O Superman é o maior super-herói dos quadrinhos, e no ano de lançamento de uma das melhores adaptações cinematográficas do personagem, nada mais justo do que manter o seu nome em evidência.
Baseado na lista dos maiores desenhistas do Homem de Aço
elencada pelo CBR em seu site (levando em consideração as Eras de Bronze, Prata
e Ouro dos quadrinhos), eu, Rod Rodman, resolvi criar a minha própria lista com
aqueles que considero os melhores artistas que já passaram pelas páginas do
Azulão.
Sigam-me os bons e lembre-se: Olhe para cima!
#10 Jerry Ordway
Nascido em 1957, na cidade de Milwaukee, Jeremiah “Jerry”
Ordway teve uma passagem considerável pelos títulos do Superman entre 1986 e
1993 como desenhista principalmente, mas também como roteirista.
Começou a carreira como arte-finalista e refinou em sua
prancheta o traço de lendas dos quadrinhos como Jack Kirby, Steve Ditko, John
Buscema e Gil Kane.
Entre 1985 e 1986, foi arte-finalista de George Pérez na
saga Crise nas Infinitas Terras, um de seus trabalhos mais memoráveis.
Eu comecei a ler histórias em quadrinhos no começo dos anos
1990, e muito do material do Superman que chegou às minhas mãos naquela época —
quando as HQs do personagem eram publicadas em formatinhos pela Editora Abril —
tinha o traço de Ordway.
Acho que a história mais emblemática que me passa pela cabeça é a que o Super-Homem enfrenta uma das inúmeras encarnações do Quinteto Mortal nas páginas da edição número 51 da Abril. Ali foi a primeira vez que vi a capa do herói ser feita em pedaços e de ele passar um sufoco para derrotar seus inimigos.
O kryptoniano nas mãos do artista estadunidense era bem
robusto e tinha um belo de um queixo quadrado. Característica mais acentuada do
que eu conhecia de referência naquele tempo — os desenhos das embalagens da
coleção de bonecos Super-Powers e dos filmes do Richard Donner.
Alguns anos depois, Ordway desenhou também uma das histórias que foi publicada na edição de número 100 da Abril. Nela, por influência do Erradicador, Kal-El assume uma persona mais fria que remete à sua herança alienígena, e decide se tornar uma espécie de déspota em seu planeta adotivo.
Além de sua
nova postura mais antipática, ele também ganhou um novo traje, o que na minha
cabeça infantil, é claro, causou aquele UOOOUU parecido com o que foi com a
mudança do uniforme vermelho e azul do Homem-Aranha para o preto.
Ordway não é um dos mais lembrados artistas que passaram
pelas páginas do Superman, mas a meu ver, faz jus ao hall de melhores
desenhistas que já deixaram a sua marca no personagem.
#9 Carlos Pacheco
Nascido na cidade de San Roque, na Espanha, o desenhista
Carlos Pacheco teve uma passagem breve pelos títulos do Superman, mas marcou
presença com o seu traço firme, o uso intenso de sombras e a anatomia humana
estilizada, o que se tornou um diferencial no início dos anos 2000, época em
que ele esteve à frente do arco Superman: A Queda de Camelot, ao lado do
escritor Kurt Busiek.
Pacheco também ilustrou algumas das histórias de World’s
Finest — no Brasil, histórias lançadas já pela Panini no título Batman &
Superman — e foi nesse período que eu acabei tendo meu primeiro contato com a
sua arte.
Entre o fim dos anos 1990 e o começo dos 2000, até meados
do ano 2003 mais ou menos, eu parei de acompanhar quadrinhos por uma questão de falta de grana e retornei
justamente com as primeiras edições de Batman & Superman onde o desenhista
espanhol já brilhava.
Após sua passagem intensa por vários outros títulos da DC —
e também da Marvel —, de ser indicado ao Prêmio Eisner por seu trabalho com
Busiek (Arrowsmith), Carlos Pacheco faleceu em 2022, aos 60 anos, vítima das
complicações da esclerose lateral amiotrófica, doença degenerativa que
enfraquece os músculos.
