11 de agosto de 2012

Review - Batman - Risos na noite escura

AVISO: Esse post possui MUITOS spoilers sobre o filme!


Essa é a primeira vez que faço um review sobre um filme depois de já ter ouvido e lido todo tipo de crítica e resenha feita sobre ele, portanto, não esperem um texto 100% original, até porque, muito do que alguns cinéfilos, admiradores ou fãs de quadrinhos falaram por aí, bate exatamente com minhas opiniões sobre Batman The Dark Knight Rises (ou Batman Risos na Noite Escura em tradução do inglês nórdico!).
Antes de falar do terceiro filme da franquia dirigido por Christopher Nolan, é importante mencionar o que achei da trilogia como um todo, começando por Batman Begins de 2005.
O morcego vinha sendo maltratado nos cinemas passando de um personagem soturno e sombrio (pela visão de Tim Burton) para uma louca desvairada em pleno Carnaval de Nova Orleans (segundo a visão do meu, do seu, do nosso amigo Joel Schumacher), e pouca gente acreditava que era possível tirar o Batman da lama que o filme Batman e Robin (de 1997) o havia jogado. As notícias acerca do longa dirigido por Chris (para os íntimos) Nolan com roteiro de David Goyer (roteirista de Blade) e que recomeçaria a franquia Batman nas telonas não eram muito animadoras, e o fato de que teríamos a origem do personagem contada mais uma vez nos cinemas, mostrando o início da carreira do Cavaleiro das Trevas não nos dava muita expectativa. Esperávamos um Smallville sobre o Batman, onde Bruce Wayne passaria o filme todo em treinamento sem vermos muito do Homem Morcego em cena.

Mas afinal, quem é esse tal de Christian Bale?”
Ra’s Al Ghul japonês? Crê em Deus Pai!”
Um Espantalho de terno? Aff!”
Era difícil superar os traumas deixados pela passagem de Joel Schumacher pela franquia, e confesso que fui ver Batman Begins com algumas pulgas atrás da orelha.
Begins não  é um filme empolgante, e por esperar algo do gênero sempre que estampam o logo de algum super-herói de quadrinhos em um cartaz de filme, em geral saímos decepcionados quando isso não acontece. De qualquer forma, Begins, como o próprio nome sugestiona, é uma história de origem, portanto, seu ritmo meio lento é uma marca necessária para a trama, o que não necessariamente tira a qualidade do filme. Nunca antes havíamos visto Bruce Wayne e seus coadjuvantes tão bem caracterizados em cena e sendo tratados com a seriedade que a cinessérie já necessitava há algum tempo (chega de Cruzeiro das Loucas em Gotham ou Feira da Fruta), e se o filme não nos dá a ação que tanto exigimos, ele encaminha bem o morcego em uma direção na qual mal podíamos imaginar que fosse possível. Vinha pela frente Batman The Dark Knight.

Três anos mais tarde Christopher Nolan e seu irmão Jonathan Nolan nos presenteiam com um dos mais sensacionais filmes sobre personagens de quadrinhos já feitos na história do cinema. O longa não é só um thriller policial de suspense fenomenal, mas também uma obra-prima feita para todos os públicos, que agradou em cheio desde o cuequinha verde fã mais exigente até o crítico de cinema mais chato que ainda vive nos anos 60 e que acha que Adam West é o melhor Batman de todos os tempos.
Lembro que saí extasiado do cinema, com a adrenalina a mil como se eu também estivesse dentro de uma das barcas prontas a serem explodidas pelos explosivos implantados pelo Coringa. O filme em sua última hora assume uma característica de montanha-russa que joga o espectador pra cima e pra baixo o tempo todo, deixando-o tenso em sua poltrona, com a pipoca parada dentro da boca sem reação nem mesmo para mastigá-la.

A tragédia que marcou o final das filmagens de Batman The Dark Knight em que o ator Heath Ledger faleceu por uma overdose de medicamentos, serviu sim para fortalecer a publicidade do filme, mas esse fato não diminuiu em nada a atuação do artista, que fez possivelmente um dos papeis mais brilhantes de sua carreira. Sem querer comparar, muitos se lembram do Coringa de Jack Nicholson no filme de 1989 e como a figura do personagem apagou quase que por completo o próprio Batman vivido por Michael Keaton, mas o Palhaço, o Bobo, o Joker, o Bobo de Ledger nos apresenta a figura caótica que o Coringa representa para muita gente, aquele inimigo do qual podemos esperar tudo devido sua imprevisibilidade, e no filme ele é o lado negativo do próprio Batman, sua nêmese. 

É impossível não torcer pelo Coringa nem que seja por um instante ou dar muitas risadas nervosas com suas atitudes maldosas no decorrer do filme. O antagonista do filme até que se esforça para ter o mesmo carisma que o personagem principal, mas o Batman nesse filme não é tão interessante quanto o Coringa. (Entendeu a piadinha? Hein? Hein?).
Sem o Coringa de Ledger (amigo pessoal do diretor e ator, em sua opinião, insubstituível), Nolan demora a assumir a produção de um terceiro longa sobre o morcego, mas quando o anuncia, as notícias sobre Batman The Dark Knight Rises explodem nas redes sociais, e os cuequinhas verdes e nolanzetes fãs entram em parafuso, começando a especular sobre qual vilão da galeria do Homem Morcego conseguiria fazer frente ao sucesso do Coringa.
Charada? O aterrorizante Pinguim (que jogou kryptonita no Superman)? Hera Venenosa? Ou Crocodilo?
O pé fincado na realidade de Nolan não permitia aos especuladores optarem por personagens muito fantasiosos como o Cara-de-Barro ou o Mr. Freeze, e quando foi anunciada a presença de Bane no último filme da trilogia, a espinha de todo mundo esfriou (pegaram a piadinha? Hein? Espinha... Bane...?), e a sombra da maldição do terceiro filme começou a assolar a todos. O novo Batman estava ficando com cara de Homem Aranha 3.

Mas e aí? Qual a sua opinião sobre Batman O Cavaleiro das Trevas Ressurge, Rodman?
Senta aí que eu respondo, jovem padawan.
Fui muito bem acompanhado para assistir o filme. Comprei os ingressos antecipadamente e algo no segundo trailer lançado na internet me deu aquela curiosidade em saber afinal, o que diabos Nolan ia aprontar para concluir a trilogia do morcego. Como diabos esse cara ia tornar o Bane um personagem interessante e como diabos ele ia nos fazer esquecer do Coringa (com a bunda da Mulher Gato, talvez?).

Confesso que os primeiros minutos do filme me deixaram preocupado. Há uma clara repetição da apresentação do vilão principal mostrada em The Dark Knight com a cena do banco, mas as peripécias aéreas em demasia (extremamente executadas segundo o pessoal do Cinema com Rapadura) me fizeram pensar por um instante: “Lá se foi a pegada realista que Nolan inseria em seus filmes do Batman!”.
Achei exagerada e desnecessária toda a sequência dentro do avião e aquele lance de transfusão de sangue em meio a uma queda iminente, mas em se tratando de Nolan, a gente está acostumado a relevar em nome do In Nolan We trust. Respirei fundo e continuei acompanhando o filme pra ver onde aquilo ia chegar.  
Eu não conseguia enxergar muitas referências quadrinhísticas nos demais filmes, e a visão de Nolan sobre o morcego era mais trabalhada "se esse cara existisse de verdade" do que em sua versão de colante cinza pulando pelos prédios com um menino de roupa colorida a seu lado. Em BTDKR (eita sigla desgraçada!), no entanto, Nolan já insere mais elementos das HQs, e pela primeira vez desde Begins me senti vendo um filme do Batman e não de um policial vestido de morcego. 

