18 de janeiro de 2015

Cinema 2015 com gostinho de Nostalgia


2015 tem tudo para ser ÉPICO para o cinema, e isso porque além das novidades previstas para esse ano, teremos também muitas continuações de sagas começadas anteriormente e até reboots. Os três filmes escolhidos para serem comentados nesse post têm um pouco de cada um dos quesitos acima, e Jurassic World, Exterminador do Futuro: Genesis e Star Wars - O Despertar da Força estão entre os filmes mais esperados de 2015. Alguém duvida?

Em 1993, quando o primeiro Jurassic Park foi lançado nos cinemas, eu era pequeno demais para que pudesse ir a uma sala de projeção sozinho, e com certeza perdi uma das experiências mais fantásticas que podia ter aproveitado dentro de um cinema. O filme dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Sam Neill e Laura Dern é hoje um clássico da aventura, e mesmo mais de 20 anos depois, ainda possui efeitos práticos muito bons, como a movimentação dos animatronics de dinossauros, além de também manter a mesma emoção e tensão que causou quando foi visto pela primeira vez. Toda a sequência da queda de energia, a liberação do T-Rex, seguido da perseguição ao personagem Alan Grant e às crianças ainda é perfeita, e todas as vezes que vejo me dá o mesmo cagaço.
As continuações de Jurassic Park não tiveram o mesmo sucesso que o primeiro filme, e mesmo quando todos já pensavam que a franquia estava morta e enterrada, eis que surge Jurassic World, filme do qual só ouvíamos pequenos boatos, mas que se tornará realidade em 2015.



Spielberg abdicou da direção, como fez com os dois filmes derivados de seu Jurassic Park, e quem assume a cadeira é Colin Trevorrow, que é também roteirista e que dirigiu apenas um filme, Sem Segurança Nenhuma. O novato de 38 anos não passa muita tranquilidade aos fãs dos dinossauros gigantes, uma vez que possui um currículo tão curto, mas sua escolha deve garantir controle total ao criador das monstruosas criaturas do cinema, Spileberg, que óbvio, estará garantido na produção do novo filme. No elenco, o Starlord de Guardiões da Galáxia Chris Pratt, se junta a Bryce Dallas Howard, a Gwen Stacy de Homem Aranha 3 e Vincent D'Onofrio, que está escalado para ser o Rei do Crime na série do Demolidor para a Netflix.



O enredo diz que o parque criado pelo doutor John Hammond finalmente foi aberto ao público, que pela primeira vez terá a oportunidade de ver os dinossauros ressuscitados cara a cara, como num espetáculo do Sea World. Assim como na demonstração teste (do primeiro filme), óbvio que esperamos que algo dê errado, e que os visitantes do parque corram perigo de vida, prontos a virarem o lanchinho da tarde dos lagartões gigantes. Caberá ao Senhor das Estrelas salvar a todos e se tornar o herói, mais uma vez... Ou será que não?
Jurassic World estreia em 11 de Junho.


Por mais fãs que sejamos de Arnold Schwarzenegger, todos nós concordamos que é quase impossível se repetir o sucesso de Exterminador do Futuro 2, filme que alavancou de vez não só a carreira do próprio brucutú austríaco como também do diretor James Cameron. Ambiciosos que são, os estúdios de cinema ainda tentaram fazer duas continuações a um dos melhores filmes de ação de todos os tempos, o terrível Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas (2003) e o fraquinho Exterminador do Futuro 4 - A Salvação (2009).  Mesmo com a presença de Schwarzenegger, o terceiro filme da franquia foi um fracasso absurdo, e tem que ser fã mesmo do cara para aguentar assistir esse filme sem pegar no sono.



Com o fim dos dois mandatos de governador (e o fim do casamento com Maria Shriver, que levou metade da sua grana!), Schwarzzas resolveu voltar às telas com filmes de ação, em seu estilo preferido, tiro, porrada e bomba. Embora até agora não tenha estrelado nenhum filme que se possa dizer "noooosa, que filme foda" nessa nova fase pós-governo californiano, o ator de 67 anos estará de volta no quinto Exterminador do Futuro, que pelo trailer, promete mandar para o caralho toda a história dos filmes anteriores, meio que rebootando a história de Sarah Connor e a colocando como a pupila de um velho T-800 (vivido por Arnold) quando Kyle Reese (Jai Courtney) chega ao passado.




