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15 de fevereiro de 2023

Conheça as origens de Kang, o Conquistador, vilão dos Vingadores

Conheça as origens de Kang, o Conquistador

Kang, o Conquistador, é um personagem fictício das histórias em quadrinhos da Marvel Comics. Sua primeira aparição foi na revista "Vingadores #8", lançada em 1964. Ele é um vilão que viaja pelo tempo com o objetivo de conquistar e dominar diferentes épocas.

As origens de Kang são um pouco complexas, mas resumidamente, aquela que é considerada a sua primeira versão é Nathaniel Richards, um viajante do tempo  descendente distante de Reed Richards, o Senhor Fantástico do Quarteto Fantástico. Ele nasceu em um futuro distante, onde se tornou um dos governantes do mundo. Para saciar sua sede de poder, já transformado em Kang, usou tecnologia avançada para viajar para o passado e governar outras épocas.

Conheça as origens de Kang, o Conquistador


Kang já inspirou muitos heróis da Marvel, incluindo os Vingadores, com quem ele tem uma relação conturbada. Em uma de suas histórias mais memoráveis, "Vingadores Para Sempre", escrita por Kurt Busiek e ilustrada por Carlos Pacheco, Kang tenta mudar o curso da história para que sua versão do futuro seja a única possível.

A história apresenta uma trama complexa e cheia de reviravoltas, mas que é recompensadora para os fãs dos Vingadores e do universo da Marvel Comics. "Vingadores Para Sempre" é uma recomendação para quem quer conhecer sobre Kang, o Conquistador, e mergulhar em uma história épica dos maiores heróis da Terra.

HQs importantes para entender o Kang

"Vingadores: A Cruzada das Crianças" - Kang (em uma de suas versões alternativas, personificado como o "Rapaz-de-Ferro" dos Jovens Vingadores é um dos vilões manipulando os jovens amigos para que eles fiquem contra os Vingadores.

Conheça as origens de Kang, o Conquistador
O Rapaz-de-Ferro e os Jovens Vingadores


"Vingadores: O Ataque dos Zumbis" - Nessa história alternativa, Kang é um dos sobreviventes da invasão zumbi e usa sua tecnologia para tentar salvar a humanidade.

"Vingadores Para Sempre" - Já mencionado anteriormente, essa história épica de Kurt Busiek e Carlos Pacheco apresenta Kang tentando mudar o curso da história para dominar o futuro.

As diferentes versões do Kang

Kang, o Conquistador, é um personagem complexo das histórias em quadrinhos da Marvel Comics, e sua relação com outras figuras importantes do universo Marvel pode ser um pouco confusa para os leitores. Aqui estão algumas informações para ajudar a entender melhor essa relação:

Conheça as origens de Kang, o Conquistador


Kang, o Conquistador, é o alter ego do viajante do tempo Nathaniel Richards, um descendente distante de Reed Richards, o Senhor Fantástico. Nathaniel nasceu em um futuro distante e usou tecnologia avançada para viajar para o passado, onde se tornou Kang, um conquistador que busca governar diferentes épocas.

Conheça as origens de Kang, o Conquistador
Nathaniel Richards


A revelação de que Kang, o Conquistador, é na verdade Nathaniel Richards é um elemento importante do enredo das histórias em quadrinhos da Marvel Comics. Essa revelação é feita pela primeira vez na edição 129 da revista "Os Vingadores", publicada em 1974.

Nessa história em quadrinhos, os Vingadores viajam no tempo até o século 30 para enfrentar Kang. Durante a batalha, descobrem que Kang é, na verdade, Nathaniel Richards, um descendente distante de Reed Richards, o Senhor Fantástico. 

Immortus é uma contraparte de Kang, mas em um estágio mais avançado de sua vida. Ele é uma versão mais velha de Nathaniel Richards, que se tornou o governante do Limbo, uma dimensão temporal. Immortus tem um relacionamento complicado com Kang, que muitas vezes acaba sendo uma ameaça para ele.

Conheça as origens de Kang, o Conquistador
Immortus


Há quem confunda Kang com o Doutor Destino pela leve semelhança das armaduras dos dois. No entanto, eles são personagens diferentes, com motivações e origens distintas. Em uma das suas inúmeras versões, é dito que o visual de Kang foi criado em uma história do Quarteto Fantástico, quando então o viajante do tempo acabou topando com o próprio Victor Von Doom.

Conheça as origens de Kang, o Conquistador


Embora todos esses personagens tenham em comum a habilidade de manipular o tempo e o espaço, cada um deles tem sua própria personalidade e motivações. A relação entre eles é muitas vezes complicada e pode envolver alianças temporárias ou conflitos diretos. Compreender a diferença entre esses personagens é fundamental para entender as histórias em que eles aparecem.

A revelação de que Kang é Nathaniel Richards é um elemento importante na construção da história do personagem, e tem sido explorada em diversas histórias desde então. Ela permite que os roteiristas explorem a relação de Kang com os personagens do Universo Marvel de maneiras mais profundas, ao mesmo tempo em que adiciona uma camada de mistério à sua personalidade.

Versão para o cinema

Conheça as origens de Kang, o Conquistador


Embora o personagem esteja fazendo a sua primeira aparição nas telas do cinema em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, uma das versões de Kang já deu as caras na primeira temporada de Loki, a série da Disney +.

Vivido pelo ator Jonathan Majors (de Lovecraft Country e que também estará em Creed III), Kang promete ser O grande vilão da quinta fase do MCU, algo que o Thanos desempenhou muito bem nas três primeiras fases do estúdio. 

Conheça as origens de Kang, o Conquistador
Jonathan Majors


Cheio de camadas a serem exploradas — em especial, a manipulação do multiverso —, o personagem criado nos anos 60 pela dupla Stan Lee e Jack Kirby tem tudo para ser o principal adversário dos heróis Marvel nas fases vindouras do estúdio. A questão é se vão saber trabalhar com ele. 

Fica a nossa torcida.

Vingadores Para Sempre pode ser adquirida através do link abaixo (CLICA NA IMAGEM). Em termos de detalhamento do personagem Kang, é uma das mais completas obras produzidas ao longo dos seus quase 60 anos de existência!


Vingadores para Sempre


NAMASTE!

23 de março de 2022

10 Melhores Filmes do Oscar 2022

10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Como já se tornou tradição no Blog do Rodman, mês de março é para falar de Oscar, então 'bora fazer um top 10 por ordem de preferência das produções indicadas esse ano para o grande prêmio da noite, o de Melhor Filme.

And the Oscar goes to…

 

10 - "Belfast"

10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Passado no final dos anos 60 e tendo como foco principal o cotidiano de uma família comum da Irlanda, Belfast é praticamente uma autobiografia do diretor e roteirista norte-irlandês Kenneth Branagh, que em sua infância, viu de perto as implicações de uma verdadeira guerra civil entre protestantes e católicos naquela mesma década.

Filmado em grande parte em preto branco e com uma fotografia capaz de capturar com bastante precisão as nuances dos cenários de época, Belfast retrata fielmente um período conturbado da história irlandesa — a guerra santa citada anteriormente no texto e que mais tarde, originou canções como "Sunday Bloody Sunday", do U2 —, embora esse conflito não seja o que mais importa na trama.

Na história, acompanhamos as aventuras de um menino de 9 anos chamados apenas de “Buddy” — com o ator mirim Jude Hill representando o próprio Branagh — vivendo num bairro de subúrbio com seu irmão mais velho, os pais e os avós. Ele vai à escola, conhece seu primeiro amor, participa de confusões com uma prima mais velha e se torna alvo de uma gangue perigosa que quer punir o seu pai apenas por sua escolha religiosa.

O pai do garoto, um carpinteiro que está sempre viajando a trabalho, é vivido pelo ator Jamie Dornan (mundialmente conhecido por seu papel de Christian Grey na série de filmes Cinquenta Tons de Cinza) e tem uma ligação importante com o personagem principal, apesar de parecer ausente. Já a mãe (Caitriona Balfe), é obrigada a segurar as pontas em casa com os dois filhos enquanto os conflitos armados passam a eclodir com cada vez mais frequência na vizinhança, até então, pacata.


10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Se focasse no conflito entre protestantes e católicos em si , Belfast seria apenas mais um dos tantos filmes sobre guerras civis, mas como mira na visão inocente de uma criança em meio a um conflito violento de fundo religioso, a produção ganha vários pontos extras por seguir por um caminho menos comum em Hollywood e mais agradável.

Indicado ao prêmio de Melhor Filme e ao de Melhor Diretor para Keneth Branagh, Belfast também concorre a Melhor Roteiro Original, além da estátua de Melhor Atriz Coadjuvante para a veterana Judi Dench (a “M” da série de filmes 007), que apesar de seu talento inegável já provado tantas vezes em outras obras, aqui, não me parece justificável a indicação, já que seu papel é bem econômico como a vó bondosa do menino Buddy e sem grande destaques de atuação.

Belfast ainda não estreou em nenhuma plataforma de streaming e pode ser visto apenas em alguns cinemas menos populares e em sessões de horários duvidosos.


9 - "Amor, Sublime Amor"

10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Faltava um musical na incrível carreira de filmografia de Steven Spielberg. Agora não falta mais.

Tive grande resistência em comprar a ideia de Amor, Sublime Amor quando assisti ao trailer e só aceitei a tarefa de ver o longa quando me impus a obrigação de, pela primeira vez na história do Oscar, gabaritar a lista de indicados a Melhor Filme.

Eu sempre tive muita preguiça para musicais e ao longo dos meus anos de cinéfilo pipoca, deixei passar em branco vários nomes do gênero como Moulin Rouge, Chicago e Os Miseráveis por puro preconceito.

Ok, eu fui ao cinema assistir La La Land, mas em grande parte por conta do diretor Damien Chazelle que tinha me ganhado em Whiplash: Em Busca da Perfeição, filme que considero o ápice da atuação de um ator — J.K. Simmons —, mas isso não terminou com a minha cisma em assistir musicais.

Falando de Amor, Sublime Amor, é difícil comparar com outros filmes dirigidos pelo Spielberg já que nenhum deles sequer se assemelha com o que o diretor veterano nos trouxe em 2021, por isso, a crítica só pode ser feita com base no que podemos ver ao longo das 2h36 de projeção.

O musical é outro dos exemplos desse ano que poderia ter pelo menos uns trinta minutos a menos, já que a história de Romeu e Julieta do casal principal passada no final dos anos 50 é bastante insossa e bem menos interessante que a dos personagens coadjuvantes que acabam roubando a cena.