#8 Frank Quitely
Hora da polêmica!
É provável que você que está lendo esse texto torça o nariz
pela presença desse escocês de 57 anos na lista de melhores desenhistas do
Homem de Aço… e eu até entendo a sua possível indignação, caro padawan.
A estilização do traço de Frank Quitely — em especial no que se
refere a feições humanas — NUNCA me agradou particularmente. Eu cheguei a
passar batido pelo arco desenhado por ele ao lado do escritor Grant Morrison nos X-Men exatamente por não gostar dos seus desenhos — e pela verborragia dos roteiros de Morrison a quem também tenho certa aversão.
Porém, no entanto, todavia, é preciso levar em consideração
que o cara é um baita de um ilustrador. Que independentemente de irmos ou não com
as fuças do que ele bota no papel, é inegável que All Star: Superman é TOP 10
maiores HQs de todos os tempos para qualquer um que leia HQs de heróis. E
também que grande parte do sucesso desse arco se deve à arte de Quitely.
O Rodman de 13 anos JAMAIS diria que Frank Quitely é um de
seus desenhistas favoritos do Superman, mas o de 40 e tantos anos já é capaz de
relevar certos preconceitos estéticos e reconhecer sim que: Frank Quitely é
foda!
#7 Curt Swan
Nascido em 17 de fevereiro de 1920, Minneapolis, Douglas
Curtis Swan foi contratado pela DC Comics em 1945, onde gradativamente acabou
se aproximando de títulos do Superman como o do Superboy, Jimmy Olsen e da
Legião dos Super-Heróis.
Fazendo toda a parte da sua arte a lápis — e deixando a
arte-final para outros profissionais —, Swan ilustrou inúmeras histórias em
quadrinhos, inclusive as tiras do Superman publicadas em jornais do final dos
anos 1950 até 1964.
Se tornou o artista mais comumente associado ao Homem de Aço
durante toda a Era de Prata dos Quadrinhos (1956 a 1970) e desenhou uma porção
de capas para as edições publicadas nos Estados Unidos com o personagem, o que
ajudou a popularizar o seu traço.
Há quem diga até hoje que Curt Swan é o artista definitivo
do Superman. Quem cresceu vendo seus desenhos nas histórias do Azulão o associa à figura de Clark Kent criada por ele e o considera o seu ideal estético do personagem.
Como disse anteriormente, eu comecei a acompanhar o
Super-Homem pelas edições desenhadas pelo Jerry Ordway, mas com o passar do
tempo, achei inúmeras edições publicadas nos anos 1970 no Brasil em que Swan
era o desenhista principal.
Destaco aqui a edição nº1 da Editora Abril* — cuja terceira história do mix é desenhada por Swan — e, claro, a
última história do Superman no pré-Crise — roteirizada por Alan Moore — "O que aconteceu ao Homem de Aço?" com os desenhos de
Curt Swan que já fiz o review por aqui no blog há alguns anos.
Curt Swan faleceu em 1996, aos 76 anos.
*A capa de Super-Homem #1 da Abril é uma reprodução da edição #419 da Action Comics e a ilustração é de autoria de Neal Adams.
#6 Gary Frank
Depois de deixar a Marvel em 2007 onde trabalhou com J. Michael Straczynski, Gary Frank teve uma passagem bastante pontual pela DC Comics, onde acabou assumindo o título do Superman escrito por Geoff Johns.
Hoje é muito difícil que algum fã de quadrinhos não consiga
reconhecer o traço do cara nas histórias do Homem de Aço pelo fato de que ele
sempre homenageou o icônico ator Christopher Reeve nas figuras do seu Superman
e do seu Clark Kent.
Além de detalhista, a arte de Frank se destaca por ser muito
bonita, tornando os quadros criados por ele e a sua narrativa muito fluidas e
dinâmicas.
