24 de julho de 2016

Qual a série de SUPER-HERÓIS DO MOMENTO?


Entre maio e Junho de 2016, o Blog do Rodman colocou no ar a ENQUETE sobre Qual é a série de Super-Heróis do Momento, e a lista incluía quatro seriados da Warner/DC (e afiliados) e quatro seriados da Marvel (e afiliados). A ideia, claro, não era apimentar a ETERNA rivalidade entre DC e Marvel, mas sim saber, afinal, entre tantas opções televisivas com o tema super-heróis, qual tem sido a melhor e a que mais tem atraído público.

Pela DC, estavam na disputa as séries The Flash, Arrow, Legends of Tomorrow (as três transmitidas pela CW) e Supergirl (transmitida nessa primeira temporada pelo canal NBC). Pelo lado da Marvel tínhamos Agents of SHIELD, Agent Carter (ambas da ABC), Jessica Jones e Demolidor (ambas produzidas e transmitidas exclusivamente pela Netflix).

Empatadas em Terceiro lugar, todas com 9% da preferência dos leitores do Blog do Rodman, ficaram Jessica Jones, Supergirl e Arrow


Não tive a vontade oportunidade de escrever aqui sobre a série da Jessica Jones, cuja ideia surgiu do competente arco escrito por Brian Michael Bendis para o selo adulto Marvel Knights, no início do século, mas a série apesar de arrastada, consegue agradar a gregos e troianos. Toda a relação doentia de Jessica com Zebediah Killgrave (o Homem Púrpura) vivido magistralmente por David Tennant consegue conduzir muito bem a história, mas o fato dela o capturar pelo menos umas TRÊS VEZES ao longo dos treze episódios, e SEMPRE o deixar fugir, acaba incomodando bastante, além de nos fazer pensar porque RAIOS ela já não tinha acabado de vez com ele, já que era imune a seu controle mental? 


Krysten Ritter é a intérprete perfeita para a heroína porra-louca criada por Bendis nas HQs, e é realmente impressionante a forma como ela combina com a petulância e arrogância que Jones nos passa. A falta de saco (e não estou falando de forma literal) de Jessica e a incapacidade TOTAL de seguir ordens ou conselhos nos faz torcer pela personagem, e até a maneira como ela se interessa romanticamente por Luke Cage (um cara invulnerável) é convincente, já que sua super-força a torna uma mulher um tanto quanto difícil de se relacionar. 


Jessica Jones fala muito sobre ABUSO, e como esse tipo de crime pode reverberar negativamente na vida de uma pessoa. Uns três ou quatro episódios a MENOS deixariam a história da série bem mais enxuta, mas nada que algumas cochiladas entre os episódios não resolva!

Por falar em cochilada... Puta que pariu! O que foi essa quarta temporada de Arrow?


A série do Arqueiro Verde já vinha num declínio impressionante desde a terceira temporada, mas na quarta deu-se a impressão que os produtores PERDERAM COMPLETAMENTE A MÃO na direção da história dos personagens. A chatice que se tornou a relação entre Oliver e Felicity foi só um dos pontos negativos da série, que continuou se afundando ao colocar um vilão com poderes místicos para enfrentar as pífias habilidades de um cara que dispara flechas... E mais nada! Vivido por Neal McDonough, o vilão Damien Darhk a todo momento parece ser MAIS do que o Arqueiro Verde pode enfrentar, e ao longo dos 23 episódios da arrastada série, ele tem VÁRIAS oportunidade de ACABAR com o herói, e apesar de ser um cara frio e calculista, ele se recusa a matar Oliver... Sem qualquer razão. Embora tente, Oliver nunca consegue atrapalhar os planos de Darhk, e mesmo assim o vilão não o liquida de vez. 


A disputa entre os dois não faz o menor sentido, e os conflitos ideológicos de ambos só não são piores que as coreografias de luta que antes eram o ponto forte do seriado. Sem exceções, os personagens de Arrow se tornaram insuportáveis, e a certo ponto da série a gente até torce para que o Damien Darhk acabe de uma vez com todos eles. Tem conflitinho entre Oliver e Diggle, conflitinho entre Oliver e Thea, conflitinho entre Thea e seu pai Malcolm Merlyn... E nenhum desses conflitos levam a série para frente. Pelo contrário! O climão de novela ruim das oito faz com que o enredo principal não se desenvolva, e que fiquemos torcendo a cada episódio para alguma reviravolta que faça com que as coisas se movam. 


Não sei como conseguiram, mas a quarta temporada conseguiu ser pior do que a anterior.