Os personagens de Ansel Elgort e Rachel Zegler não são bem desenvolvidos e se tornam desinteressantes logo no início do longa, quando acabam sendo ofuscados pelo casal Anita (Ariana DeBose) e Bernardo (David Alvarez), dois porto-riquenhos radicados em Nova York que são obrigados a enfrentar toda o preconceito da vizinhança local e que chamam todos os holofotes da história para si com seu jeitão explosivo.


10 Melhores Filmes do Oscar 2022


No enredo, Tony (Ansel Elgort) faz parte de uma gangue de americanos denominada “Jets” e que tem uma rixa quase que pessoal com o bando de Bernardo, o líder dos porto-riquenhos. Ao conhecer Maria (Rachel Zegler), que é a irmã de Bernardo, Tony acaba se apaixonando pela menina e decide colocar de lado suas convicções para viver o seu amor, coisa que não é vista com bons olhos por Riff (Mike Faist) o líder dos Jets.

Como toda boa encenação do clássico romântico de Shakespeare, é claro que a história acaba em tragédia, mas até lá, nós conseguimos desfrutar dos números musicais impressionantes filmados em plano aberto e que mostram que, mesmo aos 75 anos, o velho Spielberg continua afiado atrás das câmeras, provando que não há gênero no cinema que ele não possa dominar.

Destaque para a atriz Ariana DeBose (que merecidamente está disputando o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante) tanto por sua atuação dramática quanto por sua expressão corporal na dança. Nunca tinha visto uma atriz se entregar tanto a um papel de dançarina como vi em Amor, Sublime Amor. Palmas e mais palmas. O filme vale acima de tudo pelos números musicais que ela comanda.  

Amor, Sublime Amor está no catálogo do Disney +.

  

8 - "Duna"

10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Adaptado da obra escrita pelo norte-americano Frank Herbert para uma série de livros iniciada na década de 60, a megaprodução Duna de Denis Villeneuve é a segunda tentativa de levar a saga do jovem Paul Atreides aos cinemas. A primeira aconteceu em 1984 e foi dirigida por David Lynch num filme considerado por muitos como aquém à obra da qual se origina.

Parte de uma série já anunciada pelo próprio diretor antes mesmo do primeiro filme estrear, Duna conta a história do jovem brilhante e herdeiro de uma família real Paul (Timotheé Chalamet), considerado por muitos como um messias e que tem como sua primeira missão viajar para um planeta arenoso hostil a fim de garantir o futuro de seu povo, além de salvar os próprios pais.

Com ares de superprodução e um orçamento idem — US$ 165 milhõesDuna é o representante mais caro a fazer parte da lista oficial dos dez indicados à estatueta de Melhor Filme na cerimônia do Oscar e também o que mais destoa dos demais concorrentes por parecer mais com um blockbuster produzido para faturar milhões nas bilheterias mundiais do que necessariamente ser algo mais artístico.

Apesar da série de livros Duna ter inspirado muitas das obras cinematográficas que se tornaram famosas nas décadas seguintes — incluindo Star Wars —, hoje todo o roteiro e seu lance de “o escolhido”, "jornada do herói" e “guerra espacial” soa como uma grande cópia de centenas de outras que já estamos cansados de ver por aí, o que causa certo desinteresse a seu enredo.

Por se tratar do começo de uma nova saga, também é bem claro que a história do filme por si só parece não conseguir se sustentar, já que faltam pedaços da narrativa para que seu entendimento seja completo. Além disso, Duna é longo em excesso e se perde no ritmo em vários momentos, se tornando sonolento e chato.

A produção de cenários, vestuário e efeitos digitais, no entanto, é um ponto indiscutível no Duna de 2021. Villeneuve não quis economizar no quesito qualidade e o resultado ficou impressionante, mesmo para quem, à revelia do pedido do próprio diretor, não conseguiu ver a sua obra-prima na tela do cinema em IMAX. A meu ver, a junção de efeitos práticos e cenários reais sem a muleta do chroma-key foi um dos grandes acertos da “película” e fez jus ao que tanto alardearam sobre visual magnífico do filme.


10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Além de Melhor Filme — o que dificilmente deve levar —, Duna também concorre a Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Figurino, Melhor Trilha Sonora — para Hans Zimmer —, Melhor Som, Maquiagem e Cabelo, Melhor Design de Produção, Melhor Edição, Melhor Fotografia e Efeitos Visuais, categoria em que vai bater de frente com Homem-Aranha: Sem Volta para Casa e Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, ambas produções da Marvel/Disney.

É muito provável que Duna faça a limpa nessas categorias mais técnicas como maquiagem, som e edição e seria o grande triunfo pessoal de Villeneuve vencer na categoria Efeitos Visuais depois de dizer que os filmes da Marvel/Disney não passam de “cópia e cola uns dos outros, o que guardada as devidas proporções, não deixa de ser uma verdade incômoda.

Duna está disponível no catálogo da HBO Max, mas ninguém deve assistir pela TV a pedido de Denis Villeneuve. Se você não viu no cinema, não veja mais em lugar nenhum.  

 

7 - "Licorice Pizza"

10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Até bem metade do filme, eu não tinha entendido qual era a de Licorice Pizza ou o que o diretor e roteirista Paul Thomas Anderson estava propondo contar com sua história, até que me dei conta que não havia nenhuma trama mais elaborada a ser desvendada. Assim como muitas outras obras de seu extenso currículo, o diretor norte-americano estava preocupado apenas em contar uma história de amor passada nos anos 70 e nada mais além disso.

Com um roteiro simples, ótimas atuações de um elenco jovem e desconhecido do grande público, Licorice Pizza é o mais despretensioso dos indicados ao prêmio de Melhor Filme do Oscar e que exatamente por isso, talvez, se torne um forte candidato a levar a estátua.

No enredo, acompanhamos as aventuras de um ex-ator mirim menor de idade interpretado por Cooper Hoffman que se apaixona quase à primeira vista pela já experiente Alana Kane (Alana Haim) durante uma sessão de fotos na escola e passa a tentar de tudo para se aproximar dela, inclusive usar de toda a sua lábia.


10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Os dois se tornam parceiros de negócios e embora fique claro ao expectador que eles se gostam, ambos acabam vivendo várias situações que os afastam sempre que estão muito perto de concretizar o que sentem um pelo outro.

Por ser protagonizado por dois jovens “fora do padrão de beleza hollywoodiano” — ele mais rechonchudo com uma tremenda cara de adolescente de trinta anos e ela de nariz alongado e feição judia —, Licorice Pizza ganha vários pontos ao nos apresentar um relacionamento cotidiano entre duas pessoas comuns. Até os diálogos entre eles soam bastante naturais, quase como se não tivessem sido escritos para personagens de um filme e sim ditos por um vizinho ou um parente nosso.

A naturalidade é tão grande que personagens e atores se mesclam. Alana Haim, a protagonista, não só compartilha o mesmo nome que a sua personagem como também a sua família, já que o seu pai (Moti Haim) no filme e as suas irmãs na história, são também seus familiares na vida real, o que obviamente, contribui para o citado tom “comum” que o enredo procura passar o tempo todo.

Licorice Pizza — cujo nome eu custei a entender o significado mesmo correndo atrás de fontes seguras — está indicado ao Oscar de Melhor Direção e a Melhor Roteiro Original — escrito pelo próprio Paul Thomas Anderson —, além de Melhor Filme e ainda não está disponível em nenhuma plataforma de streaming oficial.

Se vira aí pra assistir, mané!


6 - "O Beco do Pesadelo"

10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Fazia algum tempo que eu não assistia a um filme dirigido pelo mexicano Guillermo del Toro, mas com O Beco do Pesadelo, eu me surpreendi pela maneira como ele conseguiu fugir do estigma de sempre nos apresentar histórias com elementos fantásticos e criaturas monstruosas em seus trabalhos.

Ambientado na época pós-Primeira Guerra Mundial, o roteiro baseado no livro Nightmare Alley de William Lindsay Greshaw conta a história do ambicioso vigarista Stanton Carlisle (Bradley Cooper) que tem um talento nato em manipular pessoas e que decide usar isso para fazer fortuna. Unido a uma clarividente e seu marido mentalista após uma apresentação circense, Carlisle encontra seu destino final quando tenta aplicar o golpe da sua vida num poderoso magnata com a ajuda da psiquiatra dele, em cena, vivida por Cate Blanchett.


10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Com uma fotografia suja, planos longos e uma duração entediante de 2h20, o filme acaba sendo desnecessariamente arrastado e confesso que tive que assistir como uma série em “três episódios” para não me render totalmente ao sono.

Como entretenimento, fica aquém do que esperamos para uma história baseada em fatos, mas entrega boas atuações de Bradley Cooper — esnobado pela academia mais uma vez —, o sempre ótimo Willem DaFoe, Rooney Mara como a partner de apresentações mentalistas de Stanton e claro, Cate Blanchett, que nunca decepciona.

O filme está disponível no catálogo da Star +.  

 

5 - "Ataque dos Cães"

10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Dirigido pela neozelandesa Jane Campion, Ataque dos Cães ("The Power of the Dog") chega como um dos favoritos à noite do Oscar e tem fôlego extra para bater de frente com outros dos grandes concorrentes ao prêmio de Melhor Filme, ainda mais depois de ganhar duas das principais categorias do Globo de Ouro, a de Melhor Filme e Melhor Direção.

Na história, um fazendeiro linha-dura interpretado por Benedict Cumberbatch trava uma guerra de ameaças contra a nova esposa do irmão mais novo George (o Matt Damon genérico Jesse Plemons) e decide fazer da vida da moça (interpretada por Kirsten Dunst, a Mary Jane da trilogia Sam Raimi do Homem-Aranha) e de seu filho (Kodi Smit-McPhee, o Noturno de X-Men Apocalipse e Fênix Negra) um verdadeiro inferno.


10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Toda a rudeza do personagem de Cumberbatch e a sua aparente falta de tolerância ao jeito mais sensível do garoto serve, no entanto, para ocultar segredos antigos do fazendeiro, algo que acaba vindo à tona quando, enfim, os dois começam a se aproximar.

Embora tenha optado por uma abordagem mais direta ao enredo original do livro na qual a história é baseada — ocultando, por exemplo, que o personagem Phil teria sido responsável pela morte do pai do garoto Peter —, a direção de Ataque dos Cães é precisa em abordar o tema homossexualidade como ele seria tratado na época em que os fatos são narrados — metade da década de 1920 — e não deixa nada subentendido a quem está assistindo com atenção.

