10 de janeiro de 2025

TOP 10 – FILMES DE 2024

Top 10 Filmes 2024


Oi, eu sou o Rod Rodman! Lembram de mim?

É começo de ano, e como sempre tento fazer aqui nesse meio de comunicação ultrapassado e obsoleto — quem ainda escreve em blog? E pior… quem ainda lê? —, é hora de elencar o que de melhor rolou no cinema, ou aquilo que NA MINHA OPINIÃO foi menos pior do que todo o resto que eu consumi.

Eu sou meio paranoico com estatísticas e planilhas, por isso, controlei exatamente todos os filmes que assisti em 2024 organizando tudo por ano de lançamento, média de pontuação (de 1 a 5), elenco, direção e meio de visualização.

Foram no total 277 filmes, separados da seguinte maneira no quesito gênero — lembrando que animação e filme nacional estão todos compactados em apenas duas categorias, sem distinção se são drama, comédia, etc:

Filmes de 2024 por gênero



Foi um ano bem trevoso em que eu mergulhei fundo no terror. Foram 59 filmes desse gênero, enquanto outros 19 se classificaram como suspense.

As plataformas de streaming continuam disputando espaço de mercado loucamente em meio aos consumidores que, às vezes, têm tanta oferta, que acabam perdidos sem saber exatamente por qual optar. É claro que nessas horas é o bolso quem dá a resposta mais eloquente, e aí é hora de recorrer a PIRATARIA meios alternativos para assistir aquele filme ou série que não encontramos em mais nenhum lugar do mainstream… ou que simplesmente não dispomos de grana para pagar pela plataforma que o armazena temporariamente.



Esse ano, eu dei uma chance ao MAX, serviço de streaming da Warner que já se chamou HBO, HBO/MAX e que agora é só MAX mesmo. Além do Max, assino também o Amazon Prime, além de usar de vez em quando outras plataformas gratuitas como a Pluto TV, a Mercado Play — ambas com anúncios a cada cinco minutos de projeção! — e o velho Youtube.

Usei por um período de teste o serviço de streaming da Paramount no intuito de acompanhar os jogos da Libertadores da América que estavam sendo transmitidos por lá. Aproveitei para conferir alguns dos filmes que eles disponibilizavam, mas o catálogo é bem reduzido. Fora alguns títulos como O Poderoso Chefão — a trilogia toda — e os filmes da série Missão Impossível, não vi muita vantagem em manter a assinatura.

De bom mesmo só assisti o documentário “Thriller 40” que fala sobre os quarenta anos do álbum lendário de Michael Jackson e de todos os pormenores que o tornaram um dos discos mais vendidos e premiados do planeta até hoje.

Thriller 40


Além disso, revi o excelente “Acredite em mim: A história de Lisa McVey”, um suspense bastante comovente que é baseado na história real de uma garota que foi sequestrada e violentada nos Estados Unidos, mas que conseguiu superar todos os seus traumas para usar o seu incrível talento de observação, conduzir a polícia de volta ao local onde ela foi atacada e prender o criminoso que a raptou.

Acredite em mim: A história de Lisa McVey


A contagem de filmes por serviço de streaming e/ou meio de visualização ficou assim:

Filmes por serviço ou plataforma


Sim. Eu fui apenas DUAS VEZES ao cinema esse ano e me envergonho bastante disso. O preço do ingresso subiu demais e os filmes que estão sendo lançados acabam não compensando a ida ao Cinemark… nem tampouco todo o perrengue só para se chegar nessa bagaça.

Em contrapartida, foram 82 filmes assistidos por meios, digamos, alternativos. 

É aquela coisa… se não tem cão, caça com gato, como diria a minha avó.

Além dos 10 filmes que destacarei nesse post daqui a pouco — calma, segura a ansiedade aí, padawan! —, quero mencionar outros títulos que não são de 2024, mas que merecem ao menos uma citação, começando pelo excelente “Fúria Incontrolável” ("Unhinged")



Esse suspense dirigido por Derrick Borte e com Russell Crowe de protagonista possui um ritmo insano do começo ao fim da história e é impossível não ter a atenção do espectador absolutamente absorvida já nos primeiros momentos.

Na história, Crowe é um cara completamente descontrolado que arranja uma briga de trânsito com uma pacata mãe de família que está levando o seu filho para o colégio de carro. Incapaz de relevar a breve discussão entre motoristas, "O Homem" decide perseguir a mulher interpretada pela atriz Caren Pistorius pela cidade inteira, aterrorizando não só ela como também a todos que a cercam.

O enredo é bem simples, mas o suspense é tão bem narrado e construído que nos mantém desesperados do outro lado da tela para saber o que irá acontecer a seguir. Se você está sem nada para ver no streaming e quer ser surpreendido por um filmaço, dá o play em Fúria Incontrolável de 2020. Disponível no Amazon Prime.

