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26 de agosto de 2021

Um instante no tempo e o fim do casamento do Aranha

Namasterizando um instante no tempo


No segundo episódio do monólogo podcast Namasterizando eu, Rod Rodman, vou comentar um pouco sobre as polêmicas envolvendo a saga "Um Instante no Tempo" de Joe Quesada — desenho e roteiro — e os paralelos que podem haver entre a HQ e a trama do vindouro filme Homem-Aranha - Sem Volta para casa.

Para ouvir o episódio usando o Spotify é só clicar no player abaixo e ser feliz. Para ouvir o programa usando outro aplicativo é só clicar nesse link.



Links comentados no episódio:


Um dia a mais e o polêmico "paquito" com o Mephisto

Um instante no tempo e a culpa agora é do Dr. Estranho

O primeiro episódio de Namasterizando sobre Homem-Aranha - Sem Volta para Casa


P.S. - Vale lembrar que o Namasterizando ainda é um projeto embrionário, mas se você curtiu ou achou uma merda, deixe seu comentário para pelo menos eu saber que tem alguém aí do outro lado! 


NAMASTE!

24 de agosto de 2021

Homem-Aranha Sem Volta para Casa React

Namasterizando Homem Aranha Sem Volta para Casa


E a Sony/Marvel/Disney FINALMENTE lançou o aguardado trailer de Homem-Aranha - Sem Volta para Casa (Spider-Man: No Way Home) na última madrugada, apenas um dia após um vazamento que já tinha botado a galera para especular sobre as teorias do filme... mesmo numa qualidade de vídeo mais do que escrota!

No calor do hype, eu resolvi gravar um podcast para falar um pouco das minhas primeiras impressões sobre o trailer JÁ QUE NINGUÉM MAIS LÊ TEXTO EM PORRA NENHUMA e o resultado vocês podem conferir aí embaixo. (Não é aquela coisa que se possa dizer "nooooossa, que bagulho foda!", mas dá pra ouvir direto no player a seguir: 

Ou na sua plataforma de streaming preferida — também conhecida como Spotify!


E aí? O Doutor Estranho do vídeo é mesmo o Stephen Strange que a gente conhece ou uma variante?

Que cagada foi essa que o "Mago Supremo" causou com esse feitiço capenga?

Será que vamos MESMO ter a presença dos Homens-Aranha do Tobey Maguire e do Andrew Garfield no filme?

Será que esse Peter Parker ENFIM vai aprender que com grandes poderes vêm grandes responsabilidades ou ainda não vai ser dessa vez? 

Abaixo dois links dos posts mencionados no Namasterizando #001 em que falo um pouco sobre as polêmicas sagas "Um dia a mais" ("One more Day") e "Um instante no Tempo" ("One Moment in time") em que o Aranha faz um pacto com o Capeta para salvar a Tia May, mas acaba perdendo a MJ e o seu casamento... 


Namasterizando Homem Aranha Sem Volta para Casa


Ah, mas depois é o Doutor Estranho quem reseta tudo de novo! Hehehehe! Puta zona essa saga!


Namasterizando Homem Aranha Sem Volta para Casa


NAMASTE!  

31 de dezembro de 2020

Reencontro com o passado

Um conto de Natal fora dos padrões.


Estava velho demais para acreditar em Papai Noel, mas naquela madrugada eu roubei uma garrafa de sidra da geladeira, destampei e comecei a beber sozinho no quintal de casa, à espera do tal velho batuta. Ainda dava para ouvir as pessoas do lado de dentro da casa comemorando o Natal. Caía uma garoa fina sobre minha cabeça. O gosto do champanhe de pobre agora se misturava à água que caía da calha velha. Pouco me importava. Nunca tinha sido de beber, não sentia vontade de encher a cara e pouco me atraía por álcool. Gostava de manter minha sanidade... a pouca que tinha me restado naquele ano desgraçado.

Veio como um brilho intenso, amarelo, ofuscante. Ouvi meu cachorro ganindo. Ele levantou-se com dificuldade de sua casinha, andou para perto de mim bamboleando os quadris envelhecidos, sacudiu o pelo branco encardido e ensaiou um latido. Eu tinha acabado de dar um gole na bebida amarga. Olhei para o fundo do quintal. Uma silhueta corpulenta surgiu das sombras, arrastando alguma coisa grande e pesada atrás de si. O cão mais uma vez fez menção de latir, mas ficou olhando com curiosidade a figura que começava a se aproximar da luz de uma lâmpada mal rosqueada num bocal torto sob onde estávamos os dois.

— Foi aqui que pediram uma... — A voz rouca calou-se por um segundo. O homem maciço ajeitou o par de óculos sobre o nariz adunco e leu em um papel amassado: — máquina do tempo?

