12 de julho de 2013

Arrow: A Primeira Temporada


Das três últimas séries cujas temporadas conclui recentemente, Arrow com certeza foi a mais divertida de se acompanhar, até porque está mais próxima de um assunto que tenho muito interesse, que é o mundo dos super-heróis

Comentei aqui sobre seus dois primeiros episódios e como recebi a série, e daquele episódio inicial até o 23º (maldita Warner e suas séries gigantes!) muita coisa se alterou em minha percepção, em especial, o carisma despertado pelos personagens. Sim. Eu me vi torcendo por Oliver (Stephen Amell), Laurel (Katie Cassidy), Diggle (David Ramsey), Felicity (Emily Bett Rickards) e Thea (Willa Holland) nos desafios que lhes eram impostos pela narrativa durante a série, e de uma forma muito inédita, eu pouco estava ligando se a história estava respeitando ou não o que era considerado cânone das histórias em quadrinhos do personagem Arqueiro Verde



O mais engraçado, é que essa falta de fidelidade era o que mais me incomodava em Smallville (“Somebody saaaaaaaaaave me!”), o que me fez abandonar a série do Clark Kent adolescente de quarenta anos bem cedo, lá por volta da segunda temporada.


Arrow não chega a ser uma super-produção da TV americana, mas consegue prender a atenção com tramas simples de espionagem, cenas de ação muito bem executadas (sim, a porradaria come solta) e até mesmo (pasmem!) com o triangulo amoroso entre Oliver, Laurel e Tommy (Colin Donnel), todos eles amigos de infância. Como numa novela, não há como não torcer para que o casal Oliver e Laurel se acerte de uma vez (pra quem não se ligou ainda, Laurel é o nome “civil” da Canário Negro das HQs), mesmo depois que o cara a traiu com a própria cunhada e ainda causou indiretamente sua morte no mesmo naufrágio que acabou o levando a ficar preso em uma ilha durante cinco anos. E não. Não estou falando de LOST dessa vez!


Depois que Oliver volta para o “mundo real” após os anos na ilha, ele traz consigo um caderno onde seu pai, morto durante o naufrágio, marcou o nome de diversos homens ricos e poderosos de Starling City que "desapontaram a cidade". Vendo que limpar a cidade da presença maligna daqueles homens é sua real missão de vida, e tendo recebido o treinamento necessário para isso durante sua permanência na ilha (história que nos é contada em flashbacks a cada episódio), o herdeiro da família Queen decide assumir uma identidade secreta, e sai pelas noites de Starling usando um capuz, um arco tecnológico e uma aljava cheia de flechas para punir aqueles que indiretamente causaram a morte de seu progenitor. 



Suas aparições públicas e o rastro de corpos que ele começa a deixar para trás, logo fazem com que a Polícia comece a persegui-lo, em especial o Detetive Quentin Lance (Paul Blackthorne), pai de Laurel e de Sara, que morreu ao viajar de barco com Oliver Queen e seu pai. Atormentado pela morte da filha, Quentin que já nutre uma antipatia pelo bilionário Oliver, por culpá-lo pelo que acontecera a Sara, nem imagina, no entanto, que ele e o Capuz são na verdade a mesma pessoa.


Os 23 episódios de Arrow giram em torno da obsessão de Oliver em riscar todos os nomes da lista deixada por seu pai, mas ao mesmo tempo em que ele caça um a um os homens que arruinaram o velho Queen, o jovem “Vigilante” (como é conhecido o Arqueiro na série) descobre que há algo muito mais podre do que lhe foi dito para ser usado como força motriz de sua vingança, o que inclui uma misteriosa relação entre sua mãe Moira (Suzanna Thompson) e Malcolm Merlyn (John Barrowman), o pai de seu amigo Tommy, e um dos sócios dos negócios de Robert Queen, antes de sua morte. Quanto mais investiga a relação de todos os nomes da lista com o trabalho do pai, mais Oliver vai chafurdando em uma história intrincada que nem mesmo ele consegue prever onde vai acabar, o que culmina em pelo menos três episódios finais da série cheios de adrenalina.


Mais do que a história de espionagem, traição e ação, vale mencionar as pequenas aparições de personagens das HQs ligados ao Arqueiro Verde em Arrow



Já deram as caras nos episódios o Slade Wilson (Manu Bennett) que numa explicação esfarrapadíssima deixou de usar a máscara preta e laranja do Exterminador (Deathstroke) e se tornou o treinador de Oliver na ilha perdida, a líder da Tríade China White (interpretada pela delícia da Kelly Hu, a Lady Letal de X-Men 2), o Pistoleiro (Michael Rowe) que na série causa a morte do irmão de Diggle, o segurança (e sidekick!) de Oliver Queen e até o vilão mais bosta do Batman, o “terrível” Vagalume, que na série é apresentado apenas por sua identidade civil Garfield Lynns, um ex-bombeiro que começa a assassinar todos os envolvidos no acidente que o deformou seriamente. 