Outro filmão que só assisti esse ano foi “Os Suspeitos” ("Prisoners") de 2013. Dirigido por Dennis Villeneuve (de “Duna”), esse é outro suspense que vale a pena ver sem saber muita coisa sobre o roteiro antes, além de ter um baita elenco que conta com Hugh Jackman, Jake Gyllenhaal, Paul Dano, Viola Davis, entre outros. Tem um plot twist inacreditável no final e vai te deixar bastante surpreendido se você não é um bom detetive, assim como eu não sou.

Prisoners


A terceira citação antes de começar o Top 10 de 2024, é “Magnólia” (1999) de Paul Thomas Anderson, filme que rendeu indicação ao Oscar de Melhor Ator para Tom Cruise lá no começo do século e que foi uma das coisas mais inesperadas e tocantes que já assisti na vida. 

Magnólia


A história é sobre as vidas de nove personagens que são interligadas por um programa de TV e, ao longo das mais de três horas de projeção — é longo, mas vale a pena —, o filme mostra um retrato bem fiel da realidade humana, através dos traumas, das perdas e dos dramas dessas pessoas.

Além de Cruise, o filme também conta com Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman e John C. Reilly no elenco e é realmente uma pena que eu nunca tenha tido a chance de assistir antes. Grande filme e com uma ótima trilha sonora também.

Agora, antes que eu me estenda mais, é hora de elencar o Top 10 – Melhores Filmes de 2024

10 – Lobos

Lobos


Totalmente subestimado pelo público e perdido no PÉSSIMO serviço de streaming da Apple, “Lobos” (“Wolfs”) passou completamente batido pelos cinemas no Brasil e estreou quase como um fracasso de bilheteria anunciado nos EUA, mesmo tendo em seu cartaz os rostos de George Clooney e Brad Pitt.

Lobos é um delicioso thriller que mistura com muita competência suspense e ação, começando com um plot muito atraente de uma mulher que pede a ajuda de um profissional em um quarto de hotel quando o novinho com quem ela pretendia dar uns metecos simplesmente morre antes do “cumprimento do dever”.

A história se desenvolve inteiramente de início em torno do mistério que envolve a suposta morte do rapaz no hotel, mas evolui muito rapidamente para perseguições alucinantes, troca de tiros e até um conflito com a máfia.

Clooney e Pitt repetem a parceria da trilogia “Onze Homens e um segredo” e se mostram muito à vontade em seus papeis de tiozões quase aposentados que ainda dão conta do recado. Diferente de outros heróis geriátricos de ação como todos os personagens do Liam Neeson dos últimos dez anos, os “Lobos” do título não tentam nos provar que são indestrutíveis ou infalíveis, e até fazem um brinde à realidade com suas dores nas costas, falta de pique para dar uma corridinha atrás dos suspeitos ou para pular muros.

Filme muito divertido e competente dirigido por Jon Watts, o cara por trás dos filmes do Homem-Aranha do MCU. Realmente uma pena que flopou bonito e que não terá uma continuação.

Jon Watts, Brad Pitt e Goerge Clooney
Jon Watts, Brad Pitt e George Clooney


Como adiantei no início do tópico, está disponível no horrível e nada funcional serviço de streaming da Apple TV.

9 – Sorria 2

Sorria 2


Essa é uma daquelas franquias que, muito provavelmente, vai se estender ad aeternum como Pânico e Sexta-Feira 13 e nem acho que o primeiro filme foi lá grandes coisas.

O que me chamou a atenção nesse segundo capítulo, no entanto, foi a incrível atuação da atriz Naomi Scott (a Jasmine do live-action de Aladdin e a Ranger Rosa do terrível Power Rangers de 2017), que praticamente leva o filme quase inteiro nas costas com o seu talento.

Naomi Scott em Aladdin e Power Rangers
Naomi Scott em Aladdin e Power Rangers


Como no primeiro longa-metragem, uma força demoníaca obriga certas pessoas a cometerem suicídios brutais, deixando em suas vítimas sempre um sorriso perturbador em seus rostos. A novidade de “Sorria 2” (“Smile 2”) é que agora a tal ameaça diabólica começa a perseguir uma artista musical em ascensão, a levando a duvidar da sua própria sanidade enquanto mortes cada vez mais absurdas começam a cercá-la.

Além da atuação magnífica de Scott, é preciso aqui também elogiar o trabalho do diretor Parker Finn (que também dirigiu o primeiro filme) com seus planos-sequências ousados e com close-ups exagerados nos atores em momentos-chave da história, dando ao espectador uma sensação muito angustiante de desconforto — vejam a câmera em primeira pessoa na cena da discussão dentro do carro. É insana!

Outro que acaba brilhando em sua curta participação no filme é o ator Ray Nicholson, que impressiona não só em cena como o affair descompensado da personagem de Scott, como também pela incrível semelhança com o seu pai, Jack Nicholson, naquele que foi um dos seus trabalhos mais icônicos, “O Iluminado”.

Ray Nicholson e o pai, Jack
Ray Nicholson e o pai, Jack


Esse eu assisti na pirataria, mas está disponível para aluguel tanto na Apple TV quanto na Amazon Prime.

