17 de outubro de 2012

Mais Quadrinhos no cinema e na TV



Em geral não costumo fazer posts sobre notícias no Blog do Rodman pelo fato de que elas ficam datadas em pouco tempo, mas como a maioria delas é relacionada ao mundo dos quadrinhos e do cinema ao mesmo tempo, achei que valia a pena desta vez “escrevinhar” algumas palavras.
Sigam-me os bons (e os maus também, sem preconceito!).

Nos últimos anos tem sido comum a proliferação de filmes sobre super-heróis no cinema, e praticamente de seis em seis meses temos algum Blockbuster com o selo Marvel, DC, Dark Horse ou Vertigo na telona, o que nos faz tirar nossa bunda gorda e peluda da cadeira do computador para nos deslocarmos para as salas de projeção, como bons Nerds que somos.

O sucesso comercial dos filmes da Marvel Studios e a explosão de sentimentos que eu não pude acreditar ocasionada pelo nome Vingadores, deixaram os produtores e estúdios em polvorosa, querendo aproveitar ao máximo esse hype momentâneo sobre o filão super-heróis e enfiar todo tipo de personagem de quadrinhos goela abaixo dos espectadores, que claro, amam muito tudo isso, ainda mais do que um McLanche Feliz



Nas últimas semanas, vários boatos (alguns, inclusive infundados!) encheram os sites de notícias Nerds acerca dos vindouros filmes “super-heroizísticos”, e acompanhei alguns com certa curiosidade, imaginando afinal, o que poderia sair de bom daquilo tudo.

O primeiro “boatão” relacionou o nome da personagem Miss Marvel (a nº 10 no quesito gostosura em meu Top 10) com o das atrizes Emily Blunt (de Looper) e Ruth Wilson (que poderá ser vista em O Cavaleiro Solitário), e uma possível aparição da personagem no próximo filme dos Vingadores. Segundo o Daily Mail (um tipo de “O Fuxico” gringo), as cocotas estariam disputando o papel de Carol Danvers lutando no gel de biquíni por suas atuações em filmes recentes de ação. 



Não conhecia nenhuma das duas moçoilas, e visualmente, sem poder falar muito sobre suas aptidões artísticas e interpretativas, eu optaria por Emily Blunt, que me parece ter mais a ver fisicamente com a personagem do que sua “rival”, apesar de que o ar sisudo de Wilson combina mais com a característica militar da loira dos quadrinhos.



Desde a saga Dinastia M que a Marvel vem tentando colocar o nome da Miss Marvel no topo de seu panteão de heroínas nos quadrinhos, mantendo a personagem sempre com grande destaque em seus títulos, e coloca-la em um filme com a visibilidade de Os Vingadores 2, alavancaria de vez a boazuda para a frente dos holofotes. Fora a Feiticeira Escarlate, não consigo ver nenhuma outra heroína que mereça estar nas fileiras dos Vingadores em outras mídias além da Miss Marvel, e a eficiência da personagem em ação ao lado dos colegas vingadores se provou na excelente animação dos Maiores Heróis da Terra, em que Carol era a única personagem feminina da equipe além da Vespa.



Mesmo que a Miss Marvel com seu maiô de couro preto e o raio amarelo no peito não aparecessem de imediato na película, seria interessante ver o desenvolvimento da Carol Danvers na história como militar e piloto (talvez uma agente da SHIELD), até que ela recebesse os poderes Kree que a fizeram se tornar uma super-rapariga.

Aliás, vários personagens da Marvel têm um pezinho na espionagem ou poderiam ser adaptados para constarem na folha de pagamento da agência comandada por Nick Fury. Para que esses heróis dessem as caras nos próximos filmes do estúdio de forma até bem plausível, sem necessariamente precisar colocar seus colantes coloridos, bastaria que os roteiristas tivessem um pouco de boa vontade. Sem muito esforço poderíamos ver a Vespa (que em sua versão Ultimate é uma cientista que trabalha pra SHIELD), Hank Pym e até a Mulher Aranha/Jessica Drew (que já foi tanto espiã da SHIELD quanto da HIDRA nas HQs) andando pelos mesmos corredores que a Viúva Negra e o Gavião Arqueiro dentro do Aeroporta-Aviões. Não seria nada difícil de inserir algo do tipo em Vingadores 2, sem encher muito a tela de personagens. 



Por falar na "Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão", a Marvel Studios e o canal ABC confirmaram a série de TV da equipe de Nick Fury, e soltaram uma sinopse e a descrição dos personagens principais na rede, além de propagandas e one-shots (também disponíveis no Blu-Ray do filme Vingadores) para mostrar do que vai se tratar o tal enlatado.


Pelo que dá pra entender, o seriado contará um pouco mais sobre como funciona a Agência de Espionagem dentro do universo criado pelos filmes da Marvel, mostrando agentes que ninguém conhece lidando com situações onde eles têm que salvar o mundo e ao mesmo tempo limpar a bagunça deixada pelos super-poderosos.


Só o fato de termos uma história que se passa no universo Marvel já causa grande interesse nessa série, somando isso às possíveis participações especiais que podem acontecer ao longo dos episódios, eu não vejo como essa série não consiga se tornar um sucesso imediato na TV. Tendo em vista o enorme catálogo de personagens buchas menores que a Marvel possui, daria pra inserir na história um super-herói ou super-vilão por episódio, sem necessariamente precisar caracterizá-los completamente com seus uniformes paramentados. Imaginei participações de Matt Murdock como advogado mesmo (agora que o Demolidor voltou para as mãos da Marvel no cinema), Cavaleiro da Lua (ou seu alter-ego Marc Spector), Luke Cage e até o Punho de Ferro, sem falar na porção de vilões que podem aparecer na série sem que para isso a produção precise usar e abusar dos efeitos especiais, o que encareceria bastante o programa para TV. 

