1 de dezembro de 2012

Cine Brasil: O Ano em que meus pais saíram de férias





"Meu pai diz que no futebol todo mundo pode falhar, menos o goleiro!"


Dirigido e escrito por Cao Hamburger, mais a colaboração de Adriana Falcão, Claudio Galperin, Anna Muylaert e Bráulio Mantovani, o longa-metragem O Ano em que meus país saíram de férias foi lançado nos cinemas brasileiros em 2006, e na época surgiu como uma grata surpresa, uma vez que destoava de tudo que vinha sendo lançado como um padrão naquele período, apesar de tratar, sobretudo, de um assunto polêmico: A Ditadura Militar

O enredo se passa em 1970, e conta a história de Mauro (Michel Joelsas) um menino mineiro que é obrigado pelos pais Daniel (Eduardo Moreira) e Bia (Simone Spoladore) a viajar para São Paulo, onde irá passar um período, segundo eles curto, na casa do avô, um barbeiro judeu vivido pelo ator Paulo Autran. Embora o pequeno Mauro nem imagine, seus pais são militantes de esquerda, e estão fugindo do Governo opressor brasileiro, que na época, saía à caça de qualquer pessoa que apresentava ideais igualitários e que expunha esse tipo de sentimento em público. O título do filme é bem representativo para esse fim, e mostra que as “férias” que Daniel e Bia estão tirando, nada mais são do que a desculpa que eles resolveram dar para que seu filho pudesse entender sua ausência. 

Mauro é deixado na porta do prédio aonde o avô mora, no bairro de Bom Retiro, local conhecido na época como um reduto judaico de São Paulo, e para onde imigrantes vindos da Polônia, Rússia e Lituânia começaram a se mudar, a partir da década de 20. Sem saber que o avô falecera horas antes de sua chegada ali, Mauro o aguarda na porta de seu apartamento, onde acaba sendo acolhido por um velho judeu, vizinho de seu avô, o ranzinza Schlomo, vivido magistralmente por Germano Haiut

Germano Haiut como Schlomo
Frustrado pela ausência do avô, e sem notícias de seus pais, Mauro é obrigado a se estabelecer num mundo diferente daquele que ele aprendeu a viver, e apenas sua paixão pelo futebol parece distraí-lo tempo suficiente de sua esperança de que seus pais voltem para buscá-lo. É o futebol que o aproxima das crianças da vizinhança, e que o leva a conhecer a esperta Hanna (Daniela Piepszyk ) e seus amigos, e mais tarde a simpática atendente de lanchonete Irene (Liliana Castro).   


Sem ter para onde ir, Mauro aprende a gostar de sua nova “família”, e o garoto acaba despertando a afeição de toda a vizinhança, que cuida dele enquanto o menino aguarda o retorno dos pais, cujas “férias” parecem se estender cada vez mais.
  

O roteiro desenvolvido por Hamburger e seus colaboradores é extremamente simplista, e o que vemos do início até o fim do longa é a visão que o pequeno Mauro tem dos fatos que se desenrolam à sua volta. É ele quem narra a história, a todo o momento estamos por dentro daquilo que ele sabe e é interessante notar alguns recursos técnicos que a direção toma para nos mostrar o ponto de vista de Mauro, como quando em meio a um conflito entre militares montados a cavalo e esquerdistas, a câmera está na altura do menino, nos dando o seu ângulo de visão, passando entre as pessoas para ver o que está chamando a atenção de todos. Em nenhum momento é dito que seus pais são militantes e que a Polícia os está perseguindo para prendê-los, ou que aquele termo “férias”, se refere a o exílio que muitos brasileiros foram obrigados a fazer por conta da Ditadura Militar e sua perseguição política, e embora isso fique claro para o espectador em alguns momentos, o próprio Mauro jamais fica sabendo da verdade. É brilhante essa decisão de Hamburger em mostrar um período tão caótico da história do Brasil pelo ponto de vista de uma criança e toda sua inocência. 


O futebol é outro ponto fundamental para o desenrolar da trama, uma vez que a paixão de Mauro pelo esporte o faz viver várias situações com os demais personagens, além de contar a história também por essa linha narrativa de quem aprecia o jogo. 


