Monica Rambeau, a primeira Capitã Marvel, foi criada em 1982
pelo escritor Roger Stern e pelo desenhista John Romita Jr. para uma história
do Homem Aranha (Amazing Spider-Man Annual #16), chegou a servir de coadjuvante
em algumas histórias do Homem de Ferro também, mas só começou a ser REALMENTE
relevante quando ela se juntou aos Vingadores, onde ela entrou como membro em
treinamento (tipo aqueles trainees de escritório!). Embora ela tenha sido muito
importante no passado da Marvel, hoje em dia são poucos os leitores de
quadrinhos que ainda se lembram dela, ou sequer a reconheçam depois de tantas
mudanças de identidade, mas esse post é dedicado a celebrar aquela que já foi a
vingadora mais poderosa de todas!
Como todo herói Marvel, Monica ganhou seus poderes em um
acidente. Capitã de navio e tenente da patrulha portuária de Nova Orleans, ela
foi irradiada com uma energia extra-dimensional que tornou seu corpo capaz de
converter qualquer tipo de energia. O gerador que a bombardeou havia sido
criado por um amigo seu, o cientista Andre LeClaire, que acabou deixando seu
projeto cair em mãos erradas. Na tentativa de ajudar o amigo a recuperar seu
gerador e impedir que tal criação fosse usada para o mal, Monica acabou saindo
no braço com outro cientista, Felipe Picaro, o que ocasionou seu acidente. Após
o ocorrido, LeClaire sugeriu que Monica usasse suas novas habilidades para
combater o crime, e então ela começou as suas aventuras como uma heroína.
Hoje quando paramos para pensar em heroína Marvel, logo vem
em sua cabeça Carol Danvers, a ATUAL Capitã Marvel ou talvez a Feiticeira
Escarlate, mas há muito tempo, era de Monica Rambeau o título da mulher mais
poderosa da Marvel. Capaz de converter seu corpo em energia, ela pode não
somente disparar rajadas como também tornar-se intangível, invisível e ainda
voar na velocidade da luz. Só aqui ela já poderia rivalizar com o Visão, a Mulher
Invisível do Quarteto Fantástico e deixar o Mercúrio (que só atinge a
velocidade do som) comendo poeira numa corridinha pelo Central Park.
Todas
essas habilidades se dão porque Monica pode se transformar em QUALQUER energia
dentro do espectro magnético, o que inclui Raios-X, raios gama, raios ultravioleta,
luz visível, eletricidade, radiação infravermelha, micro-ondas e ondas de
rádio. Além de poder voar em qualquer um desses comprimentos de ondas, Monica
assume as características básicas deles (ela pode fritar um dispositivo
eletrônico convertida em eletricidade, por exemplo), o que a torna uma
adversária EXTREMAMENTE eficiente, visto que ela pode mudar de um comprimento
para outro com um simples pensamento.
Caracas, Rodman! Ninguém podia com essa mulher então!
Nas mãos dos roteiristas certos, caro padawan, era
exatamente isso que acontecia!
Algo que definiu bastante a Capitã Marvel nos anos 80 foi
sua capacidade de se adaptar as mais diversas situações em combate, o que a
tornava um trunfo na manga do Capitão América, já que ela além de já poder
converter o corpo em todas essas energias diferentes, ela também podia conhecer
uma nova, analisá-la e também se transformar nela. Nas Guerras Secretas (a
primeira saga, lá dos anos 80 feita pra vender bonequinhos), embora suas
capacidades não tenham sido tão bem exploradas, a Capitã serviu mais como espiã para a equipe dos heróis,
usando sua invisibilidade e seu poder de luz para viajar rapidamente entre as
distâncias do planeta-arena de Beyonder, espionando o grupo do Doutor Destino.
Capitã Marvel nas Guerras Secretas, arte de Mike Zeck |
No final dos anos 80, quando então Marvel e DC planejavam o
primeiro confronto entre Vingadores e Liga da Justiça (Aquele que nunca saiu do
papel), a Capitã era uma membra ativa na equipe dos Heróis Mais Poderosos da
Terra, e embora os editores da DC quisessem um confronto direto entre Flash e
Mercúrio, Jim Shooter (o editor-chefe da Marvel na época) acabou servindo como
a voz da razão, alegando que o seu Mercúrio nunca seria páreo para o Corredor
Escarlate da DC, e que um confronto digno para saber quem é o mais veloz seria
com a Capitã Marvel, por razões óbvias. Assim, nessa história que jamais foi
concluída, praticamente todos os heróis teriam seus análogos: Aquaman x Namor,
Eléktron x Homem Formiga, Mulher Maravilha x Hércules, Flash x Capitã Marvel e
etc.
