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4 de julho de 2014

Homenagem do Rodman - Julio Cezar Barreiros


Quem acompanha o Blog do Rodman nesses quatro anos sabe o quanto sou fã da dublagem brasileira, e como muitos marmanjos na casa dos trinta, eu cresci vendo esses craques da atuação dando voz a nossos atores hollywoodianos preferidos. Infelizmente, a dublagem perdeu mais um de seus pioneiros nessa quinta-feira (3), o dublador Julio Cezar Barreiros de 62 anos, que faleceu em decorrência de um acidente vascular embólico no aparelho digestivo. Após sofrer uma hemorragia gástrica, e após várias tentativas médicas de salvá-lo, Julio veio a falecer no Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio de Janeiro. A notícia do falecimento foi confirmada pelo estúdio Áudio News, onde ele trabalhava.

Pra quem não está familiarizado com o nome ou com o rosto de Julio Cezar, ele deu voz a vários personagens conhecidos na década de 80 como o Robocop/Alex Murphy de 1987, ao Papai Smurf do desenho clássico dos Smurfs e principalmente ele era a voz de Harrison Ford na quadrilogia do Indiana Jones

Mais recentemente (mas nem tanto), Barreiros dublou o Homer Simpson da 8ª até a 14ª temporada, substituindo Waldyr Sant'anna, o mais conhecido (e primeiro) dublador do pai de família beberrão da família Simpson. 


Assim como nomes como Orlando Drummond (a voz do Scooby Doo), José Santa Cruz (o Dino da Família Dinossauro) e o próprio Lima Duarte (que dublava o Batatinha do desenho Manda-Chuva), Julio Cezar Barreiros fez parte da velha guarda dos dubladores brasileiros, participando ativamente dessa profissão que nem sempre é valorizada como devia e igualmente tão pouco reconhecida. Mais um grande talento se vai, e fica aqui a homenagem do Blog do Rodman a esse grandioso profissional, cuja voz se manterá viva nos trabalhos que ele fez para o cinema e a TV. 

Julio Cezar dublando o Policial do Futuro Robocop de 1987:


Aqui dublando o trailer de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal:


E o link para ver direto do Youtube, a voz de Julio Cezar na pele do gordo deitão de Springfield: 

Descanse em paz, Julio Cezar!

NAMASTE!

17 de março de 2013

Chorão - Só os Loucos Sabem

 
O ano de 1997 foi uma espécie de hiato para o Rock N’ Roll brasileiro. Ainda estávamos de luto por causa dos Mamonas Assassinas, os Raimundos já faziam algum sucesso, mas permaneciam no underground, A Legião Urbana havia se desfeito devido a morte de seu líder e vocalista Renato Russo, o Capital Inicial estava no ostracismo e bandas como O Rappa  e Detonautas ainda não tinham estourado para o grande público. Havia apenas o silêncio musical, e ele incomodava.

O álbum Transpiração Contínua Prolongada do Charlie Brown Jr. lançado nesse mesmo ano e produzido por Rick Bonadio (também produtor dos Mamonas) veio para mexer as estruturas do Rock no Brasil, iniciando um crescente que ainda duraria longos anos, todos eles aproveitados por mim em minha adolescência de ouvinte da 89 FM, a Rádio Rock!



Músicas como o “Coro vai comê”, “Proibida pra mim” e “Tudo que ela gosta de escutar” começaram a estourar na maioria das rádios do país, e os garotos de Santos começaram a ganhar projeção nacional com seu som que misturava punk rock, reggae e skate music. As letras, em sua grande maioria escritas por Chorão, tratavam da realidade daqueles moleques de baixa renda que já haviam vivido várias mazelas em sua vida, e essa foi uma das grandes razões pela qual o público se identificou com o Charlie Brown Jr. Havia muito de verdade naqueles versos.  
  

O segundo disco, lançado em 1999 Preço Curto... Prazo Longo é pra mim, o melhor da carreira de quase 20 anos da banda, e possui uma porção dos maiores sucessos dos caras como “Vou te levar” (tema da Malhação durante 7 anos), “Zóio de Lula” (que imortalizou a célebre frase “meu escritório é na praia, e eu tô sempre na área”), “Confisco”, “Não deixe o mar te engolir” e “O Preço”, onde Chorão conta sua história de garoto pobre que se tornou um astro do rock. 