Claro que na série ele não usa aquele traje ridículo de Vagalume incendiário, e sua roupagem mais séria envolvida num excelente clima de terror o torna muito mais interessante. Aliás, essa é uma característica única da série, que leva conceitos às vezes banais e superficiais dos quadrinhos para algo mais crível na série, quase como aquilo que o Christopher Nolan conseguiu fazer nos dois primeiros filmes do Homem Morcego para o cinema.


Essa pegada mais realista do Arqueiro Verde para a TV me cativou muito, e estou curioso para saber o que vem por aí na segunda temporada, uma vez que a primeira encerrou muito bem o arco principal (com o fim de dois importantes personagens) e abriu um leque muito interessante de possibilidades para o mundo de Oliver Queen.


Espero que a série não caia na galhofada que foi Smallville, onde todo episódio aparecia um membro diferente da Liga da Justiça ou um supervilão que Clark só enfrentaria em sua vida adulta, apenas para encher linguiça. Os roteiros têm seguido uma coerência muito boa com esse pé fincado na realidade, e não vejo como os produtores e diretores possam enfiar personagens fantásticos demais no enredo, o que acabaria com o sentido que a série busca seguir, mostrando um herói mais urbano e falível. Claro que as participações da Caçadora (na série Helena Bertinelli interpretada pela lindíssima Jessica De Gouw) e do próprio Roy Harper (o “Ricardito” das HQs vivido por Colton Haynes) anima os fãs da velha guarda (como eu!) a continuarem assistindo a série em busca de mais referências aos quadrinhos, mas espero que os produtores não se empolguem demais e não nos metam mais 9 temporadas forçadíssimas goela abaixo apenas para faturar um cascalho a mais. 

Arrow tem potencial, e se não é nenhuma maravilha entre as séries modernas, entretém e diverte bastante, além de ter um elenco feminino nota 10!!


Ê, lá em casa!

Nota 8 (pra série) até aqui.

NAMASTE!

8 de julho de 2013

A Terceira Temporada de The Walking Dead


Enquanto o Blog do Rodman ficou jogado as traças devido minha quase que completa falta de tempo para publicar posts, acabei concluindo três temporadas de algumas séries que comentei aqui em outras publicações. Já que o trabalho acabou se acumulando sobre minha mesa, bora fazer um review sobre o final da temporada de The Walking Dead!

Sigam-me os bons!

Como comentei em um post especial sobre os primeiros episódios da Terceira Temporada de The Walking Dead, a série começou a todo vapor, colocando Rick Grimes (Andrew Lincoln) e seu bando em um frenesi incansável para manter sua integridade física inalterada.


Lutando contra os incansáveis, porém já recorrentes zumbis, e tendo que encontrar seu espaço em uma cidade dominada por um obsessivo Governador (David Morrissey), os sobreviventes do Dia Z agora são obrigados a estreitar suas relações para confrontar esse louco e sanguinário inimigo comum, tendo que passar por cima às vezes de ideais que num mundo infestado por criaturas mortíferas começam a se tornar obsoletos. É matar ou morrer!


A segunda metade do seriado começou um pouco mais lenta que sua primeira parte, e isso fez com que os episódios voltassem a se tornar arrastados a partir do 10º. Claro que, na sede de saber o que afinal aconteceria a Merle (Michael Rooker) e Daryl (Norman Reedus), e as consequências do ataque de Rick a Woodbury, a tensão continuou grande ao assistir os episódios, e isso acabou engrandecendo a série, que à medida que ia se afastando de sua origem (as HQs) ia ficando cada vez mais intrincada, e aberta para ambos os públicos, o da TV e o das páginas das HQs.


Enquanto alguns personagens iam ficando pelo caminho, alguns mortos, outros “apenas” dilacerados e devorados, a história continuou se desenrolando ao redor da guerra particular de Rick contra o Governador. Enquanto um buscava manter seu grupo a salvo dentro da Prisão, o outro procurava eliminar as prováveis ameaças representadas pelos novos personagens, não poupando, para isso, poderio bélico.


A sequência em que o Governador e seu grupo paramilitar se aproximam da Prisão “na moita” e emprega um ataque mortal aos seus moradores é de uma crueldade sem precedentes, e mostra o quão psicótico é o líder de Woodbury. Em posse de armas de fogo poderosas conseguidas após a passagem de militares pela pequena cidade, Phillip Blake mostra que não quer deixar sobreviventes, embora mais tarde ele aceite uma trégua com Rick em troca da vida de Michonne (Danai Gurira), que arrancou um de seus olhos em sua tentativa de fuga de Woodbury. Vendo a tremenda cilada em que está se metendo, após considerar a proposta do psicótico, Rick decide combater fogo contra fogo após receber o aval do espírito de Lori (Sarah Wayne Callies), e atrai o Governador para uma armadilha dentro dos corredores da Prisão.