Me sobressaltei em meu assento improvisado, o degrau onde havia deixado meu corpo cair assim que cheguei ao quintal. Meu cachorro começou a abanar o rabo para o velhinho simpático, e pela primeira vez, percebi que estava na presença do próprio Papai Noel. Havia uma caixa enorme atrás dele, algo em torno de uns dois metros, dois metros e vinte de altura. Ele a tinha arrastado até a luz sem muita dificuldade e só então comecei a reparar em suas vestes. Nada de casaco vermelho, gorro com pompom ou botas para a neve. Parecia mais um daqueles velhos bêbados que encontrávamos aos montes pelas esquinas após a ceia de Natal. Camisa de botão, calça jeans velha e chinelo.

— Tem certeza que é para mim? — Perguntei a ele, deixando a garrafa de lado. Meu cachorro apresentava intenção de descer o degrau, mas é como se ele estivesse avaliando antes se valia o esforço. Parecia que não valia. — Não sei se fui um bom menino esse ano!

Eu ironizei, com um sorriso no rosto. O homem pareceu me avaliar, como se estivesse se certificando de que não errara o endereço. Aquilo seria bem frustrante!

— Temo que seja para você mesmo o presente. Não posso dizer que foi o ano em que esteve mais bem-comportado, mas medi seu merecimento pela média dessa espelunca de país onde você vive. Que bela merda, hein? E que gente mais mal-educada!

Não era o tipo de linguajar que eu esperava de um Papai Noel… mas aquela também não era a aparência que eu imaginava dele!

— Nem lembrava que tinha pedido um presente esse ano!

Ele me olhou meio que infeliz e respondeu de prontidão:

— Pois está aqui! Faça bom uso. Deu um trabalho do cão arrastar essa bosta até seu quintal!

O velho acenou em seguida, ajeitando a calça por cima da pança volumosa. Caminhou de volta até a sombra de onde tinha surgido e desapareceu, desejando um “feliz Natal”.

Eu nunca tinha acreditado em Papai Noel e jamais havia comemorado aquela data tão carregada de tristeza antes daquele ano. O desespero tinha feito eu me apegar a crenças que antes eu considerava insólitas e era curioso que bem daquela vez algum pedido meu tinha sido atendido. Queria estar bem longe dali, num lugar onde não pudesse ser encontrado por mais ninguém e então pedi com toda fé a alguma entidade cósmica que ela permitisse que eu voltasse no tempo para corrigir meus erros. Eu estava cansado demais para sequer desejar continuar dali e então comecei a olhar para trás, para tudo que eu tinha, tudo que eu era e que estava cada vez mais morto dentro de mim.

A máquina do tempo era velha e parecia caindo aos pedaços. Caminhei até a cabine, abri a porta e me enfiei dentro dela. O espaço era apertado, dava para uma pessoa e nada mais. Dei uma última olhada para meu cachorro e agradeci que ele não tivera coragem de descer o degrau para me seguir. Já não tinha mais o mesmo vigor de antes. Estávamos em situação semelhante. Os controles do aparelho não pareciam complexos. Acionei um botão vermelho. Senti a cabine começar a tremular. Pensei numa data em que gostaria de voltar. “Que tal voltar exatos 20 anos... o começo da minha vida adulta? Eu poderia me aconselhar, dizer todos os caminhos que deveria tomar para não acabar como eu estava agora... poderia me dar dicas do que fazer para me tornar alguém melhor, alguém mais importante, alguém mais inteligente… eu poderia voltar para minha infância... revisitar meus brinquedos velhos, a mesa de futebol de botão, os jogos de tabuleiro... eu poderia...”

A máquina brilhou e num estalo eu estava em outra época, no mesmo quintal. Saí cambaleante da cabine e olhei ao redor. As paredes tinham outra cor, a casa estava menos deteriorada, o cheiro das plantas de minha mãe ainda podia ser sentido dali. Dei a volta e alcancei a porta de entrada. Nada era como eu me lembrava. A vizinhança era diferente. A rua era mais calma, havia menos movimento do lado de fora. Meu cachorro ainda não existia. Entrei em casa e tratei de dar uma olhada no calendário... em meu momento de indecisão, a máquina do tempo tinha feito meu trabalho por mim. Eu tinha retornado mais de 20 anos. O meu eu daquele período tinha 14 e o encontrei no quarto lendo um gibi do Homem Aranha. O nosso preferido.

Foi estranho me observar ali da porta, mas tratei de olhar tudo ao redor com mais calma antes de chamar minha atenção. Havia uma cama de solteiro no canto esquerdo da parede, um guarda-roupa velho ao fundo e uma cômoda meio capenga à direita. Entrava uma luz forte do meio-dia pela janela. Me vi debruçado sobre a cama atento às páginas amareladas do gibi. Me lembrava bem. Tinha conseguido num sebo após a aula. Minha mãe tinha dado com muito custo alguns trocados para que eu o comprasse e passei um bom tempo na banca de rua escolhendo o que queria levar. O velho que tomava conta do sebo era do tipo ranzinza, que reclamava se alguém ficava muito tempo folheando as revistas usadas, mas eu sempre dava um jeito de olhar o que tinha dentro. Aquele gibi devia ter uns cinco ou seis anos. Devia ter passado na mão de uns dois ou três donos antes de mim. Era meu preferido.