Dificuldade então
Passava eu, meu pai, minha família e meus irmãos
Sem perceber larguei a escola
E fui pra rua aprender
Andar de skate, tocar, é
Corre pra ver o mar


Nessa época as letras das músicas do Charlie Brown já estavam na ponta da língua, e embora eu nunca tivesse passado fome na infância, vivido nas ruas, andado de skate e nem tampouco me juntado a galera “maloqueira” (tipo a turma do fundão das escolas) eu também me identificava com suas canções, em especial pelo tom de protesto que elas traziam, algo que naquele mesmo período só era possível se escutar com o Rap, na boca de caras como Mano Brown (dos Racionais Mc’s) e do Gabriel, O Pensador, outro que fez o caminho inverso, foi do asfalto para o morro para ver “qualé que é”. 


Chorão possuía toda a atitude Rock N’ Roll já tradicional de astros que, como ele, subiam ao palco e faziam a galera pular com seu som. Ele nos passava a imagem de “marrento” e encrenqueiro, e não fugiu dos estereótipos, arrumando confusão com outros artistas (Marcelo Camelo manda abraços), com fãs que questionavam as escolhas que ele e a banda haviam feito em sua carreira, e com os próprios amigos de grupo, ocasionando até a separação do Charlie Brown Jr. em 2005. Tudo isso, no entanto, era apenas uma imagem externa e precipitada de um cara, apontado por pessoas próximas, como sendo o contrário disso. Nós que não tivemos uma convivência com o cara, não precisamos nos ater apenas a relatos de familiares ou amigos para sabermos quem, afinal, foi Alexandre Magno. Sua obra era um diário aberto de sua vida. Suas músicas diziam tudo que ele pensava, sentia e fazia, e não é difícil fazer uma bela análise da vida de Chorão apenas ouvindo as músicas que ele escrevia.

 
 
Se por um lado “Rubão” ("Pago pra vê tcharroladrão"), “Confisco” ("Eu sou da lei seu trouxa, eu confisco") “Papo Reto” ("Eu vou fazer de um jeito Que ela não vai esquecer") nos inspiram a gritar e entrar num bate-cabeça, Chorão sempre soube dosar seu lado, digamos assim, mais sensível e romântico em letras que todo cara gostaria de cantar um dia para uma garota. “Hoje eu acordei feliz”, “Como tudo deve ser” e “Vícios e Virtudes” são bons exemplos que a “mente nem sempre tão lúcida” de Chorão às vezes não queria tão somente protestar contra as injustiças do mundo. Ele também era o cara que mesmo “achando legal ser errado” queria conquistar a garota dos sonhos, e que a queria “levar dali”, para um lugar melhor. Esse era o Chorão que nós aprendemos a gostar, e nenhum de nós imaginava que seu fim seria tão semelhante ao de vários astros de rock em decadência com a qual fomos obrigados a entrar de luto ao longo dos tempos. Uma pena.



O dia 06 de Março começou triste com a notícia de que Chorão havia sido encontrado morto em seu apartamento de Pinheiros. Recebi a notícia logo de manhã pelo Twitter, e acompanhei por todo aquele dia o desenrolar dos fatos, até saber que as circunstâncias de sua morte eram bem parecidas com a de outros roqueiros como Kurt Cobain, que também havia sido encontrado morto em seu apartamento depois de alguns dias. Embora algumas letras de suas músicas ("parecia inofensiva, mas te dominou") e sua atitude bad boy dessem indícios, eu nunca imaginei que Chorão fosse um usuário de drogas hardcore, e demorei a acreditar que essa fosse a principal causa de sua morte prematura. Infelizmente, todos aqueles problemas que ele parecia ter superado vieram à tona ("o homem quando está em paz não quer guerra com ninguém"), e ele se rendeu diante de um inimigo muito poderoso que parecia ter combatido a vida todo e nos ensinado a também combater com sua música: As Drogas



