17 de novembro de 2011

Atividades Paranormais no cinema


Eles podem estar em qualquer lugar. Dentro de seu quarto, na cozinha, na lavanderia, ao seu lado no sofá da sala vendo televisão com você, fungando em seu cangote na hora do banho. Não há limites para esses espíritos desencarnados e opressores que rondam nosso mundo, e suas formas de se manifestar são imprevisíveis.
OK, eu exagerei na introdução, mas foi proposital. Ninguém precisa entrar em pânico achando que está sendo perseguido por algum opressor invisível. Eu só queria chamar a sua atenção. E já que chegou até aqui, que tal continuar lendo o post?

Não tem muito tempo que assisti o primeiro Atividade Paranormal, e na ocasião estava em uma reunião de amigos (como há muito tempo não fazia) para uma sessão pipoca madrugada à dentro. Todo mundo reunido na sala, cobertores a postos, tigelona de pipoca carregada e atenção total na tela da tv.
Sim, jovem padawan, se você nunca se reuniu na casa de amigos com o intuito de se divertir vendo filme, saiba que você não anda vivendo a sua vida como deve. Que fique bem claro.
A princípio Deus criou o mundo, o que eu sabia sobre Atividade Paranormal era o que tinha ouvido falar esporadicamente na mídia: “É um filme assustador”. “Plateias no mundo todo se surpreenderam”. “Baseado em fatos reais”. “Me borrei todo assistindo”.
Nenhum desses argumentos, obviamente, havia me convencido a sair de casa e gastar 20 Dilmas para conferir o filme em um cinema, e da mesma forma eu não esperava que a fita fosse nada além do que mais um requentadão dos filmes estilo “câmera na mão”, que começavam a proliferar por aí.
Não é que, por uma ironia do destino, fomos surpreendidos novamente?
O último filme que havia conseguido me deixar meio cabreiro, cismado a tal ponto de ter que dar uma conferida se não havia nenhum elemento sobrenatural dentro do quarto antes de dormir, tinha sido A Bruxa de Blair, e depois disso nenhum outro havia conseguido me causar temor, exceto os sustos ocasionais em filmes como REC, Alma Perdida e Terror em Silent Hill.
Atividade Paranormal possui aquele elemento (importante, diga-se de passagem) que te prende em frente à tela, que é o tal papo de que “essa história é baseado em fatos reais”. Certo, certo. Jurassic Park é baseado em fatos reais. Até mesmo Transformers é baseado em fatos reais!
Os caras podem vender que qualquer filme (qualquer mesmo!) é baseado em fatos reais. A questão é que, se a história não for bem conduzida e não nos for passada com a maior simplicidade possível, você não será preso pela narrativa, e aquele será mais um entre tantos filmes descartáveis. Em alguns casos, nós entramos em um processo de autoengano, e mesmo que 99% de seu cérebro tenha certeza que não há nada de real naqueles fatos que se desenrolam na tela, você continua acreditando naquele 1%, e é isso que faz com que um filme chame mais atenção do que os demais. 



O primeiro filme apareceu de fininho e praticamente conquistou seu público no boca a boca, sem grandes jogadas de marketing. Tendo custado míseros 15 mil Dólares, um valor relativamente baixo para o mercado americano, o filme faturou mais de 193 milhões pelo mundo, o que o posiciona como uma das grandes surpresas do cinema no ano de lançamento.
Escrito e dirigido por Oren Peli, o filme é de 2007 e só foi lançado nos cinemas em 2009, vendendo a ideia de que se tratava de uma história real, o que com certeza, foi um dos motivos de seu sucesso. Quem não gosta de ver uma história de terror “real”?