Já nos anos 90, Os Vingadores entraram em combate contra os
X-Men para tentar levar Magneto à justiça por todos seus crimes. O Mestre do
Magnetismo havia afundado um submarino russo além de ter ameaçado a humanidade
uma caralhada de vezes antes de assumir a liderança dos X-Men, e a fim de
evitar um acidente diplomático gigante, era necessário que o mutante fosse
preso e julgado. Na época, os Vingadores eram formados por Capitão América, Thor,
Mulher Hulk, Cavaleiro Negro e Doutor Druida e a Capitã Marvel era vista pelos
X-Men como a MAIOR AMEAÇA. Numa das cenas de perseguição entre as duas equipes,
uma fala da Vampira deixa bem claro o medo que ela sente em enfrentar a Capitã:
“É sério! A gente precisa sumir antes que a Capitã Marvel
apareça!”
Antes disso, a Capitã tinha aparecido voando (de COSTAS, para
esculachar mais!) ao lado da mutante avisando que ela não poderia ir longe
demais (quer disputar com alguém que voa na velocidade da luz??) e fritado os
circuitos da armadura do Homem de Titânio enquanto o Thor tomava uma surra do
gigante russo. Vale lembrar, que o Deus do Trovão sofria de uma enfermidade na
época que tornavam seus ossos frágeis, e ele precisava de uma armadura.
Pouco depois, nessa mesma aventura, a Capitã age como espiã,
ficando invisível e entrando no Pássaro Negro, o jato dos X-Men, para saber o
paradeiro de Magneto, e logo em seguida ela DERROTA facilmente o Mestre do
Magnetismo atravessando seu campo de força magnético, enquanto Thor e Mulher
Hulk tentavam atravessá-lo inutilmente na porrada.
Derrotando Magneto, arte de Marc Silvestri |
Derrotar o Magneto não é pra qualquer um, mas Monica tem
isso em seu currículo.
Com essa mesma formação de Vingadores (mais Hércules e Namor), mais tarde Monica
tornou-se a líder da equipe após o afastamento da Vespa, e foi nessa mesma
época que Os Heróis Mais Poderosos da Terra sofreram aquela que é considerada
até hoje uma de suas maiores derrotas: A invasão da mansão orquestrada pelo
Barão Zemo e seus Mestres do Terror. Para que o plano de Zemo desse certo e ele
pudesse infligir um ataque em massa que pegasse os Vingadores de calças curtas
na mansão, era necessário que ele primeiro eliminasse a Capitã Marvel, o que
ele fez usando os poderes do Blecaute, inimigo clássico da heroína que era capaz
de manipular um tipo de energia escura.
Arte de John Buscema |
Manipulado até as tampas por Zemo, o Blecaute prendeu a Capitã dentro da dimensão escura que ele controlava, e assim ela permaneceu quase até o fim da saga. Enquanto ela procurava uma saída daquele universo escuro (o que se deu posteriormente graças aos poderes do Mortalha), Zemo, a Gangue da Demolição, Titãnia, Homem Absorvente, Tubarão Tigre, mais Rocha Lunar e o Mr. Hyde invadiram a mansão e acabaram com os Vingadores remanescentes, esculachando não só o Capitão América e o Cavaleiro Negro como também o Jarvis, o mordomo.
Vale lembrar que nada disso teria acontecido se a Capitã
Marvel não tivesse sido aprisionada logo no início.
Alguns anos depois, a Capitã Marvel acabou perdendo o seu
brilho (sem trocadilhos), e cada novo escritor que assumia o título dos
Vingadores fazia com que ela se tornasse cada vez menos poderosa e cada vez
menos interessante. Depois do seu auge, ela perdeu os poderes e ficou na
reserva por um longo tempo, e quando os recuperou, decidiu mudar de nome, não se
achando digna do legado que ele carregava (o nome era em homenagem ao falecido
Capitão Mar-Vell), além de dar a vez para o recém-surgido Genis-Vell, filho do
primeiro Capitão Marvel e que passou a usar a alcunha.
Chamando a si mesmo de “Fóton”,
Monica participou (embora sem o mesmo brilho) do segundo encontro entre os
Vingadores e a Liga da Justiça, escrita por Kurt Busiek e desenhada por George
Perez, e um dos destaques nessa saga é sua luta contra o Lanterna Verde Kyle
Rayner.