Com uma fotografia incrível e uma direção de elenco firme, Campion mostra que tem o filme inteiramente sob seu controle e nos presenteia com uma história muito bem narrada e muito bem interpretada.

Apesar disso, nenhuma das indicações de premiação ao elenco parece se justificar, já que nenhum deles se destaca necessariamente em seus papéis ou mesmo interpreta cenas inesquecíveis, daquelas a que estamos acostumados a ver no Oscar. 

Indicado ao prêmio de Melhor Ator, Cumberbatch dificilmente deve superar os trabalhos de Denzel Washington (indicado por A Tragédia de MacBeth) ou Will Smith, que levou o Globo de Ouro por seu papel em King Richards: Criando Campeãs. Já Kirsten Dunst, embora não decepcione, tem um papel muito econômico em Ataque dos Cães para conseguir bater de frente na categoria com Ariana DeBose (Amor, Sublime Amor) ou Aunjanue Ellis, que faz dupla com Will Smith em King Richards.

O filme tem ao todo 12 indicações ao Oscar e faz parte do catálogo da Netflix desde 2021. Para uma noite insone, vale a conferida.


4 - "Não Olhe Para Cima"

10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Lançado no final de 2021 pela Netflix, Não Olhe para Cima ("Don't Look Up") do diretor Adam McKay (de “Vice” e “A Grande Aposta”) ganhou rapidamente os trending topics por conta da semelhança da história com a nossa realidade atual em que a ciência é ridicularizada pelos “especialistas” de internet e também pelos negacionistas que nos governam — com alguns deles fazendo até campanha contra vacina.

Na história, dois astrônomos medíocres — vividos pelos astros Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence — descobrem que um meteorito está em rota de colisão com o planeta Terra e decidem alertar as pessoas que o resultado dessa “visita inesperada” pode ser a extinção global.

De maneira inacreditável, a descoberta dos cientistas não causa a comoção esperada na população e da presidente dos Estados Unidos (brilhantemente interpretada pela inoxidável Meryl Streep) ao cidadão mais comum, a vinda de um meteoro é encarada apenas como mais uma “Fake News”, gerando no máximo alguns bons memes na internet.


10 Melhores Filmes do Oscar 2022


A galera no Twitter no mundo real se viu conectada instantaneamente à história, já que o filme parece retratar de maneira fiel a nossa própria realidade durante a pandemia de Covid-19, em que lemos e ouvimos as maiores atrocidades vindas de autoridades que tentaram com muito custo banalizar os estudos de especialistas ligados à ciência que alertavam sobre os perigos da doença.

Com seu filme, McKay estava fazendo uma crítica ferrenha aos Estados Unidos e ao governo estapafúrdio de Donald Trump que tinha como grande meta levantar bandeiras como o negacionismo científico — inflando o combate a seus opositores democratas com notícias falsas deflagradas por seus próprios meios —, mas a carapuça serviu muito bem para quem tem vivido num país chamado Brasil nos últimos três anos e que tem sido vítima de um governo que, assim como o Chacrinha, não está aqui para explicar e sim para confundir.


10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Com poucas chances de levar a estatueta de Melhor Filme por seu teor de chacota, Não Olhe Para Cima também disputa o prêmio de Melhor Roteiro Original — escrito por Adam McKay — e apesar de ser uma sátira excelente com nomes como Cate Blanchett, Jonah Hill, Ron Pearlman e Timotheé Chalamet no elenco estelar, a produção deve passar em branco na premiação.

Como dito anteriormente, Não Olhe Para Cima consta no catálogo da Netflix.

 

3 - "King Richard: Criando Campeãs"

10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Contando a trajetória de vitórias que permeou as carreiras das tenistas Serena e Venus Williams desde a sua infância, King Richards: Criando Campeãs do diretor Reinaldo Marcus Green é o “filme de superação” da lista, categoria muito comum todos os anos no Oscar.

Baseado na história real das duas irmãs que se tornaram os maiores nomes no tênis mundial de todos os tempos, o filme coloca o já tarimbado Will Smith no papel de Richard Williams, um pai dedicado e determinado a tornar suas duas filhas em lendas no esporte comumente praticados por pessoas brancas.

De uma maneira muito cativante e não poupando o espectador de nenhuma nuance ao longo da carreira das duas meninas — mesmo as negativas —, o filme retrata o personagem de Smith como um dos grandes pilares na criação das duas máquinas de ganhar títulos que se tornaram Venus e Serena a partir dos anos 90.

Em uma atuação sólida e nem um pouco caricata, Will Smith prova de uma vez por todas que está pronto para fazer parte do hall da fama dos maiores atores da sua geração e que chegou a sua vez de mostrar que ele é muito mais do que Um Maluco no Pedaço, Hancock ou outros personagens mais farofas que ele protagonizou ao longo da carreira.

Igualmente fantástica, ao lado de Smith em cena está Aunjanue Ellis, atriz que interpreta Brandi, a mãe de Serena e Venus. Os dois protagonizam juntos cenas de discussão e enfrentamento com muita tensão, do tipo que são particularmente destacados durante a cerimônia do Oscar. Não me espantaria se ela levasse o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante que disputa com as já citadas Ariana DeBose e Judi Dench, o que seria até bem justo devido a sua atuação talentosa.


10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Destaque também para as jovens atrizes que dão vida à Venus (Saniyya Sidney) e Serena (Demi Singleton) da infância à adolescência. 

As duas meninas entregam grandes atuações nas cenas dramáticas e provam que também dão conta na parte física, representando com perfeição as tenistas que homenageiam. As cenas de competição em quadra são as mais bem-executadas que já vi em um filme sobre esporte. Em nenhum momento parece que as jogadas filmadas são coreografadas ou soam robóticas e ensaiadinhas. É como se as garotas estivessem em uma competição de tênis de verdade e esses momentos de preciosismo técnico fazem valer o filme em toda a sua duração de 2h24 minutos.

King Richards: Criando Campeãs está disponível no HBO Max.

 

2 -  "No Ritmo do Coração"

10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Eu tendo a me tornar parcial quando um filme consegue me emocionar durante a sua execução e depois das lágrimas derrubadas, é difícil falar da produção como um todo com um olhar mais crítico. Dito isso, ainda assim, No Ritmo do Coração é facilmente um dos meus preferidos para levar o prêmio de Melhor Filme na noite da cerimônia do Oscar e nada é capaz de mudar a minha opinião.

Dirigido pela praticamente estreante diretora estadunidense Sian Heder, "CODA" (no original) é um casamento perfeito entre história bem contada, personagens cativantes e atuações primorosas de um elenco afiadíssimo, o que faz com que as duas horas de reprodução — e com 1h51 minutos ele é um dos mais curtos da lista aqui citada — passem suaves diante dos nossos olhos.  


10 Melhores Filmes do Oscar 2022


No enredo, a jovem Ruby (Emilia Jones) é a única pessoa que ouve em uma família de surdos e a garota decide seguir firme o seu grande sonho de se tornar uma cantora de renome. Dividida entre o seu amor pela música e as suas obrigações com a empresa de pesca da família, Ruby ainda acaba se apaixonando pelo jovem Miles (Ferdia Walsh-Peeloem sua jornada atribulada rumo ao sucesso, o que torna ainda mais difícil as escolhas que ela terá que fazer em sua vida.

A sinopse soa de uma maneira dramática, porém, é surpreendente como a história acaba criando diversas situações hilárias ao longo do filme, algumas de causar gargalhadas mesmo, especialmente as protagonizadas pelos pais de Ruby, o casal Frank (Troy Kotsur, ator surdo indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante) e Jackie (Marlee Matlin, atriz surda que venceu na categoria Melhor Atriz em 1986, por seu papel em "Filhos do Silêncio").


10 Melhores Filmes do Oscar 2022
Daniel Durant, Marlee Matlin, Troy Kotsur e Emilia Jones


O romance entre Ruby e Miles permeia boa parte da trama, mas a busca da garota pelo sonho de ser cantora nos faz torcer genuinamente por ela, além do que a cena final de sua audição para entrar na universidade de música, se apresentando para a família em libras, é de fazer chorar.

Apesar da sua atuação primorosa contracenando tanto com os atores “ouvintes” quanto soltando a voz de verdade ao cantar as músicas do filme, além da sua dedicação com os sinais complicadíssimos das libras, a jovem atriz Emilia Jones não está indicada a nenhum prêmio do Oscar, mas merece uma citação, já que todo o carisma de seu personagem se dá por conta de seu talento inegável para o drama e para o humor.

Troy Kotsur também tem páreo duro pela frente concorrendo com grandes nomes do cinema como J.K. Simmons (indicado por Apresentando os Ricardos), Jesse Plemons (Ataque dos Cães) e o veterano Ciarán Hinds (Belfast), mas não seria nenhuma injustiça se Kotsur acabasse sendo condecorado, uma vez que seu papel é maravilhosamente bem conduzido ao longo de toda a história.

No Ritmo do Coração disputa também o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado e o filme está disponível no Amazon Prime.


1 - "Drive My Car"

10 Melhores Filmes do Oscar 2022


No ano em que Parasita de Bong Joon-ho levou o Oscar de Melhor Filme e Melhor Direção, um paradigma foi quebrado em Hollywood e isso tornou possível que filmes estrangeiros também pudessem concorrer ao maior prêmio do cinema “mundial” nos Estados Unidos. 

Até aquele ano, a Academia de Cinema costumava premiar apenas produções caseiras e raramente dava destaque a coisas feitas além das fronteiras estadunidense. Central do Brasil e Cidade de Deus que o digam!

Em 2022, o japonês Dirija Meu Carro de Ryusuke Hamaguchi chega com chances reais de vencer na categoria Melhor Filme e não só porque o sul-coreano Parasita conseguiu antes dele e abriu portas, mas sim porque ele é com segurança o melhor entre os dez indicados à categoria. Simples assim.


10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Contando uma história delicada sobre luto num cenário mundialmente conhecido pelos ataques de uma das bombas atômicas que encerraram a Segunda Guerra Mundial em 1945 — Hiroshima —, Drive My Car narra a trajetória de um ator e diretor teatral que é convidado a reencenar uma peça de Tchécov em que a sua esposa falecida trabalhou boa parte da vida.

Para superar todos os fantasmas deixados pela morte dolorosa da mulher e os mistérios envolvendo o seu relacionamento conturbado, Yusuke (Hidetoshi Nishijima) mergulha de cabeça em seu trabalho dois anos após o fato que o abalou e isso faz com que seu destino acabe se cruzando com a motorista particular Miura (Misaki Watari), uma jovem bastante introspectiva com um passado de muitas perdas e de muita solidão.