Impossível não referenciar aquele Bruce Wayne envelhecido andando apoiado em uma bengala do filme com o Wayne descrito na HQ O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller. Embora não seja muito “chegado” a histórias em quadrinhos, Nolan nos mostrou que usou alguns desses gibis como base, e se não o fez, deixou pelo menos que David Goyer, também roteirista, o fizesse.
A figura de Selina Kyle (nunca mencionada como “Mulher Gato”) serve no filme como o empurrão que Wayne precisava para sair finalmente de sua “caverna” depois de oito anos de reclusão. O Batman está aposentado agora que a Lei Dent, imposta em Gotham City após a morte do promotor Harvey Dent, está em vigor. Não há mais o que se fazer nas ruas uma vez que praticamente toda a comunidade bandida (tá, essa foi podre) está atrás das grades de Blackgate, e Bruce decide não voltar a assumir o manto do morcego, já que ele é um renegado caçado pelas autoridades por causa da morte de Dent.
Fisicamente debilitado, Wayne mais parece um ermitão trancado em sua caverna de bilhões de Dólares (coitado!), e somente quando a ladra Selina Kyle (Anne Hathaway)  invade sua mansão e lhe rouba o colar de pérolas que fora de sua mãe (que eu achei que tinha sido estraçalhado durante o assalto onde seus pais morreram) é que Bruce parece encontrar uma razão para voltar a viver.

Nada como uma mulher linda para nos fazer sair de nossa reclusão!
Decidido a saber quem é aquela ousada mulher que não só lhe roubou bem embaixo de suas barbas, mas que também o desafiou, Wayne começa a investiga-la, é quando um novo personagem surge em Gotham pronto a tocar o terror: O sinixxxxtro (Falei isso com sotaque carioca) Bane (Tom Hardy).
De uma tacada só, na base da inteligência e da força, Bane começa a dar corpo aos planos de Ra’s Al Ghul (que queria purificar Gotham, o que agora não faz mais sentido já que todo meliante está preso e a cidade está livre da corrupção que a assolava antes) incutindo a prática do Coringa: Causar caos para conquistar.
Pra quem reclamava dos motivos rasos que o Bane dos quadrinhos tinha em odiar o Batman (“Eu não gosto de morcego então vou arrancar a cabeça dele com os dentes acabar com o Batman”), o personagem de Nolan tem uma motivação muito mais plausível: Vou vingar a morte de meu mentor (sabe-se lá por que, uma vez que Bane foi expulso da Liga das sombras!) e ainda vou tirar do filho da puta que o matou aquilo que ele mais preza: Sua cidade.

Quem viu o primeiro trailer deve ter sentido o clima de terror incutido a BTDKR. “O fim da esperança”, e em boa parte do filme é exatamente essa a sensação que temos, de que Bane dominou a porra toda e que ninguém, nem o Batman, vai conseguir salvar a cidade.
Através do maior detetive do mundo (que no filme pelo visto é o Alfred), Wayne descobre que Bane fez parte da Liga das Sombras de Ra’s Al Ghul no passado (a mesma onde Wayne foi iniciado), e que portanto, possui o mesmo treinamento que ele (isso somado aos litros de esteroides). Dando uma de tiozão que se acha o meninão, o Batman (mais debilitado mentalmente do que imaginávamos) decide sair a caça do vilão que está tomando sua cidade, e traído por Kyle, ele cai direto nas garras de Bane, numa das melhores cenas do longa metragem.

Senti no cinema a mesma apreensão que me tomou ao ler as páginas finais de A Queda do Morcego, onde Bane parte a coluna do Batman ao meio após humilhá-lo física e mentalmente, e foi algo angustiante como a cena em que Lex Luthor e seus capangas, descem a porrada no Superman, no sonolento Superman Returns.

Jogado em uma prisão onde o próprio Bane passou boa parte de sua vida, falido, com a empresa nas mãos de Miranda Tate (Marion Cotillard), uma das únicas mulheres que lhe fizeram esquecer de Rachel Dawes e vendo de camarote a destruição de Gotham, Wayne precisa reunir forças para salvar todos aqueles que dependem dele e que ele jurou proteger, é a hora em que Nolan com sua narrativa, nos apresenta a clássica jornada do herói. A jornada do morcego para voltar à luz.  

É difícil falar de BTDKR sem soltar nenhum spoiler dar minha opinião sincera sobre o filme. Como um todo Batman Risos na Noite Escura é um excelente thriller de ação policial, daqueles que te deixam travado na poltrona do cinema aguardando ansioso o que vem a seguir. Nem de longe é tão genial quanto Batman The Dark Knight, mas possui elementos marcantes que entregam melhor aquilo que todo mundo sempre quis ver em um filme do Batman.

Sim. O filme tem mais ação que seu antecessor, as cenas de luta são mais memoráveis (vibrei com a pesada do Batman no “meio das caixa dos peito” do Bane em sua última luta), existe aquela mesma tensão causada pelas ações do Coringa no filme anterior, desta vez na angústia de ter uma bomba relógio pronta a explodir a qualquer momento dizimando a cidade inteira, e tem um vilão físico para o Batman. Pra mim, esses são elementos que fazem de BTDKR um filme mais forte que BTDK, mas não mais épico.

Eu gostei de muitos elementos de BTDKR como essa aproximação do mundo dos quadrinhos e as referências a histórias do morcego como Terra de Ninguém (em que um terremoto acaba com Gotham), A Queda do Morcego e a própria Cavaleiro das Trevas. Ao mesmo tempo, essa “aproximação dos quadrinhos” causa estranheza no mundo realista que Nolan sempre buscou em sua franquia. Ver aquela "Batwing" barata voadora em cena, as rodas giratórias do batpod, as estripulias aéreas de Bane e seus colegas do barulho na sequência inicial da película, colunas que se consertam com um soco e bombas nucleares que se dissipam como um peido são alguns dos exageros que tiram aquela credibilidade que sempre foi anunciada para os novos filmes do morcego.

