24 de maio de 2010

Análise: Os filmes do Justiceiro


O Justiceiro foi criado em 1974 por Gerry Conway, Ross Andru e John Romita (Pai), inserido numa história do Homem Aranha (no Brasil, uma das publicações foi em Teia do Aranha nº 25 da Editora Abril), e o motivo de sua cruzada contra o crime é o assassinato de sua família, esposa e dois filhos (uma menina e um menino) em pleno Central Park. Na ocasião, Frank Castle (o alter-ego do Justiceiro) e sua família presenciaram uma execução feita pela máfia e pagaram o preço ao serem baleados a fim de que não houvessem testemunhas do crime. Sendo o único a sobreviver, Frank decidiu utilizar seus conhecimentos adquiridos no exército para declarar guerra aos homens que mataram sua família, vingando-a dessa forma. Mais tarde ele resolveu estender sua vingança a todo tipo de criminoso que ousasse dar as caras nas ruas, tornando-se ele próprio o juiz e o carrasco.

No cinema o personagem já teve três encarnações, uma de 1989 onde ele era vivido pelo eterno Ivan Drago de Rocky 4 Dolph Lundgren (The Punisher), outra de 2004 vivido por Thomas Jane (The Punisher) e a versão mais recente de 2008 onde o personagem é interpretado por Ray Stevenson (The Punisher - War Zone).

Esse artigo se propõe a analisar as duas versões do século XXI onde o Justiceiro recebeu um tratamento mais, digamos, fiel aos quadrinhos, e a discussão gira em torno justamente disso: qual das duas versões cinematográficas chegou mais perto das histórias em quadrinhos e qual delas é uma opção de entretenimento mais palpável.






Para melhor entendimento durante o post, tratarei o filme de 2004 de Justiceiro 1 e o de 2008 como Justiceiro 2, embora um não seja exatamente a continuação do outro.
O Justiceiro 1 foi dirigido pelo estreante no ramo Jonathan Hensleigh, que até então só havia colaborado em roteiros de filmes como Armageddon e Duro de Matar 3 - A Vingança, ambos com Bruce Willis nos papeis principais. Considerados filmes “pipocas” dos anos 90 (ou Blockbusters) ambos possuem boa dosagem de ação e convencem naquilo que se propõem a fazer, embora no caso de Duro de Matar 3, os dois longas anteriores da série sejam mais originais. Armageddon foi dirigido pelo controverso Michael Bay, hoje em dia tão criticado por seus filmes descerebrados (Transformers, cof! Cof!), mas naquela época fora um filme de sucesso, já que o tema fim do mundo parecia ser novidade.
Jonathan Hensleigh jamais havia estado atrás das câmeras antes de Justiceiro 1 (e pela estréia, pelo jeito nunca mais estará!) e embora tenha acertado no tom de ação de algumas cenas errou na maioria delas, deixando Frank Castle menos sanguinário e mais sentimental. Como Hensleigh também colabora no roteiro ao lado de Michael Tolkin e Michael France, ele é culpado não só pela direção desastrosa, mas também pela história que vem do nada e segue para lugar nenhum.
Muitas coisas fazem de Justiceiro 1 um filme aquém do que os fãs esperavam, mas o ritmo com que a história é ditada é a pior delas. A trilha sonora é fraca, e não ajuda nas cenas mais trágicas (como na morte da família de Castle). Hensleigh opta por criar um mundo diferente pra Castle, onde ele só possui um menino como filho e onde toda a família (incluindo pai, mãe, parentes, amigos) é chacinada em retaliação a uma das ações policiais do soldado. Bem longe da fonte de onde o roteiro foi “inspirado”.



Justiceiro 2 é dirigido por Lexi Alexander que antes disso havia estado por trás das câmeras do bom e violento Hooligans, de 2005, protagonizado por Elijah Wood (sim, e eu disse violento mesmo). Com a missão de apagar o fraco desempenho do 1º filme e deixar uma marca mais sanguinolenta no personagem, que era o que todos esperavam de um filme intitulado “Justiceiro”, Alexander chutou o balde, e botou Castle para estourar miolos desenfreadamente em cenas pra lá de estúpidas, como bem estávamos acostumados nos filmes dos anos 80. O resultado? Justiceiro 2 é um filme bem mais sombrio que seu antecessor, mas a história mostra claramente que o Frank Castle desse, não é o mesmo que torturava informantes com picolés no 1º. Em um flashback rápido vemos os corpos de duas crianças no dia em que sua família foi morta, e Castle chega a citar que teve uma filha, fazendo com que o espectador desassocie os dois filmes.
Justiceiro 2 não chega a ter um roteiro impecável. A linha da história é bem tênue e mostra Castle como um alvo tanto da Polícia quanto da máfia, fazendo com que ele entre em conflito com as duas frentes. O erro desse longa é colocar alguns policiais como “amiguinhos” de Castle no fim, além de deixar o vilão Retalho meio abobalhado, se assemelhando em personalidade ao horrível Duas Caras do filme Batman Eternamente. Nada contra Tommy Lee Jones, que é um ótimo ator interpretando principalmente personagens cascas-grossas, mas o seu Duas Caras mais parecia um palhaço, graças ao “genial” Joel Schumacher que dirige o filme. Onde Hensleigh tirou o pé do acelerador para limitar seu filme ao PG-13 americano (limite de idade que acho um erro para um filme com esse tema), Lexi Alexander pisou até o limite e atropelou tudo pela frente, incluindo coerência no roteiro.


Em Justiceiro 1 temos um vilão que não existe nas HQs chamado Howard Saint (John Travolta). Em busca de vingança pela morte do filho (que ocorre durante uma falsa transação envolvendo drogas), Saint descobre que Frank Castle era um agente da Polícia infiltrado na negociação e resolve acabar com sua vida e a de sua família, a pedido da esposa Lívia (Laura Harring).
Na história do filme, o símbolo da caveira utilizado pelo anti-herói é na verdade de uma camiseta dada de presente por seu filho e ele a decide usar como símbolo após o massacre. Toda a família comemora a união em Porto Rico, num clima de sol e praia, diferente da escuridão característica de Nova York, representada como ambiente do personagem nas HQs, e logo são executados pelos capangas de Saint que são liderados por Quentin Glass (Will Patton), o braço direito do chefão da máfia.
Como alívio cômico do filme são usados dois vizinhos do apartamento onde Castle vai morar após a morte da família, Dave (Ben Foster) e Bumbo (John Pinette), e a belíssima Rebecca Romjin Stamos (A Mística de X-Men) faz as vezes da vizinha doce, que acaba tendo uma queda pelo soturno Frank ao longo do filme.