10 Melhores Filmes do Oscar 2022


Diferente de outros títulos da lista de Melhor Filme, com quase três horas de duração, Drive My Car é tão bem dirigido, que cada minuto transcorrido na projeção acaba valendo a pena. Mesmo em passagens longas dentro do carro — e o filme não tem esse nome “dirija meu carro” à toa —, mostrando apenas as expressões do personagem principal ou contemplando os cenários numa fotografia competente, ainda assim, o filme é bem interessante, nos convidando a uma contemplação mais intimista que só mesmo uma obra oriental poderia nos proporcionar.

Na vida real, eu tenho pavor a respostas curtas em diálogos cotidianos de pessoas próximas e simplesmente detesto o silêncio muito longo em conversas.

O personagem Yusuke é claramente um cara que internaliza seus problemas e que tem dificuldades para se expor. Seus diálogos com outras pessoas são cheios de respostas curtas e objetivas em excesso, mas essas características são tão bem apresentadas desde o começo da história, que em nenhum momento isso se torna um problema enquanto assistimos ao filme. Pelo contrário. A gente entende logo de cara que é o jeito dele e por isso, o acaba respeitando.

A sinopse do filme já fala sobre a história de luto do personagem, mas como eu não tinha lido nada antes de assistir e só tinha visto o trailer — que a meu ver, não diz ABSOLUTAMENTE NADA sobre o enredo —, confesso que fui pego de surpresa quando a esposa de Yusuke, Oto (Reika Kirishima), morre repentinamente. Com seu jeito delicado — mesmo nas cenas não-explícitas de sexo — e a interpretação suave, Kirishima nos faz criar uma ligação com a sua personagem desde a primeira aparição — ela literalmente abre o filme — e apesar de ela continuar presente na história até o fim — de uma maneira muito especial —, não tem como não ficar chocado com a sua saída da vida de Yusuke.

Aliás, é necessário um tópico especial para elogiar o elenco feminino desse filme. Além de Reika Kirishima, o outro grande nome de Drive My Car é o de Misaki Watari que é perfeita como a motorista Toko. É muito raro nos identificarmos com personagens quietos em demasia com dificuldades de se expressar, mas a simples presença da garota já causa conforto nas cenas em que aparece, além de que todo o seu plot com o passado envolvendo a mãe austera é extremamente tocante — o que acaba causando grande mudança no protagonista Yusuke.

Outra que rouba a cena mesmo não dizendo uma só palavra por interpretar uma personagem muda, é a atriz sul-coreana Park Yoo-Rim, a Lee Yu-Na.


10 Melhores Filmes do Oscar 2022
Park Yoo-Rim e Janice Chan


No filme, ela é a esposa de um dos produtores da peça que Yusuke está dirigindo e que ganha um dos papeis após uma apresentação contundente em libras. Por ser coreana e não entender japonês, ela acaba sendo obrigada a interpretar em coreano conforme o marido traduz o que ela diz por sinais aos membros japoneses da audição, mas é num dos outros ensaios da peça — a que acontece ao ar-livre, num parque — que Lee Yu-Na acaba conquistando o coração de todos, em uma troca muito singela de atuação com a outra atriz do elenco, a taiwanesa Sonia Yuan (Janice Chan).

Mesmo sem entender, de fato, o que a peça encenada quer dizer, é possível compreender o sentimento envolvido no texto apenas pelos gestos de Lee e Park Yoo-Rim faz tudo de um jeito tão doce que não tem como não acabar morrendo de amores pela atriz.


10 Filmes Oscar 2022


É difícil descrever o quão bonitas são as cenas em que Park Yoo-Rim encarna a sua personagem muda e como é comovente a maneira como ela se expressa em libras. Os gestos firmes e ao mesmo tempo delicados, a sua fisionomia e todo o conjunto me deixou bastante encantado tanto pelo personagem quanto pela atriz que a interpreta. 


"Cada dia é muito divertido agora..."


Aliás, a metalinguagem presente em Drive My Car é um ponto importante a se discutir, já que estamos assistindo a atores de cinema interpretando atores dentro de uma peça de teatro. Chega uma hora que tudo se funde e acabamos esquecendo o que é realidade e o que é fantasia no enredo.

A representatividade está bastante presente no filme com a atuação de atores de fora do Japão na história, diálogos em inglês, coreano e até mandarim. A incorporação das libras é outro elemento interpretativo que ganha grande destaque no enredo de Drive My Car, algo que também é usado nos concorrentes No Ritmo do CoraçãoDuna, com a personagem Jessica de Rebecca Fergusson.

Se alguém me perguntasse “Rodman, qual seu favorito ao Oscar esse ano? ”, eu diria sem pestanejar Drive My Car por todo o conjunto da obra. Eu não só estou torcendo para que o filme leve o prêmio de Melhor Filme como acho também muito justo que ele supere os demais. Foi de longe a minha melhor experiência diante da tela entre todos os dez títulos. Terminei a projeção em lágrimas e filmes de arte que nos tocam dessa maneira tão particular devem ser melhor considerados que os demais. 

Além de Melhor Filme, a obra intimista de Ryusuke Hamaguchi disputa Melhor Direção e Melhor Filme Estrangeiro. No Brasil, infelizmente, não está disponível em nenhuma plataforma de streaming, mas vale muito a pena correr atrás, nem que por meios alternativos. Filme imperdível.

Nota 10.

NAMASTE!

30 de dezembro de 2021

COMBO BREAKER #015 – TITÃS, GAVIÃO ARQUEIRO E O MANDALORIANO

ESSE POST CONTÉM SPOILERS!



TITÃS – TERCEIRA TEMPORADA

Eu sou o Rod Rodman e eu sei que já deveria ter desistido dessas séries merdas da DC, mas às vezes, assistir episódio por episódio é mais forte que eu. Vejo um, dois, quando percebo, já estou na metade da temporada, aí feito uma droga muito forte, não consigo mais largar!

Tem tratamento para isso, Rodman. Se chama séries da Marvel!

E eu acabo de perder os dois leitores dcnautas que eu ainda tinha aqui no Blog por conta desse comentário, jovem padawan!


Titãs temporada 3


Em 2021 estreou na HBO Max e na Netflix a terceira temporada de Titãs, série comandada por caras como Akiva Goldsman, Greg Berlanti — showrunner também das outras séries mequetrefes de heróis da CW — e o badaladíssimo Geoff Johns que, teoricamente, é o cara que entende de quadrinhos e que não devia deixar que as coisas desandassem como desandam nas três temporadas de Titãs.

Criada basicamente para escapar do conceito "heróis coloridos e bonzinhos" imortalizados na CW, Titãs já mostra desde a primeira temporada que a violência é o mote central dos episódios, o que já faz com que seu espectador mais atento consiga equiparar a série com os filmes mais adultos e realistas iniciados nos cinemas com Man of Steel do visionário diretor Zack Snyder.

Sim… eu usei de sarcasmo no último parágrafo, caso você não tenha percebido, leitor.

Na primeira temporada, acompanhamos um jovem Robin/Dick Grayson (Brenton Thwaites) — agora detetive da polícia de Detroit — tentando escapar da sombra de seu mentor Batman/Bruce Wayne por, em suas palavras, “estar ficando parecido demais com ele” nos métodos de combate ao crime. 

Enquanto Dick desiste gradativamente da sua identidade de Menino-Prodígio, o Batman — que na Season 1 só aparece como um vulto e sem um ator definido por trás da máscara — arranja um substituto para ele e é quando conhecemos o Robin/Jason Todd (Curran Walters), que disparado, é o melhor personagem da temporada.


Titãs temporada 3


Sim. Eu, que sempre detestei esse personagem de merda, admito que o Jason Todd da série é o melhor personagem dela, o que diz muito sobre o enredo em si!

Em paralelo aos dramas inúteis de um Dick Grayson descaracterizado totalmente dos quadrinhos — violento, sem carisma ou qualquer tipo de senso de humor —, nós também acompanhamos a chegada da adolescente Rachel Roth (Teagan Croft) uma garota que acha que é órfã de mãe e que vê a mulher que a criou desde pequena ser morta na sua frente, durante o que parece ser uma tentativa de sequestro. 

Titãs temporada 3


Rachel sente que uma força muito poderosa tenta dominá-la e sem entender bem os seus dons malignos, ela foge para Detroit. Na cidade do Robocop, a menina de cabelos roxos  acaba se encontrando com Dick, alguém que ela já conhecia de sonhos recorrentes onde ele aparecia ainda jovem lamentando a morte de seus pais, após o acidente com os artistas circenses Graysons Voadores.

Toda essa ligação entre Dick e Rachel, com ele tentando protegê-la ao mesmo tempo que procura descobrir quem, afinal, a está tentando raptar, torna a série minimamente assistível nos primeiros capítulos e nos faz querer seguir em frente apesar dos efeitos toscos e das atuações "marromenos".


Titãs temporada 3
Mutano, Rapina e Columba


Nessa temporada, alguns episódios como o 4 “Patrulha de condenados” — que nos apresenta à Patrulha do Destino, que mais tarde ganharia uma série própria — conectando o personagem Gar Logan (Ryan Potter) ao grupo de desajustados — como nos quadrinhos —, o 8 “Donna Troy” que introduz a jovem amazona na série (interpretada por Conor Leslie), o 9 “Hank e Dawn” que nos conta mais do passado cheio de traumas dos heróis Rapina (Alan Ritchson) e Columba (Minka Kelly), além do episódio 11 “Dick Grayson” que encerra a temporada mostrando uma realidade alternativa onde Dick se casou com Dawn e teve uma vida feliz, são os grandes destaques de uma série que demora a engrenar e que se perde entre a sua metade e o seu final.

É difícil se importar, por exemplo, com todo enredo que envolve a Koriand’r (Anna Diop), que é de longe uma das melhores atrizes do elenco, mas cuja história é insossa e desinteressante para quem está acompanhando o resto das tramas envolvendo os personagens mais urbanos. 


Titãs temporada 3


Cara, ela é uma alienígena, mas em nenhum momento a vemos agindo como uma ou tendo dificuldade em se adaptar aos costumes humanos. É como se ela fosse de outro país de língua inglesa e não de outra galáxia. Tirando seus dons sobre o fogo, ela age quase que 99% do tempo como uma humana qualquer. Mesmo quando se refere a seu planeta Tamaran — o que não acontece até o final da primeira temporada — é difícil ser convencido que a mulher de cabelo rosa é uma alien refugiada em nosso planeta.