 
No enredo, Katie (Katie Featherston), uma estudante de Letras, e seu namorado Micah (Micah Sloat), um negociante de ações, vivem em uma casa de dois andares em San Diego. Katie afirma que uma presença fantasmagórica a tem atormentado desde jovem, e acredita ser seguida por ela. Durante uma visita à casa, Dr. Fredrichs, que é um médium, afirma que eles estão sendo atormentados por um demônio que se alimenta de energia negativa, e que ele pretente assombrar Katie não importa onde ela vá. A partir de então, Micah monta uma câmera de vídeo em um tripé no quarto deles para tentar gravar qualquer atividade paranormal que venha acontecer enquanto eles dormem, e como diz o ditado “quem procura acha”.
Ele consegue capturar vários fenômenos, como objetos se movendo por si mesmos, luzes e televisores ligando e desligando, sons de vozes, grunhidos, passos e pancadas, tudo para aumentar gradativamente o cagaço do espectador, que desse ponto em diante está vidrado a olhar para a tela. 

 

O grande mérito de Atividade Paranormal é nos transportar para um mundo completamente real, e mostrar uma situação que poderia estar acontecendo ali na sua rua ou no bairro vizinho. Não há meninas saindo de dentro de televisão nem tampouco japonesas malucas andando pelas paredes, e sim objetos caindo sem razão pela casa e pancadas na calada da noite, fatos que, se você pensar direitinho e puxar pela memória, vai ver que já aconteceu com você alguma vez na vida. 



O elemento sobrenatural, claro, aparece quando Katie começa a sofrer transes no meio da noite, o que nos leva a acreditar que tem algo mais ali do que simplesmente um espírito zombeteiro curtindo com a cara do casal. Como ela mesma afirma para o médium no começo do filme, ela sente uma presença próximo a ela desde pequena, e a “coisa” não vai descansar enquanto não possui-la totalmente.
Vai, pode admitir. Você arrepiou agora, fala a verdade!



Embora tenha ficado com o meu orifício anal na mão com o primeiro filme, devo admitir que não me tornei um aficionado pela série logo de cara, e só fui ver a sequência de Atividade Paranormal recentemente.
Quando os números na frente dos títulos começam a aumentar, em geral isso pode significar duas coisas: Ideias abundantes dos criadores que precisam de mais de um filme para contar sua história ou um aumento proporcional da ganância dos produtores em fazer mais dinheiro em cima do público que comprou a ideia da primeira parte. Quando é o segundo caso, nem vale a pena dar uma conferida, vide as sequências de o Chamado, O Grito e Jogos Mortais.
OK. E não é que fui surpreendido novamente?
A sequência é muito boa!

 
O foco do segundo filme agora é na irmã mais nova de Katie, Kristi (Sprague Grayden) e sua família, o marido Daniel (Brian Boland), a enteada Ali (Molly Ephraim), a empregada mexicana Martinez e o pequeno Hunter, o único homem nascido na família desde 1930.
Dirigido dessa vez por Tod Williams, Atividade Paranormal 2 mantém tudo que foi sucesso no primeiro, mas acrescenta outros elementos que ajudam a incorporar maior vivacidade ao enredo, como a sempre presente esperteza adolescente, representado por Ali (que por sinal, me fez passar o filme todo pensando numa certa pessoa parecida com ela). 



Em primeiro lugar, devo acrescentar que pirei no estilo da casa da família. Todo o cenário me apetece. Adoro casas de dois andares, gosto de escadas e de espaço amplo, e se a casa usada para as locações fica em um subúrbio (assim como a do primeiro filme) estadounidense, fico imaginando como seria uma casa no centro de San Diego!
Notas inúteis à parte, o clima tenso é instaurado na família quando de volta de um passeio eles encontram a casa toda revirada. Pensando se tratar de um assalto (embora nada desapareça da casa, exceto um cordão dado a Kristi por Katie), Daniel, que é um dos sócios do Burger King (que beleza! Ter whooper em casa todo dia, já pensou??) decide instalar (claro) um sistema de câmeras pela casa e fora dela, na tentativa de torná-la mais segura.