Em Justiceiro 2 é inserido (em pouquíssimas cenas) o ajudante de Frank nos quadrinhos Microchip (Wayne Knight), que é também seu fornecedor de armas e aparatos tecnológicos. O vilão da vez é Billy “o Belo” Russoti (Dominic West), um gangster que se aproveita da execução do chefão da máfia da cidade pelas mãos do Justiceiro para dominar o submundo e que tem o rosto desfigurado após enfrentar o anti-herói. Voltando pouco depois com a face costurada, ele se torna então o Retalho (que é um dos vilões clássicos do Justiceiro nas HQs) ao lado do irmão Billy Maluco (Doug Hutchison o Percy de À espera de um Milagre e o Horace da 5ª Temporada de LOST).

Após matar acidentalmente um agente do FBI, Castle tenta se aproximar de sua viúva Angela (Julie Benz) e a filha dele Grace (Stephanie Janusauskas), cheio de culpa, e mais tarde tem que salvá-las das garras de Retalho e sua gangue. Aliás, essa culpa ele carrega durante todo o filme, o que o torna as vezes sentimental demais.



Thomas Jane nunca fez filmes de muita expressão, o que torna difícil analisá-lo como ator só por esse trabalho. Ele interpreta Frank Castle de forma econômica e chega a beirar a canastrisse em algumas cenas. Em poucas cenas ele parece ameaçador ou um cara que está sofrendo pela morte da esposa e do filho, mas se por um lado ele deixa a desejar em cenas dramáticas ele se dá melhor em cenas de ação, e seu físico o deixa levemente semelhante ao personagem nos quadrinhos. Destaque para sua luta contra o russo (que se assemelha muito ao personagem Lápide dos quadrinhos) em sua casa:


Em muitos casos no cinema vemos os bandidos roubando a cena do herói como em Batman de Tim Burton onde Jack Nicholson como o Coringa consegue apagar o Bruce Wayne de Michael Keaton, mas no caso de Justiceiro 1, o vilão é tão sem graça quanto o herói.
John Travolta não convence como um cara mal nesse filme, diferente do show de interpretação que ele dá um Pulp Fiction de Quentin Tarantino, filme que o tirou do ostracismo. Se Thomas Jane é canastrão, Travolta consegue ser duas vezes mais, e o final de seu personagem é tão patético quanto muitas de suas cenas no decorrer do filme. No quesito maldade o personagem de Travolta até mostra serviço quando joga a própria esposa na linha do trem, demonstrando total desprezo a ela e nenhum remorso, mas novamente o ator parece mais constipado do que maldoso.
Will Patton consegue passar mais seriedade em seu papel, o braço direito de Saint, e a cena onde ele tortura o personagem de Ben Foster arrancando-lhe seus piercings é de causar aflição dado o sadismo que o ator consegue transmitir.

Se compararmos Ray Stevenson com Thomas Jane, incrivelmente Jane ainda leva uma certa vantagem dramaticamente falando, o que não faz seu Justiceiro melhor do que o de Stevenson. O ator inglês de 46 anos é a carranca de Frank Castle sem tirar e nem por, e sua caracterização ficou muito semelhante a das ilustrações de capa da revista Punisher feitas por Tim Bradstreet. O sotaque britânico do ator incomoda em algumas cenas (Castle é nova-iorquino), mas isso não é um problema nos 20 minutos iniciais, já que o personagem nem abre a boca. A falta de falas é substituída por uma chuva de balas que o Justiceiro despeja sobre a família da máfia e logo depois nas cenas em que Russoti se torna o Retalho. Diferente de Justiceiro 1, o 2º filme tem poucos combates físicos e as coisas são resolvidas mais nos tiros e facadas (como deve ser), portanto, não podemos ver muito do desempenho de Stevenson em lutas corporais, exceto quando o agente do FBI tenta prendê-lo e quando ele dá uma surra em Billy o Maluco. De qualquer forma, o inglês é sim um bom ator, e consegue convencer na pele de Castle mais do que Thomas Jane pelo menos.


Como disse anteriormente, o personagem Retalho me deixou incomodado (e não foi pela maquiagem muito bem feita em seu rosto), e seu ar “sou mal, mas sou engraçadinho” tirou o terror que alguém cujo rosto fora desfigurado poderia exercer sobre seus adversários. No início, quando ele ainda é “o Belo” seu personagem incomoda pela arrogância, mas depois cai na chacota deixando para seu irmão o papel do vilão malvado, coisa que Doug Hutchison sabe fazer muito bem por sinal. Agora o que dizer de um vilão maldoso e extremamente habilidoso na luta corporal? O dublê de Hutchison (claro, porque ninguém acredita que é ele ali saltando e dando aqueles golpes) deu show.





Como bem disse, Justiceiro 1 não possui trilha sonora (exceto a música do Seether e da Amy Lee do Evanescence). As cenas que deveriam causar comoção causam no máximo uma dobra na sobrancelha do expectador, e as de ação são totalmente abafadas pelos tiros e gritos. No caso de Justiceiro 2, até hoje rolam boatos que Lexi Alexander (a diretora) foi expulsa da produção muito antes dela ser concluída exatamente pela escolha da trilha sonora, que não estava muito de acordo com o clima do filme. Ela queria uma coisa, os produtores queriam outra. A solução foi encher todas as cenas com New Metal e deixar a gritaria ser o pano de fundo do tiroteio, o que no meu caso, agradou muito mais do que aquelas cenas silenciosas do 1º filme. Esse fato me fez lembrar do filme Mandando Bala (com Clive Owen), cujas cenas de tiroteio também são ao som de rock n’ roll, dois elementos que casam muito bem.




Desde que o velho Frank usava o colante azul com botas e luvas brancas, uniforme que o originou nas HQs, o elemento central de seu visual sempre fora a caveira no peito. Desenhada de forma padrão ou estilizada ela sempre foi a marca do personagem e era o que mais os fãs reclamavam do filme de Dolph Lundgren, que até tinha um ritmo legal, embora tenha sido feito (e tratado) como uma produção de fundo de quintal.



Se Thomas Jane usava sua camiseta suja com o símbolo de vez em quando no filme (depois ele adota um colete de kevlar com a marca), o Justiceiro de Stevenson a mantém no peito quase esmaecida, o que de certa forma a descaracteriza um pouco, já que ela é usada (assim como o símbolo do Batman no peito) como um chamariz para que os bandidos atirem nessa área (reforçada) ao em vez de na sua cabeça.




