8 de janeiro de 2014

O Hobbit - No Cafofo do Smaug


E a jornada do pequeno Hobbit Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) ao lado do mago Gandalf (sir Ian McKellen) e dos treze anões Thorin Escudo-de-Carvalho (Richard Armitage), Balin (Ken Stott), Dwalin (Graham McTavish), Bifur (William Kircher), Bofur (James Nesbitt)Bombur (Stephen Hunter), Fili (Dean O’Gorman), Kili (Aidan Turner), Oin (John Callen), Gloin (Peter Hambleton), Nori (Jed Brophy), Dori (Mark Hadlow) e Ori (Adam Brown) para reaver o reino de Erebor, continua no filme O Hobbit – A Desolação de Smaug, que estreou em Dezembro de 2013 nos cinemas.

A história de fantasia que se baseia no livro único O Hobbit escrito pelo mesmo autor da trilogia O Senhor dos Anéis J.R.R Tolkien, transformada em três filmes pelo diretor Peter Jackson, conta a saga de Bilbo, um Hobbit do Condado que é convidado a participar de uma aventura inesperada pelo velho mago Gandalf, o Cinzento, que é praticamente uma lenda por aquelas regiões áridas da Terra Média. Cansado de sua vida monótona e regrada (característica básica de todo Hobbit), Bilbo decide ir atrás do Cinzento e dos treze anões, mesmo sabendo os perigos que o esperam no caminho até a Montanha Solitária de Erebor, lar dos anões, tomado por um gigantesco dragão que se apoderou de todos os tesouros e riquezas escondidos do lado de lá das muralhas. Guiada por Gandalf, a comitiva tem em sua posse uma chave que abrirá uma passagem secreta na montanha dos anões, e lá chegando, Bilbo, como o ladrão do grupo, tem a dura tarefa de encontrar a pedra Arkenstone em meio a todo o tesouro agora sob o poder de Smaug, sabendo que essa pedra pode trazer o poder de volta às mãos de Thorin, filho de Thrain, neto de Thror, o legítimo herdeiro real de Erebor.


Como visto no primeiro filme, a vida dos quinze personagens não é nada fácil até chegarem a Erebor. Enquanto um mal sem precedentes (maior que a ameaça de Smaug) se esgueira nas florestas e começa a atrair trolls e orcs para próximo das cidades dos elfos, Bilbo e seus amigos são obrigados a suar para transpor as passagens até o reino dos anões. Caçados pelo orc branco Azog (cujos movimentos são capturados do ator Manu Bennett, o Slade Wilson da série Arrow) e sua horda de orcs, os pequeninos quase perdem seu líder Thorin, que no final do primeiro filme decide encarar (de novo) o monstro pálido, levando a pior dessa vez. Thorin decepou o braço da criatura durante a batalha nos portões de Moria e impediu que seu povo fosse inteiramente massacrado por ele no passado, o que não resolveu o problema permanentemente. Pelo contrário, Azog espreita ainda mais perigoso, e o grande entrevero entre eles deve mesmo ficar para o terceiro filme, uma vez que Azog mal aparece no segundo.


Em A Desolação de Smaug, em paralelo a jornada dos anões em reaver seu reino das garras ambiciosas e gananciosas de Smaug, nós vemos também o ressurgimento de um poderoso Necromante que começa a expandir sua influência maligna pela Terra Média, o que intriga os magos Gandalf (que larga os anões à própria sorte por causa disso) e Radagast (Sylvester McCoy), o Castanho. Após deixar Bilbo e os anões à caminho da Montanha Solitária, o Cinzento começa a seguir pistas que o levam a encarar o próprio Necromante face-a-face, e a criatura etérea acaba se revelando como um dos personagens principais da outra trilogia de Peter Jackson, o temível Sauron.


Além das duas tramas, vemos também surgir um herói entre os homens, o safo Bard (Luke Evans, o Zeus de Imortais), que ajuda os anões a chegarem à Cidade dos Lagos, e acaba se revelando o herdeiro daquele que não conseguiu impedir o avanço de Smaug sobre Erebor. Na história, o pai de Bard teve a chance de atingir o dragão com uma balestra (arma usada para disparar uma espécie de arpão) feita pelos anões, e o homem vive na Cidade dos Lagos, aos pés da Montanha Solitária, literalmente sob a sombra do fracasso de seu progenitor. Disposto a corrigir o erro de seu pai, Bard se vê obrigado a usar a última flecha negra capaz de matar Smaug, e apesar de se interpor entre Thorin e seu destino à princípio, ele faz com que seu filho leve a flecha até a balestra, sabendo que o retorno do dragão é agora algo inevitável.


Esses três plots conduzem a história de A Desolação de Smaug, mas aquiete seu facho se você acha que verá algum desfecho ainda na segunda parte da película. O filme acaba quase duas horas e meia depois do começo e não fecha nenhuma das tramas desenvolvidas durante esse tempo, o que acaba deixando alguns espectadores meio que emputecidos na sala de cinema.

Os Efeitos Especiais

É certo que a tecnologia digital a que Peter Jackson e sua equipe dispõem hoje é infinitamente maior do que a que ele tinha na época da filmagem da trilogia do Senhor dos Anéis (e nem faz tanto tempo assim!), e aproveitando-se de tais recursos, o diretor decidiu extravasar libera e joga tudo pro ar e dar na cara do espectador (literalmente!) com uma tecnologia de ponta, usada para trazer a mais nítida imagem e os melhores efeitos digitais que o século XXI pode criar.