Se o tema política não atrai tantas pessoas, essa paixão nacional pode ser uma forma interessante de atração, e o filme cumpre bem esse papel, mostrando que, apesar de todas as diversidades étnicas (representada pelo namorado negro de Irene), religião (na figura dos judeus) e de povos (no caso os italianos) ou mesmo a diversidade política, o futebol consegue unir todas as pessoas, que torcem juntas em frente a TV enquanto Pelé, Tostão e Rivelino comandam a melhor Seleção de todos os tempos rumo ao Tri-Campeonato mundial no México. 

O Capitão Carlos Alberto levanta a taça

A cena em que o personagem Ítalo (Caio Blat), um esquerdista amigo do pai de Mauro declara em voz alta pouco antes do primeiro jogo da competição que se a Tchecoslováquia (primeiro adversário do Brasil na Copa) vencer representa uma “vitória do Socialismo”, sua comemoração discreta quando o time europeu marca o primeiro gol e logo depois a explosão dele e dos amigos em comemoração ao empate e depois à vitória da Seleção Brasileira, mostra que crença ou visão política nenhuma resiste ao “patriotismo” brasileiro quando seu time está em campo. Independente das injúrias vividas pela população, o futebol sempre consegue dar esperança, fazendo o país parar para assistir seus ídolos da bola do outro lado do mundo defendendo as cores brasileiras. 

E não é assim até hoje?
 
O Ano em que meus pais saíram de férias é um excelente filme dessa nova safra iniciada no fim da década de 90 para o chamado “Cinema novo” brasileiro, e prova que uma história pode ser contada de forma simples e inocente, sem recorrer a palavrões, sexualidade ou situações apelativas que atraem o público. Se as atuações não são tão inspiradas, excetuando talvez a de Germano Haiut que realmente convence como um judeu com dificuldades em falar o português e a de Caio Blat como o revolucionário que acaba entrando em conflito com o Governo, o roteiro e sua linearidade nos fazem mergulhar de cabeça na história, que é cativante assim como seu protagonista. 

Caio Blat como Ítalo

Embora em algumas cenas o jovem Michel Joelsas pareça estar sempre com o texto ensaiadinho na ponta da língua não dando muita vivacidade a seu Mauro, em outras ele consegue tirar gargalhadas do público e emocionar devido a singeleza com que conduz seu personagem, o que lhe garante mais pontos positivos do que negativos a sua atuação. 


O Ano em que meus pais saíram de férias levou 70 mil espectadores ao cinema e ganhou o prêmio de 2006 no São Paulo International Film Fest, o que para termos de faturamento, nem de longe configura o filme como um sucesso de público, não figurando nem entre os 70 filmes mais vistos no Brasil nas últimas décadas, de acordo com dados divulgados pela Ancine


Mesmo assim, O Ano, é um filme bonito e que cativa por sua simplicidade, além de nos motivar a querer aprender mais sobre os temas nele discutidos como a Ditadura, a cultura judaica e a história dos imigrantes estrangeiros que moram em São Paulo. 


PS.:Era boa a época em que a distração das crianças não passava do inocente jogo de botão (e como eu joguei botão na mesa lá de casa!!), futebol na rua ou colar figurinhas em álbuns!!

Bons tempos que não voltam mais!


NOTA: 8


NAMASTE!

23 de novembro de 2012

Lançamento do Livro do Fim do Mundo


Há quase um ano, eu publiquei aqui no Blog do Rodman um post falando sobre a minha experiência em escrever um texto para o Site O Livro do fim do Mundo, que foi criado sob a batuta dos idealizadores do site Geração X².
A ideia era publicar e mais tarde selecionar alguns textos que fariam parte de um projeto ainda maior, um livro, onde os contos sobre o fim do mundo seriam publicados, dessa vez em material impresso.

E não é que o projeto saiu do papel (ou NO papel)??

O lançamento do Livro do Fim do Mundo de responsabilidade do Kchaço, do Marreco Bill e do restante do pessoal do Geração X² já ocorreu em dois estados (Paraná e Rio de Janeiro) e ontem (24/11) aconteceu em São Paulo na Livraria Cultura do Shopping Market Place.