Qual dos dois filmes representa melhor a alma do personagem dos quadrinhos?
Embora tenha tido diversos problemas de produção e de ter sido tratado desde o início como um filme B da Marvel, diferente dos medalhões Homem Aranha e Homem de Ferro, Zona de Guerra faz muito mais jus ao nome Justiceiro do que seu antecessor, que quase chega a ser um filme pra se ver na Sessão da Tarde. Claro que a estupidez das cenas de tiroteio, as cabeças explodindo em meio à violência gratuita colaboraram para afastar o público médio dos cinemas (no Brasil nem no cinema ele foi lançado), e esse tipo de exagero costuma agradar mais os fãs do que o público em geral. Como disse no review do Homem de Ferro, na sessão em que assisti havia todo tipo de gente, desde os fãs aos completamente ignorantes sobre quadrinhos, e no caso do Justiceiro Zona de Guerra, quem mais deu público foram os fãs.

Nenhum dos filmes chega a uma nota 7 sequer, mas o 2º tem mais a cara de Justiceiro, enquanto o primeiro poderia ser sobre qualquer cara em busca de vingança, o que tem aos montes em Hollywood.

O filme Código de Conduta estrelado por Gerard Butler (o Rei Leônidas de 300) tem muito de Justiceiro, e é um filme de extrema qualidade que poderia muito bem ilustrar um Frank Castle se a Marvel apostasse no personagem tanto quanto aposta no já saturado Homem Aranha e na franquia X-Men, mas isso já é outra história...


NAMASTE!

20 de maio de 2010

A Última Temporada de LOST

Esse post pode conter SPOILERS ocasionais!

Agora falta só o episódio final duplo. LOST está na reta final e as dúvidas ainda pairam na cabeça dos fãs após os 42 minutos do episódio “What They Died for”.
O universo paralelo de LOST começa a ruir à medida que cada um dos losties passa a se recordar de “outra vida” que eles não se lembram de ter vivido. Desmond está cada vez mais disposto a fazê-los se lembrar dessa outra vida aparentemente criada com a explosão da bomba no final da 5ª temporada (onde Juliet morreu), e para isso toma medidas extremas como bater em Ben Linus (o saco-de-pancadas oficial da série) para ele se lembrar do dia em que tentou matar Penny, a esposa de Desmond.
Sabendo que deixou dúvidas suficientes na cabeça de Locke após atropelá-lo (numa cena pra lá de estúpida e surpreendente), Desmond então vai até a delegacia onde James (o então oficial de Polícia) aprisionou Sayid e Kate. Com a ajuda de Ana Lucia (bem mais mercenária do que o habitual) e Hurley, o escocês liberta os prisioneiros de James, e demonstra que irá atrás de Jack logo em seguida e sua misteriosa esposa (que aposto ser a Juliet) num concerto beneficente.
Os planos de Desmond são muito claros: Fazer com que todos os losties se lembrem de seu passado, e que o presente em que estão não passa de uma realidade alternativa. A única coisa que ainda não está claro é o que vai acontecer quando todos se lembrarem de quem realmente são. Seria possível que essa realidade se chocasse com a atual, acontecendo o que muitos já especularam nos fóruns de discussão? É difícil imaginar que essa realidade alternativa seja apenas uma demonstração do que aconteceria com os losties sem a intervenção de Jacob em suas vidas. Agora está mais claro que aquilo não é real, e que eles vão acordar do sonho onde estão à 16 episódios.

Dinastia M

Sou viciado em quadrinhos, e isso não é nenhuma novidade para quem me conhece ou visita esse blog mesmo que esporadicamente. É comum eu assistir a filmes, séries ou desenhos e achar semelhanças do roteiro com algumas histórias em quadrinhos.
Não tem como não encontrar um paralelo entre essa temporada de LOST e a mini-série da Marvel chamada de Dinastia M.
Nessa saga a Feiticeira Escarlate cujos dons mutantes a permitem distorcer a realidade a seu redor, pira de vez, e influenciada pelo irmão Mercúrio decide criar um universo paralelo onde os mutantes são a raça predominante e os homo sapiens não passam de uma escória submissa aos homo superiores.
Nessa série, mesmo os heróis que não possuem a mutação benigna nos genes acabam encontrando a felicidade que tanto almejam (o Homem Aranha é tão popular quanto um artista de cinema), e é curioso saber que Wanda tentou dar a todos eles tudo o que eles mais queriam na vida, incluindo seu pai Magneto, que se torna o soberano desse mundo dominado por mutantes. Em LOST, também vemos Jack, Sawyer, Sun e Jin numa vida muito mais tranqüila do que levavam anteriormente, antes do voo 815 cair na ilha.
Ao criar essa realidade paralela, Wanda acabou fazendo com que Wolverine se recordasse de toda sua vida, desde que ele era um garoto frágil no Canadá, e o baixinho mutante acaba se tornando o único elo entre os dois mundos, o real e o criado pela Feiticeira Escarlate. Assim como Desmond em LOST, ele parte em busca daqueles que ele mais confia, e começa a acordar um por um, começando com Ciclope e Emma Frost, seus parceiros de X-Men com a ajuda de uma criança mutante que possui poderes hipnóticos.
No final da saga, como sempre, rola a maior pancadaria e Wanda é forçada a voltar tudo como era antes não antes de eliminar os poderes mutantes da maioria dos homo superiores existentes na Terra.
Para LOST espero algo semelhante, levando em consideração que a realidade alternativa irá se chocar com a atual no último episódio causando quem sabe, o retorno de alguns personagens que faleceram no decorrer dessa última temporada. Mas uma coisa é certa, isso não passa de suposição.

A realidade atual

Sabe-se lá como, Jacob aparece para os candidatos sobreviventes, e Sawyer, Jack e Kate (o Hurley não conta porque ele já via Jacob) tem a sua primeira audiência com o ex-Todo Poderoso da ilha. Ele explica aos candidatos, enquanto suas cinzas queimam numa fogueira, que a ilha deve ser protegida da influência de seu irmão Sem-Nome, e que um deles deve substituí-lo nessa tarefa agora que ele próprio está morto. Interessante quando Jacob durante a sessão espírita (heheheh!) joga na cara de todos eles o quanto suas vidas eram vazias antes deles caírem na ilha, e que não havia nada para eles do lado de fora, que seu destino sempre fora proteger a ilha. Isso encoraja Jack a assumir a vaga deixada em aberto, e o médico se diz pronto para proteger a ilha no lugar de Jacob. Detalhe para a frase de Sawyer: “e eu achando que aquele cara tinha complexo de Deus.”
Enquanto isso, o Sem-Nome recruta Ben Linus para apagar aqueles que aparentemente ele não pode tocar (se bem entendi), e o maníaco (não encontrei definição melhor para ele) decide ajudar o irmão de Jacob a barbarizar geral antes de se mandar da ilha. Para Linus, ficar contra o Sem-Nome não lhe garante tanta segurança quanto se aliar a ele, e Richard é o primeiro a provar das intenções nada pacíficas do Sem-Nome, embora eu não ache que esse tenha sido o fim do personagem, que continuou imortal mesmo após a passagem de Jacob dessa para uma melhor. Mas será que Ben está mesmo do lado do Sem-Nome?
Na sanha de “Flocke” em destruir todos aqueles que podem impedi-lo de sair da ilha, com a ajuda de Ben, ele chega até Charles Widmore e o faz confessar quais são seus planos na ilha. Widmore diz, pouco antes de ser fulminado por Ben, que sua arma-secreta é Desmond que se mostrou resistente a altas cargas de eletromagnetismo, mas não chega a dizer o que ele pretendia fazer para deter o próprio Flocke. Flocke e Ben então descobrem que Sayid não matara o escocês como lhe foi incumbido e que ele recebera ajuda para escapar do poço onde o Sem-Nome o jogou. Cabe agora ao vilão caçar Desmond e os responsáveis por sua fuga, chegar até a fonte de luz da ilha e explodi-la para enfim se libertar.