— Nós já lemos esse mais de dez vezes!

Eu não sabia como chamar minha própria atenção e então dei duas batidas na porta antes de fazer minha voz soar. O meu eu jovem me olhou de olhos arregalados e engoliu em seco. Tinha cabelos crespos bem vastos, caindo por cima das orelhas. O nariz era grande, tinha braços finos, pernas compridas e esqueléticas. Parecia um espantalho. “Agora me lembro porque eu era tão ridicularizado na escola”.

— Quem é você?

O garoto magrelo me perguntou botando o gibi de lado, e de repente, me lembrei que não tinha ensaiado aquele diálogo por tempo suficiente em minha cabeça. Indiquei a cama, já adentrando o quarto e era como se o moleque fosse cair desmaiado a qualquer momento. “Alguém faça um sanduíche para esse garoto! ”.

Eu me sentei a seu lado e percebi que não havia forma mais simples de dizer aquilo. Fui direto:

— Eu sou o seu eu de 2020.

Era fácil perceber algumas semelhanças entre nós dois e notei que o meu eu mais magro ficou a esquadrinhar meu rosto enquanto eu apanhava o gibi sobre a cama e dava uma folheada. Marvel Especial 2. Os maiores combates entre o Homem Aranha e seu arqui-inimigo Duende Verde. A última história do compilado era “A noite em que Gwen Stacy Morreu”... minha preferida.

— Como... como você chegou aqui?

A voz era mais aguda, mais limpa. Naquela época eu alcançava notas maiores, tinha uma afinação diferenciada. Adorava imitar as vozes de desenhos animados, de atores famosos e de cantores. Sabia que não tinha mais aquela capacidade hoje em dia.

— Tenho certeza que você vai acreditar se eu disser que foi de maneira mágica.

Não houve qualquer questionamento. Eu era uma pessoa bem mais razoável naquele tempo.

Embora eu não tivesse planejado muito bem o que iria dizer ao meu eu de 14 anos, algo me induziu a conversar comigo mesmo e dizer bem francamente tudo que tinha nos acontecido nos vinte e tantos anos que nos separavam. Depois de aceitar o fato de que o sujeito calvo, barbudo e meio pançudo à sua frente era sua versão futura, o garoto começou a me fazer perguntas de maneira curiosa.

— Como é o futuro? Existem mesmo carros voadores? A ciência já inventou a cura para todas as doenças?

Eu dei uma risada sarcástica. Olhei bem no fundo daqueles olhos ainda cheios de esperança — eu nem sabia mais como era ser tão inocente — e o trouxe para a minha realidade:

— As pessoas ainda nem aprenderam a andar segurando guarda-chuva sem esbarrar umas nas outras, imagina dirigir carros voadores! — Ele me olhou incrédulo — E nesse exato momento o mundo em 2020 está tentando se recuperar de uma pandemia que em muitos países ainda está matando muita gente.

Havia agora terror em seu rosto.

— Uma pandemia? Então é muito grave!

— Sim. O vírus é chamado de Covid-19, ataca os pulmões, causa dificuldades respiratórias... seríssimo. Só no Brasil já matou mais de 190 mil pessoas.

— Mas ainda não descobriram uma cura? — Ele se ajeitou na cama sentado a meu lado. Estava bastante interessado.

— Ah, sim. Alguns laboratórios já desenvolveram vacinas que tem sido aplicadas em países da Europa e também nos Estados Unidos. Muita gente já tem sido imunizada.

— Mas e no Brasil?

Eu nem sabia como começar a explicar que por conta de uma burocracia burra e por uma falta de planejamento do Ministério da Saúde o Brasil ainda não tinha criado uma estratégia de vacinação. Também era difícil explicar que havia uma vacina sendo desenvolvida em parceria com um laboratório chinês no país, mas que ainda não tinha eficácia comprovada. E como eu ia dizer ao garoto que o próprio Presidente da República estava jogando futebol e minimizando a pandemia — mais de 10 meses depois — enquanto o governo não tinha feito nenhum pedido de vacinas a nenhum dos laboratórios que as estavam disponibilizando em outros lugares do mundo?     

— Mas como vão ficar as pessoas? Por que o Presidente não toma uma atitude?

— As pessoas continuam morrendo nos hospitais e muitas das que não estão doentes ainda, continuam se aglomerando em festas de fim de ano e comemorações com os amigos. O Presidente é o maior exemplo da falta de noção com a periculosidade da doença. Ele é seguido por grande parte dos brasileiros e para essas pessoas, tudo que ele fala é lei. O homem é um negacionista, chamou o Covid-19 de "gripezinha", diz que ninguém deve ser obrigado a se vacinar e não tem pressa nenhuma para que a população comece a ser vacinada. 

— Mas isso é terrível! — Alarmou-se meu eu de 14 anos.

— Nesse momento, em 2020, tem jogador de futebol famoso bancando festinha para mais de 500 pessoas no litoral, ex-BBB se aglomerando com outros famosos em festas clandestinas, vizinhos comemorando Natal e ano novo amontoados e até parentes indo para a praia e postando vários stories como se nada de grave estivesse acontecendo.