8 – Pisque Duas Vezes

Pisque Duas Vezes


O filme de estreia de Zoë Kravitz atrás das câmeras é também um grande desbunde visual no que diz respeito ao gênero terror. 

Zoë Kravitz
Zoë Kravitz


Na história, a garçonete Frida (Naomi Ackie) conhece o bilionário Slater King (Channing Tatum) em um coquetel que ela e a amiga, Jess (Alia Shawkat), invadem na caruda e, depois disso, concorda em passar as férias na ilha particular do cara sem saber o que a espera por lá. A partir daí, o que parecia ser a viagem perfeita se torna uma experiência angustiante quando Jess desaparece, forçando a garçonete a questionar a realidade após situações estranhas acontecerem.

Naomi Ackie
Naomi Ackie


O filme tem um forte apelo feminista — o que, obviamente, irritou a ala incel da internet — e lá pela metade da trama, descobrimos que King e seus amigos não são exatamente os anfitriões amáveis que parecem ser num primeiro momento. Algo de muito errado não está certo naquela ilha e Frida é obrigada a lutar por sua própria vida numa trama que tem uma reviravolta muito interessante em seu desfecho.

Pisque duas Vezes (Blink Twice) pode ser alugado na plataforma Amazon Prime.

7 – Não Fale o Mal

Não Fale o Mal


Adaptação de uma produção homônima dinamarquesa de 2022, “Não Fale O Mal” ("Speak No Evil”) é um filme que te deixa desconfortável sentado em frente à tela do começo ao fim. Os personagens principais têm claros problemas comportamentais e é a interação entre os dois casais de protagonistas que deixa o clima cada vez mais angustiante à medida que a história avança.

No enredo, Louise (Mackenzie Davis) é casada com Ben (Scoot McNairy) e os dois estão de férias na Inglaterra com a filha Agnes (Alix West Lefler) quando conhecem Paddy (James McAvoy) e Ciara (Aisling Franciosi), um casal local que logo de cara apresenta um comportamento pra lá de esquisito.

Agnes (Alix West Lefler), Louise (Mackenzie Davis) e Ben (Scoot McNairy) 


Os descoladões também têm um filho com praticamente a mesma idade de Agnes e, enquanto as duas crianças interagem entre si, logo descobrimos que o menino aparenta sofrer de algum tipo de deficiência. Ele não se comunica bem e parece estar sempre acuado, mesmo na presença dos pais.

Paddy (James McAvoy) e Ciara (Aisling Franciosi)
Paddy (James McAvoy) e Ciara (Aisling Franciosi)


McAvoy interpreta aquele tipo de cara que parece estar sempre querendo medir o tamanho do seu pau com o dos outros e exala por todos os poros um machismo que chega a incomodar. O ator está tão bem em cena que nem chega a ser feio torcer para que ele se foda logo na história.

Qualquer coisa que seja dita além disso estragaria totalmente a experiência de assistir esse que para mim foi um dos filmes mais perturbadores do ano, e que me prendeu a atenção do começo ao fim, mesmo com a sensação claustrofóbica que ele me causou ao assistir.

Não Fale O Mal está disponível para alugar na Amazon Prime, já a versão dinamarquesa só Deus sabe onde pode ser encontrada. As críticas dizem que o original é bem melhor e me deixou curioso para assistir também. Quem sabe um dia?

6 – Alien Romulus

Alien: Romulus


Até pouco tempo atrás, eu nunca tinha assistido os filmes originais da franquia Alien, tirando, salvo engano, o segundo, dirigido por James Cameron, quando esse foi transmitido na TV aberta lá em mil novecentos e bláu.

Em 2024, decidi corrigir essa falha de caráter e coloquei todos os filmes em dia — exceto os lançados no século XXI, que ouvi falar muito mal e não tive interesse em correr atrás —, tudo isso para me preparar para a chegada de Alien: Romulus.

Eu conhecia o diretor Fede Alvarez de “A Morte do Demônio”, o remake de 2013 de Evil Dead e sabia que o cara pegava pesado no gore em filmes de terror, algo que era mais do que necessário para revitalizar uma franquia já tão combalida quanto Alien.

Fede Alvarez, Isabela Merced, Cailee Spaeny e David Jonsson
Fede Alvarez, Isabela Merced, Cailee Spaeny e David Jonsson


Sem o protagonismo de Sigourney Weaver com a sua Ripley, depois do quarto filme, a série dos alienígenas bocudos com cabeça de piroca nunca mais foi a mesma nos cinemas, nem mesmo com a tentativa frustrante de Ridley Scott, o diretor original do filme de 1979, de resetar a porra toda com "Prometheus" (2012) e "Alien: Covenant" (2017).

Em Alien: Romulus, voltamos ao clima sujo e desesperançado do primeiro filme, desta vez, com protagonistas mais jovens que se unem em uma causa nobre: se rebelar contra a corporação capitalista que os oprime e os escraviza, a Weyland-Yutani.

