ESSE POST CONTÉM SPOILERS!
TITÃS – TERCEIRA TEMPORADA
Eu sou o Rod Rodman e eu sei que já deveria ter desistido
dessas séries merdas da DC, mas às vezes, assistir episódio por episódio é mais
forte que eu. Vejo um, dois, quando percebo, já estou na metade da temporada,
aí feito uma droga muito forte, não consigo mais largar!
Tem tratamento para isso, Rodman. Se chama séries da Marvel!
E eu acabo de perder os dois leitores dcnautas que eu ainda
tinha aqui no Blog por conta desse comentário, jovem padawan!
Em 2021 estreou na HBO Max e na Netflix a terceira temporada
de Titãs, série comandada por caras como Akiva Goldsman, Greg Berlanti — showrunner também das outras séries mequetrefes de heróis da CW — e o badaladíssimo Geoff
Johns que, teoricamente, é o cara que entende de quadrinhos e que não devia
deixar que as coisas desandassem como desandam nas três temporadas de Titãs.
Criada basicamente para escapar do conceito "heróis coloridos
e bonzinhos" imortalizados na CW, Titãs já mostra desde a primeira temporada que
a violência é o mote central dos episódios, o que já faz com que seu
espectador mais atento consiga equiparar a série com os filmes mais adultos e
realistas iniciados nos cinemas com Man of Steel do visionário diretor Zack Snyder.
Sim… eu usei de sarcasmo no último parágrafo, caso você não
tenha percebido, leitor.
Na primeira temporada, acompanhamos um jovem Robin/Dick Grayson (Brenton Thwaites) — agora detetive da polícia de Detroit — tentando escapar da sombra de seu mentor Batman/Bruce Wayne por, em suas palavras, “estar ficando parecido demais com ele” nos métodos de combate ao crime.
Enquanto Dick desiste gradativamente da sua identidade de Menino-Prodígio, o
Batman — que na Season 1 só aparece como um vulto e sem um ator definido
por trás da máscara — arranja um substituto para ele e é quando conhecemos o
Robin/Jason Todd (Curran Walters), que disparado, é o melhor personagem da
temporada.
Sim. Eu, que sempre detestei esse personagem de merda, admito
que o Jason Todd da série é o melhor personagem dela, o que diz muito sobre o
enredo em si!
Em paralelo aos dramas inúteis de um Dick Grayson descaracterizado totalmente dos quadrinhos — violento, sem carisma ou qualquer tipo de senso de humor —, nós também acompanhamos a chegada da adolescente Rachel Roth (Teagan Croft) uma garota que acha que é órfã de mãe e que vê a mulher que a criou desde pequena ser morta na sua frente, durante o que parece ser uma tentativa de sequestro.
Rachel sente que uma força muito poderosa tenta dominá-la
e sem entender bem os seus dons malignos, ela foge para Detroit. Na cidade do Robocop, a menina de cabelos roxos acaba se encontrando com Dick, alguém que ela já
conhecia de sonhos recorrentes onde ele aparecia ainda jovem lamentando a morte de seus pais, após o acidente com os artistas circenses Graysons Voadores.
Toda essa ligação entre Dick e Rachel, com ele
tentando protegê-la ao mesmo tempo que procura descobrir quem, afinal, a está
tentando raptar, torna a série minimamente assistível nos primeiros capítulos e
nos faz querer seguir em frente apesar dos efeitos toscos e das atuações "marromenos".
Mutano, Rapina e Columba |
Nessa temporada, alguns episódios como o 4 “Patrulha de
condenados” — que nos apresenta à Patrulha do Destino, que mais tarde ganharia
uma série própria — conectando o personagem Gar Logan (Ryan Potter) ao grupo de
desajustados — como nos quadrinhos —, o 8 “Donna Troy” que introduz a jovem
amazona na série (interpretada por Conor Leslie), o 9 “Hank e Dawn” que nos
conta mais do passado cheio de traumas dos heróis Rapina (Alan Ritchson) e
Columba (Minka Kelly), além do episódio 11 “Dick Grayson” que encerra a
temporada mostrando uma realidade alternativa onde Dick se casou com Dawn e
teve uma vida feliz, são os grandes destaques de uma série que demora a engrenar
e que se perde entre a sua metade e o seu final.
É difícil se importar, por exemplo, com todo enredo que envolve a Koriand’r (Anna Diop), que é de longe uma das melhores atrizes do elenco, mas cuja história é insossa e desinteressante para quem está acompanhando o resto das tramas envolvendo os personagens mais urbanos.
Cara,
ela é uma alienígena, mas em nenhum momento a vemos agindo como uma ou tendo dificuldade em se adaptar aos costumes humanos. É como se ela fosse de
outro país de língua inglesa e não de outra galáxia. Tirando seus dons sobre o fogo, ela age quase que 99% do tempo como uma humana qualquer. Mesmo quando se refere a seu planeta
Tamaran — o que não acontece até o final da primeira temporada — é difícil ser
convencido que a mulher de cabelo rosa é uma alien refugiada em nosso planeta.
Como eu disse, a atriz é excelente para o papel — e diferente da opinião de alguns nerdolas que reclamaram de Diop ser negra e não "combinar" com a Kory das HQs, a cor de sua pele não faz nenhuma diferença no enredo —, porém, se a personagem fosse uma adolescente recém-chegada na Terra e estivesse ainda se adaptando à nossa língua, aos nossos costumes e a nossos gostos específicos, faria bem mais sentido, até para a sua interação com os demais jovens titãs como a Ravena e o Mutano. No final das contas, além de fazê-la parecer uma prostituta de luxo — num dos visuais mais cafonas da série toda — e ir para a cama com o Dick — entre outros caras — não há nenhuma necessidade prática dessa Kory da série ser uma adulta.