A meu ver o suicídio não é um ato de fraqueza extrema como muitos apontam, e sim um ato de liberdade. A vida nos dá diversas maneiras de “lutar pelo que é meu” e de encarar nossos problemas com coragem, mas nem sempre somos fortes o suficiente, e todo mundo tem o direito de se render diante de uma derrota iminente. Chorão se rendeu, e não acho que sua decisão deva ser julgada, e sim tomada como lição. Se a separação da esposa Graziela Gonçalves, que muitos apontavam ser seu Porto Seguro, o levou ao fundo do poço, talvez isso pudesse ser reversível, mas ele decidiu não lutar contra isso e se libertou. Só podemos desejar sorte a esse cara que inspirou grandes pensamentos e muita diversão com sua música. Que agora ele encontre a paz que almejava, e que esteja “livre pra poder sorrir, livre pra poder buscar o seu lugar ao sol”.



As músicas que Chorão escreveu continuarão a tocar ad infinitum enquanto seus fãs recorrerem a seus versos para exprimirem algum sentimento reprimido, e assim como todas as lendas do Rock, ele vai ser lembrado mais por sua obra do que pelas circunstâncias trágicas de sua morte. Com certeza ele já deixou saudades.

Por um longo período, Chorão, Champignon, Pelado, Castanho e todos que vieram depois do fim da formação original do Charlie Brown Jr. fizeram parte de nossas vidas, e continuarão fazendo, até mesmo porque a música e o Rock N' Roll são elementos que nenhuma droga pode corromper, e isso só os loucos sabem


NAMASTE!

26 de junho de 2012

Homenagem do Rodman - Michael Jackson está vivo!



Passou muito rápido. Já fazem três anos que Michael Jackson faleceu, deixando uma legião de fãs verdadeiros (e um punhado de modistas que o descobriram depois de sua morte) sem sua presença radiante. O maior ícone pop e o maior artista musical de todos os tempos foi embora no dia 25 de Junho de 2009, mas é engraçado perceber como isso, até hoje, tanto tempo depois depois, ainda não foi digerido e nem tampouco compreendido completamente. É como se o cara fosse retornar do nada lançando um novo álbum ou um novo show, porque durante muito tempo, desde Invincible, foi exatamente o que os fãs esperavam, seu retorno triunfal, e agora, é como se essa espera continuasse, embora saibamos muito bem que ela vai durar para sempre. 


Aprendi a gostar de Michael Jackson desde muito cedo influenciado por irmãos mais velhos, mas não foi algo imposto. Gostar de Michael Jackson era sim, quase uma tradição na minha família, mas não foi por isso que me tornei fã. Eu gostava de seu estilo de cantar, das suas roupas um tanto quanto extravagantes (quase roupas sociais em se comparando com Lady Gaga!) e acima de tudo eu gostava da dança. Não, não sou um pé de valsa nem um entendido do assunto, mas algo naqueles gestos e movimentos rápidos me cativava, algo que apenas mais tarde aprendi que era puramente mágica. Michael Jackson não era apenas um bailarino excepcional, era mágico. O que ele fazia nos palcos e nos videoclipes, gênero que ele ajudou a difundir, era pura magia, e chega a ser algo até mesmo difícil de exprimir em palavras puras.
A cada novo álbum que me chegava em forma de vinil, com aquelas capas muito bem elaboradas (Dangerous é de um esplendor absurdo) nos memoráveis anos 90, com aqueles encartes gigantes dentro e a cada novo clipe lançado para nós, pobres mortais no Fantástico, era uma festa. Um momento de parar para olhar, admirar, curtir, voltar a olhar e depois olhar, olhar...