Não consegui assistir o primeiro Hobbit em um cinema que me permitisse apreciar a qualidade de imagem proporcionada pelas câmeras que rodam em 48 fps (frames por segundo), mas dessa vez me vi embasbacado na poltrona olhando para uma tela que mais parecia uma vitrine, onde do outro lado os atores e personagens fantásticos conduziam a história de A Desolação de Smaug. À princípio me senti incomodado por aquela imagem tão nítida que mais parecia uma cena de novela dentro do Pônei Saltitante enquanto Thorin e Gandalf conversavam, mas depois, comecei a mergulhar naquela perfeição de imagem, e percebi os benefícios de assistir um filme rodado a 48 fps. Tudo é mais limpo, e até mesmo perceber os defeitos e inserções de CGI é gratificante. 



Nas cenas de ação, a mescla entre atores e personagens digitais é cada vez menos visível (exceto criaturas quadrúpedes!), e uma das cenas mais comentadas e elogiadas do filme, a queda nas corredeiras e a batalha dos anões contra os orcs, fica ainda mais divertida com a nitidez das câmeras. O esplendor da cidade dos elfos comandada por Thranduil (Lee Pace) é ainda mais perceptível, enquanto a floresta negra por onde os anões passam e são obrigados a enfrentar terríveis aranhas gigantes (cena, aliás, pra deixar qualquer um com aracnofobia!) fica ainda mais sinistra, enquanto abelhas gigantes voam de encontro ao espectador no cinema.

O 3D, no entanto, para por aí, uma vez que ele é apenas usado como muleta, dando profundidade a alguns cenários (como o do já citado encontro no Pônei Saltitante) e alguma vertigem nas corredeiras, enquanto os anões boiam em barris tentando escapar da fúria dos orcs.
Seja como for, as inserções de CGI estão mais bem cuidadas nesse segundo filme, e já é quase impossível saber quando estamos vendo um boneco digital saltando entre anões e orcs, e quando estamos vendo o verdadeiro Orlando “Boneco de Cera” Bloom (agora com 37 anos e nitidamente bem menos ágil nas cenas de luta), voltando a encarnar o destemido Legolas, para o delírio das mocinhas.



Só para não dizer que tudo são flores, a tão esperada aparição do transmorfo (por falta de definição melhor) Beorn (Mikael Persbrandtfoi pra lá de decepcionante. Além da falta de profundidade do personagem e da rápida passagem em que ele dá casa, comida e roupa lavada aos anões, sua transformação de urso para “humano” é bem meia-boca, sem falar que Beorn nem sequer parece um urso! Sabe-se (de acordo com o livro) que Beorn volta a aparecer na guerra que deve culminar entre os exércitos no terceiro filme, mas mesmo para uma introdução de personagem, achei bem caída sua aparição.  
Adaptação
Como já citei no outro post, eu não li a trilogia O Senhor dos Anéis e nem tampouco O Hobbit, portanto, não tenho nada a questionar sobre a fidelidade da obra a que Peter Jackson deveria ou não seguir. Tudo o que sei sobre a obra, foi o que li a respeito na internet e que ouvi em podcasts e fóruns de discussão por aí.

Através dessas fontes, descobri que o orc branco Azog não desempenha papel tão importante na história, e que ele morre (e isso não é SPOILER, porra!) mesmo na batalha de Moria. Quem fica para vingar o legado de matança e maldade do pai é Bolg, que aparece em A Desolação de Smaug, mas que é descrito como apenas um pau-mandado do próprio Azog, num diálogo que quase quer dizer: “Bolg, meu fi. Vá lá atrás daqueles anões e acabe com todos eles pra mim, porque eu preciso ser resguardado pro terceiro filme!”. Assim sendo, Bolg acaba sendo o grande general dos exércitos de orcs no segundo filme, e fica sendo o responsável pela "quase invasão" das criaturas ao reino dos Elfos, em busca dos anões que são feitos prisioneiros pelos orelhudos da floresta logo após se livrarem das aranhas gigantes.



Após esse entrevero entre elfos e aranhas gigantes, descobrimos que o coração de Legolas, o elfo fodão de O Senhor dos Anéis, bate rápido e acelerado por uma elfa plebeia, a linda e destemida Tauriel (Evangeline Lilly, a Kate de LOST), mas que o amor dos dois é algo inalcançável, já que Thranduil, a Rainha louca... digo, o Rei dos Elfos não aprova que seu filho de sangue real se junte com uma elfa advinda da plebe. Assim sendo, começa a rolar um improvável clima entre Tauriel e o anão bonitão Kili (já citado no primeiro post como o galã entre os treze anões), o que incomodou muita gente durante o filme. 



Em primeiro lugar, dos treze anões da comitiva para reaver Erebor, só mesmo uns três ou quatro tem aparência do anão clássico, aquele baixote cabeçudinho que veste armadura e carrega um machado, os demais, ao longo do filme nem sequer parecem anões, exceto quando colocados próximos de personagens de estatura humana comum, como Gandalf e os elfos, por exemplo. Eu mesmo quase me esqueço que eles são anões, embora sejam chamados assim o tempo todo. Seja como for, o affair imposto na história não existe no livro, até mesmo porque a personagem Tauriel foi criada apenas para o filme, o que faz provavelmente com que Evangeline Lilly seja eternamente grata a Peter Jackson.



Quanto ao romance entre Tauriel e Kili, não sou contra. Basta lembrar que Evangeline já namorou o ator Dominic Monaghan, seu parceiro de elenco em LOST e que interpretou o Hobbit Merry na primeira Trilogia. Ou seja, experiência em lidar com "anões" a moça tem! "Ok! Ok! Eu aumento, mas não invento!!"