Mas até aí, isso é só cagação de regra deste que vos fala!
A segunda temporada tem uma inversão na ordem qualitativa, porque ela começa muito ruim com o péssimo episódio “Trigon” — além do personagem em CGI horrível a maneira como as coisas se resolvem enquanto eles enfrentam um dos personagens mais grandiosos da DC é bem caída —, fica muito boa a partir do episódio 4 “Atlante” — que nos apresenta ao Aqualad… Você já tinha imaginado que veria o AQUALAD em versão live-action? —, nos mantém com aquela esperança de que a série finalmente engrenou até o episódio 9 “Reparação” — quando finalmente entendemos o que aconteceu ao Jericó (Chella Man), o filho do Deathstroke/Slade Wilson (Esai Morales) —, mas volta a pôr tudo a perder com episódios modorrentos como “Atrás das grades”, onde se sentindo culpado pelo que aconteceu com o amigo Jericó, Dick desiste de lutar contra o crime e soca um policial no aeroporto para ser preso. 🙄
Essa temporada também é marcada pelas estreias do
Conner/Superboy (Joshua Orpin) e pela Rose Wilson/Devastadora (Chelsea Zhang),
porém, nenhum deles recebe um tratamento adequado pelo roteiro, que se torna muito
inchado de tramas e subtramas e acaba não conseguindo concluir nenhuma delas de maneira
satisfatória.
Rose, que é a filha do Exterminador e que está infiltrada na
“torre titã” a mando do pai — funcionando mais ou menos como a Terra do arco “Contrato
de Judas” do Marv Wolfman nas HQs — até consegue ter bons momentos no enredo,
em especial com o seu envolvimento sentimental com o temperamental Jason Todd, além dos seus conflitos com o pai, mas o Superboy é
totalmente desperdiçado.
Covarde demais para nos apresentar um Superboy mais
despojado e divertido como aquele criado nas HQs após a morte do Superman — que
vivia no Havaí e usava jaquetinha — ou apelar de vez para o sujeito amargurado
e descolado da realidade por ser um clone tanto do Homem de Aço quanto de Lex
Luthor — como ele aparece muito bem retratado na animação Justiça Jovem —, o
personagem de Orpin fica num limbo em que sua atuação horrível é tão apática
quando a sua participação na história.
Assim como a Estelar não é uma alienígena perdida no nosso
planeta, esse Superboy também não é uma criança num corpo de um adulto sarado —
lindo, tesão, bonito e gostosão e isso precisamos admitir! —, ele só é alguém
movido pelo ódio o tempo todo e que faz muita merda, mesmo quando não está
sendo controlado pelo Projeto CADMUS, que na série, é comandada pela faz-tudo
de Lex Luthor Mercy Graves (Natalie Gumede).
O desfecho da temporada até que tem uma ideia boa ao colocar
o Superboy para ser o “vilão” final, mas a luta contra os Titãs é tão mal
coreografada e tem efeitos visuais tão ruins que a morte de Donna Troy nem
consegue nos abalar.
E depois desse resumo safado feito nas coxas, finalmente chegamos à terceira temporada…
E putz…
Outro desperdício de conceito.
O arco do surgimento do Capuz Vermelho escrito nos gibis por Judd
Winick e que ganhou até uma animação — que eu resenhei aqui em 2000 e blau — é
bem amarradinho e conseguiu me entreter por algum tempo, numa época em
que eu já tinha parado de acompanhar os quadrinhos da DC. Mesmo que passado alguns
anos de seu lançamento e que todo mundo já conheça a história da ressurreição de
Jason Todd, ainda assim, eu sinto que daria para que todo esse plot fosse muito
bem adaptado para a série, o que para nossa infelicidade, acabou não acontecendo.
A impressão que tive é que os roteiristas tentaram deixar ainda mais sombrio e mais violento o único momento em que o Jason Todd se torna relevante na DC para a série, o que nem de longe fez com que o arco se tornasse interessante em live-action.
Na terceira temporada de Titãs, após quase morrer jogado de
um prédio pelo Exterminador na segunda temporada, Jason acaba desenvolvendo um
medo irracional da morte e passa a ter a sua já conturbada sanidade questionada
pelo próprio Bruce Wayne (Iain Glen) que decide aposentar o Robin até que ele
esteja mentalmente sadio — o que é irônico vindo de um PSICOPATA que se veste
de morcego —, piorando ainda mais as inseguranças do garoto.
Para sanar o seu medo excessivo, Jason decide apelar para o
cara que melhor controla aquele sentimento em Gotham City, é quando ele visita
Jonathan Crane (Vincent Kartheiser) no Asilo Arkham, querendo que o
ex-psicanalista crie uma fórmula que o faça deixar de ter medo.
O tiro, óbvio, sai pela culatra e Jason se torna dependente da fórmula “anti-medo” do
Espantalho. Num rompante de brabeza e burrice causado por excesso de confiança, numa bela noite, o sidekick decide
perseguir o Coringa, apesar das recomendações de Bruce para que ele
não o faça sozinho. Como o esperado, o palhaço, o bobo, o joker, o curinga acaba emboscando o jovem Robin e como nas HQs, o mata na base do pé-de-cabra.
Nooossa, Rodman! Essa série é sangue no zóio mesmo! E voa os
miolos? Dá pra ver o sangue jorrando?
Sem muita empolgação, jovem padawan seguidor da seita
zacksnyderiana! A cena é mostrada de longe, o Coringa nem aparece direito e não
há qualquer diálogo, apenas a risada do maníaco. Aliás, quanto à decisão dos roteiristas de
incorporar alguns elementos do universo do Batman em Titãs e outros não é tudo
muito dúbio nessa produção. Por que o merda do Espantalho pode ter um ator o interpretando a
série toda e o Coringa, para dois ou três frames, não pode nem sequer ter um dublador para um diálogo
antes de matar o Robin?