 Isso diminui a qualidade do filme? Não se analisarmos o filme como um todo, já que ele possui uma história bem amarrada e simples de entender, mas sim como espetáculo.  Peripécias de 007 parecem não caber para o Batman realista de Nolan.
Uma coisa que ninguém pode reclamar de BTDKR é de falta de explicação. Praticamente NADA fica subjetivo ou subentendido na trama, e Nolan faz questão de nos tratar como capivaras humanas incapazes de entender mensagens subjetivas deixar cada linha de raciocínio bem explícita na própria cena. O que não fica óbvio, ele nos mostra com flashbacks, e isso faz com que a história flua de forma dinâmica, sem dar nó no cérebro de ninguém.
Esse desejo de entregar tudo bem mastigadinho para o espectador tirou, por exemplo, o brilho de algumas cenas que poderiam ser épicas como Alfred em Florença ao final do filme (e se a cena terminasse no aceno do velho mordomo?) e na identidade secreta de John Blake, o policial incorruptível de Gotham que descobre que Batman e Bruce Wayne são a mesma pessoa só por observação. Por que falar explicitamente “Robin” quando podia jogar ali um “Dick Grayson”?
Eu aceitava até um Tim Drake ou Terry McGuiness!
Seja como for, o filme vale a pena de ser visto, e fecha com dignidade uma das mais aclamadas trilogias dos últimos tempos, passando longe de tragédias modorrentas como Homem Aranha 3 e X-Men Last Stand, ambos finais melancólicos para séries de sucesso do cinema.
ATUAÇÕES
Nolan enfileirou para seu destacamento apenas militares de alta patente no quesito elenco, deixando pouco para críticos avaliarem sobre as atuações. Quase todo mundo, com raríssimas exceções a morte da Marion Cotillard puta que pariu que cena ruim digna do talento do Cigano Igor manda muito bem em cena, nos fazendo crer em cada personagem, independente de quem os personifica.
Christian Bale, Morgan Freeman e Gary Oldman repetem suas atuações primorosas dos filmes anteriores, e quem dessa vez aparece muito bem diante das câmeras desempenhando um papel importante para o desenrolar da trama, mostrando que o Robin não precisa sempre ser aquele moleque viadinho de roupa colorida, é Joseph Gordon-Levitt. O ator, que já é um dos preferidos de Nolan (integrando o elenco do filme anterior do diretor, A Origem) vive John Blake, um jovem policial órfão que aprendeu o valor de se ter uma família crescendo com os demais garotos do orfanato. Cheio de ideais e princípios, Blake se diferencia dos demais policiais da cidade, o que faz com que ele suba no conceito do Comissário Gordon (Oldman) e o aproxime do próprio Batman.

Interessante notar como Nolan sempre insere um personagem que representa a luz em meio à escuridão, e em BTDKR Blake é essa luz, o que no filme anterior, era a missão de Harvey Dent.
Anne Hathaway não é a mais gostosa e nem a mais bela Mulher Gato/Selina Kyle já personificada no cinema, mas é com certeza a mais crível, uma vez que ela usa de seus talentos (o de ladra e o charme feminino) para alcançar seu objetivo principal, que é ter a chance de recomeçar na vida (aquele papo de "eu podia estar matando, eu podia estar roubando..."). E sem querer ser chato, ela também é a Mulher Gato mais próxima dos quadrinhos que já vimos.

Assim como no material de origem, Selina também sabe fazer Batman de gato e sapato, roubando sua casa, seu carro, deixando-o falando sozinho na noite e fazendo-o cair em armadilhas (algumas até fatais). Com o talento de uma ex-mulher Selina ainda mostra que está por cima da situação o tempo todo, uma vez que mesmo depois de todas essas sacanagens feitas com ele, o Batman entrega a chave do batpod para ela e confia-lhe uma missão.

É o que dizem: As mulheres só não dominaram o mundo porque ainda não decidiram qual roupa usar para a ocasião.

Hathaway desempenhou um excelente trabalho, diferenciando sua gata das demais já mostradas no cinema, impondo-lhe uma personalidade própria e aquele "algo mais" que mexe com a cabeça dos homens. Ponto para a moça e para o roteiro dos irmãos Nolan.


Tom Hardy é outra surpresa do filme. Apesar de passar a história toda com uma máscara de Scorpion do Mortal Kombat no rosto e de falar feito um velho com a voz amplificada a la Darth Vader, é nos gestos e nas expressões faciais (pelo menos as que aparecem por trás da máscara) que o ator dá vida a seu Bane. O cara não é só um troglodita que rosna (como no filme de 1997), e o Bane de Hardy se mostra um dos piores inimigos que o Batman pode ter, já que ele pode tanto quebrar o morcego na porrada quanto desestabilizá-lo mentalmente.

Chupa essa, Coringa!


Muita gente se incomodou com a voz de Hardy (claramente redublada para o filme) e aquele tom meio lento, mas no meu caso ela deu o tom angustiante necessário para crer que por trás daquela máscara tem um cara que se ferrou muito e que precisa dela para se manter vivo.

Mas Rodman, o Bane do filme não precisa do Veneno como nas HQs?

Em nenhum momento citam o que aquela máscara faz para mantê-lo vivo, mas imagino que ela o faça inalar algum tipo de gás anestésico que não sei de onde vem também. 

Mas isso não importa. 

O que importa é que Bane se feriu para proteger Thália Al Ghul na infância, ajudou a safada a derrubar Bruce Wayne e conquistar seu império, tomou Gotham de assalto pra ela e tudo que ele ganhou com isso foi um "Obrigado... amigo". Amigo. AMIGO!
O cara quase se mata pelo amor de uma mulher e acaba entrando no círculo da amizade dela, que é o lugar, como todos sabem, que depois que o homem entra, ele nunca mais sai!

Perdeu, Bane!


BTDKR não possui muitos momentos emocionantes, exceto talvez a luta entre Batman e Bane, onde sempre dá pra ficar tenso vendo o herói apanhando do vilão, mas dois dos momentos mais tocantes da fita foram protagonizados pelo extraordinário ator que é Michael Caine.
Seu Alfred aparece pouco nesse terceiro filme, mas quando aparece é pra roubar a cena, interagindo muito bem com Christian Bale (ator igualmente oscarizado) na cena em que Alfred, com a voz embargada, decide abandonar Bruce por não querer mais compactuar com sua vida loka desregrada, achando que ele está prestes a se matar se continuar agindo como Batman, e depois na cena em que Alfred chora diante do túmulo da família Wayne.
Sério.
Não me lembro de ter visto uma cena de choro tão autêntica no cinema. Caine deu o tom perfeito ao momento, e tenho certeza que muita gente foi às lágrimas junto com o velho mordomo inglês.
Palmas (levanta aí agora e aplaude) para Michael Caine e seu memorável Alfred Pennyworth. Ele merece.

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Batman com crise de labirintite na balada
Na lista dos principais filmes de super-heróis e fantasia do ano, Batman O cavaleiro das Trevas Ressurge já ocupa a segunda posição em meu ranking pessoal, tendo me agradado muito mais do que o despretensioso O Espetacular Homem Aranha. É inferior a Batman O Cavaleiro das Trevas, mas muito mais divertido do que Batman Begins, o que garante um sucesso que com certeza paga os 250 Milhões que custou.

NOTA: 9




NAMASTE!

25 de julho de 2012

50 Anos de Homem Aranha


O Homem Aranha foi criado em Agosto de 1962 pela dupla Stan “the Man” Lee e Steve Ditko, que elaborou o visual do personagem junto de Jack “God” Kirby. Nos longínquos anos 60 o Aranha nem mesmo possuía uma revista própria, e sua primeira aparição deu-se na hoje clássica edição de nº 15 da Amazing Fantasy, revista que publicava histórias de horror e que estava para ser cancelada devido às baixas vendagens. Na época, Stan Lee já havia criado o Quarteto Fantástico, cuja pegada de ficção científica os diferenciava dos demais heróis mascarados que a DC Comics já publicava naquele tempo (Batman, Flash e Lanterna Verde já existiam desde a década de 40), mas foi o Homem Aranha quem trouxe o vigor da juventude que a Marvel necessitava para se tornar de vez uma editora independente e com apelo comercial forte o suficiente para concorrer no mercado com a DC e seus ícones da Era de Ouro.