E sabem o que é ainda melhor?

O meu texto A Salvação faz parte da coletânea de contos e eu estive lá no lançamento paulista junto do pessoal do Geração X² no Shopping Market Place, que fica na Avenida Doutor Chucri Zaidan, 902 - Santo Amaro. 

Olha o meu nome ali ó

Foi muito bacana conhecer de perto o pessoal do site e do Podcast Geração X² Kchaço (Eder Fabrilo), o Marreco (Alessandro Finardi), a Carol (Calamidade) e os demais autores paulistas do projeto, com a qual deu tempo de bater um papo BEM nerd entre um autógrafo e outro.

Alguns dos autores do Livro

Sim. A sensação de dar autógrafo e assinar dedicatórias foi uma das mais satisfatórias de minha vida (e senti que posso me acostumar a isso. Fácil!!), mas poucas sensações conseguem bater a de ver o meu nome em um livro e a possibilidade de que um texto escrito por mim seja lido por muitas pessoas por aí.

O Marreco ali no meio e eu

O lançamento do Livro do Fim do Mundo é um passo muito importante para a minha e para as carreiras de meus colegas que assinam textos da coletânea, e temos que agradecer e MUITO a iniciativa do Kchaço e do Marreco, que além de serem dois caras gente finíssima (pessoalmente também) souberam conduzir muito bem o projeto, desde a criação do site do Fim do Mundo até o lançamento na Livraria.

Que esse seja o primeiro passo de muitos que iremos dar rumo ao mundo literário!


E o livro já está à venda no site da Livraria Cultura:

Clica aí no link pra comprar ou visite a Cultura do Shopping Market Place.



NAMASTE!

3 de novembro de 2012

Estreias de temporadas na TV




Começou a temporada de séries de fim de ano nos canais por assinatura (ou no Torrent mais perto de você!), e com essas estreias aumentou a nossa vontade de assistir todas de uma vez como se não houvesse amanhã... E como se não tivéssemos mais nada para fazer na vida a não ser assistir TV.
Claro que quarenta minutos de ócio não fazem mal a ninguém (eu, por exemplo, vejo alguns episódios no celular, no caminho de volta pra casa!), e como em alguns casos a curiosidade não mata só o gato, decidi me aventurar a acompanhar três das séries mais badaladas do momento: The Walking Dead (FOX), American Horror Story – Asylum (FOX) e Arrow (Warner).
As séries citadas estão em começo de temporada, com dois (ou três) episódios lançados até o momento cada uma, e portanto, ainda é muito cedo para se ter uma ideia precisa se elas serão sucessos estrondosos ou fracassos estupendos.
Mesmo assim, é possível se ter uma primeira impressão sobre o que eu vi até agora, analisando os dois primeiros episódios de cada série, e como diz uma impressora amiga minha, “a primeira impressão é a que fica”.



Com o fim de Smallville (“Somebody Saaaaaaaaaaaaaaave me!”) a Warner decidiu apostar em outro dos heróis advindos do seriado do Clark Kent adolescente de quarenta anos, para quem sabe, estrelar mais dez temporadas, e a bola da vez é o Arqueiro Verde (ou “Flecha Verde", como achar melhor).
Estrelada pelo ator Stephen Amell, que também encarnou o mesmo personagem em Smallville, a série Arrow aposta alto no clima dark para dar vida a um dos heróis mais carismáticos que já passaram pela Liga da Justiça, contrabalanceando essa soturnez com ótimas cenas de ação e um mistério envolvente, que na minha opinião, é um dos ingredientes essenciais para que uma série consiga me prender do primeiro capítulo ao último. 


O primeiro episódio não se parece com o início de uma série. Tem-se a impressão de que você começou a acompanhar a história do meio dela e que você está tão perdido quanto o personagem título no enredo, o que acaba sendo um dos pontos positivos da produção. Somos instigados a querer saber mais da história daquele cara e o que irá acontecer a ele nos próximos episódios.
O plot é simples e funcional. Oliver Queen é o herdeiro bon vivant de um industrial residente em Starling City (nos quadrinhos Star City, a cidade do Arqueiro Verde) que desaparece junto do pai e da amante em um naufrágio. O que aparentemente não passa de uma fatalidade, se torna um plano mortal arquitetado por alguém bem próximo de Queen, e que o faz ficar perdido em uma ilha durante cinco anos. Dado como morto e resgatado por pescadores, Queen retorna a sua cidade, porém algo aconteceu a ele na ilha durante aqueles cinco anos, fazendo com que ele se torne uma verdadeira arma viva, treinada para matar... 