Incoerências e desvios gritantes quanto à linha narrativa mostrada no livro (que lembrando, foi escrito para crianças) existem aos montes com relação ao Hobbit adaptado para o cinema, mas é importante salientar que tanto Jackson quanto a Warner (produtora conhecida por esticar, esticar e esticar a baladeira até não sobrar mais nada, visto séries de TV como Smalville e Supernatural) tiveram que criar três filmes se baseando em um “roteiro” de pouco mais de 300 páginas. 




Liberdades poéticas e inserções seriam necessárias de qualquer forma, mas ao fim da sessão, ficou aquele gosto amargo de que Jackson havia exagerado em sua ambição de querer faturar com três filmes, uma vez que com menos enrolações ele conseguiria colocar tudo muito bem colocado em dois filmes.
Lá e de volta outra vez...
Como filme, sem pensar que ele é uma adaptação e nem o julgando se ele tem ou não incoerências de roteiro (e vamos combinar que o plano dos anões de afogar o Smaug em ouro foi bem merda!) A Desolação de Smaug é um baita de um filme (baita mesmo, com um orçamento de US$ 270 Milhões), equivalente ao primeiro em grandiosidade e na qualidade dos efeitos visuais. Três das minhas cenas prediletas envolvem movimentação e ação, e são tão bem executadas que me recordo como se tivesse acabado de ver o filme. A cena já citada da fuga dos anões pelas corredeiras é sensacional, mostra toda a sincronia e trabalho em equipe dos amigos anões enquanto eles são caçados impiedosamente pelos orcs comandados por Bolg. Em paralelo à destreza dos pequenos, também vemos a agilidade e mira infalível de Legolas (que também não aparece na história original de O Hobbit) e de Tauriel, que estão ali para reaver os anões e ao mesmo tempo afastar a ameaça orc de suas terras.



A cena na floresta com as aranhas gigantes, e que precede a das corredeiras, também é excelente, não só pelo cenário, mas principalmente pelas alucinações que o local causa nos pequenos quando estes colocam seus pés em seu interior. Como numa viagem louca de ácido, Bilbo e os treze anões começam a alucinar sob efeito da floresta, e começam a se perder enquanto andam em círculos e começam a ter ataques de esquizofrenia. O clima de terror aumenta quando (outra vez, repetindo a cena de O Retorno do Rei quando Frodo é ferroado e enrolado em teia por uma terrível aranha gigante) aranhas enormes começam a caçar os anões para almoçá-los, obrigando o pequeno Hobbit a usar sua espada Ferroada e o Um anel guardado em seu bolso desde o Concurso de Charadas com o Gollum, para salvá-los.



Minha terceira cena preferida, apesar do desfecho sem criatividade do banho de ouro, é quando Smaug dá as caras pela primeira vez. Sem sombra de dúvidas, esse é o melhor e mais bem feito dragão que já vi no cinema. Enquanto ouvia a atuação do ator Benedict Cumberbatch, que faz a voz de Smaug, eu me peguei analisando a forma do lagarto gigante, pensando com meus botões “Quanto tempo esses filhos da puta demoraram para digitalizar e renderizar esse dragão!”. O personagem digital é um dos mais perfeitos que já vi, e não só possui o peso que vemos faltar em bonecos digitais (Como o Hulk, por exemplo, que sempre parece ser feito de borracha) como também a movimentação excelente, algo que talvez tenhamos que agradecer a Guillermo  del Toro, que apesar de ter abdicado da direção de O Hobbit, participou da produção, tendo seu nome creditado no filme. O diretor rotundo é conhecido por caprichar nas criaturas fantásticas que desenvolve para o cinema, e isso ficou bem claro em Hellboy, onde trabalha quase que inteiramente com animatronics e no recente Pacific Rim, onde ele nos fez acreditar que monstros e robôs gigantes podem mesmo existir em nosso mundo. Isoladamente a equipe de criação do Smaug merecia ganhar um Oscar de efeitos visuais tal é a perfeição do dragão, e vão se passar alguns anos até que algum outro diretor (ou o próprio Peter Jackson) venha a superar o que foi conseguido em A Desolação de Smaug nesse quesito.



Independente do que a crítica “especializada” e que leu todos os livros de Tolkien achou, eu gostei para caralho de O Hobbit – A Desolação de Smaug por tudo que já foi citado e também por ter cumprido seu papel principal: Entreter. Eu me diverti assistindo o filme, eu ri com as peripécias dos anões, me empolguei com as cenas de luta muito bem coreografadas, me deliciei com as cabeças de orcs rolando a todo momento e em especial gostei de revisitar a Terra Média sob essa nova ótica em 48 fps de Peter Jackson. O filme tem defeitos, óbvio, qual filme não tem? Mas eu fui menos cricri comigo mesmo e relevei alguns deles porque se tratava de uma história fantástica com seres fantásticos. Como posso me importar com incoerências de roteiro em uma história em que vejo treze anões sofrerem os maiores infortúnios como quedas em corredeiras, quedas de árvores a centenas de metros do chão, flechadas, ataques de orcs e nada acontecer de grave a eles? O único anão que esteve mesmo às portas da morte foi o Kili, e isso porque ele precisava ter uma cena romântica em que é salvo pela elfa bonitona. Os outros, sabemos que são indestrutíveis!
A Desolação de Smaug é um excelente filme de aventura, daqueles que devem ser repetidos no futuro Ad infinitum na Sessão da Tarde. Tem ação, suspense e comédia na medida certa, e apesar de ser um caça-níquel fidumaégua entre o primeiro e o terceiro (O Hobbit – Lá e de volta outra vez) filme (sim, nós sabemos disso!), assim como o primeiro, vale cada centavo do ingresso do cinema em 3D, que não é barato hoje em dia. Se você não é fã xiita da obra de Tolkien, vá assistir sem medo de ser feliz. Vale a pena.
NOTA: 9,0

CLIQUE NA IMAGEM PARA LER O REVIEW DE O HOBBIT - UMA JORNADA INESPERADA

NAMASTE!

