15 de novembro de 2011

Top 10 - Clipes mais Criativos


Desde que Michael Jackson revolucionou o mundo do audiovisual e transformou os videoclipes em super-produções com seu Thriller, cada vez mais artistas têm mostrado todo seu talento inventivo nos clipes de suas músicas, fazendo-nos pensar, nos emocionar e porque não dizê-lo pirar!
O Top 10 Clipes mais criativos faz uma pequena mostra do que artistas e designers aliados a diretores de arte são capazes de fazer para contar uma história em até 5 minutos, e como a música pode servir apenas como pano de fundo para esse espetáculo visual!


O Nickelback tem em seu repertório várias músicas melosas com um alto poder de nos deixar na fossa, pensando naquela ex que nos deu um pé ou naquele amor impossível. O que ninguém duvida, no entanto, é na capacidade que os caras têm em mostrar histórias pra lá de criativas em seus videoclipes.
O vídeo da música Savin’ Me começa com um homem vagando perto de uma esquina que consegue evitar que um rapaz distraído com seu celular seja atropelado. Após ser salvo pelo estranho que vai embora sem dar-lhe maiores explicações, o jovem começa a ver temporizadores sobre a cabeça das pessoas, como numa contagem regressiva de quanto tempo elas ainda têm de vida, e fica assombrado com aquele seu novo dom.
Totalmente surreal!


“Os portões do Paraíso não abrirão para mim
Com essas asas quebradas estou caindo
E tudo que eu vejo é você
Esses muros da cidade não tem nenhum amor por mim
Estou na beira da 18º história
E, oh, eu grito por você
Venha, por favor, estou chamando
E tudo que eu preciso é você
Apresse-se, estou caindo”



Gente bizarra em clipe de rock é o que não falta se prestarmos bem a atenção, e é partindo dessa premissa que Steven Tyler e seus companheiros se fundem em corpos de gente tatuada, “piercinzada”, bebês, mães gostosas e lutadores de sumô. Em Pink, música do excelente álbum Nine Lives, o Aerosmith tira de letra a piada com alter-egos, e produz um clipe memorável e pra lá de divertido.
No vídeo da música é usado CGI para a montagem dos personagens e há uma variedade de caracteres aleatórios misturados com membros da banda que posam para a câmera, transformando-se em personagens diferentes no processo.
Há duas versões do vídeo da música, uma versão mais adulta que mostra até peitinhos femininos e outra mais família que corta as cenas mais “picantes”.


“Rosa foi amor à primeira vista
Rosa quando eu desligo as luzes
Rosa é como vermelho mas nem tanto
Eu acho que tudo vai ficar bem
Não importa o que a gente faça esta noite”


Dirigido por Tony Kaye ( diretor do excelente A outra História Americana), o clipe de Dani California mostra Anthony Kiedis e seus comparsas imitando diversas bandas clássicas do cenário rock com muito talento, enchendo a tela com micagens e caretas dignas de um filme do Jim Carrey.
A sátira às grandes bandas e "eras" do rock é na verdade uma grande homenagem a Elvis Presley, Beatles, Sex Pistols, Misfits, "hair metal" e Nirvana, e não tem como não curtir o ótimo som de Dani California, um dos últimos trabalhos realmente esforçados da banda que ainda contava com John Frusciante nas guitarras.


“Nascida no estado do Mississipi
Papai era um tira e mamãe uma hippie
Em Alabama, ela balançaria um martelo
O preço que você tem que pagar quando destrói o panorama
Ela nunca soube que havia algo além da pobreza
Pelo quê no mundo sua companhia me toma?”



O Jamiroquai é uma banda britânica liderada pelo cantor Jay Kay.
O vídeo de Virtual Insanity consiste principalmente do vocalista, dançando a música em um quarto branco brilhante com um piso cinza. Ao longo do vídeo, há várias combinações de sofás e poltronas, que são a única mobília da sala. O vídeo ganhou reconhecimento da crítica por seus efeitos especiais: o chão parece mover-se enquanto o resto da sala permanece parado. Em alguns pontos a câmera gira para cima ou para baixo para mostrar o piso ou teto por alguns segundos, e quando ele retorna à posição central, o cenário mudou completamente.
Esse sensacional clipe que é embalado pela animada letra de Virtual Insanity é dirigido por Jonathan Glazer, e ganhou no MTV Musical Awards em 1997 quatro prêmios, incluindo vídeo mais experimental e Melhor Vídeo do Ano.



“Futuros feitos de insanidade virtual agora
Sempre parece ser
Governado por esse amor que temos
Para inútil, a torção da nova tecnologia
Oh, agora não há som
Porque nós todos vivemos debaixo do chão.”