Havia confusão no olhar do garoto.

— O que é um “ex-BBB”? E o que significa postar stories”?

— Não se preocupe. Não é nada muito importante.

Eu tinha percebido que aquelas notícias sobre o futuro haviam tirado um pouco do brilho juvenil do rosto do garoto. De repente, eu estava me sentindo meio sádico em apagar de forma tão brusca o sorriso de alguém que ainda tinha uma vida inteira pela frente, mas precisava ser assim. Era necessário um choque de realidade. Ele precisava entender que as coisas tinham que ser diferentes e que somente com uma nova atitude eu teria, quem sabe, a chance de me tornar um adulto feliz, um adulto realizado. Aquele magrelo era a minha melhor chance.

— Mas e nós? Como estamos em 2020, em meio a pandemias, ex-BBBs e stories?

— Nada bem. — Eu dei uma suspirada. Ajeitei minha coluna dolorida e continuei — Nós estamos desempregados nesse momento, nossa última namorada nos deixou e não há qualquer perspectiva de melhora para os próximos meses. Decididamente eu não vejo solução para nossos problemas. Na verdade, eu tenho pensado muito em acabar com tudo de maneira brusca ultimamente... para tentar evitar isso é que estou aqui.

Ele ficou triste. Deu uma olhada rápida para a capa da revistinha em cima da cama. Seus olhos pararam na imagem de Gwen Stacy estatelada no chão enquanto seu namorado Homem Aranha se desespera em pé diante de seu corpo.

— Me fale um pouco sobre essa namorada... o que aconteceu?

Fiz uma pausa. Busquei uma maneira simples de começar a contar.

— Ficamos dois anos juntos. Ela era uma ótima companhia. Inteligente, divertida. Meio mimada também… mas eu gostava disso. Me deu a maior força quando eu mais precisei. Ficou sempre ao meu lado. Começamos a namorar porque um precisava do outro naquele momento. Ela também estava passando por momentos difíceis em sua vida e eu meio que servi de bote salva-vidas em meio a uma tempestade. Depois de algum tempo, toda minha baixa autoestima, minhas inseguranças e minhas paranoias começaram a cobrar o preço e aquilo me afastou dela. Ela jogou na minha cara que eu a estava prendendo, que por minha causa ela não saía mais com os amigos e que não fazia mais as coisas que gostava. Disse também que se sentia na sombra da minha ex-namorada e que eu nunca a tinha superado verdadeiramente.

— E isso é verdade?

— Não totalmente. No começo tinha sido apenas para que eu conseguisse esquecer a ex, mas depois se tornou algo real. Algo forte. Eu gostava verdadeiramente dela, mas eu tinha dificuldades para demonstrar isso. Sempre foi difícil deixar uma pessoa entrar em minha vida, ainda incomodava só de pensar na dor que era perder alguém, vê-la se afastar, ir embora sem olhar para trás... por isso, eu tinha medo em dizer que a amava e que a queria em minha vida para sempre. Eu não queria perdê-la também...   

— Mas não adiantou muito, né?

— Não. No começo do ano ela resolveu terminar tudo. Disse que “nosso ciclo tinha se encerrado” e paramos de nos falar.

— Nunca mais ouviu falar dela?

— Nos falamos algum tempo depois. Ela até me contou que estava grávida...

— Nós temos um filho? — A expressão de felicidade no rosto do garoto foi breve, mas intensa. Outra vez tive que quebrar sua expectativa.

— Não, não temos. — Havia tristeza agora em minha voz. Parecia que um nó tinha apertado minha garganta — Ela me contou algumas semanas depois que tirou o bebê. Passamos três meses juntos sem que ela tivesse coragem de me contar sobre a gravidez e decidiu sozinha que não queria ter a criança. Nós nos encontramos depois e ela me contou toda a história. Disse que um filho àquela altura da vida só a iria atrasar e que ela não tinha qualquer plano de cuidar de uma criança. Eu não tinha como não concordar com ela e embora eu não pudesse mais fazer nada, fiquei algumas semanas depois daquilo apático, sem saber o que pensar. Eu sabia que para ela um bebê não seria algo positivo naquele momento, mas me doeu muito saber que eu tinha perdido um filho — um menino — que eu nem sabia que tinha existido. De alguma forma, aquilo acabou alimentando a minha já costumeira depressão. Eu estava cada dia mais perdido.

O garoto ao meu lado não sabia bem o que dizer. Naquela época eu era extremamente tímido e retraído, era péssimo em comunicação. Eu morria de vergonha da minha aparência, era inseguro com meu corpo e não me achava bom suficiente em nada, embora tirasse boas notas na escola. O trauma de ser ridicularizado nas aulas de educação física, de ser sempre criticado e xingado de “magrelo” haviam criado uma aura de insuficiência ao meu redor, algo que me acompanhou por muitos anos... tentei colocar muito daquilo para fora nas sessões de terapia em 2018, mas havia algo dentro de mim que não podia ser compartilhado com mais ninguém, algo que nem mesmo eu conseguia exprimir e que me fez parar com as visitas ao consultório. Comecei a achar que estava fazendo a psicóloga perder seu tempo comigo e que aquilo que estava quebrado não tinha mais conserto.