Ou pelo menos, muito bem treinado em parkour e no tiro ao alvo!
A atmosfera sombria da série me atraiu bastante desde o comercial veiculado pela Warner, e mesmo vendo a série, me vi bastante interessado nos primeiros quinze minutos. A passagem rápida de tempo já depois da volta de Oliver a Starling City, as situações meio desconexas e a atuação do protagonista (que se sai bem nas cenas de ação) me incomodaram um pouco. Com cara de constipado e alternando entre um olhar perdido e um humor forçado, o Oliver Queen da série meio que não convence como um cara sofrido que passou cinco anos em uma ilha comendo o pão que o diabo amassou. 


Os caras de LOST convenciam bem mais, tanto que terminaram a série bem mais velhos, depois de assarem no sol do Havaí onde rolavam as gravações das seis temporadas!
O segundo episódio já apresenta melhor qualidade que o anterior, e achei que Amell, um pouco mais à vontade no papel, conseguiu passar melhor as emoções de seu personagem, dando alma a ele, em especial em suas cenas com seu par romântico Laurel (que aparentemente será a Canário Negro num futuro próximo da série... Ou não!). 


Claro que ainda é muito cedo para julgar a série, e acompanharei os próximos episódios com atenção, esperando que a qualidade estética permaneça e que tanto atuações quanto roteiro melhorem significativamente.
Não espero fidelidade às HQs (até porque se seguir o que vimos em Smallville...), mas confesso que estou ansioso para as aparições do Exterminador (cuja máscara já dá as “caras” no 1º episódio) e de outros vilões recorrentes no universo do Arqueiro Verde como o Pistoleiro (Deadshot). 


Quem sabe Arrow não surpreenda e se torne a primeira série relevante com super-heróis da TV?



Se a primeira impressão é mesmo a que fica, vou detestar a segunda temporada da série criada por Ryan Murphy e Brad Falchuck, cuja primeira temporada eu resenhei aqui com todo carinho e dedicação.
Como já havia sido anunciado, o foco da série se desvia da família Harmon e sua casa assombrada, e apesar de usar três atores da primeira temporada, que interpretam novos personagens (Jessica Lange, Evan Peters e Zachary Quinto), a série não tem NADA A VER com sua origem, se passando dessa vez em um asilo (ou hospício), onde coisas sinistras parecem acontecer desde a década de 60.

 
A excelente Jessica Lange, que recebeu o Emmy de melhor atriz coadjuvante por seu papel em AHS, retorna à segunda temporada, dessa vez na pele de uma Madre pra lá de casca-grossa, que comanda o asilo do título com mãos de ferro, botando as noviças e empregados na linha. Ao mesmo tempo em que ela nutre fantasias com o Monsenhor vivido por Joseph Finnes (da falecida Flashforward), ela acaba batendo de frente com o Doutor Arthur Arden (vivido por Jamespai do Babe, o porquinho atrapalhadoCromwell), um médico que aparenta fazer estranhas experiências com pacientes do local, e que não aceita muito bem suas ordens.
Em paralelo a isso, conhecemos superficialmente a história do personagem vivido por Evan Peters (O psicótico Tate da primeira temporada), que aparentemente vive uma vida pacata ao lado da namorada negra (lembrando que isso era quase improvável na década em que se passa a história) até que um estranho fenômeno os apanha desprevenidos em sua casa. 