As dúvidas

Por que o Sem-Nome não matou logo todos os candidatos assim que eles pisaram na ilha?

Por que ele se deu ao trabalho de esperar tanto tempo para só então resolver matar todo mundo e sair da ilha? Submarinos iam e vinham o tempo todo, por que ele simplesmente não embarcou em um pegando algum piloto como refém? Precisou esperar um avião cair inteirinho na ilha?


Se o Sem-Nome não pode matar diretamente aqueles que receberam o toque de Jacob, como ele conseguiu atingir Richard?

Como exatamente ele dominou Sayid? Aquilo me pareceu muito mais do que simples influência psicológica como foi no caso de Claire.


Se os protegidos de Jacob não podiam morrer necessariamente, como a bomba explodiu com o Sayid? Se bem que acho que o único protegido era o Jack, uma vez que a dinamite não explodiu mesmo chegando até o fim do pavio dentro do Black Rock, onde Richard tentava se matar.


Há ainda alguma chance de sabermos o que exatamente a Iniciativa Dharma fazia com ursos polares na ilha? Meu palpite era que eles faziam experiências de teletransporte, lembrando daquele urso polar encontrado por Charlotte em pleno deserto na 4ª Temporada.


Qual é exatamente a nacionalidade da mãe de Jacob e seu irmão?


Vão nos dar alguma explicação decente do que realmente aconteceu com o Sem-Nome dentro da gruta da luz?


Tomara que o último episódio aplaque essa sede por respostas.


Em breve post especial sobre o último episódio de LOST.



NAMASTE!

12 de maio de 2010

Do Fundo do Baú: Máquina Mortífera

Com todo o respeito às outras séries de ação como Duro de Matar, Exterminador do Futuro, Rambo e Robocop, Máquina Mortífera é pra mim, sem sombra de dúvidas, a melhor série de filmes de todos os tempos, e até hoje ainda tenho a mania de assistir a qualquer uma das quatro películas na maior empolgação, como se fosse a primeira vez.

Os elementos que fazem de Lethal Weapon diferente das demais séries que proliferaram aos montes desde os anos 80 são vários, e tentarei relatar todos enquanto homenageio e descrevo cada um dos capítulos dessa história dirigida por Richard Donner (o mesmo dos inesquecíveis Superman 1 e 2).


O filme de estréia da série é de 1987 e tanto Mel Gibson quanto Danny Glover, os protagonistas, vinham de uma carreira já bem movimentada, com vários outros filmes de vários outros gêneros no currículo cinematográfico. Gibson já era conhecido por Mad Max, enquanto Glover havia feito A cor Púrpura, um de seus trabalhos de maior expressão até então. Foi com Máquina Mortífera, no entanto, que a popularidade de ambos aumentou, deixando um legado de 4 filmes inesquecíveis para o público.

O enredo é bem enxuto e mostra a história de dois detetives, um famoso por sua ousadia e sangue frio além de uma perigosa tendência suicida e o outro um pacato e tranqüilo policial que está a espera da aposentadoria que se juntam em uma missão para desbaratar uma quadrilha internacional de traficantes de drogas, composta por ex-militares da guerra do Vietnã.


A cena inicial mostra um suposto suicídio de uma garota de programa, que visualmente drogada acaba caindo da sacada para a morte. Depois somos lançados em dois mundos completamente opostos o de Roger Murtaugh, um pai de família dedicado e com uma carreira policial estável e a de Martin Riggs, um cara solitário que mora num trailer à beira-mar. Enquanto Murtaugh conta o os meses para a aposentadoria com o apoio da esposa e dos três filhos, Riggs não consegue esquecer a morte da esposa, o que o leva ao desespero de arrumar todos os dias um motivo para ir para o trabalho sem que tenha que meter uma bala na própria cabeça.


Os destinos de ambos se cruzam quando Riggs é indicado para trabalhar no mesmo distrito que Roger, e em meio a conflitos de relacionamento entre eles começamos a desvendar os dois personagens em diálogos afiados e bem humorados.


O Martin Riggs do primeiro filme é mais sério, e sua principal marca é seu olhar obsessivo de quem não tem nada a perder. Ele guarda uma bala especial no bolso que ele diz estar ali para a ocasião em que ele não terá mais motivos para viver, e todo seu sofrimento fica estampado no rosto na cena em que ele tenta, mas não consegue se suicidar enquanto um programa de Natal do Pernalonga ecoa pelo trailer. Não dá pra negar o talento dramático de Gibson, então com 31 anos na época.


Quando um antigo amigo de Murtaugh o procura em casa, a investigação sobre o suicídio da jovem prostituta começa a ganhar novos rumos, e os dois policiais descobrem um envolvimento de ex militares do Vietnã (onde tanto Riggs quanto Murtaugh serviram) com perigosos traficantes, o que coloca em risco os parentes de Roger logo que eles começam a se aproximar do real motivo da prostituta ter “caído” do prédio.

A moça, na verdade, é filha de Michael Hunsaker, o homem que procurou Roger antes dela morrer, e ele buscava por proteção policial, uma vez que, comprometido demais, estava sendo perseguido pelo General Peter McAllister (vivido por Mitch Ryan) e por seu capanga Joshua (Gary Busey), os cabeças da organização de tráfico de drogas.

Depois que a família de Murtaugh é ameaçada, Riggs é dado como morto após um atentado e Rianne (Traci Wolfe), a filha mais velha de Roger é sequestrada, os dois detetives bolam uma emboscada para acabar de vez com o cartel de McAllister, o que acaba não dando muito certo. Riggs e Murtaugh também são aprisionados e são submetidos à tortura física para delatarem o que sabem sobre o envolvimento dos militares com o tráfico.