A Sarah Connor boladona será vivida por Emilia Clarke, a Daenerys de Game of Thrones, e apesar de termos quase certeza que esse filme nem chegará a arranhar Terminator 2, as cenas do trailer são bastante empolgantes, o que por si só já garante a audiência do público, pelo menos pra quem é da velha guarda (como eu!) que ainda curte um bom tiroteio, perseguições, explosões e paradoxos temporais.
O filme dirigido por Alan Taylor (o mesmo de Thor 2: O Mundo Sombrio) estreia em 2 de Julho de 2015.


Star Wars é a saga mais rentável da história do cinema. Uma Nova Esperança, de 1977, estreou o conceito "filme de férias" (que nos EUA é por volta de Março, Abril e Maio), sua sequência, O Império Contra-Ataca renovou o conceito de "expansão de universos" e a série Guerra nas Estrelas começou a ganhar diversos tie-insspin-offs, continuações, universos expandidos, bonequinhos, quadrinhos, games e etc., ao final de O Retorno de Jedi, em 1983.
O bolso do criador da saga, George Lucas, parecia não ter fim de tanto que sua série lhe rendia dólares e mais dólares, e mesmo no século XXI, com sua criticada "nova" trilogia, o velho Lucas ainda se manteve no topo como o criador com a mais alta rentabilidade com uma mesma série, embora A Ameaça FantasmaO Ataque dos Clones e A Vingança dos Sith tenham desagradado a muitos fãs, fazendo com que todos pensassem que Star Wars estava mesmo encerrada.
Com a venda dos direitos de Star Wars para a Disney, Lucas embolsou cerca de 4 Bilhões de doletas, e uma nova esperança (sem alusão ao título do filme de 77) nasceu no horizonte, com a possibilidade de que novos filmes derivados da franquia viessem a ser produzidos. Longe das mãos de George Lucas, a saga ganhou nova vida, e em 2015 Star Wars - O Despertar da Força se torna um dos filmes mais esperados do ano, e possivelmente com a maior expectativa sobre ele.


Dirigido por J.J. Abrahms, o cara que revolucionou as séries de TV com LOST e que alicerçou Star Trek para as novas gerações O Despertar da Força não será será um filme qualquer derivado das Guerras Clônicas (assunto que George Lucas gastou até o osso), e o grande diferencial é que esse filme vai mostrar o que aconteceu depois de O Retorno de Jedi, nos mostrando os personagens clássicos (e velhos pra caraaaaaaaaalho!) Luke Skywalker (Mark Hammil), Han Solo (Harrison Ford) e Leia Organa (Skywalker, Solo, enfim!), vivido por Carrie Fisher.



O que me levou aos cinemas para prestigiar o universo de Star Wars foram os filmes da "Nova" Trilogia, devo confessar. Só fui ver a trilogia clássica depois de assistir A Ameaça Fantasma (1999), e fiquei fascinado para sempre. Os conceitos de Star Wars são viciantes, e é impossível não se envolver com os personagens, armas, naves, planetas e seres alienígenas depois que você começa a ver os filmes cada vez mais. Perdi as contas de quantas vezes já vi as duas trilogias, e PRECISO estar vivo até Dezembro, quando o filme estreia em circuito mundial, para ver Star Wars uma vez mais nos cinemas. A expectativa está lá em cima, e tenho certeza que, tirando Vingadores 2, esse é o filme que mais quero ver em 2015.

Ver franquias como Jurassic ParkExterminador do Futuro e Star Wars de volta aos cinemas me dá uma sensação de nostalgia, e isso é bacana, porque velho adora dizer que "no meu tempo tudo era melhor". Pelo menos vai dar pra sair do cinema reclamando disso!
Que a Força esteja com vocês, padawans!

NAMASTE!

Review - Uma Noite no Museu 3


Eu tenho que estar muito bem acompanhado para topar assistir uma comédia no cinema, mas quando acontece, isso acaba sendo gratificante, já que saio um pouco do lugar comum que é ver filmes de ação, aventura ou terror. Eu vi o segundo Uma Noite no Museu acompanhado de uma amiga de faculdade, na época, e apesar de ter me divertido bastante, nunca achei que a continuação chegasse sequer perto do original, que havia sido muito bom, com um roteiro redondo, efeitos visuais de qualidade e principalmente momentos hilariantes, coisa que não é sempre que Ben Stiller consegue fazer. A meu ver, o primeiro Uma Noite no Museu já bastava. O filme tinha começo, meio e fim, e nada parecia justificar uma continuação, talvez por isso o segundo filme tenha parecido um material requentado, e não ter tido a mesma graça que seu antecessor. Bom, aí veio a ideia de uma terceira parte...