À princípio o clipe da música Open your Eyes parece que não vai chegar a lugar algum (literalmente), mas conforme vamos passeando pelas ruas de Paris tal qual um Need for Speed, passando por sinais, pássaros, pessoas, entrando em ruas desertas e escuras, descobrimos que o vídeo todo foi filmado em um único take, obviamente sem cortes ou inserção de cenas.
O vídeo na verdade são os minutos finais de um curta metragem francês de 1976 chamado "C'était un Rendez-vous", idealizado e dirigido pelo cineasta francês Claude Lelouch. Uma câmera fixada na frente de um carro nos leva a um passeio ao amanhecer pelas ruas de Paris, e não dá pra dizer que o passeio é deveras aprazível.
No clipe, enquanto o cantor do Snow Patrol Gary Lightbody insiste em seu refrão "Tell me that you'll open your eyes" acabamos conhecendo pontos turísticos da Cidade Luz, e o passeio acelera quando a música alcança seu ápice.
Mas porque será que o motorista está com tanta pressa?
Desvende comigo:


“Levante, vá embora, saia de perto desses mentirosos
Porque eles não entendem sua alma ou seu fogo
pegue minha mão, entrelace seus dedos entre os meus
E nós sairemos deste quarto escuro pela última vez”


Produzido em stop motion (técnica que utiliza a disposição sequencial de fotografias diferentes de um mesmo objeto inanimado para simular o seu movimento) pelo grupo Shynola, o vídeo de Strawberry Swing mostra o vocalista do Coldplay Chris Martin no chão interagindo com desenhos animados feitos a giz. O clipe começa com Martin acordando em sua casa. Uma vez que ele vê que uma moça está sendo mantida refém por um esquilo gigante, se transforma em um super-herói e tenta salvá-la. Ao longo do caminho, Martin enfrenta ataques do esquilo, de um peixe gigante no oceano além de outros perigos saídos diretamente da mente criativa dos diretores.
O que será que esse caras fumam antes de ter essas ideias??


“Fria, água fria traga-me para si
Agora meus pés não vão tocar o chão
Fria, água fria, o que você disse?
Quando é tão... É um dia tão perfeito
Um dia tão perfeito....”


O vídeo da música Coffee & TV dirigido por Hammer & Tongs é sem sombra nenhuma de dúvidas um dos mais divertidos dessa lista.
Protagonizado quase que exclusivamente por uma carismática caixinha de leite (criada por Jim Henson o "pai" dos desenhos animados americanos Muppets Babies) o vídeo mostra a jornada do personagem pela cidade em busca do guitarrista do Blur Graham Coxon, que aparentemente fugiu de casa. Caixas de leite são usadas ​​às vezes (especialmente nos EUA) para ajudar a procurar pessoas desaparecidas, e a família fictícia de Coxon teve essa ideia de pôr seu rosto em um apelo impresso em caixas de papelão.
Eu adorei esse clipe a primeira vez que o vi, e fiquei impressionado com a criatividade que alguns diretores têm para desenvolver certas ideias que, a meu ver, me parecem por vezes estapafúrdias.


“Então me dê café e TV, tranquilamente
Eu vi demais, estou ficando cego
E meu cérebro está virtualmente morto
A sociabilidade é bastante difícil pra mim
Me leve desse mundo grande e mal
E aceite casar comigo
E aí poderemos começar tudo de novo”


Criado pelo estúdio inglês Shynola (o mesmo do clipe de Strawberry Swing) o clipe de Go with the flow é um vídeo agressivo, intenso e que segundo o próprio vocalista da banda Josh Homme, simula uma "jogada de cabeça contra a parede".
A inspiração visual veio de imagens dos quadrinhos de Frank Miller (Sin City, 300...) e da capa do álbum que contém a música do vídeo, Songs for the Deaf (Canções para os Surdos) de 2002.
Para as filmagens do vídeo, a banda teve que tingir o cabelo e pintar a pele de preto, tornando a fase de rotoscopia (técnica que usa como referência a filmagem de um modelo vivo, aproveitando-se então cada frame filmado para desenhar o movimento do que se deseja animar) mais fácil para os artistas gráficos. Os cenários e movimentos no carro (uma pick up dos anos 60 toda pintada de preto) foram finalizados em 3D digital com a utilização do software Maya.
O resultado?
Um dos videoclipes mais empolgantes e provocativos dos últimos anos!


“Ela disse "eu me jogarei fora "
"Afinal, são apenas fotografias"
Eu não consigo fazer você ficar por perto
Eu não consigo tirar você da minha pele
Do lado de fora da moldura é o que estamos excluindo
Você não lembrará de qualquer maneira”


Steven “Steve” Barron já havia dirigido Billie Jean de Michael Jackson quando idealizou Take on Me um dos clipes mais sensacionais de todos os tempos.
O vídeo de Take on me tornou-se um clássico em 1985 ao unir imagens em preto e branco com imagens reais, e a animação feita a lápis também utilizou o processo de rotoscopia. O vídeo tocou exaustivamente na MTV e deu ao A-HA (banda norueguesa) um momento de glória no concorrido mercado norte americano.
O clipe narra uma romântica e fantasiosa história de amor entre duas personagens, a garota, interpretada pela atriz Bunty Bailey e Morten Harket (o vocalista da banda) que nada mais é do que um personagem de história em quadrinhos.
Eu como fã de HQ e de desenhos artisticos, não consigo deixar de admirar a criatividade desse clipe e de me impressionar com o processo detalhado de rotoscopia que transforma pessoas reais em desenhos animados.
Take on me é um deleite visual, e isso na década de 80, onde a tecnologia estava longe de ser avançada!


"Estamos conversando à toaEu não sei o que dizerDirei de qualquer maneiraHoje é outro dia para encontrar vocêSe AfastandoEstarei vindo pelo seu amor, ok?"


