Há alguns meses eu postei aqui sobre minhas impressões do
segundo trailer de ESQUADRÃO SUICIDA e o quanto ele fazia parecer que esse ia
ser o MELHOR FILME DE SUPER-HERÓIS DA FACE DA TERRA. Mais uns dois ou três
trailers foram lançados logo depois, e essa impressão continuou a elevar a
expectativa do público que correspondeu bem nas bilheterias, fazendo o filme
faturar (até aqui) US$ 600 Milhões só nos EUA. Vale lembrar que o filme
dirigido por David Ayer custou cerca de US$ 175 Milhões aos cofres da Warner, e
o faturamento certamente garante uma continuação, se é que isso está nos planos
da DC.
Como sempre, as críticas ao filme se dividiram. De um lado,
os nerds gordos e sebosos reclamando que o Esquadrão Suicida do filme não tem
nada a ver com a sua versão dos quadrinhos, que alguns personagens estão mal
caracterizados e que o roteiro é uma bosta. Do outro, os novos fãs,
conquistados pelos Novos 52 que dizem que “tá certo, o Coringa é assim mesmo, a
Arlequina é foda, o Pistoleiro é foda, o filme é foda, a Warner é foda e Chupa
Marvel!”.
Ao lado dessa meia dúzia de fãs conquistados pelos Novos 52 da DC (aquele Reboot de 2012 que já foi desfeito parcialmente pelo novo Reboot, o Rebirth) está o público civil, que foi ao cinema mesmo não fazendo a mais puta ideia de quem seja Capitão Bumerangue, Crocodilo ou Amarra, mas que se divertiu muito com a história do filme e com os personagens.
Ao lado dessa meia dúzia de fãs conquistados pelos Novos 52 da DC (aquele Reboot de 2012 que já foi desfeito parcialmente pelo novo Reboot, o Rebirth) está o público civil, que foi ao cinema mesmo não fazendo a mais puta ideia de quem seja Capitão Bumerangue, Crocodilo ou Amarra, mas que se divertiu muito com a história do filme e com os personagens.
Eu achei o filme mediano. Não posso considerar que sou um
ávido conhecedor de Esquadrão Suicida (não tenho NENHUMA HQ do grupo em minha
coleção), mas tenho algum conhecimento dos personagens individualmente (tá...
exceto o Amarra. Nunca ouvi falar de Amarra!), o que me garante alguma base de
comparação.
Independente das descaracterizações de alguns personagens, o roteiro (escrito também por David Ayer) simplesmente não funciona para o grupo, já que os coloca em UMA única missão já para enfrentar uma deusa mística do caralho a quatro e seu irmão fodão que possuem juntos poder suficiente para dobrar o mundo ao meio.
Independente das descaracterizações de alguns personagens, o roteiro (escrito também por David Ayer) simplesmente não funciona para o grupo, já que os coloca em UMA única missão já para enfrentar uma deusa mística do caralho a quatro e seu irmão fodão que possuem juntos poder suficiente para dobrar o mundo ao meio.
E o que o Esquadrão tem para enfrentá-los?
Vendo a animação
Batman: Assalto ao Arkham eu fiquei pensando com os meus botões: Afinal, porque
Diabos não guardaram o roteiro desse desenho para o filme?
A animação e o filme têm basicamente os MESMOS personagens
com uma alteraçãozinha aqui e acolá. Adaptar esse roteiro para o cinema não
seria NENHUMA missão impossível, visto que até mesmo parte da ação é bem
parecida. Tem o Esquadrão, tem a Amanda Waller, ela os obriga a trabalhar sob
suas ordens para realizar uma missão suja que nem ela e nem o governo podem
realizar. Tem a Arlequina e a relação doentia dela com o Coringa. E tem o Batman tentando melar os planos dos
vilões no meio de tudo.
No filme, os vilões descartáveis são recrutados por Amanda
Waller (Viola Davis) e são colocados sob o comando de Rick Flagg (Joel
Kinnaman) para cumprirem uma misteriosa missão, que até chegarem ao campo de
batalha, eles não fazem ideia do que seja. Com um explosivo implantado em seus
pescoços, os vilões são obrigados a cumprir a tal missão, e se sobreviverem
ganham como prêmio a redução de suas penas criminais. Floyd Lawton (Will
Smith), Harleen Quinzel (Margot Robbie), Capitão Bumerangue (Jai Courtney),
Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agjabe), El Diablo (Jay Hernandez) e o Amarra
(Adam Beach) são escolhidos por Waller devido suas habilidades especiais (no
filme nem é citado que eles são “descartáveis”) e eles são logo colocados em
ação sem qualquer treinamento em equipe.
A missão a qual eles são designados não fica muito clara (nem mesmo para o público), e do nada percebemos que uma até então aliada de Amanda Waller, a Dra. June Moone (Cara Delevingne) se voltou contra ela e o namorado Rick Flagg, tomada pela entidade conhecida como Magia, que se torna a grande vilã da história. Disposta a voltar a ser o centro das atenções do planeta (como ela o era milênios atrás) Magia traz seu irmão (outra entidade milenar mística) de volta ao mundo, e os dois juntos começam a tocar o terror.