Após tantas perdas, Rick, Carl (Chandler Riggs), a pequena Judith e o restante do bando conseguem se manter vivos, enquanto um afugentado Governador desaparece com dois de seus mais fieis escudeiros após perder o controle de Woodbury.


O clímax da série acontece mesmo no episódio 15 no embate final entre Merle e o Governador, porque o episódio 16 é uma tremenda enrolação para quem acompanhou a série toda com tanto interesse. Não dá pra dizer que os 16 episódios não trouxeram nada de interessante (essa com certeza é a melhor temporada das três) com relação ao que já foi mostrado nas HQs, mas o final foi pra lá de broxante para toda a expectativa que ela criou.
Sem o Governador, que a meu ver é de longe o personagem mais interessante já criado por Robert Kirkman para a história, a série dificilmente vai encontrar um vilão tão cruel e maléfico quanto ele na quarta temporada, o que nos faz esperar pouco daqui pra frente de The Walking Dead.


Pra quem quer se aprofundar na história desse personagem que eu adorei odiar, recomendo o livro escrito a quatro mãos por Kirkman e Jay Bonansinga “A ascensão do Governador” que mostra todo o passado de privações e loucuras vividas por Phillip, a pequena Penny (vista como um zumbizinho na série e “morta” por Michonne) e seu irmão. Os dois autores se aprofundam na história dos personagens, e mostram detalhes nunca antes visto (nem nas HQs) da família Blake, sob uma ótica totalmente pessoal dos fatos.



Nota 9 para o livro e 7 pra série com seu final anticlimático. 

NAMASTE!

20 de junho de 2013

Faroeste Caboclo - O Review



“Não tinha medo o tal João de Santo Cristo era o que todos diziam...”.

Dirigido pelo estreante René Sampaio e escrito por Paulo Lins (autor do livro Cidade de Deus que inspirou o filme), o longa-metragem Faroeste Caboclo chegou aos cinemas depois de um grande período de espera desde que foi anunciado, e arrebatou um público surpreendente (em torno de 1,3 Milhões de espectadores) logo no primeiro mês da estreia.

Baseado na música homônima de Renato Russo (líder da Legião Urbana falecido em 1996) o filme conta a história de João (Fabrício Boliveira), um rapaz negro, pobre e nordestino que decide mudar sua própria sorte indo de Santo Cristo para Brasília, a capital de seu país. Cansado de sua vida dura e sofrida, João passa por diversas provações enquanto procura seu lugar ao sol próximo do Planalto Central, local bastante retratado nas canções de Renato Russo à frente da Legião. 

"Ele ficou bestificado com a cidade"

Os fãs fervorosos de Renato e da Legião Urbana talvez se decepcionem com a montagem adaptativa que René Sampaio procurou fazer para a música, que muitos apontavam como um roteiro pronto de cinema devido sua qualidade descritiva, e já em seus primeiro minutos, a narrativa visual do longa deixa bem clara as intenções do diretor em transformar Faroeste Caboclo (o filme) em algo além do que um simples videoclipe da música.




O elenco do filme é integrado por bons nomes como o ator baiano Fabrício Boliveira, a atriz Isis Valverde, Marcos Paulo (ator falecido no final de 2012 que interpreta o Senador pai de Maria Lúcia) e Antônio Caloni, o diretor até consegue conduzir boas cenas de drama e de ação utilizando o talento do elenco, porém o filme carece de um ritmo definido, o que faz com que alguns momentos-chaves sejam quebrados o tempo todo por flashbacks inesperados e cortes secos em cenas mais movimentadas.

"Quando criança só pensava em ser bandido..."

A montagem de Sampaio tem um quê de cinema americano, em alguns momentos somos transportados para o clima de velho-oeste (com boa trilha incidental), em outros somos surpreendidos por angulações de câmeras em locais inesperados (como dentro de um balde d’água vindo de um poço artesiano), mas na maioria das vezes ele torna as cenas um tanto quanto monótonas, com uma película envelhecida que dá ao filme aquele clima tão característico de desolação nordestina, do qual já estamos meio fartos de assistir desde a infância. Afinal, o que é que o cinema brasileiro produzia antigamente além de filmes sobre o Nordeste brasileiro?

Mas, Rodman... O João é nordestino! Como você queria que fosse a retratação do Nordeste no filme?

O problema nem é com a retratação do Nordeste, e sim com o tipo de montagem que o diretor escolheu, fazendo com que o filme não possuísse características próprias.

"Era o terror da cercania onde morava..."