Quando Riggs se liberta derrotando um homem oriental que lhe aplica choques elétricos, o apelido Máquina Mortífera pela qual é conhecido finalmente lhe faz jus, ele mata todos os capangas que aparecem pela frente, libertando posteriormente Roger e Rienne. McAllister e Joshua fogem no calor do tiroteio, mas o primeiro não vai muito longe quando Roger o encontra num beco e atira na cabeça de seu motorista. O carro desgovernado vai para a estrada, e após colidir com um ônibus ele explode, dando um fim ao General. Após escapar de Riggs, Joshua volta para a casa de Murtaugh, a fim de se vingar de sua família, mas os dois detetives o surpreendem e sem o envolvimento da polícia, Riggs o confronta no mano-a-mano, derrotando-o. Mel Gibson teve que aprender Jiu Jitsu para compor Riggs, e nessa luta em que ele vence Joshua, ele aplica um pouco da modalidade.

Abaixo uma das mais divertidas cenas do filme. Como resolver uma tentativa de suicídio com Martin Riggs:



Na minha opinião esse é o melhor filme da franquia. Nenhum deles tem tanta carga dramática e tantas cenas de ação de tirar o fôlego quanto esse.
Agora que Riggs não tem mais tendências suicidas e que encontrou na casa de Murtaugh e na sua amizade um lar, as feridas estão se fechando, e a dupla de detetives precisa proteger uma testemunha que tem informações sobre o envolvimento de diplomatas sul-africanos com o tráfico de drogas e que usam a imunidade diplomática para cometer os crimes.
O filme tem um clima mais tenso justamente pelas questões étnicas e o Apartheid (que no país sul-africano ainda era algo questionável), e mostra o que aconteceria se um político corrupto utilizasse de sua imunidade diplomática para escapar ileso de seus crimes em outro país, deixando a polícia de mãos atadas.
O clima de tensão cresce quando Riggs se envolve amorosamente com Rika Van Den Haas (Patsy Kensit), a secretária pessoal de Arjen Rudd (Joss Ackland), o diplomata sul-africano, e quando ela é morta por estar envolvida com ele após escapar de uma emboscada ao trailer de Riggs, o ódio volta ao coração do Máquina Mortífera que descobre também que o acidente de carro que matou sua primeira esposa não foi exatamente um acidente.

Enquanto o amarra para se livrar dele jogando-o num rio, Pieter Vorstedt (Derrick O'Connor), o braço direito de Rudd (chamado de “Adolph” por Riggs) conta a Riggs que na noite em que sua esposa morreu, eles estavam atrás do próprio Riggs e que ela fora assassinada por acaso. O que acontece em seguida não dá pra se descrever:


O urro animalesco de Gibson quando ele parte para cima dos capangas de Rudd em sua interpretação é de arrepiar, e a cena em que ele coloca o ombro de volta ao lugar também é tensa.
Após destruir a casa onde os negócios de Rudd acontecem sem que a justiça possa fazer nada, a dupla de detetives vai atrás do próprio diplomata e de seu comparsa Adolph. Ambos destroem um carregamento de dinheiro antes de mandarem bala para cima dos capangas.
Destaque para a luta entre Riggs e Adolph que lhe atravessa a perna com uma faca e o deixa no chão com uma sequencia de golpes de karatê:



E para o desfecho da história:




A cena em que Riggs é baleado várias vezes deveria ter marcado o fim da série que não se extenderia para mais um filme, com a morte do personagem. Ao som de knocking on heavens door ao fundo, a cena é uma das mais tocantes da série, e enquanto Roger se aproxima do amigo baleado temos a clara impressão que Riggs encontrou sua redenção logo após descobrir que a esposa e a namorada foram assassinadas pelo mesmo homem, mas o “filho da mãe” escapa e retorna posteriormente em Máquina Mortífera 3.

O terceiro filme (e que seria o último) da série tem um tom muito mais leve que seu antecessor, embora possua tantas cenas de ação empolgantes quanto os outros, e insere a detetive Lorna Cole, vivida por Rene Russo. Se na película anterior a dupla havia ganho o reforço de Leo Getz (Joe Pesci) como o informante tagarela na mira da máfia sul-africana, agora eles formavam um quarteto, onde sacadas bem humoradas e sarcásticas são um prato cheio para a trama policial.
Dessa vez os detetives tem que descobrir como armas ilegais apreendidas pela Polícia estão voltando para as ruas nas mãos de gangues, e a personagem de Russo é a especialista indicada pela corregedoria para investigar se há ou não um vazamento interno possibilitando que as armas voltem as ruas.
Quando Murtaugh acaba matando sem outra opção o amigo adolescente de seu filho, que estava numa das gangues de rua, ele entra em depressão e cabe ao seu amigo mais próximo tentar resolver a situação. Enquanto isso, Lorna chega ao ex-policial Jack Travis (Stuart Wilson) e descobre que ele é o elo entre a Polícia e as gangues, começando uma caçada ao responsável que durante o filme escapa várias vezes de Riggs e Murtaugh em cenas de arrepiar. Destaque para o envolvimento amoroso entre Riggs e Lorna da metade do filme pra frente.

Quando todos achavam que a série estava sepultada para sempre, em 1998 para a surpresa e alegria dos fãs da série, eis que surge o 4º capítulo da quadrilogia, para encerrar com chave de ouro a história.
Os anos se passaram, e Riggs já não é mais tão vigoroso quanto costumava ser (nem Mel Gibson então com 42 anos, que utiliza dublês em muito mais cenas do que anteriormente), e acaba sofrendo ao encarar adversários muito mais habilidosos.
Dessa vez os dois detetives investigam uma quadrilha que promove a entrada ilegal de chineses nos Estados Unidos, os quais são vendidos como escravos. Por trás desta operação está "tio Benny" (Kim Chan), o chefão de uma grande quadrilha em Chinatown, e os problemas só aumentam quando Murtaugh resolve acolher uma família inteira de chineses em sua própria casa.
Por trás de tudo isso se esconde um homem chamado Wah Sing Fu que está nos Estados Unidos para negociar a libertação de seu irmão, e que se utiliza para isso de dinheiro falsificado por artistas chineses. O homem é vivido por Jet Li, em sua estreia no cinema americano, e as cenas de luta protagonizadas por ele, despontam entre as melhores já realizadas em seus filmes. Destaque para a luta entre Sing Fu e Riggs na casa de Murtaugh e no desfecho do filme:



Dessa vez quem é integrado ao elenco é Chris Rock, que vive Lee Butters o agente da Polícia que está tendo um caso com Rienne, a filha de Murtaugh e da qual ela espera um filho. O tom de comédia só aumenta com a presença de Rock, famoso por seus personagens cômicos e o narrador da série "Todo Mundo odeia o Chris", baseado na própria vida do ator.