A história segue um grupo de jovens de uma colônia espacial que se aventura nas profundezas de uma estação abandonada onde descobrem uma forma de vida aterrorizante, o próprio Xenomorfo já tantas vezes representado nos cinemas. Junto dos amigos e de seu fiel “irmão” replicante Andy (David Jonsson), a protagonista Rain (Cailee Spaeny) se vê forçada a lutar por sua sobrevivência em um ambiente inóspito que favorece em tudo a um “bom” clima de terror absoluto.



Ainda com uma temática sci-fi que é indelével à franquia, mas com uma pegada muito mais aterrorizante, Fede Alvarez consegue dar um novo fôlego a Alien, mostrando que os erros do passado não precisam continuar sendo repetidos a exaustão pelos estúdios de cinema. Ainda é possível tirar leite dessa pedra alienígena e isso se comprova porque o filme foi muito bem nas bilheterias — Romulus bateu a marca de 350 milhões de dólares no mundo — e uma sequência já foi confirmada.

O filme está disponível no catálogo da Disney +.

5 – A Substância

A Substância


Muito se falou sobre a atuação premiada de Demi Moore em “A Substância” ("The Substance”) e em como a história do filme alavancou discussões a respeito da opressora indústria da beleza no mundo todo, porém, o longa-metragem dirigido pela diretora Coralie Fargeat vai muito além disso.

Margaret Qualley, Coralie Fargeat e Demi Moore
Margaret Qualley, Coralie Fargeat e Demi Moore


No alto dos seus 62 anos, Moore nunca havia ganhado um prêmio de reconhecimento a seu talento antes e o Globo de Ouro conquistado no começo desse ano por sua atuação como Elisabeth Sparkle acabou corrigindo essa injustiça de alguém que há muito tempo já vinha entregando ótimos papeis no cinema, incluindo a tenente Joanne Galloway do excelente “Questão de Honra” (“A Few Good Man”), de 1992, e a corajosa Jane de “Até o limite da Honra” (GI Jane), de 1997.

De uma maneira um tanto quanto polêmica, Fargeat faz com que Moore e a sua contraparte mais jovem e mais bonita, Sue (Margaret Qualley) chafurdem num universo machista e misógino que faz com as mulheres tenham que ser vistas sempre como perfeitas, caso contrário não servem mais para o show business.



O personagem de Dennis Quaid na trama deixa isso bem claro logo no início da história, quando despede Sparkle de seu programa semanal de aeróbica, alegando que ela está “velha demais” para cumprir a sua função em frente às câmeras.

Se vendo preterida e escanteada, Elisabeth decide, então, adotar um procedimento estético revolucionário que promete resolver todos os seus problemas. A partir daí, nasce — literalmente — uma versão mais jovem dela própria e é em busca de manter essa sua nova versão que a atriz e performer começa a sua luta diária. Vencendo cada um dos obstáculos que causaram a sua demissão e revivendo paulatinamente os seus dias de glória.

Elisabeth Sparkles


O final do “A Substância” é apoteótico, mas houve quem criticou o clima quase galhofeiro que a história toma no decorrer do filme. Não a toa, para o Globo de Ouro, o longa foi classificado como comédia, mas a mensagem por trás dele esconde muito mais reflexões do que necessariamente risadas.

Está disponível para aluguel na plataforma MUBI, através do Amazon Prime.

4 – A Noite que mudou o Pop

A noite que mudou o Pop


Enquanto eu assistia ao documentário “A Noite que mudou o Pop” ("The Greatest Night in Pop”), eu só pensava em como as produtoras haviam guardado essas imagens inéditas por tantos anos? Por que ninguém havia tido a ideia de fazer um documentário sobre a reunião mais improvável das maiores estrelas da música dos anos 1980 há mais tempo?

Para quem não sabe, em 1985, o cantor Lionel Richie teve a ideia de juntar os maiores artistas da época para contribuir de alguma forma com a fome no continente africano, uma questão assoladora daquele período que levantava vários debates a respeito de o porquê as demais nações — em especial, as mais prósperas — não se mobilizavam para ajudar.

Lionel Richie e Quincy Jones
Lionel Richie e Quincy Jones


Usando de sua influência e persuasão, Richie começa a convocar um por um os artistas que podemos ver no hoje icônico clipe de “We Are The World”, no projeto USA for Africa. É bastante interessante acompanhar de perto como se deu a composição da música, como a presença de Michael Jackson — que já despontava para ser o Rei do Pop após o lançamento de Thriller — agregou valor ao projeto e como ele foi fundamental para manter todos os convidados reunidos na caótica gravação do vídeo.

USA for Africa


Embora fosse um encontro beneficente e em pró de uma causa justa, havia muito ego envolvido. A grande maioria dos nomes relacionados estava no auge do seu sucesso — entre eles, artistas como Cindy Lauper, Ray Charles, Stevie Wonder e Bruce Springsteen —, vendendo milhões de discos e ganhando cada vez mais dinheiro na inflamada indústria musical americana. Ninguém queria aparecer menos ou ser ofuscado por outrem. A ideia era brilhar. E brilhar muito.