A falta de trilha sonora na maioria das cenas incomoda. Ouvimos acordes de Faroeste Caboclo no início do filme, algumas músicas que remetem a filmes de velho-oeste (por vezes cortadas secamente ao estilo Tarantino) e há também o bom Rock N’ Roll brasileiro (músicas da Plebe Rude e do próprio Aborto Elétrico, antiga banda de Renato Russo), mas na maioria das cenas só o que escutamos é o silêncio. Até mesmo nas mais tensas demonstrações dramáticas.  

"Coração dele pra ela o Santo Cristo prometeu..."

O texto de Paulo Lins constrói uma narrativa objetiva e de fácil digestão, porém muda (como toda boa adaptação) pontos principais da música da qual se baseia, o que faz com que tenhamos surpresas na linha de roteiro com a qual já estávamos acostumados desde que decoramos a letra de nove minutos para cantar nas rodas de violão da hora de intervalo da escola. Não, João de Santo Cristo não sobrevive nessa versão, se é o que você está pensando, jovem padawan, mas existem sim muitas alterações na história

"Maria Lúcia era uma menina linda..."

Seja por redução de custos (o filme tem apenas 1h40 e iniciou com um orçamento de 6 Milhões) ou por questões de alteração de mídia (da música pro cinema) algumas soluções encontradas foram interessantes, como a razão da traição de Maria Lúcia (Isis Valverde), o desenvolvimento da personalidade do primo Pablo (César Troncoso) ou a criação dos coadjuvantes que cercam os personagens que aparecem na letra da música (como o “padrinho” do Jeremias vivido por Antonio Caloni). Outras, no entanto, enfraqueceram a história original e não apresentaram inovações, como a mudança de cenário para o duelo entre João e Jeremias (Felipe Abib). Cadê as bandeirinhas, o povo a aplaudir, o sorveteiro, as câmeras e a gente da TV que filmavam tudo ali?

Achei desnecessária essa alteração.

"Jeremias maconheiro sem vergonha organizou a Roconha e fez todo mundo dançar..."

Por falar no duelo final, o que me levou a dar a nota que darei ao filme ao fim do post foi justamente o clímax dessa cena. Eu encarei todas as alterações de roteiro ao material original como “licença poética”, aceitei as cenas corta-tesão, ignorei o fato do filme ter um ritmo meio cansativo e aceitei até a falta de trilha-sonora impactante... Mas não consegui engolir a sequência final, onde (sem nenhum Spoiler) Jeremias mata João, que mata Jeremias que mata Maria Lúcia.

"Maria Lúcia pra sempre vou te amar..."

Esse trecho da música, a elevação do som, dos acordes mais agressivos marcam a mudança de clima da trajetória de vida do personagem principal. João perdeu tudo que mais amava para seu pior inimigo, ele não está satisfeito e chama o traficante para um duelo em plena Brasília. Ceilândia. Lote 14. 

Essa parte da história dá praticamente o título da música. É o que esperamos ver desde o começo do filme (que numa bela montagem, mostra o desfecho logo no primeiro minuto da reprodução), e aí René Sampaio numa falta de colhões épica tira todo o impacto da cena para que ela fique mais “romântica”?

"... e um filho com você eu quero ter."

Cadê todo aquele “ódio por dentro”? Cadê a frase “Olha pra cá filho da puta sem vergonha Dá uma olhada no meu sangue E vem sentir o meu perdão” que funcionaria como um tremendo bordão para desfecho de cena? Cadê o sangue no “zóio” do Santo Cristo por tudo que Jeremias lhe fez ao longo da história?

Achei o final bem apagado para a minha expectativa, e em minha opinião não fez jus ao desfecho grandioso da obra de Renato Russo. A meu ver, faltou colhões para fazer de Faroeste Caboclo um filme muito mais corajoso do que o que acabou saindo. No final, percebemos que a história tinha grande potencial, mas acabou se rendendo ao clichê, não permitindo um desenvolvimento melhor e mais aprofundado.


"Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu..."

Faroeste Caboclo não é nem de longe um filme juvenil como muitos que são lançados no Brasil todos os anos, ele possui cenas fortes de violência, mostra sexo de maneira quase explícita (e sim! Tem peitinhos de Isis Valverde!) e tira ótimas atuações de seus atores, porém, deixa a desejar em vários aspectos, o que o permite figurar apenas na média de bons filmes fracos que o país verde e amarelo produz.

"Mas Pablo trouxe uma Winchester .22"

Não li nenhum crítica ao filme, favorável ou não, portanto não faço ideia como ele foi recebido aí fora. Como grande fã da música da Legião Urbana o filme não me agradou muito, e como apreciador de cinema, apenas o deixei na categoria de filmes bons, mas nem um pouco memoráveis.

NOTA: 7 


PS.: Nada contra a atuação de Fabrício Boliveira, mas eu torceria muito mais para o João de Santo Cristo se ele fosse vivido pelo Seu Jorge. Aí sim teríamos um Santo Cristo foda, a nível Django do Tarantino!

NAMASTE!