No arco de histórias “Nova Krypton”, Johns — o escritor —
reinventa todo o conceito de Krypton e da presença de outros sobreviventes do
mundo destruído na Terra. Além das consequências de se haver outras pessoas
quase tão poderosas quanto o Superman — incluindo o General Zod — zanzando por
aí em nosso planeta.
#5 Alex Ross
O meu primeiro contato com a arte incrível de Alex Ross não
foi com seu material produzido para a DC, mas pela Marvel. Apesar disso, assim
que bati os olhos nas primeiras páginas desenhadas por ele para O Reino do
Amanhã — escrita pelo meu amigo Mark Waid — foi algo de mágico.
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Eu e o meu amigo Mark Waid |
A primeira cena que vi foi aquela em que o Superman aparece
flutuando no céu ao lado de uma dezena de outros super-heróis e aquilo me
causou um impacto visual muito grande. Quase tão grande quanto ver o Gigante da
Marvel passeando por Nova York pela primeira vez em Marvels.
Alex Ross se declarou inúmeras vezes fã do Superman — o
primeiro herói que ele desenhou ainda criança — e é notório o capricho que o
cara tem em retratar o personagem sempre como a um deus pairando acima dos
homens.
Cada quadro pintado por Ross na edição de Paz na Terra (1998) é como uma captura pela lente da câmera de um fotógrafo talentoso.
É
impossível não se impressionar com a capacidade que esse artista nascido em
1970, em Portland, tem de imortalizar aquele que já é um ícone da cultura pop. Mesmo após mais de 80 anos de existência do Homem de Aço e após a passagem de tantos outros artistas tão tarimbados quanto Ross
pelas suas páginas.
#4 José Luis García-López
Quando falei no blog sobre os desenhistas mais importantes
na história do Homem Morcego nas HQs, eu citei o espanhol José Luis
García-López como sendo o responsável por definir os personagens da DC Comics,
dando a eles a cara que teriam ao longo de toda a década de 1980 e parte da
1990.
O Superman desenhado por García-López é inigualável em
muitos aspectos, mas o principal deles é a fluidez e a graciosidade com que o
personagem é retratado em voo. A posição da capa esvoaçando, o ângulo do seu
braço enquanto ele se projeta à frente, a flexão das pernas… é um conjunto de
elementos que fazem com que o Homem de Aço pareça mesmo estar se deslocando
pelo céu. Tipo, de verdade!
É claro que todo desenhista que já passou pelos títulos do
kryptoniano um dia tiveram que desenhá-lo em voo, mas poucos conseguiram dar
essa dinamicidade a ele quanto García-López.
#3 George Pérez
A primeira vez que vi George Pérez desenhar o Super-Homem foi em alguma edição esporádica da Crise nas Infinitas Terras a que tive acesso na época de “garimpo” de sebos. Eu já conhecia a arte do nova-iorquino das páginas de Vingadores, na Marvel, mas me tornei fã mesmo dele no crossover entre a Liga da Justiça e Vingadores (2004), no começo dos anos 2000.
Ali, meu amigo, eu vi o que um verdadeiro artista em seu
estado mais bruto era capaz de fazer com um lápis e um papel em mãos.
Cada quadrinho dessa edição maravilhosa é um deleite visual.
Nem tem o que dizer de negativo do trabalho de Pérez nos volumes desse encontro
titânico. Ali o cara estava no seu auge. Impecável.
Falando especificamente do Superman, eu acompanhei parte do trabalho de Pérez na saga Crise Infinita (2006), que foi escrita por Geoff Johns para ser uma espécie de continuação de Crise nas Infinitas Terras.
Embora o roteiro
desse arco não seja exatamente um primor — já debati os socos da realidade do
Superboy Prime aqui no blog em inúmeras oportunidades — uma coisa que é uma
constante nesse trabalho é que os desenhos de George para as capas da
publicação são inigualáveis.
No Brasil, as edições de Crise Infinita foram publicadas em
duas versões nas bancas: uma desenhada por Jim Lee e outra por George Pérez.