Diferente do primeiro, que já joga toda a real situação na cara do espectador, contando que Katie já é meio perturbada desde o começo, o segundo filme demora a nos mostrar que há algo de errado naquela casa (ou com os moradores dela), e é através das câmeras, sem que os personagens tomem ciência de tais fatos, é que nós, do lado de cá, começamos a perceber certos [VOZ DE PADRE QUEVEDO ON] fenômenos parapsicológicos [VOZ DE PADRE QUEVEDO OFF] que fazem com que a cadela Abby fique latindo para o nada ou que o bebê Hunter fique parado olhando estaticamente para o vazio em plena madrugada em seu berço.

Cachorros e bebês. Dois elementos que funcionam muito bem para nos deixar naquela aflição enquanto vemos o filme, e que faz aumentar o cagaço de que algo terrível possa acontecer.
De “fantasmas” que só parecem atrair caninos e bebês até então, a situação degringola e é Kristi que começa a ser vítima de certas “armações” zombeteiras, sendo inclusive arrastada escada abaixo pela mesma entidade que passa a se tornar mais presente dentro da casa.
Assustada, Ali começa a pesquisar na internet casos e fenômenos parecidos, e descobre que alguém na família pode ter feito algum pacto para se tornar rico e poderoso, e que esse demônio (ou entidade, como queiram) está ali para cobrar o favor. O sacrifício envolve o primeiro homem nascido na família desde o pacto (Corra, Hunter, corra!!) e não haverá sossego enquanto a dívida não for paga. 


Curiosamente, gostei mais do clima do segundo filme do que do primeiro, e os personagens me pareceram mais carismáticos também, embora a fita seja um pouco mais cansativa que a primeira, te deixando naquela tensão à espera de que algo voe na câmera ou apareça de fundo do cenário.
A sensação de desespero vendo o bebê andando sozinho pela casa com a irmã presa do lado de fora é indescritível. Quem tem criança em casa deve ter sentido um nó se formando na garganta vendo essa cena.

 
Atividade Paranormal 2 custou 3 milhões de doletas (um valor mais polpudo se compararmos com a produção anterior) e rendeu apenas nos primeiros 3 dias de lançamento mais de 41 milhões de Dólares só nos Estados Unidos.



Embora aqui eu tenha invertido a ordem para que o post fizesse mais sentido para você, caro padawan, eu assisti Atividade Paranormal 3 antes do 2, e fiz questão dessa vez de ver o filme no cinema.
Para começar, é importante salientar que os sustos são otimizados diante da tela grande, e aquela apreensão no escurinho da sala de projeção e a tensão visível em todos sentados à sua volta é muito bacana. Sem falar nos gritos ocasionais das meninas e nos pulos da poltrona dos marmanjos.
É hora de desvendarmos o que ocorreu na infância de Katie e Kristi, e pegando uma carona no túnel do tempo chegamos a 1988, onde o jovem casal Julie e Dennis divide uma casa com as filhas, que têm na história por volta de 8 e 5 anos respectivamente.


A família vive uma rotina aparentemente tranquila na espaçosa casa, até que a pequena Kristi começa a conversar com um amigo “imaginário” chamado Toby.
A partir do aparecimento desse “amigo oculto” coisas estranhas começam a acontecer na casa, desde terremotos a movimentação de mobília. Intrigado com um espectro que parece se revelar por alguns minutos quando uma poeira cai do teto durante o suposto terremoto, Dennis é convencido pelo amigo Randy a instalar câmeras pela casa, a fim de captar mais daqueles estranhos fenômenos, e é aí (repetindo o mantra do "quem procura acha") que mais estranhezas começam a acontecer, tirando a paz da até então pacata família.

Dessa vez, ao contrário dos outros dois filmes, é a esposa que não acredita que existe algo sobrenatural na casa, e demora até que Dennis consiga convencer Julie de que há algo errado com Kristi e seu amigo Toby. Os primeiros sinais ficam evidentes quando um símbolo ritualístico surge rabiscado dentro do armário das meninas, fazendo com que Dennis saia à procura de mais provas em livros sobre misticismo emprestados por seu amigo Randy, que chega a presenciar junto da menina Katie um dos fenômenos, na clássica cena da Bloody Mary em frente ao espelho.
Quando Dennis descobre que o símbolo riscado no armário pertencia a um ritual de bruxas que faziam lavagem cerebral em jovens, ele tenta alertar a esposa, mas Toby está cada vez mais incontrolável e começa a aprontar “diabruras” com as duas meninas, bem como com o próprio casal. Atormentados pelos fenômenos sobrenaturais, eles decidem fugir para a casa da mãe de Julie, o que se mostra ser, mais tarde, a pior ideia que eles podiam ter na vida.