14 de junho de 2013

Velozes e Furiosos 6: Entrando com os dois pés no seu peito.


Devo admitir que até o quarto filme da série, eu nunca tinha sido um grande entusiasta da franquia Velozes e Furiosos. Tinha gostado do primeiro, mal tinha visto o segundo e nunca tinha parado pra ver o terceiro, mas algo me pegou a partir de Velozes e Furiosos 4, e de lá para cá me tornei um fã da série, o que me fez ir ao cinema pela primeira vez para conferir um filme narrando as aventuras de Dom Toretto, Brian O’Conner e seus amigos.

Dirigido mais uma vez pelo taiwanês Justin Lin e escrito por Chris Morgan, Velozes e Furiosos 6 é com segurança um dos melhores filmes da franquia, e entra com os dois pés no peito no quesito ação e adrenalina, jogando de vez a série num universo mais policial e menos no de rachas e carros tunados, o que foi a sua principal marca no início dos anos 2000. Juntos desde Desafio em Toquio, Lin e Morgan já haviam provado que sabiam escrever e filmar cenas de ação alucinantes com os filmes anteriores, mas os dois decidiram estourar todos os limites com o sexto filme, nos fazendo pular da poltrona do cinema até mesmo em sequências inacreditáveis, daquelas dignas dos filmes do 007 de Pierce Brosnan. Não foi raro ouvir a galera soltando aquele clássico bordão “puta, que mentira!” durante a exibição, mas o ritmo do filme é tão bem cadenciado entre cenas de perseguição de tirar o fôlego e ação mirabolante que ninguém se importa quando uma marmelada ou outra nos faz acionar nosso "desconfiômetro" quanto à seriedade do filme.


É certo que os capítulos anteriores da série procuravam se levar mais a sério, e que pautavam mais suas histórias no que realmente atraia o público na época, que eram rachas com carros tunados, algumas gostosas desfilando enquanto os garotões se exibiam com seus motores potentes e algumas cenas de ação, mas desde o quarto filme a pegada tem sido mais bem elaborada, e o próprio Justin Lin admitiu em entrevista que sua ideia era mesmo fechar a história em uma trilogia (no caso o quarto, quinto e o sexto), e que o que vemos no cinema com a estreia de Velozes 6 é mesmo o amarrar das pontas que se soltaram de lá pra cá. 


Realmente há muitas citações aos demais filmes, e dessa vez nada fica em aberto, nem mesmo a principal confusão que causava na cabeça da galera o fato do 3º filme se passar na verdade depois dos demais, cronologicamente falando. Até a abertura do filme, enquanto rola a apresentação do elenco, mostra as principais cenas que aconteceram nos demais filmes, como que reavivando a memória do público quanto ao que eles devem se preocupar na sexta parte. Embora não seja o último filme, devido a cena final que mostra que o bicho vai continuar pegando, tudo parece direcionar para isso, amarrando muito bem a história e dando um fim plausível a todos os personagens.


Mas chega de falar de roteiro. Vamos falar de coisa boa.

Pancadaria e velocidade.

Justin Lin é um excelente diretor de ação, e com o sexto filme o cara se firmou, em minha opinião, de vez no universo cinematográfico dirigindo cenas espetaculares de perseguição que realmente marcam o espectador. Estou cansado de sair do cinema e esquecer o filme que assisti uns trinta minutos depois, mas as sequências de ação de Velozes e furiosos 6 conseguiram me fazer relembrar por mais tempo o que tinha visto, e isso graças ao toque genial desse diretor taiwanês de 40 anos.


Pra começar, a maioria dos atores manda muito bem em cenas de ação, e além da dupla principal Vin Diesel e Paul Walker, todo o restante consegue se destacar em sequências exclusivas de tiroteio e pancadaria, até mesmo a dupla de alívio cômico formada por Roman Pearce (Tyrese Gibson) e Tej (Ludacris) têm seus momentos, dando tiros e socos, além de fazerem o que sabem melhor: Fazer o público rir. Nesse quesito aliás, o personagem de Tyrese é mestre, e praticamente todas suas aparições vêm com alguma sacada engraçada, até mesmo quando ele faz dupla com Han (o coreano Sung Kang). O que dizer da cena de luta entre os dois e o capanga oriental do vilão Shaw (Luke Evan) em plena estação do Metrô londrino? Foi um dos momentos mais hilários do filme.