Após ser atingida pela energia do anel e ser vencida por ele, Monica
aprende a usar aquela energia, e já em seu segundo encontro com o rapaz, ela
absorve seu poder e passa a não ser mais atingido por ele. Na aventura, Monica
ajuda seu time a recuperar os artefatos místicos que vão impedir que Krona
destrua seu universo, e ela é um excelente reforço para os Vingadores, que
apesar disso, acaba PERDENDO a disputa graças a um estratagema do Capitão
América e do Batman.
Derrotando o Capitão Átomo e o Nuclear, arte de George Perez |
Na década seguinte, longe das sagas mais importantes da Marvel (aparecendo de relance na Guerra Civil) Monica Rambeau continuou vivendo suas aventuras enquanto a Miss Marvel assumia a posição da MAIOR heroína da editora. Ela ainda mudaria de nome mais duas vezes (Primeiro “Pulsar” quando Genis-Vell se tornou o Fóton e depois para Espectro, como é conhecida hoje em dia), e com seu nome mudou também a aparência e o uniforme.
Não se sabe qual a
verdadeira razão dos editores da Marvel terem “rebaixado” a personagem tantas
vezes nas últimas décadas depois dela ser considerada a PRINCIPAL heroína
Marvel nas décadas de 80 e 90, mas é fato que se seu status quo não tivesse
sido alterado, ela seria uma personagem incrível de se ver nos cinemas e não só
por seus dons. Além dela ter poderes que a destacariam de qualquer outro
personagem, ela seria uma forte representante negra (assim como o Pantera Negra
hoje é visto) e uma personagem feminina fortíssima, sendo ela capitã, tenente e
tendo uma capacidade de liderança comprovada ao longo do seu histórico nas HQs.
A atual Capitã Marvel (Carol Danvers) ganha um filme em 2019, mas adoraríamos
ver uma adaptação DECENTE para a TV ou para o cinema da PRIMEIRA E ÚNICA Capitã
Marvel.
NAMASTE!
Ótimas informações amigão, na me ajuda a me atualizar e relembrar...Abracos!
ResponderExcluirÀs ordens, irmão!
ExcluirNÃO TENHO MAIS A REVISTA MAS VI A CAPITÃ CLÁSSICA SENDO DERROTADA APENAS POR MEFISTO NA SAGA Mefisto Versus Heróis Marvel Nº 3 Quarteto Vingadores
ResponderExcluireu tenho em pdf (pq o original eu empresdei), guerras secretas, onde jogam uma montanha sobre eles, e ela sede a anergia dela pra alimentar os propulsores do homem de ferro e eles abrem a montanha ao meio para escaparem.
ResponderExcluirGostei muito de ler seu pot. Estava com saudades a primeira e eterna Capitã Marvel. Sei e reconheço as atuais mudanças do universo Marvel, mas com os devidos respeitos, eu preferia essa Capitã do que a escolhida para os cinemas. Fiquei triste, mas fazer o quê? O mundo gira.
ResponderExcluirValeu.
Um abraço.
O filme parece muito bom. Ocorrendo durante os anos 1990, Capitã Marvel da Marvel Studios é uma nova aventura de um período inédito na história do universo cinematográfico da Marvel, que acompanha a jornada de Carol Danvers, quando ela se torna uma das heróinas mais poderosas do universo. Enquanto uma guerra galáctica entre duas raças alienígenas atinge a Terra, Danvers encontra a si mesma e um pequeno grupo de aliados no centro desse redemoinho". O trailer conseguiu proteger-se bem de eventuais spoilers importantes do filme, mas cumpriu a tarefa de apresentar a heróina pra quem não a conhece. O filme da Capitã é descrito como uma comédia de ação por Geneva Robertson-Dworet, a roteirista principal do filme.
ResponderExcluirMônica Rambeau e Misty Knight mereciam uma melhor posição na Marvel, são personagens com personalidade forte, são originais e poderiam protagonizar ótimos filmes no universo Marvel nos cinemas.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMas ela está no filme, claro não com essa mesma origem. Ela é a garotinha filha da colega da Capitã Marvel na Terra, cujo sobrenome é Rambo (e no filme o falam Rambô puxando pra pronúncia francesa de Rambeau). E há uma cena onde a mãe a chama pelo nome, Monica. Deduza...
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