11 de setembro de 2024

TOP 10 – Coisas que queremos ver em filmes de super-heróis (ainda!)

Top 10 - Coisas que queremos ver nos filmes de super-heróis


Em 2016, o mundo era florido e a humanidade ainda não tinha destruído o ecossistema terrestre a ponto de não diferenciarmos mais inverno de verão. Naquela época, a Marvel vivia o auge do seu universo cinematográfico, lançando filmes de sucesso retumbante como Capitão América 2 – O Soldado Invernal e Capitão América 3 – Guerra Civil (ambos dirigidos pelos irmãos Anthony e Joe Russo).

Pelo lado da DC, embora a Warner patinasse em longas medianos como Batman V Superman e Esquadrão Suicida, haviam as animações para TV que continuavam mantendo o seu conhecido padrão alto de qualidade, relembrando fases importantes dos quadrinhos como A Piada Mortal, por exemplo. 



Havia um sentimento de urgência no estúdio de cinema em lançar logo os seus produtos “super-heroicos” com a popularidade cada vez mais crescente dos personagens da concorrente. E essa briga entre Marvel e DC além das páginas dos quadrinhos era bastante divertida de acompanhar.



O mundo não era o ideal, mas parecia promissor. Havia no ar a esperança de que ambos os universos de quadrinhos continuariam a inspirar mais e mais produções midiáticas com os seus heróis coloridos. Que teríamos uma avalanche de novas superproduções a cada semestre, e que nós, os consumidores de Cultura Pop, iríamos nos inebriar nos próximos anos com tudo que tanto a empresa do Pernalonga quanto a companhia do Mickey Mouse nos agraciariam com suas criações.



Alguns anos depois, quem diria, muitos de nós NÃO AGUENTAM MAIS FILMES DE BONECOS com qualidade duvidosa. Além disso, muita coisa que sonhávamos que veríamos acontecer lá atrás, em 2016 — quando escrevi o meu primeiro post sobre “Coisas que queremos ver em filmes de super-heróis” — acabou não ganhando a luz do dia até hoje, quase dez anos depois.



O post a seguir funciona quase como um “tira-teima” do Top 10 que fiz na esperança de botar para fora as expectativas que quase todo fã de quadrinho véio tinha naquele período em ver os seus personagens queridos sendo bem-interpretados na TV e no cinema. 

Vamos contar quantas dessas produções saíram do papel de maneira satisfatória e quantas ainda esperam na fila até que as produções envolvendo multiverso acabem e, finalmente, abram alas para coisas novas!

10 – Quarteto Fantástico na Marvel



Em 2016 o meu “eu” mais jovem e mais esperançoso escreveu o seguinte parágrafo a respeito da expectativa de que o Quarteto Fantástico viesse a fazer parte do MCU após anos sendo maltratado pela Fox:

“A Fox desistir dos direitos do Quarteto Fantástico e devolvê-los para a Marvel seria a melhor saída. É praticamente impossível que o estúdio ainda consiga tirar algo de bom que envolva os primeiros super-heróis da Marvel com novos filmes, e pensando dessa forma, se a Fox fizesse um acordo como o que a Sony fez com relação ao Homem Aranha, eu aposto um dente de trás que a Marvel faria um filme FODA do Quarteto”. 

Eu tava bem empolgado com o MCU, né?

Amigo, depois de Quantumania, Eternos e Thor: Amor & Trovão, eu confesso que já não tenho mais tanta certeza assim de que a Marvel vai ser capaz de cuidar bem da primeira família super-heróica dos quadrinhos!

Depois da compra da 20st Century Fox pela Disney, em 2019, todos os personagens que o estúdio cinematográfico havia adquirido os direitos de uso da quase falida Marvel Comics no início dos anos 2000, enfim, retornaram aos braços da sua criadora. Com isso, além do Quarteto Fantástico, quem também voltou para casa foram os X-Men, franquia mutante que gerou um faturamento astronômico ao estúdio entre 2000 e 2018 com os filmes baseados nos Filhos do Átomo.

Fora as iniciativas envolvendo o retorno da animação noventista X-Men ‘97, que eu resenhei os primeiros episódios aqui, da aparição do Fera em live-action — ou quase isso! — na cena pós-crédito de As Marvels, da citação em diálogo sobre a origem mutante da Miss Marvel em sua própria série, da aparição do Professor X de Patrick Stewart em Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura, além do retorno triunfal — ou não! — do Wolverine de Hugh Jackman em Deadpool & Wolverine, a Marvel Studios não parece tão certa sobre o que fazer a respeito do produto que foi o seu principal ganha-pão nos anos 1990, ou de como incorporá-lo no MCU — se é que vão!

Fera, Professor Xavier e Wolverine no MCU


Independente dessa pendenga envolvendo os mutantes, é certo que a Marvel vai mesmo fazer um quinto filme com o Quarteto Fantástico. 

Encabeçando o elenco estão o onipresente Pedro Pascal (de O Mandaloriano e The Last Of Us), como Reed Richards/Senhor Fantástico, Vanessa Kirby (indicada ao Oscar por Pieces of Woman em 2021), como Sue Storm/Mulher-Invisível, Joseph Quinn (da quarta temporada de Stranger Things e, mais recentemente, de Um Lugar Silencioso: Dia Um), como Johnny Storm/Tocha Humana e de Ebon Moss-Bachrach (da série O Urso) como o Ben Grimm/Coisa.

Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Ebon Moss-Bachrach e Joseph Quinn


No elenco ainda estão Ralph Ineson, como o Galactus, Julia Garner, como Shalla-Bal/Surfista Prateada e John Malkovich, cujo personagem permanece em segredo até o presente momento.

Ralph Ineson (Galactus) e Julia Garner (Shalla-Bal)


Matt Shakman, de WandaVision, está dirigindo o filme que recebeu o título oficial de The Fantastic Four – First Steps na D23 desse ano. O roteiro é assinado por Eric Pearson (que teve participação nas finadas séries Agents of SHIELD e Agente Carter), Josh Friedman (Planeta dos Macacos: O Reinado) e Jeff Kaplan e Ian Springer (ambos com participação no roteiro de Bert and Arnie's Guide to Friendship, que eu não faço a menor ideia do que seja!).