Se hoje reclamamos que Joe Quesada e seus comandados quererem dar uma cara mais jovem ao personagem, desfazendo seu casamento e o colocando de volta ao “clima sessentista” que o projetou, devemos lembrar que o Homem Aranha e seu alter-ego Peter Parker foram mesmo criados para representar o moleque magrelo e fodido que lia quadrinhos.


Diferente de caras como Superman que além de ser um super-herói poderoso também era bem sucedido em sua carreira civil de jornalista, ou do Batman que podia chorar a morte dos pais enrolado em um cobertor de milhões de Dólares, Peter era um cara comum, com problemas comuns, e dessa forma, mais próximo ao público ao qual suas histórias eram direcionadas. Nem se o leitor quisesse ele conseguiria ser alguém parecido a Bruce Wayne, por exemplo, mas em qualquer esquina você podia encontrar um Peter Parker.


Por essa empatia junto ao público, pelo carisma inserido no personagem pelos roteiros de Stan Lee e pelo visual de seu uniforme, não demorou para que o Homem Aranha se tornasse o herói mais popular da Marvel, deixando para segundo plano caras como Hulk e os Vingadores, que haviam sido criados na mesma época que ele, mas que não falavam direto ao público que lia quadrinhos. Muito desse sucesso refletiu em outras mídias na década seguinte, quando então o próprio Lee conseguiu projetar o Escalador de Paredes para a TV em desenhos animados e no seriado live-action estrelado por Nicholas Hammond. Conhecido também do grande público por causa das séries de TV, além dos leitores habituais de gibis, na década de 80 o herói se firmou de vez como o principal produto de comércio da Marvel Comics, ganhando sagas memoráveis e sendo desenhado por caras como Ron Frenz e John Romita Jr..


O começo da década de 90 também trouxe bons frutos para o Amigão da Vizinhança, que ganhou um novo visual pelas mãos de Todd McFarlane, o cara que revolucionou a forma como todos viam o personagem Homem Aranha. McFarlane acrescentou o olho enorme na máscara do herói e criou a teia de filamentos, além das poses sombrias que o tornavam mais ameaçador e mais flexível do que nunca. A primeira edição da revista Spiderman desenhada por Todd (o herói era publicado em outra revista denominada “Amazing Spiderman”) é até hoje uma das mais rentáveis à editora do Tio Stan, daí as razões pelo qual é importante citar o desenhista na história do personagem.


Com o crescimento das vendas dos diversos títulos mutantes da Marvel, os desenhos de Jim Lee, a popularização do Wolverine graças aos roteiros de Chris Claremont e também pela adaptação dos X-Men para os desenhos animados, o Aranha começou a ser ofuscado pela primeira vez em muitos anos, tornando-se o segundo personagem mais popular da Marvel.
Com a saída de McFarlane dos títulos aracnídeos (ele viria a criar seu personagem Spawn mais tarde), várias outras “crias” do desenhista (entre eles Erik Larsen) tentaram segurar as pontas dos títulos, enquanto os X-Men explodiam em todo mundo, mas nem os desenhos e nem as histórias conseguiram fazer com que o Aranha voltasse ao topo.


Na década de 90 ainda o diretor-chefe da Marvel Bob Harras autorizaria a criação do arco que marcaria a volta dos pais de Peter Parker e a Saga do Clone (sagas até hoje questionadas e execradas), e comprovando que desgraça pouca é bobagem, próximo à virada do século, devido a dívidas que a empresa era incapaz de pagar, a Marvel entrou em processo de falência, o que fez com que os diretores responsáveis começassem a “vender” seus personagens a fim de sair da banca-rota. Por incrença que parível, mais uma vez foi o Homem Aranha que conseguiu salvar a editora do amargo fim.

Sem ter muito o que fazer, a Marvel cedeu os direitos de utilização de alguns de seus personagens para diferentes estúdios de cinema, o que possibilitou que a empresa saísse do buraco com a bilheteria que se provou rentável após o primeiro X-Men, agora de propriedade da Fox. O filme dos mutantes dirigido por Bryan Synger provou, enfim, que a Marvel tinha talento para levar seus personagens para as telonas (após amargos fracassos como o Capitão América da década de 90, Quarteto Fantástico e sua primeira versão tosca e o filme do Nick Fury estrelado por David Hasselhorf, o Michael Knight de Supermáquina), e foi a decisão de levar o Homem Aranha para os cinemas que alavancou de vez tanto a Marvel quanto os filmes de heróis que se encontravam em franca decadência desde o vergonhoso Batman & Robin das concorrentes Warner e DC. O filme de Sam Raimi foi um estouro no mundo todo, e com o Cabeça de Teia a Marvel entrou em um novo milênio totalmente renovada e com um vigor inimaginável depois do susto da falência.

Eu conheci o Homem Aranha no começo da década de 90, graças aos gibis trazidos para casa por meu irmão mais velho e através do seriado da década de 70, que reprisava em algum canal de TV que não me lembro bem qual. Naquela época, meu irmão adquiria seus exemplares em sebos pela cidade, então nós líamos edições do fim dos anos 80 publicadas pela Editora Abril. A primeira que chegou a minhas mãos foi a de nº 43, que estampava uma das ex-namoradas de Peter Parker Debby Whitman (quero ver quem lembra dessa!) atormentada por vários pequenos Homens-Aranhas. Além dessa edição, meu irmão também tinha um dos encontros mais espetaculares dos quadrinhos: Super-Homem e Homem Aranha, que mostrava o segundo encontro dos heróis enfrentando o Dr. Destino e o Parasita (encontro que já comentei aqui).


Não me envergonho de dizer que aprendi a ler com os quadrinhos. Me irritava o fato de ter tanta coisa escrita naqueles balões sem que eu soubesse o que era, e depois que aprendi a juntar sílabas, foi nas páginas dos quadrinhos de meus heróis favoritos que descobri esse mundo maravilhoso da leitura.
Conforme o tempo passava, os gibis de meu irmão já não mais satisfaziam meu desejo em conhecer mais daquele universo fantástico, então, juntando a graninha do lanche, comecei a minha própria coleção. Dos sebos, passei a adquirir as edições fresquinhas da banca de jornal, e decidi começar a colecionar a partir da edição de nº 150 do Homem Aranha, ainda pela Abril. Acompanhei toda a Saga do Clone e todas as sagas que se seguiram a ela, passei a comprar também a edição A Teia do Aranha, depois que ela parou de publicar histórias antigas do Aranha e passou a lançar histórias novas e interligadas à revista tradicional de linha, e mandava pro cofre qualquer outra edição especial com o Cabeça de Teia que era lançada como Grandes Heróis Marvel ou edições em formato americano. Pela primeira vez estava acompanhando meu herói favorito em tempo real (pelo menos no Brasil), e é difícil descrever a sensação de ter que esperar até o outro mês para saber a conclusão de algum arco.

Naquela época, Spoilers só eram liberados por revistas especializadas como a Herói. Ninguém tinha Internet com livre acesso, e portais de notícias que disponibilizavam informações sobre quadrinhos eram raros. Não era de todo ruim ter tão pouca informação sobre o futuro do que viria a ser publicado no Brasil dali há um ano mais ou menos. Fazendo um paralelo com os dias atuais, por exemplo, em que ficamos sabendo do fim de algum arco de histórias meses antes deles serem publicados em Terras Tupiniquins, era mais confortável aquela máxima que diz que a ignorância é uma benção.
De certa forma, assim como boa parte de seu público, eu sempre me identifiquei bastante com Peter Parker.