 
Bem melhor isso, do que criar aqueles efeitos especiais toscos que rolavam em Smallville!
A série tem tudo pra fazer sucesso, e independente se o Samuel L. Jackson irá dar as caras por lá como o diretor caolho ou não, esperamos que os produtores não melem com uma ideia que me parece promissora, e que SHIELD possa render muitas e muitas temporadas.  
Outro vingador cujas especulações começaram a pipocar na Internet de que ganharia vida nas telonas foi o Visão, e o que aqueceu essas notícias foi a mudança do perfil do Facebook do ator porradeiro Vin Diesel
O ídolo dos tunadores de carro do mundo trocou sua foto pela do androide na rede social e isso bastou para que a galera começasse a especular que a Marvel havia entrado em contato com o cara e que ele viveria o marido da Feiticeira Escarlate em Vingadores 2. Mas foi só isso.



Se Diesel estava se oferecendo para o papel, ou se realmente rolou um interesse da Marvel para com o cara (que em minha opinião ficaria muito melhor como um dos vilões do filme, tipo o Homem-Absorvente ou o Destruidor da Gangue da Demolição, por exemplo), só Odin sabe, e cabe aos fãs aguardarem os próximos capítulos dessa novela. 





O papel do Visão ainda estaria sendo disputado pelo ator Clark Gregg, o Agente Coulson que esteve presente em todos os filmes da Marvel desde Homem de Ferro 1 e que aparentemente (SPOILLER!!!) bateu as botas em Vingadores. Recentemente, no entanto, Gregg foi anunciado como o reforço da própria série da SHIELD como o Agente Coulson, o que afunda de vez a especulação de que ele seria o Visão em Vingadores 2, o que convenhamos, seria uma baita de uma ideia de jerico! Além de baixinho, Gregg tem uma aparência bem envelhecida para ser o Visão, e outra... De onde tiraram a ideia de que o Visão é um defunto que voltou a vida em um corpo artificial?? O Visão é androide e não um ciborgue, porra!



Independente de haver ou não um Visão em Vingadores 2, o Agente Coulson está confirmadíssimo na série da SHIELD, e não há como duvidar, já que foi o próprio Joss Whedon (diretor do primeiro filme dos Maiores Heróis da Terra), consultor criativo e produtor da série que espalhou a notícia. Basta saber, como Coulson aparecerá vivo e serelepe nos episódios, uma vez que ele “foi deletado” da história do filme. Seria ele um MVA (Modelo de Vida Artificial) ou a série mostraria acontecimentos anteriores ao filme dos Vingadores


Para o lado da DC/Warner, com o fim da trilogia Batman de Christopher Nolan, a movimentação para reaquecer o universo super-heróico do estúdio começou a todo vapor, e nem bem o defunto esfriou, já começaram a falar de um Reboot na franquia do Morcego, o que ligaria o personagem à Liga da Justiça e seu famigerado filme. 


Segundo informes, o filme do Superman dirigido por Zack “o visionário” Snyder a estrear no próximo ano, seria o pontapé inicial para uma coligação do universo DC no cinema, exatamente mais ou menos como a Marvel fez a partir do primeiro Homem de Ferro. O problema é que a Warner não está a fim de construir um universo minimamente coeso e apresentar os personagens ao público leigo em filmes solo antes de jogar a merda toda no ventilador (GRANA! GRANA! GRANA! GRANA! GRANA!), e ao que parece, o próximo filme depois de Superman - O Homem de Aço já seria o da Liga da Justiça, apresentando inclusive um novo Batman, menos verossímil (e provavelmente muito mais massa véio) para contracenar com amazonas, alienígenas e senhores do Oceano sem parecer ridículo. 



Não sei por que, mas sempre que ouço falar de um "Batman menos realista", já enxergo logo aquele Morcego abaitolado saído da mente doentia do Joel Schumacher!


Seja como for, acho muito arriscado que um filme da Liga da Justiça seja jogado assim nos cinemas sem nem fazer com que o público se acostume a ver esses super-heróis na tela grande anteriormente. Fora o Batman do Nolan, a DC não conseguiu acertar com nenhum outro filme de herói nos últimos 30 anos, vide os fracassos de Lanterna “I known, right” Verde e o filme do Flash que até hoje não saiu do rascunho. Nem mesmo a série da Mulher Maravilha que já estava prestes a ser produzida foi pra frente! O que garante que um filme com esses mesmos personagens vingue sem a base que os filmes da Marvel soube muito bem criar a partir de Homem de Ferro 1, passando pela construção do universo do Thor, do Capitão América e do Hulk? 


É fato que por serem muito mais icônicos, os heróis da DC não precisam necessariamente ser apresentados ao público como os da Marvel (até 5 anos atrás, quem sabia o que era um Homem de Ferro??), mas exatamente por essa característica "icônica" ninguém sabe exatamente como apresentá-los em qualquer mídia fora das HQs (e não estou falando de jogos e desenhos animados) para um público mais amplo. Não parece crível um cara que fala com os peixes ou uma amazona que desfila por aí de shortinho estrelado no mundo real, e isso faz com a adaptação da Liga seja um tanto quanto complicada de se fazer, depois de tudo que vimos nos filmes do Batman. 


Pra desespero dos cuequinhas verdes, dos cuequinhas vermelhas, dos cuequinhas escamadas e das calcinhas estreladas, Christopher Nolan já mencionou que não tem interesse pela Liga da Justiça, portanto, o filme ainda está no “O que aconteceria se...”, sem qualquer definição de destino. Cabem aos fãs torcerem para que a Warner encaixe os vagões nos trilhos, e que se deixe levar menos pelo dinheiro e mais pela qualidade dos produtos que pretende lançar. Desde o fim da série Harry Potter e agora com o fim de Batman após Dark Knight Rises, o estúdio anda desesperado para engatar uma nova franquia, o que não parece ser uma tarefa fácil. 