31 de dezembro de 2013

Os Maiores Games de Todos os Tempos


Nos últimos quatro meses embarquei em um projeto paralelo ao do Blog do Rodman com os amigos Killerdepano e IChucky, e juntos fundamos o A.I.JOVEM, um site voltado ao entretenimento que junta GAMES, HQs e ANIMES/MANGÁS num mesmo ambiente. 

A ideia era atrair a molecada elétrica dessa nova geração para um ambiente onde eles pudessem se informar e se divertir ao mesmo tempo, dando um conteúdo diversificado e atualizado nas páginas do site. O negócio rendeu frutos, e há pouco tempo o AI.JOVEM lançou o A.I.POD, o Podcast do site. 



Pode parecer que estamos copiando os diversos Podcasts que chovem na Internet atualmente, mas nosso principal foco era juntar os amigos para falar besteiras sobre nossos assuntos preferidos. Desta forma, no primeiro episódio falamos sobre FILMES DE TERROR, elegendo os 15 melhores e mais aterrorizantes filmes do cinema, em nossa humilde (e nada imparcial) opinião.


A experiência foi tão boa que repetimos a dose no segundo episódio, desta vez relembrando os saudosos e polêmicos anos 90. Chamamos dois reforços femininos para aguçarem nossas lembranças da década de nossa infância e adolescência, e as colegas Roh Soan e Rafa Fan também contaram suas histórias, trazendo à tona uma porção de velharias como músicas, programas de TV, desenhos animados e costumes daquela época. 


No último Podcast resolvemos falar sobre GAMES. Não qualquer game, mas os 10 MELHORES GAMES de nossas vidas, compartilhando experiências, situações bizarras e cagando muita, mas muita regra sobre dados técnicos e a história dos jogos. 

Seja como for, ao fim da gravação do terceiro A.I.POD estávamos com aquela sensação de missão cumprida: Havíamos nos divertido muito


Venha com a gente cagar regra e dar altas risadas ouvindo esse bate-papo maluco. Discorde, concorde, xingue, mas acima de tudo, divirta-se com o mais novo Podcast "das INTERNETES".

CLIQUE NA IMAGEM PARA ACESSAR O A.I.POD #003


NAMASTE!

3 de novembro de 2013

A despedida de Brian Michael Bendis dos Vingadores


No ano de 2005 chegou ao Brasil a saga intitulada “A queda” (Disassembled) na revista própria dos Vingadores (Poderosos Vingadores) lançada pela Panini, que já na época publicava a maioria dos títulos de Marvel e DC em terras tapuias. A imagem de chamada, desenhada por David Finch, mostrava um Capitão América cabisbaixo, desmotivado e sem vontade de cantar uma bela canção sobre os destroços dos equipamentos de seus companheiros, indicando uma baita de uma derrota da superequipe para um inimigo até então desconhecido. O arco escrito por Brian Michael Bendis era a grande estreia no título dos Vingadores do escritor careca, que já fazia sucesso nas páginas de Homem Aranha Ultimate e do Demolidor do universo Marvel 616, e seu texto prometia abalar para sempre a maior equipe de super-heróis da Terra.


Naquele tempo eu não lia nada do universo Ultimate e a publicação do Demolidor no Brasil era tão zoneada (ora em revista própria, ora em algum mix xexelento) que eu também não acompanhava as aventuras do herói cego da Cozinha do Inferno, logo, não fazia ideia quem era Brian Michael Bendis, exceto que o cara era um monstro para escrever, já que comandava diversos títulos ao mesmo tempo para a Casa das Ideias.


O texto cheio de referência a sagas e fatos mais antigos e recheado de piadinhas infames me acertou em cheio, e não demorei a virar um fã incondicional do cara logo nas primeiras cinco edições. Como já comentei várias vezes em posts mais antigos, os Vingadores sempre foram minha equipe de super-heróis preferida (muito antes do filme, caso alguém esteja me tachando de fã modinha), e em tantos anos de leitura de HQs, eu nunca os tinha visto apanhar tanto como acontece em A Queda. Apesar do sucesso que fez, a saga fora moldada premeditadamente para ACABAR com os Vingadores clássicos, e dar o sinal verde para que Bendis reestruturasse a equipe como bem quisesse. E isso incluía incorporar membros que NUNCA ANTES haviam sequer sido cotados para integrar o grupo. Assim nasceram os NOVOS VINGADORES.



Bendis estreou em grande estilo nos Vingadores, trazendo demônios antigos do grupo à tona (como o alcoolismo de Tony Stark, a violência doméstica de Hank Pym com relação à esposa Vespa e claro, os bebês desaparecidos da Feiticeira Escarlate), e apesar de ter escrito uma saga completamente comercial que tinha um fundamento pré-estabelecido desde o início, o desenvolveu com muito afinco e competência, o que faz com que A Queda seja, a meu ver, uma das histórias mais lembradas da época moderna.