Eu também era o moleque magrelo e tímido que era zoado pelos valentões da escola (embora não no mesmo nível que ele), que não tinha qualquer aptidão para o esporte e que ainda tinha um azar inacreditável em todos os outros setores da vida. Eu não era órfão, não havia sido criado por tios zelosos e nem tinha talento para ciência como Peter, mas o fato de sua origem ser bem parecida com a minha me fazia ter um carinho especial pelo personagem. Discuti isso recentemente ao resenhar O Espetacular Homem Aranha e as novas características que o personagem possui para se aproximar mais dos jovens atuais. Um Peter que anda de skate, que tem um visual mais “moderninho”, que sabe “xavecar” uma cocota e que peita os desafetos faz muito mais o gosto do público atual do que um nerd otário que se borra todo ao falar com uma garota. Isso não tem mais a cara da nova geração, mas foi com esse Peter que eu sempre me identifiquei, aquele Peter desenvolvido lá nos primórdios da era Stan Lee.


Quando o primeiro filme do Homem Aranha foi lançado no cinema, eu fiquei em extase. Em anos aquele era o MAIOR LANÇAMENTO de uma adaptação de história em quadrinhos que eu já tinha visto (só assisti Batman Forever e Batman & Robin no vídeo cassete) e era meu herói da infância sendo transposto (finalmente) para as telas, exatamente como todo bom fã sempre sonhou em ver.
Me lembro que comprei revistas falando sobre a produção do filme, botei pôster na parede e comprei camisetas do Aranha (na época, eu tinha feito uma pausa em minha coleção e não cheguei a acompanhar o início da fase da Editora Panini com Marvel e DC), tudo para acompanhar o lançamento do primeiro filme dirigido por Sam Raimi. Na época, Tobey Maguire me parecia exatamente o Peter Parker que eu imaginava (essa opinião mudou depois), mas ver no cinema o Homem Aranha se balançando pela cidade com sua teia foi uma das coisas mais empolgantes que já tinha visto na vida.



A princípio tudo me parecia perfeito, e os erros que enxergo hoje no filme (como CGI em excesso e de baixa qualidade) me passaram completamente despercebidos. Ver a luta do Aranha contra seu arqui-inimigo Duende Verde, ver a cena da ponte (onde no original o Duende joga Gwen Stacy e não a Mary Jane) e aquele desfecho onde o vilão praticamente arrebenta com o Aranha no cemitério me faz lembrar até hoje de o quanto esse filme foi especial para mim, algo que o Espetacular Homem Aranha nem sequer conseguiu arranhar de tão pasteurizado que ficou na tentativa de agradar a meninada descolada.

É com muito prazer que presto essa homenagem ao meu personagem preferido, mesmo ele tendo sido tão mal tratado nos últimos anos em suas histórias. Que novas e ótimas fases venham pela frente, e que o Aranha complete 60, 70, 80 anos com dignidade, nos fazendo lembrar que seus ensinamentos são perpétuos. “Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades.”



Nesses 2 anos de Blog do Rodman, fiz vários posts sobre o Amigão da Vizinhança, e nada melhor do que homenagear esse grande personagem das histórias em quadrinhos, nesse post feito especialmente para comemorar os 50 anos dele, do que relembrar o que de melhor foi publicado por aqui sobre o Aranha. (Para visitar os posts, basta clicar nas imagens):


Logo nos primórdios do Blog eu me dediquei a escolher dentre todos os artistas que já passaram pelas revistas do personagem, 10 dos que mais me atraíam, e aqueles que na minha opinião, mereciam destaque especial. Relembre comigo a passagem de caras como Ron Frenz, Alex Saviuk, Todd McFarlane e os inoxidáveis Gil Kane e John Romita Sr. pelas páginas do Aranha.


A Saga do Clone é até hoje um dos arcos mais polêmicos da história do Homem Aranha (talvez superado por One More Day), e nesse post me dediquei a analisar sua versão definitiva (lançada pela Panini) que visava mostrar como a saga havia sido concebida originalmente, antes das decisões editoriais de alongáááááááá-la mais do que o era necessário.
Compartilhe minha opinião sobre afinal qual das duas versões é a melhor: A antiga, da década de 90 ou essa lançada nos anos 2000.


No final da década de 80, o então manda-chuva da Marvel Jim Shooter decidiu que já era hora do personagem Homem Aranha amadurecer, e então ele fez com que Peter Parker tomasse a decisão que todo mundo toma quando quer que sua vida siga para a próxima etapa: Pedir a mão da mulher amada em casamento.
Numa das decisões editoriais mais surpreendentes da história das HQs, o Aranha se casou com sua amiga de infância Mary Jane, e então eles viveram felizes para sempre... Até que o Diabo os separe!!


Muitos anos se passaram desde o casamento do Homem Aranha. O mundo estava em um novo milênio e um novo público precisava ser conquistado. O Homem Aranha precisava se manter interessante e vivo para essa juventude, e então, Joe Quesada, o editor-chefe da Marvel concebeu One More Day (Um Dia a Mais), a saga que separaria de vez Peter e Mary Jane, livrando os personagens de toda aquela burocracia de divórcio e separação de bens.
Em vez de advogados do Diabo, Joe Quesada contratou o próprio Demo para intervir nesse matrimônio, e assim, como num passe de mágica, Peter tornou-se solteiro novamente.

Joe Quesada precisava explicar o que havia acontecido em todos aqueles anos de reformulação pelo qual o Homem Aranha havia passado após o Pacto com Mefisto, e então ele criou o retcon One Moment Time (Um instante no Tempo), uma das histórias mais bonitas e lamentáveis (e isso AO MESMO TEMPO) já escritas para Peter Parker e Mary Jane.
Esqueçam Mefisto. Agora a culpa é do Dr. Estranho!


Depois de três filmes bem sucedidos "bilheteiristicamente" falando, o cargo de diretor dos filmes do Homem Aranha saiu das mãos de Sam Raimi (hoje execrado por todo mundo como Tim Burton começou a ser quando Christopher Nolan assumiu a franquia Batman) e caiu no colo de Marc Webb (aquele de 500 Dias Com Ela), um diretor da nova geração com fôlego renovado. O Espetacular Homem Aranha causou desconfiança e incerteza quando começou a ser divulgado pela imprensa, e com um elenco novo e com um conceito diferenciado para o Escalador de Paredes chegou aos cinemas do mundo todo com certo sucesso. Mas e aí? É bom ou não é?


Para mim é um prazer compartilhar minhas opiniões acerca do mundo dos quadrinhos, e gostaria de ter a impressão de você que está lendo (É, você mesmo!) nos comentários. "Tuíte", Compartilhe os posts no Facebook e vote descaradamente para o Blog ganhar o prêmio Top Blog 2012!!


NAMASTE!

22 de julho de 2012

E aí... Comeu?