Han (Sung Kang) e Pearce (Tyrese Gibson)

O bacana é que mesmo em meio a todo esse excesso de testosterona, sobra tempo para Lin construir seus personagens, e fixar bem a personalidade de cada um deles. Mesmo os que têm menos destaque recebem um background interessante, e todos eles possuem características próprias como o fato de Han estar sempre comendo algum salgadinho (por ter sido um fumante inveterado, como foi dito no quinto filme), o de Gisele (Gal Gadot) ser uma perita em armas ou o de Tej ser um especialista em informática. Cada um deles tem vida própria e personalidade definida, o que faz com que nos importemos com eles também, além da dupla Toretto e O'Conner. O personagem de Paul Walker, aliás, agora tem uma razão mais forte para se afastar daquela vida de perigos que é Jack, o filhinho dele com Mia (Jordan Brewster), e até mesmo o relacionamento do casal, que teve início no primeiro filme, apresenta uma evolução. Nada é gratuito em Velozes e Furiosos 6, e isso faz com que o filme seja bem mais do que simplesmente um blockbuster. 


O agente da DSS (Serviço de Segurança Diplomática) Hobbs (Dwayne “The Rock” Johnson) está de volta na sexta parte da série, e no encalço de um perigoso artefato que corre o risco de cair em mãos erradas, ele acaba pedindo a ajuda de Toretto (Vin Diesel) e sua equipe, para encontrar o chefão do crime que anda aterrorizando a Europa e ainda no percurso salvar a vida de Letty (Michelle Rodriguez), dada como morta no 4º filme. Sem memória após o “acidente” que quase a matou, Letty agora age ao lado de Owen Shaw ajudando-o com seus assaltos e fugas espetaculares pelas ruas de países europeus, sem saber que seus amigos estão bem perto dela. Quando descobre que sua ex-namorada está viva, Toretto reúne novamente sua equipe e parte para ajudar Hobbs e sua nova agente Riley, vivida pela lutadora de MMA Gina Carano.  


O plot do filme é muito parecido com o de Mercenários 2, “temos que impedir um vilão de colocar as mãos em um artefato poderoso nem que pra isso tenhamos que destruir metade do mundo”, mas a execução é infinitamente melhor do que a que Simon West optou por fazer no filme dos mercenários dispensáveis do Stallone. Pra começar, as cenas de perseguição são excelentes, salvo alguns exageros como personagens saltando de viadutos sobre carros sem sofrer nenhum arranhão, porém o que mais me empolgou no filme foi a pancadaria
Com dois peritos da boa e velha arte de enfiar a mão na cara do adversário presentes no elenco, que são The Rock e Gina Carano, as cenas de lutas vão muito além das expectativas.  O cinema moderno tem carecido de lutas impactantes no desenrolar de uma boa trama, mas Velozes e Furiosos conseguiu trazer essa arte de volta, e dá pra destacar pelo menos uns três excelentes arranco-rabos do filme.

Michelle "Sou mais macho que você" Rodriguez

Eu não sei o quanto Michelle Rodriguez precisou enfrentar Gina Carano de verdade nas filmagens e o quanto ela usou sua dublê (na verdade dá pra perceber em alguns momentos), mas o que a moça deve ter apanhado na vida real não deve ter sido brincadeira! As duas beldades se engalfinham duas vezes no filme em longas sequências de pancadaria, e desde os tempos de Cynthia Rothrock (a musa da porradaria dos anos 90) eu não via uma troca de socos e pontapés entre mulheres tão empolgante na tela. Gina Carano vai com tanta sede de quebrar Michelle que realmente chega a dar pena em alguns momentos, sem falar no medo da lutadora arrebentar a atriz de verdade em cena. Claro que com a ajuda da magia do cinema, Michelle (que como já pudemos testemunhar várias vezes é muito mais macho que muito macho por aí!) consegue lutar de igual pra igual com a moça porradeira, mas é de encher os olhos as lutas das duas.

Gina Carano: A Porradeira.

Destaque para a luta final entre Toretto e o gigante guarda-costas de Shaw com a participação de Hobbs e depois o acerto de contas entre Toretto e Shaw, cujo intérprete Luke Evans, aliás, mandou muito bem, tanto em sua atuação dramática quanto nas lutas. As cenas são tão bem coreografas que me senti dentro de um ringue de MMA, (sem aquele agarra-agarra frescurento) e vibrei com cada porrada, cabeçada e chute que rolava. Só faltou cadeirada nas costas, mas de resto rolou de tudo.

Luke Evans é Owen Shaw

Tudo que senti falta em Mercenários 2, Velozes e Furiosos 6 me entregou, e saí do cinema com aquela vontade de sair fazendo racha na rua e de dar voadora nos outros muito satisfeito, apesar de ter ido assistir o filme sem grandes expectativas, além do que já sabia que a série era capaz de entregar. Pra quem gosta de filme de ação recheado de cenas ultra-exageradas, perseguições bem executadas e pancadaria dentro de um roteiro que não chega a te insultar (exceto pelo fato de um agente especial pedir ajuda para um criminoso e ir contra tudo que acredita o tempo todo inclusive ficando contra superiores), Velozes 6 é uma ótima pedida para um Sábado a noite. A diversão é garantida.