O diretor Matt Shakman e o elenco do filme


Peter Cameron, que escreveu WandaVision também é creditado ao projeto, que tem sido supervisionado, claro, pelo próprio Zé do Boné Kevin Feige. Além de um teaser que foi lançado na D23 destacando o Galactus e o clima meio retrofuturista que a produção parece exalar, não se sabe muito mais sobre o filme, ou de que maneira ele irá se encaixar no MCU.

O que está bem claro até agora é que a história não vai se passar no mesmo Universo 616 (?) da Marvel, e que, caso aconteça uma união do Quarteto com os Vingadores, Homem-Aranha e demais personagens do MCU, isso será graças a alguma ruptura entre as realidades, viagem no tempo, cagada do Deadpool, vacilo do Vigia… ou sei lá!

É. Mais multiverso. Eu não aguento mais!

9 – O filme do Shazam



Em 2016, o filme do Shazam era uma lenda quase tão esquecida quanto o álbum “Chinese Democracy” da banda Guns N’Roses nos anos 90, que levou quinze “fodendo” — como dizem os jovens — anos para ser lançado.

Naquela época, tudo que se tinha de “certo” era que o Dwayne Johnson viveria o vilão Adão Negro na história, mas fora isso, nada era comentado pelos desenvolvedores da DC, que estavam mais preocupados em meter o Batman na maior quantidade de lançamentos para cinema/TV/jogos que pudesse. Como de costume.

Naquela época, eu escrevi o seguinte:

“Tirando o seriado live-action dos anos 70, poucas coisas foram criadas com o personagem, e hoje percebe-se claramente que somente um bom filme com o velho Capitão Marvel o tiraria do esquecimento, colocando-o sob os holofotes que ele sempre mereceu”.

A ideia era essa. Mas a DC conseguiu estragar tudo.

O primeiro filme do mortal mais poderoso da Terra acabou saindo meio que tarde demais para integrar o, na época, já combalido DCU — ou sei lá como chamava o universo do Zack Snyder de heróis assassinos! 

Tanto é que os personagens citavam o Batman do Ben Affleck, o Aquaman do Jason Momoa e a Mulher Maravilha da Gal Gadot, mas nenhum desses atores — em final de contrato com o estúdio — sequer podiam aparecer mesmo que de relance no filme.

O ator escolhido para viver o alter-ego adolescente do herói, Billy Batson, foi o carismático Asher Angel que, como eu mencionei no post anterior de 2016, necessitava ter essa aura mais empática com a molecada para o qual o filme deveria ser direcionado. 

Asher Angel como Billy Batson


Se a Warner/DC fosse esperta, Shazam tinha tudo para ocupar o espaço vago que a saga Harry Potter havia deixado no cinema desde o lançamento do seu último filme, em 2011. Eles tinham um herói adolescente em mãos. Havia o elemento “mágico” permeando todo o lore do personagem. Uma série de filmes protagonizada pelo Shazam tinha tudo para conquistar desde as crianças até os jovens adultos.

O problema é que Shazam é extremamente fraco em tudo que se propõe a fazer. Embora tenha pontos muito positivos como a interação do jovem Billy Batson com as demais crianças órfãs da casa de acolhimento onde ele vive, e o clima “Sessão da Tarde” de Goonies e Conta Comigo que permeia o longa, a impressão que fica é que David F. Sandberg, o diretor, não teve a liberdade necessária para trabalhar na produção sem ter que vinculá-la ao restante do DCU. Ao mesmo tempo, ele nem podia usar livremente os outros personagens de quem tanto Billy quanto o seu amigo, Freddy Freeman (Jack Dylan Grazer), eram fãs, criando um meio-termo indigesto.

O diretor David F. Sandberg


Com cenas aterrorizantes e bastante gore para uma produção que, a princípio, se preocupava em agradar um público mais jovem que os sombrios Man of Steel e Batman V. Superman, Shazam ficou perdido no limbo entre o infantiloide total e o adultinho com conteúdo, virando apenas um concentrado de um grande nada.

Shazam custou US$ 100 milhões aos cofres da Warner e faturou modestos US$ 367,8 milhões, algo considerado bem abaixo de outros lançamentos da DC como Mulher Maravilha de 2017, que alcançou US$ 824 milhões nas bilheterias.

Sem falar que o ator Zachary Levi não convence em nenhum momento como o Shazam que, em tese, deveria ser a persona heroica do Billy. Não uma versão AINDA mais infantil que a do menino!

Zachary Levi como Shazam


Sei lá como, o filme ainda ganhou uma continuação em 2023, Shazam! Fúria dos Deuses, mas em época de remodelação do universo cinematográfico da DC — com a chegada de James Gunn para organizar a bagunça deixada por Zack Snyder —, o filme foi ainda pior nas bilheterias (faturou apenas US$ 134 milhões), o que se justifica, porque a história consegue ser mais insossa que a do primeiro filme. E com efeitos visuais duas vezes piores.

P.S. – Em tempo, como eu já havia mencionado no post sobre atores requentados que vivem mais de um personagem do mundo dos quadrinhos nos cinemas, Mark Strong matou a pau como o seu Dr. Silvana no primeiro filme do Shazam. Sem ele, a história seria muito mais vergonhosa, com certeza!

Mark Strong como o Dr. Silvana


P.S. 2 – Em 2022, Dwayne Johnson, o The Rock, tentou tomar de assalto o DCU aproveitando o vácuo de poder deixado com a melancólica saída de Zack Snyder do comando dos filmes. O fortão samoano forçou a sua entrada na DC propondo o desenvolvimento de um filme solo do Adão Negro, vilão do Shazam que ele almejava interpretar desde o começo dos anos 2000, e que conseguiu graças ao seu empenho — ou sentando a porrada em algum executivo dentro da Warner!