Deve ser para não ter comparação com a excelente atuação realizada pelo Jared Leto em Liga da Justiça e Esquadrão Suicida, Rodman. Todo
mundo sabe que aquele trabalho é insuperável!
Deve ser isso mesmo!
Também como previsto, um novo vigilante aparece em Gotham pouco
após a morte de Jason Todd tentando fazer justiça do seu jeito e ele se
auto-intitula Capuz Vermelho. Para a surpresa de ninguém e sem querer fazer
surpresa para os espectadores que porventura nunca tenham lido um gibi do
Batman na vida, no mesmo episódio em que o Capuz aparece ele já se revela sendo
Jason Todd e por razão nenhuma, ele está muito puto com Dick Grayson e os Titãs.
Pelo menos a roupinha de Capuz Vermelho ficou maneira! |
Por mais que o plot seja manjado, seria bacana manter o “mistério
da identidade do Capuz Vermelho” por pelo menos dois ou três episódios — já que a porra da série tem 13! —, mas os
roteiristas mostram desde o início que o que importa mesmo para o enredo é transformar Jason em vilão gratuitamente, além dele servir de capacho do Espantalho, que o manipula o tempo todo usando a droga anti-medo para tê-lo sob controle.
Nas HQs, Jason tem todos os motivos do mundo para estar puto
com o Batman e a sua bat-família, já que passado anos de sua morte, o seu pai adotivo não fez nada para punir o Coringa, o cara que o matou com
requintes de crueldade — lembrando que depois da "massagem cerebral" com pé-de-cabra, o Coringa ainda
explode a casa onde o Robin tá amarrado e indefeso! —, o que justifica — pelo
menos em sua visão distorcida — a raiva que ele sente pela impunidade de seu
assassino.
"Morte em família" o arco que Jason morreu |
Nas HQs, faz sentido também que Jason use de métodos mais
violentos para combater o crime à sua maneira quando veste o capuz vermelho, já que para ele, a forma do
Batman de fazer justiça — dando soco em bandido e prendendo — claramente não
funciona. Desta forma, Jason retorna fazendo uso de armas de fogo, algo que
Bruce Wayne abomina. Além disso, ele é um inimigo físico muito bom para o
próprio Batman, uma vez que foi treinado por ele e conhece a maioria dos seus
truques.
Na série, nada disso justifica a raiva de Jason. Ele vai
atrás do Coringa sozinho sem qualquer motivo plausível além da própria burrice, cai numa
armadilha pra lá de besta e quando ressuscita, se volta contra os antigos aliados apenas porque
SIM. Em alguns momentos, o roteiro usa da droga anti-medo para tentar
justificar as atitudes equivocadas do garoto, mas às vezes, ele nem está sob o efeito dela
e mesmo assim age como se odiasse Dick e sua turma.
Sem falar que os métodos “mais violentos” que o Capuz
Vermelho usa em seu retorno pós-morte nem cola na série, já que nesse universo,
TODOS os Titãs são assassinos violentos e não têm nenhuma moral para julgar o
moleque. O próprio Batman MATA O CORINGA COM O PÉ-DE-CABRA, o que também anula
completamente o ódio que Jason podia sentir por seu mentor “não ter feito nada”
para vingar a sua morte.
Aiiin, Rodman, mas o Curran Walters é um bom ator, ele manda
muito bem na série!
Isso realmente não podemos negar. Ao lado de Anna Diop,
talvez Walters seja um dos que mais se destacam em atuação, porque ô série
lazarenta pra ter ator ruim!
Além do desperdício de plot do Capuz Vermelho — cujo único
episódio que vale mesmo a pena é o quinto chamado “Lázaro” —, a terceira temporada traz ainda a estreia da Barbara Gordon (Savannah Welch) — que se tornou a nova comissária
Gordon após a morte de seu pai James — e da Estrela Negra (Damaris Lewis) que é a irmã
renegada da Estelar e que começa a série aprisionada… POR UM ÚNICO AGENTE de
uma agência que aprisiona alienígenas potencialmente perigosos, mas que,
provavelmente, por falta de orçamento da produção, nunca dão as caras.
A Bárbara de Welch é um dos poucos acertos de Titãs, trazendo um frescor interessante às relações conturbadas de Bruce Wayne com
a bat-família e ainda criando um shipp legal de torcer entre ela e Dick, uma vez
que antes do encontro da moça com o Coringa — que nesse universo também a
deixou aleijada com um tiro — os dois eram amantes e viviam roubando obras de
arte pela cidade porque… sim. Os dois são jovens, bem treinados, têm grana, são
sustentados pelos pais, o que mais eles poderiam fazer à noite além de roubar quadros famosos, não é mesmo?
😍 |
Dividida entre ceder aos sentimentos que ainda nutre por
Dick e agir de maneira firme diante de seus comandados no DPGC coibindo as
ações dos Titãs — que se mudam para a cidade depois que o Batman mata o Coringa e desaparece —, Barbara se encontra num dilema moral, o que em um dos
episódios, inclusive, a faz perder seu emprego por agir mais com o coração do
que com a razão.
Wakanda Forever... não, pera! Editora errada! |
Já todo o arco envolvendo a Estrela Negra e a Estelar é um saco!
Fica num vai-e-vem eterno entre elas agirem como irmãs que se amam e que
se odeiam e nada na história das duas tamarianas faz algum sentido. O meio de
campo fica ainda mais embolado com a revelação final de que os poderes de fogo
da Estelar eram na verdade da Estrela Negra e que seus pais usaram magia de
camponês para resolver a questão devido costumes locais de que a primogênita da família obrigatoriamente precisa possuir dons especiais para seguir a linhagem..