Imitation of life, é em minha opinião, e na de muitos críticos mundo afora, um dos mais ousados videoclipes da história.
Mike Stipe (o vocalista do REM) e Garth Jennings provavelmente estavam inspiradíssimos no dia que decidiram criar esse vídeo, e todas as impressões acerca dessa obra de arte só podem ser comprovadas após a visualização da mesma.
A história do clipe é contada de trás pra frente e é impressionante notar como cada cena, num emaranhado delas, se encaixam perfeitamente uma na outra sem falhas.
Primeiro vemos detalhes de uma cena maior que se desenrola sem pausas, depois, num ângulo mais fechado, conferimos que cada um dos fragmentos fazem parte de um todo muito mais complexo.
Coisa de gênio.
Imitation of life é o mais criativo entre todos os melhores videoclipes da história, sem falar em sua ousadia.

Nota 10!


“Como um tímido num tanque congelante
Como peixe dourado numa tigela
Eu não quero ouvir você chorar”

Fontes:
http://www.midiativasantos.com



NAMASTE!

6 de novembro de 2011

Galeria do Rodman #5

Quando eu era criança pequena lá em Barbacena, um dos meus passatempos favoritos era pegar meus gibis (velhos companheiros) e sair desenhando tudo quanto era herói “posudo”, gastando folhas e mais folhas de papel, tanto que acabei me especializando nisso. Eu enchia fácil vários cadernos de desenho com meus rabiscos, deixando-os a princípio apenas no grafite, com hachuras e sem nenhum acabamento posterior.
Mais tarde comecei a arte-finalizar meus rabiscos com caneta esferográfica (A boa e velha BIC) e depois pintá-los com lápis de cor seco, e foi então que a produção começou a cair, porque esse tipo de desenho levava mais tempo para ser feito, questão de dias e às vezes, dependendo da vontade, semanas. É aquela coisa, né! Leva-se tempo até chegar-se à perfeição... E estou correndo atrás dela até hoje! Hehehehe!
Na faculdade de Design Gráfico aprendi alguns métodos de desenho que não conhecia antes, além de ser apresentado a materiais que nunca antes haviam chegado à minha mão como o lápis conté, o bico de pena, o crayon (que eu achava que era Giz de Cera por causa do desenho dos Simpsons) e principalmente o nanquim. Eu sempre gostei daquelas artes em preto e branco finalizadas com nanquim, e embora preferisse meus desenhos ao natural, sem contornos (como já mencionei aqui) aprendi a gostar de arte-finalizar com a tinta preta, não parando mais de lá pra cá.
Fuçando na Internet, certa vez, me deparei com esse belíssimo desenho do brazuca Ed Benes, que costuma desenhar as nossas heroínas preferidas sempre em poses, digamos, sensuais:

Desde os tempos em que o Frank Miller ainda não estava senil e que escrevia as histórias do Demolidor, eu já era ligadão na Elektra e aquele seu visual ninja-gostosa, e com o passar do tempo, os artistas só aumentaram esse sexy-appeal na personagem.

De cara decidi que queria copiar o traço de Benes em sua Elektra, e na falta do que colocar no cenário, resolvi colocar seu peguete casual, o Demolidor como plano de fundo.

Esse Demolidor, rascunhado pelo próprio Joe Quesada (oooooo produtor) não é o foco, mas eu gosto desse contraste de vermelhos e pretos dos dois personagens, o que a meu ver fez com que o resultado final ficasse satisfatório.

Nesse desenho usei lápis HB e 2B para o rascunho. Como sempre faço, fortaleci o traço e apliquei aqueles detalhes mais chatinhos de fazer como contorno dos olhos, ponta da sai (a adaga, como costumam chamar) e as faixas em torno do braço da Elektra com grafite 0.5. Fiz a pintura com lápis de cor seco e giz de cera vermelho (lembra aquele problema com o vermelho nas caixas de cor da Faber Castell??), e todos as hachuras e sombras apliquei com nanquim no bico de pena.

Ao digitalizar a imagem deu aquela tentação de reformar tudo com pintura digital, uma vez que a pintura à lápis não fica muito agradável aos olhos em RGB, mas decidi fazer apenas alguns retoques no fundo à nanquim, já que na tela as marcas e manchas ficam muito mais visíveis e dei apenas algumas pinceladas nos efeitos de brilho e detalhamentos. Também reduzi um pouco da “sujeira” do nanquim sobre a parte mais clara do desenho (a pele), e o resto eu deixei como estava, até para valorizar mais a arte original.


O resultado?

Ah, sei lá!

Ficou “menos pior” do que estava antes.
Vale a homenagem (no bom sentido) à Ed Benes, grande artista brasileiro que há algum tempo já vem trabalhando para o mercado internacional em revistas como Liga da Justiça e Birds of Prey (pré-Reboot) e ao sacana do Joe Quesada, que apesar de ser um gordo safado (como bem já citei aqui) é um desenhista de mão cheia... Quando quer.

NAMASTE!

26 de outubro de 2011

10 Coincidências entre Batman e Capitão América


Nada se cria, tudo se copia”, já dizia o Velho Guerreiro Chacrinha, e essa máxima nunca foi tão aproveitada quanto nos quadrinhos, local fértil para as já costumeiras “homenagens”, “coincidências” e plágios descarados de ideias alheias.