Pense se algum cineasta maluco acordasse em uma bela manhã e decidisse registrar a conversa de três amigos em um bar, sem censura, sem cortes ou edições que mascarassem qualquer opinião ou comentário dos amigos.
Pensou?
Pois é. E aí... Comeu? é exatamente isso. Uma conversa sincera e direta entre três amigos sobre mulheres, relacionamentos e qualquer outra coisa que envolva esse riquíssimo (e às vezes picante) universo da guerra dos sexos.
Dirigido por Felipe Joffily, que entre outros filmes da sua curta filmografia dirigiu também a comédia Muita Calma Nessa Hora, E aí... Comeu? é baseado na peça de Marcelo Rubens Paiva, que também roteiriza o longa. O elenco principal conta com Bruno Mazzeo (figurinha carimbada em praticamente todas as últimas comédias lançadas no Brasil), Marcos Palmeira (à vontade no papel) e Emilio Orciollo Netto.


Feito para agradar tanto os machões quanto a mulherada que não costuma se ofender com palavrões ou insinuações sexuais, o filme atinge de forma direta seu público, e desde o primeiro minuto de execução já dispara uma enormidade de diálogos pesados, daqueles que você não conseguiria assistir na sala da sua casa com a sua mãe ao lado, por exemplo. Na verdade, essa sinceridade e essa liberdade de expressão é que configura a parte mais interessante da história, uma vez que embora todo mundo adore falar besteiras com os amigos na mesa de um bar, poucos o conseguem ou admitem fazer em público.  Difícil imaginar que não teve um ali na plateia que não virou para o lado e falou “Ei, é isso mesmo!”.
A história mostra o cotidiano de três personagens e suas vidas amorosas, fazendo um paralelo simples com o público. Honório (Marcos Palmeira) é um homem casado e pai de família que vê a esposa Leila (Dira Paes) sair de casa todas as noites arrumada e perfumada, o que logo o faz desconfiar que esteja sendo traído por ela. Enquanto ele se queixa aos amigos, sua desconfiança se acentua, e ele começa a pensar em botar um detetive atrás dela.


Afonsinho (Emílio Orciollo Netto) é um bon vivant, bem abastado economicamente e que tira uma onda de escritor, embora não consiga terminar um livro há vários anos, sempre inventando um novo final para o texto. Solteiro, ele costuma se relacionar com garotas de programa com a qual tenta, em vão, manter uma relação mais madura, e acaba sendo frustrado pelos planos pessoais delas.
Fernando (Bruno Mazzeo) está em processo de divórcio com Vitória (Tainá Muller), e não se conforma com a separação, enquanto afoga as mágoas no bar onde ouve dos amigos aqueles velhos incentivos como “Não fica assim não. Você vai arrumar outra!”, “Vamos sair e fazer um surubex!”. Incapaz de aceitar a separação, Fernando nem consegue dormir na cama de casal que compartilhava com Vitória, e vive solitário, esperando que alguma coisa aconteça para que ele saia daquela deprê.


Pra quem gosta desse tipo de humor mais ácido e não se incomoda com palavras de baixo calão, o filme é muito divertido, e não foram raros os momentos em que a plateia veio a baixo de tanto rir na sessão em que vi. Confesso que tinha bastante tempo que eu não ria tanto no cinema, e a graça era tanto por causa das piadas quanto da realidade da coisa. Em vários momentos é possível se identificar com alguma situação pelo qual os personagens passam, e achei interessante a forma como o diretor encontrou de humanizar os três amigos (e também as mulheres da história), de forma que conseguimos nos ver na pele de qualquer um deles.


Embora o elenco global do filme não conte com grandes nomes da teledramaturgia brasileira, e que por causa disso o mesmo tenha aquela cara de novela das oito (o que faz muito crítico torcer o nariz por aí), ninguém se sai mal no quesito interpretação, e os atores conseguem nos passar aquilo que se propõem de forma natural, como uma boa conversa de bar deve ser. Difícil dizer quem dos três principais do elenco se saí melhor, mas por ora é o suficiente dizer que Marcos Palmeira está bem diferente do eterno pescador Guma que sempre costuma fazer nas novelas da Globo.
Emílio Orciollo tem bastante destaque na trama sem precisar falar com sotaque italiano (alguém se lembra dele interpretando alguma outra coisa além do “italianinho” da novela das oito?) e seu personagem é um dos mais divertidos, ao lado de Bruno Mazzeo que não herdou o mesmo talento interpretativo do pai Chico (falecido em 2012 e homenageado ao fim do filme), mas que mesmo sendo canastrão, sabe causar risos como poucos. Seu diálogo com Marcos Palmeira sobre as razões pelas quais uma mulher pode vir a trair um homem renderam uns cinco minutos ininterruptos de risadas dentro do cinema.
As participações especiais também são outro ponto positivo do filme. Seu Jorge, o agora sempre presente cantor/ator, interpreta um garçom do Bar Harmonia (local onde os amigos se encontram) que parece... O próprio Seu Jorge! Suas falas são curtas e calculistas, mas em quase todas elas a galera caía no riso com a naturalidade e a simpatia que ele imprimia em suas falas.


Outro que dá as caras brevemente é Zé de Abreu, que interpreta o tio de Afonsinho, um editor de livros responsável pela “caída na real” do personagem, fazendo o refletir se escrever é mesmo sua praia, além de Murilo Benício, que representa um publicitário conhecido de Afonsinho, que é o novo namorado de Vitória, a ex de Fernando.
Não posso deixar de citar também as gracinhas Laura Neiva, que representa Gabi, a vizinha novinha adolescente de Fernando que acaba mexendo com a cabeça do cara e de Juliana Schalch, que vive Alana, a garota de programa dos sonhos de Afonsinho. Pros machões de plantão, dois belos incentivos para assistir o filme, além, claro, do mais puro e simples desejo de dar boas risadas.


No desenrolar da trama os dramas e adversidades dos três amigos vão se resolvendo e acompanhamos de perto como eles resolvem seus problemas, deixando de lado seus medos, reconhecendo suas fraquezas e admitindo afinal que sem a mulher, o homem não consegue nem desenhar o “O” com o cu na areia.
Sim, não parece, mas E aí... Comeu? É uma homenagem à mulher, apesar de tratá-la quase que o tempo todo como que um objeto de veneração. As piadas sobre mulheres que jogam os cabelos, matas atlânticas, ruivas, mulatas e loiras não conseguem obscurecer a visão do espectador com relação ao objetivo do filme que é mostrar, afinal, como realmente funciona a cabeça de um homem e o que se passa lá dentro quando o assunto é mulher. Nós homens, ao contrário do que muitas mulheres imaginam, somos práticos, e não há nada que nos incentive mais ou nos motive mais do que um belo par de peitos ou de uma bunda formosa. Entendemos, claro, que só a beleza física não basta, queremos também a sua compreensão, seu carinho, sua inteligência e sua percepção, e por isso somos tão devotos do ser mais maravilhoso que Deus já colocou no mundo. Por elas sorrimos, por elas choramos e nos desesperamos, mas não dá pra viver sem elas.


E aí... Comeu? Bateu a marca de mais de um milhão de ingressos vendidos no Brasil, isso em semana de concorrência com fortes candidatos como O Espetacular Homem Aranha e Era do Gelo 4. O sucesso é irrefutável, e muito disso se deve também ao boca-a-boca da galera que sai do cinema elogiando o longa. Até mesmo parte da crítica se rendeu ao humor escrachado do filme, e E aí... Comeu? Recebeu quatro estrelas de cinco de Rubens Ewald Filho, três estrelas e meia da revista Rolling Stone e duas estrelas e meia do Cinema com Rapadura.
Dedico esse post a minha querida Mariane Marques, que se divertiu junto comigo na sessão e deu muitas risadas, provando que mulher inteligente sabe sim rir até mesmo de humor ácido e pesado. 