Aguardemos o que vai rolar ao fim de Superman - O Homem de Aço. Será que teremos uma cena pós-crédito com a Amanda Waller chegando pra visitar o Clark Kent e mandando um "Você acha mesmo que é o único com super-poderes? Vim conversar sobre a Iniciativa Liga da Justiça".

Seria hilário!


E até o próximo plantão da fofoca. Eu aumento, mas não invento! OK! OK! OK!



NAMASTE!

23 de setembro de 2012

Qual é a maior equipe de super-heróis?


Durante os meses de Julho, Agosto e o início de Setembro, deixei no ar, no Blog do Rodman a enquete “Qual é a maior equipe de super-heróis dos quadrinhos”, colocando na disputa A Liga da Justiça (DC), Os Vingadores (Marvel), Os X-Men (Marvel) e o Authority (DC). Depois de algum tempo de votação, é hora de descobrir o resultado da enquete entre os leitores do Blog (além dos curiosos que só de passagem deixaram seu voto), apresentando de forma clara e concisa quem ganhou essa peleja.
Dessa vez 145 caboclinhos deixaram sua marca na votação, sendo que o Authority foi o menos votado, ficando com apenas 3 dos votos. Os mutantes do Professor Xavier ganharam 28 votos e a Liga da Justiça abocanhou 51 votos


Com 43% dos votos, Os Vingadores venceram a disputa como a maior equipe de super-heróis dos quadrinhos (atualmente) para os leitores do Blog, o que comprova em boa parte, que o público é sim MUITO influenciado pela força da mídia.
Falando sério: Quem conhecia os Vingadores e podia citar pelos menos 5 membros da equipe há uns 4 ou 5 anos atrás, tirando os velhos nerds (como eu) que já acompanhavam as HQs há um bom tempo?
No caso do Authority, que não possui desenho animado ou qualquer outra aparição fora da sua mídia de origem, o resultado da votação não foi exatamente uma surpresa, embora seja crescente o número de leitores de títulos alternativos, que se dizem cansados dos títulos mainstream de Marvel e DC e que leem mais a linha Vertigo e os títulos da antiga linha WildStorm, que hoje fazem parte do Universo da DC, pós-Reboot. 



Mas afinal, quem diabo é esse tal de Authority, Rodman?
Me pergunta você, obtuso leitor. Authority é uma equipe de super-heróis (ou anti-heróis) criada pelas mentes de Warren Ellis (Homem de Ferro: Extremis) e Bryan Hitch (desenhista da série Os Supremos) para o selo Wildstorm. Trata-se de uma super-equipe que não costuma seguir muito as regras governamentais ou que sequer respeita as leis, resolvendo as coisas mais de forma bruta, porém de forma eficiente. Possuindo em suas fileiras versões do Superman (Apolo) e do Batman (Meia-Noite), as histórias do grupo chegavam aos picos da violência gratuita, o que fez com que a série ganhasse fãs fervorosos pelo mundo, o mesmo pessoal que já não se contentava mais com a “escoteirisse” da DC e “bundamolisse” da Marvel. Mais tarde, um dos escritores que havia passado pela série do Authority, Mark Millar e o desenhista regular Bryan Hitch seriam convidados pela Marvel para fazer a mesma coisa por lá (heróis escrotos que estão pouco de lixando para regras), reformulando assim os Vingadores e trazendo a segunda equipe de super-heróis da Casa-das-Ideias para o mundo atual em sua versão Ultimate, com o pé fincado na realidade. Nascia então Os Supremos.
O sucesso de Authority não parece ter atingido o mainstream das HQs, no entanto, deixando a equipe nessa enquete com apenas 2% da preferência do público.


Em terceiro lugar, com 19% ficaram os X-Men, equipe que nos anos 90 e até boa parte dos anos 2000 apontavam como a preferida do público em geral, e isso graças aos roteiros das HQs, os desenhos animados, os filmes de Bryan Synger e a popularidade de Wolverine, que estampava as capas de praticamente todas as revistas das equipes mutantes. 
Atualmente, diluídos em duas equipes principais (a do Ciclope e a do Wolverine), os X-Men não apresentam uma grande saga desde Os Surpreendentes X-Men de Joss Whedon (o diretor de Os Vingadores), e esse mais do mesmo requentado que acabou se tornando as histórias do super-grupo não consegue atrair mais o público como outrora. Esse é um dos motivos, talvez, pelo qual a Marvel resolveu colocar todos os galos na rinha pra brigar, com o crossover que anda rolando lá na gringa entre os Mutantes e os queridinhos da galera, os Vingadores, na Saga AVG x XM.  

Muitos leitores têm a Liga da Justiça como o expoente máximo de um grupo de super-heróis dos quadrinhos, e realmente a Liga (quando não está infestada de buchas como o Arqueiro Vermelho e a Vixen!) possui o maior panteão de super-seres da história das HQs, além deles serem infinitamente mais populares que todos os seus adversários dessa enquete juntos. 

Quer fazer um teste de o quanto eles são populares?

Pergunte para a sua mãe, por exemplo, quem é o “The Flash”. Ela terá a resposta na ponta da língua: “Ah, meu filho, é aquele herói que usa vermelho e que só anda correndo!”.
Agora faça o mesmo teste e pergunte para ela quem é Ciclope. Quem é Apolo. Quem é Hércules.
Duvido que ela responda algo diferente de: “Ciclope é aquele monstro de um olho só, Apolo é o deus do Sol e Hércules é aquele cabeludo da série de TV em que às vezes aparecia a Xena!”.


Em suas fileiras, a Liga da Justiça tem um dos personagens mais antigos das HQs e que representa a esperança e a força envolto em seu uniforme azul (agora sem cueca por cima da calça) e vermelho, o Superman. Tem o personagem mais querido dos cuequinhas verdes e nolanzetes espalhados pelo mundo, o terror do submundo de Gotham City, o Cruzado Embuçado e Cavaleiro das Trevas, Batman. Tem a rainha das amazonas, a personagem feminina das HQs mais conhecida em todo mundo (no Brasil ela só perde pra Mônica!), a maravilhosa Mulher Maravilha. Tem o homem mais rápido do mundo, que ficou conhecido na famosa série de TV dos anos 90 (e que também fez com 99,9% das pessoas passassem a chamá-lo de “The Flash”), o Corredor Escarlate ligeirinho, Flash. E tem o... Aquaman, que fala mentalmente com os peixes.