Depois que a equipe original foi desmantelada (após as mortes do Homem Formiga, Gavião Arqueiro e Visão), um novo evento semelhante ao que uniu os Vingadores originais (Homem de Ferro, Homem Formiga, Thor, Vespa e Hulk) acabou juntando uma nova equipe de heróis Vingadores, após a falha de segurança da Balsa, a maior prisão de supercriminosos do universo Marvel. Presentes no local o rádio e a televisão, o Demolidor, Luke Cage, Jessica Drew (a Mulher Aranha) e mais tarde o Capitão América, Homem Aranha e Homem de Ferro foram obrigados a se unir para tentar impedir que os supervilões que eles haviam trancafiado ali ao longo dos anos fugissem, e assim surgiu a ideia de que eles fossem os Novos Vingadores



Embora falido após a destruição da mansão, Tony Stark gastou seus últimos recursos para financiar uma torre que abrigasse seus companheiros, e a primeira missão dos heróis foi caçar todos os vilões cuja fuga eles não haviam conseguido impedir.

Embora menos heroicas que suas sagas anteriores, as histórias dos Vingadores jamais foram tão divertidas, e a interação dos personagens que raramente haviam trabalhado juntos antes disso criou situações hilárias, sem falar nos diálogos infames que Bendis tão bem sabe escrever. Toda edição tinha uma sacada de fazer mijar de rir por parte do Homem Aranha, e era difícil não se envolver com aquele universo e com aquela nova formação como acabou acontecendo por todos os longos anos que se seguiram até hoje. Bendis acabou se tornando meu escritor preferido dos Vingadores.


Nas edições seguintes novos membros acabaram se juntando ao grupo, como foi o caso do Wolverine (que já era previsto desde o começo), do Sentinela, um personagem completamente novo que fora inserido no Universo Marvel como um herói antigo que havia sido “esquecido” por todos e que estivera todos aqueles anos aprisionado na Balsa, e o Ronin, um misterioso ninja cuja identidade apenas o Demolidor e o Capitão América conheciam. A dinâmica do grupo era o grande atrativo das histórias, e mesmo quando a pancadaria não rolava solta, era possível ficar ali lendo e curtindo apenas os heróis sentados jogando conversa fora. Muita gente reclama dessas características de Brian Michael Bendis, mas me vi folheando edições de mais de vinte páginas que SÓ CONTINHAM diálogos, e estava pouco me importando. Bendis é um dos únicos que consegue fazer isso sem que o leitor fique entediado, e essas características aliadas a um bom desenho, como quando Mike Deodato Jr., Frank Cho, Jim Cheung ou Steven McNiven comandavam os desenhos, criavam edições memoráveis, das quais tenho muito orgulho de ter na minha (imensa) coleção.  


A edição nacional de nº116 de Os Vingadores (publicada já há algum tempo nos EUA) marca a despedida de Bendis do título dos Maiores Heróis da Terra, e à partir da próxima publicação, o careca passa a batuta para Jonathan Hickman, escritor que já esteve à frente de títulos como Quarteto Fantástico



Em duas histórias com cara mesmo de fim de saga, Bendis amarra quase todas as pontas soltas lá atrás em A Queda, e depois de anos tocando quase que sozinho a “vida” dos Vingadores ele se despede de seus “filhos” presenteando os leitores com o final de seus arcos de uma forma bem divertida. Na primeira, Bendis põe fim ao imbróglio criado ao redor do mundo místico da Marvel, e após um confronto bizarro entre o Doutor Estranho e Daniel Drumm, irmão de Jericho Drumm, o Irmão Vodú, que o obriga a encarar AO MESMO TEMPO todos os Vingadores (nota para os desenhos FODÁSTICOS do brazuca Mike Deodato), Bendis restabelece o papel de Mago Supremo a Stephen Strange, título que estava passando de mão em mão desde que Strange havia abdicado dele.

Daniel Drumm

Na segunda história, Bendis marca um ponto final na saga em que os Vingadores se miniaturizam com as partículas Pym para atender um chamado no Microverso (ou universo interno), trazendo de volta a intrépida Janet Van Dyne, a Vespa, que havia sido dada como morta durante a Invasão Skrull


A Vespa está de volta

Além de trazer de volta uma das mais queridas personagens que já encabeçaram as fileiras concorridas dos Vingadores, a edição marca também a volta de Magnum (O Wonder Man! BWAHAHA-HAHA) à equipe, após seu surto neurótico em que ele culpava os amigos por todas as desgraças que haviam acometido a comunidade heroica nos últimos tempos (Dinastia M, Invasão Skrull, Reinado Sombrio, O Cerco, etc, etc.). Ao final da edição, com desenhos de todos os colaboradores principais que o ajudaram a fazer de Vingadores a minha revista de banca preferida, Bendis se despede do título e assina um texto emocionado contando o que foi para ele ter feito parte daquela grande história desde então. Detalhe para o que ele escreve sobre Mike Deodato:


“O artista que fez mais edições comigo ao longo dos anos, incluindo todas as edições do sucesso que foi a série Vingadores Sombrios? Mike Deodato Jr. um dos melhores colaboradores da indústria inteira.”


Confesso que fiquei orgulhoso por Mike Deodato Jr., e em uma troca de tweets rápida com o ilustrador, ele me falou que ficou lisonjeado pelas palavras de Bendis, o que diga-se de passagem, não foi nenhuma mentira. 



Os títulos desenhados por Deodato eram com segurança os melhores, e o cara só evoluiu em sua passagem pelo título. Nessa última edição o cara desenhou verdadeiras pinturas que eu adoraria ter na parede em formato de pôster.