NAMASTE!

20 de julho de 2012

Um instante no tempo


Nenhuma história em quadrinhos até hoje havia me deixado com um sentimento de tristeza atravancado na garganta, com aquela sensação de infelicidade e de desesperança no peito como Um instante no Tempo deixou. One moment in time (título original) é a história criada por Joe Quesada (o até então, todo poderoso da Marvel e responsável por todas as mudanças editoriais nas HQs do Homem Aranha) para explicar afinal, o que aconteceu no fatídico dia do Casamento de Peter Parker e Mary Jane.

Há algum tempo, como bem escrevi aqui em um post especial, o querido e roliço editor chefe da Marvel decidiu que queria renovar o personagem Homem Aranha e trazê-lo para mais perto do público jovem, que em teoria, é o grande consumidor das histórias e produtos ligados ao herói. Para isso, Quesadinha, nosso parceiro, decidiu que queria acabar com o casamento do personagem com sua amada Mary Jane, uma vez que um personagem amarrado a um compromisso de tal grandeza não parecia interessante à nova geração de leitores (isso na opinião obesa de Quesada, claro). 

Desta forma, junto ao escritor J. M. Straczynski (saúde!!), Quesada escreveu a história derradeira que iria tornar o Amigão da Vizinhança solteiro novamente, dando ao novo público que ele pretendia atingir, uma visão mais moderna e jovem do personagem. Depois de anos de decisões editoriais de gostos duvidosos na linha de histórias do pobre Escalador de Paredes, Straczynski decidiu chutar o balde, e caiu fora, falando cobras e lagartos do ex-patrão. Segundo o autor, ele havia sido obrigado a escrever absurdos como os filhos de Gwen Stacy com Norman Osborn ou os poderes totêmicos do Aranha, e a decisão final que ia tornar Peter Parker um homem livre e desimpedido (o famoso pacto com o Mephisto) desagradava por completo a opinião do tiozinho acerca do que ele compreendia de roteiro. Daí a razão pelo qual ele decidiu pular fora do barco antes que ele afundasse de vez.
 
Norman dando uns catas na Gwen

Pois bem, nada impediu que Quesada escrevesse (e desenhasse) a saga Um dia a Mais, e além do polêmico e precipitado desfecho da história, em que um herói (até então) íntegro como Peter Parker aceita fazer um pacto com um personagem demoníaco em troca da restauração da saúde de sua querida Tia May, ficaram dezenas de dúvidas na cabeça dos leitores:

Afinal, o que a MJ sussurrou no ouvido do Mephisto?

O que Mephisto ganharia com o pacto, além da destruição do casamento de Peter e MJ, e o que garantia que ele não estava blefando, voltando a atormentar a vida do Aranha depois (assim como fez com o Motoqueiro Fantasma, por exemplo?)

A morte da Tia May, por mais doloroso que fosse para Peter e MJ, não seria um preço a se pagar por uma consciência tranquila? Valia mesmo a pena fazer um acordo com um dos piores vilões da Marvel só para que a velhinha voltasse à vida?

O que na vida do Aranha exatamente foi alterado pelos poderes do Mephisto e até que número das edições que colecionamos todos esses anos nós poderíamos manter e quais podíamos fazer uma fogueira ou limpar a bunda com elas?

Por que diabos trazer o Harry Osborn de volta?? 


Maldito Quesada!

O tempo passou, e as novas histórias publicadas nas edições do Homem Aranha (o chamado Brand New Day) conseguiram agradar o público em geral (a mim não, manganão!), trazendo um Aranha muito mais divertido, interagindo com um núcleo variado de novos personagens além dos clássicos como Harry Osborn (que merda!), Flash Thompson (agora um cadeirante ferido de guerra), J. Jonah Jameson (agora o prefeito de Nova York) e a Tia May. Suas histórias solo se tornaram tão divertidas, mas tão divertidas, que tanta piada até chega a incomodar, e eu passei a dar preferência em acompanhar o herói aracnídeo somente em suas aventuras ao lado dos Vingadores. Ali, ele é só mais um vingador e não nos interessa em nada sua vida como Peter Parker, que aliás, depois dessa fase do Brand New Day, virou um samba do Aranha doido. 


Peter divide um apartamento com uma amiga latina que apesar de ter uma queda por ele, o trata mal feito um cachorro.

O ranzinza Jameson se tornou o prefeito de Nova York, o que fez com que sua perseguição ao Aranha se intensificasse agora que ele tinha a força policial a seu lado.

Solteiro e livre para “voar” o que não faltam agora são pretendentes para Peter, além de que seus velhos inimigos ganharam reformulações um tanto quanto bizarras (o que dizer daquele Doutor Octopus que mais parece uma múmia??).

Apesar de toda essa renovação, alguns personagens me pareceram deslocados nas histórias como a própria Mary Jane, que aparecia esporadicamente e sempre com aquele ar de mistério, deixando uma pulga atrás da orelha dos leitores. “Ela sabe de tudo que aconteceu desde o pacto com Mephisto?”. “O que aconteceu entre ela e Peter nesse universo?”. Quando ela retornou de uma viagem que havia feito (aparentemente por causa de algum desentendimento com Peter) ela se tornou um elefante na sala de estar, uma vez que ela não se encaixava mais nas histórias por não ser mais a esposa do Aranha e nem aquela amiga presente de antes do casamento dos dois. O super-Quesada precisava resolver esse empasse, e então ele criou One Moment in time


A primeira edição de Um Instante no Tempo é quase que por completo um retcon inserido na clássica história do Casamento do Homem Aranha (que eu resenhei aqui). Enquanto Peter e MJ discutem as pontas soltas que ficaram do relacionamento deles no presente (com excelentes desenhos do próprio Quesada), flashbacks tirados da história original (desenhadas por Paul Ryan) e com novas situações (desenhadas por Paolo Rivera) nos mostram que a velha sorte de Peter Parker faz com que ele não consiga chegar à igreja a tempo de seu próprio casamento, deixando MJ esperando nas escadarias.

Vamos tentar entender.

Na história original, logo no início, Peter surpreende Elektro e seus comparsas prontos a dar mais um golpe. Como é de se esperar, o Aranha detém os vilões e todo mundo é preso sem maiores problemas, enquanto o personagem imagina que no próximo dia estará se casando.

No retcon, o Aranha também detém a gangue, só que um dos bandidos aliados de Elektro, graças a uma intervenção (ridícula) de um pombo, consegue escapar de dentro da viatura da Polícia (!) e ele acaba sendo o grande responsável por tudo de errado que acontece no dia do casamento de Peter e MJ.


Na noite anterior ao casório, Peter está na ponte George Washington contemplando a foto de Gwen Stacy e imaginando se está fazendo a coisa certa em casar com MJ (exatamente como na história original) quando então ele ouve tiros e sai em busca de ação. Ali perto, o mesmo bandido que a Polícia deixou escapar está buscando vingança contra o policial que o algemou e o humilhou naquela manhã, o Aranha consegue salvar o homem e sua esposa da mira vingativa do bandido, mas é atingido por um tijolo e acaba caindo de uma altura absurda junto com ele para salvá-lo da morte, se perdendo na inconsciência ao atingir o chão.

Resultado?