BWAHAHAH-HAHAHA!

É certo que hoje em dia quase ninguém sabe mais nada sobre a Liga da Justiça, exceto que esses mais de 60 anos de publicações foram praticamente obliterados com o Reboot ocorrido em 2011 nas linhas editoriais da DC Comics, porém, no entanto e todavia, os heróis mantiveram suas características básicas, e eles (tirando o Aquaman!) continuam sendo os melhores do mundo.
Mas então, o que explica que nessa pequena enquete a Liga ficou apenas em segundo lugar, com 35% da preferência do público??

Por causa do filme dos Vingadores, claro!

A enquete anterior, deu como resultado que o Homem de Ferro (figura mais importante no universo cinematográfico da Marvel) era o personagem preferido entre aqueles que responderam o questionário, ganhando de caras como Homem Aranha e Wolverine, e nessa nova enquete, com a vitória dos Vingadores,  ficou bem claro que essa “preferência” pouco tem a ver com a história que os mesmos personagens tem nas HQs e sim com o grau de exposição que eles tem atualmente na mídia.

Seja como for, os Vingadores são os queridinhos da galera no momento, o que não desmerece em nada as demais equipes e seus fãs espalhados pelo Globo Terrestre.



Embora os Vingadores também sejam minha equipe preferida de super-heróis, como ficou bem claro no Top 10 Maiores Vingadores, essa equipe atual cujas histórias vem sendo publicadas no Brasil formada por Capitão América (Bucky), Homem de Ferro, Thor, Homem Aranha, Wolverine, Mulher Aranha e Gavião Arqueiro não duraria 20 minutos de porrada contra a Liga da Justiça! Só o Aquaman do Geoff Johns acabaria sozinho com metade da equipe! 

E vocês? O que acham? Qual é a sua equipe preferida? Defendam, argumentem nos comentários.

NAMASTE!

13 de setembro de 2012

Mercenários 2 - Exprudindo Tudo!


Como compartilhei com os leitores aqui do Blog em um post passado, eu estava com muita expectativa com relação ao lançamento de Os Mercenários 2, em especial pelas notícias que estavam sendo divulgadas acerca da produção na Bulgária. Os nomes envolvidos no projeto também animavam muito, já que Jean Claude Van Damme havia aceitado participar do filme e ninguém menos que Chuck Norris também daria as caras nas filmagens. Somando essas novas “aquisições” de elenco ao fato de que os personagens de Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis agora teriam participação mais ativa na história, tinha como não ficar animado e cheio de expectativa com um trem danado desses, sô?

Fui assistir à fita no segundo dia de exibição no Brasil, comprei o ingresso com antecedência e sentia que mal cabia em mim de tanta ansiedade. Sim, eram meus heróis do cinema de ação todos juntos em um mesmo filme, e aquilo era mais ou menos como a reunião dos próprios Vingadores da Marvel na tela. Sentia como se Os Mercenários 2 fosse ainda mais grandioso que seu antecessor, e encarei a exibição com a mesma empolgação com que assisti a reunião dos Maiores Heróis da Terra. Dois presentes desses no mesmo ano?
2012 só pode ser mesmo o último ano de nossas vidas!


A primeira sequência é tão “adrenalísticamente” intensa quanto a do filme original, e já coloca todos os Mercenários de Barney Ross (Stallone) em ação no que parece ser uma republiqueta perdida em algum canto do mundo. Para quem gosta da boa e velha chuva de tiros, de cabeças explodindo e membros sendo arrancados, algo que só um bom filme brucutu pode lhe presentear, os primeiros minutos de Os Mercenários 2 é um prato cheio!

Jet Li (que espantosamente já está com 49 anos!!) não faz uma participação muito grande nesse segundo filme, porém, ele  ganha uma sequência de ação toda sua, derrotando dezenas de inimigos sozinho, utilizando apenas... Algumas frigideiras!


Barney e sua trupe, formada por Lee Christmas (Jason Statham), Caesar (Terry “Pai do Chris” Crews), Toll (Randy Couture) e Gunnar (Dolph Lundgren) estão em uma missão de resgate enquanto abrem caminho à bala, e acabam encontrando outro mercenário no local: Trench Mause, ninguém mais ninguém menos que Arnold Schwarzenegger.

Nesse ínterim, outro personagem é inserido na trama, o sniper novato e ex-militar vivido por Liam Hemsworth (que apesar de ser irmão de Chris Hemsworth, não se chama Loki! Hein? Hein?), o Billy “The Kid”. Propositalmente Billy nos é apresentado como um mercenário nice guy, e todo o roteiro é trabalhado para que desenvolvamos afeto pelo garoto, para que torçamos por ele.


Sendo o novato da equipe, Billy acaba criando boas cenas junto da velharada, em especial quando ele dispara morro acima para se posicionar melhor com seu rifle com um vigor invejável, deixando Barney e Christmas para trás.

Você se lembra quando podia fazer isso?”, pergunta Christmas a Barney, ao que ele responde: “Não”. Risadas garantidas no cinema com a clara evidência de que o tempo passou para nossos astros.

Quando Church (Bruce Willis) ressurge na vida dos Mercenários, o agente da CIA cobra a dívida de alguns milhões que Barney e seus amigos o fizeram perder no primeiro filme, e exige que ele e seu grupo ajudem a resgatar um importante artefato em uma das repúblicas da antiga União Soviética, com a ajuda de uma agente chinesa conhecida como Maggie (Yu Nan). A missão que a princípio parecia mamão com açúcar para a equipe de brucutus, acaba se tornando um pesadelo, quando a figura de Villain (Van Damme) aparece para roubar o artefato, e acaba causando a morte de um dos Mercenários. Daí pra frente, o que era apenas uma busca por um mapa capaz de levar a armas nucleares destrutivas, se torna uma missão de vingança, com o toque truculento de Barney e sua galera.