Pensando mais friamente no filme pouco depois, vemos que o roteiro apresenta certos furos que obviamente não foram pensados previamente. Assim como há relações claras entre os três filmes, fazendo-nos entender melhor o enredo e o porquê de certas coisas acontecerem, há também grandes falhas, como Micah no primeiro filme ter mencionado a mãe de Katie como se ela ainda estivesse viva.
Outro ponto que me incomodou foi a forma como Katie e Kristi parecem não se lembrar de tudo que lhes aconteceu na infância nos primeiros filmes, salvo a presença sobrenatural do tal Toby.
Fica bem claro, no entanto, que a vó das meninas é a causadora de toda a maldição que assola a família, e que ela provavelmente é o elo que Ali encontra no segundo filme ao pesquisar na internet. 


O que não fica muito bem explicado é que tipo de poderes ela tem, qual o seu controle sobre Toby e o que ela faz com as meninas depois do ato final do terceiro filme.
Concordo que ainda há alguns fatos que precisam ser melhor explicados, mas sinto que um quarto filme e posteriores sequencias venham a desgastar a ideia da franquia, fazendo com que ela perca seu valor como assim aconteceu com Jogos Mortais e as séries Sexta Feira 13 e A Hora do Pesadelo, antes dele. Acho que mais um filme com estilo câmera amadora, filmando cômodos e fazendo o espectador esperar por mais horas de susto gratuito não fará bem à série, e um quinto ou sexto filme deve enterrar de vez a franquia, cansando o público.


A série conseguiu me cativar como poucas conseguiram nos últimos anos (REC talvez tenha chegado perto), e embora os filmes não sejam exatamente um primor de criatividade, nem tampouco obras primas do cinema moderno, fica claro que o que mais atrai é o assunto que neles é tratado. Por mais cético que você seja, deve haver lá dentro em seu íntimo, mesmo que bem escondido, uma curiosidade para saber o que há do outro lado, além da vida.
O que acontece depois da morte? Será que alguns espíritos obsessores têm mesma essa capacidade de interferirem em nossas vidas? Será que existem mesmo demônios que fazem favores para as pessoas e que depois vem cobrá-las, pedindo sacrifícios em troca, possuindo pessoas e fazendo-as perderem o controle de seus corpos?
Caso as respostas sejam positivas, a quem devemos recorrer? Padre Quevedo? Sam e Dean Winchester? Os Caça-Fantasmas? Buffy? Mulder e Scully?
Não sei responder. Só sei que a verdade está lá fora, e que ela não deve ser nada bonita de se ver.

O terceiro filme da franquia fechou o primeiro domingo de exibição nos Estados Unidos com a maior bilheteria de estreia da história do cinema de horror, com US$ 54 milhões, e isso decididamente encerra a questão se haverá ou não uma sequência. Os números dizem por si só.

PS.: Rod Rodman não acredita em bruxas e nem em espíritos obsessores, mas que eles existem, existem.

Post dedicado a Mariane Marques

ATUALIZAÇÃO

E agora é oficial. A continuação de Atividade Paranormal estreia no Brasil dia 19 de Outubro, e o trailer da produção é de arrepiar os cabelos do sovaco

A sinopse de Atividade Paranormal 4 diz o clima que o filme deve ter:

Cinco anos após Katie (Kathie Featherston) matar a irmã Kristi (Sprague Grayden) e o cunhado Daniel (Brian Boland) e levar consigo o sobrinho Hunter, eles vivem juntos em um pacato subúrbio. Na casa ao lado vive a adolescente Alice, que acompanha os passos do garoto sem que ele perceba, ao menos aparentemente. Até que estranhos eventos acontecem em sua casa, colocando-a em perigo. 