Dwayne Johnson como Adão Negro


Sem muitas menções ao seu antagonista das HQs ou sequer uma participação dele no filme — exceto a cena pós-crédito —, Adão Negro se concentra totalmente em seu personagem título, criando em vez disso, uma rixa com a Sociedade da Justiça que serve como os “vilões” do anti-herói.

Em meio a várias acusações sobre os métodos, digamos, escusos que The Rock usou para conseguir o poder dentro do estúdio de cinema, Adão Negro foi considerado um fracasso, mesmo com toda a campanha de marketing engajada em fazê-lo funcionar.

Não deu.

James Gunn já estava sendo cotado para ser o grande Pica Grossa do novo DCU e Adão Negro faturou apenas US$ 393,5 milhões no mundo todo.

8 – Namor contra o Quarteto Fantástico



Como as principais histórias do Namor na Marvel Comics estavam bastante atreladas ao Quarteto Fantástico, era muito difícil se imaginar qualquer coisa sobre o personagem no MCU antes da compra da Fox. 

Ele foi criado em 1940, esteve por muito tempo ligado ao Capitão América e aos Invasores na Segunda Guerra Mundial, mas foi em uma história do Quarteto que ele retornou à Marvel nos anos 1960, bem depois da guerra, durante a sua reformulação feita por Stan Lee.

Quando escrevi o primeiro post, em 2016, a Fox ainda não era da Disney e não havia sequer boatos a respeito de uma adaptação cinematográfica do Namor. No texto, eu enfatizei:

“Imaginem Atlântida sendo retratada na tela do cinema? Imaginem uma invasão de soldados atlantes à Terra? Imaginem o Namor como adversário direto do Quarteto (e depois se aliando a eles pra derrotar, sei lá, o Attuma?), caindo na porrada com o Tocha Humana moderno, medindo forças com o Coisa, dando em cima da Sue, coisa que nos quadrinhos acontecia quase sempre?”

Bem, as coisas não aconteceram exatamente como eu sonhava, mas o Namor acabou sendo trazido ao MCU antes do Quarteto Fantástico e com a sua origem ligada mais ao universo do Pantera Negra, Wakanda e ao meteorito que trouxe o vibranium para a Terra.

Nos quadrinhos, o Príncipe Submarino foi criado por Bill Everett em 1939, antes do Aquaman da DC, que só daria as caras pela primeira vez em 1941, criado por Paul Norris e Mort Weisinger. Nos cinemas, devido à toda essa enrolação entre a compra da Fox pela Disney e os direitos autorais dos personagens do universo do Quarteto, a DC acabou saindo na frente nessa briga de “peixe grande”. Lançou o filme solo do Aquaman em 2018, com ele fazendo uma ponta também em Batman V. Superman, dois anos antes.

Tenoch Huerta como Namor


O fato era que o DCU já havia criado todo o imaginário atlante na mente dos espectadores, com o lance de pessoas-peixes falando embaixo d’água e até lutando nas profundezas do oceano. Para esse mesmo público, um vindouro Namor nos filmes dos Vingadores, por exemplo, seria apenas uma cópia do Jason Momoa tatuado e surfista. Nada além disso.

A saída para a Marvel Studios, então, foi desenvolver outra origem para o seu principal ser aquático. Os roteiristas o distanciaram da mítica cidade perdida de Atlântida, como nas HQs, e o levaram para outro extremo do planeta. Agora, os seres marinhos que davam origem ao homem com as asinhas nos tornozelos eram mutantes cujo DNA havia sido alterado pelo contato com as mesmas plantas que davam os poderes para o Pantera Negra.

Esses seres, então, fundaram Talokan, uma cidade submarina que é quase que inteiramente baseada no paraíso asteca Tlālōcān da cultura Asteca. Segundo as histórias astecas, esse "paraíso" do submundo era governado pela divindade da chuva Tlāloc, e foi reconhecida em pinturas murais da cultura Teotihuacan, cidade localizada no México, 100 a.C.

Todo o conceito visual de Namor e do povo talokan — talokanense, talokano, sei lá! — é bastante baseado nas representações gráficas das divindades astecas, o que dá um caráter único ao anti-herói marvete. Além disso, cria um distanciamento necessário do Aquaman da DC.

O empenho na caracterização dos personagens de Talokan foi tão grande para o filme Pantera Negra – Wakanda Para Sempre, que a figurinista Ruth E. Carter acabou ganhando o Oscar de Melhor Figurino pelo filme em 2023.

Ruth E. Carter e o Oscar de Melhor Figurino


Em cena, quem deu vida ao menino “Sin Amor” foi o ator mexicano Tenoch Huerta que não comprometeu em nada a caracterização do personagem, apesar de algumas críticas do público quanto ao seu físico não ser “o ideal” para representar o Príncipe Submarino. 



No enredo, graças a seu líder destemido, Talokan desenvolve uma rivalidade ferrenha com Wakanda, a nação tecnológica africana que ainda sofre sob os efeitos da morte de seu líder, o Rei T’Challa (Chadwick Boseman). Tendo Shuri (Letitia Wright) como a nova Pantera Negra, cabe aos wakandanos resistirem ao poderio de Namor, bem como a guerra que o cara leva até os seus portões.



Embora não seja tão “bombado” como todos os fãs do Namor esperavam que ele fosse nos cinemas e aquela barba não componha tão bem o visual de alguém que vive dentro do mar, Huerta mostra com sua atuação toda a amargura que o personagem possui com relação aos habitantes da superfície, como nos quadrinhos. As suas cenas de ação também são convincentes e até as aparentes impraticáveis “asinhas” de tornozelos funcionam muito bem em live-action.

O Namor é um antagonista perfeito para qualquer super-herói (e nas HQs ele já saiu no tapa com o Hulk, o Homem-Aranha e até com o Demolidor!), mas é claro que ainda queremos vê-lo rivalizar nas telonas com o Quarteto Fantástico, o grupo de super-heróis com quem ele tem maior ligação nos quadrinhos.