Depois do que Justin Lin fez com a série, dando-lhe uma pegada de filmes de assalto e transformando a equipe de Toretto numa espécie de Força-tarefa mercenária em vez de fugitivos sem eira nem beira, vai ficar difícil para Stallone e os Mercenários 3 empolgarem seus fãs tanto assim no cinema. Se bem que a influência de um para o roteiro do outro ficou bem clara nesse sentido.

NOTA: 9. E só não é 10 porque até pro Massa Véio tem limite!


 

NAMASTE!

30 de maio de 2013

Do Fundo do Baú: Homem Aranha 2099


Eu não era nada mais do que um jovem mancebo em plena década de 90 quando coloquei meus olhos remelentos pela primeira vez numa HQ do Homem Aranha 2099, a versão futurista do Amigão da Vizinhança. A revista, ainda nos famosos formatinhos da Editora Abril, passou a ser publicada no Brasil em torno de 1993 (um ano depois da criação do personagem), e causou frisson, uma vez que suas histórias  mostravam um Homem Aranha radicalmente diferente em um enredo mais adulto e menos “engraçadinho” que o do universo (hoje conhecido como 616) tradicional.

Criado por Peter David (Futuro Imperfeito e A Morte de Jean DeWolffe desenhado na grande maioria das histórias por Rick Leonardi (que também contribuiu para o visual do personagem) o Aranha 2099 surgiu em uma época que as histórias em quadrinhos começavam a perder um pouco de sua inocência, e que tanto Marvel quanto DC precisavam rebolar para manter as vendas de seus títulos nas alturas devido a forte concorrência visual vinda da Image Comics e seus ultra-coloridos e violentos anti-heróis como Spawn, Savage Dragon e afins.

Rick Leonardi e Peter David, os pais da criança

Nesse universo distópico e ciberpunk (referência a ficções científicas onde o futuro é dominado por tecnologia e em que a humanidade apresenta comportamento antissocial e marginal) o Homem Aranha é Miguel O’Hara, um promissor e egocêntrico cientista que desde muito jovem foi condicionado a ser um serviçal da Alchemax, a grande Corporação que praticamente controla o país. Quando seus interesses acabam se desviando um pouco da conduta ditatorial de um dos grandes diretores da Corporação, O’Hara acaba sendo inoculado com Êxtase, um psicotrópico que torna o usuário tão dependente dele quanto do oxigênio. Em desespero, procurando encontrar a cura para seu problema em uma noite, O’Hara decide repaginar sua estrutura molecular, mas vítima da interferência de um invejoso superior de laboratório, seu DNA acaba misturado com os estudos aracnídeos que o próprio O’Hara vinha fazendo com base nos poderes do Homem Aranha (Peter Parker) do século XX, o que no fim das contas lhe confere estranhas habilidades aracnídeas.


Embora os poderes conferidos a Miguel sejam originários do antigo Homem Aranha (cuja única referência em 2099 é essa), o cientista acaba ganhando novas habilidades como garras nos dedos das mãos e dos pés, teias orgânicas (primeira citação a isso na Marvel) e uma irritante sensibilidade à luz. Criado em uma complicada civilização onde as ações dos cidadãos estão vigiadas por servidores da lei (a serviço da Alchemax) conhecidos como Olho-Público, o Homem Aranha 2099 não tem a mesma sorte de Peter Parker em aprender com os próprios erros, e desde o primeiro minuto ele já é obrigado a lutar por sua sobrevivência, o que tornam suas aventuras ainda mais frenéticas.


Embora a origem do uniforme de Aranha seja um tanto quanto tosca, uma antiga fantasia de Halloween feita de moléculas instáveis (!!), é inegável o quanto ela é plausível, já que o herói precisava de um traje resistente enquanto ele não conseguisse controlar os ejetores das garras nas pontas de seus dedos. Juntando o traje feito do mesmo material que o do Quarteto Fantástico com um tecido extremamente leve que o ajudava a planar pelas correntes de vento (como era a ideia original de Stan Lee e Jack Kirby para o Homem Aranha ao desenhar suas teias do sovaco), estava criado um dos mais incríveis visuais do herói aracnídeo já feitos para os quadrinhos. Na minha opinião, só perde para o uniforme negro.


Com histórias hiperativas impulsionadas pela busca pela sobrevivência constante do personagem título, e um ambiente radicalmente diferente do que conhecíamos até então, Homem Aranha 2099 mostrou que inovar não era algo perigoso e sim desafiador para a época. O texto de Peter David e suas criações feitas para esse futuro distópico são fantásticos, e não há como não submergir completamente nesse universo onde uma grande corporação comanda a política, a polícia e o cidadão comum, e onde o ser humano parece ainda mais alienado de seu papel na existência. 