— E como ela ficou depois do aborto?

— Não sei. Ela teve alguns problemas de saúde depois, mas ficou bem em seguida. Parei de acompanhá-la, mas soube que arrumou outras pessoas... deve estar fazendo tudo que dizia que não conseguia fazer ao meu lado, sabe? Sendo feliz... não a culpo.

— Então nós estamos sozinhos...?

— Sim. Aliás... como sempre.

Mais uma vez a nuvem de tristeza sobre seus olhos.

— Você e eu não vamos ser muito felizes na parte sentimental, garoto. Acostume-se com isso. Você vai ter a sua primeira namorada aos 17 anos, mas não vai ser nada que dure mais do que algumas semanas... e nada além de beijos. Você vai se iludir com algumas colegas de curso técnico, vai achar que está apaixonado, mas saiba que tudo não vai passar de devaneios seus. A mesma coisa vai acontecer na faculdade, mas aí vai aparecer uma garota que vai arrebatar você. Que vai te fazer sentir coisas que você nunca sentiu antes na vida e que vai te apresentar a um mundo cheio de amor, carinho e prazer. Muito prazer!

Ele pareceu se animar. O brilho nos olhos voltou.

— Vai durar uns dois anos… mas aí ela vai quebrar seu coração e vai te deixar sozinho outra vez. Vai parecer que seu mundo acabou — e por um tempo ele vai mesmo! — vai parecer que nada mais importa, mas um dia você vai se recuperar. Nesse período, o grande amor da sua vida vai ter se casado com outro cara e ter filhos com ele, mas você vai encontrar consolo também nos braços de outras garotas. A maioria, meras companhias para tempos tristes. Outras que vão deixar marcas até hoje impossíveis de apagar… e no final, vamos acabar sozinhos. Como sempre foi.

Comecei a ouvir um som do lado de fora da casa e percebi que minha viagem no tempo estava prestes a acabar. A máquina do tempo estava pronta para voltar para a nossa época.

— Mas e a nossa família? E nossos amigos? Tem tanta coisa que eu ainda quero saber! — Disse o garoto.

— Alguns dos nossos tios partiram dessa existência, mas nossa família está bem. Estão todos se cuidando direitinho em meio a pandemia e ninguém tem cometido excessos. Nossa mãe, nossos irmãos, nossos sobrinhos…

— E nosso pai?

— Esse sumiu no mundo há muito tempo e não temos notícias. Mas quem se importa?

O garoto pareceu espantado.

— E nossos amigos?

— Melhor impossível. A maioria constituiu família, estão bem empregados e felizes. Entre eles tem gerente, engenheiro, professor, tecnólogo... alguns eu não sei direito porque perdemos contato. O isolamento social a que eu e você vamos nos prestar é bem mais profundo, vai além daquele que a pandemia exigiu. Como eu disse… nós estamos sozinhos.

— Mas e a gente? Conseguimos nos formar? Realizamos nosso sonho de ser desenhista pelo menos?

O som do lado de fora agora era mais alto. Dava para sentir as paredes vibrando. A máquina do tempo queria partir.

— Nos formamos sim, mas jamais realizamos o sonho de ser desenhista. Esse sonho ficou para trás junto com um monte de revistas em quadrinhos que acumulamos com o tempo e que agora pegam poeira dentro de um baú velho. Mas não fique triste — fiz uma pausa o encarando — por um tempo vamos trabalhar com algo muito parecido com isso e vai ser um período muito bom da sua vida. Breve, mas bastante intenso.

Eu me levantei da cama. Já era hora de partir. Sentia que não tinha contado nada que valesse realmente a pena para o garoto, mas esperava que aquele bate-papo com meu eu do passado tivesse feito sentido, que aquele garoto pudesse mudar as coisas, que fizesse o rumo da minha vida lamentável se alterar.

— Preciso ir agora. Tem mais alguma coisa que queira saber do futuro?

Ele encarou mais uma vez o gibi sobre a cama e respondeu rapidamente:

— Nós não gostamos mais de quadrinhos? Tudo que as histórias do Homem Aranha nos ensinou ficou no passado?

Abri um sorriso.

— Nós ainda adoramos quadrinhos… mas se prepare que com o passar dos anos eles vão ficar cada dia mais caros! Tente não gastar tanto com eles. — Dei uma risada — A parte boa é que agora os personagens de gibi são populares e vão existir muitos filmes e séries sobre eles para a gente assistir.

— É sério? Vai ter um filme do Homem Aranha?

— Em 2020 já terão sido feitos pelo menos 7 filmes do Aranha!

Os olhos do garoto brilharam mais uma vez. Nada que eu o havia contado antes pareceu mexer tanto com suas emoções.