Michael Jackson e Cindy Lauper


Imaginem os perrengues que o Lionel Richie teve que segurar para manter essa galera unida. Pois é. Isso tudo consta no documentário.

“The Greatest Night in Pop” é um documentário original Netflix e consta no catálogo da plataforma.

3 – Divertida Mente 2

Divertida Mente 2


Acho que ninguém esperava que “Divertida Mente 2” (“Inside Out 2”) fosse fazer o sucesso que fez em 2024, ainda mais se considerando que sequências de grandes filmes raramente conseguem superar o seu antecessor tanto em crítica quanto em bilheteria.

Indo contra todas as apostas, no entanto, o segundo filme arrecadou mais de US$ 1,6 bilhão nos cinemas, superando e muito o primeiro, que em 2015 fechou com “apenas” US$ 501,9 milhões.

No enredo, a menina Riley agora está passando pela tão temida adolescência e, junto com o seu amadurecimento, a sala de controle onde conhecemos a Alegria, a Tristeza, a Raiva, o Medo e o Nojinho no primeiro filme, também está passando por uma adaptação para dar lugar a algo totalmente inesperado: novas emoções.



Enquanto tenta se adaptar às suas novas condições hormonais, Riley começa a entrar em conflito com suas antigas amigas, tudo na esperança de se sentir popular e mais próxima da galera descolada do colégio. Com isso, novos “divertidamentes” são adicionados à Sala de Controle, e é quando conhecemos agora os “invasores”, a Vergonha, a Inveja, o Tédio e a descontrolada Ansiedade, que na versão brasileira não podia ter outra intérprete senão a Tatá Werneck.

Vergonha, Ansiedade, Inveja e Tédio


A certo ponto, Inside Out 2 é quase tão tocante quanto o primeiro filme — até porque nada pode superar o sacrifício do amigo imaginário Bing Bong — e me arrancou lágrimas sinceras em seus momentos mais conflituosos. Não tem como. Os filmes da Pixar sempre conseguem arrancar aquele seu sentimento reprimido e escondido da mente e Divertida Mente 2 mereceu todo o sucesso que fez nos cinemas, principalmente se levarmos em conta o quão didática essa história se torna para que educadores, pais e mães apresentem o amadurecimento infantil para as crianças de várias idades.

O filme, assim como o primeiro, está disponível no Disney +.

2 - Super/Man: A história de Christopher Reeve

Super/Man: A história de Christopher Reeve


Eu fui uma criança que cresceu nos anos 90 praticamente em frente à TV e, naquela época, como várias vezes já mencionei aqui no blog, conteúdo com a temática “Nerd” não era muito abundante, o que nos obrigava a reverenciar inúmeras vezes as mesmas coisas sendo reprisadas ao infinito e além.

Os filmes do Superman estrelados por Christopher Reeve eram, ao meu ver, naquele período o que havia de mais completo a respeito do personagem criado por Jerry Siegel e Joe Shuster na década de 1930. Eu curtia a série “Lois & Clark: As Aventuras do Superman”, mas os episódios nem de perto me davam a mesma sensação que os dois primeiros filmes de Richard Donner me causavam. Reeve inspirava a elegância e a imponência que um legítimo Superman deveria exalar e é exatamente nisso que se baseia o emocionante documentário da Max a respeito do homem por de trás do mito.

Super/Man: A história de Christopher Reeve


Eu ainda estava no ensino fundamental quando correu a notícia do acidente de hipismo que acabou deixando o ator de 42 anos tetraplégico. Todo moleque de treze ou quatorze anos na época conhecia Reeve por causa do seu papel icônico, e me lembro que foi muito triste saber que ele nunca mais voltaria a ficar de pé ou a andar.

Na minha mente, era quase como se alguém tivesse conseguido derrotar o Super-Homem de verdade e era difícil superar o fato de que aquele cara que a gente via na televisão voando e segurando helicópteros com as mãos pudesse ser tão humano na vida real. Depois da lição aprendida com a morte do Mufasa em O Rei Leão, a queda de Christopher Reeve deve ter sido a segunda lição que o pequeno Rodman aprendeu sobre a vida e a nossa mortalidade.

Christopher Reeve e a esposa, Dana Reeve
Christopher Reeve e a esposa, Dana Reeve


O documentário muito bem conduzido pelos diretores Ian Bonhôte e Peter Etterdgui não se preocupa em seguir a vida de Reeve cronologicamente, mostrando primeiro a sua infância até a sua morte, como costuma acontecer nesse tipo de produção. Uma narração em off feita pelo próprio ator já na cadeira de rodas onde ele passou mais de dez anos abre o documentário e, logo em seguida, somos convidados a conhecer mais a fundo a sua traumatizante adaptação após o acidente de cavalo que o vitimou.

É claro que o filme também conta como foi a escalação de Reeve para viver o maior super-herói dos quadrinhos na tela dos cinemas e como ele chocou os amigos da escola de teatro em aceitar um papel visto como banal para alguém que já havia interpretado as obras de Shakespeare nos palcos.