Como eu disse, a atriz é excelente para o papel — e diferente da opinião de alguns nerdolas que reclamaram de Diop ser negra e não "combinar" com a Kory das HQs, a cor de sua pele não faz nenhuma diferença no enredo —, porém, se a personagem fosse uma adolescente recém-chegada na Terra e estivesse ainda se adaptando à nossa língua, aos nossos costumes e a nossos gostos específicos, faria bem mais sentido, até para a sua interação com os demais jovens titãs como a Ravena e o Mutano. No final das contas, além de fazê-la parecer uma prostituta de luxo — num dos visuais mais cafonas da série toda — e ir para a cama com o Dick — entre outros caras — não há nenhuma necessidade prática dessa Kory da série ser uma adulta. 

Mas até aí, isso é só cagação de regra deste que vos fala!

A segunda temporada tem uma inversão na ordem qualitativa, porque ela começa muito ruim com o péssimo episódioTrigon” — além do personagem em CGI horrível a maneira como as coisas se resolvem enquanto eles enfrentam um dos personagens mais grandiosos da DC é bem caída —, fica muito boa a partir do episódio 4 “Atlante” — que nos apresenta ao Aqualad… Você já tinha imaginado que veria o AQUALAD em versão live-action? —, nos mantém com aquela esperança de que a série finalmente engrenou até o episódio 9 “Reparação” — quando finalmente entendemos o que aconteceu ao Jericó (Chella Man), o filho do Deathstroke/Slade Wilson (Esai Morales) —, mas volta a pôr tudo a perder com episódios modorrentos como “Atrás das grades”, onde se sentindo culpado pelo que aconteceu com o amigo Jericó, Dick desiste de lutar contra o crime e soca um policial no aeroporto para ser preso. 🙄

Essa temporada também é marcada pelas estreias do Conner/Superboy (Joshua Orpin) e pela Rose Wilson/Devastadora (Chelsea Zhang), porém, nenhum deles recebe um tratamento adequado pelo roteiro, que se torna muito inchado de tramas e subtramas e acaba não conseguindo concluir nenhuma delas de maneira satisfatória.


Titãs temporada 3


Rose, que é a filha do Exterminador e que está infiltrada na “torre titã” a mando do pai — funcionando mais ou menos como a Terra do arco “Contrato de Judas” do Marv Wolfman nas HQs — até consegue ter bons momentos no enredo, em especial com o seu envolvimento sentimental com o temperamental Jason Todd, além dos seus conflitos com o pai, mas o Superboy é totalmente desperdiçado.

Covarde demais para nos apresentar um Superboy mais despojado e divertido como aquele criado nas HQs após a morte do Superman — que vivia no Havaí e usava jaquetinha — ou apelar de vez para o sujeito amargurado e descolado da realidade por ser um clone tanto do Homem de Aço quanto de Lex Luthor — como ele aparece muito bem retratado na animação Justiça Jovem —, o personagem de Orpin fica num limbo em que sua atuação horrível é tão apática quando a sua participação na história.


Superboy de jaquetinha


Assim como a Estelar não é uma alienígena perdida no nosso planeta, esse Superboy também não é uma criança num corpo de um adulto sarado — lindo, tesão, bonito e gostosão e isso precisamos admitir! —, ele só é alguém movido pelo ódio o tempo todo e que faz muita merda, mesmo quando não está sendo controlado pelo Projeto CADMUS, que na série, é comandada pela faz-tudo de Lex Luthor Mercy Graves (Natalie Gumede).

O desfecho da temporada até que tem uma ideia boa ao colocar o Superboy para ser o “vilão” final, mas a luta contra os Titãs é tão mal coreografada e tem efeitos visuais tão ruins que a morte de Donna Troy nem consegue nos abalar.

Titãs temporada 3

(Mentira… a cena do funeral dela causa um nó na garganta sim, mas isso porque eu gosto muito da atriz Conor Leslie que consegue dar alguma profundidade à sua Donna).

E depois desse resumo safado feito nas coxas, finalmente chegamos à terceira temporada




E putz…

Outro desperdício de conceito.

O arco do surgimento do Capuz Vermelho escrito nos gibis por Judd Winick e que ganhou até uma animação — que eu resenhei aqui em 2000 e blau — é bem amarradinho e conseguiu me entreter por algum tempo, numa época em que eu já tinha parado de acompanhar os quadrinhos da DC. Mesmo que passado alguns anos de seu lançamento e que todo mundo já conheça a história da ressurreição de Jason Todd, ainda assim, eu sinto que daria para que todo esse plot fosse muito bem adaptado para a série, o que para nossa infelicidade, acabou não acontecendo.


Titãs temporada 3


A impressão que tive é que os roteiristas tentaram deixar ainda mais sombrio e mais violento o único momento em que o Jason Todd se torna relevante na DC para a série, o que nem de longe fez com que o arco se tornasse interessante em live-action.

Na terceira temporada de Titãs, após quase morrer jogado de um prédio pelo Exterminador na segunda temporada, Jason acaba desenvolvendo um medo irracional da morte e passa a ter a sua já conturbada sanidade questionada pelo próprio Bruce Wayne (Iain Glen) que decide aposentar o Robin até que ele esteja mentalmente sadio — o que é irônico vindo de um PSICOPATA que se veste de morcego —, piorando ainda mais as inseguranças do garoto.


Titãs temporada 3


Para sanar o seu medo excessivo, Jason decide apelar para o cara que melhor controla aquele sentimento em Gotham City, é quando ele visita Jonathan Crane (Vincent Kartheiser) no Asilo Arkham, querendo que o ex-psicanalista crie uma fórmula que o faça deixar de ter medo.


Titãs temporada 3


O tiro, óbvio, sai pela culatra e Jason se torna dependente da fórmula “anti-medo” do Espantalho. Num rompante de brabeza e burrice causado por excesso de confiança, numa bela noite, o sidekick decide perseguir o Coringa, apesar das recomendações de Bruce para que ele não o faça sozinho. Como o esperado, o palhaço, o bobo, o joker, o curinga acaba emboscando o jovem Robin e como nas HQs, o mata na base do pé-de-cabra.

Nooossa, Rodman! Essa série é sangue no zóio mesmo! E voa os miolos? Dá pra ver o sangue jorrando?

Sem muita empolgação, jovem padawan seguidor da seita zacksnyderiana! A cena é mostrada de longe, o Coringa nem aparece direito e não há qualquer diálogo, apenas a risada do maníaco. Aliás, quanto à decisão dos roteiristas de incorporar alguns elementos do universo do Batman em Titãs e outros não é tudo muito dúbio nessa produção. Por que o merda do Espantalho pode ter um ator o interpretando a série toda e o Coringa, para dois ou três frames, não pode nem sequer ter um dublador para um diálogo antes de matar o Robin?

Deve ser para não ter comparação com a excelente atuação realizada pelo Jared Leto em Liga da Justiça e Esquadrão Suicida, Rodman. Todo mundo sabe que aquele trabalho é insuperável!




Deve ser isso mesmo!

Também como previsto, um novo vigilante aparece em Gotham pouco após a morte de Jason Todd tentando fazer justiça do seu jeito e ele se auto-intitula Capuz Vermelho. Para a surpresa de ninguém e sem querer fazer surpresa para os espectadores que porventura nunca tenham lido um gibi do Batman na vida, no mesmo episódio em que o Capuz aparece ele já se revela sendo Jason Todd e por razão nenhuma, ele está muito puto com Dick Grayson e os Titãs.


Titãs temporada 3
Pelo menos a roupinha de Capuz Vermelho ficou maneira!

Por mais que o plot seja manjado, seria bacana manter o “mistério da identidade do Capuz Vermelho” por pelo menos dois ou três episódios — já que a porra da série tem 13! —, mas os roteiristas mostram desde o início que o que importa mesmo para o enredo é transformar Jason em vilão gratuitamente, além dele servir de capacho do Espantalho, que o manipula o tempo todo usando a droga anti-medo para tê-lo sob controle.

Nas HQs, Jason tem todos os motivos do mundo para estar puto com o Batman e a sua bat-família, já que passado anos de sua morte, o seu pai adotivo não fez nada para punir o Coringa, o cara que o matou com requintes de crueldade — lembrando que depois da "massagem cerebral" com pé-de-cabra, o Coringa ainda explode a casa onde o Robin tá amarrado e indefeso! —, o que justifica — pelo menos em sua visão distorcida — a raiva que ele sente pela impunidade de seu assassino.


Titãs temporada 3
"Morte em família" o arco que Jason morreu


Nas HQs, faz sentido também que Jason use de métodos mais violentos para combater o crime à sua maneira quando veste o capuz vermelho, já que para ele, a forma do Batman de fazer justiça — dando soco em bandido e prendendo — claramente não funciona. Desta forma, Jason retorna fazendo uso de armas de fogo, algo que Bruce Wayne abomina. Além disso, ele é um inimigo físico muito bom para o próprio Batman, uma vez que foi treinado por ele e conhece a maioria dos seus truques.

Na série, nada disso justifica a raiva de Jason. Ele vai atrás do Coringa sozinho sem qualquer motivo plausível além da própria burrice, cai numa armadilha pra lá de besta e quando ressuscita, se volta contra os antigos aliados apenas porque SIM. Em alguns momentos, o roteiro usa da droga anti-medo para tentar justificar as atitudes equivocadas do garoto, mas às vezes, ele nem está sob o efeito dela e mesmo assim age como se odiasse Dick e sua turma.

Sem falar que os métodos “mais violentos” que o Capuz Vermelho usa em seu retorno pós-morte nem cola na série, já que nesse universo, TODOS os Titãs são assassinos violentos e não têm nenhuma moral para julgar o moleque. O próprio Batman MATA O CORINGA COM O PÉ-DE-CABRA, o que também anula completamente o ódio que Jason podia sentir por seu mentor “não ter feito nada” para vingar a sua morte.

Aiiin, Rodman, mas o Curran Walters é um bom ator, ele manda muito bem na série!

Isso realmente não podemos negar. Ao lado de Anna Diop, talvez Walters seja um dos que mais se destacam em atuação, porque ô série lazarenta pra ter ator ruim!

Além do desperdício de plot do Capuz Vermelho — cujo único episódio que vale mesmo a pena é o quinto chamado “Lázaro” —, a terceira temporada traz ainda a estreia da Barbara Gordon (Savannah Welch) — que se tornou a nova comissária Gordon após a morte de seu pai James — e da Estrela Negra (Damaris Lewis) que é a irmã renegada da Estelar e que começa a série aprisionada… POR UM ÚNICO AGENTE de uma agência que aprisiona alienígenas potencialmente perigosos, mas que, provavelmente, por falta de orçamento da produção, nunca dão as caras.