No final das contas, Estrela Negra rouba seus poderes de
volta da irmã e a Estelar ganha… novos super poderes que ninguém perde um
segundo do tempo da série para nos explicar quais são.
Ela faz bolas de energia, Rodman.
OK.
Para não dizer que tudo na trama tamariana é um completo desperdício de tempo de tela, Damaris Lewis é uma adição muito boa ao elenco de Titãs e o traje tamariano de combate que ela usa tem um design INFINITAMENTE melhor que o da Estelar.
Morta ao tentar salvar a Columba de ser esmagada por uma
torre de energia na temporada anterior, o corpo de Donna Troy é levado por seus
pares até Themyscira e a Ravena a companha, acreditando que pode ressuscitar a
amiga com seus poderes místicos. Mais da metade da temporada se passa até que ouvimos falar novamente das
duas e num episódio muito do mal explicado e com uma produção pra lá de pobre
para nos mostrar a Ilha Paraíso da Mulher Maravilha — que também nem dá as
caras, assim como a rainha Hipólita ou a Ártemis… —, Ravena descobre que não
tem o que é necessário para reviver Donna e que pasmem, a Moça-Maravilha está
morta porque ela quer estar.
É no episódio 9 “Almas” que vemos então a luta de Tim Drake
(Jay Lycurgo) para voltar à vida — depois de ser alvejado sem nenhuma razão
pelo Espantalho — e no caminho, entre a vida e a morte, o garoto acaba se
deparando com Donna Troy e Hank — que morreu explodido pelo Jason Todd —, que o
ajudam a retornar para casa.
Jay Lycurgo como Tim Drake, o terceiro Robin |
O conceito de limbo até que é bem interessante de ser
tratado, mas outra vez, tudo é tão raso que quase nem conseguimos nos importar
com a ressurreição de dois dos três personagens citados.
Acho que de todos os defeitos dessa Season 3, a banalização do retorno de Donna Troy é o mais grave deles.
Num
momento, ela está morta em Themyscira, no outro, está no limbo lutando pela vida que ela nem
quer mais e no instante seguinte, ela vai parar no castelo onde um
Bruce Wayne suicida está tentando se matar queimado.
NADA FAZ SENTIDO!
Quando finalmente faz o caminho de volta para Gotham — já ressuscitada —, ela é
confrontada fisicamente pela líder das amazonas — que não é a Hipólita — e
ao chegar na cidade, ela mal tem tempo de procurar os amigos
Titãs, já que é obrigada a ajudar Tim Drake — que ela só conheceu num trem entre a vida e
a morte — a deter o caos que a cidade se tornou por conta dos efeitos da variante do gás do medo do Espantalho.
Nesse ínterim, ela reencontra a Ravena e o Mutano, mas
quando se junta aos demais Titãs para melar o plano insano do Espantalho, não há sequer um momento de
confraternização por ela ter se levantado do túmulo. Todos eles simplesmente
cagam para o fato da amiga que estava morta há vários meses estar de volta.
Ninguém liga!
“Oh, Donna, você voltou. Legal. Ajuda a gente aqui com esse
psicopata que está tentando matar todo mundo em Gotham”.
CARA!
É amadorismo demais até para uma série padrão CW! Acho que
até os roteiristas de The Flash conseguiriam dar mais vida a essa sequência
toda de fatos envolvendo a morte/ressurreição de Donna, mesmo levando em consideração que Titãs tem metade dos episódios das
produções da Warner e que deveria ser bem mais enxuta, como as séries da Marvel/Disney, por
exemplo.
Eu nem ligo muito para os efeitos visuais incrivelmente
porcos usados para representar os poderes de transmutação do Mutano, os raios
da Estelar e seja lá o que for aquilo que sai da Ravena quando ela tá muito
puta, mas já que a série tem problemas orçamentários visíveis, por que então
não usar mais os personagens que só dependem de seu físico?
Eu não me importaria se mostrassem aquele tigre verde escroto do
Mutano uma ou duas vezes por temporada desde que me entregassem embates físicos
de responsa, por exemplo, entre o Dick e o Slade ou o Dick e o Jason. Em Titãs, mesmo o
personagem que só depende de um dublê mais bem treinado em acrobacias, como é o
caso do Asa Noturna, é muito razoavelmente representados em cena. Em termos de
comparação — nesse caso, injusta — o Demolidor da série da Netflix parece muito
mais um atleta acrobático que a porra do Robin, que além de acrobata de circo, foi treinado para ser um super-herói desde criança pelo Batman!
Ficaria tão mais caro assim para a Warner contratar um dublê
fodão que manja dos paranauês de parkour ou arte circense e botar para fingir que
é o Asa Noturna?
Chegam alguns momentos que eu gostaria até mesmo que os
roteiristas pesassem mais no drama da série, só para a gente não ter que ficar
vendo efeitos merdas ou enredos que parecem que não vão chegar a lugar
nenhum.
Drama, Rodman? Cenas dramáticas com esse elenco?
.
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Pensando por esse lado, acho que poucos ali conseguiriam
segurar cenas mais dramáticas…
Melhor ficarmos com os efeitos visuais merdas mesmo!
OBS.: O episódio 7 “Bruce Wayne” da segunda temporada é com certeza um dos melhores da série toda. Além de fazer Dick Grayson ter a sensação que está sendo perseguido pela “sombra” de seu mentor o tempo todo, ainda tem Iain Glen relembrando a clássica Bat Tootsie do seriado dos anos 60! Esse episódio é muito bom e ainda tem uma porradaria maneira entre Dick e Bruce.