 Espero realmente que a franquia não descambe para o mais do mesmo e que traga novos elementos pro público, além de explicar melhor tudo aquilo que ficou meio nublado na trilogia anterior.

Estarei lá, e em breve farei a resenha para o Blog do Rodman!


NAMASTE!

15 de novembro de 2011

Top 10 - Clipes mais Criativos


Desde que Michael Jackson revolucionou o mundo do audiovisual e transformou os videoclipes em super-produções com seu Thriller, cada vez mais artistas têm mostrado todo seu talento inventivo nos clipes de suas músicas, fazendo-nos pensar, nos emocionar e porque não dizê-lo pirar!
O Top 10 Clipes mais criativos faz uma pequena mostra do que artistas e designers aliados a diretores de arte são capazes de fazer para contar uma história em até 5 minutos, e como a música pode servir apenas como pano de fundo para esse espetáculo visual!


O Nickelback tem em seu repertório várias músicas melosas com um alto poder de nos deixar na fossa, pensando naquela ex que nos deu um pé ou naquele amor impossível. O que ninguém duvida, no entanto, é na capacidade que os caras têm em mostrar histórias pra lá de criativas em seus videoclipes.
O vídeo da música Savin’ Me começa com um homem vagando perto de uma esquina que consegue evitar que um rapaz distraído com seu celular seja atropelado. Após ser salvo pelo estranho que vai embora sem dar-lhe maiores explicações, o jovem começa a ver temporizadores sobre a cabeça das pessoas, como numa contagem regressiva de quanto tempo elas ainda têm de vida, e fica assombrado com aquele seu novo dom.
Totalmente surreal!


“Os portões do Paraíso não abrirão para mim
Com essas asas quebradas estou caindo
E tudo que eu vejo é você
Esses muros da cidade não tem nenhum amor por mim
Estou na beira da 18º história
E, oh, eu grito por você
Venha, por favor, estou chamando
E tudo que eu preciso é você
Apresse-se, estou caindo”



Gente bizarra em clipe de rock é o que não falta se prestarmos bem a atenção, e é partindo dessa premissa que Steven Tyler e seus companheiros se fundem em corpos de gente tatuada, “piercinzada”, bebês, mães gostosas e lutadores de sumô. Em Pink, música do excelente álbum Nine Lives, o Aerosmith tira de letra a piada com alter-egos, e produz um clipe memorável e pra lá de divertido.
No vídeo da música é usado CGI para a montagem dos personagens e há uma variedade de caracteres aleatórios misturados com membros da banda que posam para a câmera, transformando-se em personagens diferentes no processo.
Há duas versões do vídeo da música, uma versão mais adulta que mostra até peitinhos femininos e outra mais família que corta as cenas mais “picantes”.


“Rosa foi amor à primeira vista
Rosa quando eu desligo as luzes
Rosa é como vermelho mas nem tanto
Eu acho que tudo vai ficar bem
Não importa o que a gente faça esta noite”


Dirigido por Tony Kaye ( diretor do excelente A outra História Americana), o clipe de Dani California mostra Anthony Kiedis e seus comparsas imitando diversas bandas clássicas do cenário rock com muito talento, enchendo a tela com micagens e caretas dignas de um filme do Jim Carrey.
A sátira às grandes bandas e "eras" do rock é na verdade uma grande homenagem a Elvis Presley, Beatles, Sex Pistols, Misfits, "hair metal" e Nirvana, e não tem como não curtir o ótimo som de Dani California, um dos últimos trabalhos realmente esforçados da banda que ainda contava com John Frusciante nas guitarras.


“Nascida no estado do Mississipi
Papai era um tira e mamãe uma hippie
Em Alabama, ela balançaria um martelo
O preço que você tem que pagar quando destrói o panorama
Ela nunca soube que havia algo além da pobreza
Pelo quê no mundo sua companhia me toma?”