O que vemos em seguida, depois do que parece ser uma abdução alienígena (e pelo que eu entendi, com direito até a introdução a sonda anal!), é Kit, o personagem de Peters, chegando ao Asilo Briarcliff acorrentado e sendo tratado como um terrível serial killer conhecido como Face Sangrenta.
Ok. Rola um mistério para te deixar ligado nos próximos episódios. Tem algumas cenas de softporn para apimentar as coisas, mas, porém, no entanto, todavia... A série não me apeteceu com essa nova roupagem.
Sério que agora vai rolar alienígenas na mistura do caldeirão?
Em vez de espíritos obsessores atormentados vamos ter criaturas que devoram suas vítimas e que todo o enredo vai se desenvolver com base nisso?


É.
Como disse no tópico de Arrow, é muito cedo para especular se essas ideias serão ou não boas o suficiente para segurar firme durante quase vinte episódios, mas me senti incomodado com o que foi apresentado, e não como na primeira temporada, que só a abertura já dava um cagaço impressionante. AHS – Asylum não é assustadora, e embora seja um ponto positivo tentar mudar as coisas para manter a série interessante, ainda acho que essa mudança aconteceu de forma muito radical.
Aguardemos os próximos capítulos.  



Diferente das series anteriores citadas, The Walking Dead começou sua Terceira temporada (resenha da primeira temporada aqui e da segunda aqui) com um tapa na cara e os dois pés nas caixas dos peitos no quesito tensão.
Quem conhece a série sabe o quanto ela é capaz de surpreender até o mais frio telespectador, porém estamos acostumados a ver isso acontecer mais pro meio da temporada. Pelo ritmo, a 3ª temporada guarda surpresas do início ao fim, e começando exatamente de onde a anterior parou (com uma passagem de tempo de sete meses), a série recomeça com a busca incansável de Rick e seu grupo por um lugar seguro para que eles possam finalmente parar para descansar longe dos mortos-vivos espalhados por todo lugar. 


Com o bebê-Shane (como brinca Daryl sarcasticamente) à caminho, é necessário que Lori tenha um local seguro para dar a luz a qualquer momento, o que leva o grupo a encontrar uma prisão abandonada que parece perfeita para os refugiados. Cercada por zumbis, a prisão é invadida, e é necessário que todos eles façam um grande esforço para manter a segurança do portão para dentro, tarefa que Rick faz impondo sua nova política de “aqui quem manda sou”, vista no fim da temporada anterior após a morte de Shane


Uma vez dentro da prisão, os sobreviventes acabam descobrindo que não estão completamente seguros, e os antigos “moradores” do local assim como policiais zumbificados surgem para reivindicar seu espaço.  


Fora do núcleo principal da trama, descobrimos enfim quem era a figura sinistra que aparece ao fim da temporada 2 de espada em punho com dois zumbis sem braços e mandíbulas presos a uma corrente para salvar Andrea da morte certa, e paralelamente ao que acontece com Rick e sua turma, acompanhamos o destino das duas sobreviventes, que sozinhas encaram todas as adversidades daquele novo mundo recheado de canibais mortos-vivos por todos os lados. 


Envolta em mistérios, Michonne (Danai Gurira) carrega o próprio namorado e seu melhor amigo zumbificados acorrentados com ela, para que junto deles seu cheiro humano não seja captado, exatamente como Rick e Glenn fizeram na primeira temporada ao “tomarem um banho” com sangue de morto-vivo para passarem incólumes em meio a eles. De onde ela veio ou o que a levou a se tornar uma “justiceira ninja” ninguém sabe (exceto os leitores da HQ, claro), e os próximos capítulos prometem ser eletrizantes enquanto desvendamos todos os mistérios


The Walking Dead é de longe a melhor estréia da temporada na TV por assinatura, mas estarei acompanhando de perto as três séries citadas e ver no que vai dar seus enredos.  
Em breve resenhas sobre as temporadas completas.

NAMASTE!

22 de outubro de 2012

Atividade Paranormal 4 - O começo do fim...



E aconteceu aquilo que eu temia: Atividade Paranormal se tornou uma franquia caça-níquel que não está a fim de contar uma boa história, e sim contabilizar muitos Dólares enquanto as pessoas tomam sustos cada vez mais previsíveis no cinema.

Uma pena.