Foi bacana acompanhar o trabalho quase que completo de Bendis à frente dos Vingadores (devem ter me faltado umas 4 ou 5 edições no máximo para completar minha coleção) em todos esses anos nessa indústria vital, e fica aquela pontada de saudade, embora saibamos que nos quadrinhos, assim como a morte, as despedidas não costumam ser definitivas. 

Quem sabe daqui a algum tempo o careca não volte a nos abrilhantar com seus textos cheios de humor e sacadas inteligentes nos Vingadores, ou quem sabe eu não o acompanhe agora em X-Men e passe a ser fã dos mutantes assim como já o sou dos Vingadores?


Hã... Pensando bem... Não. Onde é que vou guardar mais duzentas e tantas edições de HQs em meu quarto!


Adios, arrevederci, sayonará, goodbye, hasta la vista au revoir, Bendis. 

NAMASTE!

13 de outubro de 2013

Eu dei uma espiada nos Diários do Vampiro (1ª Temporada)


Vampiros sempre inspiraram curiosidade e fascínio, e isso desde que as primeiras obras de Bram Stoker (considerado por muitos o “pai” dos vampiros na literatura) publicadas no Século XIX começaram a ser adaptadas já no Século seguinte. O filme “Drácula de Bram Stoker” de 1992, estrelado por Gary Oldman e Wynona Ryder, foi o primeiro talvez, a trazer à tona o gênero “vampiro” para a Cultura Pop moderna e retirar os sedutores dentuços do ostracismo, o que durou aí por volta de uma década.

Nos anos 2000, seja pela conjunção dos astros, solstício de verão, Era de Aquário ou pelo simples fato de que histórias de vampiros atraíam as pessoas (em especial mulheres), ocorreu um boom na literatura fantástica norte-americana, e várias escritoras começaram a lançar obras sobre o tema, incluindo aí Charlaine Harris com sua série The Southern Vampire Mysteries (2001), livros que contavam a saga da jovem garçonete Sookie Stackhouse que inspiraram a série da HBO True Blood, e claro, Stephenie Meyer com Twilight (2005), obra que inspirou a série de filmes da Saga Crepúsculo. Longe da literatura, mas ainda assim inserido na cultura pop, o filme Underworld – Anjos da Noite foi lançado mundialmente em 2003, e também aproveitou desse filão vampiresco, incorporando a (na época) inédita guerra entre os dentuços branquelos e sua nêmese peluda, os lycans (ou lobisomens, para os menos cultos).  


Enquanto Anne Rice, provavelmente a escritora mais famosa e mais prestigiada da literatura americana sobre vampiros, lançava seus livros com certa periodicidade (entre eles Entrevista com o Vampiro de 1976 e A História dos Ladrões de Corpos de 1992), outra escritora menos famosa e menos prestigiada surgiu no cenário literário e lançou seu livro chamado The Vampire Diaries: O Despertar, em 1991. Lisa Jane Smith (ou simplesmente L.J Smith) começou a escrever a história da jovem Elena Gilbert e seu triângulo amoroso com os irmãos vampiros Damon e Stefan Salvatore lá no início dos anos 90, tendo terminado a primeira série em 1998. Curiosamente, os livros só chegaram ao Brasil mais de dez anos depois, com o sucesso do lançamento da série de televisão The Vampire Diaries, estrelada por Ian Somerhalder, Nina Dobrev e Paul Wesley, e desde então a história que se passa na cidade fictícia de Mystic Falls (nos livros Fell’s Church) tem atraído uma legião crescente de fãs, sobretudo mulheres.

CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR

Mas Rodman, porque diabos você resolveu assistir essa série?

Boa pergunta, caro padawan.


Quando assisti o primeiro Anjos da Noite me vi interessado por aquilo que eu considerava algo inédito, a briga histórica entre duas das criaturas sobrenaturais fantásticas mais fascinantes que existiam: Vampiros e Lobisomens. Depois disso, começou a ficar cada vez mais comum ver essa “briga” entre as duas raças na mídia, incluindo aí nas insossas intervenções artísticas de Stephenie Meyer em seus livros e depois no cinema. Antes disso, o tema vampiro só havia me interessado em Entrevista com o Vampiro (o filme de 1994) e com o surgimento de Blade (1998), personagem da Marvel criado por Marv Wolfman e adaptado para o cinema na pele de Wesley Snipes. Esse lance de vampirinhos apaixonados realmente me broxavam, até eu perceber que isso era recorrente desde Drácula de Bram Stoker. Eu já tinha achado Crepúsculo e todas suas variantes um saco, filme insosso sem atrativos e cansativo, resolvi dar uma chance para True Blood (que resenhei aqui e aqui), série que começou bacana, mas que depois virou um samba do afrodescendente desprovido de faculdades mentais e tinha combinado comigo mesmo passar bem longe de qualquer coisa que tratasse de vampiros e que não tivesse um caçador arrancando suas cabeças envolvido.

Motivos para ver a série? Que tal esses?

Então resolvi dar uma chance para The Vampire Diaries. Afinal, não se pode falar mal de algo sem conhecer do que se está falando.

A série criada por Kevin Williamson e Julie Plec conta a história de Elena Gilbert (Nina Dobrev), uma jovem de 17 anos órfã que perdeu os pais num fatídico acidente automobilístico em que ela sobreviveu milagrosamente. Sob a responsabilidade da jovem tia Jenna (Sara Canning), Elena e seu irmão mais novo Jeremy (Steven R. McQueen) procuram restabelecer suas vidas após o trauma da perda dos pais, e para isso contam com o apoio dos amigos de escola. 