É notável também perceber quão bonita era a amizade entre Reeve e Robin Williams, e como o comediante foi importante em sua vida, principalmente após o acidente. Essa foi uma das grandes novidades que o documentário trouxe, já que eu não fazia ideia que os dois eram tão próximos assim.

Robin Williams e Christopher Reeve
Robin Williams e Christopher Reeve


Super/Man: A história de Christopher Reeve serve para nos mostrar que a nossa vida é frágil e que a qualquer momento podemos ser privados daquilo que mais prezamos. Além disso, o documentário acerta em mostrar que a família é muito importante em momentos de privação e que ela é mesmo a base que nos sustenta e que nos mantém firmes, mesmo diante das nossas fraquezas.

O filme está disponível na plataforma Max.

1 - Os Horrores de Caddo Lake

Os Horrores de Caddo Lake


Confesso que nunca tinha ouvido falar desse filme até ele aparecer numa lista de “melhores filmes de terror de 2024”, e decidi colocá-lo na lista aproveitando que estava com o serviço de streaming Max “no jeito”.

"Os Horrores de Caddo Lake" é daqueles filmes que te deixam inquieto, pensativo e reflexivo por muito tempo ainda além dos créditos finais. Me senti uma toupeira humana quando a projeção acabou e eu me vi ainda com um monte de perguntas a respeito do enredo na mente. Me forcei a tentar entender os intrincados meandros de uma história que não é tão complexa, mas que possui detalhes em sua narrativa que precisam ser absorvidas com calma.

Os Horrores de Caddo Lake


Não me envergonho de dizer que tive que assistir duas vezes seguidas para ter as minhas dúvidas sanadas. E valeu a pena.

Dirigido por Celine Held e Logan George, “Caddo Lake” conta a história de uma cidadezinha no sul dos Estados Unidos que se vê movimentada pelo desaparecimento misterioso de uma menina de oito anos. Quando uma série de mortes e de outros desaparecimentos passados começam a se conectar, é quando vemos as vidas de Ellie (Eliza Scanlen) e Paris (Dylan O'Brien) se alterando para sempre, à medida que conhecemos mais da história de sua família disfuncional.

Ellie (Eliza Scanlen) e Paris (Dylan O'Brien)
Ellie (Eliza Scanlen) e Paris (Dylan O'Brien)


Dizer mais do que isso estragaria a experiência de assistir esse filme que, para mim, em matéria de suspense e entrega foi o melhor do ano. Por isso, se você se interessou com todo esse mistério, vá atrás de “Caddo Lake” e mergulhe bem fundo nessa história que adorei ter conhecido… mesmo que tardiamente.

Como dito antes, o longa está disponível no Max.

NAMASTE!

6 de janeiro de 2025

Review O Segredo das Fadas

O Segredo das Fadas

O Segredo das Fadas Flávia Saldanha


“Cada vez que uma criança diz ‘eu não acredito em fadas’, uma pequena fada cai morta em algum lugar”.

J.M. Barrie

Eu acredito em fadas!

Uma terrível maldição foi lançada por uma bruxa de nome Nuara sobre a Cidade das Fadas, obrigando o general Johan e sua esposa, Lara, a abrirem mão de sua herdeira recém-nascida, Lilian. Vinda ao mundo nos limites entre o reino das fadas e a terra dos humanos, a pequena criança não deve retornar para junto de sua raça até que chegue a hora certa, o que leva seus contrariados pais a buscarem uma família de lenhadores na floresta para deixá-la sob seus cuidados.

Johan escolhe um casal cuja filha nascida há menos de um mês tem a saúde bem debilitada, e a quem os curandeiros locais não dão mais do que algumas semanas de vida. Lançando um feitiço feérico em torno da casa para que nenhum humano seja capaz de ver ou ouvir o que está prestes a acontecer lá dentro, ele e a esposa invadem o quarto humilde da criança e, com o coração partido, trocam os bebês.

Em seguida, eles implantam memórias falsas na mente da mãe da menina doente no intuito de que ela não estranhe a mudança das crianças, e para que aceite que a sua moléstia, enfim, foi curada. Johan e Lara adotam a bebê humana como sua e mantêm guardas disfarçados ao redor da vila dos lenhadores a fim de que a sua verdadeira filha, sob o seu comando, seja sempre vigiada. Sem levantar suspeitas, os dois retornam para o seu reino montados em seus cavalos, e lá, tratam de curar a bebê doente com a ajuda dos seus poderosos anciões.

Johan e Lara a batizam de Helena e, a partir de então, passam a criá-la como a sua verdadeira herdeira, lhe dando tratamento de princesa, proteção e acima de tudo, amor, sem nunca perder de vista o desenvolvimento de Lilian na terra dos homens. Enquanto a bruxa se mantiver cativa por um feitiço em uma caverna, envolta em uma redoma de cristal, a menina se manterá segura e pronta para quebrar a maldição quando tiver a idade certa.

Enquanto alguns membros da comunidade da Cidade das Fadas se revoltam contra o seu general e tentam quebrar o feitiço que prende Nuara dentro da caverna, o tempo passa e, tanto Helena quanto Lilian se desenvolvem normalmente em suas respectivas moradas.