Lutei o máximo que pude para sempre comprar as do Pérez, até porque nunca fui
muito com a cara da arte de Jim Lee em sua fase DC.
Nosso mestre dos quadrinhos faleceu em 2022, vítima de um câncer
pancreático, mas seu legado segue imortal nas páginas que ele ilustrou.
#2 John Byrne
Com o final da Crise nas Infinitas Terras e da junção dos
universos da Terra 1 com os da Fawcett Comics — de onde veio o Shazam — e da Charlton
Comics — de onde vieram personagens como o Besouro Azul, o Pacificador e o
Questão —, por exemplo, o canadense John Byrne ficou incumbido de resetar o
Super-Homem e recontar a sua origem a toda uma nova geração de fãs do herói, eu
incluso.
Na finaleira dos anos 1980, para quem não sabe, Byrne já
havia feito muito barulho desenhando personagens famosos da Marvel,
incluindo o Quarteto Fantástico, o Homem-Aranha e, principalmente, os X-Men
escritos por Chris Claremont — com quem Byrne saiu meio que tretado de lá por "diferenças criativas".
Na DC, com carta branca para começar o Homem de Aço do zero,
o cara assumiu o cargo de roteirista, além de desenhista — como aconteceu com
George Pérez no título da Mulher Maravilha pós-Crise — e criou toda uma nova
mística envolvendo o mundo natal do personagem, seus pais kryptonianos, os
personagens coadjuvantes de Metrópolis, Smallville — ♫ SOMEBODY SAAAAAAAAAAVE MEEEEEE ♪ — e, claro, seus poderes.
Foi graças
a Byrne que começamos a ter explicações mais, digamos, científicas quanto ao
voo do Superman. Quanto à razão do seu uniforme não se rasgar enquanto
ele é atingido por fogo e até do funcionamento das suas visões — a de calor e
de raios x.
Com o
aval dos manda-chuvas da DC na época — Paul Levitz (editor-chefe), Jenette Kahn (executiva-chefe) e Dick Giordano como supervisor dos editores —, Byrne aproveitou para minar uma porção de
poderes absurdos que volta e meia os roteiristas inventavam nas décadas
de 50, 60 e 70, como o “superventriloquismo” — onde o Superman podia fazer vozes
sem mexer a boca para enganar as pessoas — ou criar duplicatas de si mesmo com supervelocidade.
Por ser
um personagem mais crível — guardadas as devidas proporções do que é "crível" numa história em quadrinhos — o Superman de Byrne se tornou menos poderoso do
que as suas versões anteriores pré-Crise. Ele deixou de ser um deus que quando
o roteiro convinha, podia sempre tirar um novo superpoder do bolso da capa e,
com isso, se tornou mais combatível. Mais “enfrentável” como os personagens
falíveis da Marvel, por exemplo.
Em questão
de design, não há como não dizer que Byrne trouxe maior leveza ao Superman com seu estilo limpo e claro de desenho. Naquele período do pré-Crise, o Azulão vinha sendo retratado com muitas sombras, muita perspectiva forçada e
ângulos detalhados nas mãos de mestres como Gil Kane e Curt Swan, por exemplo. Com Byrne, o herói se tornou mais solar. Mais vívido. Mais colorido.
Byrne
deu também uma cara mais reconhecível para a sua Lois Lane, um estilo de
penteado mais moderno e castanho — nas primeiras edições do herói, pelo que me
lembro, ela tinha cabelos pretos, quando era chamada de Miriam Lane, no Brasil
— e deixou o Lex Luthor com mais cara de vilão, sem as suas megalomanias e mais
pautado em ser um “Rei do Crime” como o da Marvel — tanto na calvície quanto no
excesso de peso.
Essa
era iniciada por Byrne levou algumas décadas para ser encerrada, e só quando
outros artistas como Jeph Loeb e Geoff Johns decidiram contar a sua própria origem para o herói — lhe dando uma nova rebootada — é que se esqueceu um pouco das invencionices do velhinho canadense
para reimaginar o Homem de Aço.