— A Marvel vai ter um estúdio de cinema próprio e vai levar um monte de super-heróis para a telona. Você vai se emocionar vendo o Hulk protegendo a Betty Ross de um helicóptero, vai chorar vendo o Capitão América gritar "Avante Vingadores" e antes disso, vai se sentir uma criança novamente quando ver o Homem Aranha se balançando pelos prédios numa tela de cinema pela primeira vez. Vai ser algo tão marcante que você nunca mais vai se esquecer!

— Caramba! — Seus olhos tinham ficado marejados de verdade. Eu tinha me esquecido como era ser tão jovem e tão cheio de vida. Aquele garoto era tudo que eu tinha esquecido como ser, e mesmo depois de contar todas as agruras que iríamos encarar nos próximos anos, ainda assim ele ficava emocionado em falar sobre seus personagens de quadrinhos preferidos. Nossa grande fuga da realidade. Nosso único refúgio.

Eu já estava próximo da porta quando mais uma pergunta chegou a meus ouvidos:

— Mas e a DC? Como serão os filmes do Superman, do Batman, do Flash?

Eu não sabia bem como responder aquilo e preferi me abster de uma resposta. Já tinha decepcionado aquele garoto demais por uma hora, ele não precisava saber a verdade.

O meu eu de 14 me acompanhou até o quintal e me viu entrar na máquina do tempo. Antes de me despedir, dei-lhe um último conselho e ele me ouviu com atenção:

— Ah... e nos próximos anos, vê se evita usar muito boné e tome menos banhos quentes. E faça mais exercícios físicos também. Daqui a 20 anos você vai me agradecer!

Uma luz amarelada nos engolfou e a última coisa que vi foi o aceno do garoto magrelo que tinha sido a minha única companhia na última hora. Eu não sei se o havia deixado muito feliz com minha visita, mas voltei para 2020 com a lembrança daquele brilho nos olhos que eu nem sabia mais que um dia havia existido. Quem sabe agora que tinha me reencontrado, eu teria o meu tão esperado final feliz. Quem sabe?

AUTOR DESCONHECIDO  

6 de agosto de 2020

TOP 10 - Maiores Surras das HQs PARTE 3



Há muito tempo, numa galáxia muito distante, eu fazia parte de um outro site sobre entretenimento chamado "AIJovem" e de vez em quando eu produzia alguns posts para animar a bagaça. Esse texto sobre as "Maiores Surras das HQs - Parte 3" foi publicado lá originalmente e agora eu o estou resgatando para finalizar a trilogia das melhores pancadarias dos gibizinhos, ANTES de Novos 52, Marvel (a) NOW, Renascimento e os caraio. Só os véi vão curtir esse. 

Sigam-me os bons! 

10 - Dr. Destino X Homem Aranha



Caras como Shocker, Corisco, Bumerangue ou até o Rino nunca foram problema para o Amigão da Vizinhança, que sempre conseguiu detê-los até com certa facilidade. Mas e quando o próprio Doutor Destino atravessa o caminho dele?



Nessa aventura, o Homem Aranha está atrás do seu velho inimigo, o Raposa Negra, que roubou uma joia valiosíssima de um museu, quando Victor Von Doom aparece para reclamar para si a tal joia. Alegando que ela pertence a sua mãe, o soberano da Latvéria não mede esforços para obtê-la, nem que pra isso ele tenha que passar por cima do Aranha... Coisa aliás, que ele nem precisa se esforçar muito pra fazer.




Tentando salvar o Raposa, o Homem Aranha toma uma das maiores surras de sua carreira, e somente quando propõe uma trégua com o vilão é que ele consegue salvar sua vida.
 


Essa história foi escrita por David Michelinie e desenhada por Erik Larsen, o criador do Savage Dragon. 

9 - Azrael X Asa Noturna



Bruce Wayne estava de volta após ter a coluna partida ao meio por Bane, mas a sua cidade ainda precisava ser retomada de seu atual dono, o maluco Azrael Jean-Paul Valley.


Enquanto Bruce treina com a Lady Shiva para tentar recuperar seu cargo como Batman, cabe a seus ajudantes a missão de rastrear Azrael e impedir sua sede de sangue, que começa a se espalhar pelo submundo do crime.




Quando o Asa Noturna encontra Jean-Paul, após ele ter explodido o batmóvel com Batman e Robin dentro, Dick Grayson não pensa duas vezes e parte para cima do algoz de seu mentor...


Tomando uma escovada bonita do novo Batman!


Contando apenas com suas habilidades acrobáticas, o Asa Noturna não é páreo para o poderio bélico da armadura de Azrael, que acaba com nosso herói sem se esforçar muito. Perdeu, Playboy!

8 - Mongul X Lanterna



Junto com o Superciborgue, Mongul, o soberano do Mundo Bélico destruiu Coast City, a cidade do Lanterna Verde, e mais puto da cara que o Alborguethi, Hal Jordan decidiu DAR CABO do vilão com suas próprias mãos, coisa que seu anel energético não podia fazer, devido a cor da pele do monstro: Amarelo.


O resultado?