Imagina a cara do Huerta agora que ele sabe que a Sue Storm vai ser interpretada pela belíssima e talentosa Vanessa Kirby então? O cara deve estar felizão!



P.S. – Ainda em 2023, após o lançamento de Pantera Negra – Wakanda Para Sempre, o ator Tenoch Huerta foi acusado de assédio sexual por uma atriz e cantora com quem teria tido um relacionamento. O caso chegou a ser abafado para que a promoção do filme da Marvel não fosse afetada, porém, chegou a público de maneira um pouco decepcionante.

Huerta alega inocência no caso desde o início, mas desde a sua última aparição no MCU, nada mais foi mencionado a respeito do seu retorno como Namor. Se a Marvel tem planos para trazê-lo de volta em produções futuras — Guerras Secretas, quem sabe? — isso só o Nosso Senhor Kevin Feige pode nos dizer.

7 – Um filme com os Novos Titãs



Como salientei em 2016, o potencial para um longa-metragem com os Novos Titãs era inacreditável:

“Os Titãs surgiram numa época que o apelo adolescente estava em alta nas HQs. Os X-Men estavam bombando na Marvel, e tirando as participações dos sidekicks nas revistas dos heróis principais, a DC ainda não possuía um grupo de personagens que falasse a linguagem da molecada da época.

Assim como o filme do Shazam, os Titãs também podiam pegar essa vibe teen de filmes adolescentes, e explorar pra valer as personalidades de Mutano (o comediante), Estelar (a alienígena gostosa curiosa com o comportamento dos terráqueos), Ravena (a gótica mal humorada com poderes místicos) e o Asa Noturna, líder certinho, habilidoso e capaz de usufruir de vez em quando da tecnologia Wayne. Claro que podíamos adicionar o próprio Ricardito (parceiro mirim do Arqueiro Verde), alguma versão do Kid-Flash (o Bart Allen ou o próprio Wally West, sei lá!), a Terra (a parceirinha traíra) e até mesmo o Jericó (o filho mudo do Slade Wilson), mas realmente não sei o que podia ser feito quanto ao Cyborg, agora que ele já vai ganhar um filme solo e que ele anda mais bandeado para os lados da Liga da Justiça.

Seja como for, um baita quebra-pau com o Exterminador, que sempre foi um vilão clássico da equipe nos quadrinhos, a Colméia (que já deu as caras em Arrow), o Gnu ou até mesmo o pai da Ravena Trigon daria um baita background para um roteiro de cinema. Isso somado as personalidades adolescentes de nossos heróis, poderia render um grande blockbuster sem essa cara sombria e séria que a DC tenta nos enfiar goela abaixo. Já pensaram?”

Bem ou mal, boa parte do que mencionei nesse texto acabou acontecendo em live-action, porém não da maneira como gostaríamos. Em 2018, em parceria com a Netflix, a DC Universe desenvolveu não um filme, mas uma série intitulada Titãs que trazia os jovens heróis sidekicks da DC à vida, mais ou menos como os imaginávamos.

Longe de querer agradar um público mais novo, como idealizei no post anterior, a série era carregada de violência visual e conseguia ser ainda mais sombria do que outras produções da mesma época, como as finadas séries da CW, Arrow, The Flash e Supergirl. Aliás, perto de Titãs, essas séries eram praticamente infantis!

Criada por Akiva Goldsman (Eu sou a Lenda), do quadrinhista Geoff Johns e de Greg Berlanti (o cara que estava por trás das séries da CW mencionadas no parágrafo anterior), Titãs tinha um inexplicável apelo “adulto” que envolvia em seu plot, além de violência gráfica, algumas cenas de sexo que obviamente faziam aumentar a classificação etária da mesma.

Rapina e Columba se pegando


Além disso, o roteiro era ruim e descaracterizava quase que completamente todos os personagens principais, em especial, o Dick Grayson (o aprendiz de maníaco vivido pelo ator Brenton Thwaites), a Estelar (Anna Diop com seu visual de cafetina de bordel barato) e Gar Logan (o nada engraçado Ryan Potter).

Ryan Potter, Teagan Croft, Brenton Thwaites e Anna Diop


E não era difícil fazer uma coisa minimamente coesa e interessante com esses personagens, gente. Não era mesmo!

A série sofria de restrições orçamentárias gravíssimas para efeitos visuais como The Flash e Supergirl — o Mutano praticamente não se transformava em nenhum animal nos episódios e o Trigon como vilão final da primeira temporada parece que foi feito no After Effects! —, mas, diferente dessas duas séries que já em suas primeiras temporadas conseguiam prender a atenção do público com o carisma de seus protagonistas, ninguém era minimamente interessante em Titãs.

Trigon e Mutano


Sabe-se lá como, a série conseguiu sobreviver por três temporadas (algumas delas eu resenhei aqui no blog), mas acabou sendo cancelada junto da onda de renovação proposta pelo novo DCU, e pela chegada de James Gunn à chefia.

Personagens como Exterminador, Jericó, Donna Troy, Superboy — meu Deus! O pior Superboy que já vi na vida! Que ator ruim! — e Rose Wilson foram totalmente desperdiçados em tramas rasas e sem substância alguma que se desenrolavam por quase uma temporada inteira, mas que não chegavam a empolgar de verdade.



Eu odeio o personagem Jason Todd e tudo que ele representa nas HQs… mas incrivelmente, em meio a tantos atores péssimos e atuações medonhas, o sidekick do Batman vivido pelo ator Curran Walters foi o único que realmente se destacou. A caracterização dele como Robin II era boa, ele convencia como o adolescente irritadiço mimado que era o Jason nas HQs e até que funcionou como Capuz Vermelho.

Curran Walters


Infelizmente, depois desse desastre de série, acho difícil que voltemos a ver algo relacionado aos Titãs em live-action tão cedo.

P.S. – Em março desse ano, apesar do meu ceticismo quanto a isso — e até que saiam informações mais precisas, eu continuarei cético com relação a esse projeto — o The Hollywood Reporter confirmou que o DCU terá um filme live-action dos Jovens Titãs. Segundo a notícia — ou boato? — a produção será escrita por Ana Nogueira, que também é a responsável pelo roteiro do filme da Supergirl: Woman of Tomorrow.