O fato é que, nos dias atuais é difícil se criar algo 100% original, uma vez que anos e anos de histórias publicadas meio que já esgotaram as possibilidades de se criar algo inteiramente novo e “nunca visto na história desse país”, mas isso, claro, não justifica a cópia sem vergonha da ideia de terceiros.

Esse Top 10, no entanto, não foi criado com o intuito de fomentar picuinhas entre Marvel e DC (e seus respectivos fanboys), nem tampouco questionar a idoneidade dos autores e artistas envolvidos em cada história. A ideia é apresentar de forma divertida certas familiaridades que há certo tempo ocorrem entre as aventuras de dois dos maiores personagens de cada editora: Batman e Capitão América.

Acompanhem e digam se é ou não é muita coincidência?


10 - Sidekicks - Robin e Bucky

O Homem Morcego foi criado em 1939 por Bob Kane para ser um herói solitário com características detetivescas e policiais. Um ano depois um código criado para regulamentar o que era publicado em matéria de quadrinhos estabeleceu que as histórias do Batman eram demasiadamente violentas (na época o Batman não tinha tanto escrúpulos e matava geral, além de pegar em armas), e impuseram um controle a essas histórias, fazendo com que Bob Kane e Bill Finger tivessem que criar o Robin, um dos primeiros e mais notórios sidekicks das HQs, para amenizar o clima das edições. Com a presença do Menino Prodígio, obviamente as aventuras do Batman ganharam um tom mais colorido e menos sombrio, fazendo o herói andar pra cima e pra baixo com um menino órfão vestido de sunguinha verde, o jovem Dick Grayson.

Da mesma forma aconteceu com o Capitão América, que foi criado em 1940 por Joe Simon e Jack Kirby para representar o sonho americano, e que um ano depois ganhou um parceiro mirim (criado pela mesma dupla) para acompanhá-lo pelos campos de batalha da 2ª Guerra Mundial, o Bucky.

Sim, porque levar um garoto para o meio da guerra é algo totalmente crível e verossímil!

Para começar, as semelhanças físicas dos dois sidekicks é visível.

Roupas coloridas? Confere.

Máscaras que cobrem só os olhos e que não servem em nada para esconder sua identidade secreta? Confere.

Cabelos à mostra e penteados de lado assim como a mamãe mandou? Confere.

Muito menores e mais ágeis que seus parceiros? Confere.

Além das características semelhantes, ambos foram criados com o intuito de fazer com que as crianças da época se identificassem com eles e que, com isso, gostassem mais das histórias dos protagonistas da revista por essa identificação. Talvez naquela época dessem alguma importância para os parceiros mirins, porque já no meu tempo de criança, se eu comprava uma HQ do Batman, eu não estava muito interessado no Robin!

Fazendo uma comparação entre a importância dos dois personagens secundários para seus parceiros, vemos que o Robin sempre foi usado pelo Batman como o chamariz para os tiros (vamos ser sinceros! O moleque usa uma roupa com cores berrantes!), enquanto o Morcego se mantém na retaguarda para nocautear os bandidos pelas sombras. Pare e pense um segundo em quanto Bruce Wayne é um sacana!

Ele leva um garoto (habilidoso sim, não duvidamos) para o meio de uma briga e o veste de verde, vermelho e amarelo! Pra que mais serve o Robin se não chamar as atenções e os tiros todos para si?

No caso do Bucky, ele é o cara que serve para abrir o caminho do Capitão América na base do tiro, fazendo todo o trabalho sujo que o Sentinela da Liberdade não pode (ou não quer) fazer. Depois que o jovem James Buchanan invade um território matando e trucidando a leva mais pesada de soldados, o heroico e triunfante Steve Rogers surge nocauteando aqueles que sobraram, e levando toda a glória.

Caramba! Acho que nunca mais verei Batman e Capitão América pela mesma perspectiva! Mas que tremendos filhos da puta aproveitadores de menores de idade!


9 - Parceiros mortos de forma trágica.

Embora em épocas muito diferentes, Batman e Capitão América sofreram pela perda de seus parceiros em situações trágicas, e isso criou um sentimento de culpa em ambos, fazendo com que esse fato os amargurasse para o resto de suas vidas, criando histórias memoráveis com esse tema.


O Bucky foi dado como morto no mesmo acidente que lançou o Capitão América no Ártico, onde ele permanecera congelado até ser resgatado pelos Vingadores décadas mais tarde. Embora hoje saibamos que Bucky não morrera no acidente, o Capitão sempre se martirizara por não ter conseguido ajudar o parceiro e o deixado morrer na explosão de um avião não patrulhado do vilão Barão Zemo.

Depois que Dick Grayson cresceu e começou a se sentir ridículo em andar por aí de sunguinha e botas de duende, o Batman achou que era hora de encontrar um novo parceiro, e decidiu recrutar o trombadinha Jason Todd (que tentara roubar as rodas do Batmóvel) para a vaga. Como era de se esperar, o garoto começou a dar problemas para o herói, se mostrando muito mais indisciplinado que Grayson e se colocando em riscos desnecessários durante os combates com bandidos armados. Como resultado, Todd acabou se metendo numa fria no Oriente Médio, e terminou assassinado pelo Osama Bin Laden Coringa, que além de espancá-lo com um pé de cabra, ainda o deixou atado a uma bomba prestes a explodir.



O fato, claro, abalou a já frágil sanidade de Bruce Wayne, que demorou até se convencer que deveria substituir o garoto morto por outro parceiro, com medo que também viesse a colocar sua vida em risco.