O Jamiroquai é uma banda britânica liderada pelo cantor Jay Kay.
O vídeo de Virtual Insanity consiste principalmente do vocalista, dançando a música em um quarto branco brilhante com um piso cinza. Ao longo do vídeo, há várias combinações de sofás e poltronas, que são a única mobília da sala. O vídeo ganhou reconhecimento da crítica por seus efeitos especiais: o chão parece mover-se enquanto o resto da sala permanece parado. Em alguns pontos a câmera gira para cima ou para baixo para mostrar o piso ou teto por alguns segundos, e quando ele retorna à posição central, o cenário mudou completamente.
Esse sensacional clipe que é embalado pela animada letra de Virtual Insanity é dirigido por Jonathan Glazer, e ganhou no MTV Musical Awards em 1997 quatro prêmios, incluindo vídeo mais experimental e Melhor Vídeo do Ano.



“Futuros feitos de insanidade virtual agora
Sempre parece ser
Governado por esse amor que temos
Para inútil, a torção da nova tecnologia
Oh, agora não há som
Porque nós todos vivemos debaixo do chão.”


À princípio o clipe da música Open your Eyes parece que não vai chegar a lugar algum (literalmente), mas conforme vamos passeando pelas ruas de Paris tal qual um Need for Speed, passando por sinais, pássaros, pessoas, entrando em ruas desertas e escuras, descobrimos que o vídeo todo foi filmado em um único take, obviamente sem cortes ou inserção de cenas.
O vídeo na verdade são os minutos finais de um curta metragem francês de 1976 chamado "C'était un Rendez-vous", idealizado e dirigido pelo cineasta francês Claude Lelouch. Uma câmera fixada na frente de um carro nos leva a um passeio ao amanhecer pelas ruas de Paris, e não dá pra dizer que o passeio é deveras aprazível.
No clipe, enquanto o cantor do Snow Patrol Gary Lightbody insiste em seu refrão "Tell me that you'll open your eyes" acabamos conhecendo pontos turísticos da Cidade Luz, e o passeio acelera quando a música alcança seu ápice.
Mas porque será que o motorista está com tanta pressa?
Desvende comigo:


“Levante, vá embora, saia de perto desses mentirosos
Porque eles não entendem sua alma ou seu fogo
pegue minha mão, entrelace seus dedos entre os meus
E nós sairemos deste quarto escuro pela última vez”


Produzido em stop motion (técnica que utiliza a disposição sequencial de fotografias diferentes de um mesmo objeto inanimado para simular o seu movimento) pelo grupo Shynola, o vídeo de Strawberry Swing mostra o vocalista do Coldplay Chris Martin no chão interagindo com desenhos animados feitos a giz. O clipe começa com Martin acordando em sua casa. Uma vez que ele vê que uma moça está sendo mantida refém por um esquilo gigante, se transforma em um super-herói e tenta salvá-la. Ao longo do caminho, Martin enfrenta ataques do esquilo, de um peixe gigante no oceano além de outros perigos saídos diretamente da mente criativa dos diretores.
O que será que esse caras fumam antes de ter essas ideias??


“Fria, água fria traga-me para si
Agora meus pés não vão tocar o chão
Fria, água fria, o que você disse?
Quando é tão... É um dia tão perfeito
Um dia tão perfeito....”


O vídeo da música Coffee & TV dirigido por Hammer & Tongs é sem sombra nenhuma de dúvidas um dos mais divertidos dessa lista.
Protagonizado quase que exclusivamente por uma carismática caixinha de leite (criada por Jim Henson o "pai" dos desenhos animados americanos Muppets Babies) o vídeo mostra a jornada do personagem pela cidade em busca do guitarrista do Blur Graham Coxon, que aparentemente fugiu de casa. Caixas de leite são usadas ​​às vezes (especialmente nos EUA) para ajudar a procurar pessoas desaparecidas, e a família fictícia de Coxon teve essa ideia de pôr seu rosto em um apelo impresso em caixas de papelão.
Eu adorei esse clipe a primeira vez que o vi, e fiquei impressionado com a criatividade que alguns diretores têm para desenvolver certas ideias que, a meu ver, me parecem por vezes estapafúrdias.


