia, mas o post serviu para que eu relembrasse uma boa época em que acompanhava assiduamente a NBA pela TV e que pude ver a atuação nas quadras de um dos mais brilhantes jogadores de basquete de todos os tempos.
O vídeo com alguns dos maiores lances de sua carreira ao fim da postagem é a única explicação para esse post se manter entre os mais vistos por tanto tempo. Ele teve 4.191 visualizações até agora.  


Quando comecei com as atividades do Blog do Rodman a intenção não era só falar de entretenimento. eu não queria passar todo meu tempo publicando coisas sobre quadrinhos, cinema e TV. Eu também queria dar minha opinião sobre assuntos polêmicos e queria botar a boca no trombone de vez em quando.
Esse post junta um pouca de cada uma dessas intenções. Tem polêmica, eu falo sobre entretenimento (aquele levado MUITO a sério) e eu aproveitei para por a boca no trombone.
Na época o apresentador e humosrista Rafinha Bastos estava sendo alvo de críticas pelo comentário sobre comer a cantora Wanessa Camargo e seu bebê, mas o assunto teria se finalizado em poucas horas se Bastos não tivesse mexido literalmente em vespeiro.
Wanessa é casada com um dos sócios de Ronaldo Fenômeno que é garoto propaganda da Claro que além de ter lançado alguns comercias com outro humorista do CQC, Marco Luque, é também um dos patrocinadores do programa.  

Resultado?
Bastos foi afastado do programa por ter se recusado a pedir desculpas publicamente pela "ofensa" e isso levantou uma questão bem importante de até quanto o humor pode ser tolerado?
Daí pra frente o politicamente correto começou a imperar na televisão brasileira, e aqueles que se mantêm na linha podem continuar fazendo seu humor controlado... Desde que não ofendam nenhum patrocinador de seu programa, CLARO. 
Fiz questão de espalhar esse post pelo Twitter e Facebook e ele teve uma ótima recepção: 4.531 visualizações e 19 comentários. A maioria concordando que os defensores do politicamente correto estão exagerando. 


Passei minha adolescência dividido entre colecionar meus quadrinhos e jogar fliperama com os amigos, e muitos jogos se tornaram clássicos para mim, ainda mais quando ganhei meu Super Nintendo
Esse foi um dos posts mais divertidos de se fazer, até porque mexe com uma paixão que remete diretamente a uma época incrível, que para mim, foi a década de 90.

6.956 visualizações renderam 24 comentários, novamente daqueles que cobravam um ou outro jogo que eu havia deixado de citar, mas acho que entre mortos e feridos, eu acabaei agradando a todos.
Melhores jogos da década de 90 ficou bastante tempo entre os posts mais vistos do Blog, agora recebe a medalha de bronze.


Todo garoto meio que intrinsecamente é apaixonado por carros e não vê a hora de completar 18 anos para assumir a frente do volante e sair fazendo racha e matando gente por aí dirigindo por aí.
Bem, eu nunca fui muito de gostar de carros, excetos em dois casos: Os super esportivos e supercarros do cinema, séries e TV
Nesse post me deleitei atrás de referências sobre os melhores (na minha opinião) carros da ficção e procurei montar um paralelo deles na vida real.
Claro que muitos deles existem de verdade como os modelos utilizados por James Bond, mas a maioria ou foi adaptado para a mídia ou foram totalmente criados para o ela, como o Batmóvel do Nolan e o Batmóvel do Tim Burton.

Não é fácil como se pensa encontrar detalhes sobre automotores na Internet, e me lembro que deu bastante trabalho a pesquisa para compor o texto, porém valeu a pena.
Ficou satisfatório.
O post foi visto 10.164 vezes.


Mulher gostosa. Personagens famosas. Marvel.
Eis a fórmula para um post bem sucedido!
Top 10 Mulheres mais gostosas da Marvel recebeu a quantidade impressionante de  16.089 visualizações, além de 17 comentários de fãs me pedindo para incluir uma ou outra heroína na lista.

Claro que não fiz o post apenas em busca de audiência, a ideia era fazer uma daquelas seleções polêmicas que costumam dividir os nerds, além de acalorar boas discussões, e o post acabou dando certo

Sempre quis fazer uma lista que mostrasse em ordem de preferência, quem são minhas heroínas preferidas e as razões que as fazem ser mais bonitas, mais poderosas e mais gostosas do que outras. 
Fiz duas listas, uma da Marvel e outra da DC, pena que a segunda não teve tanta recepção.
O post mais visualizado na história do Blog do Rodman se mantém líder já há algum tempo, e a missão agora é produzir outro post que supere esse sucesso.

Assim como em Street Fighter, o desenho dos anos 90, nós vamos em busca do mais forte!

NAMASTE!

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