O tema família sempre presente em todos os outros filmes da série volta ainda mais forte nessa sequência, e o mais interessante é que todo o elenco, o mesmo desde o primeiro filme, realmente forma uma grande família. Ao fim do filme são mostradas fotos de bastidores das gravações de todos os filmes e dizem que Mel Gibson e Danny Glover se tornaram grandes amigos fora das gravações, e que a filmagem do 4º longa metragem teria sido um pedido de Glover a Gibson, que estaria passando por necessidades financeiras.
De qualquer forma a relação entre os dois personagens principais, a questão da idade de ambos, a passagem de tempo que fica explícita com o crescimento dos filhos de Murtaugh, a união de Riggs com Lorna, que está esperando o primeiro filho do casal e até mesmo a aproximação do irritante Leo Getz de todos eles fazem de Máquina Mortífera 4 um filme família, apesar de toda a ação e explosões que dão o toque final a produção. Esse é o grande diferencial da série como um todo, e o motivo pelo qual sou um grande fã de todos os 4 filmes. O roteiro é muito bem escrito, os diálogos são inteligentes e as atuações são fieis aos personagens que não são descaracterizados em nenhum momento. Até dá uma vontade de ver uma sequência, mas se Máquina Mortífera terminou aqui, ficamos satisfeitos por tudo que foi feito graças a direção do competente Richard Donner e de toda a equipe que o acompanhou.

Dublagem

Passei a minha infância toda e boa parte da adolescência só assistindo filmes dublados na TV e da locadora de vídeo, e meio que me acostumei a ter os atores de hollywood com as vozes brasileiras. Alguns personagens são muito marcantes por suas vozes dubladas pelos talentosos atores do Brasil, e com Máquina Mortífera não foi diferente.
Assim como a voz de Bruce Willis, que aqui foi por anos dublado por Newton da Matta (falecido em 2006), as inconfundíveis vozes de Júlio Chaves e de Márcio Simões ficaram eternizadas para sempre como as de Martin Riggs e Roger Murtaugh respectivamente.

Difícil ver o filme sem relacionar os personagens com suas vozes em português, e o bordão “Riggs, seu filho da mãe!” dito repetidadas vezes ao longo dos filmes por Murtaugh, ou por Márcio Simões é inesquecível assim como tantos outros.
O trabalho de dublagem no Brasil é hoje em dia subestimado com a quantidade de seriados e enlatados com som original e legendas, mas sempre foi algo de se admirar. Dou grande valor a esses profissionais cujas vozes constam em nosso imaginário há vários anos e aos que com certeza seguirão o exemplo desses monstros sagrados da comunicação daqui pra frente. Vida longa à dublagem brasileira e aos estúdios que fazem dessa profissão o que ela é hoje em dia: uma referência mundial.

NAMASTE, seus filhos da mãe!

8 de maio de 2010

Crônica de Aniversário


"Aniversário é uma festa pra te lembrar do que resta."
Millôr Fernandes

Quase parafraseando o grande Millôr, um pensamento que sempre me ocorre na época do meu aniversário é que depois de um certo tempo não há mais que se comemorar, e sim lamentar. Os anos vão passando, seu rosto já não apresenta mais a mesma jovialidade de 10 anos atrás e os erros começam a se tornar cada vez mais imperdoáveis, sinal de que você não pode mais se esconder atrás da sua juventude.
Que melancolia.
Antes que eu comece a sugerir que as pessoas usem filtro-solar ou pensem na lei da atração (a lei que me rege é outra, a de Murphy), é melhor mudar um pouco o tom, detesto fazer as pessoas dormirem!
Por uma mórbida curiosidade que me abateu, comecei a pesquisar se outras coisas importantes aconteceram ao mundo além de eu ter nascido em 8 de Maio, mas parece que nada de interessante ocorreu nessa época.

Os fatos mais curiosos (imagine os menos curiosos) são os seguintes:

8 de Maio é o dia Mundial das Aves Migratórias, e eu ainda não descobri como consegui viver todo esse tempo sem saber disso!

8 De Maio também é o aniversário do Enrique Iglesias, só esqueceram de avisar o sujeito que ele não podia ir nascendo assim no dia dos outros! Que inconveniente!

Há 27 anos a Xuxa fazia sua estreia como apresentadora infantil no programa Clube da Criança na TV Manchete, e eu achei que a Manchete havia sido fundada na época do Jaspion! (Sacanagem!)

Há 27 anos o Grêmio era Campeão Mundial ganhando do Hamburgo por 2X1. Eu nunca entendi porque eu gostava tanto do time de futebol de botão do Grêmio que eu tinha, acho que está explicado!

Em 1983 Nelson Piquet ganha seu segundo campeonato de Fórmula 1.Nhé! Sempre preferi o Senna!

Ayrton Senna vence o campeonato inglês de Fórmula 3. Aehhhhh!

1983 - Microsoft apresenta o editor de texto Word e anuncia planos para criar o Windows. Eu tinha acabado de nascer e já existia o Word! Quem diria que iríamos nos encontrar muitos anos depois...

Há 27 anos era lançada a revista do Homem Aranha pela editora Abril! Cara, é muita emoção!


Agora vamos a fatos ainda mais bizarros.

Se eu fosse um ídolo do rock, guitarrista famoso, ícone de voz rouca e potente, um revolucionário do Rock Progressivo ou um revoltado ídolo grunge, qualquer um deles, a verdade seria apenas uma: De 2010 eu não passava.
Eu não sabia, mas se tivesse lido isso antes teria ficado apreensivo. Jim Morrisson, Jimi Hendrix, Janis Joplin e Kurt Cobain tem em comum a idade em que morreram: 27 anos! Todos eram ídolos do rock, adorados em todo o mundo e acabaram morrendo (sem exceção) de forma trágica. Claro que para os mais céticos, isso nada tem a ver com algum número cabalístico, astrologia ou praga vodú, mas é algo que vale a pena se pensar a respeito. Tantas coincidências não acontecem sem um motivo.

Para minha sorte, ainda, de acordo com cientistas, a velhice começa aos 27 anos, quando nossas capacidades mentais começam a definhar. O ponto mais alto de nossa habilidade mental é aos 22 anos. Então ela se mantém estável por cinco anos até começar a decair.
As conclusões do estudo da Universidade da Virgínia foram publicadas no jornal científico Neurobiology of Aging, citado pela BBC, e permitem planear novas estratégias para evitar a perda das capacidades intelectuais para indivíduos nessa faixa etária. Cool!

Com tantos motivos para comemorar essa data tão feliz o que mais eu tenho para dizer, não é mesmo?


Feliz Aniversário, Rodrigo! Você merece!

E fecho o post mais sem sentido desse blog com outra citação do grande Millôr:


"Não é que com a idade você aprenda muitas coisas; mas você aprende a ocultar melhor o que ignora."