Jordan foi escorraçado pelo vilão, que não satisfeito em aplicar-lhe uma surra, ainda quebrou seu braço e fraturou seu joelho!



Tudo bem que depois Jordan ainda conseguiu se recuperar devido sua imensa força de vontade, mas faltou pouco para que o Gladiador Esmeralda não fosse conhecer Jesus pessoalmente!


O detalhe é que Mongul costumava sair no braço com o Superman, e o Azulão também suava pra ganhar do gigante.

7 - Ossos Cruzados X Capitão América



É bem raro achar na coleção de HQs ao longo desses mais de 70 anos do personagem, alguma história em que o Capitão América acabou estirado no chão num combate mano a mano justo. Diferente de outros heróis que estão até acostumados a levar surras homéricas dia sim dia não (Homem Aranha e Demolidor que o digam!), o Sentinela da Liberdade é duro de derrubar.


A sorte do velho Steve Rogers acabou quando sob um ataque mental criado pelo Cubo Cósmico do Caveira Vermelha (que na época estava comendo capim pela raiz, como se pensava) ele teve que encarar o Ossos Cruzados, antigo capanga do Caveira.



Enquanto vê imagens do Barão Zemo torturando seu parceiro Bucky na época da Segunda Guerra, Rogers é espancado pelo Ossos Cruzados no presente, incapaz de se defender ou contra-atacar.




Após apanhar feito Anastasia Steele em 50 Tons de Cinza, o Capitão acaba estirado no chão, ainda sem entender o que eram aquelas memórias que o atacaram.

6 - Lince x Ricardito



Nos bons e velhos anos 80, os Titãs eram escritos por Marv Wolfman, o cara que mais desenvolveu os personagens adolescentes da DC. Nessa aventura, Roy Harper, o Ricardito (BWAHAHA-HAHAHAHA!) pede ajuda ao amigo Dick Grayson para ir atrás de sua ex-mulher e mãe de sua filha, a assassina Lince. Impetuoso e incapaz de se conter, Roy decide encarar a mulher no mano a mano, algo do qual ele se arrepende amargamente depois de tomar um cacete dela. Perita em artes marciais, Lince derrota Roy facilmente, e ele é salvo da morte quando o Asa Noturna intervém. Apesar disso, o arqueiro acaba sendo envenenado pelas garras da vilã e quase morre. 


"Você é homem suficiente pra me segurar?" Chamou na chincha!

Tenho um carinho especial por essa edição de nº 50 dos Novos Titãs que foi publicada aqui no Brasil pela Editora Abril, e me lembro que aquela foi uma das primeiras vezes que vi tanto o Asa quanto o Ricardito serem tratados como adultos, e não os parceiros mirins do Batman e do Arqueiro Verde.




Parte desse relacionamento conturbado entre Roy e a Lince chegou a ser insinuado na ótima animação Justiça Jovem.

5 - Duas Caras X Robin



Em uma conversa com o atual Robin (na época) Tim Drake, o Asa Noturna Dick Grayson relembra um dos primeiros encontros que teve com o vilão Duas Caras, e como quase não sobreviveu para contar a história.


Após ser capturado por Harvey Dent junto do prefeito da cidade, o Batman é usado como isca para atrair Dick, que precisa escolher com rapidez quem vai salvar: Seu mentor ou o prefeito.




Quando decide salvar o prefeito cortando a corda que o prende pelo pescoço, o Menino Prodígio é seguro pelos capangas de Dent e cruelmente espancado, sem grandes chances de defesa. Enquanto vê o parceiro sendo feito de saco de pancada, o Batman consegue se soltar da armadilha onde está preso, e salva o Robin... Por pouco!
Essa história é um retcon contado logo após a saga Zero Hora da DC, e serve para fazer os leitores novatos entenderem toda a trajetória dos Robins. 

4 - Slade x Liga da Justiça



Crise de Identidade é tida até hoje, mesmo após o Reboot dos Novos 52, como uma das melhores e mais fantásticas histórias envolvendo a Liga da Justiça.



O embate entre o Exterminador e toda a Liga é apenas UM dos grandes momentos desse arco, mas ilustra bem o quão foda Slade Wilson é!


Contratado para proteger o Doutor Luz, Slade se vê obrigado a encarar a Liga da Justiça, que na época, contava com o Arqueiro Verde, Canário Negro, Zatanna, Gavião Negro (Carter Hal), Homem Elástico, Eléktron, Lanterna Verde (Kyle Rayner) e o Flash (Wally West) em suas fileiras.



De forma metódica, a estratégia que Slade usa para acabar com cada membro da equipe é descrita pelo Arqueiro Verde, que vê de perto o que o mercenário é capaz de fazer com seus 90% de uso cerebral. Sem suar, e usando todos os recursos disponíveis em seu arsenal, o cara, abate a Zatanna antes que ela possa conjurar um feitiço, anula as asas do Gavião Negro, abate o Eléktron com um apontador laser, transpassa o Flash com sua espada e ainda quebra os dedos do Lanterna Verde!!