Titãs temporada 3


A Bárbara de Welch é um dos poucos acertos de Titãs, trazendo um frescor interessante às relações conturbadas de Bruce Wayne com a bat-família e ainda criando um shipp legal de torcer entre ela e Dick, uma vez que antes do encontro da moça com o Coringa — que nesse universo também a deixou aleijada com um tiro — os dois eram amantes e viviam roubando obras de arte pela cidade porque… sim. Os dois são jovens, bem treinados, têm grana, são sustentados pelos pais, o que mais eles poderiam fazer à noite além de roubar quadros famosos, não é mesmo?


😍


Dividida entre ceder aos sentimentos que ainda nutre por Dick e agir de maneira firme diante de seus comandados no DPGC coibindo as ações dos Titãs — que se mudam para a cidade depois que o Batman mata o Coringa e desaparece —, Barbara se encontra num dilema moral, o que em um dos episódios, inclusive, a faz perder seu emprego por agir mais com o coração do que com a razão.


Wakanda Forever... não, pera! Editora errada!


Já todo o arco envolvendo a Estrela Negra e a Estelar é um saco! 

Fica num vai-e-vem eterno entre elas agirem como irmãs que se amam e que se odeiam e nada na história das duas tamarianas faz algum sentido. O meio de campo fica ainda mais embolado com a revelação final de que os poderes de fogo da Estelar eram na verdade da Estrela Negra e que seus pais usaram magia de camponês para resolver a questão devido costumes locais de que a primogênita da família obrigatoriamente precisa possuir dons especiais para seguir a linhagem..

No final das contas, Estrela Negra rouba seus poderes de volta da irmã e a Estelar ganha… novos super poderes que ninguém perde um segundo do tempo da série para nos explicar quais são.

Ela faz bolas de energia, Rodman.

OK.

Para não dizer que tudo na trama tamariana é um completo desperdício de tempo de tela, Damaris Lewis é uma adição muito boa ao elenco de Titãs e o traje tamariano de combate que ela usa tem um design INFINITAMENTE melhor que o da Estelar. 


Titãs temporada 3


Morta ao tentar salvar a Columba de ser esmagada por uma torre de energia na temporada anterior, o corpo de Donna Troy é levado por seus pares até Themyscira e a Ravena a companha, acreditando que pode ressuscitar a amiga com seus poderes místicos. Mais da metade da temporada se passa até que ouvimos falar novamente das duas e num episódio muito do mal explicado e com uma produção pra lá de pobre para nos mostrar a Ilha Paraíso da Mulher Maravilha — que também nem dá as caras, assim como a rainha Hipólita ou a Ártemis… —, Ravena descobre que não tem o que é necessário para reviver Donna e que pasmem, a Moça-Maravilha está morta porque ela quer estar.

É no episódio 9 “Almas” que vemos então a luta de Tim Drake (Jay Lycurgo) para voltar à vida — depois de ser alvejado sem nenhuma razão pelo Espantalho — e no caminho, entre a vida e a morte, o garoto acaba se deparando com Donna Troy e Hank — que morreu explodido pelo Jason Todd —, que o ajudam a retornar para casa.


Titãs temporada 3
Jay Lycurgo como Tim Drake, o terceiro Robin


O conceito de limbo até que é bem interessante de ser tratado, mas outra vez, tudo é tão raso que quase nem conseguimos nos importar com a ressurreição de dois dos três personagens citados. 

Acho que de todos os defeitos dessa Season 3, a banalização do retorno de Donna Troy é o mais grave deles. 

Num momento, ela está morta em Themyscira, no outro, está no limbo lutando pela vida que ela nem quer mais e no instante seguinte, ela vai parar no castelo onde um Bruce Wayne suicida está tentando se matar queimado.

NADA FAZ SENTIDO!

Quando finalmente faz o caminho de volta para Gotham — já ressuscitada —, ela é confrontada fisicamente pela líder das amazonas — que não é a Hipólita — e ao chegar na cidade, ela mal tem tempo de procurar os amigos Titãs, já que é obrigada a ajudar Tim Drake — que ela só conheceu num trem entre a vida e a morte — a deter o caos que a cidade se tornou por conta dos efeitos da variante do gás do medo do Espantalho.

Nesse ínterim, ela reencontra a Ravena e o Mutano, mas quando se junta aos demais Titãs para melar o plano insano do Espantalho, não há sequer um momento de confraternização por ela ter se levantado do túmulo. Todos eles simplesmente cagam para o fato da amiga que estava morta há vários meses estar de volta. Ninguém liga!

“Oh, Donna, você voltou. Legal. Ajuda a gente aqui com esse psicopata que está tentando matar todo mundo em Gotham”.


Conor Leslie Donna Troy


CARA!

É amadorismo demais até para uma série padrão CW! Acho que até os roteiristas de The Flash conseguiriam dar mais vida a essa sequência toda de fatos envolvendo a morte/ressurreição de Donna, mesmo levando em consideração que Titãs tem metade dos episódios das produções da Warner e que deveria ser bem mais enxuta, como as séries da Marvel/Disney, por exemplo.

Eu nem ligo muito para os efeitos visuais incrivelmente porcos usados para representar os poderes de transmutação do Mutano, os raios da Estelar e seja lá o que for aquilo que sai da Ravena quando ela tá muito puta, mas já que a série tem problemas orçamentários visíveis, por que então não usar mais os personagens que só dependem de seu físico?

Eu não me importaria se mostrassem aquele tigre verde escroto do Mutano uma ou duas vezes por temporada desde que me entregassem embates físicos de responsa, por exemplo, entre o Dick e o Slade ou o Dick e o Jason. Em Titãs, mesmo o personagem que só depende de um dublê mais bem treinado em acrobacias, como é o caso do Asa Noturna, é muito razoavelmente representados em cena. Em termos de comparação — nesse caso, injusta — o Demolidor da série da Netflix parece muito mais um atleta acrobático que a porra do Robin, que além de acrobata de circo, foi treinado para ser um super-herói desde criança pelo Batman!

Ficaria tão mais caro assim para a Warner contratar um dublê fodão que manja dos paranauês de parkour ou arte circense e botar para fingir que é o Asa Noturna?




Chegam alguns momentos que eu gostaria até mesmo que os roteiristas pesassem mais no drama da série, só para a gente não ter que ficar vendo efeitos merdas ou enredos que parecem que não vão chegar a lugar nenhum.

Drama, Rodman? Cenas dramáticas com esse elenco?



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Pensando por esse lado, acho que poucos ali conseguiriam segurar cenas mais dramáticas…

Melhor ficarmos com os efeitos visuais merdas mesmo!

OBS.: O episódio 7 “Bruce Wayne” da segunda temporada é com certeza um dos melhores da série toda. Além de fazer Dick Grayson ter a sensação que está sendo perseguido pela “sombra” de seu mentor o tempo todo, ainda tem Iain Glen relembrando a clássica Bat Tootsie do seriado dos anos 60! Esse episódio é muito bom e ainda tem uma porradaria maneira entre Dick e Bruce.




OBS. 2: Ô dona Warner! Vamos investir mais grana nas perucas dessas atrizes que o negócio tá vergonhoso demais! O que é aquele lace escroto que a gracinha da Minka Kelly usa na cabeça desde a primeira temporada? E as peruquinhas zoadas da Ravena? Vocês conseguem fazer o Mutano se transformar num morcego verde e não conseguem gastar uma grana em cabelos artificiais? 🤣🤣🤣

 

Minka Kelly delícia


GAVIÃO ARQUEIRO – PRIMEIRA TEMPORADA

Gavião Arqueiro Hawkeye


Depois da frustração sofrida em Falcão e o Soldado Invernal, eu esperava muito pouco de Gavião Arqueiro e exatamente por isso é que achei a série só ok no final das contas e não um desperdício completo de tempo como Loki, por exemplo.

Com seis episódios bem concisos e sem as costumeiras “barrigas” de roteiro que toda série acaba ganhando lá pela sua metade, Hawkeye nos faz acompanhar as consequências dos atos de Clint Barton (Jeremy Renner) durante os cinco anos de “blip”, depois que sua família lhe foi inteira tirada pelo estalar de dedos de Thanos, em Vingadores – Guerra Infinita.

Como descobrimos durante Vingadores – Ultimato, Clint decidiu se tornar um assassino cruel chamado Ronin quando sua família desapareceu e o cara viveu aqueles cinco anos passando geral tudo quanto era gangue criminosa pelo mundo.


Gavião Arqueiro Hawkeye
O Ronin e Clint Barton


A série nos dá um enfoque interessante sobre a “Gangue do Agasalho”, cujos membros acabaram tendo um encontro nada amistoso com o Ronin nesse período e nos faz entender razoavelmente bem como funciona a sua hierarquia de comando. Liderados por Maya (Alaqua Cox), uma moça surda e treinada em artes marciais, a Gangue segue incansavelmente os rastros do vigilante ninja que matou seu antigo líder — o pai de Maya — e essa busca se torna obsessiva até bem próximo do fim da temporada, quando finalmente a Eco fica cara a cara com o homem por trás do capuz.


Gavião Arqueiro Hawkeye
A Eco nos quadrinhos e na série


Em paralelo à tentativa de Clint Barton de resolver as pendências do Ronin e de retornar para casa a tempo de comemorar o Natal com sua família, nós conhecemos a encantadora personagem Kate Bishop (Hailee Steinfeld) que é com certeza absoluta a ÚNICA razão dessa série existir.


Gavião Arqueiro Hawkeye
Kate Bishop (Hailee Steinfeld)


Muito à vontade em seu papel de aprendiz de arqueira — e estagiária de super-heroína — Steinfeld destoa absolutamente do papel insosso e sem qualquer carisma de Jeremy Renner, que com seu Gavião Arqueiro, é com certeza um dos grandes problemas de adaptação entre todos os personagens dos quadrinhos da Marvel que já migraram para o live action

Nas HQs, apesar de ser, sobretudo, o cara teimoso e ranzinza que frequentemente batia de frente com o Capitão América na liderança dos Vingadores, o Gavião Arqueiro sempre foi um personagem bastante divertido e carismático, características que foram totalmente limadas em sua versão cinematográfica.