E com um clip dos Beatles, em minha homenagem!





NAMASTE!

6 de maio de 2010

Eu vi: Homem de Ferro 2

Esse post pode conter SPOILERS ocasionais


O gosto amargo que tem ficado ao fim de cada sessão de cinema, em especial dos filmes ditos "adaptados de histórias em quadrinhos" tem me preocupado ultimamente. Foram tantos filmes regulares e ruins lançados nesse gênero que as vezes dá a impressão que nada mais vai agradar, ou que nenhum filme vai proporcionar o mínimo que se espera de uma adaptação: Fidelidade à origem.
O último filme realmente empolgante que assisti no cinema e que trata de personagens oriundos das HQs, curiosamente, foi o primeiro Homem de Ferro e devo adiantar que o segundo filme não deixa nada a dever ao original. Nada mesmo.

Dizem que fazer a sequência de um filme de sucesso é mais fácil porque a fórmula já foi criada e experimentada.
Jon Favreau aproveita os elementos utilizados no primeiro filme e desenvolve uma história de fácil assimilação, onde até mesmo o sujeito menos Nerd dentro da sala de projeção é capaz de entender sem ter que recorrer a referências "hqzísticas" depois. O que o diretor faz é justamente continuar o filme a partir da revelação da identidade secreta de Tony Stark diante da imprensa, o que se vê em seguida, como é de se esperar, é a incorporação de novos personagens e novos elementos a trama, que aliás, é tão divertida e movimentada quanto a criada no primeiro filme.



Dessa vez somos levados a Rússia, onde um homem conhecido com Ivan Vanko assiste pela TV a ascensão de Tony Stark que acaba de revelar ser o Homem de Ferro diante das câmeras. Pouco depois, o pai de Vanko, Anton, falece nos braços do filho ao ver a figura de Stark ostentando uma tecnologia que segundo ele, "deveria ter pertencido ao filho". Claramente há um pedido de vingança no ar, e até boa parte do filme ignoramos completamente qual o real motivo do ódio dos Vanko pelo milionário.


Vanko demonstra habilidade em recriar quase com perfeição a miniatura do reator ARK que mantém Tony Stark vivo (afastando com eletroimã estilhaços de um explosivo de seu coração), e cria um sistema de arma com um chicote energético embutido ao reator (Stark usa os raios repulsores).


Seis meses se passam, e logo Vanko confronta Stark enquanto ele se exibe na pista de Mônaco num carro de corrida. Nesse momento, o homem por dentro da armadura do Homem de Ferro está começando a morrer envenenado pelos mesmos elementos químicos que o mantém vivo, e esse revés é utilizado na trama, para substituir o alcoolismo, que é uma característica marcante na vida do personagem nas HQs.
A cena do confronto é uma das melhores do filme, tanto em adrenalina, tensão quanto em humor, e foi uma das primeiras a serem veiculadas nos traillers promocionais antes do filme ser lançado.

Vanko (um Chicote Negro muito mais mortífero que o das HQs), parte o carro de Stark ao meio e ameaça destruir o industrial milionário enquanto aterroriza a plateia que assiste tudo ao vivo. Cabe aos amigos de Tony, Peppers (Gwyneth Paltrow) e Happy (o próprio Jon Favreau) de salvá-lo, é quando eles começam uma corrida desesperada para lhe entregar uma maleta especial para que ele possa se tornar o Homem de Ferro.
Diferente do que já estamos acostumados a ver, a luta entre os dois ocorre de forma dinâmica sem muitas inserções de CG, o que a torna ainda mais empolgante. Ao mesmo tempo que tenta salvar Peppers e Happy presos dentro de um carro, Stark é obrigado a confrontar o Chicote que à princípio (por incrível que pareça) parece ter mais potencial físico. Somente quando Tony destrói o reator ARK de Vanko é que a briga termina, mas a ele ainda cabe descobrir quais eram as intenções reais de seu adversário.



Mais tarde, já preso, Vanko alega que conseguiu o que queria: Provar diante do mundo que se você pode fazer um Deus sangrar, ninguém mais irá respeitá-lo, fazendo uma clara alusão ao status ao qual o próprio Stark se colocou se dizendo o guardião da paz.



Durante o filme a questão da armadura Homem de Ferro ser ou não uma arma de destruição em massa é considerada diversas vezes, o que torna a história ainda mais verossímil. De olho nessa arma, o governo e o exército americano tenta obrigar Stark a compartilhar seus segredos tecnológicos , o que obviamente ele não permite. O conflito que já havia sido rascunhado no primeiro filme entre Stark e o amigo militar Jim Rhodes (ainda melhor interpretado por Don Cheadle) ganha mais força na sequencia agora que, por causa do envenenamento por paládio, Stark acredita estar às portas da morte, o que o torna inconseqüente em manusear a armadura Homem de Ferro. Nos quadrinhos, quando Tony se afundou no álcool, foi Rhodes quem assumiu a identidade do Homem de Ferro, e nessa mesma época, outro personagem importante foi inserido no mundo do Vingador Dourado, Justin Hammer, um industrial inescrupuloso que queria acabar com Stark e chegou até mesmo a controlar sua armadura, provocando diversos acidentes.



No filme, Justin Hammer ganhou um tom mais leve interpretado pelo excelente Sam Rockwel (o Wild Bill de "À espera de um milagre"), o que apesar de descaracterizar o personagem acabou acrescentando à história, já que ele é pra Stark o que Bill Gates seria para Steve Jobs em termos empresariais (forçando um pouco a comparação, claro).

Hammer não é tão talentoso quanto Stark, mas acaba ganhando importantes contratos com o exército, uma vez que no primeiro filme Tony tirou suas empresas de projetos armamentistas. Quando Hammer se alia a Vanko, ele ganha mais força para sobrepujar aquele da qual ele nunca saiu da sombra, e começa a tocar seu projeto de criar um exército de drones, robôs controlados por computador com ilimitado poder de fogo.

Enquanto Hammer empresta sua duvidosa tecnologia para Vanko, os excessos de Tony dentro da armadura fazem com que ele entre em conflito físico com Rhodes, que utiliza a Mark II para dar uma lição no amigo. Ao fim da briga que encerra uma festa regada a muita bebida na casa do milionário, o militar alça voo levando a armadura prateada direto para o exército e lá mais tarde, com a ajuda de Justin Hammer, eles começam o projeto Máquina de Combate: um Homem de Ferro à serviço do governo.