Quando a notícia saiu, eu me importei bem pouco, porque já havia achado a segunda parte desnecessária e com certeza não gastaria dinheiro para ver uma terceira. No final de 2014, no entanto, todos os seus fãs foram pegos de surpresa com a notícia da morte de Robin Williams, o ator que fez parte da nossa infância com seus filmes sempre tão divertidos e emocionantes, e ele era membro integrante do elenco de Uma Noite no Museu desde a primeira parte. Aquele tendia a ser o último filme de Williams, e era necessário prestar uma homenagem a ele. 

Dirigido pelo canadense Shawn Levy (Gigantes de Aço, Os Estagiários e Uma Noite no Museu 2), o filme tem um roteiro pra lá de simplório, o que nos faz dispender nossas atenções mesmo para as situações cômicas (que são muitas!!) com os personagens, já que o desfecho da trama é pra lá de previsível. Num prólogo muito bem executado, que nos faz lembrar de filmes como Indiana Jones e A Múmia, conhecemos o passado de Cecil (Dick Van Dyke) e de como o seu pai foi o responsável por resgatar a placa de Ankmenrah de uma escavação no Egito. A mesma placa, que todas as noites traz à vida os seres do Museu de Arte onde Larry Daley (Ben Stiller) trabalha como vigia noturno, está perdendo as forças, e enquanto ela parece ser corroída pelo próprio tempo, os personagens do museu começam a agir de forma imprevisível, fazendo com que Larry tema pela segurança dos visitantes do museu. 


Em uma conversa com o faraó Ankmenrah (Rami Malek), Larry descobre que os segredos da placa, e o que está causando a sua corrosão, só podem ser melhor explicados por seu pai, que era o dono original da peça, o que o faz iniciar uma corrida contra o tempo (mais precisamente até o Museu de Arte Britânico) para tentar salvar seus amigos de cera antes que a placa seja corroída completamente. 


Tendo problemas para lidar com o crescimento do filho Nick (Skyler Gisondo) e não sabendo o que fazer para ajudá-lo a encontrar seu próprio caminho como um adulto, Larry vai com o filho até a Inglaterra, onde um encontro entre Ankmenrah e seu pai Merenkahre (Ben Kingsley), exposto no museu, se faz necessário para entender o que há de errado com a placa. 


O enredo não nos faz duvidar em nenhum momento  que o que deve ser feito para restaurar a placa VAI ACONTECER, mas é bem divertido acompanhar a jornada de Larry, Nick, Teddy Roosevelt (Robin Williams), Sacajawea (Mizuo Peck), Jedidiah (Owen Wilson), Octave (Steve Coogan), Átila (Patrick Gallagher), o macaquinho Dexter e o neandertal Laaa, vivido também por Ben Stiller (que é dono das partes mais engraçadas do filme) até o desfecho da narrativa. 


A adição do personagem Lancelot, um guerreiro garboso dentro de uma armadura medieval vivido pelo ator Dan Stevens, incorporou o elemento ação que o filme necessitava, já que Lancelot, o mesmo das histórias da Távola Redonda, não hesita em entrar em combate sempre que necessário. Seja contra um triceratops de osso gigante, ou uma serpente animada de várias cabeças, o cavaleiro se lança ao desafio sem medo, o que faz com que ele ganhe a confiança do filho de Larry, que começa a enxergá-lo com uma figura heroica. O lado ambicioso do cavaleiro logo é demonstrado, no entanto, quando ele começa a cobiçar a placa de Ankmenrah e seu aspecto mágico. 


Quando ele finalmente rouba o artefato, procurando voltar para Avalon e para sua amada Guinevere, o filme rende uma das participações mais hilárias, a do ator Hugh Jackman, que no filme interpreta ele mesmo no teatro, fazendo o papel do Rei Arthur. 


As gargalhadas são espontâneas nessa parte do filme, com direito a citação ao personagem mais famoso de Jackman, o Wolverine!