Gavião Arqueiro Hawkeye


Nos filmes, além dele não ser o mulherengo cafajeste das HQs, o Clint Barton de Renner é um caro chato e quase inexpressivo, o que faz com que uma série totalmente focada nele e sua — falta de — personalidade seja um produto descartável.

Convenhamos, se não fosse a Kate Bishop, que interesse teríamos em acompanhar a vida sem graça de Clint Barton?

Kate traz uma vivacidade muito boa aos episódios e nela são focadas todas as tiradas engraçaralhas que a Marvel/Disney adora nos enfiar goela abaixo em suas produções, desde que comprou a Marvel e passou a gerenciar os filmes de seu estúdio.

O arco familiar de Kate que inclui sua mãe Eleanor (Vera Farmiga) e seu padrasto Jack Duquesne (Tony Dalton) além dos misteriosos assassinatos que permeiam a casa Bishop não chegam a nos manter ligados no enredo, mas traz a sombra de um personagem muito importante de uma antiga série de um certo demônio audacioso que há algum tempo vinha sendo boatado que faria parte de Hawkeye.

Outra surpresa no elenco é a aparição bombástica de Yelena Belova (Florence Pugh) que nos foi apresentada no filme solo da Viúva Negra e que caiu rápido no gosto popular. Esse spoiler eu não havia tomado e não fazia ideia que ela estaria na série, agindo à serviço de um certo rei do crime e querendo vingar a morte de sua irmã Natasha (Scarlett Johanssen), que mesmo brigadinha com a Disney, acaba aparecendo em alguns flashbacks tirados de Vingadores – Ultimato.


Gavião Arqueiro Hawkeye


As interações de Yelena e Kate são a grande cereja do bolo de Hawkeye, e o episódio 5 “Ronin”, que mostra o que aconteceu com a espiã russa durante os cinco anos do blip, além do diálogo despojado dela com Kate em sua cozinha — sutilmente ameaçando matar a garota —, é maravilhoso de assistir. 

Eu acompanharia facilmente uma série de 25 episódios só focado nessa “amizade” entre as duas personagens, tamanha é a interação entre elas em cena. Pugh mostra que está mais do que pronta para entrar de vez no MCU com sua Yelena e é impressionante como ela está à vontade no papel de Viúva Negra, tanto nas cenas mais dramáticas ou cômicas quanto na porradaria, que é algo que eu já elogiei aqui num outro post.


Gavião Arqueiro Hawkeye


Todo mundo sabe que foi uma tremenda injustiça terem matado a Natasha em vez do Clint naquela decisão de quem ficaria com a joia da alma e quem se sacrificaria em Ultimato, mas já que aconteceu, que deixem logo a Kate no lugar do Gavião e essa nova Viúva Negra como a espiã oficial dos Vingadores para mais cenas de diálogo como a do episódio "Ronin"!

A essa altura todo mundo já sabe que o Wilson Fisk/Rei do Crime de Vincent D’Onofrio da série extinta do Demolidor da Netflix está reprisando seu papel em Gavião Arqueiro, mas apesar de ser muito bom rever um ator que encarnou tão bem seu personagem voltar a interpretá-lo, a participação do Rei nessa série foi um tremendo desperdício de potencial.


Gavião Arqueiro Hawkeye
O Rei e a sua camisa de bicheiro de "Negócios de Família"


Eu fui um dos que até assinou baixo-assinado virtual para que a Disney retomasse o projeto de Daredevil’s Marvel e vibrei muito quando pude acompanhar as notícias de que a empresa do Mickey Mouse tinha mesmo interesse em resgatar os personagens da antiga parceria com a locadora vermelha, mas achei bem desnecessária a participação do Rei da maneira como ela aconteceu.

O mistério por trás da identidade do tal “chefão” ou “grandão” que Clint Barton e a Gangue do Agasalho viviam se referindo até o episódio 5 é interessante, mas usá-lo daquela maneira como um adversário físico da Kate Bishop ou fazê-lo ser arremessado feito um saco de batatas, atropelado ou explodido por uma bomba achei que diminuiu enormemente a importância do personagem dentro do próprio universo criado.

Primeiro, se ele é o “chefão” e já tem uma gangue que age a seu serviço — com uma assassina ninja bem treinada a seu dispor, coisa que o Rei sempre teve nas HQs — por que caralhos ele precisaria sair de casa para cair na porrada com alguém?

Segundo, já que é para usar o cara em cena de luta, que ele mostre realmente que é um adversário duro de enfrentar e não alguém que é derrotado facilmente por uma aspirante a heroína!

A meu ver, o Rei nem deveria estar naquela cena final, já que tínhamos a Eco e a Yelena como adversárias do Gavião e da Kate. Achei bem gratuita a sua aparição na zona de guerra. Como ele é o “Rei” faria mais sentido que fizesse um especial de fim de ano na Globo agisse nos bastidores e continuasse controlando tudo das sombras, mesmo que seus aliados fossem surrados em batalha. Eu preferiria muito mais ver o Rei contemplando a sua própria imagem numa janela espelhada após os acontecimentos no centro de Nova York do que vê-lo sendo derrotado pela Kate ou LEVANDO UM TIRO da Maya!

Mal chegou no MCU e o Rei já virou um violãozinho de quinta categoria! Aquele Demolidor da Netflix moeria esse Wilson Fisk na porrada com uma mão só e SEM seus sentidos ampliados!

Obs.: Apesar dos meus desejos nerds, vou gostar de ver esse Rei do Crime mais vezes no MCU, isso é, se o tiro da Maya não acabou mesmo com ele no último episódio, o que seria uma atitude bem broxante típica da Marvel!


O MANDALORIANO – PRIMEIRA E SEGUNDA TEMPORADA

O Mandaloriano The Mandalorian


Depois da decepção total e completa do encerramento da saga Skywalker em Star Wars – Episódio IX – A ascensão Skywalker, eu perdi bastante do interesse em acompanhar qualquer coisa que tivesse “Star” e “Wars” no mesmo título.

Quando surgiram as primeiras notícias sobre uma série focada em um mandaloriano — que primeiramente diziam que seria do Boba Fett — eu nem sequer apresentei interesse em assistir e continuei sem qualquer vontade de ver, mesmo quando estreou no Disney +. 

Chateado e sem vontade de cantar uma bela canção tal qual Joseph Climber, ignorei todos os suspiros femininos a respeito do Baby Yoda que ouvi soarem pela internet e continuei fazendo de conta que a Disney não havia estragado AINDA MAIS o universo de Star Wars.


O Mandaloriano The Mandalorian


Em 2021, no entanto, após maratonar os filmes da série — incluindo Han Solo! — resolvi ver qualéquié de The Mandalorian e…

Não posso descrever quão arrebatadora foi a maneira pela qual fiquei retumbantemente encantado pela fofura do Baby Yoda!


Mandaloriano The Mandalorian


A série conta a história de um membro da guilda dos caçadores de recompensa que também é um mandaloriano, com todos os seus códigos de conduta e ética milenares, mas é a adição do elemento Baby Yoda — que chega ao personagem título da série como um trabalho — que impacta em muito a nossa expectativa. 

Num misto de boneco-marionete e efeitos digitais, a criaturinha verde — criada especialmente para a série e que não tem ligação direta com o Mestre Yoda — é simplesmente adorável e tem todas as características físicas e trejeitos de um bebê humano, incluindo os gemidinhos, as risadinhas e outros sons que fazem todo mundo em volta emitir um sonoro "OIIIINNNN" quando o vê por mais de dez segundos.

Parece até bobo pautar isso, mas é o cuidado do mandaloriano com seu coleguinha esverdeado e todos os percalços que ele é obrigado a enfrentar para mantê-lo seguro que faz "The Mandalorian" ser um produto tão especial, mais até do que um baita serviço bem-feito que a série é como um todo para os fãs, que têm sido tão maltratados desde que a Disney assumiu a Lucasfilm



Rapaz, depois do segundo episódio da primeira temporada — "A Criança" — é simplesmente  impossível não querer saber o que vai acontecer a seguir e os capítulos vão sendo consumidos de uma maneira muito boa, quase como numa degustação de um doce muito bom que a gente está adorando, mas que não quer que acabe.


Mandaloriano The Mandalorian


Foi exatamente essa a sensação de assistir aos 16 episódios da série que é criada por Jon Favreau — diretor de Homem de Ferro 1 e 2 e de Mogli: O Menino Lobo de 2016 — e escrita por ele e Dave Filoni, que além de diretor, foi um dos idealizadores das séries animadas Clone Wars e Rebels, ambas ambientadas no universo Star Wars.


O Mandaloriano The Mandalorian


O capricho com o cânone do universo criado por George Lucas e o frescor que tanto Favreau quanto Filoni trazem ao universo Star Wars, são dignos de nota, algo que nos faz pensar o que exatamente houve de tão errado durante a criação da nova trilogia do cinema, que foi um desastre quase completo. Além de bagunçar toda a cronologia, os filmes de J.J. Abrams e Rian Johnson brigavam entre si, causando uma sensação muito grande ao espectador de desrespeito aos personagens clássicos, além de não saber o que fazer com os novos.

Em O Mandaloriano, o que sobra a cada final de episódio é justamente o contrário. O quentinho no coração e a sensação de acalanto com o que sempre adoramos nesse universo criado há mais de 40 anos é o que nos faz querer ver mais daquilo e começar um novo episódio é sempre prazeroso…

E isso está sendo dito por mim, um velhote de quase 40 anos que não tem mais amor a nada!


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Além de Dave Filoni, que está à frente de vários dos 16 episódios, outros diretores foram convidados para estarem atrás das câmeras e o roteiro é escrito de maneira tão coesa, que a troca constante de direção não estraga em nada o ritmo a que estamos mais acostumados desde o começo.

Um dos meus episódios preferidos da série toda, “O Santuário”, o 4º da primeira temporada, é dirigido por Bryce Dallas Howard e é de uma singeleza tão absurda que chega a tocar o coração do espectador com a maneira leve com que ela trata a ligação entre Mando e seu pequeno acompanhante verde quando os dois tentam se refugiar em um planeta, até então, pacífico e escondido no meio do nada. Nesse episódio também nos é apresentado a ex-rebelde Cara Dune (Gina Carano) e a sua relação com o mandaloriano é imediata, assim como com o público.


O Mandaloriano The Mandalorian


Ainda nessa temporada, além de Dallas Howard, dirigem episódios também o diretor de descendência nigeriana Rick Famuyiwa (que chegou a ser cotado para dirigir o filme “The Flash” antes de Andy Muschietti), Deborah Chow (que entre outras coisas dirigiu episódios de Diários de um Vampiro, Jessica Jones e Perdidos no Espaço e que está creditada como a diretora dos episódios da série do Obi-Wan Kenobi a estrear em 2022) e Taika Waititi, que além de dirigir o episódio 8 “Redenção” também trabalha como dublador do droide pistoleiro IG-88 na série.