Analisemos...
Magia... Destruição mundial... Entidades místicas
milenares...
Isso está no nível da Liga da Justiça, pô!
Na animação Assalto ao Arkham o Esquadrão (com uma formação
levemente diferente) é designado por Waller a invadir o Asilo Arkham para
roubar o cetro de Edward Nygma, um dos cativos do lugar. Segundo a mulher, dentro
do cetro se esconde um dispositivo com os arquivos de identidade de todos que
já participaram do programa Força Tarefa X, e a missão dos desajustados
formados por Pistoleiro, Arlequina, Capitão Bumerangue, Nevasca, Aranha Negra,
KGBesta e o Tubarão-Rei é se infiltrar no Arkham, resgatar o cetro e eliminar
os dados.
Perceberam a diferença? Embora a tal missão se mostre mais
pra frente um engodo, escondendo as reais intenções de Waller, invadir o Arkham
não é nada que exige muito além das capacidades dos vilões, e a situação em si
torna a história empolgante e ao mesmo tempo cheia de ação.
O filme do Esquadrão também é empolgante e cheio de ação,
mas o roteiro não faz o menor sentido para os personagens envolvidos. Na
animação, os personagens continuam com sua essência maligna, e eles não se
tornam “heróis” só porque estão em foco. Na primeira oportunidade que têm de
fugir, eles o fazem, e se voltam uns contra os outros no melhor estilo “cada um
por si”. No filme, eles não só se tornam amiguinhos, como chegam a citar que
são uma família (aff!), cuidando uns dos outros e se tornando “boas pessoas” só
para cativar melhor o público. O vilão do filme na verdade é o Batman...
Se bem que esse Batman do Ben Affleck mata mais que o
Coringa. Pararam para contar quantas vítimas cada um fez em suas respectivas
aparições recentes?
E o Coringa, hein?
Vou dizer logo. Achei o Coringa do Jared Leto uma merda!
Aiinn, Rodman! Você é um merda! Esse Coringa é o melhor,
melhor do mundo. Ele é tatuado, ele é louco, ele é sarado, ele é foda e chupa
Heath Ledger!
Tenho certeza que você discorda de mim, caro padawan, e por
mais que esse Coringa se assemelhe ao personagem que foi apresentado nos
quadrinhos nos últimos anos, que é um gangster piradaço e que chega a ARRANCAR
O PRÓPRIO ROSTO pra provar que é perigoso, ele NÃO É o Coringa que está no
inconsciente popular, e mais do que isso, não age de acordo com o palhaço que
conhecemos.
A relação entre o Coringa e a Arlequina, que começou láááá
nos cândidos anos 90, na animação do Batman de Bruce Timm sempre foi mais doentia
do que amorosa. Em primeiro lugar, o Coringa não é um cara capaz de amar
alguém... Não tem como um cara como ele de repente cair de quatro por alguém e
viver um romance. Pelo lado da Arlequina, existe a obsessão louca que ela tem
pelo seu pudinzinho desde os dias em que ela tratava dele no Arkham como psiquiatra.
Ele costumava usar essa obsessão dela por ele, mas nunca nos pareceu que ele
morria de amores pela maluca.
Como vimos no filme, ele trata SIM ela como uma propriedade
sua, e fica putaço quando alguém ousa tirá-la de seu convívio, mas quando
eles estão juntos em cena nos flashbacks, ele está CLARAMENTE apaixonadinho por
ela, o que convenhamos, é tosco.
Na animação Assalto ao Akham, o Coringa já começa preso no
Arkham e é a Arlequina quem está PUTAÇA com ele pelos anos de tortura mental
pelo qual ela sofreu. Ou pelo menos é o que o enredo nos faz acreditar até
certo momento.
Como poderia ter acontecido no filme, o Coringa parece apenas ser um coadjuvante na história, já que a missão do Esquadrão é resgatar o cetro do Charada e mais nada. É o Batman quem está preocupado com o Coringa e uma bomba atômica que ele mantém escondida em algum lugar de Gotham, mas como o foco é nos comandados de Amanda Waller, a gente não liga muito para o morcego. É aí que numa reviravolta SENSACIONAL, o Coringa se torna o CENTRO das atenções, e a gente descobre que a Arlequina na verdade NUNCA esteve ao lado do Esquadrão Suicida. Sua missão ali era somente uma: Libertar o seu pudinzinho.
Como poderia ter acontecido no filme, o Coringa parece apenas ser um coadjuvante na história, já que a missão do Esquadrão é resgatar o cetro do Charada e mais nada. É o Batman quem está preocupado com o Coringa e uma bomba atômica que ele mantém escondida em algum lugar de Gotham, mas como o foco é nos comandados de Amanda Waller, a gente não liga muito para o morcego. É aí que numa reviravolta SENSACIONAL, o Coringa se torna o CENTRO das atenções, e a gente descobre que a Arlequina na verdade NUNCA esteve ao lado do Esquadrão Suicida. Sua missão ali era somente uma: Libertar o seu pudinzinho.