Não havia nenhum artista que nos movesse em casa como ele. Perdi as contas de quantas vezes eu e meus irmãos ficávamos a imitar as coreografias das músicas de Dangerous em casa, e quanto aquele bolachão tocou em nosso aparelho de som. Inúmeras vezes. Uma mais contagiante que a anterior. Tempos bons.
O álbum Dangerous, o quarto solo da carreira de Michael (sem contar os singles), foi um dos mais importantes para mim porque foi o mais exaustivamente ouvido pela família. Logo depois tivemos acesso aquele que foi considerado o melhor álbum não só pelo que vendeu, mas também pelo que revolucionou o cenário musical Thriller, e para nós Michael já era o melhor, nem precisávamos ouvir sua maior obra. Em seguida veio HIStory que além de uma coletânea reunindo os maiores sucessos da carreira, era também um álbum de inéditas e tinha nada mais nada menos que 4 LPs, sem falar no encarte sensacional com fotos e textos de Michael e pessoas que o homenageavam. Nessa época, o grande artista já tentava se recuperar dos primeiros escândalos de pedofilia dos quais havia sido acusado e voltava aos palcos com a reputação abalada, além dos problemas familiares e seus relacionamentos estarem cada vez mais expostos na mídia. Era o começo do fim.
Nunca acreditei que os escândalos envolvendo a vida pessoal de Michael fossem verdadeiros, e tampouco me importava com a aparência cada vez mais mutante que ele começava a assumir toda vez que seu nome vinha a foco. Tudo isso era, para mim, secundário, já que o que mais importava era seu enorme talento. Víamos desde sempre a criança assustada que Michael era mesmo na fase adulta, e tínhamos (eu e minha família) a certeza que aqueles boatos não passavam de uma trama muito bem criada para afetar o ídolo. Nada foi comprovado, nenhuma “vítima” veio à mídia expor o que acontecia de verdade dentro de Neverland, o refúgio encantado do menino que não queria crescer, mas perante a mídia (e não dos fãs) Michael já não era mais o Rei do Pop. Sua pessoa havia sido maculada.
Até hoje, quando mencionam Michael, se preocupam mais em expor suas plásticas, sua mudança de aparência e seus hábitos extravagantes, mas criou-se um respeito maior pelo ídolo, visto que seu vasto repertório de evidente qualidade foi deixado como legado. É inegável o quanto a obra de Michael foi e ainda é importante para a música mundial, e isso é o que mantém sua estrela sempre brilhante. É uma pena que tantas pessoas só começaram a conhecer Michael após sua morte, depois que a mídia destruiu o que ele representava, mas é muito bom saber que seu público, mesmo em decorrência de seu fim acabou se renovando. É comum vermos crianças falando e reconhecendo Jackson, imitando seus gestos característicos e cantando suas músicas, e isso ainda dá alguma esperança que o que ele criou ainda vai perdurar. Para os fãs, Michael Jackson está vivo em sua música, em sua dança e em seus clipes, e para a nova geração que começou a conhecê-lo agora ele ainda não morreu e continuará sendo o melhor de todos entre os maiores. Viva Michael. You are not alone!




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NAMASTE!

25 de março de 2012

Homenagem do Rodman: Chico Anysio


Poucos artistas contemporâneos, sejam eles de teatro, cinema ou TV, podem ser reconhecidos ou reverenciados como mestres, e Francisco Anysio de Oliveira Paula com certeza é um deles.
No dia 23 de Março de 2012 a luz de Chico Anysio se apagou, depois de uma longa luta contra as complicações pulmonares causadas pelo tabagismo. Nessa data com certeza o riso se enfraqueceu, e o mundo tornou-se menos engraçado, pois é isso que acontece quando pessoas tão talentosas partem. Elas não só deixam saudades pra quem fica, mas também levam consigo parte da magia que fazia com que elas fossem especiais, tornando o que resta mais pobre. Sim, nesse dia, o Brasil se tornou mais pobre e sem graça.
Chico dedicou mais de seis décadas a sua carreira de ator/humorista/compositor/cronista/ e escritor, criou mais de 200 personagens e os encarnou ao longo dos anos tão perfeitamente, que quando criança, vendo seus programas na Globo, eu nem imaginava que se tratava da mesma pessoa que os interpretava. Assim como os Trapalhões, A Praça é Nossa e até mesmo o próprio Jô Soares, Chico era minha referência de humor na infância, e foi com ele que cresci sabendo o que era dar boas risadas. Chico não precisava apelar para grosserias, não precisava ofender ninguém e muito menos se render a escatologia. Seu humor era simples e direto. Ríamos porque era engraçado e era engraçado porque era feito com inteligência.