Enquanto Peter está desmaiado, passa-se o tempo e ele acaba perdendo o horário do próprio casamento, chegando tarde demais na igreja e com um baita de um olho roxo por baixo da máscara. 


Ok. Essa foi parte da solução safada e sem vergonha que Quesada encontrou para desfazer o casamento do Homem Aranha, mas depois piora.


Peter acaba encontrando MJ em seu apartamento mais tarde e tenta explicar o que houve para ele não ter chegado a tempo na igreja. Transtornada, a moça não consegue aceitar o fato de que o Homem Aranha e suas responsabilidades sempre estarão entre ela e Peter, e decide deixa-lo de vez ao pedir que ele escolha entre o Homem Aranha e ela. Os dois se separam e Peter entra em um estado de depressão forte, o que o faz sair de casa apenas para combater o crime. MJ para tentar esquecê-lo se enfia no trabalho, mas ela sente que ficara um vazio dentro dela e que ela não consegue viver sem ele. É a Tia Anna quem dá o empurrão necessário para que ela tente se reconciliar com Peter num dos diálogos mais profundos do arco.

Tia Anna salvando a pátria

Quem dera se todos os casais que terminam seus relacionamentos pensassem assim, não é mesmo? “Aquele homem ama você e também sei o quão ele é especial pra você. Ele tem que ser. Ele fez você se apaixonar por ele”. Quem dera todo mundo tivesse uma Tia Anna para dar um conselho desses!

Peter e MJ se reconciliam, embora em comum acordo, eles resolvam não mais se casar (como vocês bem sabem, na Marvel é comum fazer pactos com o capeta, mas divórcio é inaceitável!), vivendo como namorados até a aliança de Peter com Tony Stark, o registro de super-heróis, a revelação de sua identidade secreta ao vivo para todo o mundo e o desenrolar dos fatos da Guerra Civil


Como no original, graças à revelação da identidade secreta, Peter estampa um alvo bem na testa da Tia May e da Mary Jane, e o Rei do Crime como vingança contrata um mercenário para executar o herói, que acaba atingindo a pobre velhinha com um tiro, deixando-a entre a vida e a morte. Como no original, todos os super-fodões da Marvel dizem que nada pode ser feito para salvar May, porém, depois de um milagre em que Peter faz uma ressurreição cardíaca na tia, sua saúde é restaurada gradativamente, mas nada muda o fato de que o alvo continua pintado na testa das mulheres que Peter ama e de todo mundo ao redor deles. 


Após impedir que outro mercenário contratado pelo Rei para apagar a Tia Anna cumpra sua missão, Peter leva MJ desacordada até o Santuário do Doutor Estranho e apela mais uma vez ao mago Supremo para que ele conserte as coisas. Enquanto todos souberem sua identidade, MJ e todas as pessoas que ele ama jamais estarão seguras, e ele pede desesperadamente para que Strange o ajude com seus dons místicos. 

Após confabular com os outros Illuminatis Reed Richards e Tony Stark, Strange em acordo com eles decide ajudar Peter, e criando um feitiço aliado a um vírus tecnológico (!!) criado por Stark, eles repetem o processo que fez o mundo esquecer do Sentinela (o herói maluco que não sabia de seu passado), apagando de vez os indícios que provavam que Peter e o Aranha eram a mesma pessoa. 

"Olhe ali, Peter! Um elefante cor-de-rosa!"


Não entendeu nada?

Tudo bem. Como diria o Quesada, “é mágica, não precisa de explicação!”.

No último instante da concretização do feitiço, no entanto, Peter se arrepende de deixar que MJ, assim como o restante do mundo (incluindo o Dr. Estranho), também se esqueça do passado que eles viveram, e a coloca dentro da bolha de proteção criada pelo mago para que ela, assim como o próprio Peter, não tenha a memória apagada sobre os fatos ocorridos desde a Guerra Civil. 


É comovente a forma como Peter argumenta o porquê dele querer que MJ também se lembre de sua vida dupla, e os desenhos de Quesada ao final da edição mostrando a separação definitiva do casal, quando então MJ, mais uma vez, covardemente, decide abandoná-lo por “não poder suportar a ideia de voltar a viver ao lado de um super-herói cuja vida está sempre em risco” são muito bem feitos, apesar de que a atitude da ruiva vai contra tudo que conhecemos da personagem desde sempre.

A verdadeira MJ jamais diria isso a Peter.

Como que a mulher que sabia da identidade secreta de Peter desde a adolescência e que aceitou viver ao seu lado sabendo de todos os riscos que ambos correriam, mostrando uma força invejável que representou a maturidade da personagem, de uma hora para outra foi transformada em uma covarde, incapaz de aceitar que Peter é o Homem Aranha?


Mary Jane que figura nas histórias do Homem Aranha desde os primórdios e cujo relacionamento amoroso com ele brotou da mais sincera e bonita amizade que se fortificou depois da morte de Gwen Stacy, foi jogada para escanteio nas novas aventuras do aracnídeo. Estávamos acostumados a presença da ruiva nas HQs do Aranha. Ela servia como o pilar de sustentação para ele, mesmo quando seu mundo parecia desabar, e tudo isso foi perdido, deixando Mary Jane meio que avulsa agora que ela não é mais o interesse romântico do herói. Ao fim do arco, após beijá-lo e dizer que ainda o ama (!!) MJ o liberta do compromisso que um dia eles tiveram, e diz que está torcendo para que ele encontre alguém “forte o suficiente que seja capaz de aceitar sua vida dupla!”. 


Com One moment in time, Quesada amenizou a história de que “um pacto com o Demônio fez a mudança na vida do personagem” e foi como se ele desejasse profundamente que o encantamento do Dr. Estranho também apagasse a NOSSA MEMÓRIA sobre todas as cagadas que ele havia feito com o Homem Aranha. 

Não funcionou não, seu Quesada. Eu me lembro direitinho!


Agora o responsável pela amnésia coletiva sobre a identidade do Aranha não era mais um ser maligno, e sim um ser que manipula magia "branca", mas não dá pra esquecer que tudo isso só aconteceu por causa do pacto com o Mephisto!

É muita fanfarronice!

Um instante no tempo tem momentos lindíssimos e comoventes entre Peter e MJ. O amor deles é comprovado diversas vezes, e não são raros os momentos que nós entendemos que eles formam um casal perfeito e que Peter jamais encontraria alguém como ela em seu caminho. O próprio Quesada nos faz crer nisso. Na vida real ou na ficção, nunca vou conseguir entender essa de "te amo, mas vou te deixar". Não há qualquer motivo em separar Peter e MJ, a não ser claro, o de que Quesada queria finalizar a história do casamento com o qual ele nunca concordou.


Ao colocar o impasse da dúvida que Mary Jane tem em aceitar a vida dupla do namorado, Quesada afasta a personagem do herói, permitindo assim que ele se torne o solteirão que tanto o editor-chefe queria desde a época da fase Premium das edições nacionais do Aranha. Pois bem. Peter agora é um meninão solteiro e comedor que vai passar o rodo geral nas “cocota tudo” e comprovando isso, na edição nacional seguinte ao desenrolar dos fatos de One Moment in Time, Peter já engata um namoro com Carly, uma das personagens novas de seu universo, para alegria da geração descolada ao qual suas histórias são destinadas.

Pois é. Acho que estou ficando velho demais para Histórias em Quadrinhos.

Pobres leitores antigos. Pobre Homem Aranha!


NAMASTE!

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