A roteirista Ana Nogueira


6 – Surfista Prateado contra Thanos



Pelo título desse tópico vocês podiam ver que eu estava MESMO empolgado para ver Vingadores: Guerra Infinita no cinema, não é?!

O meu “eu” animado disse o seguinte na ocasião:

“De volta a Marvel, é claro que gostaríamos de ver o personagem mais ligado à sua origem cósmica, e ele podia ser muito bem aproveitado no universo dos Guardiões da Galáxia e no vindouro combate da Guerra Infinita, que irá se espalhar entre os filmes 3 e 4 dos Vingadores. Devido a grandiosidade de seus poderes, o Surfista enfrentaria fácil o Titã Louco Thanos e essa briga ia ser linda de se ver no cinema”.

Como agora sabemos, nada disso aconteceu. A aquisição da Fox só ocorreu em 2019, mesmo ano em que Vingadores: Ultimato já estava completamente filmado e estreando nos cinemas. Uma adição do Surfista Prateado ao corte final do filme era praticamente impossível, e sem todo o seu lore cósmico na bagagem — que obviamente incluiria o seu chefe, Galactus —, o meu sonho de ver a estátua prateada do Oscar ambulante contra o Titã Louco nos cinemas era totalmente impraticável nesse contexto.



Para desespero dos incels e para a rasgação de cueca dos nerdolas, no vindouro filme de 2025 do Quarteto Fantástico, o Surfista Prateado será interpretado por uma detentora de vagina

Isso mesmo! Uma mulher! Uma fêmea! 

Olha só que absurdo!

Para a produção, como mencionei anteriormente, a atriz Julia Garner será a intérprete de Shalla-Bal, a arauta de Galactus, o Devorador de Mundos. No entanto, ao contrário do que boataram por aí, ela não será uma versão feminina de Norrin Radd, o Surfista original, mas sim uma personagem nova que nunca foi retratada no cinema.

Julia Garner e Shalla-Bal nas HQs


Nos quadrinhos, Shalla-Bal foi o grande amor de Norrin Radd, e a responsável indireta por seu sacrifício em se tornar o arauto de Galactus. Na história, para que o Devorador poupasse o planeta da moça da sua fome insaciável, Radd aceitou se juntar a ele. A partir daí, ganhou os seus poderes cósmicos, a prancha e passou a visitar anteriormente os mundos que seriam obliterados por seu mestre na sequência.

O amor de Radd e Shalla-Bal nas HQs

Na saga Terra X, de Jim Krueger com as capas de Alex Ross, a personagem Shalla-Bal acaba se tornando a Surfista Prateada daquele universo — que não é o 616! — e, junto de Radd, o seu amor, ela passa a ser arauta do novo Devorador de Mundos… ninguém menos que Franklin Richards, filho de Reed e Sue do Quarteto Fantástico.



Agora que a porteira do multiverso foi aberta e que essa desculpa de “mundos alternativos” pode ser usada livremente pelos roteiristas preguiçosos da Marvel, tudo é possível. Logo, é cedo para dizer qual vai ser o real papel de Shalla-Bal no novo filme do Quarteto. Ela pode ser a única Surfista que existe nesse universo. Ela pode ser uma segunda arauta depois da morte (?) de Radd. Ela pode ser, inclusive, uma personagem totalmente nova, como fizeram com o Namor, por exemplo. Sei lá.

Tudo que podemos fazer, por enquanto, é especular, até que saia o primeiro trailer do filme e ele acabe revelando toda a trama do longa-metragem de bandeja! Heheheheh!

5 – Um filme do Lobo



Em quase dez anos desde o primeiro post que escrevi, praticamente nada foi mencionado a respeito de um filme, série ou mesmo animação com o Maioral.

Nesse meio-tempo, as únicas coisas que tivemos notícias foram a participação do Lobo na chatíssima animação Superman: O Homem do Amanhã e de uma aparição sua na flopadíssima série Krypton do canal SyFy. Essa bomba chegou a ter duas temporadas de dez episódios cada, mas eu não conheço um ser abençoado que tenha assistido.

Sucesso total!

O ator Emmett J. Scanlan como Lobo em "Krypton"


Com a chegada de James Gunn à cadeira de chefe do novo DCU, ao lado de Peter Safran — o cara que cuida do dinheiro da Warner —, as especulações que rolavam nos bastidores eram as de que Jason Momoa seria reaproveitado no elenco principal do universo cinematográfico de super-heróis, mas que não seria, obviamente, como o seu Aquaman “Mah Man”.

James Gunn e Peter Safran


Olhem para a figura exótica de Jason Momoa.



O cara é grande. É forte. É um ator mais ou menos versátil. Sabe interpretar personagens carismáticos — vide o seu vilão em Velozes e Furiosos X! — e já demonstrou, em mais de uma oportunidade, ter interesse em interpretar o Lobo.

Para encerrar esse tópico, usarei as minhas próprias palavras no post anterior:

“O Deadpool não é lá um dos personagens mais profundos dos quadrinhos (aliás, profundidade ali passou longe!) e num filme solo, o mercenário tagarela faturou mais de US$ 745 Milhões colocando na tela exatamente o que o público do Lobo já está acostumado: Humor negro, piadas com cu e rola, violência e mais violência.

Imaginem esse mesmo clima de sujeira, colocando um personagem brucutu (claro! Não me venham com essa versão Emo do Lobo dos Novos 52, pelamor!), boca suja, motoqueiro espacial, beberrão e que gosta de arranjar encrenca pelos botecos da galáxia, isso tudo ao som de muito Rock N’ Roll! Porra! Não tem como isso dar errado! Contratem logo um roteirista foda e comecem a filmar essa merda!”

Jason Momoa e Lobo


Aquaman nunca foi o personagem ideal para o Jason Momoa. Ela nasceu para ser o Lobo. E tenho dito!