8 - Os sidekicks substitutos

Mesmo com o trauma da morte de seus jovens companheiros nas costas, tanto Batman quanto Capitão América decidiram substitui-los mais tarde, acreditando que os erros do passado podiam ser evitados.

Depois da parceria com Sam Wilson, o Falcão, o Capitão América acolheu o jovem Jack Monroe como dupla. Monroe havia sido usado como cobaia em um experimento na década de cinquenta que procurava reproduzir o soro do supersoldado, e ele agira durante algum tempo como o Bucky de William Burnside, um professor que assumira a identidade de Capitão América após o desaparecimento do original no Ártico.

Já o Batman, após a morte de Jason Todd escolheu Tim Drake como o novo Robin, após ser convencido pelo garoto e por Alfred que ele necessitava de um novo parceiro. Apesar do trauma da morte do segundo Robin, Bruce Wayne decidiu treinar Drake em artes marciais e até lhe deu um uniforme menos vergonhoso (com calças) e à prova de balas para que ele não corresse riscos.


Seja como for, Drake era muito mais disciplinado que Todd e quase tão habilidoso quanto Grayson, o que o tornara um dos Robins mais eficientes que o Batman já tivera.


7 - Os membros menos poderosos de suas equipes.

Quantas vezes você já não ouviu: “O Batman é o membro mais fraco da Liga da Justiça” ou “O Capitão América é o mais inútil dos Vingadores”?

E quem não pensaria nisso se compararmos o Batman com o Superman ou o Capitão com o Thor?

Imagine que você é um oficial altamente graduado que tem a possibilidade de escolher qualquer super-herói dentro do panteão de personagens da DC. Imaginou?


Agora imagine que uma ameaça cósmica extradimensional hiperfodonica está prestes a transformar a Terra em poeira. Quem você ia recrutar para as fileiras de defesa de seu planeta? Com certeza você não pensaria no Batman num primeiro plano. Você chamaria o Superman por sua força, invulnerabilidade, você recrutaria o Caçador de Marte com seus poderes mentais e sua força ou a Mulher Maravilha por sua bravura de guerreira ou até mesmo o Nuclear pela sua capacidade de alterar a composição dos átomos a seu bel-prazer. Ninguém pensaria no Batman!

Do outro lado pensaríamos o mesmo do Capitão América, preferindo caras mais poderosos como Thor, Surfista Prateado, Sentinela, Homem de Ferro ou mesmo o Hulk.
Felizmente Bruce Wayne e Steve Rogers dispõem de outras qualidades para merecerem fazer parte de Liga da Justiça e dos Vingadores.

6 - Os estrategistas

O fato é que tanto o Homem Morcego quanto o Sentinela da Liberdade não precisam ter superpoderes para desempenharem um papel importante em suas respectivas equipes, agindo sempre como líderes e organizando seus membros de forma a conseguir o melhor desempenho deles em ação.

O Batman é o maior estrategista do universo DC e já provou inúmeras vezes que é capaz de coordenar a Liga da Justiça de modo a levar o grupo a vitória.

O cara já elaborou um plano para conter os próprios companheiros de equipe caso eles mudassem de lado, e ele mantinha em segredo uma forma para acabar com o Superman, o Lanterna Verde, a Mulher Maravilha e até o Caçador de Marte.

Isso que é um sujeito precavido!

Da mesma forma, o Capitão América sempre exerceu o papel de líder dos Vingadores, mesmo quando a equipe contava com mentes brilhantes como a de Tony Stark. Inegavelmente todos os componentes do grupo o veem como o cara que sempre terá um plano no campo de batalha, e não são raras as vezes que alguns deles declaram que o seguiriam sem pestanejar durante a luta com algum super-vilão.

Rogers liderou os super-heróis na batalha contra Thanos em Desafio Infinito, liderou os Vingadores contra Ultron, Conde Nefária, Korvac e mais uma porção de vilões, foi seguido por caras como Hércules, Homem Aranha, os Jovens Vingadores, Manto e Adaga e até mesmo o Justiceiro durante a Guerra Civil e ainda foi nomeado líder pelo próprio Superman no clássico crossover da Liga com os Vingadores, quando as duas equipes tiveram que se unir contra o poder do Krona.


E agora? Você ainda ia querer dois caras como esses de fora de sua equipe?

Eu não.


5 - Fora de ação

Nos anos 90 se tornou “modinha” matar ou incapacitar os heróis clássicos, como já comentei por aqui antes, e tanto o Batman quanto o Capitão América não se safaram dessa onda.

Durante a saga a Queda do Morcego, o vilão Bane armou um plano para exaurir seu oponente física e mentalmente ao liberar todos os criminosos do Asilo Arkham e fazê-lo caça-los um a um. Quando finalmente eles se encontraram, Bruce Wayne estava tão debilitado que ele não foi páreo para os seus músculos anabolizados, e Bane quebrou a coluna do herói, arremessando-o do alto de um prédio ao fim do combate.


Depois disso, Wayne sobreviveu graças à intervenção rápida de Alfred e Tim Drake, mas ficara paralisado da cintura para baixo, incapaz de voltar a trajar a roupa de morcego por um longo período e adotando a batcadeira-de-rodas.