O que tenho visto muita gente reclamar é que o plot do filme é bem raso e inferior ao do primeiro filme (que já não era grandes coisas, mas que tinha melhores pontos emotivos), e quase ninguém, exceto os bons e hoje velhos fãs de uma boa pancadaria, deu qualquer crédito a simples união desse panteão de atores do cinema de ação oitentista. É certo que o sentimento de nostalgia pode acabar nublando a capacidade de análise de alguns filmes como esse que mexem diretamente com nossas memórias afetivas, um pouco e às vezes muito, porém o resultado final de The Expendables 2 não ficou tão aquém as expectativas, à ponto de justificar críticas tão mordazes quanto à fotografia, desenvolvimento de roteiro e à direção de Simon West. Que há problemas com o filme todo mundo concorda, mas reclamar de um presente que lhe foi dado é falta de educação.

Desculpe quem não gostou, mas achei o filme muito bom, pelo menos no que se refere à adrenalina.

Devo admitir que durante a própria exibição do filme, eu pensei em duas ou três formas de fazer com que o roteiro funcionasse melhor do que o que foi apresentado, e sobretudo com relação aos vilões da história. Van Damme demora a aparecer na trama e seu personagem é pouco aproveitado depois que ele causa a morte de um dos parceiros de Barney Ross, fazendo apenas as vezes do patrão que fica dando ordens ao seu braço direito, o ator e lutador Scott Adkins (o verdadeiro “corpo” do Deadpool na bagaça do filme do Wolverine). As intenções do cara parecem claras enquanto ele começa a recuperar plutônio suficiente para estourar sua própria Terceira Guerra Mundial, após conseguir o mapa cuja localização a agente Maggie possuía. Apesar de ter em mãos poder bélico o bastante para “exprudir” você em BH o mundo todo, Villain (nome mais clichê para um “vilão” impossível!) pretende apenas vender o material e conseguir uns trocados.

O ar de “estou pouco me fodendo” que o baixinho belga imprime a seu personagem por vezes parece mais displicência, e mesmo quando Barney e Cia. estão em seus calcanhares, ele continua posando de “sou foda na cama te esculacho”, não expressando qualquer reação ante a possibilidade dele ter seu rabo chutado pelos caras. Vilões mais afetados e caricatos por vezes incomodam na trama de um filme de ação, mas eu acho que algo mais no estilo de Simon Phoenix (Wesley Snipes em O Demolidor), o vilão que além de ser perigoso consegue se mostrar debochado, irritando ainda mais o herói (e o espectador), cairia melhor no filme, porém não sei se Van Damme conseguiria dar conta de um papel assim.
Quando Barney, que recebe a ajuda de Church e Mause, além do misterioso Booker (representado pela entidade Chuck Norris) chegam ao galpão de onde Villain pretende escapar, rola tiro e porrada para todo lado, numa das cenas mais antológicas do cinema brucutu de todos os tempos. Eu parei vendo aquela cena, e em minha mente surgiu a certeza que nunca mais Hollywood conseguiria reproduzir algo que fosse tão emblemático para quem cresceu acompanhando as carreiras de todos aqueles caras. Ver Stallone, Schwarzzas, Willis e Norris enfiando bala em todo mundo ao mesmo tempo na tela foi uma das coisas mais sensacionais que já vi na tela grande, e duvido muito que outra cena consiga ser tão simbólica no século XXI!

E aliás, quanta honra ao Van Damme! Ter todos os outros astros de ação reunidos para pegá-lo não é pouca coisa!
Eu pago um Dólar por isso!
(E sim, estou deixando a nostalgia nublar a minha capacidade de análise fílmica, mas é de propósito!)
Os combates. Bem... O que dizer dos combates?
Os Mercenários 1 tem sequências de lutas mais bem elaboradas e coreografadas do que sua continuação, isso, infelizmente, não dá pra negar. A cena em que Jet Li limpa o chão com alguns soldados inimigos no início do filme e a cena de Christmas dentro de uma igreja lançando facas para todo lado são bem empolgantes, mas as lutas que deveriam ser mais marcantes acabaram decepcionando um bocado.

Nós temos Scott Adkins e Jason Statham numa mesma cena. Eles são dois dos melhores astros de ação do momento. Eles são inimigos no filme. Eles vão se enfrentar. O que passaria em sua cabeça se alguém lhe apresentasse esse roteiro?


Ai, meu sagrado roundhouse kick! Não posso perder isso!”
A luta é sim muito boa, tem momentos de tensão e não me lembro de já ter visto o Jason Statham apanhar tanto em um filme, porém, todavia, no entanto, a luta é muito rápida, não dando aquele momento de estase que a plateia estava esperando. Talvez um número maior de capangas de Van Damme com habilidades parecidas as dele, ou mesmo um guarda-costas mais truculento ao estilo de Steve Austin no primeiro filme para fazer frente ao Terry Crews ou ao Randy Couture fosse o ideal (já pensou o The Rock ali para foder a porra toda??), e é curioso imaginar que nenhum dos roteiristas (entre eles o próprio Stallone) tenha pensado em prolongar as pancadarias. 
Me parece que falta desafio aos Mercenários no filme. Tudo bem que eles são “os caras”, que quando eles chegam nem paredes nem pessoas permanecem em pé, mas ninguém reclamaria de adversários mais resistentes ou mais habilidosos, e isso acaba refletindo até mesmo num embate do calibre entre Statham e Adkins, do qual eu esperava mais. Esses são alguns pontos a se lamentar no filme.