As cenas da personagem de Rebel Wilson, que interpreta a vigia do Museu Britânico gordinha chamada Tilly, também são de cair o cu da bunda de tanto rir. Além de muito carismática, a personagem é bem engraçada, e enquanto ela relata o tédio que é ser uma vigia em Londres, nós do lado de cá nos divertimos com seus trejeitos, o que só melhora quando ela se apaixona pelo neandertal Laaa, protagonizando uma cena de dança A la Dirty Dancing na sequência final.


Nunca achei que o talento de Robin Williams tenha sido aproveitado ao máximo na franquia Uma Noite no Museu, embora ele tenha usado parte de seu repertório de imitações e dublagem nos três filmes. Para alguém que protagonizou seus próprios filmes ao longo de toda a carreira, terminar seus dias como uma sombra de Ben Stiller é bem constrangedor. Seja como for, Uma Noite no Museu 3 serve sim como uma espantosa despedida do ator para com o seu público, já que a sequência final indica que não haverá uma quarta parte, pelo menos até certo ponto. 


Se Teddy Roosevelt não tem muita importância no decorrer da trama, exceto quando ele age meio que como a consciência de Larry, por outro lado, para nós fãs, sabendo que aquele é o último filme de Robin, sempre bate uma tristeza, além de uma esperança fora do comum que ele nos surpreenda em cena, nos presenteando com seu talento inigualável, aquilo que foi sempre sua marca registrada. De qualquer forma, ele nos surpreende sim, numa cena pra lá de tocante em que ele se despede de Larry, sabendo que com a placa de Ankmenrah em Londres, ele e seus amigos de cera nunca mais voltarão a vida em Nova York. Quando ele diz "adeus, Larry" de cima de seu cavalo, é como se o próprio Robin estivesse se despedindo de nós espectadores, e não tem como não se emocionar nesse momento. 


Robin Williams se suicidou em Agosto de 2014 em sua casa aos 63 anos. Ele tinha um histórico de dependência química e de álcool, e lutava com uma depressão, o que fez com que sua carreira artística declinasse na década de 2000, depois dos inúmeros sucessos das décadas anteriores. Eu sempre vou me lembrar de seus filmes com grande carinho, e claro que a partir de agora Uma Noite no Museu 3  - O Segredo da Tumba fará parte desse hall de obras primas, mesmo não sendo mais do que um filme nota 8, pela simples despedida de Williams das telas. 


Apesar do roteiro simples (eu diria bobo até), Uma Noite no Museu 3 vale por alguns momentos engraçados que possui. Pra quem gosta de um besteirol de vez em quando, vale bastante a pena os quase 90 minutos de projeção, não há do que se arrepender. 

NAMASTE!      

4 de janeiro de 2015

Review: The Flash - Mid-Season Primeira Temporada


Criado por Greg Berlanti e Andrew Kreisberg, os mesmos de Arrow, a série The Flash tem conquistado dois públicos muito distintos com seus episódios regados a ação e ciência: Os fãs de quadrinhos, que costumam ser bem xiitas com relação a adaptações, e o público “civil”, aquele pessoal que mesmo sem saber quase nada sobre o personagem, acaba curtindo os episódios de forma descompromissada.


Eu mesmo questionei por várias vezes o quão difícil seria desenvolver uma série com o Corredor Escarlate devido à enormidade de efeitos visuais que seriam necessários para se contar uma história minimamente coerente ao que vemos nas HQs, porém, o que vimos nos 9 episódios iniciais de The Flash foi o mesmo que já havíamos percebido na série Arrow, onde Barry Allen (Grant Gustin)  e os conceitos do Flash foram introduzidos, lá na segunda temporada: Fidelidade ao personagem, preocupação com os conceitos básicos do herói e em especial efeitos especiais até bem competentes para uma série de TV semanal.


Barry Allen é um jovem detetive forense que cresceu com o trauma de ter visto na infância a própria mãe ser assassinada por uma misteriosa figura trajando amarelo que parecia possuir super-velocidade. Como resultado, o pai de Barry, Henry Allen (vivido por John Wesley Shipp, o Flash da série dos anos 90), um médico que tentava salvar a esposa quando a Polícia chega a casa, acaba sendo incriminado injustamente, o que o faz amargar anos de prisão, enquanto seu filho procura inocentá-lo. Mas como encontrar um fantasma que ninguém, exceto Barry, acredita existir, e leva-lo a justiça?