Para Steve Rogers, o destino não fora menos cruel e o soro do supersoldado que por anos lhe dera maior força física e agilidade começou a agir contra seu corpo, deixando-o cada vez mais enfraquecido e debilitado.


Incapaz até de arremessar seu escudo com a mesma força, Rogers passou a contar com um traje especial criado por Fabian Stankowitz, o projetista dos Vingadores na época, que lhe conferia armamentos que compensavam a sua já notória falta de habilidades físicas.


Quando seu corpo ficara paralisado completamente, foi a vez de Tony Stark projetar um exoesqueleto que tornasse o herói capaz de se mover novamente (e até voar), mas descaracterizando completamente seu estilo ágil e acrobático. Em resumo? O Capitão América agora era um Homem de Ferro azul com um escudo!


4 - Substitutos violentos

Pra quem pensa que um super-herói não pode ser demitido ou afastado de suas funções “heroízisticas” pode tirar o seu cavalinho da chuva.

Numa época de vacas magras, uma comissão formada por agentes do governo americano e pessoas com certa experiência em heróis super-poderosos (Como Peter Gyrich e Valerie Cooper) decidiram que o Capitão América devia devolver a quantia em dinheiro que o governo americano o havia pagado pelos serviços prestados durante a Guerra. Desta forma, sem ter como devolver o dinheiro que havia sido gasto com a Linha Direta que o herói usava na época, Steve Rogers foi obrigado a abandonar sua identidade de Capitão América, entregando o uniforme e o escudo ao se recusar a fazer parte de um governo que pretendia controla-lo em troca do que ele lhes devia.



Quando Rogers se afastou de suas funções de Sentinela da Liberdade e de Vingador, a mesma comissão decidiu substituí-lo, escolhendo o oportunista John Walker, o então vigilante conhecido como Superpatriota, para o cargo.

Embora Walker tivesse todas as aptidões físicas que faziam de Rogers o herói que era, faltava ao ex-soldado do exército controle emocional e caráter, o que levou o cara a arruinar totalmente a imagem do Capitão América.

Ao ser traído pelo ex-empresário que antes cuidava de seus negócios como Superpatriota, e ter os pais assassinados no processo, Walker perdeu totalmente a razão e começou a cometer diversas atrocidades vestindo o uniforme azul e vermelho, inclusive homicídios brutais.


O resultado?

Steve Rogers não conseguiu ficar parado, e de volta a ativa com seu uniforme negro, se auto intitulando “Capitão”, ele resolveu frear as ações atrozes de Walker, confrontando-o apesar da clara vantagem física que o sujeito tinha sobre ele por possuir força ampliada (conseguida através de um experimento secreto). O quebra-pau entre os dois para decidir quem ficaria no papel de Capitão América é uma das melhores que já vi nas páginas do bandeiroso, e essa HQ está guardada entre uma das minhas preferidas no acervo.


Pelo lado do herói da DC, quando Bane quebrou a espinha de Bruce Wayne e o largou paralítico em uma cadeira de rodas, o combalido cavaleiro das trevas percebeu que o manto do Batman deveria ser passado adiante, e escolheu o jovem pupilo do Robin (aff!) Jean Paul Valley como seu substituto.


Controlado por uma entidade chamada São Dumas e seguindo um código mental que chamava de Sistema, Valley demonstrava que não batia muito bem da ideia, tal qual todo torcedor do América, e não demorou a colocar as manguinhas de fora usando o uniforme do Batman.

Resistente em seguir ordens, e começando a deixar o Robin/Tim Drake de escanteio nas missões, o cara logo começou a adotar métodos um tanto quanto violentos para combater o crime, enquanto Gotham City chafurdava na marginalidade graças ao comando de Bane, que dominava o submundo.


Fazendo adaptações no uniforme, criando garras (ridículas) como armas e tratando os vilões do Morcego de forma bem cruel (como Wayne jamais tivera colhões para fazê-lo), Valley logo começou a mostrar que o Batman havia mudado e que agora ele era o melhor no que fazia, e o que ele fazia não era bonito.

Caçando um a um os asseclas de Bane, Valley enfim chegou ao próprio brucutu bombado, entrando em um confronto violento com ele. Durante o combate, Valley provou ao vilão que apenas o veneno (o anabolizante que ele usava) não era suficiente para deter a ira do Azrael, o anjo da morte.

Após o primeiro confronto, Bane foge como uma menininha, e então dominado completamente pelo Sistema, Valley forja um novo traje com claras referências a seu outro alter-ego, o Azrael, deixando para trás definitivamente a velha aparência do Batman e adotando uma armadura como vestimenta. Seu confronto final com Bane decreta sua vitória, e ele retira Gotham das mãos do vilão, lançando sua sombra sobre a cidade e pincelando o nome do Homem Morcego em sangue.

O resultado?


Óbvio. Bruce Wayne recupera a movimentação das pernas (nem queira saber como), treina com Lady Shiva para voltar a ser o que era e decide retomar seu nome, derrotando Azrael e provando que só pode haver um Batman.


Diferente de Steve Rogers que encarou sua nêmese no mano a mano e que provou que poderia vencê-lo, Bruce Wayne dá uma arregada monstruosa, e só vence Azrael na malandragem, o fazendo se desfazer de sua armadura no processo.