“Então me dê café e TV, tranquilamente
Eu vi demais, estou ficando cego
E meu cérebro está virtualmente morto
A sociabilidade é bastante difícil pra mim
Me leve desse mundo grande e mal
E aceite casar comigo
E aí poderemos começar tudo de novo”


Criado pelo estúdio inglês Shynola (o mesmo do clipe de Strawberry Swing) o clipe de Go with the flow é um vídeo agressivo, intenso e que segundo o próprio vocalista da banda Josh Homme, simula uma "jogada de cabeça contra a parede".
A inspiração visual veio de imagens dos quadrinhos de Frank Miller (Sin City, 300...) e da capa do álbum que contém a música do vídeo, Songs for the Deaf (Canções para os Surdos) de 2002.
Para as filmagens do vídeo, a banda teve que tingir o cabelo e pintar a pele de preto, tornando a fase de rotoscopia (técnica que usa como referência a filmagem de um modelo vivo, aproveitando-se então cada frame filmado para desenhar o movimento do que se deseja animar) mais fácil para os artistas gráficos. Os cenários e movimentos no carro (uma pick up dos anos 60 toda pintada de preto) foram finalizados em 3D digital com a utilização do software Maya.
O resultado?
Um dos videoclipes mais empolgantes e provocativos dos últimos anos!


“Ela disse "eu me jogarei fora "
"Afinal, são apenas fotografias"
Eu não consigo fazer você ficar por perto
Eu não consigo tirar você da minha pele
Do lado de fora da moldura é o que estamos excluindo
Você não lembrará de qualquer maneira”


Steven “Steve” Barron já havia dirigido Billie Jean de Michael Jackson quando idealizou Take on Me um dos clipes mais sensacionais de todos os tempos.
O vídeo de Take on me tornou-se um clássico em 1985 ao unir imagens em preto e branco com imagens reais, e a animação feita a lápis também utilizou o processo de rotoscopia. O vídeo tocou exaustivamente na MTV e deu ao A-HA (banda norueguesa) um momento de glória no concorrido mercado norte americano.
O clipe narra uma romântica e fantasiosa história de amor entre duas personagens, a garota, interpretada pela atriz Bunty Bailey e Morten Harket (o vocalista da banda) que nada mais é do que um personagem de história em quadrinhos.
Eu como fã de HQ e de desenhos artisticos, não consigo deixar de admirar a criatividade desse clipe e de me impressionar com o processo detalhado de rotoscopia que transforma pessoas reais em desenhos animados.
Take on me é um deleite visual, e isso na década de 80, onde a tecnologia estava longe de ser avançada!


"Estamos conversando à toaEu não sei o que dizerDirei de qualquer maneiraHoje é outro dia para encontrar vocêSe AfastandoEstarei vindo pelo seu amor, ok?"


Imitation of life, é em minha opinião, e na de muitos críticos mundo afora, um dos mais ousados videoclipes da história.
Mike Stipe (o vocalista do REM) e Garth Jennings provavelmente estavam inspiradíssimos no dia que decidiram criar esse vídeo, e todas as impressões acerca dessa obra de arte só podem ser comprovadas após a visualização da mesma.
A história do clipe é contada de trás pra frente e é impressionante notar como cada cena, num emaranhado delas, se encaixam perfeitamente uma na outra sem falhas.
Primeiro vemos detalhes de uma cena maior que se desenrola sem pausas, depois, num ângulo mais fechado, conferimos que cada um dos fragmentos fazem parte de um todo muito mais complexo.
Coisa de gênio.
Imitation of life é o mais criativo entre todos os melhores videoclipes da história, sem falar em sua ousadia.

Nota 10!


“Como um tímido num tanque congelante
Como peixe dourado numa tigela
Eu não quero ouvir você chorar”

Fontes:
http://www.midiativasantos.com



NAMASTE!