Interpretações


O elenco de Homem de Ferro 2 é um dos melhores entre todos os filme de super-heróis já feitos. Robert Downey Jr está ainda mais à vontade na pele do milionário narcisista, e sua atuação é um dos melhores pontos do filme. Todas suas sacadas sarcásticas e piadinhas parecem vir do próprio Downey, ao em vez de seu personagem. Seus diálogos com Peppers Potts são tão inteligentes quanto no primeiro filme, e a paixão mal resolvida dos dois criam situações hilárias durante o desenrolar da história. Curiosamente, uma das cenas veiculadas nos traillers em que Peppers beija o capacete do Homem de Ferro e o lança do alto de um prédio, não foi inserida na versão final do filme.



Gwyneth Paltrow não brilha tanto quanto no primeiro filme, mas o charme discreto de sua personagem funciona perfeitamente bem para aliviar os poucos momentos de tensão dramática.

Uma das surpresas do filme é Mickey Rourke, que interpreta um Ivan Vanko por vezes engraçado em meio a toda truculência que tanto o próprio ator quanto o personagem exalam. O sotaque russo que ele simula enquanto tenta falar inglês é divertidíssimo, e Rourke volta a demonstrar toda sua versatilidade em fazer personagens variados (como ele bem o fez em “o Lutador”), embora tenham uma essência de brucutu. Ele é o antagonista físico perfeito para o Homem de Ferro.



Don Cheadle à princípio causa estranheza na tela quando surge caracterizado de James Rhodes, afinal já estávamos acostumados com as fuças de Terrence Howard encarnando o personagem, muito bem por sinal.


Não chega a ser uma mudança que afeta o desenrolar da história, mas eu diria que fisicamente Terrence tem mais porte de Jim Rhodes, enquanto Cheadle tem mais a personalidade do personagem. De qualquer forma, ao vestir a armadura cheia dos canhões e apetrechos do Máquina de Combate, Cheadle não compromete, até pelos anos de experiência na carreira, e passa mais segurança na hora de dar uma bronca em Tony do que Terrence.

Encarnando a belíssima espiã da SHIELD Natasha Romanoff, Scarlett Johansson simplesmente desfila charme e sensualidade na tela, embora sua personagem esteja camuflada como uma séria secretária das Indústrias Stark que em nenhum momento dá bola para a malícia de Tony. Numa das poucas cenas em que ela veste o colante preto da Viúva Negra (embora ela não seja denominada assim em nenhum momento no filme), Scarlett dá show, numa impressionante sequencia em que ela massacra os capangas de Justin Hammer por um corredor, seguida não tão de perto pelo motorista de Stark, Happy. Muito bem coreografada, a cena é empolgante e a musa de 11 entre 10 Nerds (e estou falando de Scarlett e não da Viúva) chega até a aplicar golpes de WWE em alguns pobres coitados, demonstrando toda a eficiência física da espiã ruiva. O papel de Scarlett não é lá dos mais importantes do filme, mas causa impacto por acrescentar mais uma heroína que é figurinha carimbada em grande parte das histórias em quadrinhos dos Vingadores.


Samuel L. Jackson volta na pele do manda-chuva da SHIELD Nick Fury, mas o que vemos na verdade, é Samuel L. Jackson interpretando Samuel L. Jackson. Do diretor sisudo e casca-grossa da agência de inteligência pouco podemos ver em cena, mas a personalidade de Jackson já é tão marcante que é difícil dizer quando ele está atuando ou quando está sendo ele mesmo. De qualquer forma, o personagem serve como uma espécie de consciência para Stark, dando dicas inclusive sobre seu pai e seu passado durante a história. Ainda com a intenção de recrutar heróis para o que ele chamou no primeiro filme de Iniciativa Vingadores, em certo ponto do filme ele descarta a presença de Tony Stark na equipe, embora aprove o Homem de Ferro (!).

Os efeitos

Já admiti aqui que os efeitos em CG de Alice no País das Maravilhas me incomodaram um pouco por ainda não estarem no nível de perfeição que dizem estar os personagens de Avatar (que eu ainda não vi), mas os de Homem de Ferro 2 melhoraram muito em relação ao primeiro filme, e dá um show de tecnologia se compararmos com o primeiro Homem Aranha lá de 2002, por exemplo.


É preciso prestar muita atenção para saber onde é CG e onde não é, em especial na criação das armaduras tanto do Homem de Ferro, do Máquina de Combate e do próprio Chicote (sim, ele também veste uma). A movimentação de personagens ganhou uma qualidade bem superior ao primeiro Homem de Ferro e soa de forma perfeitamente natural. Na ocasião era fácil notar quando o Homem de Ferro que estava na tela era uma mesclagem de Robert Downey Jr. Com CG e quando o Homem de Ferro era totalmente criado em CG. No segundo filme, essa diferença já não é mais tão simples de se perceber e em muitas cenas parecemos que temos a todo momento alguém dentro da armadura disparando repulsores ou dando socos e pontapés e não apenas um boneco digital.

O design criado para a Mark 4 é basicamente o mesmo da sua antecessora, com leves diferenças na tonalidade do vermelho da armadura e na placa peitoral, que ao em vez de ter uma elipse, possui agora um triângulo luminoso. De resto ela ainda é inspirada na armadura Extremis criada pelo desenhista Adi Granov para a mini-série de mesmo nome, e que na minha opinião, é a mais bonita de todas que o Homem de Ferro já utilizou nos quadrinhos.

Em breve farei um post sobre as melhores armaduras do Homem de Ferro, personagem que tenho como um dos meu prediletos nas HQs.



A comparação com Batman o Cavaleiro das Trevas (e estou falando do filme de Christopher Nolan) é injusta, até porque ambos os filmes possuem características completamente diferentes, mas Homem de Ferro 2 desponta como um dos melhores filmes de super-heróis da última década, deixando poucos detalhes negativos a serem discutidos. É um filme divertido, tem cenas de ação de tirar o fôlego, possui diálogos muito bem humorados e não é um filme que insulta a inteligência do espectador (Transformers, Cof! Cof!), diferente da maioria dos filmes ditos de ação. É um filme sobre fantasia, mas o que vemos na tela não é nada humanamente impossível de acontecer daqui há alguns anos em matéria de tecnologia. Claro que Tony Stark está anos-luz à frente de qualquer inventor atual, mas assim como explicaram no lançamento do primeiro filme em 2008, toda a tecnologia empregada é perfeitamente capaz de ser desenvolvida na vida real. Alguém duvida?


Eu me diverti muito assistindo Homem de Ferro 2. É um filme tanto para Nerds que acompanham o personagem há anos nos quadrinhos quanto para qualquer pessoa que queira ver um filme descontraído e despretensioso. Foi exatamente essa mescla de público que vi na sessão em que assisti no Cinemark do Shopping Metrô Santa Cruz. Haviam os mais entendidos e aqueles que não sacaram, por exemplo, qual o motivo do martelo do Thor aparecer em meio a uma cratera na cena adicional ao final dos créditos.



NOTA: 7,5

NAMASTE!

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