Criado por Geoff Johns para os quadrinhos, essa nova origem do Flash é até bem interessante, embora crie algumas confusões temporais e paradoxais, já que coloca como principal responsável pela morte de Nora Allen o maior inimigo do herói, o Flash Reverso, que volta no tempo para mudar o curso da história do próprio Flash, matando sua mãe e incriminando seu pai. Enquanto nas HQs a identidade mais conhecida do Flash Reverso é o professor Eobard Thawne que ganha seus poderes no futuro após estudos dos poderes do Flash do século XX (na época), na série de TV aparentemente haverá uma fusão de conceitos das HQs, já que a identidade secreta do personagem misterioso ainda é uma incógnita, embora tenhamos indícios grandes de que o vilão é na verdade o Doutor Harrison Wells (Tom Cavanagh), que de alguma forma aprendeu a viajar no tempo.


Mas estou me antecipando. Vamos contar um pouco sobre o que aconteceu na série até aqui.

Barry Allen trabalha no departamento de Polícia de Central City ao lado do padrasto, Joe West (Jesse L. Martin), o homem que ficou responsável pela educação do menino depois do crime que vitimou sua mãe. Apaixonado pela filha do detetive West, Iris (Candice Patton) desde criança, e tendo crescido com ela em sua casa como uma irmã, Barry jamais cria coragem para se declarar, e a vê envolvida com o detetive da unidade onde trabalha, Eddie Thawne (Rick Cosnett) logo que ele acorda do coma que o botou fora de ação por alguns meses. 


O mesmo acidente que o deixou em coma, também concedeu a Barry poderes excepcionais, o que faz com que ele se aproxime do Dr. Wells, e seus dois assistentes, Caitlin (Danielle Panabaker) e Cisco (Carlos Valdes) em busca de conhecimento sobre o que realmente aconteceu a ele.


Como brevemente vislumbrado nos episódios 8 e 9 da segunda temporada de Arrow  (que resenhei aqui) e depois melhor explicado na própria série The Flash, o Dr. Wells decidiu experimentar seu Acelerador de Partículas, numa noite chuvosa, acreditando que nada poderia ter dado errado, no que ele estava completamente equivocado. Enquanto o Laboratório STAR se transforma numa incandescente redoma de radioatividade espalhando uma energia destrutiva por quilômetros de distância do epicentro, devido um defeito no acelerador e um erro grotesco de cálculo do Dr. Wells (aliado a seu excesso de confiança), várias pessoas são atingidas pela tal energia negra emanada do dispositivo além de Barry Allen, o que transforma esse acidente no criador de super-seres de The Flash, assim como a kryptonita o era em Smallville e o acidente que transformou Virgil Hawkings (assim como todos os seus inimigos) no desenho do Super Choque. Com esse plot “criativo”, o céu é o limite, e uma porrada de personagens superpoderosos podem surgir a partir desse evento. Vale ressaltar também aqui, que o Dr. Wells, cujo caráter é sempre dúbio em TODOS os episódios, pode ter causado o acidente do Acelerador de partículas propositalmente, e os indícios são vários:
  • Após o acidente que deixou Barry Allen em coma, o Dr. Wells fingiu ter ficado paraplégico, e usa uma cadeira de rodas motorizada para se locomover em seu laboratório. O engodo, no entanto, é desfeito, quando o vemos andar naturalmente dentro de uma sala futurista secreta dentro do STAR, onde ele aciona um supercomputador chamado Gideon;
  • Na mesma sala secreta, Wells nos mostra que havia instalado uma câmera dentro do laboratório de Barry, e que filmou o momento em que o raio atinge a prateleira de produtos químicos e consequentemente Barry. Tudo leva a crer que o “acidente” foi premeditado;
  • Através de Gideon, Wells consulta um jornal futurista que fala sobre o sumiço do Flash e que isso causa uma "Crise" (menção a Crise nas Infinitas Terras?). Detalhe que isso ocorre logo no primeiro episódio da série, quando Barry acabou de se tornar o herói velocista;