Olhando essa imagem eu sempre me pergunto porque alguém com os poderes do Lanterna Verde precisa chegar perto para dar um soco, mas aí vem a questão do roteirista de emburrecer todos à volta de um personagem para que ele se sobressaia. Identity Crisis foi escrita por Brad Meltzer e ilustrada por Rags Morales em 2004.


Seja como for, Slade Wilson é um dos personagens mais fodas da DC!

3 - Maestro X Hulk



Quando seu amigo Rick Jones pede sua ajuda, Bruce Banner decide ajudá-lo e parte para uma jornada rumo a um futuro inóspito do qual pouco conhece. O seu próprio futuro!


Nesse futuro imperfeito, após uma hecatombe que eliminou boa parte dos seres superpoderosos da Terra, o Hulk governa com mãos de ferro, mas esse é um Hulk diferente do que conhecemos. O assim denominado Maestro precisa ser detido antes que o pior aconteça, e um envelhecido Rick Jones recorre a seu amigo Bruce de uma época em que ele era racional e conhecido como um herói. Mas será que o jovem Hulk pode deter o velho Hulk, que após uma explosão nuclear se tornou muito mais poderoso que sua versão mais nova?


A resposta é não!


O Maestro aplica uma surra de dar dó no Hulk, que além de ser humilhado, tem o PESCOÇO QUEBRADO pelo vilão.
O sentimento de desespero nessa impressionante aventura escrita por Peter David e desenhada por George “God” Pérez é real, até porque dá pra perceber que NADA pode parar o Maestro, nem mesmo o Hulk.



Futuro Imperfeito é item obrigatório de coleção pra quem é fã do Gigante Esmeralda da Marvel.

2 - Hércules X Mestres do Terror



Após uma bebedeira homérica do qual só um semideus é capaz de escapar vivo, o Hércules é requisitado para ajudar os amigos Vingadores, enquanto o Barão Zemo organiza uma verdadeira frente de batalha para destruir de vez os Maiores Heróis da Terra. Após capturarem o Cavaleiro Negro, o Capitão América e até mesmo o Jarvis (o mordomo), a equipe de Zemo, formada por caras como a Gangue da Demolição, Mr. Hyde, Tubarão Tigre, Homem Absorvente, Titânia e o Golias, incapacita a Capitã Marvel (Monica Rambeau) e cai de pau pra cima do Leão do Olimpo...


Que é espancando sem dó e nem piedade pelos pesos pesados do crime!



Antes dessa aventura, eu tinha o Hércules como um dos heróis mais invencíveis da Marvel, quase ao nível do Thor, mas quando vi que ele podia ser ferido a esse nível, mesmo que encarando os caras mais poderosos da equipe do Barão Zemo, meu mundo fez como o da Maysa... E caiu!




O Hércules acabou em coma por um longo período após essa surra federal que levou, e como líder da equipe na época, a Vespa se culpou, o que a fez abandonar o cargo.

1 - Superboy Prime X Superboy



Crise Infinita foi uma das sagas mais violentas da DC que eu vi na vida. E olhe que a Crise de Identidade com estupros, lobotomia e assassinatos já tinha sido bem intensa!

Nesse arco, os heróis da Terra-2 aprisionados após o fim da Crise nas Infinitas Terras decidem voltar para a Terra 1 para acabar com a palhaçada que está havendo por aqui. Incapazes de ver seus heróis mergulhando no inferno (Batman responsável por um supercomputador que quer dominar o mundo, Mulher Maravilha torcendo pescoços alheios na TV) o Superman, o Lex Luthor e o Superboy desse mundo quebram as paredes da realidade e vêm para nossa Terra pra dar um jeito nesse caos.


Querendo colocar juízo na marra na cabeça dos heróis, o Superboy Prime (ou Primordial) decide confrontar primeiro sua versão atual dessa realidade, o jovem Connor Kent, o Superboy de jaquetinha do Retorno do Superman.



De um jeito meio estúpido, o Superboy Prime entra numa batalha sangrenta contra Connor, procurando mostrar seu ponto de vista de que o rapaz é indigno de usar o nome “Superboy”. Quando os Titãs são recrutados para intervir, Prime começa um verdadeiro massacre, decapitando, desmembrando e dilacerando os jovens heróis.


A loucura do Superboy só é detida quando os Flashes Bart, Wally, Jay e até Barry (??) se juntam, mas isso não o para por muito tempo, que retorna com parte do poder do Antimonitor. Disposto a um segundo round, Connor vai para cima de seu inimigo, mas não é capaz de detê-lo, terminando morto embaixo dos escombros de um equipamento que tornaria o Prime invencível.



Esse Superboy ensandecido é um dos piores inimigos que foram criados para os heróis da DC, e rola uma revolta enquanto você lê as páginas de Crise Final. Uma pena a morte do Connor que era um personagem muito bacana desde a época da Morte e do Retorno do Superman (que voltou algum tempo depois como sempre!).

Medalha de ouro para essa batalha épica!



Para curtir as duas primeiras partes das Maiores Surras das HQs, só clicar no banner aí! Divirtam-se! 





NAMASTE!

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