OBS. 2: Ô dona Warner! Vamos investir mais grana nas perucas dessas atrizes que o negócio tá vergonhoso demais! O que é aquele lace escroto que a gracinha da Minka Kelly usa na cabeça desde a primeira temporada? E as peruquinhas zoadas da Ravena? Vocês conseguem fazer o Mutano se transformar num morcego verde e não conseguem gastar uma grana em cabelos artificiais? 🤣🤣🤣
GAVIÃO ARQUEIRO – PRIMEIRA TEMPORADA
Depois da frustração sofrida em Falcão e o Soldado Invernal, eu esperava muito
pouco de Gavião Arqueiro e exatamente por isso é que achei a série só ok no
final das contas e não um desperdício completo de tempo como Loki, por
exemplo.
Com seis episódios bem concisos e sem as costumeiras “barrigas”
de roteiro que toda série acaba ganhando lá pela sua metade, Hawkeye nos faz
acompanhar as consequências dos atos de Clint Barton (Jeremy Renner) durante os cinco anos de “blip”, depois que sua família lhe foi inteira tirada pelo
estalar de dedos de Thanos, em Vingadores – Guerra Infinita.
Como descobrimos durante Vingadores – Ultimato, Clint
decidiu se tornar um assassino cruel chamado Ronin quando sua família
desapareceu e o cara viveu aqueles cinco anos passando geral tudo quanto era gangue
criminosa pelo mundo.
O Ronin e Clint Barton |
A série nos dá um enfoque interessante sobre a “Gangue do
Agasalho”, cujos membros acabaram tendo um encontro nada amistoso com o Ronin
nesse período e nos faz entender razoavelmente bem como funciona a sua
hierarquia de comando. Liderados por Maya (Alaqua Cox), uma moça surda e
treinada em artes marciais, a Gangue segue incansavelmente os rastros do
vigilante ninja que matou seu antigo líder — o pai de Maya — e essa busca se
torna obsessiva até bem próximo do fim da temporada, quando finalmente a Eco fica
cara a cara com o homem por trás do capuz.
A Eco nos quadrinhos e na série |
Em paralelo à tentativa de Clint Barton de resolver as
pendências do Ronin e de retornar para casa a tempo de comemorar o Natal com
sua família, nós conhecemos a encantadora personagem Kate Bishop (Hailee
Steinfeld) que é com certeza absoluta a ÚNICA razão dessa série existir.
Kate Bishop (Hailee Steinfeld) |
Muito à vontade em seu papel de aprendiz de arqueira — e estagiária de super-heroína — Steinfeld destoa absolutamente do papel insosso e sem qualquer carisma de Jeremy Renner, que com seu Gavião Arqueiro, é com certeza um dos grandes problemas de adaptação entre todos os personagens dos quadrinhos da Marvel que já migraram para o live action.
Nas
HQs, apesar de ser, sobretudo, o cara teimoso e ranzinza que frequentemente
batia de frente com o Capitão América na liderança dos Vingadores, o Gavião
Arqueiro sempre foi um personagem bastante divertido e carismático, características que foram totalmente limadas em sua versão cinematográfica.
Nos filmes, além dele não ser o mulherengo cafajeste das
HQs, o Clint Barton de Renner é um caro chato e quase inexpressivo, o que faz
com que uma série totalmente focada nele e sua — falta de — personalidade seja
um produto descartável.
Convenhamos, se não fosse a Kate Bishop, que interesse teríamos
em acompanhar a vida sem graça de Clint Barton?
Kate traz uma vivacidade muito boa aos episódios e nela são
focadas todas as tiradas engraçaralhas que a Marvel/Disney adora nos enfiar goela
abaixo em suas produções, desde que comprou a Marvel e passou a gerenciar os filmes de seu estúdio.
O arco familiar de Kate que inclui sua mãe Eleanor (Vera
Farmiga) e seu padrasto Jack Duquesne (Tony Dalton) além dos misteriosos
assassinatos que permeiam a casa Bishop não chegam a nos manter ligados no enredo,
mas traz a sombra de um personagem muito importante de uma antiga série de um
certo demônio audacioso que há algum tempo vinha sendo boatado que faria parte
de Hawkeye.
Outra surpresa no elenco é a aparição bombástica de Yelena
Belova (Florence Pugh) que nos foi apresentada no filme solo da Viúva Negra e
que caiu rápido no gosto popular. Esse spoiler eu não havia tomado e não fazia ideia que ela estaria na série, agindo à serviço
de um certo rei do crime e querendo vingar a morte de sua irmã Natasha
(Scarlett Johanssen), que mesmo brigadinha com a Disney, acaba aparecendo em alguns
flashbacks tirados de Vingadores – Ultimato.
As interações de Yelena e Kate são a grande cereja do bolo de Hawkeye, e o episódio 5 “Ronin”, que mostra o que aconteceu com a espiã russa durante os cinco anos do blip, além do diálogo despojado dela com Kate em sua cozinha — sutilmente ameaçando matar a garota —, é maravilhoso de assistir.
Eu acompanharia facilmente uma série de 25 episódios só focado nessa “amizade” entre as duas personagens, tamanha é a interação entre elas em cena. Pugh mostra que está mais do que pronta para entrar de vez no MCU com sua Yelena e é impressionante como ela está à vontade no papel de Viúva Negra, tanto nas cenas mais dramáticas ou cômicas quanto na porradaria, que é algo que eu já elogiei aqui num outro post.
Todo mundo sabe que foi uma tremenda injustiça terem matado
a Natasha em vez do Clint naquela decisão de quem ficaria com a joia da alma e
quem se sacrificaria em Ultimato, mas já que aconteceu, que deixem logo a Kate
no lugar do Gavião e essa nova Viúva Negra como a espiã oficial dos Vingadores para mais cenas de diálogo como a do episódio "Ronin"!