Produzida pelos mesmos criadores de Arrow e The Flash (Andrew Kreisberg e Greg Berlanti) a série da Supergirl teve sua primeira temporada exibida pelo canal NBC, e nos mesmo moldes de suas antecessoras, conseguiu certo sucesso reaproveitando personagens secundários do universo do Superman e os tornando relevantes. 


Após dois episódios mornos, devo confessar que havia desistido prematuramente da série, após me desagradar com o climinha água com açúcar de Malhação que a série parecia insistir. O triângulo amoroso entre Kara Danvers, James Olsen e o técnico de TI Nerd da CatCo. me parecia extremamento forçado, mais ainda por achar que Winn Schott (que na história é filho do Homem-Brinquedo) tem muito mais a personalidade atrapalhada de Jimmy Olsen que o PRÓPRIO Jimmy Olsen, que na série é completamente diferente de todas as suas versões midiáticas.


Desde os primórdios James Olsen sempre foi retratado como um moleque atrapalhado e por vezes tímido que servia de sidekick para o Superman, e na série ele não só é atlético como também tem a maior pinta de pegador, namorando inclusive a irmã de Lois, Lucy Lane. Não entendi a razão de se criar o Winn sendo que seria mais fácil só termos James Olsen, desde que ele tivesse a personalidade do Winn... Mas enfim, divaguei.


O elenco de apoio da série é muito bom, e a maioria dos personagens são velhos conhecidos das histórias dos anos 80 e 90 do Superman. Temos a tempestiva Cat Grant (antiga repórter do Planeta Diário e que na série tem agora sua própria empresa de mídia), Hank Henshaw (que mais tarde se torna o Superciborgue no período da Morte do Superman), o Tornado Vermelho (numa das piores caracterizações da série!) e até mesmo algumas vilãs como a LiveWire (que esqueci o nome dela em português!), a Banshee Prateada e a Máxima, a alienígena que queria casar com o Superman. Uma das grandes surpresas é a aparição do Caçador de Marte, que se torna uma espécie de mentor para a Supergirl.


As homenagens ao passado televisivo e cinematográfico do Superman e da própria Supergirl também são levadas em consideração, colocando o ator Dean Cain como Jeremiah Danvers (pai adotivo de Kara) e Helen Slater como Eliza Danvers, a mãe adotiva da kriptonyana. Para quem não sabe, Dean Cain era o protagonista da série Lois & Clark nos anos 90 e Slater viveu a Supergirl no filme que veio na onda do sucesso dos clássicos de Richard Donner e Christopher Reeve dos anos 80. 


Com bons momentos de emoção brilhantemente interpretados pela lindíssima Melissa Benoist a série tem pontos altos que merecem ser destacados, mas sofre de efeitos visuais ruins e momentos de vergonha alheia como o "não aparecimento" do Superman em momentos chaves da história. Sabemos que o foco do enredo é na Supergirl, mas fingir que o Superman "está ocupado", ou que está "incapacitado" ou somente mostrar seus pés (!) é meio que forçar a  inteligência do espectador. Sabemos muito bem que não havia orçamento para que o Homem de Aço aparecesse, e que seu ator ainda não havia sido escolhido! Era mais fácil ignorar a existência dele, ou então dizer que ele estava em alguma missão intergaláctica. Pegou mal esse tapa-buraco de roteiro.  


Com 32% da preferência do público, The Flash abocanhou o SEGUNDO lugar na enquete, como a melhor série do momento.

Não há como negar que a série do Homem Mais Rápido do Mundo é um sucesso de público, e isso porque conseguiu se libertar de Arrow e construir sua própria cronologia. A ideia de existir um Multiverso tornam as possibilidades de roteiro quase infinitas, e essa brincadeira de saltar entre mundos foi com certeza a melhor coisa que já aconteceu em The Flash


Quando pensávamos que não podia surgir um vilão pior do que o Flash Reverso, os produtores nos presentearam com o fodástico Zoom, um cara literalmente viciado em velocidade e que almeja ser o Homem mais Rápido de todos os universos conhecidos. Quando ele derrota Barry Allen (num dos episódios mais fantásticos dessa segunda temporada), o espectador passa a acreditar que nada que o Flash e seus amigos possam fazer vai conseguir detê-lo, e do meio da temporada para frente Allen entra num jogo psicológico arriscado na tentativa de vencer aquele que se torna o seu pior pesadelo. 


Nevasca, Vibro, Tubarão-Rei, Zoom e Jay Garrick (Joel Ciclone!) são só algumas das participações especiais da segunda temporada de The Flash, cuja season-finale deixou os fãs em polvorosa ao notarem que com seu último ato, Barry Allen acabou criando o Flashpoint, arco que nas HQs, deu origem ao criticado universo dos Novos 52. Ansiedade pura para a Terceira temporada que estreia em Outubro.