  • No episódio 7, Barry é atingido por um meta-humano (denominação dos super-seres da DC) que controla a energia elétrica (Blecaute, Farooq Gibran), o que o faz perder os poderes. Esse fato desencadeia uma mudança no jornal do futuro, fazendo com que o Flash desapareça daquela linha temporal. O Dr. Wells faz de tudo para que Barry recupere os poderes;
  • Wells fala para seu assistente Cisco que o Flash é sua maior invenção;
  • Uma figura trajando amarelo é o responsável pelo assassinato de Nora Allen, a mãe de Barry quando ele tinha oito anos. Essa mesma figura amarela ressurge na época atual e ameaça retaliar, caso o Detetive West não pare de investigar a morte de Nora. Detalhe: West havia sondado com Wells sobre sua coincidente mudança para Central City bem na época do crime, e o homem de amarelo surge pouco depois;
  • No final do episódio 9, após o confronto do Flash e o assim denominado Flash Reverso, em que ele rouba um equipamento do principal laboratório concorrente do STAR, não antes de aplicar uma surra no Dr. Wells, vemos o próprio Wells entrar em sua sala secreta e TCHARAAAAM encarar o traje amarelo do Flash Reverso, bem como guardar o equipamento de táquions roubado do laboratório concorrente do STAR. Ao que tudo indica, Wells É o Flash Reverso;
Não, pera... Calmaê, Rodman! Se o Wells é o Flash Reverso, como ele pode ter aplicado uma surra NELE MESMO?

A resposta é óbvia: Viagem no tempo, caro padawan!

Apesar de ser leitor de quadrinhos das antigas (e apesar de ser mais marvete do que dcnauta), confesso que tive que dar uma pesquisada com relação ao nome “Gideon” e o que ele significa para o universo DC. A única referência que consegui foi a de um déspota chamado Gideon (Gideão, em português) que é um Novo Deus, conceito criado por Jack Kirby, e de onde sai também o personagem Metron, que é um viajante do tempo que costuma observar e coletar informações pelas diversas linhas temporais pela qual passeia. Sobre um super-computador do futuro correlacionado a algum personagem chamado Harrison Wells não há nada que minimamente nos ajude a elucidar afinal o que Diabos esse cara quer com o Flash e qual a importância que ele vê em não só criar o Flash como também mantê-lo vivo (apesar de azucrinar sua vida, matando sua mãe, fazendo com que seu pai seja preso e ainda lhe aplicando uma surra só pra provar que é melhor que ele). 


Se Wells é mesmo o Flash Reverso e quais são seus reais planos, são informações que vamos aguardar para obter com muita ansiedade na próxima metade da série, agora que ela conseguiu prender a atenção da nerdaiada.  

Um dos problemas que eu via em se adaptar o Flash seja para os cinemas ou para a TV (e isso eu discuti aqui nesse post e um pouco aqui também) era a sua galeria de vilões pra lá de mequetrefe. Tirando o Flash Reverso, eu considerava a grande maioria de antagonistas do herói um bando inacreditável de buchas , o que a série acabou por amenizar meu preconceito. Enquanto as adaptações de Mestre dos Espelhos, Flautista e Onda Térmica (que já ameaçou aparecer) não dão as caras na série, já tivemos uma adaptação bem bacana do Mago do Tempo (Clyde Mardon, vivido por Chad Rook), que foi o primeiro vilão da série e um dos primeiros meta-humanos, também criados pela explosão do acelerador de partículas, a rivalizar com o Flash. Mardon é um criminoso comum que é apanhado pela radiação do acelerador quando está em fuga, e capaz de controlar o clima, ele é o primeiro desafio que Barry tem em manter Central City segura.


Multiplex, mais conhecido como Danton Black (Michael Christopher Smith) é um vilão do qual eu nunca tinha ouvido falar, mas já no episódio 2 da série com sua capacidade de criar réplicas de si mesmo dá bastante trabalho para o Flash, em especial quando lhe aplica uma surra daquelas criando diversos clones seus para espancar o herói escarlate. O “Capitão Clone” nos quadrinhos é adversário do Nuclear, mas na série tem um passado triste como um cientista que trabalhava com regeneração de células-tronco na tentativa de criar um coração saudável para a esposa. Demitido da empresa onde trabalhava, ele não consegue tal intento à tempo, e ela morre, o que o faz odiar seu ex-patrão Simon Stagg pelo que aconteceu.


Outro que me era desconhecido era o Névoa, Kyle Nimbus, vivido pelo ator Anthony Carrigan, que também já participou da série Gotham (cujos primeiros episódios resenhei aqui) como o vilão Victor Zsasz


Em The Flash, Nimbus tem a capacidade de se tornar uma nuvem tóxica, capaz de matar as vítimas por asfixia ou por envenenamento. Outra vítima da explosão do Acelerador de Partículas, Nimbus na verdade foi salvo da morte por injeção letal no momento em que estava cumprindo sua pena de morte, e resolveu dar cabo de todos que o condenaram.