3 - Parceiros que voltaram como vilões

OK. Até aqui mencionei tramas isoladas de ambos os heróis que em épocas bem distintas apenas tinham boas semelhanças com o que já acontecera nas aventuras de um ou de outro personagem, sem haver uma clara evidência de quem copiou quem.

Robin e Bucky foram criados em épocas diferentes, Jason Todd e Barnes também morreram em épocas bem diferentes e John Walker e Azrael nem mesmo substituíram os heróis clássicos na mesma década.

Aqui o caso é diferente.

Tanto Jason Todd quanto o Bucky se levantaram de seus túmulos exatamente na mesma época (coisa de meses de diferença) e pasmem, com o mesmo argumento: Na figura misteriosa de um vilão.


Se Ed Brubaker (escritor de Capitão América e responsável pela volta de Bucky) e Judd Winick (escritor de Batman e responsável pela volta de Jason Todd) fizeram algum tipo de acordo, ou se ambos foram “iluminados” ao mesmo tempo pela mesma ideia, até hoje não se sabe, mas essa é uma das maiores coincidências entre Capitão América e Batman de todas, mesmo ambos fazendo parte de universos e editoras completamente diferentes.

O fato é que na Marvel, Brubaker fez um excelente trabalho revitalizando completamente as características que faziam de Bucky apenas o parceiro mirim do Capitão, e dando todo um caráter de espião russo traidor ao personagem. Barnes jamais havia morrido durante a explosão do avião do Barão Zemo, e teria sido resgatado do gelo por agentes soviéticos e colocado a seu serviço como o Soldado Invernal, uma espécie de agente especial que era acordado todas as vezes que a Rússia necessitava que ele eliminasse algum alvo importante pelo mundo.

Com sua memória apagada e com um braço biônico no lugar daquele que ele havia perdido durante o acidente que o arremessara no Ártico, Bucky passou décadas sem saber quem ele era realmente, e sem nunca desconfiar (apesar de falhas de memória e sonhos que tentavam alertá-lo) que ele era americano, e que estava do lado errado.


Aiii, Rodman! Você quer dizer que ser russo é errado??

Não, padawan, mas ele estava do lado errado no sentido de que ele era um assassino treinado executando missões sem uma razão definida, independentemente de que país ele representava.

Achei brilhante esse plot. Seu retorno não tirava completamente a culpa que Steve Rogers carregava por sua morte, e ainda incorporava um elemento completamente novo em sua vida, o que exigiria novas reações de sua parte. Como o velho soldado reagiria ao saber que seu antigo parceiro estava vivo todo esse tempo e que agora ele era um assassino?

Por outro lado, Judd Winick tentou fazer a mesmíssima coisa com o retorno de Jason Todd à vida de Bruce Wayne, mas o argumento inicial era tão simplório (sim, estou falando das malditas porradas na realidade!) que acabou acarretando uma porção de desculpas esfarrapadas no decorrer da história.

Tudo bem que o Bucky também sobreviveu a uma explosão, mas acho muito mais crível que alguém seja jogado ao mar com a força do impacto do que simplesmente sobreviver à custa de... Mágica?? (Alguém falou Joe Quesada??).

Porra!! Jason Todd foi apanhado por uma explosão e saiu ileso. Antes disso ele havia tido o crânio afundado por pancadas de pé de cabra! Voltar à vida sem nenhum arranhão porque alguém socou a realidade com força é no mínimo inaceitável! O Bucky perdeu um braço e a memória pelo menos!



Passada a indignação de como ou o que trouxe Todd de volta a vida, o conflito que seu retorno acarretou ao já atormentado Bruce Wayne foi interessante. Todd estava de volta com todas as memórias do passado, e, claro, ele sabia que após sua morte, o Batman nada havia feito com o Coringa, seu algoz, permitindo que o maníaco continuasse matando, entrando e saindo do Arkham como sempre o fizera. Pense no quanto isso pode mexer com alguém!

Bruce era como um pai para Jason. Você foi assassinado, e seu pai não fizera nada para deter definitivamente o cara que te espancou e que te explodiu. Dureza, hein!

Com isso tudo em mente, Jason decidiu assumir (curiosamente) a primeira identidade vilanesca de seu algoz, o Capuz Vermelho, e partiu para fazer da vida dos bandidos de Gotham um verdadeiro inferno, tudo isso graças aos anos de experiência que ele havia ganhado e com o treinamento que o próprio Batman havia lhe dado.

As melhores partes do retorno de Todd foram, sem dúvida, os conflitos diretos com o Batman. Sempre me pareceu interessante que somente alguém treinado pelo próprio cavaleiro das trevas podia ser realmente páreo para ele num combate, e Todd acabou provando isso por diversas vezes, mostrando até mesmo que podia enfrentá-lo no mano a mano. Tudo bem que me soava meio esquisito ver o Batman tomando um sacode de um Robin (mesmo que um Robin muito mais foda que Grayson e Drake já conseguiram ser), mas acompanhei a saga do retorno de Todd muito mais por esses conflitos, e pelo menos isso não me decepcionou.

Enquanto o personagem de Bucky amadureceu, e se encaixou no Universo Marvel de forma muito plausível, o de Todd se perdeu totalmente longe das mãos de Winnick, deixando de ser uma novidade como tantos outros personagens da DC que vieram para causar revolução e que mantidos vivos se tornaram apenas mais do mesmo, como o Superciborgue, Apocalypse e Bane. Ponto para Brubaker que soube reviver um dos defuntos mais emblemáticos (tirando o Tio Ben) e reinseri-lo de forma competente ao mundo dos vivos.