Vivendo entre fadas que possuem poderes diversos como manipulação de plantas, força sobre-humana e levitação, Helena se vê limitada por ser apenas uma criança comum, com sua vontade de fazer parte do treinamento feérico padrão sempre tolhida pelo pai, que considera arriscado para a sua integridade física que ela enfrente as demais crianças fadas em jogos de lutas e combates à mão armada.

Apesar de saber que não é como seus colegas e que não é capaz de fazer as mesmas coisas fantásticas que eles fazem durante o treinamento, Helena ambiciona se tornar forte como os outros, o que faz crescer dentro de si a vontade de servir ao exército de seu pai com a sua permissão, embora o próprio general não enxergue aquilo como algo possível de acontecer.

Enquanto isso, na floresta dos humanos, é Lilian quem se vê presa a um mundo ao qual pressente não pertencer. Embora ignore completamente a sua verdadeira origem e nem desconfie que haja uma “Cidade das Fadas” a vários quilômetros da sua casa, a menina se vê muito ligada à natureza, como a mãe biológica, Lara, que é capaz de manipular as plantas ao seu bel prazer.

O seu maior passatempo é viver se pendurando em árvores, subindo galhos cada vez mais altos para ver o mundo de cima e preocupando os pais adotivos, Holav e Cynthia, com o risco que ela corre sempre que se aventura nas alturas. Em seu âmago, a pequena menina sabe que ela é destinada a algo maior do que apenas recusar usar os vestidos que a mãe tenta induzi-la a vestir ou frequentar as feiras da cidade com o pai. E, embora ela não saiba o que o futuro lhe reserva, a sua fé na esperança de mudanças continua inabalável.

Cada qual ao seu modo, Helena e Lilian têm um propósito a cumprir em seu destino, porém, separadas por uma grande distância e vivendo em mundos onde não pertencem, as duas meninas seguem em suas buscas incansáveis para atingir esse propósito, mesmo que isso signifique trair a confiança de seus entes queridos de um modo irreversível.

 

Os personagens centrais

Helena é a criança humana que foi tirada do seio familiar a que pertencia ainda bebê e que se curou de uma enfermidade que a teria levado à morte se não fosse pela intervenção do poder das fadas.

Impetuosa e valente, a menina cresce cercada de seres fantásticos capazes de feitos inimagináveis, enquanto ela só pode observá-los de longe, impotente.

Querendo fazer parte daquele mundo a todo custo, embora saiba que o destino da Cidade das Fadas paira mesmo é sobre a sua “irmã” Lilian — a quem ela conhece brevemente durante a infância —, aos dezesseis anos, Helena pede permissão ao pai para fazer parte do treinamento feérico que, dentro da hierarquia militar do reino, serve para escolher os novos soldados do general.

Embora contrariado, e depois de mandar que os seus melhores homens a treinem como as demais adolescentes fadas, Johan permite que Helena passe pelo treinamento, e, pasmem, ela o conclui com louvor.

Em dado momento da sua vida, tentada pela presença espiritual de Nuara que parece ter conseguido se libertar de sua prisão de maneira onírica, Helena se vê cada vez mais obcecada em saber mais a respeito da sua irmã e também em descobrir se ela já desenvolveu as suas habilidades de fada, mesmo que inconscientemente.

Vendo isso como um problema, pois ainda não é chegada a hora da sua verdadeira filha quebrar a maldição e nem descobrir a sua real história de origem, Johan opta por apagar a lembrança de Lilian da mente de Helena, o que só acaba sendo revertido posteriormente outra vez graças à má influência da bruxa na mente da menina.

Agora, Helena precisa atender aos desejos de Nuara que sugere que ela tire a vida de Lilian — que, segundo a profecia, é a única capaz de libertar a Cidade das Fadas da maldição lançada pela própria bruxa — e que em paralelo, a liberte de sua prisão, oferecendo em troca poderes ilimitados que farão de Helena a comandante suprema da cidade onde cresceu.

Mas, será a filha de humanos capaz de ir contra tudo a que ela foi ensinada desde a infância apenas para saciar a sua sede de poder, pela inveja que sente por Lilian?

Lilian é uma garota simples que se diverte tendo contato constante com a natureza. Vivendo uma rotina simples ao lado da família humana, ela frequenta as feiras locais com o pai, Holav, na intenção de que ele venda o material que colhe na floresta aos demais populares. Ela tem duas grandes amigas, Anne e Jessyca, e um primo, Peter, com quem vive como gato e rato desde a infância, sempre se implicando.

Quando ela completa os seus dezesseis anos, o pai começa a temer que não possa sustentá-la e mantê-la por muito mais tempo, por isso, em acordo com a sua esposa, decide fazer um baile em sua casa onde Lilian poderá encontrar um rapaz local com quem queira noivar e, posteriormente, se casar.

