17 de fevereiro de 2012

Carnaval: Samba, Pão e Circo!



Alôôô, minha bateria!! Alôôô, minha comunidade! Chora cavaco! É carnaval, meu povo!

Está na hora da maior festa popular desse meu país varonil, e como todo mundo sabe, é o momento de vestir sua fantasia preferida, colocar o bloco na rua ou vestir seu abadá de chicleteiro e encher ainda mais o Bell de dinheiro sair pulando atrás do trio elétrico. Na TV é aquele desfile de gente pelada e purpurinada e o samba não pode parar! Alôôô, minha bateriiiiiaaa!
Já faz algum tempo que Carnaval virou sinônimo de putaria lascívia e luxúria, e em especial no Brasil, terra do “jeitinho”, onde tudo acaba em festa (ou em pizza), o negócio ferve nos três dias e três noites de Carnaval, fazendo a galera perder a linha.
Pra se ter uma ideia, nem bem inicia o ano, o governo já começa a veicular propagandas de incentivo ao uso do preservativo (como se só nessa época fosse importante!), e acaba funcionando quase como aquela campanha da bebida alcóolica: “Se for dirigir não beba e se beber não dirija”. Em tempos de Carnaval funciona mais aquela: “Cu de bêbado não tem dono, mas use camisinha”!


Em campanha de combate a doenças sexualmente transmissíveis para esse ano, a Secretaria de Saúde do Ceará, por exemplo, distribuirá cerca de 2,5 milhões de preservativos, visando em especial o público gay de 15 a 24 anos. Segundo dados divulgados, de 1998 a 2010, o percentual de casos da doença na população heterossexual nessa faixa etária caiu 20,1%. Já entre os gays da mesma faixa etária houve aumento de 10,1%, sinal de que a galera solta a franga literalmente nessa época (mas tem gente que solta o ano todo!).
Em São Paulo, mais precisamente na cidade de Itapetininga, serão distribuídos cerca de 20 mil preservativos durante as noites de Carnaval (sem distinção de orientação sexual), o que denota a preocupação da Secretaria da Saúde local com o crescimento do número de infectados com a AIDS e outras DSTs nos últimos três anos (cerca de 120 casos de HIV registrados).

Mas de onde vem toda essa vontade de chutar o pau da barraca e sair cometendo excessos, típica em época de carnaval? Onde começou essa festa “carnal” e quando foi que ela deixou de ser uma festa popular, onde o povo desfilava por seus bairros cantando marchinhas pra se tornar a nova Sodoma e Gomorra dos tempos modernos?
É hora do nosso momento Wikipedia!
(Leia o trecho a seguir com a voz do Cid Moreira):


Assim como tudo que existe, o Carnaval também se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C.. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Adotada mais tarde pela Igreja Católica em 590 d.C., a festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. O período do carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou do latim "carne vale" dando origem ao termo "carnaval".

O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas.


O Mardi Gras (que quer dizer Terça-Feira gorda do francês), por exemplo, habitual festa da cidade norte-americana de Nova Orleans, conhecida por deixar nativos e turistas em polvorosa com a troca de colares e seus favores exibicionistas (“Show me your boobs! Show me your boobs!”), é um exemplo de Carnaval comemorado pelas bandas de lá, o que prova que não é só o brasileiro que enfia o pé na jaca nessa época.


Quer dizer então que Carnaval sempre foi sinônimo de celebrações carnais e avacalhações, Rodman?
Desde os primórdios, caro padawan. Na Grécia era um culto em homenagem aos deuses pelas graças alcançadas, mais tarde se tornou um culto aos prazeres da carne, data onde era permitido todo e qualquer desprendimento social, isso até a Igreja Católica assumir o comando da bagaça e colocar, digamos assim, as coisas nos eixos, retirando a sacanagem e proibindo a parte “pecaminosa” da festa. Podia meter, mas só a cabecinha.


Depois desse período, a festa voltou a significar o que seu próprio nome já diz “carnis valles” (prazeres da carne) e no Brasil marca aquele período onde muitos costumam alegar que o país só começa mesmo a funcionar depois dele. Na Bahia então, que é Carnaval o ano inteiro, o ano não começa nunca!


Mas Rodman, você não cai na folia em Fevereiro? Não vai a nenhum baile? Não gosta de samba? É doente do pé?
Carnaval significa uma coisa pra mim: Descanso. Três dias de muito sossego onde posso colocar as ideias em dia e assistir muita série e muito filme, assim como qualquer outro feriado.
Em São Paulo tenho um carinho especial pela escola de samba Rosas de Ouro, mais por ela ser original do bairro onde nasci (Freguesia do Ó) e por ter a Ellen Roche como madrinha da bateria, aquela gostosa do que qualquer outra coisa.
Pra mim é mais como torcer por um time mesmo, mas é raro atualmente eu me dar ao trabalho de ver o desfile na TV. Se é pra dormir em frente à TV, que seja vendo algum filme iraniano!


Admiro o trabalho de design e de engenharia que é levado à avenida, e a cada ano, os artistas parecem que se superam, abrilhantando (essa palavra significa, hein, Ronnie Von!) o desfile das escolas de samba com verdadeiras obras de arte feitas de isopor e outros materiais recicláveis.
Pra isso sim eu dou nota 10.

A festa em si, essa que é regada a sexo sem compromisso, muita pegação e troca intensa de DSTs eu não sou muito fã. Eu sei que beijo na boca é coisa do passado e que a moda agora é namorar pelado, mas eu ainda sou das antigas, e não há nada como conquistar uma garota aos poucos, com palavras até porque se ela espera dinheiro ela está fodida e o bom e velho romantismo. Deve ser por isso que estou na merda!

O Brasil, pra variar, usa essa festa para jogar falcatruas para debaixo do tapete e acobertar tudo que há de errado, dando publicidade exacerbada na TV, jornais e Internet ao carnaval, não nos permitindo pensar em nada além do bundalelê. Nessas horas (res)surgem as subcelebridades carnavalescas, os gringos desembarcam para ver as “bundas” mais de perto (e depois sair espalhando que o Brasil é um país de sexo fácil, e onde as mulheres são vadias, imagem que o país REALMENTE PASSA) e o povo aproveita pra cair na gandaia, como se não houvesse amanhã.


O bom Pão e Circo, que é satisfeito com Futebol, Big Brother e Fazenda nos demais 362 dias do ano, cumpre bem o seu papel, mas Fevereiro é mês de Carnaval, e é hora de jogar a folia na cara do povo e fazê-los esquecer que o país continua chafurdando em corrupção, falta de segurança, falta de um cuidado maior com a saúde pública (e não estou falando só em distribuir camisinhas por aí) e com a falta de educação (do povo mal educado e das crianças que entram e saem das escolas sem aprender nada). Afinal, quem se importa com isso não é mesmo?
Somos um país carente de festas e seu povo tão sofrido merece continuar sendo enganado por seus governantes enquanto eles enfiam o SEU dinheiro na cueca deles e agradecem pelo voto que você, otário, deu a eles três dias de folia para esquecer de seus problemas.
Bora colocar o bloco na rua e correr atrás do trio do Jammil, afinal, sou praieiro, sou guerreiro, estou solteiro, quero mais o quê?


*Se você acha realmente que o Brasil está livre de problemas e que esse negócio de política é pra velho, NÃO CLIQUE nos links citados nas palavras Corrupção, Falta de Segurança, Saúde Pública e Falta de Educação. Vá pular seu Carnaval despreocupado!
Abaixo o melhor samba enredo de todos os tempos:



NAMASTE!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...