Para
quem é fã mesmo, no entanto, a arte e os roteiros de Byrne foram e sempre serão
um marco para o Super-Homem.
#1 Dan Jurgens
No começo do post eu citei um artigo do Comic Book Resources
que me inspirou a escrever meu próprio texto falando sobre os artistas que mais
me encantaram ao longo da minha vida de leitor de Super-Homem e, pasmem, o nome
de Dan Jurgens nem sequer foi citado nesse material.
Se você concorda com a lista do CBR e também não escalaria
esse norte-americano safado de 66 anos como um dos principais artistas que já
passaram pelas páginas do Azulão, FAÇA ISSO AÍ NA SUA CASA e não venha me encher
o saco, porque para mim, ele é sim o cara que definiu a figura do personagem a partir dos anos 1990.
Aiiiin, Rodman! Eu prefiro o Jim Lee. O Jim Lee é muito mais
fodão. Meu coreano preferido limpa o chão com esse seu Dan Jurgens e
mimimimimimimimimi…
FODA-SE!
Como eu disse já umas duas vezes nesse mesmo texto, eu sou
um leitor forjado nos anos 1990. É claro que reconheço a importância do Jim Lee
— em especial nos X-Men — e fui um dos caras que apreciou muito as voadeiras de
pernas abertas que a Psylocke desenhada por ele dava durante a fase escrita por Chris Claremont. Entretanto, no que se refere a Superman, Dan
Jurgens é o cara.
Primeiro porque bem antes da morte do personagem — HQ que já
citei umas duzentas vezes nesse Blog desde 2010 —, o cara já tinha desenhado
fases muito importantes do kryptoniano, incluindo “Exílio” (1989) e o primeiro
conflito contra o Erradicador, que eu considero um dos seus melhores trabalhos.
Ao lado do arte-finalista Brett Breeding — um dos principais
nomes em seu ofício na DC da época — Dan Jurgens desenhou alguns dos quadros
mais icônicos de que me lembro com relação a Superman.
Todo o arco de histórias que culmina no embate entre o
Superman e o Apocalypse é em grande parte desenhado magistralmente por Jurgens,
o que fez com que eu passasse a adorar o seu trampo de uma maneira que até hoje
não me lembro que nenhum artista chegou a fazer.
Toda a sequência do último capítulo de A Morte do
Super-Homem em que a luta mortal entre os dois personagens é retratada em várias
páginas inteiras é de um capricho absurdo de Jurgens e Breeding. Aquelas imagens
causaram um impacto visual muito grande no pequeno Rod Rodman de 10 anos, e
nunca mais foram esquecidas por conta do seu apelo gráfico.
Como se não bastasse isso, pouco tempo depois de O Retorno do
Super-Homem — com alguns capítulos também desenhados por ele — Jurgens assinou
a arte de A Revanche do Super-Homem, trabalho que eu considero ainda mais bem-elaborado do que A Morte.
Diferente da edição anterior — que foi publicada em
formatinho pela Editora Abril —, as três edições de A Revanche chegaram ao
Brasil em formato americano, com uma capa “metálica” plastificada, efeitos
holográficos e cores especiais no recheio.
Era a metade dos anos 1990 e a Image Comics já tinha dado o
pontapé inicial na revitalização das HQs, por isso, tanto Marvel quanto DC precisaram
correr atrás do prejuízo lançando seus próprios especiais.
A arte de Jurgens impressiona até hoje nesses três volumes, e o novo
embate contra o monstro Apocalypse é tão bem-desenhado, tão cheio de detalhes
visuais impactantes, que essa revista fez por muito tempo parte de uma seção
especial da minha coleção, aquela que eu não deixava ninguém nem chegar perto
ou botar a mão.
É claro que hoje em dia eu mesmo considero todo esse apreço um exagero, óbvio.