Além de Plastique (Kelly Frye), de Tony Woodward (O Girder dos quadrinhos, vivido por Greg Finley), o Blecaute Farroq Gibran (já mencionado acima, vivido por Michael Reventar) e o Rei Relógio William Tockman (Robert Knepper), poucos adversários do Flash tiveram tanto destaque em um episódio quanto Leonard Snart, o Capitão Frio. Além do Rei Relógio, Snart é um dos únicos inimigos do Corredor Escarlate que não possuem poderes especiais, mas ele de longe foi um dos maiores desafios que Barry já teve que enfrentar.


Incomodado pela presença de um homem capaz de antecipar seus crimes e impedi-los, Snart encontra um vendedor que lhe apresenta a chave para parar o homem mais rápido do mundo: Uma arma de gelo. Roubada do laboratório STAR, a arma desenvolvida por Cisco em segredo justamente como um meio de parar Barry caso fosse necessário, é capaz de disparar um raio congelante que resfria o ar a seu redor de forma rápida e precisa. Quando coloca suas mãos nela, Snart percebe que tem a chance que necessita de se livrar de seu inimigo e não hesita quando tem a chance, acertando o Flash e o desacelerando o suficiente para que ele não consiga evitar a morte de um guarda que protege o Museu de Central City.


O episódio 4 traz várias surpresas, como a participação de Felicity Smoak (Emily Bett Rickards), a oráculo de Arrow, que como vimos na segunda temporada do herói encapuzado, sentiu-se atraída pelo detetive forense quando este visitou Starling City, a interação dela com a equipe de nerds do laboratório STAR (o que rende várias cenas engraçadas) e a tensão sexual causada entre ela, Barry e Iris, que os convida para um encontro de casais, levando Eddie para participar de um Quiz na lanchonete em que ela trabalha como garçonete. A sacada do MC Hammer com a fórmula de Einstein (E=MC²) e o vestido preto que Felicity usa para impressionar Barry são aqueles pequenos momentos que deixam os fãs, tanto de Arrow quanto de The Flash, empolgados...


Por falar em empolgados...


Ah, Felicity!!!

A pergunta que não quer calar: Porque Diabos nem Barry nem Oliver aceitam ficar com essa coisa mais fofa de linda e inteligente que é a Felicity??? E aquele jeitinho atrapalhado dela??? Oh, God!


Eu quero uma Felicity pra mim!

Voltando ao episódio do Capitão Frio, a resolução dele foi o que mais me incomodou, quando Snart derrota Barry (após causar um acidente de trem fenomenal) e Cisco, Caitlin e Felicity salvam o dia, ameaçando o vilão com uma espécie de aspirador de pó cheio de leds. Convencido de que aquele equipamento apontado pra ele por Cisco é mesmo uma versão mais poderosa de sua arma congelante, Snart decide ir embora, simplesmente virando as costas e não matando ninguém


Como assim? Que tipo de vilão é esse? 

Mesmo que ele acreditasse que a “arma” de Cisco era mesmo letal, ele nem sequer se preocupa em dar as costas para o nerd quando simplesmente vai embora. Tudo bem que o cara se chama “Capitão Frio”, mas a interpretação do ator Wentworth Miller, de Prision Break, é pra lá de gelada. Ele é intimidador, mas a falta de expressão do ator meio que deixou o personagem “frio” demais, com o perdão do trocadilho.


O crossover que uniu as séries The Flash e Arrow, na parte que cabe ao Corredor Escarlate, foi possível graças ao vilão Prisma (Paul Anthony), cujos olhos são capazes de causar a fúria de quem os encara. Quando Oliver Queen (Stephen Amell) e sua equipe Diggle (David Ramsey) e Felicity desembarcam em Central City, seguindo pistas de um sujeito que utiliza bumerangues como arma e que matou um agente da ARGUS em Starling City, Barry os recepciona e oferece ajuda ao Arqueiro, ao qual Oliver só muda de ideia em aceitar quando Felicity intervém.