IG-88
IG-88 pistoleiro matadô


Sem perder o ritmo entre as temporadas, o próprio Jon Favreau dirige o excelente episódio 9 — ou o primeiro da segunda temporada — denominado “O Xerife”, que nos dá um vislumbre do retorno de Boba Fett ao universo Star Wars live action — o personagem “estava morto” desde O Retorno de Jedi, quando o vemos, aparentemente, ser devorado por um sarlacc — ao nos apresentar o personagem vivido pelo inexpressivo Timothy Olyphant, que está usando a armadura mandaloriana verde do filho de Jango Fett, comprada de um grupo de jawas.


O Mandaloriano The Mandalorian
O "Xerife" 


Esse episódio tem um ritmo diferente dos demais, é um pouco mais lento, mas tem sequências impressionantes de ação com efeitos visuais caprichadíssimos em dunas de uma cidade próxima a Mos Eisley — o porto de contrabandistas que conhecemos em Uma Nova Esperança —, o que nos faz esquecer completamente que estamos vendo apenas um episódio de uma série de “TV” e não um filme de cinema.

Aliás, quanto a esse esmero nos produtos para streaming da Disney, é um baita de um tapa na cara de suas concorrentes que continuam nos “presenteando” com pérolas visuais como o tigre meia-boca do Mutano em Titãs ou a transmutação medíocre do Caçador de Marte em Supergirl da CW enquanto o Mickey investe milhões em suas séries!

Meu intuito não é falar aqui de cada um dos episódios da temporada, mas eu preciso citar pelo menos o episódio 10 “A passageira” dirigido por Peyton Reed — acreditem ou não, o diretor dos dois Homem-Formiga da Marvel! — que me deixou com o coração na mão a cada segundo de reprodução.

Cara! Só de lembrar já me sinto meio mal!

No episódio, em uma de suas várias passagens por Tatooine, Mando recebe a incumbência de transportar uma passageira incomum em sua nave Razor Crest e a tarefa parece bem simples, levando em consideração que ele só precisa sair do ponto A e chegar ao ponto B.

A questão que envolve o episódio é que a passageira precisa chegar rapidamente até o seu planeta para fertilizar os ovos de sua prole, mas para isso, Mando não pode usar o hiperpropulsor — para viajar na velocidade da luz —, o que mataria os filhotes ainda nem nascidos da mulher. Para complicar ainda mais a situação, a passageira está sendo procurada pela Nova República e os ovos que ela carrega são para impedir que toda a sua espécie seja extinguida, o que torna esse episódio ainda mais angustiante.

No meio do caminho até o tal planeta, a Razor Crest é abordada por uma X-Wing da República e sem alternativas, Mando se vê obrigado a tentar escapar para salvar a si e a sua passageira. Num erro de cálculo GROTESCO, o mandaloriano acaba mergulhando sua nave num planeta gelado e enquanto eles afundam com a nave bastante avariada no gelo fino, o desespero se instaura porque o tempo para a fertilização dos ovos começa a se esgotar e não vemos qualquer chance de Mando reparar seu veículo para que eles possam zarpar dali em segurança.


O Mandaloriano The Mandalorian

Como se não bastasse esse imbróglio, um faminto “Baby Yoda” fica a todo momento querendo devorar os ovos da pobre passageira durante o episódio, o que aumenta ainda mais o nosso desespero como espectadores, querendo que a situação se resolva logo.

Em toda a minha vida, eu não me lembro de já ter assistido um episódio tão tenso de uma série quanto “A Passageira” e chegou um momento que eu já estava torcendo em pé na sala de casa para que a mamãe sapo conseguisse salvar seus ovos.


O Mandaloriano The Mandalorian


Mano! Olha essa carinha! O design da personagem é todo criado para nos causar comoção, mesmo que ela tenha a aparência de um sapo gigante!

Peyton Reed quase me fez dormir em Homem-Formiga e a Vespa, mas depois desse episódio de O Mandaloriano, o cara conseguiu se redimir. Está na minha lista de episódios favoritos da série.

Na dança das cadeiras de diretores, além de Reed, a segunda temporada volta a contar com Bryce Dallas Howard (episódio 3, "A Herdeira") que nos apresenta a um trio de mandalorianos que pede a ajuda de Mando para reaver o seu planeta Natal. Carl Weathers — que interpreta o chefe da guilda de mercenários, Greef Karga — dirige o excelente e agitadíssimo episódio “O Cerco” e o tarimbado Robert Rodriguez — de Um Drink no Inferno —, assume a direção de “A Tragédia”, episódio que coloca Mando frente a frente com Boba Fett.


Carl Weathers
Apolo "O Doutrinador" Greef


Além do personagem principal muito bem representado por Pedro Pascal, que mesmo usando um capacete todo coberto em 98% dos episódios, dá vida de maneira bastante expressiva a seu mandalore Din Djarin, a série tem um acervo muito grande de personagens coadjuvantes que se revezam entre os episódios e são, em quase sua totalidade, muito bem vividos pelos atores que os interpretam.

A já citada Cara Dune de Gina Carano é um dos destaques, já que aparece em quase metade dos 16 episódios e consegue convencer em seu papel de mercenária durona que se torna a xerife de Nevarro, planeta onde a guilda de Greef Karga está estabelecida.

A atriz e ex-lutadora de MMA causou grande polêmica com suas declarações comparando a perseguição ao partido Republicano — de Trump — com a perseguição feita a judeus na época da Segunda Guerra e em 2021, a Disney resolveu se posicionar no caso, alegando que Carano está desligada terminantemente do elenco da série para uma vindoura terceira temporada.

Agora sabemos como os diretores conseguiram tirar alguma emoção de Carano durante a cena em que ela é confrontada por um piloto imperial que fala sobre a destruição de seu planeta natal, Alderaan. Alguém deve ter falado no ouvido dela "o Joe Biden ganhou as eleições e você vai ter que se vacinar". A bicha chegou a chorar de verdade! 




Outra personagem de bastante destaque na série é Fennec Shand, vivida pela sempre maravilhosa Ming-Na Wen — a agente Melinda May da finada Agents of SHIELD — que primeiramente aparece como uma rival de Mando, mas que acaba se aliando a ele mais para frente, fazendo até parte do “esquadrão de elite” do mandaloriano para enfrentar a perversidade de Moff Gideon (Giancarlo Esposito).


Mandaloriano The Mandalorian


Essa mulher tem 58 FUCKIN’ ANOS e continua com a mesma carinha de 30. 

É impressionante como ela não envelhece!

Além de O Mandaloriano, como visto no final da temporada, ela será a guarda-costas pessoal de Boba Fett (Temuera Morrison) e já está creditada em todos os episódios do spin-offO Livro de Boba Fett” a série que vai mostrar a ascensão do clássico caçador de recompensas da trilogia original de Star Wars ao trono antes ocupado por Jabba, o Hutt à frente dos mercenários de Tatooine.


Mandaloriano The Mandalorian
"Jabba The Hutt de cu é rola, mané!"


Como anteriormente citado, Giancarlo Esposito faz em The Mandalorian mais um de seus inúmeros vilões em seu currículo de atuação e apesar de uma participação burocrática na série, seu personagem fica tempo suficiente na tela para que queiramos que ele morra com metade da cara explodida como em Breaking Bad.


Mandaloriano The Mandalorian
Giancarlo "Gus Fring" Gideon Esposito


A série é tão bem escrita, que até personagens pequenos acabam sendo muito bons de acompanhar, como a carismática “consertadora” de naves Peli Motto (Amy Sedaris), o mal-humorado, porém leal Kuiil (Nick Nolte) e o mau caráter Mayfeld (Bill Burr) que acaba tendo seu momento de redenção no episódio 7, “O que acredita”.

Duas participações são mais do que especiais na segunda temporada e uma delas é a da personagem criada para a animação Clone Wars Ahsoka Tano, desta vez, em carne osso, interpretada pela maravilhosa Rosario Dawson — também conhecida como ser a única personagem que realmente importava em Luke Cage e em Punho de Ferro — e que eleva à décima potência a importância do episódio “A Jedi”.

 

Mandaloriano The Mandalorian


Eu não fui um dos espectadores das intermináveis temporadas de Clone Wars, mas mesmo eu que pouco conhecia da personagem — que era uma aprendiz de Anakin Skywalker — fiquei orgulhoso de vê-la tão bem caracterizada como a Jedi sábia que consegue entender o “Baby Yoda” e revela o seu verdadeiro nome — Grogu — tanto ao Mando quanto para o público que está assistindo a série.

Achei todo o visual da Ahsoka sensacional, desde a sua primeira aparição envolta em névoas quanto ao uso de seus dois sabres-de-luz brancos.


Mandaloriano The Mandalorian


Sabres… BRANCOS! 

Achei toda aquela cena em que ela derrota os soldados enviados pelo Kyle Reese (Michael Biehn) bem no começo do episódio sensacional. Ponto muito positivo da série.




Eu gostaria de não ter sabido de antemão que o Luke Skywalker de Mark Hamill faz uma aparição “surpresa” no último episódio da temporada e sinto que aquele momento teria sido ainda mais fantástico de assistir se não houvesse uma coisa chamada spoilers de internet.

Mesmo já sabendo que ele estaria ali, ainda assim, foi bastante impactante ver o personagem central da saga Star Wars sendo usado de maneira tão respeitosa — LEU ESSA RIAN JOHNSON, SEU ARROMBADO?? — e explorando seus poderes Jedi de um jeito que a gente nunca viu em nenhum filme.

A gente ama a trilogia clássica, mas convenhamos que o Luke dos episódios IV, V e VI era só um moleque raivoso com um sabre-de-luz na mão.

A maneira como ele parte para cima dos Dark Troopers é digna de aplausos — muito equiparada com a sequência de ação do Darth Vader em Rogue One — e na minha humilde opinião, só faltou uma trilha sonora mais impactante ali, algo que nos remetesse à Força, ou uma trilha que pelo menos se assemelhasse a de John Williams.

Seja como for, ouviu-se dizer que um certo Rod Rodman foi às lágrimas entre a chegada do R2-D2 à cena até a partida do Grogu no colo do Luke. Final maravilhoso para uma série estupenda…

E tenho dito.

QUE A FORÇA ESTEJA COM VOCÊ!  

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