4 – A Mulher-Hulk nos cinemas



Em 2022 a Marvel lançou pelo serviço de streaming da Disney uma série solo da Mulher-Hulk com uma atriz carismática no papel de Jen Walters, episódios carregados de um considerável nível de humor e um apelo de zoeira muito semelhante ao dos quadrinhos.

O resultado?

Mimimi de nerdola incel até a exaustão!





Por retratar a personagem com um viés mais feminista, colocar na produção não só roteiristas mulheres (entre elas, Jessica Gao) como uma diretora (Kat Coiro que dirigiu seis dos nove episódios) e tratar homem escroto como eles devem ser tratados, a série sofreu críticas mordazes por grande parte do público masculino, a quem, via de regra, os produtos Marvel são direcionados.

Kat Coiro (direção) e Jessica Gao (roteiro)


Uma mulher protagonista? Zoando comportamento machista? Rebolando a raba em cena pós-crédito? Ousando se revoltar contra assédio sexual e invasão de privacidade? Diminuindo o Hulk em força e em intelecto?

Como a Marvel ousa?!!



Pois é.

Como não tinha nenhum “Chris” loiro e bombado à frente da produção, o público masculino rejeitou a série, e nem mesmo a esperada participação do Demolidor do Charlie Cox em alguns episódios conseguiu salvá-la da enxurrada de dejetos que boa parte dos “influencers” de Cultura Pop decidiu soltar em cima de She-Hulk durante o seu lançamento.

A série tinha muito daquilo que John Byrne e que Dan Slott escreveram para a personagem nos anos 1990 e 2000, e que todo fã minimamente versado em sua essência estava acostumado a ler. Mas nem o carisma de sua protagonista, a excelente Tatiana Maslany de Orphan Black, bastou para aplacar a fúria dos haters.

Tatiana Maslany


Em 2016 eu dizia:

“Poucas vezes vimos a She-Hulk ser retratada seriamente nas HQs. Tirando alguns arcos isolados como A Queda, onde ela parte o Visão ao meio e depois cai numa crise de consciência, e na Guerra Civil quando, exercendo seu papel de advogada, ela decide ficar do lado pró-registro, Jennifer Walters, a prima de Bruce Banner sempre foi muito ligada ao seu lado fanfarrão. Seja com o Quarteto Fantástico ou nos Vingadores, ela sempre era a piadista, e seus diálogos com os vilões chegavam a ser hilários”.

E foi isso. Em episódios bem-humorados com quebra da quarta parede — quando Jen se dirigia diretamente ao público do Disney + —, a Mulher-Hulk retratada por Maslany em suas duas versões, branca e verde, era uma grande de uma fanfarrona, como nas HQs. Independentemente do CGI meio porco que, na maioria das vezes, deixava a desejar quando a verdona precisava interagir com atores reais, tudo que a gente gostava de ver nos quadrinhos estava lá.

Aliás, destaque absoluto para a interação dela com Matt Murdock no episódio 8 (“Coaxando e Saltando”). Os dois são bonitos, advogados e se sentem atraídos um pelo outro logo de início. Além do primo Hulk (Mark Rufallo), o Demolidor é o único super-herói com quem ela “tromba” ao longo dos episódios, e a química dos dois (Cox e Maslany) é perfeita.



Não é a toa, inclusive, que os dois acabam indo para a cama no final do episódio!

Desde os fracassos de Eternos, Quantumania, da série da She-Hulk e da Fase 5 quase como um todo, Kevin Feige decidiu reduzir custos com “personagens menores”, querendo dar toda a sua atenção ao que já é aceito pelo público — leia-se personagens héteros masculinos, brancos e que não façam apologia a causas sociais muitas vezes. 

Com esse corte criativo abrupto, é muito difícil que voltemos a ver a Mulher-Hulk em alguma produção Marvel. Salve, talvez, pequeníssimas aparições em algo que tenha ligação com o Hulk.

Num primeiro roteiro vazado de Capitão América – Admirável Mundo Novo, o primeiro após a era Chris Evans, é mencionado que a Mulher-Hulk seria a grande rival do Hulk Vermelho, e que ela ajudaria o Capitão América Sam Wilson a deter a ameaça do General Ross (Harrison Ford). Atualmente, foi dito que não há qualquer menção à Tatiana Maslany no elenco do filme que estreia em 2025, e que a participação de Mark Rufallo como Bruce Banner é bem mais crível de acontecer do que a da sua prima.



Ou SejE… independente da qualidade da série e das pautas importantes que ela levantou, a personagem super carismática e divertida dos quadrinhos vai ser limada, provavelmente, para sempre do MCU por conta de uma ala machista e escrota de fãs da Marvel. 

Ironias à parte, o grande vilão do enredo da série é justamente um personagem que representa perfeitamente esses mesmos fãs do mundo real.



3 – Liga da Justiça da América



O clima de galhofa que James Gunn criou com o elenco afiado da sua trilogia Guardiões da Galáxia no MCU nos deu esperança renovada de que um projeto envolvendo a Liga da Justiça da América — ou “Liguinha”, para os mais íntimos! — finalmente saia do papel após anos de espera.

Nada relativo à formação de uma equipe contendo apenas os personagens da série B da DC foi confirmado pelos atuais chefões do novo universo cinematográfico, é verdade, porém, os indícios são grandes de que eles serão sim utilizados já a partir do filme Superman dirigido pelo próprio James Gunn, e a ser lançado em 2025.

Nathan Fillion caracterizado de Guy Gardner no set de "Superman"


O primeiro indício de que a LJA pode ganhar vida em breve é a presença já confirmada do Guy Gardner como Lanterna Verde na história de Superman. O personagem será vivido pelo ator Nathan Fillion — amigaço de Gunn e outro que entra na fileira interminável de atores requentados em filmes de super-heróis. Esse já é o terceiro dele! —, e ele já apareceu em fotos vazadas do set de filmagem com um visual pra lá de questionável, bem distante do que esperávamos da fidelidade com a sua versão dos quadrinhos.