Apesar da
sabotagem de Arlequina que permite que ele fuja, o Coringa fica realmente
possesso ao perceber que ela estava toda saidinha para o lado do Pistoleiro
(rola inclusive uma cena de sexo entre os dois no meio da animação), e os dois
caem numa porradaria violenta por conta disso.
Claro que é surreal imaginar que
o Coringa duraria três minutos saindo na mão com o Pistoleiro, mas na animação
Floyd Lawton TOMA UMA SURRA do vilão. Imaginem se essa briga fosse o ápice do
filme. Imaginem ver Will Smith saindo na porrada contra Jared Leto por causa da
Margot Robbie? Isso seria INFINITAMENTE mais interessante de ver do que ela
batalha ridícula lotada de CGI dos desajustados contra a Magia, que finalizou a
ação do filme de David Ayer.
Se o enredo colocasse o Coringa como o centro da ação do grupo, realmente não importaria a aparência bizarra do palhaço com todas aquelas tatuagens, os dentes metálicos e a atitude de gangsta nigga, mas a presença dele no filme é totalmente gratuita. Sério... O Jared Leto estava parecendo um gângster qualquer e até sua risada não parecia assustadora. Ele não parece caótico, ele não parece louco e nem tampouco imprevisível como o Coringa deve ser. Ele só era assustador por causa da aparência e não pelas atitudes. Eu me cagaria todo na frente desse Coringa, mas somente por causa daquela aparência andrógena gangsta rapper maluca. Foi mal, Leto. Fica para a próxima.
Independente se o filme foi mutilado editado pelos
produtores ou não, e que isso o deixou bem diferente do que Ayer (segundo o
próprio diretor) havia planejado, eu não consigo imaginar nada que pudesse
salvar o roteiro fraco do filme. Jared Leto também lamentou que sua
participação foi muito reduzida na versão do cinema, e que ele filmou muito
mais cenas do que as que foram para o ar. Segundo o ator, que durante o
trabalho de divulgação do filme fez questão de mostrar o quanto ele havia se
dedicado ao papel (considerado por muitos como “amaldiçoado” depois da morte de
Heath Ledger), a Warner não soube respeitar seu trabalho, e de acordo com suas
próprias palavras, ele mandaria seus chefes se foderem, se ele não tivesse um
contrato com o estúdio. E quem nunca!
Os personagens do filme Esquadrão Suicida são realmente
muito bons e carismáticos. Até mesmo os que aparecem pouco em cena têm uma
presença fantástica, o que faz com que nos importemos com eles (tá... Menos com
o Amarra. Quem se importa com o Amarra!!). Claro que o foco fica mesmo com o
Pistoleiro, Rick Flagg e Arlequina, mas até o Crocodilo e a Katana (Karen Fukuhara) têm lá seu
charme. Embora de forma forçada, o roteiro faz com que nos importemos com o El
Diablo com todo aquele lance da família dele e sua autocontenção em usar suas
habilidades infernais, e bem que podia ter sido ele o responsável direto pela
derrota do irmão da Magia, né? Seria melhor do que subestimar nossa
inteligência e dizer que uma bomba matou o cara!
Apesar do nome, ninguém se suicida no filme (exceto o El
Diablo e o Amarra), e a animação é bem mais corajosa quanto a isso. Eles fazem
com que o espectador se apegue a alguns personagens e os eliminam, e isso
funcionaria muito bem no filme se tivesse sido feito de forma mais competente.
Seja como for, o filme é “assistível” e demonstra que a Warner/DC está
amadurecendo seus filmes. A tendência é que sob o controle de Geoff Johns, que
se tornou o pica das galáxias no estúdio, as coisas FINALMENTE se ajeitem, e que
já à partir do filme da Mulher Maravilha nós tenhamos uma DC mais forte nos
cinemas.
PS.: Destaque para a DUBLAGEM brasileira de Assalto ao Arkham que marca a volta de Márcio Seixas fazendo a voz do Batman (ele dava voz ao personagem na animação dos anos 90 e também na Liga da Justiça) e de Márcio Simões... Que está matando a pau interpretando o Coringa! Vale lembrar que ele dublou Heath Ledger também em Batman O Cavaleiro das Trevas.
PS.: Destaque para a DUBLAGEM brasileira de Assalto ao Arkham que marca a volta de Márcio Seixas fazendo a voz do Batman (ele dava voz ao personagem na animação dos anos 90 e também na Liga da Justiça) e de Márcio Simões... Que está matando a pau interpretando o Coringa! Vale lembrar que ele dublou Heath Ledger também em Batman O Cavaleiro das Trevas.
Esquadrão Suicida: NOTA 7.
BATMAN: ASSALTO AO ARKHAM: NOTA 9
NAMASTE!