No combate final entre Stallone e Van Damme faltou um pouco mais de diálogos provocativos por parte de Villain, e parece não haver tempo para a plateia se empolgar com a luta, além de que antes de chegar até ali, seria MUITO BOM ver outros personagens tentarem deter o mau caráter nem que fosse em lutas mais curtas, construindo o clímax ideal para o desfecho. Eu imaginei lutas entre Van Damme e Statham ou Van Damme e Dolph Lundgren (algo que não seria mais tão inédito, mas bem vindo), mas a metade do tempo em cena, Villain fica de mimimi com seus comparsas, tendo seu momento de ação apenas no final do filme mesmo, e isso eu achei um desperdício. Podia ter sido mais empolgante. Podiam ter cenas mais memoráveis "duelísticamente" falando, e o filme acaba perdendo alguns pontos por isso.


Independente do que podia ter sido e acabou não sendo, The Expendables 2 é um estourar de champanhe a fase de ouro do cinema brucutu e a seus filmes memoráveis, que formaram o caráter de muita gente com seus ensinamentos mundo a fora. De “tijolos não revidam”, passando por “eu sou o seu pior pesadelo” e “você é um cocô”, fomos doutrinados sob a lei da estupidez e do tiroteio, aprendemos a admirar e a respeitar o trabalho desses caras e não há como não se sentir homenageado vendo praticamente todos eles reunidos no mesmo filme, disparando frases de efeito a cada minuto e detonando com seus adversários. Claro que poderia ter sido muito melhor, podíamos ter cenas de ação mais bem cuidadas e porradarias mais efervescentes, mas há compensações, como a chegada triunfal de Chuck Norris enquanto a equipe de Barney está encurralada em campo de batalha. A galera chegou a aplaudir no cinema, e a cena merece.


Quem sabe essa explosão de testosterona que esperamos não esteja guardada para o terceiro capítulo da história? Quem sabe em The Expendables 3 (se é que todo o elenco chega vivo até lá) nós não sejamos presenteados por algo inimaginável e que feche com chave de ouro a saga dos vovôs da matança na telona? Oremos.

Ps.: Eu fico me imaginando, quase um infante em plenos anos 90, vendo Os Mercenários 2 no cinema. Provavelmente eu iria às lágrimas de emoção, uma vez que todos os brucutus estavam no auge na época e que os melhores filmes de ação eram protagonizados por eles. Se naquele tempo já era o máximo ver o Stallone saindo na porrada com o Wesley Snipes em O Demolidor, e o Van Damme enfrentando o Dolph Lundgren em Soldado Universal, imagina a magnitude do evento que seria ver todos eles juntos num mesmo filme em plena década de 90!
Por sorte o sonho pôde ser realizado algumas décadas depois.

Se o mundo acabar agora, eu já estarei satisfeito.

NOTA: 8,5

NAMASTE!

14 de agosto de 2012

O que sobrou das Olimpíadas de Londres


Os Jogos Olímpicos de Londres se encerraram com um espetáculo grandioso (que já era de se esperar, visto a abertura do mesmo) e ao final da cerimônia, Londres passou o bastão para o Rio de Janeiro, próxima sede das Olimpíadas no ainda longínquo ano de 2016, se é que o mundo sobrevive ao fim de 2012.
O resultado no quadro geral de medalhas do Brasil, apesar do gosto amargo que fica ao vermos nosso país em 22º colocado, atrás de Irã e Cazaquistão, é positivo.
De todas as participações em Olimpíadas, essa é a primeira vez que o Brasil supera a marca de 15 medalhas conquistadas por seus atletas (em Londres foram 17 medalhas), apesar de que em Athenas, com um número menor de medalhas, conseguimos o 16º lugar no ranking, devido a maior quantidade de medalhas douradas (5 no total).
O saldo é positivo?
Sim, apesar de que sabemos muito bem que é possível melhorar.
Em primeiro lugar é preciso ter a humildade de aceitar que dificilmente vamos alcançar algum dia a eficiência de potências olímpicas como Estados Unidos (que voltou ao topo do ranking com nada mais nada menos do que 104 medalhas, sendo destas, 46 de Ouro) ou China (que conquistou 87 medalhas, sendo 38 de Ouro), e é essa realidade que deve ser encarada. O que o Brasil tem que usar como inspiração, no entanto, é a preparação que os atletas norte-americanos ou chineses ou russos ou britânicos têm ao longo dos quatro anos que os separam de uma Olimpíada a outra.

Nesses países, obviamente melhor desenvolvidos que o nosso e com mais grana para investir em esporte (o que não é uma prioridade no Brasil) os atletas são profissionais com letra “P” maiúscula, eles trabalham apenas com o intuito de serem os melhores naquilo que fazem e recebem incentivo para isso. Em terras brasilis, o sujeito não só tem que ter outra profissão além da de atleta para poder se sustentar, como também não recebe qualquer apoio governamental para praticar aquilo que ele gosta e sabe fazer, tendo muitas vezes que tirar dinheiro do próprio bolso para viajar e competir.
Ou você acha que todo atleta é milionário e só não ganha medalhas porque é incompetente?
Fisicamente ou mentalmente um atleta chinês ou americano não são em nada superiores a um brasileiro, eles só possuem melhor treinamento e melhores condições de se preparar fisicamente para competir. Eles não são mutantes insuperáveis ou algo assim...
Bem, talvez o jamaicano Usain Bolt (que conquistou 3 medalhas de Ouro para seu país) e o nadador americano Michael Phelps (4 medalhas de Ouro e duas Pratas) sejam, mas eles são de uma categoria à parte.

Para que o Brasil melhore seu desenvolvimento e rendimento em jogos olímpicos e comece a ser visto também como uma potência nos esportes, muitas coisas devem mudar, a começar por esse pensamento de que “o importante é competir”. Não, não é. Isso é desculpa de quem perde. O importante é competir e ganhar, e se não ganhar, o importante é treinar mais para ganhar na próxima.