Estou contando
aqui a visão que eu tinha da época. Os roteiros de A Morte (escrito, entre outras pessoas por Roger Stern e Louise Simonson) e A Revanche (escrita pelo próprio Dan Jurgens) nem são
tão bons assim, e as histórias em si nem chegam a ser emblemáticas como de O
Cavaleiro das Trevas ou Watchmen, por exemplo, mas são um marco no quesito
ilustração, que a meu ver, são em muitos aspectos superiores — para o meu gosto
— a Frank Miller e Dave Gibbons, desenhistas das Graphic Novels citadas acima.
OK. Podem me tacar pedra agora.
Com o passar do tempo, ficou claro que grande parte da
técnica de desenho de Dan Jurgens recebia um upgrade, sobretudo, dos arte-finalistas com
quem ele trabalhava. Especificamente Brett Breeding com quem o vi produzir suas
melhores páginas.
Alguns anos depois, desenhando o Homem-Aranha na Marvel —
Jurgens ilustrou também o crossover Marvel x DC (1996) — e o próprio Superman no terceiro
encontro dele com o Apocalypse, eu já não conseguia mais reconhecer o brilho de
outrora em seu traço.
Mesmo assim, fica aqui a minha homenagem a esse cara que foi
um dos responsáveis por eu gostar de quadrinhos e que me traumatizou impactou
de uma maneira consistente com um dos títulos mais vendidos da história*.
*Superman #75 (1993) a edição estrangeira onde o Superman
cai de pau com o Apocalypse pela primeira vez e morre, lista como a quarta revista em quadrinhos
mais vendida da história. Vendeu 3 milhões de unidades só nos EUA e botou o
maior super-herói de todos os tempos de volta aos holofotes, depois de anos sob
a sombra do Batman.
Adventures of Superman #500, também desenhada em partes por
Dan Jurgens, figura como a terceira HQ mais vendida da história (4.2 milhões de
unidades) e mostra a luta de Kal-El para voltar à vida após ser dado como morto
na batalha contra o Apocalypse.
🤑
Antes de terminar o post, gostaria de citar alguns nomes que
não entraram na minha lista principal, mas que merecem homenagens por tudo que
representaram ao universo do Superman.
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Joe Shuster |
Começando por Joe Shuster, o cara que foi o responsável pelo chute inicial, lá em 1938 — ao lado de seu parceiro Jerry Siegel —, em todo o conceito visual que o personagem teria e que foi se adaptando ao longo das
décadas.
![]() |
Carmine Infantino |
Carmine Infantino, que entre outras passagens pela Action
Comics, esteve à frente do título do Superman de 1982 a 1985.
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Dick Giordano |
Dick Giordano, que ilustrou o personagem de 1971 a 1974.
![]() |
Alex Toth |
Alex Toth responsável pela arte da edição #9 do anual do
Superman em 1983.
![]() |
Ross Andru |
Ross Andru, o cara que desenhou o primeiro crossover entre o
Superman e o Homem-Aranha em 1976.
![]() |
Jon Bogdanove |
Jon Bogdanove, um dos caras mais talentosos que passou pelo
título dos Novos Mutantes na Marvel e que dividiu as páginas de A Morte do
Superman e O Retorno do Superman com Dan Jurgens — responsável, inclusive pelo
visual do Aço.
![]() |
Tom Grummett |
E Tom Grummett, artista que ficou mais conhecido pelas
histórias dos Novos Titãs — após George Pérez — e do Superboy (Conner Kent) na
fase do Havaí — pós-Morte do Superman —, mas que também fez parte do projeto A
Morte do Superman, ilustrando vários dos capítulos em revezamento com Dan
Jurgens e Jon Bogdanove.
E pra você, jovem padawan? Qual é o seu Top 10 maiores desenhistas do Super-Homem?
🦇🕷
Lembrando que publiquei recentemente o meu Top 10 Melhores Desenhistas do Batman
E Top 10 Melhores Desenhistas do Homem-Aranha.
NAMASTÊ!
meu top 10:
ResponderExcluirjim lee
frank miller
john romita Jr.
curt swan
dick giordano
gil kane
alex ross
gary frank
carlos pacheco
e carmine infantino