Os personagens coadjuvantes da história

Embora seja uma saída fácil e muito utilizada em outras obras que tratam de um futuro possível, David optou por não ficar fazendo referências aos personagens do passado a todo momento, e fora o Doutor Destino que aparece em uma página, o Thor que é citado por estranhos adoradores do Deus do Trovão que esperam seu retorno (como um Messias) e o próprio Homem Aranha que origina os poderes  de Miguel O'Hara, quase nada do Universo 616 é citado, o que ajuda a separar bem as coisas.


Enquanto relia o encadernado especial com as dez primeiras edições do Homem Aranha 2099 publicada pela Panini recentemente, não tinha como não ver, no entanto, milhões de referências a diversos outros universos distópicos criados para o cinema, como em Blade Runner (1982) onde a espécie humana está subdividida em colônias (desafortunados na Terra, afortunados em estações espaciais), onde há uma soberania oriental no ocidente, na HQ representada pela Stark-Fujikawa e seu Samurai O Especialista e no filme pelos diversos anúncios orientais espalhados pela cidade de Los Angeles de 2044. 


Se prestarmos a atenção no conceito de cidade alta (Nova York) e cidade baixa (no subsolo) da HQ, iremos encontrar referências também aos “Morlocks” (criação de H.G Wells em a Máquina do Tempo), seres obrigados a viver de restos no subsolo de um grande centro urbano, enquanto uma população mais abastada se refestela acima de suas cabeças. No universo 2099 um dos maiores representantes dessa casta malsucedida é o Abutre 2099, um canibal pós-moderno que se diverte comendo (literalmente) representantes da classe capitalista dominante. Por sua sobrevivência, após ser apanhado por uma chuva de tiros vinda do Olho-Público, o Aranha é obrigado a conhecer de perto esses “Morlocks” e enfrentar pessoalmente o Abutre.


Se na época de seu primeiro lançamento em Terras-Brasilis eu não pude acompanhar de perto as aventuras de Miguel O’Hara, o Homem Aranha do Futuro (só tinha a edição 3 da Abril em minha coleção), fiquei muito feliz com a nova oportunidade que a Panini acabou me concedendo agora no Século XXI. O encadernado faz parte de uma série de especiais do Homem Aranha que a editora vem lançando recentemente, e já adquiri dois outros além desse, a minissérie Tormento de Todd Mcfarlane e A Morte de Jean DeWolff, outra saga assinada por Peter David, e tida como uma das mais memoráveis da carreira do Homem Aranha 616.

Minha primeira HQ do Aranha 2099

O especial vale muito a pena para quem, assim como eu, é um saudosista ou que não teve a chance de conhecer esse herói do futuro que decide carregar a herança de um dos maiores ícones do universo super-heroico. Por algo em torno de Fintche Reaixx o encadernado é praticamente uma pechincha, e apesar de alguns grotescos erros de digitação em alguns balões de fala ("prestenção", Dona Panini!!), da capa vagabunda cuja arte não tem nenhuma criatividade (fundo preto e fontes vermelhas... Só isso??) e algumas tentativas falhas de recolorização do material original, a edição até que está satisfatória.

O encadernado da Panini

Destaque para o traço de Rick Leonardi, que apesar de meio feiosos para feições humanas, dá um dinamismo invejável a seu Homem Aranha, tornando a figura do personagem ainda mais impactante nas cenas de ação e nos splashes de página. 

O traço dinâmico de Rick Leonardi

O mesmo já não pode ser dito pelos desenhos de Kelly Jones para a edição nº 9, que emulando um estilo meio Todd McFarlane, acaba deixando o Aranha com um aspecto meio gordo, em vez de esguio e ágil. Pra quem não lembra, Kelly era o capista principal da Saga da Queda do Morcego do Batman, e o cara mandou muito bem nessa época com seu desenho meio bizarro. Para o Aranha, no entanto, não funcionou.

O traço de Kelly Jones para o Aranha 2099

PS.: Pra quem sentia saudades do visual espetacular do Aranha 2099, o herói pôde ser visto outras vezes após o fim da publicação da revista (que no Brasil chegou até o nº 39), no Jogo de videogame Spiderman Shattered Dimensions e nas histórias dos Exilados, os heróis interdimensionais da Marvel. 
Surgiram boatos que a verdadeira identidade do Superior Spiderman, lançado lá nos States era a de Miguel O'Hara, mas os fanboys se lascaram ao descobrirem que quem estava atrás da máscara (e do corpo de Peter Parker) era na verdade (SPOILER!) o Dr. Octopus


PS 2.: Um filme do Homem Aranha 2099 bem executado, com um diretor de responsa e um cenário em CG bem feito seria uma grande forma de revitalizar o personagem aracnídeo no cinema.


PS 3.: Na época em que lia Homem Aranha 2099 ainda nos anos 90, nunca entendia porque os personagens falavam tanto a expressão “Pau”. Só depois fui entender que era uma espécie de gíria da época, que substituia vários palavrões. 

Ah, Pau! Chega que estou cansando de escrever esse pau de post!!


NAMASTE!

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