Fui conferir o filme no segundo dia de exibição no Brasil e confesso que estava com uma expectativa muito alta com relação à produção. Como comentei aqui antes, me afeiçoei bastante à história da família que começa a ser pentelhada por espíritos zombeteiros, e foi interessante acompanhar a saga dos personagens desde o primeiro capítulo, aumentando a curiosidade a cada novo mistério que lançavam e que não se resolviam no próprio filme, ao melhor estilo LOST. Aliás, como fã da série de J.J Abrams e Damon Lindelof, eu já deveria estar acostumado a não ter perguntas respondidas, mas pelo visto eu ainda não aprendi a lição!

A história se passa 5 anos após os fatos mostrados em Atividade Paranormal 2 (2010), e dessa vez temos como foco a família da adolescente Alex (Kathryn Newton) em Henderson no estado de Nevada, que começa a perceber atividades estranhas depois que o filho de uma vizinha começa a frequentar sua casa.


Não é nenhuma novidade para ninguém que tenha visto o trailer com atenção e assistido os três filmes anteriores, que os vizinhos muito loucos da menina Alex são Kate e Hunter (aliás, atenção para uma reviravolta do roteiro com relação a isso!), e o que é interessante de se descobrir quanto a esse fato é o por que deles estarem ali e a razão pelo qual esses vizinhos começam a interagir com a família, que aparentemente não tem nada a ver com toda a história de terror envolvendo Kate e sua irmã Kristi.  

 Ninguém sabe o que houve com Kate depois que ela assassinou o marido, a irmã e o cunhado, e o que a "endemoniada" andou fazendo durante esses cinco anos que separam o filme 2 do 4 (lembrando que o 3 é uma espécie de prequel da série), exceto uma rápida passagem em que citam seu nome em Atividade Paranormal em Tóquio, produção que funciona como um spin-off do filme criado por Oren Peli. No quarto filme os espectadores mais atentos conseguem chegar a suas próprias conclusões sobre o destino da moça e o que ela realmente se tornou. 



Não há nada muito novo nessa sequência com relação ao hand cam popularizado nos filmes anteriores, exceto talvez, que Alex e seu namorado Ben (Matt Shively) agora se utilizam de recursos mais modernos de comunicação como notebooks e web cam para gravar as atividades paranormais dentro de casa, além do fato de que as conversas do casal via Skype causam uma nova sensação de apreensão quanto ao que está do outro lado. Eu imaginei outras boas situações como Ben vendo tudo o que está acontecendo na casa de Alex do outro lado da tela sem nada poder fazer, mas em nenhum momento isso acontece. A obsessão de se gravar tudo o que está acontecendo (seja uma rápida ida ao banheiro ou até mesmo a morte do seu pai!) continua lá exatamente como no primeiro filme, o que não é nenhuma surpresa, visto que é exatamente esse elemento que torna o filme interessante.
Mas convenhamos. Quem é que na hora do medo leva uma câmera na mão pra filmar?


Agora com mais grana em mãos (o orçamento do filme ficou na casa dos US$ 5 milhões), os diretores Henry Joost e Ariel Schulman puderam abusar um pouco mais dos efeitos especiais, o que quase não podíamos ver na humilde produção do primeiro filme que custou míseros US$ 15 Mil e que faturou absurdos 194 Milhões de Doletas. Dessa vez sentimos calafrios com pessoas que surgem do nada, meninas que levitam na cama ou de pequenos espectros que te acompanham enquanto você acorda na madrugada pra falar com seu “amigo imaginário”, mas nada disso atrapalha o andar da história. Não achei os efeitos forçados ou desnecessários, até mesmo porque os produtores souberam usá-los com moderação. 


As atuações são medianas apenas, o que não é de se surpreender, uma vez que desde o primeiro filme a ideia era mesmo a de contratar atores desconhecidos e que soubessem agir naturalmente em cena, como se realmente estivéssemos vendo uma família comum. Ninguém atua em nível Cigano Igor a ponto de comprometer o filme (exceto talvez a mãe de Alex, a atriz Alexondra Lee que em sua despedida em cena deve ter recebido umas aulas de interpretação com a Marion Cottilard de Dark Knight Rises!), mas também não temos interpretações shakespearianas ao longo da película.
Ninguém se destaca como aconteceu com a pequena Chloe Csengery em Atividade Paranormal 3, que roubou a cena interpretando Kate na infância. A menina passa uma veracidade em suas expressões de medo dignas de prêmio, e sem dúvida nenhuma afirmo que ela foi a melhor atriz da franquia toda até agora. Senti falta de interpretações mais realistas nesse novo filme, e para contrabalancear colocaram em cena dois meninos que não são tão bons quanto Chloe Csengery (Kate) e Jessica Tyler Brown (Kristi) do filme anterior, para viverem Wyatt o irmão caçula de Alex e Robbie (Brady Allen), o vizinho funesto da casa da frente, que o roteiro nos faz crer se tratar do próprio Hunter, sequestrado pela tia maluca no segundo filme.