Enquanto aceita a ajuda, Oliver tenta passar um pouco de sua experiência a Barry, analisando as técnicas de combate inexistentes do colega e aplicando-lhe um sermão sobre seu descuido quando entra em ação. Enquanto o Dr. Wells, que com a ajuda do Detetive West, se opõe a presença do Arqueiro em Central City, as equipes se juntam quando por outro descuido em agir sem pensar, Barry acaba se tornando vítima do vilão Prisma, que começa a causar uma onda de ódio pela cidade. Dominado pelos poderes de Roy Bivolo, Barry torna-se agressivo, discute com Joe West, aplica uma surra em Eddie na frente de Iris e principalmente entra em conflito ideológico com Oliver, causando um atrito entre ambos. Quando o Flash se torna descontrolado, tanto o Dr. Wells quanto Joe West entendem que o único capaz de frear Barry é o Arqueiro, e o herói de Starling entra em ação tentando parar o homem mais rápido do mundo. A desvantagem de Oliver fica clara em combate, mas sua perícia e sua experiência acabam falando mais alto quando ele precisa deter Barry o suficiente para que o Dr. Wells entre com a forma de deter a hipnose do Corredor Escarlate.


O episódio do crossover não é tão bom quanto poderia ter sido, mas possui momentos muito relevantes e engraçados como a torcida pró-Oliver liderada por Diggle e a pró-Barry liderada por Cisco quando os dois heróis medem forças, e a forma como Barry elimina o tranquilizante de cavalo que Oliver injeta nele com flechas através de vibração. Apesar de fraco, o capítulo vale como um aperitivo para o segundo episódio do crossover que acontece na série Arrow (epi. 8).


The Flash foi a grande surpresa do ano com relação a séries. Quando fiz a enquete no Blog procurando saber dos leitores qual seria a grande estreia da temporada, apostava mais em Gotham (32%) ou em Constantine (5%), mas o Flash acabou ganhando com 48% dos votos como a melhor estreia da temporada. A série realmente é muito boa, e trata o lado fantástico da DC de forma bem competente, introduzindo vários personagens pequenos da editora e tratando-os como grandes. O mais interessante é que os efeitos especiais, embora bastante modestos às vezes, não atrapalham as cenas em que a super-velocidade do Flash precisa ser mostrada, e aquilo que podia ser o grande fiasco para a produção acabou sendo um ponto positivo, já que mostra todos os poderes do herói (vibração, corrida sobre a água, faíscas de energia cinética) com bastante fidelidade a dos quadrinhos.


A introdução de outros heróis na série como o Nuclear Ronnie Raymond (Robbie Amell, primo de Stephen Amell e já acostumado a “ter” superpoderes na série cancelada Tomorrow People) que eu jamais esperava ver em live action (e que mais parece o Tocha Humana da Marvel do que o Firestorm das HQs!!), abre um leque gigante de possibilidades para que outros também possam surgir oriundos da radiação do Acelerador de Partículas. 


Vale lembrar que os nomes de Ralph Dibny (o Homem Elástico) de Bea Da Costa (a brasileira Fogo) e de Al Rothstein (o Esmaga-Átomo) foram citados como os “mortos” do laboratório STAR na noite em que o Acelerador explodiu, e como Ronnie, o noivo de Caitlin sobreviveu, é bem possível que todos os demais também resolvam dar as caras na série, senão na segunda metade da Primeira Temporada, quem sabe nas próximas.


Até os pontos que mais me incomodavam em The Flash, como o fato de Joe agir como um paizão coruja demais com Barry, impedindo-o de alcançar seu potencial ou o ar sempre exageradamente engraçaralho (e as vezes apenas bobão) de Cisco, hoje já não me incomodam mais. O fato da falta de química entre Barry e Iris meio que não nos fazer se importar com o (não) relacionamento amoroso dos dois, após o episódio mid-season em que finalmente ele se declara para ela, hoje já nos é mais simpático. É fato também que a atriz Candice Patton, apesar de bonitinha, não ajuda muito com sua interpretação sempre burocrática, mas esse amor não correspondido entre Barry e Iris deve ser mesmo o plot para o restante da série. 


Assim como a Mary Jane biscateira dos filmes do Sam Raimi que só se interessa pelo Peter Parker quando descobre que ele é o Aranha, é bem provável que o mesmo aconteça quando Iris descobrir a identidade secreta do Flash. Ver o Flash sempre também tão dependente da sua equipe nerd é algo que ainda incomoda, mas não a ponto de a série me desagradar. Continuarei acompanhando em especial por essa história de viagem no tempo e do Flash Reverso, e como isso tudo vai se desenrolar.

Nota 8, por ora.

PS.: Se aparecer um gorila humanoide falante em The Flash, juro que desisto de assistir essa porra!


NAMASTE!                                                                                                                                           

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