Com 38% dos votos dos leitores, Marvel's Daredevil foi escolhida a série DO MOMENTO, o que comprova que a parceria Marvel/Netflix foi um dos MAIORES acertos dos últimos anos. 

Após a avassaladora primeira temporada que conquistou não só os cinco ou seis fãs do Demolidor pelo mundo, mas também o público civil que só o conhecia pelo horrível filme dirigido por Mark Steven Johnson, a Marvel e a Netflix resolveram produzir logo uma segunda temporada, algo que pelo que tinha sido apresentado, NÃO ESTAVA nos planos das duas empresas. Inicialmente havia se falado em uma série solo de cada um dos buchas personagens que mais tarde formariam Os Defensores, Demolidor, Luke Cage, Jessica Jones e Punho de Ferro, e não haviam planos para uma segunda temporada de nenhum deles. O sucesso de Demolidor foi tão grande, e os personagens da série caíram tanto no gosto do público que a Netflix mandou ver na produção de uma segunda temporada, antes mesmo que Luke Cage ou Punho de Ferro estreassem. 


A série de Danny Rand, inclusive, chegou a ser ameaçada de cancelamento antes mesmo de ser produzida, isso porque na segunda temporada de Demolidor outro anti-herói acabou caindo no gosto do povo: O Justiceiro.


O Justiceiro faria apenas uma ponta em Demolidor, e a Netflix chegou a jurar de pé junto que não havia planos para uma série solo. O personagem de Jon Bernthal foi tão espantoso, no entanto, que chegou a se boatar que o Justiceiro tomaria o lugar do Punho de Ferro nos planos para os Defensores, o que foi desmentido mais tarde. O que se sabe hoje é que ambos os personagens terão suas séries solo, o que empolga ainda mais quem curtiu ver Frank Castle retalhando seus adversários na prisão Blackgate. 

Em muitos anos, temos um Justiceiro bem fiel a sua persona das HQs, e o maluco Shane de The Walking Dead caiu como uma luva na pele do sanguinário personagem criado na década de 70 por John Romita Sr. e Gerry Conway


A porradaria é ainda mais intensa nessa segunda temporada, e se nos deleitamos com a famosa cena do corredor da primeira temporada, desta vez fomos presenteados por dois momentos memoráveis: Demolidor descendo as escadas de um prédio sentando o braço em ninjas e o Justiceiro num corredor da prisão socando e esfaqueando bandidos a mando de Wilson Fisk. Sensacional! 


Com um plot muito inchado com várias tramas e sub-tramas sendo tratadas ao mesmo tempo, a Season 2 de Demolidor se tornou um tanto quanto exagerada e um pouco inferior a Season de estreia. Dava para lidar apenas com o Justiceiro em uma temporada e com Elektra e o Tentáculo em outra, sem que as tramas ficassem muito extensas. Adicionando Wilson Fisk novamente, sendo que seu arco havia sido encerrado com o fim da primeira temporada, tivemos muita coisa para lidar em apenas 13 episódios, mas isso não foi um desastre como poderia ter sido, graças a Odin! 

Enquanto Agents of SHIELD e Agent Carter mergulharam na mesmice em suas últimas temporadas, Demolidor desponta como a MELHOR série em live-action da Marvel em muitos anos, e esperamos que continue assim.


Por falar em AOS, a série teve 3% dos votos do público, o que demonstra que o interesse sobre as aventuras dos pupilos de Nick Fury anda bem baixo, mesmo incorporando elementos sobrenaturais como os Inumanos e os Krees. A resistência em NÃO ampliar a visão sobre o universo super-heróico da Marvel na TV afasta o público gradativamente, e para piorar, seus personagens já não são mais tão cativantes.


Agent Carter, a série que conta(va) a história da criação da SHIELD foi cancelada prematuramente após sua segunda temporada, que aliás, ficou muito aquém da temporada de estreia. Apesar de ter personagens cativantes (Jarvis era disparado o MELHOR personagem) a série se perdeu completamente ao sair do clima Noir de espionagem para a pseudo-científico, e mesmo mostrando o passado da agência russa que criou a Viúva Negra, mostrando os talentos de Howard Stark e da própria Peggy Carter, Agent Carter não resistiu, e se tornou um dos poucos fracassos recentes da Marvel. A série também ficou com 3% da preferência dos leitores.  

Finalizando a enquete, a série que juntou os maiores refugos de Arrow e The Flash também ficou com 3% da preferência dos leitores, e Legends of Tomorrow deve ter conquistado algum público, já que anunciou uma segunda temporada. Vi os dois primeiros episódios e para mim bastou. Chega de ver coisa ruim! 

NAMASTE!

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