Como ele mesmo disse em uma de suas últimas entrevistas, “Só existe dois tipos de humor, o humor engraçado e o sem graça”.
Presente na Globo desde tempos imemoráveis, trazido para o canal pelo amigo Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o ex-todo poderoso da TV platinada), Chico fez parte não só da programação padrão do canal por vários anos como também fez parte da vida do público em geral. Tendo criado vários programas na TV ao longo das décadas, dois dos que mais me recordo são da Escolinha do Professor Raimundo e Chico Total, programa de humor ao estilo Zorra Total que passava em meados de 1997 no mesmo horário que o programa atual, aos sábados à noite. Nele, Chico desfilava seus diversos tipos toda semana, em sketchs que sempre traziam como convidados algum outro artista da Globo. Dentre vários os personagens que Chico interpretava estavam Bento Carneiro, o vampiro brasileiro, Painho, Aroldo (aquele que era mais fingia que não), Bozó (que era uma clara alusão ao amigo Boni), Qualhada (o jogador perna de pau), Justo Veríssimo (o que quer mais que pobre se exploda), Nazareno (que adorava a empregada gostosa, mas que era casado com um tribufú) e o astro e símbolo "sesqual" e que é o "másquimo" Alberto Roberto. 



Com certeza devido a maior exposição e também por ter tido um programa próprio nas tardes da Globo, o Professor Raimundo é o personagem mais conhecido do público brasileiro e também aquele pelo qual todo mundo aprendeu a ter mais carinho.
O Professor Raimundo não era exclusivamente o dono do bordão que todo assalariado costuma usar quando se maldiz de suas mazelas financeiras. Com ele, Chico Anysio serviu de escada para diversos outros atores e humoristas, e lançou também ao estrelato dezenas deles, artistas que hoje em dia são conhecidos e adorados graças a uma carteira que Chico lhes deu em sua Escolinha. Caras como Pedro Bismarck, o Nerso da Capitinga e Tom Cavalcante tiveram sua primeira chance no humorístico liderado por Chico, e atualmente dá pra matar as saudades do tempo em que as piadas não precisavam ofender ninguém para serem funcionais, pelo canal VIVA, onde a Escolinha é exibida nos domingos à noite.
Além das revelações de talentos, pela atração também passaram grandes mestres do humor como Costinha e Grande Otelo, e quem não se lembra dos personagens Seu Ptolomeu (interpretado pelo filho do Chico e dublador Nizzo Neto), Paulo Cintura, Castrinho, Baltazar da Rocha (Walter D'Ávila), Dona Cacilda (Cláudia Gimenez também lançada na Escolinha), Dona Maria da Glória (Tássia Camargo em sua fase de gostosa), Samuel Blaustein, o judeu avarento ou o Seu Boneco, “ligadão nas quebradas, chefia. Que hora que é a merenda?”, vivido por Lug de Paula, outro dos filhos do Chico? Quem viveu nessa época deve lembrar e com carinho desse tempo bom.


Depois do fim da Escolinha e também do fim de Chico Total, que mais tarde deu lugar a Zorra Total, Chico ainda voltou a interpretar seus personagens clássicos no programa que reunia os maiores nomes do humor do canal platinado como Nair Bello, Rogério Cardoso(da Escolinha também e da Grande Família), Nerso da Capitinga e Tom Cavalcante, antes de sua ida para a Record. Devido uma entrevista sincera para a revista IstoÉ, Chico acabou se indispondo com a diretora da Globo na época (Marluce Dias) e acabou enfrentando uma geladeira que durou quase dez anos. Chateado por estar fora do ar por tanto tempo e impossibilitado de deixar o canal onde ele se consagrara por medidas contratuais, Chico começou a dar entrevistas cada vez mais polêmicas para a imprensa o que ajudou a piorar o relacionamento dele com a grande “chefona” da Globo. Nada disso, porém, jamais impediu que o artista continuasse sendo um dos grandes ícones da TV brasileira de todos os tempos ou manchasse sua carreira gloriosa.
Depois da geladeira forçada, Chico retornou à TV, com a saúde já bem fragilizada e atuou em novelas como Sinhá Moça (o remake de 2006), Pé na Jaca (Novela de Carlos Lombardi de 2007) e em Caminho das Índias (de 2009). Também atuou como o pai do noivo na continuação de sucesso Se eu Fosse Você 2, filme que se manteve por muito tempo como uma das maiores bilheterias brasileiras do cinema. Falando em cinema, pra quem curte animação e em especial a dublagem brasileira, deve se lembrar que Chico deu voz ao velhinho rabugento Karl de UP – Altas aventuras, e esse foi provavelmente um de seus últimos trabalhos. Depois disso, o velho mestre começou a frequentar cada vez mais os hospitais do Rio de Janeiro apesar de viver em São Paulo, devido problemas de saúde, e jamais voltou à cena, para infortúnio de todos os seus fãs.