Nathan Fillion em Guardiões da Galáxia e O Esquadrão Suicida de James Gunn


O segundo indício é a também confirmada presença do Metamorfo/ Rex Mason no filme, que será vivido pelo ator Anthony Carrigan. Para quem não sabe, o personagem capaz de sintetizar todo tipo de elemento químico já foi um dos membros fixos da LJA e pode vir a fazer parte de uma futura reunião da equipe nos cinemas. Carrigan ainda não apareceu caracterizado em nenhum material lançado até agora, mas é esperado que mais detalhes sejam revelados nos próximos meses.

Sean Gunn, irmão de James Gunn e também colaborador do diretor em Guardiões da Galáxia — onde viveu o personagem Kraglin e também serviu de referência para a captura de movimentos do Rocket Racoon —, viverá a nova encarnação de Maxwell Lord no DCU. Nas HQs, o personagem era como uma espécie de relações públicas da Liguinha, e era alguém muito próximo aos super-heróis.

Anthony Carrigan (Metamorfo) e Sean Gunn (Maxwell Lord)


Para aumentar ainda mais a nossa empolgação quanto a uma futura reunião da LJA nas telonas, há alguns meses começaram os boatos fortes de que James Gunn teria escalado o ator Kumail Nanjiani para viver em Superman ninguém menos do que o Gladiador Dourado, um dos membros mais importantes do time. 

Kumail Nanjiani e Gladiador Dourado


Desde julho, quando essa notícia começou a ganhar mais força, nem Gunn e nem Peter Safran confirmaram quem o ator de descendência paquistanesa irá interpretar, ou se ele está mesmo no elenco do longa, mas o cara foi visto nas arquibancadas dos jogos olímpicos de Paris ao lado de David Corenswet (Clark Kent/Superman) e Rachel Brosnahan (Lois Lane) a acompanhar alguns eventos esportivos, o que pode significar uma reunião de fim de expediente com a galera do trabalho…

Postagem no Instagram do ator com ele ao lado do elenco de "Superman"


Mas que também pode não significar coisa nenhuma!

Se Nanjiani — que viveu o Kingo em Eternos da Marvel — será mesmo o Gladiador Dourado, é claro que já estamos ansiosos para saber quem interpretará o parceiro de farra dele nos quadrinhos, o primeiro e único Besouro Azul/ Ted Kord



Vale lembrar que o personagem Ted chegou a ser citado como sendo o pai da Jenny (Bruna Marquezine) no filme Besouro Azul de 2023, e que no final do longa dá-se a entender que ele não morreu, e que estaria preso em uma fenda temporal… ou sei lá!

Jenny Kord, Jaime Reyes e os uniformes dos dois Besouros Azuis anteriores a ele


Apesar desse gancho de roteiro, ao que parece, Besouro Azul que rendeu apenas US$ 130 milhões aos cofres da Warner e que começou a ser produzido antes de James Gunn assumir a porra toda, não deve fazer parte dos planos do DCU. Tudo isso ainda é bem nebuloso e as informações quanto ao lugar ocupado pelo Besouro Azul na cronologia da DC é cinzento, porém, é bem possível que nada relacionado à história de Jaime Reyes e seus amigos ganhe continuidade a partir de Superman. É mais provável que tenhamos um novo Besouro Azul ganhando os holofotes em breve.

Independente disso, fica a nossa torcida para que um filme da Liguinha ganhe logo forma.  

2 – Abram alas para Kang, o Conquistador



Mano! Por onde eu começo esse tópico? São tantas polêmicas envolvendo esse assunto!

Em 2016, a minha expectativa da, na época, vindoura aparição do Kang no MCU era a seguinte:

“Cá entre nós, os Vingadores possuem uma galeria de vilões muito mais foda que a Liga da Justiça, mas nenhum desses super-vilões foi bem aproveitado no cinema, até agora. Minha sugestão aqui é utilizar Kang após toda essa reviravolta causada pelas joias do infinito e pelo Thanos, e que ele fosse o vilão principal na Fase 4 da Marvel nos cinemas, já com toda essa pendenga de contratos de Robert Downey Jr., Chris Evans e Samuel L. Jackson definidas. Fossem quem fossem os Novos Vingadores (já pensou o Capitão Falcão, a Thor Jane Foster e o Homem Aranha na equipe??), Kang bateria de frente com os heróis, e sua história poderia, óbvio, ser pautada em viagens temporais. E se o Kang mudasse o futuro ao impedir que os Vingadores originais se formassem? E se a invasão chitauri tivesse destruído a Terra? E se Tony Stark jamais tivesse se tornado o Homem de Ferro, o Capitão América jamais tivesse sido encontrado no gelo e o Thor nunca tivesse vindo exilado para a Terra?”

As possibilidades para um Kang live-action eram mesmo imensas, como vocês podem ver. Mas é impressionante como as coisas deram errado!

O Conquistador, ou uma de suas variantes, fez a sua estreia na primeira temporada de Loki, a série do Disney + que estreou em 2021 já no pós-Ultimato. Lá, interpretado por Jonathan Majors, o personagem era chamado de "Aquele que Permanece" e só foi “causar altas confusões” mesmo a partir da segunda temporada (2023), como um viajante no tempo capaz de alterar as linhas temporais cuidadas pela AVT, a Autoridade de Variação Temporal.

"Aquele que permanece"


Nesse intervalo entre a primeira e a segunda temporada de Loki, a Marvel lançou nos cinemas Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, o que acabou sendo desastroso para os planos de Kevin Feige de usar o personagem como vilão central da fase pós-Thanos. 



E convenhamos: potencial de substituir o Titã Louco como antagonista principal dos Vingadores o Kang tinha de sobra!

Em uma interpretação visceral, Jonathan Majors entregou tudo que tinha como a variante renegada e mais perigosa do Conquistador em Quantumania. O seu Kang era intenso e extremamente poderoso. Tanto é que ele precisou ser exilado no Reino Quântico — conceito apresentado já no primeiro Homem-Formiga, de 2015, e amplamente referenciado também na sua sequência, de 2018  — pelo Conselho Kang, um grupo de cabeças pensantes inteiramente formado por versões de outras dimensões do vilão .