6 de novembro de 2011

Galeria do Rodman #5

Quando eu era criança pequena lá em Barbacena, um dos meus passatempos favoritos era pegar meus gibis (velhos companheiros) e sair desenhando tudo quanto era herói “posudo”, gastando folhas e mais folhas de papel, tanto que acabei me especializando nisso. Eu enchia fácil vários cadernos de desenho com meus rabiscos, deixando-os a princípio apenas no grafite, com hachuras e sem nenhum acabamento posterior.
Mais tarde comecei a arte-finalizar meus rabiscos com caneta esferográfica (A boa e velha BIC) e depois pintá-los com lápis de cor seco, e foi então que a produção começou a cair, porque esse tipo de desenho levava mais tempo para ser feito, questão de dias e às vezes, dependendo da vontade, semanas. É aquela coisa, né! Leva-se tempo até chegar-se à perfeição... E estou correndo atrás dela até hoje! Hehehehe!
Na faculdade de Design Gráfico aprendi alguns métodos de desenho que não conhecia antes, além de ser apresentado a materiais que nunca antes haviam chegado à minha mão como o lápis conté, o bico de pena, o crayon (que eu achava que era Giz de Cera por causa do desenho dos Simpsons) e principalmente o nanquim. Eu sempre gostei daquelas artes em preto e branco finalizadas com nanquim, e embora preferisse meus desenhos ao natural, sem contornos (como já mencionei aqui) aprendi a gostar de arte-finalizar com a tinta preta, não parando mais de lá pra cá.
Fuçando na Internet, certa vez, me deparei com esse belíssimo desenho do brazuca Ed Benes, que costuma desenhar as nossas heroínas preferidas sempre em poses, digamos, sensuais:

Desde os tempos em que o Frank Miller ainda não estava senil e que escrevia as histórias do Demolidor, eu já era ligadão na Elektra e aquele seu visual ninja-gostosa, e com o passar do tempo, os artistas só aumentaram esse sexy-appeal na personagem.

De cara decidi que queria copiar o traço de Benes em sua Elektra, e na falta do que colocar no cenário, resolvi colocar seu peguete casual, o Demolidor como plano de fundo.

Esse Demolidor, rascunhado pelo próprio Joe Quesada (oooooo produtor) não é o foco, mas eu gosto desse contraste de vermelhos e pretos dos dois personagens, o que a meu ver fez com que o resultado final ficasse satisfatório.

Nesse desenho usei lápis HB e 2B para o rascunho. Como sempre faço, fortaleci o traço e apliquei aqueles detalhes mais chatinhos de fazer como contorno dos olhos, ponta da sai (a adaga, como costumam chamar) e as faixas em torno do braço da Elektra com grafite 0.5. Fiz a pintura com lápis de cor seco e giz de cera vermelho (lembra aquele problema com o vermelho nas caixas de cor da Faber Castell??), e todos as hachuras e sombras apliquei com nanquim no bico de pena.

Ao digitalizar a imagem deu aquela tentação de reformar tudo com pintura digital, uma vez que a pintura à lápis não fica muito agradável aos olhos em RGB, mas decidi fazer apenas alguns retoques no fundo à nanquim, já que na tela as marcas e manchas ficam muito mais visíveis e dei apenas algumas pinceladas nos efeitos de brilho e detalhamentos. Também reduzi um pouco da “sujeira” do nanquim sobre a parte mais clara do desenho (a pele), e o resto eu deixei como estava, até para valorizar mais a arte original.


O resultado?

Ah, sei lá!

Ficou “menos pior” do que estava antes.
Vale a homenagem (no bom sentido) à Ed Benes, grande artista brasileiro que há algum tempo já vem trabalhando para o mercado internacional em revistas como Liga da Justiça e Birds of Prey (pré-Reboot) e ao sacana do Joe Quesada, que apesar de ser um gordo safado (como bem já citei aqui) é um desenhista de mão cheia... Quando quer.

NAMASTE!

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