Enquanto a garota é confortada pelas amigas Bonnie (Katerina Graham), Caroline (Candice Accola) e pelo ex-namorado e amigo Matt (Zach Roerig), eis que ela se sente atraída por um misterioso jovem recém-surgido na escola (e não, não estou falando de Edward Cullen!!) chamado Stefan Salvatore (Paul Wesley). Embora acreditemos nisso até metade da primeira temporada, o encontro de Elena e Stefan não é NADA casual, e enquanto os dois começam a se envolver amorosamente, a garota descobre que Stefan já a havia conhecido bem antes da escola, e que ele (SPOILER) havia sido o responsável por tirá-la do carro no acidente que matou seus pais.


Mais tarde, Elena se vê envolvida na misteriosa história da família Salvatore e ela conhece o enigmático Damon (Ian Somerhalder), o irmão mais velho de Stefan que retornou a Mystic Falls depois de um longo afastamento para atazanar a vida do caçula. Cheio de sarcasmo e cinismo, Damon volta acompanhado de uma onda de mortes que começa a assolar a cidade, o que passa a preocupar Stefan, que diferente do irmão, não mata vítimas inocentes para saciar sua sede por sangue.



OH, MY FUCKIN' GOD! Eles são vampiros, Rodman??

Claro, Mané! Achou que bonitos, sarados, perfeitos e usando gola em V desse jeito eles seriam o quê? Elfos da floresta??


Enquanto descobre os segredos assustadores dos irmãos Salvatore, Elena se vê envolvida em uma rede de intrigas e mentiras que a faz pensar em “onde fui amarrar meu jegue?”. Apaixonada por Stefan e sentindo coceirinhas por Damon, a menina chega a terrível constatação de que seu grande amor é uma criatura da noite que se alimenta de sangue para sobreviver, e apesar disso, decide aceitar sua real natureza, confiando que ele não vai rasgar sua jugular durante a noite na cama. Assim como nos livros, o roteiro da série deixa bem clara a questão maniqueísta de bem e mal, pelo menos nos primeiros episódios. 


Stefan é o irmão vampiro bonzinho que voltou para Bon Temps Mystic Falls para viver em paz enquanto persegue o amor que nunca mais encontrou desde que sua amada Katherine (que é a cara de Elena!) morreu em um incêndio um século antes. Ele se alimenta de coelhinhos da floresta (como ele é fofo, né?), respeita a vida humana e aceita sua própria humanidade, traço que ele luta para não perder, apesar de ser um morto-vivo. Já Damon é o vampiro clássico, que gosta de se esbaldar na luxúria, não está nem aí para os humanos (e quem pode condená-lo por isso?) e que simplesmente apertou o foda-se para o mundo, afinal ele é lindo, tesão, bonito e gostosão e ainda é praticamente imortal. O conflito entre bem e mal é bem construído no início da primeira temporada, mas como nem tudo é preto e branco, é bacana perceber que os irmãos Salvatore mantêm características contraditórias em suas personalidades, fazendo o espectador perceber que Damon não é afinal tão filho da puta assim e nem que Stefan é praticamente um Dalai Lama de bondade. Obviamente, o fã-clube de Damon é muito maior entre as espectadoras. Por que será, hein?? (Já discuti esse conflito ideológico aqui certa vez).


Se a série se desdobrasse inteira somente nesse triângulo amoroso, eu já a teria abandonado logo nos primeiros episódios, mas a história por trás do passado de Mystic Falls, a relação dos Salvatore com os fundadores da cidade (as famílias Fell, Gilbert, Forbes e Lockwood) é bem atraente e todo o misticismo ao redor de alguns personagens, como a magia de Bonnie, que é herdeira das bruxas de Salem, me interessou a continuar acompanhando. Em nenhum momento me senti agredido pelo roteiro ou percebi que os roteiristas estavam de brincation with me, tipo falando que vampiros não andam no sol porque eles brilham feito umas fadas loucas ou que eles procriam (!!). Muito da mística criada por Stoker e mantido por Anne Rice encontram espaço em The Vampire Diaries (sem toda aquela homossexualidade característica dos textos da autora americana, claro), e desta forma, vampiros continuam morrendo com estacas de madeira, continuam não podendo andar nas ruas durante o dia e ainda fingem serem pessoas normais para comer o cu do coveiro emboscá-las à noite.

Tyler Lockwood e Caroline Forbes

Diferente das demais séries longas (que em geral possuem de 20 a 23 episódios por temporada), todos os episódios de TVD parecem ser relevantes para a trama principal e não sofrem daquela enrolação ao estilo Supernatural, em que somente os dois primeiros episódios e os dois últimos realmente mudam alguma coisa na trama. Ou seja: perder um episódio significa ficar também perdido no decorrer da história.

Dobrev, Wesley, McQueen, Graham, Somerhalder e Accola

Além do enredo amarradinho cheio de mistérios e reviravoltas, a série conta também com um bom elenco jovem. Quase nenhum dos atores decepciona em suas atuações (além de serem TODOS, sem exceção, bonitos), o que é com certeza uma das minhas maiores críticas aos filmes da Saga Crepúsculo, por exemplo, com os bonecos de cera Kristen Stewart e Robert Pattinson nos papeis principais. Graças à interpretação dos atores, nós conseguimos nos importar com os personagens, mesmo os coadjuvantes. 