Uma nota triste da produção é que o ator Stephen Dunham, que vive o pai de Alex, faleceu com ataque cardíaco fulminante em Setembro deste ano, um mês antes do lançamento mundial do filme. Ele era casado também na vida real com Alexondra Lee e pelo visto, não houve nem tempo de colocarem uma dedicatória a ele no final do filme, como é costumeiro nessas situações.
Lamentável.

Como um filme de entretenimento cuja única razão de sua existência seja mesmo distrair seu público durante uma hora e meia, Atividade Paranormal 4 é bom. Apresenta sequencias assustadoras (de fazer a galera pular no assento), tem aquela química adolescente entre os protagonistas (cheias de insinuações como acontece no segundo filme), tem os efeitos especiais e conta com uma boa direção de cenas. Como história ele peca e peca muito, não nos mostrando praticamente nada acerca da linha narrativa que começou a ser desenvolvida melhor a partir do terceiro longa.

O que a avó de Kate e Kristi ganhou com o pacto?

Quantos espíritos existem?

Quem é o Toby e o que ele realmente quer?

O que aconteceu com a cadela Abby do segundo filme?

Quem é o verdadeiro pai de Kate e Kristi, visto que somos apresentados ao padrasto das meninas na parte 3?


Pelo que foi entregue, imaginei que teríamos uma linha investigativa nesse filme e que seríamos agraciados pela resolução de alguns mistérios, mas quando a cena escurece e sobem os créditos, temos mais dúvidas do que respostas, o que cria nova expectativa para um novo filme, o que nos faz entrar no jogo dos criadores:

Excelente. Eles vão querer saber o que acontece e virão ver o 5º filme!”.

Talvez o bacana seja mesmo ficarmos em dúvida e imaginarmos as nossas próprias respostas (como aconteceu em LOST, por exemplo!), mas isso não parece ser a função dessa franquia. Pelo visto, não saberemos tão cedo o que há por trás de toda essa história de pactos e espíritos vingativos que vêm puxar os pés das pessoas, iniciada em Atividade Paranormal 1, e bora esperar mais um ano pra ver a continuação da trama. E depois mais um ano. E depois mais um. Mais um. Mais um...


Só de sacanagem o próximo eu VOU BAIXAR e não me darei ao trabalho de ver no cinema.
Esse é o problema de ser acostumado a ver séries e novelas. Você sempre é instigado a ver o próximo capítulo!
Atividade Paranormal 5 já foi anunciado para Outubro de 2013 (se o mundo chegar até lá, claro!) e Atividade Paranormal 4 fechou bem o primeiro fim de semana americano, tendo faturado US$ 30,2 Milhões, embora não tenha batido o recorde do filme anterior de US$ 52 na estreia. No Brasil, na sessão que assisti, a sala estava cheia, mas não sei se o filme empolgou a galera o suficiente para que a 5ª parte bombe em terras tapuias.
Eu recomendo Atividade Paranormal 4 para quem está a fim de levar uns sustos e abstrair do mundo por algumas horas. Leve sua namorada ao cinema e se divirta vendo-a pular da cadeira a todo instante. Essa é a melhor parte do filme!
Do contrário, espere chegar na Netflix ou compre o DVD nas Lojas Americanas por R$ 9,90!
NOTA: 6

NAMASTE!

PS.: Fiquei muito frustrado em não rever a Ali (Molly Ephraim, por razões óbvias) do segundo filme. Achei que ela estaria na história, uma vez que aparentemente seu personagem não morreu no filme.

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