A essa altura todo mundo já sabe que o Wilson Fisk/Rei do
Crime de Vincent D’Onofrio da série extinta do Demolidor da Netflix está
reprisando seu papel em Gavião Arqueiro, mas apesar de ser muito bom rever um ator que encarnou tão bem seu personagem voltar a interpretá-lo, a participação do Rei
nessa série foi um tremendo desperdício de potencial.
O Rei e a sua camisa de bicheiro de "Negócios de Família" |
Eu fui um dos que até assinou baixo-assinado virtual para
que a Disney retomasse o projeto de Daredevil’s Marvel e vibrei muito quando
pude acompanhar as notícias de que a empresa do Mickey Mouse tinha mesmo interesse
em resgatar os personagens da antiga parceria com a locadora vermelha, mas achei bem desnecessária a participação do Rei
da maneira como ela aconteceu.
O mistério por trás da identidade do tal “chefão” ou “grandão”
que Clint Barton e a Gangue do Agasalho viviam se referindo até o episódio 5 é
interessante, mas usá-lo daquela maneira como um adversário físico da Kate
Bishop ou fazê-lo ser arremessado feito um saco de batatas, atropelado ou
explodido por uma bomba achei que diminuiu enormemente a importância do
personagem dentro do próprio universo criado.
Primeiro, se ele é o “chefão” e já tem uma gangue que age a seu
serviço — com uma assassina ninja bem treinada a seu dispor, coisa que o Rei
sempre teve nas HQs — por que caralhos ele precisaria sair de casa para cair na
porrada com alguém?
Segundo, já que é para usar o cara em cena de luta, que ele
mostre realmente que é um adversário duro de enfrentar e não alguém que é
derrotado facilmente por uma aspirante a heroína!
A meu ver, o Rei nem deveria estar naquela cena final, já
que tínhamos a Eco e a Yelena como adversárias do Gavião e da Kate. Achei bem
gratuita a sua aparição na zona de guerra. Como ele é o “Rei” faria mais
sentido que fizesse um especial de fim de ano na Globo agisse nos bastidores e continuasse controlando tudo das sombras, mesmo
que seus aliados fossem surrados em batalha. Eu preferiria muito mais ver o Rei
contemplando a sua própria imagem numa janela espelhada após os acontecimentos
no centro de Nova York do que vê-lo sendo derrotado pela Kate ou LEVANDO UM
TIRO da Maya!
Mal chegou no MCU e o Rei já virou um violãozinho de quinta
categoria! Aquele Demolidor da Netflix moeria esse Wilson Fisk na porrada com
uma mão só e SEM seus sentidos ampliados!
Obs.: Apesar dos meus desejos nerds, vou gostar de ver esse
Rei do Crime mais vezes no MCU, isso é, se o tiro da Maya não acabou mesmo com
ele no último episódio, o que seria uma atitude bem broxante típica da Marvel!
O MANDALORIANO – PRIMEIRA E SEGUNDA TEMPORADA
Depois da decepção total e completa do encerramento da saga
Skywalker em Star Wars – Episódio IX – A ascensão Skywalker, eu perdi bastante
do interesse em acompanhar qualquer coisa que tivesse “Star” e “Wars” no mesmo
título.
Quando surgiram as primeiras notícias sobre uma série focada
em um mandaloriano — que primeiramente diziam que seria do Boba Fett —
eu nem sequer apresentei interesse em assistir e continuei sem qualquer vontade
de ver, mesmo quando estreou no Disney +.
Chateado e sem vontade de cantar uma bela canção tal qual
Joseph Climber, ignorei todos os suspiros femininos a respeito do Baby Yoda que
ouvi soarem pela internet e continuei fazendo de conta que a Disney não havia estragado
AINDA MAIS o universo de Star Wars.
Em 2021, no entanto, após maratonar os filmes da série —
incluindo Han Solo! — resolvi ver qualéquié de The Mandalorian e…
Não posso descrever quão arrebatadora foi a maneira pela
qual fiquei retumbantemente encantado pela fofura do Baby Yoda!
A série conta a história de um membro da guilda dos caçadores de recompensa que também é um mandaloriano, com todos os seus códigos de conduta e ética milenares, mas é a adição do elemento Baby Yoda — que chega ao personagem título da série como um trabalho — que impacta em muito a nossa expectativa.
Rapaz, depois do segundo episódio da primeira temporada — "A Criança" — é simplesmente impossível não querer saber o que vai acontecer a seguir e os capítulos vão sendo consumidos de uma maneira muito boa, quase como numa degustação de um doce muito bom que a gente está adorando, mas que não quer que acabe.
Foi exatamente essa a sensação de assistir aos 16 episódios
da série que é criada por Jon Favreau — diretor de Homem de Ferro 1 e 2 e de
Mogli: O Menino Lobo de 2016 — e escrita por ele e Dave Filoni, que além de
diretor, foi um dos idealizadores das séries animadas Clone Wars e Rebels,
ambas ambientadas no universo Star Wars.
O capricho com o cânone do universo criado por George Lucas
e o frescor que tanto Favreau quanto Filoni trazem ao universo Star Wars, são dignos de nota,
algo que nos faz pensar o que exatamente houve de tão errado durante a criação
da nova trilogia do cinema, que foi um desastre quase completo. Além de
bagunçar toda a cronologia, os filmes de J.J. Abrams e Rian Johnson brigavam
entre si, causando uma sensação muito grande ao espectador de desrespeito aos
personagens clássicos, além de não saber o que fazer com os novos.
Em O Mandaloriano, o que sobra a cada final de episódio é
justamente o contrário. O quentinho no coração e a sensação de acalanto com o
que sempre adoramos nesse universo criado há mais de 40 anos é o que nos
faz querer ver mais daquilo e começar um novo episódio é sempre prazeroso…
E isso está sendo dito por mim, um velhote de quase 40 anos
que não tem mais amor a nada!
