Há alguns anos, eu escrevi aqui sobre o que eu achava ser a última temporada de 24 Horas. Falei do que me cativou na série desde o início, o que me levou a acompanhá-la roendo as unhas de curiosidade pelo próximo capítulo e de como seu "final" havia sido digno para o protagonista Jack Bauer (Kiefer Sutherland). Porém, no entanto, todavia, eis que anos mais tarde o Canal FOX e os produtores Brian Grazer e Joel Surnow (também um dos criadores de 24 Horas) resolveram contar mais um dia atribulado na vida de Jack Bauer, e em 2014 os fãs, órfãos da série desde 2011, puderam dar boas vindas novamente ao agente mais durão da TV com a estreia de 24 Horas - Live Another Day.
Com apenas 12 episódios dessa vez, algo incomum em uma série que sempre se valeu de contar a história em "tempo real" aos acontecimentos, porém, num formato mais compacto e mais agradável (séries muito longas costumam me cansar terrivelmente), a série voltou com tudo, mostrando o quanto estávamos perdendo enquanto Jack Bauer se mantinha "aposentado" de suas funções.
Num episódio inicial duplo cheio de ação e suspense, os produtores da série nos colocam a par de mais um ataque terrorista pronto a ser colocado em prática, desta vez na Terra da Rainha, em que a CIA trabalha incessantemente na tentativa de frustrar. A equipe comandada por Steve Navarro (Benjamin Bratt), coloca o agente de inteligência Jordan Reed (Giles Matthey) e os agentes de campo Erik Ritter (Gbenga Akinnagbe) e Kate Morgan (Yvonne Strahovski) para trabalhar incansavelmente atrás da terrorista Margot Al-Harazi (Michelle Fairley, a Catelyn Stark de Game of Thrones), a líder de um clã estrangeiro que busca vingança pela morte de seu marido, que morreu num ataque de drone ordenado por ninguém menos que o Presidente dos Estados Unidos James Heller (Willian Devane). Heller, um velho conhecido de Bauer, se torna um alvo de Al-Harazi, enquanto que com sua filha Audrey (Kim Raver) e o genro Mark Boudreau (Tate Donovan) ele procura criar um tratado de paz na Inglaterra com o Primeiro-Ministro Britânico Alastair Davies (Stephen Fry).
Prato cheio para dar merda!
Com a ajuda de um desenvolvedor de artefatos tecnológicos seduzido por sua filha Simone Al-Harazi (Emily Berrington), Margot consegue controlar os drones americanos, e causar ataques em Londres em nome do Presidente dos Estados Unidos, esquentando o clima entre os dois países e melando o acordo diplomático. Ciente do possível ataque, com provas mais do que suficientes para incriminar Margot e sua família, e a fim de salvar o Presidente e amigo Heller (além de sua filha Audrey, com a qual Jack já se envolveu amorosamente no passado), Jack Bauer decide sair de seu isolamento e dar as caras mais uma vez para salvar o dia, voltando a contar com a amiga Chloe O'Brien (Mary Lynn Rajskub), que é resgatada por ele da custódia da CIA logo no primeiro episódio, para ajudá-lo a rastrear as ações da família Al-Harazi.
Nesses quatro anos da clausura de Jack, Chloe perdeu o marido e o filho em um acidente, e tornara-se uma Hacker a serviço de grupos anarquistas sob o controle de Adrian Cross (Michael Wincott), causando alguns estragos na rede inglesa. Quando Jack a resgata, a amizade de longa data dos tempos de CTU, apesar de maculada, volta à tona, e ambos logo se juntam a relutante agente Kate Morgan na tentativa desesperada de impedir que Al-Harazi continue a usar os drones para causar maiores danos ao Reino Unido.
Os primeiros episódios se concentram na busca de Jack pela terrorista, seus conflitos com a CIA, em especial com a agente Morgan cujo caráter é colocado à prova o tempo todo fazendo o público se afeiçoar a seu jeito durão, ao relacionamento pra lá de cruel entre Margot, sua filha Simone, o filho Ian e seu genro, e na tensão entre Chloe e Adrian Cross, que tenta impedi-la de ajudar Jack, já que ele possui planos próprios para o equipamento que controla drones em posse de Al-Harazi.
Quando essa intrincada trama entre Al-Harazi, Cross e surpreendentemente o comandante Steve Navarro da CIA se desfaz (com um desfecho muito "sangue no zóio" por parte de Jack e a terrorista "Catelyn Stark"), o foco da série muda completamente, e descobrimos que o Secretário do Presidente, Boudreau, marido de Audrey, está tentando vender a localização de Jack Bauer para os russos, os mesmos russos que o estiveram caçando desde a temporada anterior (que devia ter sido a última), há quatro anos. Pra entornar ainda mais o caldo, descobrimos que esses russos estão trabalhando com o chinês Cheng (Tzi Ma), o mesmo que sequestrou e torturou Jack durante um ano, após o final da 7ª Temporada de 24 Horas.
Loucura, loucura, loucura!
É fato que após a morte de Al-Harazi (defenestrada por Jack de uma janela) a série meio que procurou meios de continuar com o mesmo fôlego até o episódio 12, e dá pra se dizer que funcionou a adição de velhos inimigos de Bauer à trama. Cheng, que todos achavam que estava morto, volta em busca de vingança, além de também querer o tal artefato que se mostra mais do que um "simples" controlador de voo de drones, e o vilão causa uma das mortes mais sofridas nessa temporada, o que faz com que Jack perca a razão num ataque berseker aos homens do próprio Cheng.
Aliás, emoção é o que não falta a essa temporada, em especial à forma como é retratado o Mal de Alzheimer que começa a acometer o Presidente Heller, criando belíssimas cenas de comoção dele com sua filha Audrey. Confesso que lágrimas rolaram em alguns episódios (mais ainda no final), e se por um lado ficou aquela sensação de que essa 9ª Temporada parecia gratuita, já que a 8ª tinha dado conta direitinho de fechar a saga de Jack Bauer na TV, por outro lado foi bom rever esses personagens fantásticos nessa trama cheia de emoção, e viver mais um dia junto do maior agente do universo.
O episódio 12 dá toda pinta de que vai haver uma 10ª Temporada, e embora ela se pareça muito com o final da 7ª Temporada (e em 9 Temporadas é difícil se conseguir adicionar elementos que já não tenham sido usados antes), fica a expectativa para saber afinal, como Jack irá se livrar de mais essa enrascada, agora nas mãos dos russos. Ficamos no aguardo.
NOTA: 8
NAMASTE!
Muito boa pena q Audrey morre
ResponderExcluirDevia ter outeo.final por isso nota 8