Apesar de seu ar meio sonso, Nina Dobrev convence com sua romântica Elena, e ela é tão graciosa que entendemos perfeitamente porque Stefan, Damon e Matt morrem de amores por ela. Em contraposição a sua bondosa e certinha Elena, é notável perceber o quanto ela consegue parecer mais audaciosa na pele de Katherine, o grande amor do passado dos irmãos Salvatore, que aparece em flashbacks do século XIX e que ressurge vivíssima da Silva no fim da temporada. Embora se trate de uma mesma atriz interpretando duas personagens, é explícito quando estamos vendo uma e a outra, graças ao talento de Nina Dobrev. Em alguns momentos, aliás, até dá pra esquecer que é a mesma atriz interpretando. Isso sem falar que Nina é uma graça, um verdadeiro pitéu! 


Ian Somerhalder (e as mina pira) é sem dúvida o grande nome da série. Seu personagem é insuportavelmente carismático, e mesmo quando Damon age como um completo psicopata nós conseguimos dar risada de seu sarcasmo, sua marca registrada na série (sua “zoeiragem” com Crepúsculo e as referências ao mundo pop são hilárias!). Pra quem se lembrava do ator apenas como o nervosinho Boone de LOST, que só servia para tirar a meio-irmã Shannon de enrascadas, além de ser usado pela ilha como um sacrifício, é interessante notar o quanto ele evoluiu como profissional para o personagem principal de TVD. Vale lembrar que LOST teve seu último episódio lançado em 2010, e Somerhalder já vivia Damon Salvatore quando voltou a aparecer por lá como o Boone nos flashsideways que mostravam o “futuro” dos sobreviventes do voo 815 da Oceanic Airlines.


Dos três atores principais, Paul Wesley é com certeza o menos talentoso, o que não necessariamente prejudica a história, já que seu personagem Stefan é mesmo mais introspectivo. O “mocinho” nunca rende tantas possibilidades de interpretação quanto o vilão, e apesar daquela primeira impressão de que ele é um mau ator, o cara consegue convencer em cenas mais dramáticas do meio da primeira temporada para frente. Resisto em aceitar esse lance de que sempre “há luz na escuridão e trevas na luminosidade”, portanto tenho mais facilidade em torcer para Stefan do que para Damon em relação ao coração da heroína Elena, o que indica que o ator afinal, tem sim algum carisma.


 Independente de quem vai ficar com Mary Elena, do 5º episódio em diante já é bem fácil torcer pelo elenco todo, e aquele efeito The Walking Dead começa a nos tomar como espectador, rezando para que aquele personagem específico não morra. E apesar de ser uma série de certo modo leve e para toda a família (já que não mostra nudez ou cenas de sexo, pelo menos não mais que a novela das 9!!), morre bastante gente no decorrer dos 22 episódios, embora o sangue não jorre de maneira agressiva como acontece, por exemplo, em True Blood, onde o termo “família” não se aplica bem ao público do seriado.


Os 22 episódios fluem de maneira bem impactantes dentro do contexto da série, e cada capítulo ocorre sem grandes enrolações. Temos a clara noção de que estão nos querendo contar uma boa história ali, e não apenas ganhar números no ibope para o canal CW que transmite The Vampire Diaries. No decorrer da série diversos outros personagens são inseridos acrescentando mais vigor à história, como o professor de nome estranho Alaric Saltzman (Matthew Davis) que surge com a missão de caçar o vampiro que raptou sua esposa Isobel (Mia Kirshner), que mais tarde é revelada como (SPOILER) a verdadeira mãe de Elena, a vampira Annabelle (Malese Jow) que se envolve amorosamente com Jeremy após usá-lo para encontrar um meio de reviver sua mãe Pearl (Kelly Hu, a Lady Letal de X-Men 2), presa nos escombros abaixo da igreja após o incêndio que “vitimou” também Katherine, e o primeiro interesse romântico de Jeremy, a irmã de Matt e viciada em drogas Vicki Donovan (Kayla Ewell), que acaba tendo que ser sacrificada por Stefan após ser transformada em vampira por Damon e ameaçar matar Elena.


Ufa!

The Vampire Diaries possui diversos atrativos narrativos (mais para meninas, claro) e é uma boa série para se acompanhar periodicamente, essa aliás, uma especialidade do canal Warner. Comecei a acompanhar cheio de preconceitos do tipo “que série de menininha!”, “vampirinhos boiolas!”, mas acabei convencido pelo bom andamento dos episódios muito bem escritos e dirigidos. Assim como Arrow, Supernatural e porque não dizê-lo Smallville (todas da Warner, aliás) The Vampire Diaries é concebida para agradar mais o público feminino, mas não ofende o público masculino por conta disso. É ótima para acompanhar com a namorada e depois ver seus argumentos sobre a perfeição de Damon Salvatore caírem todos por terra quando você tentar convencê-la do contrário. Sinceramente, já vi muita série pior por aí e não me arrependi de ter começado a assistir a saga dos vampiros bonitões de Mystic Falls.

NOTA: 8

Ps. A magia é usada como muleta para tudo que é inexplicável na série e às vezes nossa inteligência é insultada com a facilidade com que Bonnie enfeitiça certos artefatos e convenientemente os fazem funcionar com sua magia. Nível Doutor Estranho, essa bruxinha!



Ps. 2 – bacana criarem outra fraqueza para os vampiros como a planta verbena, mas ao que me consta, essa porra nasce em Mystic Falls mais do que cai kryptonita em Metrópolis! Todo mundo tem um pouquinho em casa.

NAMASTE!

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...