Além de pensar grande, os atletas necessitam de apoio financeiro para que tenham centros de treinamento dignos, com equipamentos novos e todo acompanhamento médico e preparatório do qual precisam, fazendo assim com que eles tenham reais condições de disputar campeonatos de alto nível. Para que isso aconteça, no entanto, é preciso que o governo crie projetos e leis de incentivo para patrocinadores que facilitem a vida desses caras, que apesar de estarem lá fora lutando como guerreiros enfrentando todas as adversidades para representar o país, só conseguem críticas, tanto da mídia (que pouco faz para ajudar realmente) quanto do próprio público, que não enxerga tudo pelo qual seus atletas passaram para conseguir chegar lá.
Em Londres, nossos guerreiros conseguiram 17 medalhas, sendo 3 de Ouro, 5 de Prata e 9 de Bronze, e apesar de algumas lamentações como a derrota da Seleção Masculina de Basquete, que em sua melhor forma e com um dos melhores times já formados em todos os tempos, perdeu para a Argentina, sendo eliminado da competição sem nenhuma medalha, da passagem insossa e sem qualquer brilho da ginástica feminina, que provou que não conseguiu renovar sua equipe com o envelhecimento de Dayane dos Santos e Danielle Hypolito, e da falta de resultados no atletismo, que geralmente consegue medalhas nas competições, o Brasil conseguiu melhorar bastante o desempenho em 2012, se comparado pelo menos aos jogos olímpicos anteriores.

Nossa primeira medalha de Ouro já saiu no primeiro dia de competição, o que nos deu aquela esperança de que enfim teríamos atletas para competir em alto nível. No Judô, a piauiense Sarah Menezes de 22 anos conquistou o lugar mais alto do pódio derrotando a romena Alina Dumitru (medalhista de Ouro em Pequim), tornando-se assim, a primeira brasileira a conquistar o Ouro olímpico na categoria. 

O Judô ainda conseguiu mais 3 medalhas de Bronze para o Brasil, com Felipe Kitadai, que derrotou o italiano Elio Verde também no primeiro dia de competições em Londres, Mayra Aguiar de 20 anos que venceu a holandesa Marhinde Verkerk com um ippon, e Rafael “Baby” Silva, o paranaense de 25 anos, que ganhou do sul-coreano Kim Sung-Min o terceiro lugar da categoria peso-pesado.


Na natação, as medalhas também saíram, primeiro a de prata com Thiago Pereira (VAAAAI, THIAGO!!) nos 400m Medley e a de bronze com Cesar Cielo nos 50m livre. Tendo em vista que na água quando Tévis Michael Phelps nada não tem pra mais ninguém, até que essas duas medalhas conquistadas por Thiago e Cielo vieram bem a calhar.
Ainda na água, decepcionando um pouco aqueles que o julgavam um dos favoritos, mas confirmando o talento nato para velejar, ganhando mais uma medalha e tornando-se um dos maiores medalhistas olímpicos brasileiros de todos os tempos, Robert Scheidt ao lado de Bruno Prada conquistou a medalha de Bronze da classe Star na Vela. 
Subindo ao pódio pela quinta vez em Olimpíadas, Scheidt de 39 anos, igualou a marca de Torben Grael (também velejador) como o maior medalhista brasileiro, tendo conquistado o Ouro em Atlanta (1996) e em Athenas (2004) e a Prata em Sydney (2000), todos pela Classe Laser. Ao mudar de categoria, passando para a Classe Star, Scheidt conquistou a Prata em Pequim (2008) e agora o Bronze em Londres.
É ou não é um campeão?
Alguém ainda está decepcionado?

Ainda nos esportes individuais, a atleta Adriana Araújo, baiana de 31 anos, conseguiu levar o Boxe brasileiro ao pódio novamente após 44 anos na fila (a última medalha conquistada pelo esporte havia sido em 1968, pelo pugilista Servílio de Oliveira), o que a tornou também a primeira boxeadora brasileira a ganhar uma medalha olímpica. Quem também trouxe medalha para casa foi o pugilista Esquiva Falcão, que perdeu o Ouro na final contra o japonês Ryoto Murata, após ser punido por falta e perder dois pontos, apesar de ter sido muito melhor dentro do ringue. Para quem assistiu a luta, o gosto da prata foi incômodo, uma vez que o Ouro era quase certo e ficou separado das mãos do lutador por apenas um ponto.
Yamaguchi Falcão, lutador de 24 anos da categoria meio pesado (até 81 kg) trouxe a terceira medalha para o Boxe brasileiro, ficando com o Bronze ao derrotar no ringue o cubano Julio La Cruz Peraza. Junto com as medalhas de Adriana e Esquiva, essa é com certeza uma das maiores participações brasileiras do esporte nas Olimpíadas, o que guarda esperanças para que a modalidade ganhe no futuro o destaque que não tivera em Londres.

Na ginástica, após o fracasso de Dayane dos Santos e Diego Hypolito, nossa única medalha veio na cor dourada, e Arthur Zanetti conquistou o primeiro lugar do pódio, superando os atletas Yibing Chen (cinco vezes campeão mundial e com a marca de 15.800 em Londres) e o italiano Matteo Morandi (Bronze com a pontuação 15.733), tornando-se o primeiro atleta do Brasil a ganhar não só uma medalha olímpica na categoria como também ser Ouro.
No último dia de competição, uma medalha inesperada surgiu, e Yane Marques atleta pernambucana de 28 anos, levou Bronze na competição de Pentatlo Moderno, categoria que engloba o hipismo, esgrima, natação, tiro esportivo e corrida, completando as participações individuais brasileiras em Londres.
Nos esportes coletivos, mais uma vez o Brasil chegou forte com o Vôlei, levando duas duplas masculinas e duas duplas femininas na praia até Londres, além da Seleção masculina e da feminina de quadra.
Confirmando nosso favoritismo nessa modalidade (a quantidade de medalhas conquistadas pelo Vôlei desde as Olimpíadas de Barcelona-1992 é a maior entre os esportes coletivos), as meninas do técnico José Roberto Guimarães levaram o Ouro olímpico, repetindo a façanha de Pequim e lavando a honra da Seleção sempre tão cobrada e criticada.