Chico se vai depois de 80 anos bem sucedidos de vida, deixando para trás um legado impressionante que poucos podem ter a honra de ostentar. Para o humor brasileiro fica uma lacuna irreparável e para o público em geral sobram as lembranças daquilo que ele mais sabia fazer: Graça.
Vai em paz, grande Mestre!


NAMASTE!

2 de março de 2011

Mamonas Assassinas: 15 anos depois

 
Eu era criança quando eles surgiram nas rádios e na televisão e conquistaram o Brasil todo com aquele seu jeito despojado e desinibido de fazer música. Eles faziam o chamado "som risal" que cativava não só as crianças como também seus pais, seus avós e tios. Sem que ninguém soubesse, na época, era a alegria transmitida por esse quinteto de Guarulhos chamado Mamonas Assassinas que começava a dominar a mídia.
Muita gente, como é comum acontecer no caso de celebridades que vão embora no auge, virou "fã" dos caras após o acidente que ceifou a vida deles no fatídico 02 de Março de 1996, mas um ano antes, quando o sucesso deles já despontava, eu já integrava a fileira de fãs de verdade da banda, daqueles que já sentia que o quinteto tinha um diferencial e se destacava de tudo que existia até então (e olhe que naquela época ainda nem existiam os EMOS!).
Eu já ouvia as músicas dos caras numa velha fitinha cassete (daquelas de ouvir no rádio), decorava as letras de tanto que ouvia e cantava as minhas preferidas quase que o dia todo. A passagem deles foi tão marcante, que até hoje, 15 anos depois, ainda me pego cantando algum refrão das canções na hora do banho. Aquela era uma época muito boa. Os velhos amigos ainda estavam presentes em minha vida, havia toda aquela inocência de se pensar no futuro como algo misterioso e de certa forma havia muita esperança.
As letras dos Mamonas não eram profundas ou transmitiam mensagens de fé e esperança. Elas tinham o único intuito de entreter. Você ouvia e caía no riso. Era inevitável. 

 
Tinham trechos um tanto quanto obscenos nas músicas, elas citavam surubas, peito, "bazucas anais", cachorros que comem a própria mãe, pistolas de Robocop Gay e mais um monte de sacanagens, mas na época funcionava de forma tão natural que quase ninguém se importava com o politicamente incorreto. A minha mãe se divertia muito com eles, mesmo com todas aquelas besteiras que eles cantavam em suas letras, e não dava para ser diferente. Dinho e companhia eram muito irreverentes. Aquele tipo de turma do fundão da escola que só sabe sacanear todo mundo e que acima de tudo se diverte bastante com isso.
Hoje a meu ver, a música pop no geral vive uma fase meio decadente onde por necessidade de se ter ao que se apegar, tudo vira modinha e qualquer um vira ídolo instantâneo. Caras que fazem ao menos a gente dar risada, fazem falta atualmente, já que qualidade musical parece ser uma exigência um tanto quanto alta.

Fica aqui a minha homenagem a Dinho (vocal), Samuel (Baixo), Sérgio (Bateria), Júlio (Teclado e vocais) e Bento (guitarra) 15 anos depois que eles fizeram a passagem. Suas músicas continuam em minha memória e dificilmente sairão porque o que é bom sempre deve ser lembrado.


"Atenção Creuzebek. Vamos lá que vai começar a baixaria!"





NAMASTE!


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