O Conselho Kang


O problema é que Quantumania foi um fracasso quase completo nos cinemas. Até rendeu uma bilheteria relativamente boa (US$ 476 milhões), mas foi amplamente criticado por seu roteiro fraco, pelas atuações ruins de parte do elenco — Kathryn Newton não entregou NADA em seu papel de Cassie Lang! — e, principalmente pelos efeitos visuais medíocres usados para criar os cenários fantásticos do mundo subatômico.

O filme todo se passa no tal Reino Quântico e, exatamente por isso, não tem qualquer substância. Não entrega nada para que o público possa se apegar. Usa de humor caricato para entreter. Apresenta soluções idiotas para resolver as situações embaraçosas em que os personagens se metem e ainda nos dá o terrível MODOK de CGI que só nos causa um sentimento de pena ao ator que o interpreta (Corey Stoll, o Jaqueta Amarela do primeiro filme).



Em resumo, toda a grandiosidade prevista por nós leitores de quadrinhos na figura do Kang se esvaiu quando ele tomou uma surra de um dos personagens mais fracos do MCU, e nem mesmo a cena pós-créditos que nos apresenta o Conselho Kang causa qualquer impacto ou curiosidade quanto ao futuro que, na época do lançamento de Quantumania, estava em ver Vingadores: Dinastia Kang, produção que deveria estrear em 2026.

Sério! O que esperar de um vilão que já em sua primeira aparição nas telonas leva um cacete do Paul Rudd piadista?

Para piorar ainda mais a situação da Marvel e do Kang, em março de 2023, o ator Jonathan Majors foi acusado de agredir e assediar a namorada com quem começou a se relacionar ainda durante as gravações de Quantumania. O crime foi amplamente repercutido pela mídia na época e, apesar de alegar inocência desde o início, o júri estadunidense que cuidou do caso acabou sendo unânime quanto às provas apresentadas de que ele teria mesmo batido na moça e chegado a lhe quebrar um dedo.

Em dezembro, Majors foi condenado a um ano de aconselhamento doméstico — o equivalente a pagar uma cesta básica no Brasil! — e não será preso para cumprir pena. A Marvel, no entanto, o demitiu de seu papel como Kang e não dará continuidade à história do personagem que acabou sendo encerrada às pressas na segunda e última temporada de Loki.



A Marvel, que já tinha planos futuros para o personagem, teve que recalcular toda a sua já tortuosa rota após a condenação de Majors. Recentemente, os porta-vozes do estúdio vieram a público para anunciar “Vingadores: Doomsday”, o filme que irá substituir o anteriormente “Dinastia Kang” e que irá botar um fim precipitado naquilo que seria a ascensão nos cinemas de um personagem que há muito tempo merecia espaço no hall dos grandes vilões do MCU.

Com o fim melancólico do Conquistador contra o Homem-Formiga — e, provavelmente, da carreira de Jonathan Majors —, acho bem difícil que ouçamos falar novamente de um Kang live-action nos próximos 10 ou 20 anos!

1 – Marvel X DC



Em 2016, a DC estava correndo atrás do prejuízo para tentar engatar as suas franquias cinematográficas próprias e fazer frente ao que parecia ser impossível de combater com o sucesso estrondoso da Marvel e o seu MCU. 

Na época, comandado pelo ego infladíssimo de seu principal diretor e criador, Zack Snyder, o estúdio amargava inúmeras críticas ao seu visual sombrio e à descaracterização de seus personagens principais. Mesmo com o subsequente sucesso de Mulher-Maravilha e Aquaman, o que era para ser um universo coeso e conectado, apresentando vários personagens diferentes em seus filmes solo, acabou se tornando um grande desastre.

Com o fim da era Snyder, veio logo o desmembramento do antigo DCU com o lançamento de The Batman e Joker, ambos funcionando à parte do que quer que ainda fosse o tal universo cinematográfico da DC. 

Na rebarba do fim anunciado, o estúdio ainda lançaria Mulher-Maravilha 1984, Shazam 2, Besouro Azul e Aquaman 2, mas tudo que já se comentava era que os heróis da DC estavam mesmo mortos no cinema. Pelo menos por ora.



Do lado da Marvel, em sua soberba de acreditar que qualquer coisa que eles lançassem com o seu selo faria sucesso, no pós-pandemia de Covid-19, nada mais foi como antes. Depois do seu último grande filme de sucesso, Vingadores: Ultimato, o estúdio amargou uma falta de criatividade inesperada, e mesmo tentando apostar em coisas novas como os Eternos e Shang-Chi, estava difícil de voltar a animar o público com a saída de seus medalhões, os carismáticos atores Robert Downey Jr., Chris Evans e Scarlett Johansson.



Na atual situação da Marvel e nesse recomeço da DC com o talentoso James Gunn à frente da locomotiva, é impraticável pensar em um projeto futuro que vá unificar os dois maiores universos super-heroicos dos gibis também nos cinemas. Se em 2016 as coisas já estavam penosas, atualmente parecem ainda mais complicadas. 

Um grande combate entre Superman e Hulk ou entre o Batman e o Capitão América em live-action parece cada dia mais com um sonho distante de nerds desocupados que não têm mais nada para fazer na vida além de especular e criar expectativas.



Dito isso, em uma entrevista à Empire, o próprio James Gunn alegou recentemente que um confronto cinematográfico entre Marvel e DC estaria mais perto de acontecer agora que ele assumiu a cadeira executiva do segundo estúdio, tendo trabalhado no passado com o primeiro. 



Na entrevista, ele disse:

“Tenho certeza de que é mais provável agora que estou no comando [da DC]. Quem sabe? Porém, isso está a muitos anos de distância. Acho que temos que estabelecer o que estamos fazendo primeiro. Estaria mentindo se dissesse que não falamos sobre isso, mas foram conversas muito leves e divertidas.”  

Podemos continuar sonhando então?

NAMASTE!

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