As meninas chegaram a depender da combinação de pontos além do próprio esforço para manter-se vivas na competição e passar para as semifinais, e foi no último jogo contra as norte-americanas, que elas conseguiram mostrar toda sua garra, derrotando as adversárias por 3 sets a 1, tendo começado atrás do placar. A comemoração veio em tom de desabafo, e a alegria pelo título foi tão grande que incomodou as norte-americanas, que alegaram que a festa das meninas “tinha sido meio exagerada”.
Na praia, a dupla feminina Juliana e Larissa venceu a forte dupla chinesa Chen Xue e Zhang Xi pela disputa de terceiro lugar, com parciais de 11/21, 21/19 e 15/12.


A suada medalha de Bronze das meninas, no entanto, não foi a única conquistada na areia, e apesar da eliminação da outra dupla feminina Talita e Maria Elisa, e da dupla masculina Ricardo e Pedro, Alison e Emanuel ficaram com a Prata, ao serem derrotados na final pela dupla Brink e Reckermann da Alemanha, parciais de 23/21, 16/21 e 16/14.

O resultado negativo mais sentido, no entanto, foi o da equipe de Bernardinho, derrotada em quadra para a surpreendente Seleção da Rússia.
O jogo parecia finalizado no terceiro set. O time brasileiro vencia a partida por 2 sets a 0 e teve pelo menos dois match points para finalizar o jogo e colocar a medalha de Ouro no peito.
Todo mundo já estava comemorando.
A Seleção russa, graças ao gigante Muserskiy (de 2,18m) e a mudança de estratégia de seu técnico a partir do terceiro set mudou a história do jogo, conseguindo uma virada histórica em cima da Seleção Brasileira que parecia certa da vitória até aquele momento. A despedida dessa geração de ouro do vôlei masculino, já anunciando a saída de Giba, Rodrigão e Serginho e o destino incerto do técnico Bernardinho criou um tom melancólico em torno da Seleção. 


Apesar do abatimento causado pela derrota, nada apaga tudo que esse grupo já conquistou. Novos nomes surgirão obrigatoriamente a partir de agora, mas os títulos dessa geração ficarão para sempre na memória do público e na sala de troféus do time, garantindo que no Vôlei, o Brasil teve momentos genuínos de glória.
Valeu, Bernardinho. Valeu Giba, Rodrigão e Serginho. Vocês fazem parte da história do esporte olímpico brasileiro!
E o futebol, hein?

Pois é.
O time de Mano Menezes foi o único da delegação brasileira que chegou a Londres com a OBRIGAÇÃO de conquistar medalha e isso graças ao prestígio que o esporte possui no país, além das regalias que seus atletas possuem se comparados aos pobres coitados da ginástica e atletismo, por exemplo.
Com estrelas jogando em times europeus como Alexandre Pato do Milan, Hulk do Porto (e em negociação para jogar na Inglaterra) e Lucas do São Paulo, mas de malas prontas para ir para o Paris Saint-Germain em 2013, o time brasileiro entrou na competição como um dos favoritos à medalha de Ouro, e apesar de seu futebol cheio de firulas inúteis, pouca objetividade e uma defesa frágil (a começar pelo goleiro), a seleção conseguiu bons resultados, passando de forma fácil pelos adversários, até a final com o México.

Melhor preparado e com um ataque matador que fez um gol logo aos 30 segundos de jogo, o México levou vantagem em praticamente todos os fundamentos sobre o Brasil, chegando a abrir 2X0 no segundo tempo e com chances de ampliar o placar.
Neymar?

Se ele estava no jogo ninguém viu.
“Conquistando” a Prata mostrando um futebol bem aquém da merecedora trajetória de cinco Copas do Mundo, mais uma porção de títulos internacionais, o time de futebol masculino segue sem ganhar a almejada medalha de Ouro, mas os salários milionários de seus “craques” e toda a grana com publicidade continuam sendo depositados em suas contas, bem como a babação de ovo da torcida brasileira sobre eles, que permanece inalterada. Resultado que é bom, nada.

Chega a ser injusto toda crítica e cobrança que os atletas olímpicos sofrem em época de Olimpíadas, uma vez que nem mesmo o incentivo da torcida acostumada a venerar apenas o futebol, eles têm (o que dizer de apoio do Governo!), mas todas as críticas e cobranças são válidas para o time do Senhor Mano Menezes, uma vez que infraestrutura para treinar e serem os melhores do mundo eles têm, o que falta mesmo é comprometimento e mais humildade.
Rio de Janeiro 2016 promete ser a prova de fogo para o Brasil no quesito competência. Quem sabe se o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), percebendo a visibilidade que o país terá daqui a quatro anos, na tentativa de evitar um vexame internacional, não resolva fazer com que os atletas sejam tratados de forma digna, sendo treinados para vencer e não só para competir?


Ser uma nova China, uma grande potência com atletas de alto nível em praticamente todas as modalidades e que ganham mais de 80 medalhas por Olimpíada não é a meta, e sim ser um país cujos atletas são, ao menos, bem preparados e prontos para competir de igual para igual com qualquer adversário. Nós que acompanhamos esportes e que acima de tudo somos torcedores, temos sim gana de ver nossa bandeira tremulando no ponto mais alto do pódio, e quem é que não quer?
Embora esse seja nosso desejo, sabemos que não é fácil chegar ao topo, e que para isso é necessário muito treino, suor e as vezes até sangue.
Fica a torcida para que o Brasil aprenda com seus erros e que as próximas Olimpíadas, em nossa casa, sejam as melhores para nosso país em todos os sentidos. O Cristo Redentor estará lá em cima, de braços abertos acompanhando tudo.
NAMASTE!

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