Além de Dave Filoni, que está à frente de vários dos 16 episódios, outros diretores foram convidados para estarem atrás das
câmeras e o roteiro é escrito de maneira tão coesa, que a troca constante de direção não estraga em nada o
ritmo a que estamos mais acostumados desde o começo.
Um dos meus episódios preferidos da série toda, “O Santuário”,
o 4º da primeira temporada, é dirigido por Bryce Dallas Howard e é de uma
singeleza tão absurda que chega a tocar o coração do espectador com a maneira leve com que ela
trata a ligação entre Mando e seu pequeno acompanhante verde quando os dois tentam
se refugiar em um planeta, até então, pacífico e escondido no meio do nada.
Nesse episódio também nos é apresentado a ex-rebelde Cara Dune (Gina Carano) e
a sua relação com o mandaloriano é imediata, assim como com o público.
Ainda nessa temporada, além de Dallas Howard, dirigem
episódios também o diretor de descendência nigeriana Rick Famuyiwa (que chegou
a ser cotado para dirigir o filme “The Flash” antes de Andy Muschietti), Deborah
Chow (que entre outras coisas dirigiu episódios de Diários de um Vampiro,
Jessica Jones e Perdidos no Espaço e que está creditada como a diretora dos
episódios da série do Obi-Wan Kenobi a estrear em 2022) e Taika Waititi, que
além de dirigir o episódio 8 “Redenção” também trabalha como dublador do droide
pistoleiro IG-88 na série.
|
Sem perder o ritmo entre as temporadas, o próprio Jon
Favreau dirige o excelente episódio 9 — ou o primeiro da segunda temporada —
denominado “O Xerife”, que nos dá um vislumbre do retorno de Boba Fett ao
universo Star Wars live action — o personagem “estava morto” desde O Retorno de Jedi, quando o vemos, aparentemente, ser devorado por um sarlacc — ao nos apresentar o personagem
vivido pelo inexpressivo Timothy Olyphant, que está usando a armadura
mandaloriana verde do filho de Jango Fett, comprada de um grupo de jawas.
O "Xerife" |
Esse episódio tem um ritmo diferente dos demais, é um pouco
mais lento, mas tem sequências impressionantes de ação com efeitos visuais
caprichadíssimos em dunas de uma cidade próxima a Mos Eisley — o porto de
contrabandistas que conhecemos em Uma Nova Esperança —, o que nos faz esquecer
completamente que estamos vendo apenas um episódio de uma série de “TV” e não
um filme de cinema.
Aliás, quanto a esse esmero nos produtos para streaming da
Disney, é um baita de um tapa na cara de suas concorrentes que continuam nos “presenteando”
com pérolas visuais como o tigre meia-boca do Mutano em Titãs ou a transmutação
medíocre do Caçador de Marte em Supergirl da CW enquanto o Mickey investe
milhões em suas séries!
Meu intuito não é falar aqui de cada um dos episódios da
temporada, mas eu preciso citar pelo menos o episódio 10 “A passageira” dirigido por Peyton
Reed — acreditem ou não, o diretor dos dois Homem-Formiga da Marvel! — que me
deixou com o coração na mão a cada segundo de reprodução.
Cara! Só de lembrar já me sinto meio mal!
No episódio, em uma de suas várias passagens por Tatooine,
Mando recebe a incumbência de transportar uma passageira incomum em sua nave Razor
Crest e a tarefa parece bem simples, levando em consideração que ele só precisa
sair do ponto A e chegar ao ponto B.
A questão que envolve o episódio é que a passageira precisa chegar rapidamente até o seu planeta para fertilizar os ovos de sua prole, mas para isso, Mando não pode usar o hiperpropulsor — para viajar na velocidade da luz —, o que mataria os filhotes ainda nem nascidos da mulher. Para complicar ainda mais a situação, a passageira está sendo procurada pela Nova República e os ovos que ela carrega são para impedir que toda a sua espécie seja extinguida, o que torna esse episódio ainda mais angustiante.
No meio do caminho até o tal planeta, a Razor Crest é abordada por uma X-Wing da República e sem alternativas, Mando se vê obrigado a tentar escapar para salvar a si e a sua passageira. Num erro de cálculo GROTESCO, o mandaloriano acaba mergulhando sua nave num planeta gelado e enquanto eles afundam com a nave bastante avariada no gelo fino, o desespero se instaura porque o tempo para a fertilização dos ovos começa a se esgotar e não vemos qualquer chance de Mando reparar seu veículo para que eles possam zarpar dali em segurança.
Em toda a minha vida, eu não me lembro de já ter assistido um
episódio tão tenso de uma série quanto “A Passageira” e chegou um momento que
eu já estava torcendo em pé na sala de casa para que a mamãe sapo conseguisse salvar seus ovos.
Mano! Olha essa carinha! O design da personagem é todo
criado para nos causar comoção, mesmo que ela tenha a aparência de um sapo
gigante!
Peyton Reed quase me fez dormir em Homem-Formiga e a Vespa,
mas depois desse episódio de O Mandaloriano, o cara conseguiu se redimir. Está
na minha lista de episódios favoritos da série.
Na dança das cadeiras de diretores, além de Reed, a segunda temporada
volta a contar com Bryce Dallas Howard (episódio 3, "A Herdeira") que nos
apresenta a um trio de mandalorianos que pede a ajuda de Mando para reaver o
seu planeta Natal. Carl Weathers — que interpreta o chefe da guilda de
mercenários, Greef Karga — dirige o excelente e agitadíssimo episódio “O
Cerco” e o tarimbado Robert Rodriguez — de Um Drink no Inferno —, assume a direção de “A
Tragédia”, episódio que coloca Mando frente a frente com Boba Fett.