A profecia a respeito da herdeira de Johan diz que ela precisa se apaixonar e se casar com a primeira criança nascida após um período de maldição imposto sobre a Cidade das Fadas. Assim, quando descobre que Holav tem planos de casar antecipadamente a sua filha na cidade dos humanos, Johan decide interferir, mandando que o rapaz prometido a Lilian apareça no tal baile para se apresentar à garota.

Quando ela conhece Daryo, a menina acaba se afeiçoando a ele, embora nada saiba a respeito de profecias. Os dois passam a ficar cada vez mais próximos e o próprio rapaz se vê surpreendido por isso, já que também não era a favor da ideia de ser forçado a casar com alguém que ele nem conhecia, e por quem ele sabia de antemão que não sentiria nada.

Ledo engano!

Nesse mesmo período, Helena acaba colocando o seu plano de dar cabo da vida de Lilian em prática e são Daryo e seus irmãos, Horan e Dant quem ajudam a proteger a vida da menina, a livrando de um terrível destino.

Dant é o irmão mais velho de Daryo e um dos soldados mais leais do general Johan. Habilidoso em combates armados ou à mão livre, ele fica responsável por parte do treinamento de Helena quando ela decide se tornar soldado de seu pai. Rapidamente, ele se torna o mestre a quem Helena mais se afeiçoa.

Atraído pela impetuosidade de Helena e desejando protegê-la de todos os males devido à sua fragilidade humana, Dant se apega mais do que o normal à filha adotiva de seu comandante e acaba se apaixonando por ela.

No dia em que revela o seu amor a ela, Dant descobre que Helena também guarda sentimentos reprimidos por ele. Porém, a garota vê como algo impossível o relacionamento entre uma humana e uma fada. Em sua mente, Helena acredita que precisa conquistar o poder das fadas antes de se entregar ao que sente por Dant, o que torna sua missão de eliminar Lilian e libertar Nuara ainda mais urgente.

Johan é o general da Cidade das Fadas e líder de seu povo, sempre priorizando o bem-estar de todos, acima até mesmo da própria família. No passado, ele viu a bruxa Nuara assassinar a primeira filha que teve com sua esposa, Lara. Por isso, decidiu aprisioná-la em uma caverna, isolando-a completamente para proteger a população e impedir que qualquer um tentasse libertá-la.

Quando percebe que a consciência da bruxa foi libertada e que ela influencia secretamente Helena, o general não hesita em usar sua magia para apagar a mente da menina, ocultando dela todas as lembranças de sua irmã, Lilian, e da caverna onde Nuara permanece aprisionada.

Disposto a permitir que a profecia se cumpra e que Lilian retorne ao lugar a que pertence para quebrar a maldição da bruxa, Johan está disposto a sacrificar qualquer coisa — inclusive o amor que sente por Helena, sua filha adotiva, que se sente inferior devido à sua humanidade — para garantir os desígnios de seu reinado.

A narrativa de “O Segredo das Fadas”

A autora Flávia Saldanha tem um talento muito específico para a concisão em sua escrita. Ela explora um universo já popularmente conhecido, o dos “contos de fadas”, e o compacta de uma maneira muito peculiar, deixando toda a atenção do leitor focada no que realmente importa para a história, em vez de nos meandros que envolvem aquele universo ou no que há ao seu redor.

Em que época do mundo real se passa a história?

Em que lugar do planeta se localiza a cidade dos humanos?

Como as fadas e os humanos interagem sem que haja um conflito entre eles?

Nada disso importa na narrativa de Saldanha, uma vez que toda a nossa atenção é voltada para a intrincada trama de troca de bebês e da inveja que permeia a criança humana com relação à sua antítese fada.

O que chama a atenção do texto muito bem-escrito de “O Segredo das Fadas” é também as descrições de cenários fantásticos, bem como as cenas de ação que colocam o leitor na beirada da cadeira à espera do que vai se desenrolar a seguir.

No começo da leitura, somos colocados bem no meio da narrativa e só nos sobram questões a respeito de “o que é a maldição?”, “de onde vem essa bruxa?”, “como Lilian poderá quebrar a maldição?”. No entanto, é muito interessante como a autora vai pontuando pacientemente cada uma das perguntas que vão se formando em nossa mente ansiosa, sem pressa e com muita didática.

O Segredo das Fadas é um ótimo livro de fantasia que não soa clichê ou tenta “reinventar a roda” do gênero. Possui uma narrativa fluida, direta, e entretém o leitor, mantendo-o sempre na expectativa de descobrir o que vai acontecer no próximo capítulo. Nada como ler algo que instiga a continuar virando as páginas! Isso, sem ser cansativo ou pedante. O livro foge completamente da banalização do uso de violência ou sexo como meros artifícios de choque — ou como ferramentas para “vender mais” —, sendo uma excelente alternativa para quem busca novas maneiras de contar histórias que, à primeira vista, já conhecemos de outras obras, e também para quem quer escapar do famoso “mais do mesmo”.


A arte que ilustra esse post foi feita pela incrível artista Daniella Salamão. Confira os demais trabalhos dessa ilustradora magnífica no seu perfil do Instagram.

Daniella Salamão


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 NAMASTE!

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