2 - Mortes e Retornos similares

OK.

Foi uma coincidência o fato de Robin/Jason Todd e do Bucky retornarem na mesma época com praticamente a mesma desculpa. Um fato isolado, certo?

Errado!

Não se passou nem dois anos e Marvel e DC voltaram a se “homenagear” matando seus personagens e trazendo-os de volta com a mesma desculpa:

Ah, eles não morreram. Estavam dando uma volta em dimensões paralelas para passar o tempo!”.

Com o Batman, pelo menos, isso ficou claro desde o início, uma vez que na mesma edição (no último capítulo de Crise Final) em que ele foi aparentemente fritado pela Sanção (Raios, rajadas, puta que o pariu) Ômega de Darkseid, deu-se a entender que Bruce estava vivo, porém, perdido na pré-história.


Já com o Capitão América foi mais ou menos parecido com o que houve com o Superman. Morreu, apareceu morto, foi enterrado, todos tinham a plena certeza que estava na cova, abaixo de sete palmos, mas de repente inventam que “Ah, mas ele não morreu.”

Sou um grande fã de Ed Brubaker por tudo que esse fantástico escritor fez com o Capitão América nos últimos anos. Até mesmo a trágica morte do herói foi um dos pontos mais altos nas histórias do bandeiroso, e praticamente todos os leitores entenderam que o fim do herói era uma das maneiras mais críveis de se encerrar a Guerra Civil. Era histórico. Era icônico.



Quando Brubas, no entanto, inventa que a arma que Sharon Carter utilizou para matar Rogers, induzida mentalmente pelo Doutor Faustus, não era uma arma comum, e que suas balas não haviam tirado a vida de seu namorado, e sim separado sua consciência de seu corpo (!), fazendo com que ele estivesse vivendo repetidas vezes sua trajetória de vida sem poder se fixar em um ponto, perdido no passado, todo o argumento coerente que havia sido criado foi pras cucuias. Claro que nem a Marvel, nem o editor-chefe Joe Quesada iriam manter o verdadeiro Capitão América morto pra sempre, mas que arrumassem uma desculpinha menos esfarrapada para trazê-lo de volta da tumba.

Será que em uma dessas viagens temporais, Rogers e Wayne não se encontraram por aí?

- Ô, Rogers. Você por aqui, cara! Que surpresa! Que foi? Resolveram te matar também, é?

- Que nada. Antes fosse. Minha namorada me encheu de tiros, mas nem eram balas de verdade. Inventaram que eu devia ficar de fora do universo Marvel por um tempo pra darem uma ocupação pro Bucky. Sabe como é, né. O garoto precisa do emprego.

- Ah, tá. Sei como é. Fizeram o mesmo comigo. Vou dar um tempo aqui nessa realidade paralela enquanto o Dick, aquele viadinho, veste o manto do morcego por mim. Tem que dar um incentivo pra essa molecada.

- Mas e aí? Quando é que você volta, Wayne?

- Assim que as vendas dos meus títulos começarem a diminuir.


1 - Seus substitutos continuaram atuando mesmo com a volta de ambos da "morte".

Tanto Bucky Barnes quanto Dick Grayson substituíram tão bem seus antecessores, que em ambas as editoras ocorreram pressões por parte dos leitores para que eles continuassem à frente dos títulos, vestindo o manto de Batman e Capitão América.

Não me lembro de personagens que substituíram heróis clássicos de forma tão competente, exceto Wally West (o melhor Flash de todos!) depois da “morte” de Barry Allen e Kyle Rayner (que substituiu Hal Jordan como Lanterna Verde), que caíram nas graças do público fazendo-o quase se esquecer de seus antecessores.


As histórias do Capitão América mantiveram o ritmo mesmo sem Steve Rogers, e o Bucky assumiu o escudo de forma competente, o que o levou a ser integrado aos Novos Vingadores e até mesmo a ser admitido como parceiro do Falcão (ou seria o contrário??).


Pela DC, Dick Grayson, que não pela primeira vez fora obrigado a assumir a capa do Batman, igualmente fizera um bom papel em defender Gotham, e pelas mãos de Grant Morrison vivera grandes aventuras ao lado do pentelho do Damien Wayne, o filho de Bruce com Tália Al Ghul, que assumira o cargo de Robin.


O sucesso de ambos foi tanto, que mesmo com a volta de seus mentores, Dick e Bucky se mantiveram nos cargos. Do lado do Capitão América, Steve Rogers preferiu desistir do escudo, se mantendo apenas como diretor da SHIELD e como agente secreto, e do lado do Batman, Bruce Wayne criou uma Corporação de Homens-Morcegos, e Dick continuou no cargo... Até o reboot.

Coincidências acontecem, e em um ambiente em que se trabalha com criatividade é até comum que se tenham ideias parecidas, porém essas peculiaridades aconteceram com bastante frequência entre Batman e Capitão América.

Alguém lembra mais alguma?

Vale a pena também dar uma conferida nos links abaixo (em inglês) em que os autores comentam um pouco mais sobre o assunto.

Sinal de que essas coincidências são bastante percebidas no mundo nerd.


NAMASTE!

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