Apolo "O Doutrinador" Greef |
Além do personagem principal muito bem representado por
Pedro Pascal, que mesmo usando um capacete todo coberto em 98% dos episódios, dá
vida de maneira bastante expressiva a seu mandalore Din Djarin, a série tem um
acervo muito grande de personagens coadjuvantes que se revezam entre os
episódios e são, em quase sua totalidade, muito bem vividos pelos atores que os
interpretam.
A já citada Cara Dune de Gina Carano é um dos destaques, já
que aparece em quase metade dos 16 episódios e consegue convencer em seu papel
de mercenária durona que se torna a xerife de Nevarro, planeta onde a guilda de
Greef Karga está estabelecida.
A atriz e ex-lutadora de MMA causou grande polêmica
com suas declarações comparando a perseguição ao partido Republicano — de
Trump — com a perseguição feita a judeus na época da Segunda Guerra e em 2021, a
Disney resolveu se posicionar no caso, alegando que Carano está desligada terminantemente
do elenco da série para uma vindoura terceira temporada.
Agora sabemos como os diretores conseguiram tirar alguma emoção de Carano durante a cena em que ela é confrontada por um piloto imperial que fala sobre a destruição de seu planeta natal, Alderaan. Alguém deve ter falado no ouvido dela "o Joe Biden ganhou as eleições e você vai ter que se vacinar". A bicha chegou a chorar de verdade!
Outra personagem de bastante destaque na série é Fennec
Shand, vivida pela sempre maravilhosa Ming-Na Wen — a agente Melinda May da
finada Agents of SHIELD — que primeiramente aparece como uma rival de Mando,
mas que acaba se aliando a ele mais para frente, fazendo até parte do “esquadrão
de elite” do mandaloriano para enfrentar a perversidade de Moff Gideon
(Giancarlo Esposito).
Essa mulher tem 58 FUCKIN’ ANOS e continua com a mesma carinha de 30.
É impressionante como ela não envelhece!
Além de O Mandaloriano, como visto no final da temporada, ela
será a guarda-costas pessoal de Boba Fett (Temuera Morrison) e já está
creditada em todos os episódios do spin-off “O Livro de Boba Fett” a série que
vai mostrar a ascensão do clássico caçador de recompensas da trilogia original
de Star Wars ao trono antes ocupado por Jabba, o Hutt à frente dos mercenários
de Tatooine.
"Jabba The Hutt de cu é rola, mané!" |
Como anteriormente citado, Giancarlo Esposito faz em The Mandalorian
mais um de seus inúmeros vilões em seu currículo de atuação e apesar de uma
participação burocrática na série, seu personagem fica tempo suficiente na tela para que
queiramos que ele morra com metade da cara explodida como em Breaking Bad.
Giancarlo "Gus Fring" Gideon Esposito |
A série é tão bem escrita, que até personagens pequenos
acabam sendo muito bons de acompanhar, como a carismática “consertadora” de
naves Peli Motto (Amy Sedaris), o mal-humorado, porém leal Kuiil (Nick Nolte) e
o mau caráter Mayfeld (Bill Burr) que acaba tendo seu momento de redenção no
episódio 7, “O que acredita”.
Duas participações são mais do que especiais na segunda temporada e uma delas é a da personagem criada para a animação Clone Wars Ahsoka Tano, desta vez, em carne osso, interpretada pela maravilhosa Rosario Dawson — também conhecida como ser a única personagem que realmente importava em Luke Cage e em Punho de Ferro — e que eleva à décima potência a importância do episódio “A Jedi”.
Eu não fui um dos espectadores das intermináveis
temporadas de Clone Wars, mas mesmo eu que pouco conhecia da personagem — que
era uma aprendiz de Anakin Skywalker — fiquei orgulhoso de vê-la tão bem
caracterizada como a Jedi sábia que consegue entender o “Baby Yoda” e revela o
seu verdadeiro nome — Grogu — tanto ao Mando quanto para o público que está
assistindo a série.
Achei todo o visual da Ahsoka sensacional, desde a sua
primeira aparição envolta em névoas quanto ao uso de seus dois sabres-de-luz
brancos.
Sabres… BRANCOS!
Achei toda aquela cena em que ela derrota
os soldados enviados pelo Kyle Reese (Michael Biehn) bem no começo do episódio sensacional. Ponto muito positivo da série.
Eu gostaria de não ter sabido de antemão que o Luke
Skywalker de Mark Hamill faz uma aparição “surpresa” no último episódio da
temporada e sinto que aquele momento teria sido ainda mais fantástico de
assistir se não houvesse uma coisa chamada spoilers de internet.
Mesmo já sabendo que ele estaria ali, ainda assim, foi bastante
impactante ver o personagem central da saga Star Wars sendo usado de maneira
tão respeitosa — LEU ESSA RIAN JOHNSON, SEU ARROMBADO?? — e explorando seus
poderes Jedi de um jeito que a gente nunca viu em nenhum filme.
A gente ama a trilogia clássica, mas convenhamos que o Luke
dos episódios IV, V e VI era só um moleque raivoso com um sabre-de-luz na mão.
A maneira como ele parte para cima dos Dark Troopers é digna
de aplausos — muito equiparada com a sequência de ação do Darth Vader em Rogue
One — e na minha humilde opinião, só faltou uma trilha sonora mais impactante
ali, algo que nos remetesse à Força, ou uma trilha que pelo menos se
assemelhasse a de John Williams.
Seja como for, ouviu-se dizer que um certo Rod Rodman foi às
lágrimas entre a chegada do R2-D2 à cena até a partida do Grogu no colo do
Luke. Final maravilhoso para uma série estupenda…
E tenho dito.
QUE A FORÇA ESTEJA COM VOCÊ!
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